O QUANTO ME CONDENAS
Não mais se apresentando o sentimento
Aonde o meu caminho fora apenas
O tanto que deveras me condenas
Enquanto novo dia sempre tento,
Vestindo o quanto é rude este lamento
Bramindo quando em vão tu me envenenas
As frases entre as quais não mais serenas
Nem mesmo apaziguasse o imenso vento.
Mecânicas diversas desta sorte
Sem ter quanto pudera e me conforte
O marco se transforma em ironia,
E brindo cada passo que pudera
Trazer de novo viva primavera
Embora na verdade nada havia.
MARCOS LOURES
PARA TANTOS, PRINCIPALMENTE MARCOS GABRIEL, MARCOS DIMITRI E MARCOS VINÍCIUS. MINHA ESPERANÇA. RITA PACIÊNCIA PELA LUTA.
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
quarta-feira, 28 de agosto de 2013
NÃO É PROIBIDO PENSAR
Como não é proibido pensar, uma coisa me chama a atenção e
me preocupa muito, tanto quanto cidadão como também profissional da saúde.
Vivemos uma situação crônica, porém grave de ausência de
atendimento primário de saúde pública no país. Isso é quase uma unanimidade
entre os que lidam diretamente ou indiretamente com essa realidade.
A situação é de caos absoluto em mais de 700 cidades do
país, ou seja, mais de 10% dos municípios.
Há uma reclamação com relação à falta de investimento
público e essa é uma realidade, porém quando o governo resolve atender às
justas reivindicações da sociedade,
conclamando a classe médica brasileira a diminuir esse caos pagando
cerca de 15 salários mínimos, a resposta do CFM e da classe médica é de, além
da negativa de aceitação da proposta, uma “revolta” orquestrada politicamente
contra a própria população carente.
A situação é caótica e isso só não vê quem não tem olhos
nem sensibilidade ou um mínimo de bom senso.
Acho muito interessante quando se publicam imagens de
miseráveis famintos na África que são tocantes e realmente assustadoras.
A realidade das cidades sem atendimento primário de saúde
se aproxima dessa realidade, com o agravante de termos recursos e número de
profissionais que poderiam minimizar ou mesmo exterminar essa terrível face da
injustiça social.
A vinda de médicos estrangeiros quando na negativa dos médicos
brasileiros de participarem de uma melhora do atendimento básico de saúde é de
vital importância para que essa realidade se modifique.
Mas, a reação da classe médica agredindo os que se
dispõem a cumprir esse dever social que ela se nega a cumprir me faz pensar
que, numa situação de emergência e essa é a realidade de 700 municípios
brasileiros, como seriam recebidos os Médicos Sem Fronteiras e a Cruz Vermelha
Internacional.
A morte de crianças e de doentes crônicos pela simples
falta de assistência primária é calamitosa, e tão grave quanto a realidade dos
famintos africanos.
Será que é esse o país que queremos?
Será que é esse o mundo que queremos?
HUMANITARISMO é isso?
Convido a quem não conhece, dar um pulinho e morar numa
dessas cidades durante alguns meses para sentirem essa realidade mais de perto,
antes de agredirem quem pode, na negativa da classe médica brasileira, dirimir
esse sofrimento.
Será que pediremos REVALIDA aos médicos sem fronteira e à
Cruz Vermelha?
A situação é de emergência amigos.
Somente isso...
RESCALDOS
RESCALDOS
Rescaldos de uma luta sem proveito
Incendiando o tempo de sonhar
E sem saber sequer qualquer lugar
Apenas o vazio agora aceito,
E tento acreditar no vago leito
Aonde o meu destino a desnudar
Não trame nem sequer algum luar,
Mascaro o meu caminho contrafeito.
E embalde procurasse qualquer luz
Enquanto o tempo apenas reconduz
Ao ermo de uma vida sem sentido,
O prazo desatando cada nó
E sei que na verdade sigo só
Em sonho tantas vezes desvalido.
MARCOS LOURES
Rescaldos de uma luta sem proveito
Incendiando o tempo de sonhar
E sem saber sequer qualquer lugar
Apenas o vazio agora aceito,
E tento acreditar no vago leito
Aonde o meu destino a desnudar
Não trame nem sequer algum luar,
Mascaro o meu caminho contrafeito.
E embalde procurasse qualquer luz
Enquanto o tempo apenas reconduz
Ao ermo de uma vida sem sentido,
O prazo desatando cada nó
E sei que na verdade sigo só
Em sonho tantas vezes desvalido.
MARCOS LOURES
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
Estou me sentindo envergonhado com a hipocrisia reinante
em nossa sociedade brasileira; um país de terceiro mundo altamente defasado com
relação à tecnologia mundial que detém uma classe média extremamente elitista e
canalha ao se mostrar extremamente racista, prepotente e excludente.
Quando estávamos na miséria econômica e éramos tratados
como seres de terceira categoria na Europa e nos EEUU, ficávamos indignados.
Bastou uma melhora econômica do país para a verdadeira
face dessa corja se mostrar. Somos o exemplo claro e absurdo de que o poder
revela e desnuda a subespécie à qual pertencemos.
Quando os dentistas brasileiros foram discriminados em
Portugal, a burguesia brasileira dentro de sua face mais “nacionalista” se
mostrou indignada, quando éramos tratados como sub-raça nos países do primeiro
mundo, nos revoltávamos e mostrávamos toda a nossa indignação.
O Brasil com toda a roubalheira e corrupção passou de
décima terceira à sétima ou sexta economia mundial e temos uma imensa defasagem
técnico cientifica em relação aos países mais evoluídos e empobrecidos
recentemente.
Não dispomos de médicos nem em quantidade e nem em
qualidade suficiente para a nossa demanda, não possuímos professores e nem
técnicos para acompanharmos a evolução da qualidade de vida necessária para a
diminuição das diferenças entre nossa população e a de países mais pobres, mas
com tradição cultural.
No pós guerra, os Estados Unidos importou e asilou
profissionais qualificados europeus, japoneses, etc... levando ao
desenvolvimento de uma sociedade altamente adiantada tanto técnica quanto
cultural.
Isso se deu com atletas, etc...
QUANDO A BURGUESIA BRASILEIRA FECHA AS PORTAS AOS
PROFISSIONAIS DE OUTROS PAÍSES MOSTRAMOS A NOSSA ARROGÂNCIA E A NOSSA
INCAPACIDADE DE CONVIVER COM A HUMANIDADE, ALÉM DE SERMOS CANALHAS AINDA TEMOS
A BURRICE E A PREPOTÊNCIA DOS NOVOS-RICOS.
INFELIZMENTE É O RETRATO QUE FAÇO DESSA NOSSA SOCIEDADE
BURGUESA E CRÁPULA, AINDA ESCRAVIZADORA, RACISTA E ABSURDAMENTE PRÉ-CIVILIZADA.
ANTES DE FALAREM EM “BRASIL – PAÍS DO EVANGELHO,” “ SOCIEDADE EXEMPLO” OLHEM PARA O LADO E
VEJAM O QUE TEMOS FEITOS.
EU AINDA TENHO A CAPACIDADE DE ME RUBORIZAR E DE PODER
DIZER QUE ME ENVERGONHO DISSO TUDO.
NÃO QUERO SER DISCRIMINADO E NÃO SOU MELHOR QUE NINGUÉM
E, SENDO MÉDICO, ME ENVERGONHO POR SABER QUE TEMOS MILHÕES DE BRASILEIROS SEM
DIREITO À ASSISTÊNCIA BÁSICA DE SAÚDE ENQUANTO A MINHA “CLASSE” TENTA PROIBIR O
ACESSO DOS MISERÁVEIS AO SISTEMA DE SAÚDE, ENQUANTO LEVAM SEUS CÃES E GATOS AOS
PETS E GASTAM FORTUNAS NOS PAÍSES QUE SEMPRE NOS DISCRIMINARAM FAZENDO SUAS
COMPRAS.
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