Desnudo
O que ora vês nas ruas e vielas
Não diz na realidade nada além
Do quanto em podre face ora contém
O que distante sei que não revelas,
As sendas desfiando em rudes telas,
Cortejos quando as noites turvas vêm,
E o tanto que pudera sem ninguém
As horas nunca foram nobres, belas.
Ensimesmando a morte que carrego,
Um ser que na verdade insano e cego,
Ao menos se presume em vida enquanto
A pútrida carcaça inda compõe
Do que decerto envolto inda se põe
Marcando como fosse um falso manto...
Loures
eis-me...
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