sábado, 25 de fevereiro de 2012

Não quero e nem pudesse ter além
Do medo que se faz sempre presente
A vida noutro passo se apresente
E nisto o meu passado não convém,

O prazo determina o quanto vem
E bebo desta sorte impunemente
Ainda quando tento e nada alente
No fundo continuo sem ninguém.

Meu verso sem sentido e sem promessa
A lida nesta angústia já tropeça
E nada mais impeça a caminhada

De quem se fez após o mesmo afã
Deixando toda sorte no amanhã
Que sei somente traz o velho nada.

Figli delle stelle

Figli delle stelle

Olhando para o céu eu imagino
Os olhos tão felizes da criança
Que sempre procurei em meu destino
Mas vive assim somente na esperança...

Criança que jamais por certo tive
Brincando na ante sala do meu sonho.
De amores esquecidos sobrevive
Apenas na esperança que proponho...

Estrela, por favor, cadê meu filho?
Responda, não se cale por favor...
Me diz aonde encontrarei seu trilho

Irei ao teu encontro, meu amor...
O nosso amor, estrela, não resiste
Assim qual nosso filho: não existe...

LOURES

Tudo o que restou... ( O Tempo )

Tudo o que restou... ( O Tempo )

Amiga, todo o tempo deste mundo
Se passa sem que saibam que existi.
A vida se passando num segundo.
Ninguém sabe isso é certo, estou aqui...

Distante dos amores, das paixões,
Vivendo tão somente por viver...
Na vida nunca tive corações
Que ao menos um amor pudessem ter....

Jogado neste canto, abandonado...
Perdido sem talvez ter um alento.
O mundo que sonhara vai jogado

Restando tão somente sofrimento...
O tempo se passou sequer saudade...
E tudo o que restou: tua amizade...

LOURES

Olhos no Céu...

Olhos no Céu...

Meus olhos se perdendo neste espaço
Em busca da amplidão dos teus carinhos...
Em volta deste tempo, no cansaço,
Os pássaros errantes pedem ninhos...

Não sei mais se consigo ser feliz.
De tudo que busquei, nada mais tive...
O mundo que sonhava e sempre quis
Apenas nos meus sonhos inda vive...

Tentarei resistir mas não prometo...
Os olhos esquecidos não mais vêem
Dos erros nesta vida que cometo,

Por certo das saudades já provêem
Amiga, como é bom ser teu corcel
Meus olhos? Esquecidos lá no céu...

LOURES

Mulher...

Mulher...

Mulher que me levou para o infinito...
Nos beijos e carinhos que trocamos.
Amor que nós fizemos, tão bonito...
Nas noites que sem fim, nós nos amamos...

Passeio minhas mãos e te procuro.
Meu coração sofrendo, tanto frio...
Procuro teus cabelos, tão escuros.
Mas nada encontrando, só vazio...

Mulher que me deixou aqui sedento.
Promessas tantas fez e não cumpriu.
Palavras se soltaram nesse vento

Amor que como veio, assim partiu...
Procuro por teu beijo onde estiver.
És tudo o que desejo enfim, mulher!

LOURES

SOZINHO

SOZINHO

Tantas noites sozinho no meu quarto
As cinzas dos cigarros pelo chão...
Coração dos amores anda farto
Espera que se acabe a solidão...

Torturas das saudades do passado...
Marcadas cicatrizes na minha alma.
Amor que se dizia apaixonado
Somente a poesia inda me acalma.

Mas vejo, no futuro, uma esperança
Abrindo a porta triste dos meus sonhos,
Quem sabe ressurgida da lembrança

Retorne noutros dias mais risonhos?
Bem sabes que estarei decerto, aqui
Pensando toda noite, só em ti...

LOURES

Tormenta de Amor

Tormenta de Amor

Amor de turbulências e desejos.
As noites que trouxeste em agonia.
Procuram-se nas bocas tantos beijos
Depois a madrugada cai tão fria...

Rolamos nossas camas separadas
Esperas e torturas nos maltratam.
As noites quando estão enluaradas
Tanta pureza mostram e retratam...

Mas longe de teus olhos vou, querida
Passando a noite em claro, recordando,
A noite que queria mal dormida,

Somente nosso amor iluminando...
Ó Meu Deus, responda por favor
Até quando a tormenta nesse amor?

LOURES

Uma Rosa, Meu Amor

Uma Rosa, Meu Amor

Rosa, dos meus amores mais divina.
Trazendo em teu perfume minha sorte.
Uma gota de orvalho cristalina
Nas pétalas brilhantes, como és forte!

Eu quero anoitecer em teus carinhos,
Ó rosa melindrosa e tão risonha...
Embora encontrarei, em ti, espinhos.
Com teus olhos mais belos, alma sonha...

De todas essas flores que colhi
Na comprida jornada desta vida,
Os melhores aromas, só em ti.

És minha rosa amada e tão querida...
Porém eu sei por certo como és rosa,
Além da maravilha, perigosa..

LOURES

Com teu amor sou MAIS FELIZ

Com teu amor sou MAIS FELIZ

Como posso dizer? Sou mais feliz
Estando aqui contigo, minha luz...
Depois de viver tanto por um triz
Hoje sei que quanto amor seduz!

Antigamente, a vida era vazia
Não tinha nem sorrisos nem a paz.
Corria entre meus dedos, a alegria...
Felicidade? Nunca ter, jamais...

Porém, quando chegaste a minha vida,
A todas as tristezas dei adeus.
Por isso é que te peço isso querida

Não deixe que se acabem sonhos meus...
Sou mais feliz que sempre imaginara
Vivendo em teu caminho, jóia rara...

LOURES

Nossas Cartas de Amor

Nossas Cartas de Amor

As cartas que mandaste para mim,
Guardadas na gaveta da memória.
São flores que cultivo em meu jardim.
Trazendo tanto lume em minha história...

Nossas fotografias, amareladas,
Lembranças desse tempo mais feliz.
Cadeiras debruçadas nas calçadas.
Conversa que se vai e que se diz...

Tantas saudades carrego em minha alma.
Desse tempo esquecido, do passado.
O vento da lembrança já me acalma.

Vivendo do seu lado, ser amado...
Amores que vivemos, fino trato...
Em teu amor por certo, me retrato...

QUEM ME DERA

QUEM ME DERA

Quem me dera poder estar ali
Onde eu encontrarei felicidade.
Se por tanto tempo já sofri
Na vida, procurando a claridade.

Depois de tantas dores, sofrimento.
Agora irei vencer essas tristezas,
Soltando minha voz nesse lamento.
Buscando teu olhar nas redondezas.

Vivendo sem saber sequer sorrir.
Passando pela vida sem viver.
Será meu Deus que posso Lhe pedir

Amor que sempre sonho conhecer?
Agora, nessa noite sem abrigo.
Meu céu se iluminou: sonhei contigo!

LOURES

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Renovação

Renovação

A cada novo dia mais distante
Do quanto acreditara em nova vida,
A sorte se traduz em despedida
E o nada simplesmente se garante,

O tempo que pensara radiante,
A morte noutra forma ora progrida
Marcando com temor cada saída
E o nada desenhado doravante,

O tanto que pudera conceber
Remonta ao quanto diz Lavoisier
E o fato se traduz insofismável,

Do corpo decomposto novo enredo
E tudo que recebo enfim concedo,
Marcando este cenário renovável.

Loures

Noites vagas

Noites vagas

As tantas e diversas noites vagas
Encantas quando versas sobre o mundo
Que tanto se pudera e me aprofundo
Enquanto noutro canto em dor te alagas,

As traças carcomendo, as vis adagas,
O pleno coração de um vagabundo
Que possa se mostrar quando me inundo
Vencendo a solidão enquanto dragas,

O peso sobre as costas de quem tenta
Singrar este oceano em vã tormenta
E sabe do vazio que se faz,

O preço a se pagar não comportasse
A vida sem sentir o mesmo impasse
Matando em nascedouro a rude paz.

Loures

Sombria imensidão

Sombria imensidão

Medonha face expondo o que se vê
Na vida sem sentido e sem proveito
E quando no vazio enfim me deito
O todo se anuncia sem porque,

O prazo determina o quanto crê
A luta que deveras não aceito
E nisto se pudera em rude leito
A noite se eclodindo se antevê,

Vestígios do que fosse caos e guerra
Enquanto o dia a dia a vida encerra
Mergulho nos meus erros mais dispersos,

E sigo o que pudesse a cada instante
No fundo nada mais tento ou garante
A imensidão sombria destes versos.

Loures

A sorte sem sentido

A sorte sem sentido

A sorte sem sentido e sem valia
O mundo não pudera ser assim,
Pudesse ser o canto que há em mim,
O tanto que se faça em ironia,

O todo na verdade não teria
O muito não devesse ver enfim
O tanto se apodera de onde vim
Matando a cada passo a fantasia,

O lucro se perdera sem sentido,
E o corte noutro tanto resumido
Nascendo do que fora mais atroz,

O verso se expandira simplesmente
Marcando com terror o que se sente
Calando desde sempre a minha voz.

Loures

Angústias...

Angústias...

Percebo cada angústia em vento e verso
Presumo a solidão que se entranhara
Na sorte mais audaz que se prepara
Navego sobre o tempo mais disperso,

E quando na verdade desconverso
O mundo se desenha em luta rara
E o passo noutro tom já me antepara
Marcando com terror este universo,

Apesar de viver o que não fora
Sequer a sorte amarga ou promissora
A vida não traria novo fato,

E vejo a minha sorte se perdendo
No corte mais atroz me remoendo
E nisto este vazio ora constato.

Loures

Fatuidade

Fatuidade

Feliz de quem vislumbra a eternidade
Que há tanto já perdi e não consigo
Cerzir o quanto venha enfim comigo
Além da podridão que me degrade,

Meu tempo determina a realidade
E sei que após o fim eu não prossigo,
A cada novo passo o quanto abrigo,
Expressa a mais diversa falsidade,

Do nada ao nada volto e nada deixo,
Apenas o vazio e se me queixo
Encontro meus pedaços nesta estrada

Da vida que se fez envolta em trevas
E sei do quanto resta e nada levas
A senda há muito tempo destroçada...

Loures

Falsas promessas

Falsas promessas

Não venha me vender falsa ilusão
De um tempo que viria simplesmente
A vida a cada passo ora desmente
E traz a realidade, um mundo vão,

Pudesse renovar outra estação
Ou mesmo ser apenas previdente,
O quanto me adentrando se apresente
Expressa estes vazios que virão,

Não sou e nem pretendo ser além
Do quanto em curto tempo sei que tem
Alguma sensação de riso e pranto,

Depois apodrecido entregue ao nada,
A morte que se mostre desenhada,
Traduza o quanto sou e assim garanto...

Loures

Estrume

Estrume

Fugindo dessa crua realidade
Que a vida nos ensina, insofismável,
O quanto a cada tempo descartável
Apenas outro corpo que degrade,

Assim segue seu rumo humanidade,
E o mundo que tentasse mais tragável
Ao menos poderia ser palpável
E trama o quanto é vã cada verdade

E claramente vejo o que decerto
Adentro a imensidão deste deserto
Imerso em multidões, já nada sou,

Somente uma semente que renasce
E a vida num descarte em desenlace
No estrume que pensara, transformou.

Loures

Diverso

Diverso

O quanto se fizesse por prazer
Não possa ser diverso do que trago
Nas mãos de quem desenha cada afago
E nisto mal pudera conhecer,

O vago caminhar e o padecer
Marcando a sensação e se me alago
Bebendo noutro engodo o velho estrago
O todo desenhando o podre ser.

Somente esta verdade se emergisse
Vestígios do que possa em tal mesmice
O mérito não traz qualquer anseio,

E o prazo em derrocada determina
O quanto modifica a velha sina,
E o tempo mais disperso, devaneio...

Loures

Os erros cometidos

Os erros cometidos

Os erros cometidos e as loucuras
Dispersas entre farsas e mentiras
E quando no final tanto retiras
Expressas o que tanto ora procuras,

Envolto nas diversas amarguras
E nisto revisando velhas tiras
Os sonhos que ora embalde tu me atiras
E as noites envolvidas em torturas,

Apraza-me saber do que inda possa
Viver sem ter noção de ser só nossa
A luta que se endossa no vazio,

E quando sem descanso lanço fora
O todo que de fato me apavora
Apenas o que resta desafio...

Loures

Naufrágio

Naufrágio

Apenas o que possa num naufrágio
Trazer esta verdade mais à tona
A vida quando aos poucos me abandona
A luta se desenha em vão deságio,

O sonho que se faz em simples plágio,
A sorte quando enfim de mim se adona,
O preço na verdade desabona
E nega o quanto pude em vão pedágio.

Acordo do vazio que me deste
E sei do quanto sangro em vale agreste
Necessitando apenas de um momento

Que possa traduzir a paz que busco
E o passo mesmo quando seja brusco
Explicitando o fim que ora fomento.

Loures

Vazios

Vazios


Falaste deste Deus que sepultaste
Nas tantas e diversas heresias
E o quanto na verdade me trarias
Condena o caminheiro a tal desgaste,

A vida noutro tom, rude contraste,
As sortes são deveras mais sombrias
E os olhos refletindo as agonias
Que tanto quanto possas me legaste,

O caos se avizinhasse do que resta
E sei da solidão rude e funesta
Que adentra o que não pude conceber,

Apesar do caminho mais distante
O vento neste instante se agigante
E a morte, eu passo em paz a perceber...

Loures

MÓRBIDOS

MÓRBIDOS

A marca mais profunda deste insano
Momento aonde o tempo se fez todo
Pudesse com certeza em tal denodo
Vivenciar a vida onde me dano,

E possa traduzir o velho plano
Que trama na verdade o medo e o lodo,
E sinto como fosse novo engodo
O corte mais agudo e mais profano,

Negar a sensação de tosca meta
Que possa conceber o que completa
Poeta se desnuda em versos sórdidos,

E os dias entrelaçam riso e pranto
E quando no final nada garanto,
Encontro meus caminhos sempre mórbidos.

LOURES

Recompensas...

Recompensas...


Na sorte mais diversa e mais aguda
Agruras entre engodos ritos marcas
E quando no final a vida abarcas
A morte se mostrara e se amiúda

Não quero que deveras mais me iluda
Os olhos entre fúrias, sortes parcas,
Ascendo ao que pudesse e se demarcas
A manta em minha pele atrela e gruda,

Nos bares e nos sonhos, cabarés,
A vida se mostrando de viés
E o gosto do conhaque e a noite imensa,

Apenas revivendo cada mágoa
Do quanto no vazio já deságua
O todo que pudera e recompensa.

Loures

O QUANTO SOU DANINHO

O QUANTO SOU DANINHO

Jamais eu poderia ver além
Da farsa desejada pela vida
Que tanto quanto possa é presumida
No pouco que deveras me convém,

O verso da esperança quando tem
Certeza do que possa e mais duvida
No todo quanto roce já divida
A luta sem sentido que ora vem,

Não mais que mero ocaso e nada mais,
Os sonhos entre farsas mais venais
E esparsos dias ditam meu caminho,

Quisera acreditar no que não veio,
O mundo se transforma e sigo alheio
Ao quanto poderia e sou daninho.

Loures

Liberdade

Liberdade


Feliz por retornar à liberdade
Que trace da brumosa vida a sorte,
No tanto que se mostra e já me aporte
Ao todo quanto resta e enfim degrade,

Marcante a cada passo a realidade,
Não deixa mais além do quanto corte,
Não tento acreditar no que se importe
Na morte que traduza esta verdade,

A derradeira face que se estampa
Trazendo a companheira, minha campa,
O derradeiro verso que ora faço,

A rápida expressão que me destroça
A vida que se evade em rude fossa,
Não deixa nem sequer mínimo traço.

Loures

O QUANTO QUERO

O QUANTO QUERO

Ao menos um momento poderia
Trazer o quanto quero e não tivera
A sensação atroz e mesmo austera
Marcando cada instante em agonia,

O verso se resume em heresia,
O olhar devastador da rude fera
E o todo que decerto a vida espera
Na esfera mais audaz em utopia,

Ocasionando a queda de quem fora
Apenas a verdade tentadora
Ousando nos tentáculos mais fortes,

E sem saber sequer do que inda venha
A vida se desenha tão ferrenha
E impede que deveras me confortes.

Loures

MEDO E PRECE

Quisera acreditar no que se prega
Nas santas e diversas ilusões
E quando novos rumos decompões
A vida se moldando em vaga entrega,

A luta se mostrando atroz carrega
O todo em diversas eclosões
E quanto mais viceja em emoções
A luta se anuncia e aos poucos cega,

Abismos que cavamos, as crateras
Que tanto noutro tom decerto esperas
Encontram o que tanto não soubesse,

A vida em risco e ariscos passos rudes,
Ainda que deveras tudo mudes
Expressa o quanto reste em medo e prece.


Loures

ABALROADO

Abalroado

O ser que miserável cambaleia
E entranha noites frágeis e medonhas
Enquanto mansamente sei que sonhas
Apenas o vazio me rodeia,

E o quanto se mostrara em rude teia
Palavras entre tantas enfadonhas,
Os olhos envolvidos onde ponhas
A sorte mais atroz que nos rodeia,

Uma alma se fazendo em nada além
Do quanto na verdade não convém
Vencida pelos erros do passado,

O temporal desaba sobre mim
E vejo o quanto possa ter no fim,
No barco da esperança abalroado...

Loures

Tolice

Tolice



Ao quanto não coubera do que seja
A vida mais audaz e mesmo rude
Traduz o quanto possa em plenitude
Marcando cada instante da peleja,

O verso que deveras se deseja
A morte que decerto ainda ilude
E deixa sem sentido a juventude
Enquanto a solidão logo dardeja

Nesta avidez espúria o que inda conta,
Tramasse a realidade mesmo pronta
Ao que deveras queira e não surgisse,

A marca penetrante destas garras,
E quando no final prendes e amarras,
Marcasse com terror cada tolice.

Loures

O quanto resta...

O quanto resta...


Não quero acreditar no que viera
Marcando o que restasse dentro em mim,
Apenas me aproximo deste fim
E vejo a farsa atroz, porém sincera,

Navego sobre o quanto destempera
E marco pouco a pouco o meu jardim
Nas lutas que tentara vejo enfim
A velha solidão, diversa fera.

O preço que se cobra e não se paga
A vida caminhando audaz e vaga
Por plagas tão distantes e insensatas,

Matando lentamente o que restara
Da vida sem sentido e mesmo amara
No tanto que deveras me maltratas.

Loures

Outra esperança?

Outra esperança?

Não mais esperaria outra esperança
Que fosse me trazer felicidade
Na sorte que deveras se degrade
A luta com terror sempre me alcança

A vida noutra senda sendo mansa,
O verso maltrapilho, a realidade.
E o canto que pudesse na verdade,
Tratando o quanto resta em confiança,

Vencido lutador do que se espera
Apenas esgotada a primavera,
Não tento acreditar no que não veio,

Olhando para trás nada restasse
Somente a minha podre e velha face
Marcada a cada corte em vão receio...

Loures

Morrendo pouco a pouco

Morrendo pouco a pouco


Cadenciando o passo rumo ao nada
Esbarro nos enganos de quem tenta
Vencer o quanto possa esta tormenta
Há muito noutro tempo anunciada,

A vida se mostrara desenhada
E a sorte que deveras violenta
Pousando a sensação que me atormenta
Matando a noite em sombra desenhada,

Jamais imaginasse cada ruga
Que o tempo me imprimisse tatuando,
E quando imaginasse alguma fuga,

O verso noutro tom se transformasse,
O todo se mostrasse mais infando,
Marcando cada sulco em minha face...

Loures

Mortalhas

Mortalhas

Mortalhas espalhadas pela casa
A luta sem descanso, o vento frio,
E o quanto na verdade desafio
Apenas com terror a sorte abrasa,

Meu canto noutro instante se defasa
O verso se transforma em tom sombrio,
E o quanto a cada passo ora desfio,
Marcando o quanto pude e já se atrasa,

Não vejo outra verdade senão essa,
O todo a cada passo além tropeça
E sei que sigo ao nada que me deste,

O mundo se fizera mais audaz
E o tanto que pudera nada traz
Senão a mesma farsa ora celeste...

Loures

A velha fresta

A velha fresta

A morte não traria o quanto espero
Do todo que desfio a cada verso
E nisso se deveras desconverso
O mundo se desenha mais austero,

O prazo se mostrasse onde sincero
Caminho resumisse o quanto imerso
No peso de uma vida em tom disperso
Vagasse entre o desejo e o que não quero,

Apenas outrossim vejo o momento
Aonde o que pudera desalento
E tento desenhar o que me resta,

A imagem mais sutil do que haveria
Eclode dentro da alma em ironia
E traz do coração a mesma fresta...

Loures

Algoz.

Algoz.

O todo desenhando em tal penúria
A sorte perambula em frágil rota
E o verso se traduz quando denota
O tanto que se envolve em vã lamúria,

A luta mais atroz a mesma fúria
E o canto que pudesse e não se nota
Vencido caminhante, ausente frota,
O passo se fizera em vaga incúria,

Jamais devesse ser a vida assim,
O início dita cedo o meio e o fim,
Não quero qualquer sorte mais atroz,

Somente o quanto resta e me comporta,
A vida se escondendo atrás da porta
Marcando com sorrisos seu algoz...

Loures

IMPASSE

IMPASSE

Aos poucos os pedaços que me arrancas
E sei que no final devoras sonhos,
Os dias entre engodos tão medonhos
A vida se deslinda em tais carrancas,

E quanto poderia em horas francas
Viver estes cenários mais bisonhos
Dos tantos olhos vagos e tristonhos,
As sortes mais ferinas, mesmo mancas.

O luto enclausurado dentro da alma
A velha sensação já não me acalma
Tampouco dita o quanto procurasse

Da senda mais sublime que se veja
O tanto que pudera em vã peleja
Gerando o quanto resta em mero impasse...

Loures

SOLIDÃO

SOLIDÃO

Negar quem poderia se talvez
O mundo seduzisse em verso e voz
O tanto quanto pude ser atroz
Algoz do que em verdade não mais vês

A luta se mostrando em altivez
O corte traz na vida velhos nós
E o tempo se servindo logo após
Mostrasse a mais completa insensatez,

Arcasse com meus erros e somente
Vivendo o que deveras sei que mente
Sementes espalhadas pelo chão,

A vida se resume no vazio
E o tanto quanto pude desafio
Marcando a mais completa solidão.


Loures

A VOZ

A voz

Ouvisse a voz que tanto procurava
De quem se fez aquém do quanto quis
O tempo deixa na alma a cicatriz
Rondando a minha sorte, imensa lava,

O quanto se presume e ora se entrava
Deixando o meu cenário ora infeliz
Gravando pouco a pouco o que desdiz
E nisto novo sonho emoldurava,

A vida sem sequer tal serventia,
O todo se mostrara e não teria
A sorte que se fez nossa o bastante

E a morte na tocaia a cada salto,
O pulo se desdenha e mesmo incauto,
Encontro o quanto em nada se garante.

Loures

LEVANDO A MINHA VIDA

LEVANDO A MINHA VIDA

Levando a minha vida de tal forma
Que tudo o quanto tenho não seria
Sequer o que deveras moldaria
O todo quando o verso em vão transforma,

A luta se fazendo em rude norma
O canto traduzido em ironia
Gerando a minha sorte em agonia
E o tanto que pudera nada informa,

Apenas ouço vozes do passado
No quanto cada verso fora errado
E o vento na janela me chamando

As vozes das lembranças e cobiças
As mortes onde tanto o que ora viças
Eclodem demonstrando como e quando.

Loures

DESTROÇOS

Destroços

Destroços do que fomos pela casa
Amenas ilusões rondando o resto
Do quanto pude outrora ser funesto
Enquanto a sorte toma e nos arrasa.

Meu mundo sem sentido, fúria e brasa,
O tanto que insistira em erro e gesto,
A cada novo passo o mesmo atesto
Grassando o quanto possa e se defasa,

O velho caminheiro sem futuro
A sorte desenhada sobre o muro
O pulo sem valia e sem sentido,

Meu manto já puído pela vida,
A sorte em morte feita e consumida
Enquanto o sonho vejo destruído...

Loures

A sorte que me trazes

A sorte que me trazes

Não merecesse a sorte que me trazes
Tampouco esta verdade quando a vejo,
A sombra do que possa o meu desejo
A vida se imagina em novas fases,

E sei que na verdade quantas frases
Perdidas noutro tom a cada ensejo
Marcasse na verdade com tal pejo
Os dias mais atrozes ou audazes,

Realço cada vez que me entregasse
O tempo noutro tanto sem impasse
Vagasse criatura já cansada,

Depois do que se fez ingratamente
O tanto se desvenda e sei que mente
No fundo não permite quase nada...

Loures
Já não mais poderia ter nas mãos
O sonho sem saber do quanto é rude
O mesmo que deveras desilude
Grassando sobre a terra tantos nãos

Os dias solitários sendo vãos
O tempo sem certeza nada mude
E o verso se anuncia mais que pude
E nisto sonegasse tantos grãos

Repare cada sorte que se vai
E beba este vazio quando trai
O passo de quem quis e não pudesse,

Ainda sem sentido e sem razão
As horas mais dispersas me trarão
O quanto desta vida em dores tece.

O quanto a morte traga

O quanto a morte traga

Versando sobre o quanto a morte traga
O medo mais atroz bebendo a sorte
Sem ter no quanto quis qualquer aporte
A vida se esvaindo em rude plaga,

A luta se desdenha enquanto é vaga
Galgando a sensação de medo e morte,
No caos que com certeza me comporte
O corte na verdade ora me afaga,

O bêbado caminha pelas ruas
E nelas entre tantos tu flutuas
Marcando com teus passos o que resta

Da vida sem sinal ou serventia
Matando o quanto possa e não havia
Deixando ora antever a leda fresta...

Loures

Os meus anseios

Os meus anseios

Arrasto os meus anseios pelo quanto
A vida não traria outra resposta
A luta sobre a mesa agora posta
O todo sem sinal algum garanto,

E bebo o sacrilégio deste pranto
E o vento nesta farsa recomposta
A lenta caminhada por proposta
Progride e me desenha o desencanto,

Ao ver-me simples verme sem saída,
O tanto que pudera em minha vida
Traçar além do torpe labirinto,

Não merecesse ao fim qualquer laurel
Somente a turbulência deste céu
Que tanto quanto possa já nem sinto.

Loures

AMORTALHADO

AMORTALHADO

Em irrisórios dias noites vãs
Sensíveis ilusões dor insensata
E o tanto que deveras me maltrata
Impede o renascer de outras manhãs,

As horas entre tantas, seus afãs,
O corte quando o fim se desbarata
O vento noutro tanto me arrebata
E mata o que pudesse: horas malsãs,

Amarguradamente o quanto trago
Explode no caminho sem afago
E quando além divago bebo o fim,

A sorte mais ingrata e dolorosa,
A senda tantas vezes caprichosa
O mundo amortalhado dentro em mim...

Loures

LICORES

LICORES

Licores que tomei bocas fartas
Verdades entre sonhos e promessas
E quando com certeza recomeças
Dos passos mais audazes tu me apartas,

Bem antes que de fato, amor, tu partas,
As horas se traduzem e confessas
As sendas mais audazes, vagas peças,
E nelas ilusões já não repartas,

Os olhos embebidos no vazio,
O tanto que pudesse e desafio
Em desvario noto o fim do encanto,

A morte assegurada no final,
A vida se mostrando em tosco astral,
E o prazo sem sentido não garanto...

Loures

CADA FERIDA

CADA FERIDA

Não mais que merecesse alguma sorte
Além da farsa imensa que trouxeste
E o vento se mostrara em tempo agreste
Sem nada que decerto ora conforte,

Já não me caberia o que comporte
A vida sem sentido e já soubeste
Marcar o dia a dia e nada ateste
Além do que me espera, fim e morte.

Abençoadamente a vida escorra,
E nada do que possa me socorra
Senão a mesma imagem distorcida,

De um tempo aonde o quanto fui feliz,
O mundo novamente contradiz
Alimentando enfim cada ferida...

LOURES

Cenário

Cenário

A sórdida presença do que fomos
E os restos que devoro da carcaça
Que o tempo noutro tom decerto embaça
E a luta se mostrara em vários gomos,

O todo que perdemos e não somos,
A sorte sem valia alguma passa
E trama o quanto vivo em medo e traça
O fim deste momento em velhos tomos,

Restauro minhas farsas e permito
O quanto se tentara em novo rito
Diversidade explica o que não tenho,

Apenas a verdade mais audaz
Calando o que meu mundo em lutos traz
Deixando este cenário tão ferrenho...

Loures

Ocaso

Ocaso

No ocaso feito em luta simplesmente
O quanto me prepara diz do fim
E o vento se desenha dentro em mim
Tomando num instante corpo e mente

O velho caminheiro de repente
Encontra no final o quanto assim
Pudera desde quando tolo eu vim,
E o mundo sem sentido se apresente,

Arcando com enganos, sou apenas
O quanto na verdade mais condenas
E sigo sem saber se existe porto,

Apresentando a queda ao fim de tudo,
O muito que me tramas desiludo
E sei do quanto possa quase morto.

Loures

Sobre o nada

Sobre o nada

Jogado sobre o nada que me deste
E os olhos perfurados pelo sonho,
O tanto que pudera tão medonho
Retrata o quanto deva e não vieste,

Apenas o que resta a velha peste,
O todo aonde o passo rude eu ponho,
E sei que na esperança se me oponho
Sangrando em cada poro, me trouxeste,

Eclode em cada verso o que sou eu,
O tanto que deveras se perdeu
Não mais que merecesse melhor sorte,

Ocasos são diversos do que pude,
Tramando este momento amargo e rude,
Que embora fira, ao menos, me conforte...

Loures

Quem sou

Quem sou

O medo de saber quem mesmo sou
E o terminar do sonho envolto em cenas
Diversas das que tanto ora me acenas
Marcando o quanto possa e me restou,

Vivendo o muito ou pouco que restou,
As horas se mostrando quando apenas
As tramas entre tantas ditam plenas
As sortes que meu mundo desejou,

Não quero mais o brilho em falso tom,
O amor já não seria nada bom,
Somente a decadência desenhando,

E a morte que vislumbro após a queda,
Aos poucos dita o quanto se envereda
No passo mais atroz, rude e nefando...

Loures

Sin esperanzas

Sin esperanzas

No tengo más siquiera una esperanza
El tiempo dominando mis sentidos,
Los ojos se perdiendo en los olvidos
En cuanto mi camino en vano avanza,

El canto en vana lucha nos alcanza,
Mis sueños en vacíos presumidos,
Los días entre tantos consumidos,
Viviendo la emoción en noche mansa,

Ahora se sembrase algún futuro
Adonde nada más tengo y procuro
Sangrías son comunes, miedo e corte,

Por tanto que no tengo, pero ahora,
La suerte sin blandura no me ancora,
Dejando solamente o rudo aporte.

Loures

perdonem mis errores,

Eu tenho um sonho

Eu tenho um sonho

Eu tenho um sonho vivo dentro da alma
De ser feliz decerto por um dia.
A noite dentro em mim em paz se acalma
Somente quando glórias fantasia,

Do amor que nunca veio, mas desejo...
Carinhos se procuram, mansamente...
No sonho te percebo a cada ensejo
Que mesmo quando acordo jamais mente

Sonhando belos prados e jardins.
As rosas perfumando seu caminho...
Saudade se perdendo nos confins.

Minha alma transbordando onde me alinho,
É tudo nessa vida o que proponho...
Ao lado desse amor: eu tenho um sonho!

Loures

Delícias

Delícias

Seus beijos, delícias tão ardentes...
Que queimam num prazer alucinante.
Vivendo nesses beijos as correntes
Atadas como em brasa a minha amante.

Cada vez que vejo o que preciso,
Os sonhos, os seus lábios carmesins,
Eu sinto, num momento, o paraíso,
Repleto em tantas flores e jardins.

Seus beijos alucinam e me queimam
Num louco incendiar que não domino.
Meus lábios sequiosos sempre teimam

E nos seus lábios carnudos , desatino,
E peço que não finde mais o jogo
Pois vibro se me dá beijos de fogo...

Loures

Os teus olhos

Os teus olhos

Os teus olhos querida, maravilham
Transportam pensamento para o céu.
Montado nos teus olhos, qual corcel,
Os rumos do infinito, já se trilham...

Querendo em teu olhar, a liberdade,
As asas dos teus olhos, na amplidão
Podendo conhecer a luz que agrade
Mostrando a mais sublime dimensão,

Nos olhos tão felizes, sensuais,
Um canto que pudesse perceber
Pressinto o quanto agora quero mais,

As dores mais distantes; posso ver,
Eu vejo enfim, brilhando em raro astral.
Quem traz o doce olhar angelical...

Loures

Saudades

Saudades

Tempo em que fui feliz, ah! Que saudade!
Tinha tantas alegrias, quem me dera
Se sempre fosse assim, a luz que invade
Garantiria a rara primavera,

Porém, a vida passa e nos maltrata
Depois de certo tempo, nada resta
Os olhos espreitando essa cascata
A sorte se desenha mais funesta,

Agora em minha vida, só tristeza
O mundo que sonhara se desfez.
Mas tenho dentro da alma uma certeza

De ser feliz quem sabe em outra vez,
Amor quando chegaste talvez mude
Volvendo o caminhar em plenitude...

Loures

Apenas paz

Apenas paz

Tantas vezes choraste; isso eu bem sei.
Nos erros cometidos, por amor.
Incrível mas eu sinto a rude lei
Tentando não causar nenhuma dor.

Se eu faço do meu verso uma quimera,
Desculpe nunca quis te machucar.
A vida quando em lágrimas tempera
Impede nossa lua de brilhar.

Como eu te amo! Acredite; isso eu te imploro!
Errando tantas vezes sem querer,
Nas lágrimas que trazes também choro

Tornando sem sentido o que irei ser
Morrer de amar bem mais do que confesso;
Apenas paz no fim o quanto eu peço...

Loures

Quando te conheci

Quando te conheci

Quando te conheci, eu não sabia
Que tudo que sonhara estava ali,
Decerto, minha vida tão vazia,
Em tantos pesadelos, me perdi.

Agora que conheço a fantasia
O encanto noutro tom eu presumi,
Vivemos num momento de alegria
O quanto desejara havia em ti,

Teus olhos, com certeza; luminária,
Dos sonhos que sonhei na minha vida
A senda mais sutil e imaginária

Renasce nos teus olhos, sim, querida.
Porém manhã nascendo em brumas tantas,
Envolta no vazio, o fim garantas.

Loures

Erros

Erros

Arcando com meus erros mais vulgares
Sabendo que afinal nada restara
Enquanto o tempo traz a sorte amara
Ousando acreditar em teus altares,

Se tanto num momento tu notares,
Fortuna desejada sendo rara,
A morte se aproxima e se escancara,
E volto novamente aos velhos bares.

As noites terminando nas sarjetas
E quando alguma luz enfim prometas,
As sombras da verdade negam tudo,

E mesmo repetida a velha cena,
O encanto sem limites me condena,
E envolto em falso brilho assim me iludo...

Loures

Sonhos.

Sonhos.

Mergulhando nos versos mais bonitos
Abraçando esta mulher tão desejada,
A vida renovando velhos ritos
Em busca da manhã iluminada;

Os raios deste sol brilhando tanto
Trazendo uma esperança em vivo amor.
Envolto na alegria, enfim eu canto,
Roubando do teu sol, luz e calor,

Amada lado a lado enfim prossigo
Sem medo da saudade e do tormento
A sorte se prevendo sem perigo,

Um paraíso imenso; em ti fomento,
Querida, venha logo, eu te proponho,
No espaço viajar, planeta sonho...

Loures

Aguardo-te

Aguardo-te

Não venha me falar que não me espera
Aguardo teu carinho há tantos anos...
Vivendo pleno amor, em primavera,
A vida não teria seus enganos.

A boca que me beija e me alucina
Em versos declinados, te proponho.
Domando desde sempre a minha sina
Nascida na delícia deste sonho.

Amada como é bom estar contigo!
É mansidão que em luz tomando invade,
Não temo mais a dor e assim prossigo,

Deixando ali num canto, uma saudade.
Amor que sempre trago no meu peito.
Certeza de morrer mais satisfeito...

Loures

Apaixonadamente

Apaixonadamente


Apaixonadamente me perdi
Nos braços mais gostosos me aprofundo
Pois sempre desejei estar aqui
Nesta casa, contigo, em nosso mundo,

Estrela incandescente, Deus me deu
Trazendo uma alegria sem igual
Acendes o luar no olhar que é teu,
Fazendo a poesia natural.

Amando imensamente cada passo,
Sorrisos que em minha alma já descansam.
Uma ânsia feito amor decerto eu traço,

Momentos mais divinos nos alcançam
Pois sabem que encontraram o lugar
Aonde eu possa em paz, enfim, te amar...

Loures

Perversos

Perversos

De amores vou perdido pelo mundo
Percorro tantos astros que nem sei.
De tudo que eu te falo enfim me inundo,
Da vida que sem tréguas eu busquei.

Paixão que me arrebata e me domina
Não deixa nem sequer o que ora aprumo
Perfumando tua alma cristalina
Retendo dos prazeres todo o sumo.

Amar demais passou a ser a meta
Que traz o meu caminho mais florido
Por isso em minha voz, canta o poeta,

Sem amor nada faz sequer sentido.
Os cantos percorrendo os universos
Vibrando nos desejos mais perversos...

Loures

Amarga...

Amarga...

O quanto me restara disto tudo
No fim desta viagem pela vida,
A luta há tanto tempo decidida
E nisto o que restara, eu não me iludo,

Apenas percebendo não transmudo
A sorte que se vendo agora acida
E marca bem mais fundo esta ferida,
Deixando meu caminho o corte agudo,

O lento desenhar de opaca sorte,
O vento de tal forma me comporte
E a morte sem sentido algum impera,

Não vejo mais motivos de alegria
Tampouco o quanto quero ou mais queria
Mudasse a minha vida amarga, austera...

Loures

Extasiado

Extasiado

Se eu durmo no teu colo minha amada
Acordo satisfeito, extasiado.
Se eu trago no meu peito essa alvorada
O tempo segue em paz e iluminado,

Decerto neste amor eu posso crer
Resume minha vida enquanto tento
Momento de melhor te conhecer
Raiando nesse céu, no firmamento...

Vaguei por quase todo esse infinito
Em busca duma estrela que me desse
Amor maior que tanto necessito

E a vida de tal forma em luz se tece
Depois de tanta queda e de tropeço.
Encontro o que buscara e até mereço.

Loures

FARSA E FÚRIA

Açodas o que possa ser o fim
Do tanto quanto um dia imaginasse
A luta se transcorre em vago impasse
E mostra a solidão da qual eu vim,

Ainda quando vejo e busco assim
Oferecendo em vão a mesma face
Do todo que deveras desgraçasse
O templo destroçado dentro em mim,

O luto se investira em cada verso
E quando noutro tom já me disperso
Imerso no que penso nada sobra,

A sombra do que fomos, meramente,
A vida noutro instante segue e mente,
E o tempo em farsa e fúria se desdobra.

Loures

Heresias

Heresias

Nas tantas e diversas heresias
Os olhos já cansados da procura
No quanto a própria vida me amargura
Decerto; os novos sonhos; matarias,

As horas mais doridas e sombrias
Ascendo ao quanto resta e em tal loucura
A marca mais atroz audaz e escura
Adentra noites vagas e tão frias,

O tempo se escoando e vejo o fim
Deixando para trás o quanto em mim
Ainda se tentasse de tal forma

Vestindo os dias rudes e terríveis,
As sendas mais doridas e temíveis
O tempo pouco a pouco nos deforma...

Loures

Amar demais

Amar demais

Se os versos que te faço forem vãos,
Desculpe mas não quero te ferir.
Espelham os carinhos dessas mãos
Que em preces sempre vêm te pedir.

Perdão pelos meus erros infantis,
A flor não se maltrata, mas se rega,
Portanto em tantas mágoas me desfiz
A vida sem sentido sendo cega,

Por ter te magoado, assim, querida.
Por não ter me lembrado, sem cuidado,
Do bem maior que trago em minha vida.

Por isso esse meu verso machucado.
Desculpe meus ciúmes anormais,
Meu erro, com certeza, amar demais!

Loures

Amor da minha vida

Amor da minha vida

Amor da minha vida, que bom ter
Teus olhos em meus olhos, espelhares.
Sabendo conhecer em ti meu ser
Trazendo p’ro meu quarto, tais luares.

Amor de minha vida tão sozinha.
Espero que te faça mais feliz,
Por tanto tempo quis que fosses minha
Em todos os meus dias sempre quis...

Vieste salvadora como a praia
Que o náufrago deseja como em sonho.
Peço-te que jamais da vida saia,

Não quero mais viver onde me enfronho
Só peço meu amor o teu alento,
Que amor já sem igual ora incremento.

Loures

Jardins

Jardins


Recebo teus carinhos como a luz
Seduzido afinal não tenho escolha.
Amor como uma flor que me seduz
Deixa-me essa tristeza de ser folha.

Orbito tão calado sobre a flor
Que traz a primavera com certeza.
Vivendo o que vier, mais puro amor.
Calando-me diante da beleza.

Querer-te não é mais que ser feliz
Buscando a maravilha, te encontrei.
No mundo que de fato eu sempre quis

De espinhos, nesta vida, me cansei.
Agora que te vejo perto, assim,
Percebo que sou dono de um jardim...

Loures

Vaidade

Vaidade


A vaidade fere a quem amamos
Tomando de soberba o coração.
Por noites, madrugadas, procuramos
Amor que nos transmita uma emoção.

O mar quando se quebra em quente areia
Acalma esse calor que queima tanto
Teus olhos, o meu peito se incendeia,
Só beijos e desejos meu encanto.

Desejos que me trazes, minha amada,
Não vejo solução senão amar-te
Na cama que nos trouxe essa alvorada

Do amor, vasculharei parte por parte.
Eu amo teu amor que amor procura
Tomando minha vida em tal ventura...

Loures

Velhice

Velhice

Apenas o que resta, esta velhice
Que a cada novo dia mais consome
A luta se mostrando enquanto some
O mundo que esperança um dia disse,

Do quanto se presume e o tempo tome,
A morte noutro tom apenas visse
O fim do quanto possa esta mesmice
Na sede de viver, na imensa fome,

O manto destroçado, o fim de tudo,
E quando no final enfim me iludo,
Restauro os dias tantos que pudera,

Vencido caminheiro sem destino,
Aos poucos sem domínio me alucino
Alimentando assim a rude fera...

Loures

A paz e a morte

A paz e a morte


Emano tanto amor por cada poro
Sempre, quando te vejo louco fico.
Nos olhos que me mostras, me demoro,
Em tanto amor que tenho me edifico.

Mas sabes que não volto sem perdão
Por isso te proponho nova vida.
Abrindo com certeza o coração,
Pedindo, por favor, não mais divida.

Se nada saberia te dizer
Pedindo-te que fiques por aqui.
Achando-te começo a me perder

De amores que mais livre, presumi,
Por Deus, não há mais nada que conforte,
Quem sabe, no final, a paz e a morte...

Loures

Malfadadas

Malfadadas

Ao menos quando a sorte se fez troça
A luta sem saber do que viria
Matando desde sempre em agonia
O quanto na verdade se destroça

A sorte recomeça e nunca possa
Viver o que resta em fantasia,
A morte me rondando moldaria
A luta que decerto enfim se apossa,

Percebo o que atormenta o meu futuro
E vejo tão somente o que procuro
Nas tramas mais temidas enredadas,

Alçando o quanto pude num momento
O canto que deveras alimento,
Expressa as horas rudes, malfadadas...

Loures

Solidão atroz

Solidão atroz

Persigo meu amor sem ter paragem
Em vastas caminhadas de minha alma
Por dentro deste amor, minha viagem,
Ao mesmo tempo dói e tanto acalma.

Sentindo teu desdém, o passo austero,
E quase me entregando, sem sentido,
Ao mundo que perdido não mais quero.
De tanto amor que sempre tem havido.

Ávido de saber por onde andaste
No tempo em que vivias outras trilhas
Nem sinto, mas causando tal desgaste,

Revivo tais saudades e nisto brilhas,
Bem sei que nada mais resta do fato,
E a solidão atroz enfim constato...

Loures

LONGE DE TI

LONGE DE TI

Longe de ti percebo a solidão
Verdades e mentiras temerárias
Amores se viverem sem perdão
Nas dores sempre encontram adversárias

Se não te importas sinto tal tormento
Que quase me enlouqueço sem prazer.
Vivendo por viver já não aguento
Os males que me invadem todo o ser.

Estando junto a ti por outro lado,
Esqueço minhas dores, ressuscito,
Amor ao ser amor ama o amado

Com gosto, no segundo, do infinito.
Por isso te pretendo como um todo
Sem teu amor, decerto, frio e lodo...

Loures

Somente por te querer

Somente por te querer

Querendo teu amor como te quero
Espero que me queiras afinal
Querer que tanto trago em rito fero,
Em versos dedicando bem e mal.

A mente me remete a manso credo
Vencido pelas tramas do querer
Nas sendas do querer já me enveredo
Embora várias sortes possa ver,

Não pense que compensa essa batalha
Em campos delicados sem peçonha.
Querer quando nos quer a dor espalha

E traz o nosso amor, quando se sonha.
Mas desarmado vou para o teu lado
Somente de querer-te e ser amado.

Loures

Tolo coração

Tolo coração

Destino sempre prega tanta peça,
Embora muitas vezes surpreenda
Na vida quase nada que te impeça
Recebes com carinho em tua tenda.

Porém se amores mostram suas caras,
E mordem como fossem violentos.
Os sonhos mais difíceis anteparas
Em busca dos divinos, bons unguentos,

Vivendo deste amor qual peregrino
Que trama sem saber do seu caminho.
Amor por ser amor, faz seu destino.

E nele mesmo incrusta onde me aninho
Ao menos se escutasse minha prece
Mas tolo coração, nunca obedece!

Loures

Amargura

Amargura

Amor, que se fazendo em meus cuidados,
Torna-se quase sempre um instrumento
De sonhos e de cantos mais velados
Ecoa no meu peito enquanto tento

Divinos os teus rastros que percorro
Amares nunca dantes presumidos
Escapo numa escarpa, monte, morro.
Rochedos dos meus sonhos vãos, perdidos.

Mas, sendo quem não fora, quem me dera
Ser mar e navegar teu coração
Buscando em meu outono, a primavera

Pedindo, nos meus versos, teu perdão.
Amor que me maltrata, mata e cura,
Trazendo a quem lutasse esta amargura...

Loures

Estrela...

Estrela...


Bela estrela acendendo no meu sonho
Em brisas, maciez, em plena festa.
De tudo que sonhei, nada mais resta,
Senão o quanto a ti enfim proponho

A vida apara então a velha aresta
Transforma meu viver mais enfadonho
Num todo que pudesse mais risonho,
Traçando o quanto quero e em paz se gesta,

Abraço tal estrela que não sente
Abraços nem sementes que perfumo,
Esqueço meu caminho, caço o prumo,

E o tempo noutro instante mais presente
Quem dera se pudesse ouvir a estrela
E nada mais fazer senão vivê-la!

Loures

Uma alegria

Uma alegria

Dançando nas esferas e nas ruas
As nuas melodias e os sonhos,
Que fazem de meus olhos mais risonhos
E em plenas alegrias continuas

As Ruas e destinos são festejos
Realejos dos meus tempos de criança
Quem me dera se todos os desejos
Realizassem por certo uma esperança

Mas, nada , estou assim muito feliz,
Sabendo o quanto possa e mais veria,
O brilho dessa vida, sempre quis.

O coração supera a cicatriz,
Revivendo invadindo a poesia
Trazendo, ao fim da vida, uma alegria!


Loures

Albores

Albores


A manhã me trazendo seus albores
E seus raios solares... Sensação
Da abelha fecundando essas flores,
Na eterna primavera... Coração!

A manhã, companheira dos amores,
Refaz a nossa vida, é solução;
Para os noturnos medos, seus horrores,
Abrindo a porta, fecha a solidão!

Há tanta coisa mais interessante
Que acompanha os solares raios, vida...
As libélulas, pássaros, um sonho,

Nossa vida passando me agigante,
A tristeza anestésica, esquecida...
No encanto que deveras te proponho...

Loures

Dourado sonho

Dourado sonho

Dourado sonho dominando tudo...
Os olhos esquecidos adormecem...
Nas horas mais doridas não esquecem
E deixam o meu dia onde me iludo.

Não posso compreender, porém, contudo,
Que as noites que vieram se padecem
Dos sonhos que perdemos e enlouquecem
Fazendo um coração já tartamudo.

Amor interagindo com saudade
Matando, sem querer, o quanto invade,
Nos braços que me entrego; o que eu queria.

A vida me promete este tesouro,
Estrela que ilumina onde me douro
Vivendo o raro encanto da alegria...

Loures

Saudade

Saudade

Saudade me consome e não perdoa...
O mundo desabando pouco a pouco,
O grito na garganta quase rouco,
A vida não se faz decerto boa,

A voz desta saudade, triste ecoa,
E solta nos espaços, me treslouco,
E nada me consola nem tampouco
A liberdade em vão já não revoa.

Vivendo do que fomos, em torpe adendo,
O manto que me cobre se perdendo,
A vida me maltrata, e não permite,

O sonho que pudesse redimir,
E vejo meu momento sem porvir,
Ultrapassando enfim qualquer limite...

Loures

Em carne viva

Em carne viva

Na noite que deixaste em carne viva,
Meu peito procurando a liberdade
Vagando pelas teias da cidade,
A fonte mais atroz mais agressiva,

O medo se transforma enquanto priva
O sonho que decerto em dor invade,
Negando toda a imensa claridade,
Palavra que já fosse conclusiva.

Estou tão solitário, o vento frio.
Pousando aonde o tempo desafio,
A morte me rondando a cada instante,

E a vida deveras não afaga
Meu caminho distante, em rude plaga,
Apenas o final já se garante...

LOURES

Luz?

Luz?


A vida não seria tanta luz
Se quem sempre quis não me quisesse
Aí não bastaria toda prece
O campo sem teu braço não produz

O medo da saudade já traduz
Não há sequer ninguém que me confesse
Nem em reza nem festa nem quermesse
Que me faça um cantador onde eu me pus.

Somente me domina a fantasia
Que tanto quanto resta poderia
Trazer o que em verdade já desanda,

Mar e sol, lua e vida soberana,
O quanto a sorte trama e agora engana
Gerando da incerteza esta demanda...

LOURES

Ilusão...

Ilusão...


No jardim dessa vida tanta flor...
A noite que me trouxe também quis
Que embora não sonhasse ser feliz
Brotasse este ilusório e tolo amor,

Dentro desta saudade o vago olor
O canto de quem fora este aprendiz
Seguindo o seu caminho por um triz,
Além do quanto sabe em vão pavor.

A lua que nasceu dentro de mim
Também trouxera imenso desengano,
De tudo que sonhei; falso jardim,

Enquanto pouco a pouco enfim me dano,
Nas teias do que seja a magnitude
Do encanto sem igual, que tanto ilude...

Loures

Meu sonho...

Meu sonho...


Das terras estrangeiras o meu sonho!
Em forma de mulher encantadora
Das dores e dos medos, redentora,
De todos os caminhos, o risonho,

Quem teve tanta dor, a ti proponho,
Além do que em verdade sempre fora,
A vida mais audaz e promissora,
De um tempo onde ilusão em vão componho.

Que vivas; ao meu lado, o que me resta,
Abrindo meu futuro. E nesta fresta
O brilho possa ser bem mais constante,

A nossa melodia nos levante,
E o tempo anunciando o amanhecer
Permita cada sonho renascer...

Loures

Círculo vicioso

Círculo vicioso

Alegria nascendo a cada dia
Trazendo um vento calmo de esperança
Na luta sem final a vida avança
E toda a dor matando a fantasia,

A cada novo tempo, o que eu queria,
Inunda-me e deveras já me cansa
Rondando nosso amor em aliança
Tramando contra a noite amarga e fria,

Crisântemos florescem no jardim,
Eu guardo as ilusões dentro de mim
Pedindo que este canto se refaça

Por mais que seja triste a madrugada
O sonho traz envolto na alvorada
O renascer... E assim o tempo passa...

Loures

Escória

Escória

A vida sempre trouxe tanta dor,
Embora em poucas lutas que venci
Guardei essa esperança por aqui
Sabendo que abortei a bela flor

Duma felicidade em seu calor.
Por tanto que lutei sempre esqueci
Que a noite quando chega traz em si
O frio da saudade em seu vigor.

Mas nada mudará o meu caminho.
Meu mundo percorrer a pé, sozinho,
E nada se cambia nesta história,

Porém ao acordar nesta manhã,
Ao ver esta esperança tola e vã,
Reflexos de minha alma, leda escória...

Loures

Sem surpresas...

Sem surpresas...



A vida se mostrando sem surpresa
O corte tão profundo me entranhou,
De toda a fantasia que ficou,
Um gosto tão amargo da tristeza...

Mas a tarde trará nova certeza,
E mesmo o quanto resta não tocou
Pousando sem sentido; onde ora estou,
A luta se fazendo com destreza

O quanto se nublara toma o sol,
A sorte traiçoeira em arrebol
Aos poucos o futuro desagrade,

E tudo que parece tão distante
Apenas o vazio ora agigante
O quanto desejei: felicidade...

Loures

Atroz

Atroz

Nos jardins desta vida, tantas flores,
Os retratos divinos da esperança.
Por onde meu olhar, feliz, alcança,
Seguindo cada passo aonde fores

Um dia, poderia em raras cores,
Viver com harmonia tal lembrança,
Mas quando este vazio agora avança
Procuro cada rastro aonde fores,

E guardo na memória os teus perfumes,
Buscando inutilmente aonde rumes
A vida se repete em mesma tônica,

Felicidade traça este deserto,
Do sonho desejado enfim desperto,
E a sorte sempre atroz e desarmônica...

Loures

Mentiras

Mentiras

Não suporto a mentira que vivemos!
Somente uma verdade nos liberta
Disto que te falei esteja certa,
Assim em nosso mundo já morremos.

De tudo que na vida não sabemos
Apenas uma porta sempre aberta
Deixando essa emoção em vivo alerta
Teremos o futuro que queremos?

Não deixe que termine tudo assim,
Não sabe como dói o amargo fim
Do amor que sempre quis a primavera!

Portanto não me mintas, por favor,
Matando o que restasse em nosso amor
Que o tempo no vazio degenera...

Loures

Sem ninguém

Sem ninguém

Amor em suas asas tão serenas
Traz-me um gosto mais doce de saudade,
Que, ao relembrar, decerto enquanto invade,
Ditando as horas mansas, mais amenas,

Enquanto na verdade me condenas
Depois de tudo, a dor: fatalidade;
Que cessa todo o sonho, liberdade!
Agora no meu peito, velhas cenas.

Vencido pelo tempo que se esvai
Meu canto angustiado, o encanto trai,
Aguardo pela sorte que não vem...

O quanto imaginasse fosse meu
Há muito sem destino se perdeu
Procuro e sigo a vida sem ninguém...

Loures

Fragilidade.

Fragilidade.

Mares e marés, matas, cachoeira,
O canto da promessa já se cala.
A dor que me tortura a vida inteira
Batendo nesta porta, entra na sala...

A vida que deveras não se queira
Invade e de repente me avassala
Tomando o meu destino, derradeira
Palavra que decerto a sorte fala;

Quem sabe encontrarei no fim da vida
Depois de tanto amor em despedida
Depois da solidão que me comanda...

No cimo das montanhas, meu cansaço,
Do quanto desejara e mesmo traço,
O frágil caminhar em vã demanda...

Loures

Derrotas...

Derrotas...

Na guerra que travei eu quis a morte
Não venha discutir, mas estou triste.
Porém que sempre sonha não desiste
E a força que me move hoje é meu norte...

Tentei nessa batalha o que conforte,
Profundamente o sonho não resiste
E a vida sem sentido não insiste
No quanto sem valia me comporte,

Mas trago meu destino malfadado.
O tempo se passou; tudo acabado;
Não pude desfrutar qualquer momento,

Agora que estou velho, o que me traz,
O resto de meus dias; nega a paz,
Somente o que pudera e já nem tento...

Loures

PELO CANTO QUE NÃO TRAGO

PELO CANTO QUE NÃO TRAGO

Por tanto ou por um canto que não trago
Recebo teu perdão de sobremesa.
O rosto que se esconde, sem surpresa,
Não deixa nem sequer mais um afago.

Na doce mansidão perdi meu lago
Agora se me banho é de tristeza.
As cartas espalhadas sobre a mesa
O mundo não me deu sequer um trago...

Não deixe que a saudade te machuque
A morte em si talvez um tosco truque
Enquanto a vida dita este temor,

A força que te move me remove
O sonho se fizesse enquanto chove
Alucinadamente em franco horror...

Loures

Futuro?

Futuro?


Percebo meu futuro da janela
Espero mas não posso mais contar
Com a luz, com o brilho do luar
Já que nem toda noite se revela.

Meu barco vai sem quilha e perde a vela
Dentro de pouco tempo, naufragar.
Não quero ser sozinho e peço par,
Amor que me liberta desta cela

Por onde nem a luz se faça clara
Corcel que voa solto já dispara
Em busca de outro céu não se repete.

No risco que permite minha caça
Amor que não consigo se esvoaça
E dorme aonde a vida me acomete...

LOURES

Nada seria meu

Nada seria meu

Refeito deste susto que passei
Em busca dum amor mais que perfeito
Em mansa claridade já me deito
E quero me esquecer; e não mais sei

Seguindo este caminho em torpe lei
Apenas o vazio no meu leito
Procuro qualquer sonho, satisfeito,
Porém nada de fato enfim terei.

Eu quero a mansidão e desde agora,
A parte que me cabe não demora
E o tanto quanto eu quis se concebeu

Mas posso te dizer deste meu verso,
Que o passo noutro rumo enfim disperso,
E nada no final seria meu...


LOURES

Paz.

Paz.

Não quero transformar a nossa casa
Num terreno propício para a guerra,
Amor sem ser feliz logo desterra
Ao ver nosso castelo ardendo em brasa.

Se tudo que vivemos se defasa,
Total devastação na nossa terra
Meu barco, solto ao mar, à deriva, erra.
Sou pássaro perdido sem ter asa.

Em verdadeiro campo de batalha
Não posso mais conter, a dor se espalha;
E nada do que fomos vida traz...

Espero que te lembres neste instante
Do quanto algum respeito nos garante
Ao menos um convívio em maior paz.

Loures

Quimeras

Quimeras

Das distantes quimeras de minha alma
A luz sempre escondida, nunca brilha...
Meu pensamento segue em tosca trilha,
Embora tanta dor não traga calma.

Futuro que se esconde em cada palma
Talvez inda prometa a maravilha
Da sorte que deveras tanto humilha,
E a fonte sem limites não me acalma,

A minha sorte, embalde tanto insista,
Não posso permitir que o quanto avista
A vida sem saber do que viria,

Enquanto em desencanto em fúria ateias,
Veneno penetrando em minhas veias,
Matando o quanto resta em fantasia.

LOURES

Sempre te quis

Sempre te quis

Eu sempre te quis, nunca percebeste,
Em teu sonho diverso ensimesmado,
Meu mundo sempre trouxe amargurado
Desejo que jamais tu concebeste

Durante o teu caminho não viveste
As tramas que sonhei já desolado,
O mundo, que percebes segue ao lado,
Apenas; egoísmo; conheceste,

Agora que tu sabes que te quero,
O teu olhar irônico, insincero,
Fustiga enquanto corta e tudo invade,

A sorte sem caminho; em ti prevejo,
Na morte mais fugaz de algum desejo,
Matando o que pensei felicidade...

Loures

Insana.

Insana.

Menina nunca esqueça que o encanto
Que trazes nesta vida é passageiro.
Depois deste janeiro, o derradeiro
Sonho virá trazendo a dor que canto

E nestas toscas sendas, medo tanto,
De um pássaro ferido por inteiro
Será talvez teu único parceiro
Todo universo está em desencanto!

A noite se anuncia desde já
E tantos pesadelos te trará
Perceba: a juventude sempre engana...

Teus olhos de risonhos, doces brilhos,
Procurarão embalde novos trilhos,
E a vida se fará temida, insana...

LOURES

Dia frio

Dia frio

Relembro-me de tudo o que passei
Nesta busca infrutífera e sem fim
De tudo que guardei dentro de mim,
O mundo delicado que sonhei.

O resto de esperança em triste grei
Num canto, abandonado, do jardim.
As horas se escorrendo vão assim
Como se fossem corpos que deixei...

Carrego tanta morte em meu passado
O coração bandeia e vai de lado,
Amores num rosário que desfio.

O tempo quando a vida se apresenta
A dor que me transborda, violenta,
E me traz, novamente, o dia frio...

Loures

Solidão

Solidão

Não posso perceber quanta vitória
No gozo deste amor que sempre quis.
Se nessa amarga vida fui feliz
O gosto da delícia na memória.

Vencido pelo amor em plena glória
Não deixo meu caminho e peço bis
Recebo do teu céu lindo matiz
E mudo, num segundo minha história...

Bem sei que sempre sofres por enganos.
Teu coração permita novos planos,
Quem sabe encontrarás o quanto anseia

Nas tramas sem sentido e sem certeza
A vida se transcorre e dita a presa
Enquanto a solidão já nos rodeia...

Loures

Tatuagem

Tatuagem

Vencido pela noite que chegava,
Deitado sobre a cama sem prazeres
Distante dos amores e quereres.
Aquela a quem amara não deixava

Sequer a sua sombra. Sem a trava
Dos olhos tão sombrios quando queres
Maltratas sem sentir, tanto me feres,
Derrama minha sorte em tuas lavas,

Não podes entender que, nesta vida,
Nem sempre aguardará tal despedia
Quem nos dá carinho e nos repele

Portanto não se esqueça da semente
Que novo amanhecer nunca pressente
Marcando e tatuando a nossa pele...

Loures

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Percalços

Percalços

Bastasse acreditar no quanto possa
A vida sem temer qualquer percalço
E quando uma esperança em sonhos calço
A sorte superasse qualquer fossa,

A luta com certeza sempre endossa
E mesmo quando vejo o passo em falso
Deixando para trás o cadafalso
O mundo não traria a mera troça,

Abrindo mansamente cada porta
A imagem preferida amarga e morta
Esconde o teu sorriso de ironia,

E o vento em direção rude e contrária
Encontra esta razão imaginária
No pouco que decerto envolveria...

Loures

Couraça

Couraça

Esmiuçando o quanto resistira
Aos mais diversos tombos vida afora,
O corpo que este verme ora devora
Não traz senão a farsa, esta mentira,

E o tempo que deveras nos atira
Ao todo que pudera e sem demora
O cárcere da pele que me ancora
Impede as asas, tudo em vão retira,

Se a senda mais florida em tantas luzes
Ascendo quando envolto além das urzes,
Elísios campos, sinto junto a mim,

E enquanto na couraça feita em pele
A vida me constrange e assim repele
O quanto possa ter no bom Jardim...

Loures

A liberdade do renascimento.

ULTRAPASSANDO AS DIMENSÕES

ULTRAPASSANDO AS DIMENSÕES

Deixando a dimensão que tu me vês
Partindo para o quando de onde vim,
Não chores se imaginas ser meu fim,
A morte não permite sensatez,

O passo sem temor e em altivez
Dos sonhos entre rastros sem motim,
O vasto desenhar campo ou jardim,
Renova o quanto sou e tu não crês,

Ascendo e retornando ao meu espaço
Deixando para trás dor e cansaço,
Paixões tão egoístas, pois mundanas,

Retornarei ao quanto eu sempre fora
Na força sem igual transformadora
Além das mais venais fases humanas.

Loures

RENASCER ETERNAMENTE RENASCER...

Satânico. IMAGEM ESPECULAR

Satânico. IMAGEM ESPECULAR


Ousar sentir a dor de ser satânico
Enquanto tu renegas tua imagem,
O templo desenhado em tal visagem
Demonstra o quanto sou em ledo pânico,

Meu passo se mostrara ora tetânico
E vejo neste espelho outra miragem
Que vaga na temível paisagem
Paragem onde o caos se faz orgânico.

A fúria que me move e me consome,
A luta sem descanso gera a fome,
O quanto se é difícil ser cristão,

Ensinamento quase que diário,
Expondo o sangue inteiro num sudário
Que trace a lenta e vaga evolução.

Loures

RETORNO...

RETORNO...

Da quarta dimensão surgindo o ser
Que agora se desnuda inteiramente,
E o quanto na verdade se fomente
Sentindo pouco a pouco esvaecer,

O rumo a se tomar, o que perder,
O tanto que pudera e não se sente,
A vida mais audaz se fez urgente
E a morte faz enfim o renascer,

Devolvo à terra o quanto dela sorvo,
Vomito com prazer o velho corvo
Que um dia em tal masmorra encarcerei,

Sem nada que socorra nem permito,
Apenas volto ao tom claro e infinito
Do templo que em minha alma emoldurei...

LOURES...

SEJAS FELIZ.

Desnudo

Desnudo



O que ora vês nas ruas e vielas

Não diz na realidade nada além

Do quanto em podre face ora contém

O que distante sei que não revelas,



As sendas desfiando em rudes telas,

Cortejos quando as noites turvas vêm,

E o tanto que pudera sem ninguém

As horas nunca foram nobres, belas.



Ensimesmando a morte que carrego,

Um ser que na verdade insano e cego,

Ao menos se presume em vida enquanto



A pútrida carcaça inda compõe

Do que decerto envolto inda se põe

Marcando como fosse um falso manto...



Loures


eis-me...

Regresso...

Regresso...

Retorno ao mesmo não enquanto eu vim
Vagando sobre pélagos, astrais,
E os olhos entre tantos, demonstrais,
O quanto restaria vivo em mim.

No encanto em desencanto quando enfim
Arcasse com meus vários areais,
Os olhos entre engodos irreais
A morte renascendo sempre ao fim,

Não quero e nem queria algum afeto,
Apenas no vazio eu me completo
E sei do quanto fora em mera farsa,

Abandonando o corpo ao deus-dará,
O todo que se mostra desde já
Película disforme me disfarça...

LOURES

restará somente a inútil carcaça

Apenas ao não ser

Apenas ao não ser

Embora tantas vezes imagine
Que possa transformar, já não consigo,
A vida se traduz em desabrigo
E o tempo no vazio nunca ensine,

O preço a se pagar não se combine
A sorte dita em luta e se prossigo,
Quem dera se tivesse algum amigo,
Porém o mundo em vão jamais opine,

Carrego os meus fantasmas, nada além,
E sei do quanto possa e me convém
Vencido pelas tramas, vil enredo,

E quando me imagino ainda vivo,
O prazo se mostrara imperativo
E apenas ao não ser eu me concedo...

Loures

Fim de jogo

Fim de jogo

Reveja simplesmente cada cena
Daquele que se fez em rude traste,
E sei quanto em verdade tu notaste
Da sorte que de fato me condena,

Palavra que tentasse mais serena
Apenas noutro tom já demonstraste
O quanto traz a vida em tal desgaste
Na velha sensação que ora envenena.

Cadáver ambulante de um passado
Há tanto pela vida, destroçado,
Amaldiçoado ser envolto em lama,

Atinjo a cada instante o perigeu,
O rumo há tanto tempo se perdeu,
Agora a morte apenas, me reclama...

Loures

TATA DOR

Tanta dor

Tecesse qualquer fato discrepante
Dos tantos que enfrentasse vida afora
A sede do que possa me apavora
E o nada noutro tom já se garante,

O vento se mostrando num instante
A fonte já secando, não demora,
A farsa na verdade revigora
E o corte se mostrara doravante,

Resumos destas somas que no fundo
Traduzem o que entranha quando inundo
O peito mais sutil de um sonhador,

Encontro meus pedaços pelas ruas
E sei que mesmo quando continuas
Espalhas pelas sendas tanta dor...

Loures

NADA ALÉM

NADA ALÉM

Vagando sobre as pedras nada além
Dos túmulos que trago na memória
A vida se renova e segue inglória
Aponta o quanto sinto e sei que vem,

O mundo se desdenha e sem ninguém
O verso noutro todo dita história
E marca como fosse a mesma escória
Que infesta este cenário em tal desdém.

O medo não mascara o passo em falso,
Apenas esperando o cadafalso
Tramitas entre o quanto pude e o nada,

Vestígios do que fomos no passado,
O verso noutro tom embolorado
E a luta tantas vezes desdenhada.

LOURES

O QUANTO VEJO

O QUANTO VEJO

Não mais do quanto a vida nos trouxera
Pousando mansamente aonde eu vejo
A velha solidão, risco e desejo
Que possa nos trazer a sorte austera,

Ocasionando a queda o que se espera
Encontra o meu sentido onde um lampejo
Dizendo a cada instante deste ensejo
Vagando onde a verdade fora mera,

Arguta noite envolta nos entalhes
Reparo no que possa se retalhes
Eclode em mil pedaços, sem mais nada,

A luta se desenha onde desdenha
A vida se mostrando em rara ordenha
Deixando para sempre a velha estrada...

LOURES

Maria ou José? Somente Cristo...

Maria ou José? Somente Cristo... ou cutucando onça com vara curta



Não posso me calar perante o fato
Que tanto me incomoda e digo aqui,
Segundo o quanto leio e ora constato,
O Cristo sendo herdeiro de Davi,

Maria, na verdade é o retrato,
Daquela pela qual eu concebi
A sorte que deveras percebi
Escolha de José, num velho trato.

Portanto, o que se pode perceber,
Enquanto se conceba o santo ser,
Que a presença de Maria, ocasional,

Escolhida por José e não por Deus,
Quem redimisse enfim, tantos judeus,
Sendo Ele sim, semente magistral.

Loures

MENTECAPTO

MENTECAPTO

Somente o mais completo mentecapto
Ainda perde o tempo com poemas
E tanto quanto possa e mesmo temas
Ousar imaginar o que não capto,

A vida quando muito em vão me adapto
E sigo seus diversos vãos dilemas
E tento adivinhar entre os problemas
Os olhos da que busco em quase rapto.

Pudesse usar meu tempo de outra forma,
Porém a fantasia me deforma
E gera esse energúmeno imbecil,

Vagando por estrelas me disperso
E creio ser possível nalgum verso
O todo que meu mundo em vão sentiu.

Loures

SONHOS?

SONHOS?


Dos sonhos fora um mero camarada
Que a luta desviasse do caminho,
E tanto quanto possa em vão me alinho
Nas curvas mais fechadas desta estrada,

A viga noutro encanto destroçada
O verso mais feroz mesmo daninho
Do roseiral carrego cada espinho,
E a luta se desenha em sempre nada,

O medo não teria o resultado
Do quanto se tentara desenhado
Em cada garatuja que fizeste,

No amor que na verdade configura
A farsa mais atroz, caricatura,
Que tanto quanto possa compuseste.

LOURES

Noite escusa

Noite escusa

Porquanto se fizera em noite escusa
Versando sobre o quanto pude um dia
O passo transformando o que viria
E a luta noutro tom sempre confusa,

A vida na verdade ora inconclusa
O medo do que surja tomaria
A face mais sutil mesmo vadia
Que possa transformar o quanto abusa.

A morte sorte e sina de quem tenta
Vencer com mansidão qualquer tormenta
Espreita num irônico momento,

E vendo o que me resta deste nada
A sorte tantas vezes desejada
Encontra este terror e me atormento.

Loures

Jazigo

Jazigo

Do quanto desejei resta um jazigo
E nele cada resto decomposto
Marcando o quanto houvera em tal desgosto
Vivendo o que buscara e não consigo,

O tempo se transforma em rude amigo
E sei do que se veja em ledo posto,
Ao menos o meu mundo sem tal gosto
Agostos enfrentando, mas nem ligo.

Prezando qualquer coisa que devesse
Mostrando o que deveras merecesse
Espero o fim de tudo e nada mais,

Os olhos procurando algum atalho,
O corte se anuncia e nada valho
Sequer os meus momentos ancestrais.

Loures

DANINHO

DANINHO

Restando do que eu fora este detalhe
E o todo retalhado em mil pedaços
Sorrisos em verdade sendo escassos
A cada novo passo mais batalhe,

O verso se mostrara num entalhe
Diverso do que possa em dias lassos
E o vento se mostrara sem espaços
Vagando sem sentido o quanto falhe,

Não vale na verdade quase nada,
A sorte sem sentido anunciada
Nas curvas fechadas do caminho,

E vendo o quanto resta e me abandona
Meu velho sofrimento vem à tona
E bebo do que fora atroz, daninho...

LOURES

DEVANEIO

Devaneio

Ao menos sei que o fim já se veria
Depois da tempestade mais atroz
E quando imaginasse o rude algoz
O tempo se fizera em ironia,

O quase se demonstra em sorte fria
E o peso arrebentando velhos nós
Meu mundo se desdenha ora sem voz
Marcado pela sorte mais sombria,

A luta sendo inútil no final,
O tanto quanto fora atemporal
Restaura o mesmo instante que não veio,

Anseio o meu cenário mais perfeito
E o mundo se transforma quando deito
E bebo do que posa em devaneio.

Loures

Sangue e corte

Sangue e corte

Os olhos entremeiam sangue e corte
A sombra do que fui não mais reflete
O tanto que pudesse e o canivete
Promete simplesmente o fim e a morte,

Sem nada que deveras me conforte
O todo quanto resta e me compete
No fundo assinalando o que repete
A luta traz a fúria em vento forte,

O bêbado cenário em tom sombrio
O velho caminhar em desafio
O desvario feito dia a dia,

E o caos que nos servisse como alento
Marcando o que me reste e mesmo tento
Vencer o que jamais conseguiria...

Loures

Adeus

Adeus

Despeço-me de ti e te desejo
Que tanto tenhas sorte e mesmo além
A vida mais feliz que te convém,
Ousando muito mais a cada ensejo,

Por vezes te incomodo e num lampejo,
Reparo o que de fato sempre vem
Acompanhando o quanto fora o bem
De um mundo mais distante do que vejo,

Não te incomodarei, eu te asseguro,
Meu passo sem destino e sem futuro
Esbarra no vazio em precipício,

E o quadro que decerto agora busco,
Enfrenta a cada espelho o ser velhusco
Que teve da esperança espúrio vício...

Loures

E boa sorte...

Mil perdões

Mil perdões

Perdoe cada audácia deste verme
Um ser tão tenebroso e até risível
A face mais atroz rude e temível
Podre e asqueroso ser, um tosco inerme,

Ao todo que deveras me concerne
Esbarro nos esgotos que cultivo
E quando se presume mais altivo
Minha alma sem sentido ora se inverne,

Perdoe cada sonho que inaudito
Jamais se cumpriria, enfim de fato,
O todo que decerto ora constato
Retendo na garganta o torpe grito,

Meu tempo desolado, amargo e gris,
Porém um ledo inseto enfim, te quis...

Loures

Mil perdões

Mil perdões

Perdoe cada audácia deste verme
Um ser tão tenebroso e até risível
A face mais atroz rude e temível
Podre e asqueroso ser, um tosco inerme,

Ao todo que deveras me concerne
Esbarro nos esgotos que cultivo
E quando se presume mais altivo
Minha alma sem sentido ora se inverne,

Perdoe cada sonho que inaudito
Jamais se cumpriria, enfim de fato,
O todo que decerto ora constato
Retendo na garganta o torpe grito,

Meu tempo desolado, amargo e gris,
Porém um ledo inseto enfim, te quis...

Loures

Mil perdões

Mil perdões

Perdoe cada audácia deste verme
Um ser tão tenebroso e até risível
A face mais atroz rude e temível
Podre e asqueroso ser, um tosco inerme,

Ao todo que deveras me concerne
Esbarro nos esgotos que cultivo
E quando se presume mais altivo
Minha alma sem sentido ora se inverne,

Perdoe cada sonho que inaudito
Jamais se cumpriria, enfim de fato,
O todo que decerto ora constato
Retendo na garganta o torpe grito,

Meu tempo desolado, amargo e gris,
Porém um ledo inseto enfim, te quis...

Loures

Exílios.

Exílios.


Idílios entre exílios e mentiras
As traças devorando o que restara
Do todo que deveras se antepara
E rasga o coração em ledas tiras,

Marcando o que de fato tu retiras
Da senda mais sutil e mesmo amara,
O quanto se presume em tal seara
Expressa a sensação que enfim prefiras,

Esgoto minhas forças, morte lenta,
E o tanto que me invade não sustenta
O quanto que degrade a cada dia,

O velho coração inda se esmera
Lutando contra a sorte rude e austera
Que a morte pouco a pouco me traria...

LOURES

CARCOMIDO

CARCOMIDO

Um velho carcomido pela sorte
Apenas nada além deste fantoche
Que tanto se expusera ao vão deboche
E agora procurando a doce morte,

Sem nada que deveras me conforte,
A velha solidão, sofrível broche,
O sonho que a verdade logo moche
O manto já puído em ledo corte,

Nas rugas e grisalhas esperanças
Enquanto sobre o corpo ris e danças
Encarquilhado verme se esmagando,

O tempo foi cruel, nada mais falo,
Do quanto mal sobrara este vassalo
Expressa o quanto vale em mundo infando.

LOURES

Féretro

Féretro

Estupidando o quanto me restasse
Ao fim do meramente insisto em nada
E sinto a própria vida destroçada
Marcada pelo todo em torpe impasse,

Crisalidando o pouco que moldasse
A morte que se faz quase hibernada
Eclode na ilusão elucidada
E mostra a podridão da minha face,

Um monstro tão somente e nada além
Do quanto com certeza sei que vem
Apenas o final tanto querido,

Restando pouco tempo e nada mais,
As horas que me restam são finais
E o féretro traduz cada sentido...

Loures

Senilidade

Senilidade

Apenas um apêndice de vida
Que sobrevive aos trancos e barrancos
Os olhos entre dias rudes, francos,
A luta tanto tempo já perdida,

E a sorte noutra senda resumida,
Aos dias mais doridos, tais arrancos,
Os passos pela sorte seguem mancos
E a face há muito tempo carcomida.

Não quero algum sorriso nem tampouco
O quanto se mostrara além do pouco
Que valho sem sentido em vida escusa,

A sórdida presença da ironia
Que tanto quanto possa me traria
Vórtice com o qual a morte cruza...

Loures
Marcando com as duras ironias
Os ermos de minha alma, simplesmente
E o quanto se moldara e nada tente
Ousando acreditar quando virias

Esgoto o meu cansaço e não trarias
Sequer o quanto busco impunemente
A senda mais diversa se apresente
Em meio às duras sortes tão sombrias.

Verdejas esperanças que não vêm,
Depois de certo tempo sem ninguém
A vida no final contemporiza

E bebo cada gole deste tanto
E nisto tão somente o que garanto
O tempo se espalhando em mansa brisa.

O fim...

O fim...

Meu fim já se aproxima e nada faço
Espero mansamente o que virá
E sei do que pudera desde já
Vencendo com certeza este cansaço,

O tanto quanto possa este palhaço
No esgoto aonde o sonho levará
O verso mais audaz que a luz trará
No medo sem sentido que hoje traço,

Respaldos no passado e no futuro,
Apenas o vazio configuro
E bebo deste caos todo o veneno,

E quando na verdade o que me resta
É ter esta ilusão em vaga fresta,
Aos olhos deste todo eu me apequeno.

Loures

INSENSATEZ

INSENSATEZ

O mundo gera em si metamorfoses
Que possam nos trazer novas promessas
Das sombras que deveras recomeças
Vencendo o quanto pude em tons atrozes,

Alçando a companhia dos algozes
As sortes entre os erros às avessas,
Nos templos entre mortos já confessas
O quanto se perdera em toscas vozes,

Escravizado ser que não suporta
Abrir o quanto resta desta porta
A morta sensação do que se fez,

Não vejo mais deveras nada além
Do quanto se desenha quando aquém
Do todo eu semeasse insensatez.

LOURES

QUEM TU ÉS

Quem tu és

Já não mais comportasse outro detalhe
Enquanto o que me resta não se faz
No tempo mesmo quando deixo atrás
A sorte que tampouco me retalhe,

Não quero outro momento que ora falhe
Resvalo no que fora mais tenaz
Deixando o que se fez onde se traz
A luta que pudesse e não se atalhe,

A falha dos meus passos se envereda
Marcando com terror a simples queda
Queimando como fogo sempre os pés

E sei do quanto pude na verdade
Vencido pelo pouco que degrade
Matando em realidade quem tu és...

Loures

O mesmo adeus

O mesmo adeus


Nas minhas desventuras e temores
Os tempos entre enganos entranhasse
E a vida se mostrando em rude face
Moldasse com certeza o quanto opores

Aos dias mais venais em seus terrores
O marco desenhado em ledo impasse
E o verso que decerto anunciasse
A morte do que fossem belas flores,

Opaco e sem sentido, morro agora
E deixo para trás o quanto ancora
Dos tantos e dispersos mares meus,

Somando o que pudera e não tivesse
A vida se tramasse em rude messe
Deixando no caminho o mesmo adeus.

Loures

LAVA

Lava


Não mais que o quanto reste configura
O vértice dos sonhos no apogeu
Ou mesmo o que em verdade se perdeu
E deixa para trás farta loucura,

Meu mundo em tal detalhe se depura
O corte noutro tanto percebeu
Da morte que entranhara e sendo meu
O vento não traduz o que procura,

Navego contra tudo e contra todos,
Adentro as ilusões bebendo os lodos
E sei dos riscos tolos que enfrentava

Vulcânicas verdades são primícias
Dos quanto se desenham sem notícias
Derramam sobre nós fuligem, lava...

LOURES

Ironia

Ironia

Num acre desenhar enquanto pude
Viver o mais audaz e insano passo,
O todo quando tento e nada traço
Deveras noutro instante se amiúde,

O sonho se fizera em plenitude
E o canto mais sutil, mesmo que escasso,
Vagasse sem saber o quanto faço
Marcando com temor cada atitude,

Não mais que o fim do jogo eu prenuncio,
E sei do desenhar em desafio
Do velho sonho em forma de desejo,

A luz que outrora quis já não se via
Apenas a temível ironia
Que tanto quanto incauto em ti prevejo.


Loures

Carcaça

Carcaça

A cada novo instante o mesmo tom
Que possa ser diverso do passado
Enquanto o tempo trouxe o destroçado
Caminho que eu julgara outrora bom,

A luta se desenha e sei do dom
De quem se fez decerto amargurado,
Vencido companheiro que ao meu lado
Espalha sonhos falsos de neon,

Avanço contra os restos e as carcaças
Enquanto pouco a pouco sei que passas
Trazendo em teu olhar o que me resta,

Assíduo companheiro do vazio,
O todo noutro passo desafio
E bebo da esperança mais funesta.

Loures

Pandemônios

Pandemônios

O prazo determina o fim de tudo
E o questionar da vida não traria
Sequer o quanto reste em ironia
Nem mesmo quando enfim, tolo me iludo,

O preço a se pagar, quando o amiúdo,
O vento noutro tom mergulharia
A sorte mais temida em agonia,
Sem ter o que pudesse atroz e agudo.

Acrescentando ao nada o que me resta
A face mais atroz, muda e funesta,
Alimentando em paz velhos demônios,

Os dias entre medos e tormentas
As ondas quando em sonhos tu fomentas,
Designam costumeiros pandemônios.

Loures

Satânico elemento

Satânico elemento

Satânico elemento que alimento
Com minhas mãos deveras calejadas
As almas entre vermes desenhadas,
O quanto se imagina em dor fomento,

A luta se fizera em tal tormento
As sortes sobre as pedras são lançadas
E as marcas noutras tantas consagradas
Palavras lavras, larvas, armas, vento.

Ocasos entre caos e nada além
O prazo determina o quanto tem
Do tempo sem ter tempo de assim ser,

Assíduo companheiro do vazio,
Apenas outro passo ora procrio
E sinto a cada dia me perder...

Loures

Rude canalha

Rude canalha

Tua presença em si, rude canalha,
Espelha o quanto na alma inda carrego,
E mesmo sendo o tempo tosco e cego,
A luta pouco a pouco em vão se espalha,

Rechaço cada abraço, uma batalha.
E o fim em precipício ora não nego,
Diverso do que pude quando entrego
A morte sem desculpas já se atalha,

Retalhos do que um dia imaginamos
Prenunciando o fim que desenhamos
Na rota sensação do ser espúrio,

O tétrico caminho percorrido,
O mundo noutro manto destruído,
Meu sonho, com certeza, enfim, torture-o.

Loures

Sordidez

Sordidez

Na sórdida presença da verdade
Que tanto se escondera sob ti,
O tempo noutro enlace percebi
Enquanto a podridão já nos degrade,

Mergulho no teu ar de falsidade
E vejo o que de fato mereci,
Também enquanto aos poucos pereci,
O mundo se negou à liberdade,

Restando em teu olhar a hipocrisia
E dela a verdade ressurgia
Marcando o dia a dia com sorrisos,

E vejo na ironia de teus braços,
Os velhos sentimentos tão escassos
Em dias com certeza ora imprecisos.

Loures

Agrestes

Agrestes

Não venhas me dizer do quanto um dia
Eu pude arrebentar tuas correntes,
No fundo o que mais quero e tu desmentes
Apenas noutro tom perceberia,

A vida perpetua em tal sangria
Momentos tão diversos, penitentes,
E os olhos quando os tive transparentes
Somente esta verdade se veria,

Arcando com enganos costumeiros
Apodrecendo enfim nossos canteiros
Os dias derradeiros tu me destes,

Os solos mais sublimes esquecidos
E os sonhos entre tantos revolvidos
Terrenos que cultivo, sempre agrestes...

LOURES

Apenas fantasia

Apenas fantasia

Já quase nada mais se faz além do quanto
Tentara sem sucesso e não percebes
Enquanto caminhando em vagas sebes
Esperas o vazio em desencanto,

Oprime-se saber que o que garanto
Não traz nem mesmo o todo que concebes
E sinto a solidão que ora recebes
Qual fosse o derradeiro, último manto.

A vida não teria qualquer senso
Nem mesmo concebendo o quanto penso
Do nada que me deste como agora,

O preço quedaria outro tormento
E quando na verdade o sonho eu tento
Apenas fantasia me devora...

Loures

Perfumes silvestres

Perfumes silvestres

Nos campos onde espero ter meu fim
Os perfumes silvestres me dominam.
Minhas noites, nas flores se alucinam
E deixam bem distante meu jardim.

Tem rosas, tem crisântemos, jasmim.
Porém os tais perfumes desatinam
Aquelas que, passando se destinam
Aos campos que inda guardo dentro em mim.

De todos os desejos que esqueci
Um deles; rememoro; vivo em ti,
Dos sonhos que perdi; tanto desejo,

Os olhos perfumados de esperança
Da flor que mansamente em paz te alcança
E traz todo este anseio que eu prevejo...

Loures

Estrela d’alva.

Estrela d’alva.

Desta brilhante estrela matinal
Pressinto nosso amor como um corcel
Que, livre, caminhando pelo céu
Traz-nos esta alvorada divinal!

Quem dera viajar por belo astral
Em busca deste belo carrossel
Que trouxe nosso amor num carretel
De estrelas com doçura virginal.

Não deixe que a manhã tão ciumenta
Encubra tanto brilho. Ao menos tenta,
Tomando este cenário onde se espraia,

Porém em minha vida se irradia
Vagando desde sempre a fantasia
Da sorte que deveras não me traia...

Loures

Fantasia

Fantasia


Angelical formato majestoso
Que sempre me iludiu, agora vejo.
Foram tantos momentos de desejo
E jamais esperava pelo gozo

De poder me sentir tão orgulhoso
Por roubar desta deusa um simples beijo!
Lembrando deste fato então versejo.
Meu mundo não se mostra tenebroso...

Nos céus que te procuro nunca estás,
Na mão que me acarinha mais audaz
Eu sinto essa presença que inebria...

Uma vontade imensa algum delírio,
Em tuas asas deixo meu martírio
Mergulho na infinita fantasia!

Loures

Incertezas

Incertezas

E Vênus procurava quem seria,
Dentre todas as damas e princesas
Aquela que por ter delicadezas
E formas que gerassem alegria,

Pudesse competir com ela, um dia...
Em todos os momentos, incertezas
Criadas pelas várias naturezas
Que fazem da mulher a fantasia;

Porém, no momento de vingança
A luta em destempero não se cansa,
Renasce com tamanha rebeldia,

E o todo pouco a pouco já se acida,
Tomando sem defesas minha vida
Negando o quanto tenho e o que eu teria...

Loures

UMA ALVORADA

UMA ALVORADA

Os sons desta alvorada em minha vida
Refletem mansidão que sempre quis
A vida se transforma em seu matiz
E traz essa esperança adormecida...

Mentiras e verdades, despedida,
Vou só; não se escreve o que se diz.
Porém quando no mundo for feliz
Não deixe que a saudade dolorida

Traga o gosto feroz desta vingança.
Tampouco a solidão que enfim avança
Apenas destruísse tua estrada

A senda mais audaz, atroz e rara,
A treva a cada instante o sonho aclara
Apenas vem surgida a madrugada!


LOURES

Nossa noite

Nossa noite

Nossa noite será bem mais tranquila.
Os ventos que sopravam se acalmaram.
Os medos que tivemos se acoitaram
A lua enamorada sobre a vila...

O canto que trouxeste já destila
O gozo dos que nunca procuraram
Outro colo sequer, pois se encontraram...
A vida não perdoa quem vacila

Por isso, o nosso amor, sempre vigio,
Em momentos mais belos, o desfio,
E penso em preservar nosso desejo.

Não me envergonho e grito a todo mundo
Que da força do amor eu já me inundo
Contigo em minha vida, eu sempre o vejo.

Loures

Vida insana

Vida insana


As matas me preparam a surpresa...
Encontro várias garras afiadas...
Minhas costas estão todas lanhadas
Pela força que emite a natureza.

O manto que te cobre de nobreza;
D’ébano. Mal surgidas madrugadas
Os rastros tão sutis ventos, lufadas,
Tocaias se preparam, sou a presa.

As unhas me penetram e torturam
As presas me maltratam e me curam.
A vida tantas vezes já me engana,

Em múltiplos delírios sigo a noite,
O beijo da pantera, meu açoite;
Nos olhos traiçoeiros vida insana...

Loures

Ausência

Ausência

Falar do nosso amor é repetir
Os versos que procuro pela vida.
A noite sem te ter cai dolorida
Estrela sem te ver não quer mais vir...

Então eu venho em preces te pedir
Que nunca mais me fale em despedida.
A morte sempre atenta e desmedida
Quem sabe, de repente, vai surgir?

Deixa-me em cada noite, vais aos céus,
Levando em tuas mãos teus turvos véus
E em prantos minha noite continua...

Do quanto quis a vida já te vais
As noites tão distantes, desiguais,
Verdade nunca surge nua e crua...

Loures

Busca em vão

Busca em vão

Embalde tantas vezes procurei
Pelas ruas e estradas, o meu rumo...
Por vezes acredito que acostumo,
Mas sempre que puder eu lutarei...

Esse caos que em meu mundo fora lei
Não pode permitir meu novo aprumo,
Em espinhos fatais já me perfumo.
Porém deste seu rosto esquecerei!

Não me venha falar inda me quer.
Eu busco cegamente uma mulher
Distando do que encontro agora aqui,

A sombra que deveras vem e invade
Traduz o quanto existe em realidade
Marcando desde sempre o que perdi...

Loures

A LUZ DESTE FAROL

A LUZ DESTE FAROL

Deus protege quem ama e não maltrata,
Essa verdade trago sempre em mim.
Quem faz do amor princípio meio e fim,
Conhece a maravilha da cascata,

Já teve seu prazer na serenata,
Sente a delicadeza do jasmim
E sabe cultivar belo jardim.
Das flores, com carinho, sempre trata...

Pois tive essa certeza, minha amada,
Quando a vi me trazendo essa alvorada
Co’o brilho matinal de forte sol.

Minha vida, de novo em primavera,
A morte sem perdão desta quimera.
Renova a rara luz deste farol...

LOURES