sábado, 4 de janeiro de 2014

Pútrida exalação tomando a forma
Qual fogo-fátuo imerso em plena lama,
Alma, alimária espúria velha trama
Trazendo a negação perpétua norma,

O corpo pouco a pouco se transforma
E o verme se aflorando me conclama
Estúpido e risível melodrama
Que a sepulcral falácia traça e informa.

Meus resquícios pela calçada
Jogados entre vômitos, carcaças,
E quando, ingenuamente, mansa, passas,

Autofágico helminto se desnuda,
E a farsa há tanto tempo disfarçada
Em festivo holocausto se transmuda...


MARCOS LOURES