Sobre o nada
Jogado sobre o nada que me deste
E os olhos perfurados pelo sonho,
O tanto que pudera tão medonho
Retrata o quanto deva e não vieste,
Apenas o que resta a velha peste,
O todo aonde o passo rude eu ponho,
E sei que na esperança se me oponho
Sangrando em cada poro, me trouxeste,
Eclode em cada verso o que sou eu,
O tanto que deveras se perdeu
Não mais que merecesse melhor sorte,
Ocasos são diversos do que pude,
Tramando este momento amargo e rude,
Que embora fira, ao menos, me conforte...
Loures
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