sábado, 22 de outubro de 2011

TV ─ A CORES! Dueto DIÓGENES PEREIRA DE ARAÚJO e Marcos Loures

TV ─ A CORES!

Retorna a poesia qual espada
a fim de golpear os maus costumes
desta Nação por mitos bajulada
e mergulhada em queixas e azedumes

Quando a TV ─ A CORES! ─ é ligada
não se sente a fragrância de um perfume;
pelo contrário a casa é infestada
- perdoem-me dizer! - por gás de estrume

Que tal ligar-se um verso ou um poema?
Proponho este: A vida é invasora
e contra a morte a vida é vencedora

Se alguém não se agradar com este tema
talvez volte à TV: esta oferece
programação que ilude e entorpece.

Diógenes Pereira de Araújo

Ainda quando vemos o futuro
Às vezes pelo sonho distorcido,
Decerto o quanto quero e até duvido,
Divido neste porto mais seguro,

Amigo, com certeza o que procuro,
Por vezes relegado ao vago olvido,
Ascende ao mais supremo presumido
Caminho que nos mostre além do muro.

O mundo que se faz deveras cíclico,
Por vezes mesmo sendo quase cínico
No fim deixa se ver por sob o pano,

Alguma sensação de bem estar
Que nos permita então imaginar
Vencido o meu antigo desengano...

ESCRAVOS DO AMOR

Amar de qualquer jeito é bem legal,
Não tendo mais decerto o que temer,
Vivendo simplesmente por viver,
A plena salvação será normal.

Eleva com certeza nosso astral,
E venha da maneira que puder,
Apenas importando se vier
Num doce e cativante ritual...

Eu pego as tuas mãos, beijo-te a boca,
Daí nasce a paixão, cruel e louca
Que tanto precisamos e queremos...

Depois o tempo passa e a gente vê
Que a vida tem razão e tem por que,
E escravos deste amor; permanecemos...

ATRÁS DA PORTA

ATRÁS DA PORTA


Olhar atrás da porta e nada ver
Sentir a brisa mansa da manhã
Entrar pelos esgotos, perceber
Que a história, na verdade fora vã.

As árvores começam florescer
Promessa frutifica um amanhã,
Porém sem ter mais nada a merecer,
Minha alma é suicida talibã.

Ouvindo da razão , algum apelo,
Tentando derreter a neve e o gelo
Resquícios de um passado mais atroz,

Ninguém sabe dos erros cometidos,
Afloram-se, sem nexo os meus sentidos,
E tento ouvir a minha própria voz.

LAS TRAMAS

LAS TRAMAS

Las tramas enredadas por la vida,
Después de tantos años mal vividos,
Mis pasos en distancia presumidos,
La ausencia se volviendo una salida

La suerte que de cierto se divida
Dejando en la batalla los heridos
Amores en dolores consumidos
Distamos de las rotas ya perdidas,

Así también me siento cuando veo,
La historia tan diversa del deseo
E el paso sin siquiera dirección,

Aunque mis palabras lleva el viento,
En ellas muchas veces ya me aliento
Ha tentado, quien sabe, algún perdón…

ERROS

ERROS


São tantos os pecados que confesso,
Após as virações, o barco segue,
No amor e no perdão, tento o progresso,
Porém meu coração já não consegue...

Carrego no meu peito, a antiga chaga
Herdada desde o Gênese: o desejo.
Que nem mesmo a verdade plena apaga,
Apenas vislumbrando algum lampejo

De luzes nesta treva em que caminho,
Fazendo do pecado a minha história.
O meu final, decerto, tão sozinho,
A morte então será, última glória;

As bênçãos do Senhor; eu as perdi,
Num mundo que sem paz, eu concebi...

ERRÁTICO COMETA

Não sei por que falaste deste jeito,
Errático cometa; perco as guias
Deixadas por arcaicas fantasias,
E volto a ter meu mundo tão desfeito.

Raquítica esperança ainda alento,
Mas sei que nada disso dará certo,
O mundo que criei; ledo deserto,
Entregue à tempestade; frio vento.

Pudesse ser ao menos mais gentil,
Cordato e até pacífico, quem sabe,
Porém tal realidade não me cabe,
E sigo sem paragem, mesmo vil.

Feridas que causei, eu cauterizo,
Na noite dos meus sonhos; só granizo.

RENOVAÇÃO

Erguendo-se das cinzas e do pó,
A vida se refaz da podridão,
O corpo se inserindo num caixão,
Inerte e eternamente, segue só,

Sem medo, sem pudores, vai sem dó,
Aos vermes tal poder: renovação,
As almas seguem fátua procissão,
Refeito novamente o antigo nó:

Nascer, crescer, viver e enfim morrer,
Neste moto contínuo segue a vida,
A carne no sagrado apodrecer

Ensina a conhecer esta verdade,
Minha mente se sente convencida:
Existe, na matéria a eternidade...

MINHA ALMA

Minha alma se prepara pro jazigo,
Eterno companheiro de meus ossos,
Os erros se amontoam, vão comigo,
Pecados, todos meus, são também nossos.

Amortalhando o corpo que se vai,
As lágrimas fingidas de quem fica,
O pouco do que fui, assim se esvai,
Na morte a vida flui e se edifica

Remotas as lembranças, vida em vão,
Olhando de soslaio, vejo o fim,
Quisera ser semente, e deste grão
Brotasse nova vida, pois assim

Eternizando o mote/ vida e morte,
Seria bem diverso, o frágil Norte...

ESTUPIDEZ

ESTUPIDEZ


Eu fumo mais um trago/suicida,
No fundo, o que desejo é um bom final,
O corpo já cansado, nega a vida,
Estúpido e vazio este jogral,

Rasgando cada parte, eis a ferida
Expondo o meu instinto mais boçal,
Difícil recomeço; velha lida,
Tramóia sem motivos; sou banal.

Esgueiro-me entre as trevas, serpenteio,
Tecendo as mesmas teias, nada levo.
E quando alguma planta ainda cevo,

Apenas o vazio, ainda veio,
Perene sensação de invalidez,
A vida se mostrando estupidez...

ESTÚPIDA ESPERANÇA

ESTÚPIDA ESPERANÇA

Parecias o sol numa alvorada
Tornando a mocidade mais festiva,
A vida maviosa e iluminada,
Diamantino sonho, a noite criva,

Depois da juventude terminada,
Uma figura estranha e tão altiva,
Do sol, triste poente, resta o nada,
Até do seu calor, a vida priva...

Maldita treva toma este cenário,
Aurora há tanto tempo foi embora,
O mundo, num instante temerário,

A negra escuridão, matando estrelas.
Minha alma de esperanças se decora
Na estúpida ilusão de poder tê-las

DEUSA POESIA

Estrela que no céu se fez rainha
A deusa inebriante, poesia.
Serás por um momento toda minha
Minha alma tal desejo fantasia.

Enveredando a sorte que não vinha
Nos lábios o prazer de uma ambrosia
A sílfide perfeita, amores guia
Iluminando a noite; a paz continha...

Pudesse num segundo ter aqui
Aquela que se fez deusa suprema,
A vida se propõe e num dilema

Procuro estar bem perto, junto a ti
Alçando como um Ícaro os espaços,
Abrindo ao infinito tenros braços...

ESTOU APAIXONADO POR VOCÊ

ESTOU APAIXONADO POR VOCÊ


Vestido transparente, rijos seios,
Delírios prometidos, e cumpridos.
Na intensidade plena dos anseios,
Prazeres encontrados, repartidos.

Sem medo, sem perguntas nem rodeios,
Orgasmos explodindo repetidos,
Ao mundo lá de fora; tão alheios,
Problemas, soluções sendo esquecidos...

Apenas os sussurros e gemidos,
Em passos delicados, decididos,
Amantes que se dão a noite inteira...

Comparsas, companheiros, dois amantes,
Viagens por paragens delirantes,
Numa explosão sincera e verdadeira...

RINCÕES LONGÍNQUOS

Longínquos os rincões onde esperança
Firmou seu pensamento em noite clara,
E quando o grande amor já se declara,
A vida, sem ter freios sempre avança.

Levando na guaiaca esta lembrança
Da prenda mais bonita, jóia rara,
A minha montaria que me ampara,
Aos longes das coxilhas sonhos lança.

E pego mil estrelas com as mãos,
Os dias que vivera todos vãos,
Agora são promessas de alegria.

Viver cada momento inesquecível,
Tornando o imaginário mais plausível,
Num mundo mais perfeito que se cria...

AMOR ETERNO?

Batendo as minhas asas, vou a ti,
Das Minas para o Sul, verão inverno,
O quanto desejei amor eterno,
E muitas vezes, tolo, me perdi.

O verso que levava eu esqueci,
Porém estou vestindo um novo terno,
Se o imenso sentimento assim hiberno
O resto está na carta que escrevi,.

Vou bêbado de luz, pobre falena,
Repito novamente cada cena
E abraço tuas sombras, teu recado.

Olhar pela janela e criar asas,
Voando vou liberto sobre as casas,
Até chegar enfim, ao teu reinado...

TUA VOZ

Ouvindo a tua voz, quente e macia,
Uma aguardente doce e fabulosa,
Que aos poucos me domina e me inebria,
Na noite em fantasia, mais fogosa,

Já basta de sofrer, se a vida é fria,
Permita que ela seja glamourosa,
Vivendo francamente esta alegria,
Esquecendo os espinhos, viva a rosa!

Deixando assim de lado, alma macabra
Que não pode sentir prazer algum,
Não quer que este botão tão belo se abra,

Vivamos nossa vida, é o que interessa,
Fazendo de dois corpos, juntos, um,
Que o resto se conquista em paz, sem pressa...

AS MARAVILHAS DA INTERNET

AS MARAVILHAS DA INTERNET

CAPETA (não autenticado*)

NAO EXPONHA A IMAGEM DE SUA CRIA SEU DESCRENTE.. VOCE MERECE A MORTE
E NADA MAIS... VOCE E TODA SUA FAMILIA... FICA AQUI MINHA
DESGRAÇA....


DIABO (não autenticado*)

A BESTA EXISTE, E ELA VEM NA FIGURA DO SEU MELHOR AMIGO. CUIDADO QUE
O INFERNO EH AGORA E O DIABO ESTA A SUA PROCURA; VOCE ESTA MORTO.....


Recebo até recado do diabo
E vem em duplicata inda por cima,
Escorregando mais do que quiabo,
Véspera de Natal, pintou o clima.

O bicho se segura é pelo rabo,
Além de ser chifrudo; ainda prima
Por agredir pior que bicho brabo,
Espero que o capeta se redima...

Assim é a cultura nacional,
Um troço sem juízo ou infernal
Além de não ganhar nenhum trocado,

A gente é ofendido por babaca,
Que usando este pseudônimo panaca,
Esconde um belo chifre de veado...

SONETOS FEITOS SOBRE ESTES E-MAILS QUE RECEBI

EM NOME DO AMOR

EM NOME DO AMOR

Em nome deste amor que nos maltrata
E enquanto me entorpece; me atormenta,
Por mais que a poesia seja ingrata
A noite em mil prazeres, violenta.

A vida sem te ter escorre lenta,
O fogo do desejo me arrebata
Depois quando a poeira cessa, assenta,
Percebo as cicatrizes da chibata

Que lanha minhas costas, fúria imensa,
Mas sei quanto é divina a recompensa
Que tenho entre os teus braços delicados.

Sentir o teu perfume, ser teu par,
O lume da paixão a nos tocar
Momentos sem igual, iluminados...

EM NOME DA AMIZADE

EM NOME DA AMIZADE


Fazendo a velha caça à bruxaria
Comum nestes locais bem freqüentados
Venenos em venenos destilados
Vital, velho Brasil não gostaria.

Em nome de uma falsa poesia
Momentos tão felizes degradados,
Fantasmas sendo assim ressuscitados,
Amiga, o que fazer da fantasia?

Chamando de meu louro este urubu
Não vou mandar ninguém tomar angu
Nem mesmo me meter com jararaca.

Apenas não consigo me calar,
Em nome da amizade vou gritar
Jamais irei bancar algum babaca...

Elevo o pensamento ao Meu Senhor

Elevo o pensamento ao Meu Senhor
E peço tão somente por justiça,
Embora caridoso, o Redentor,
Já não suporta tanta gente omissa.

A ação é que reflete o pleno amor,
Não é sentando a bunda numa missa
Que o mundo agradará tal Criador,
Cansado de sangrar tanta injustiça.

Eu peço algum juízo pelo menos,
Aos homens, raça podre e sem valia,
De orgulho e de soberba vivem plenos

Fazendo do dinheiro e do Poder
A meta que se busca todo dia,
Vendendo o pobre Cristo, sem saber...

ELA...

Quem dera se eu pudesse... Eu não faria.
A gente finge ser mais do que pode,
O mundo sendo grande porcaria,
Depois dá confusão, tremendo bode...

Tentei por algum tempo, a poesia,
Porém quem já não pode nem sacode,
Que vá cantar numa outra freguesia,
Não tenho nem talento que me açode.

Recordo a serenata, pobre ouvido,
Que toda a vizinhança reclamou,
Do amor que ela diz ter jamais duvido,

É necessário ter muita coragem,
Para enfrentar o que ela já encarou;
Se ainda duvida, leia esta bobagem...

ELA É INACEITÁVEL DUETO NATHAN E MARCOS LOURES

ELA É INACEITÁVEL

Por que aceitá-la se ela é uma intrusa?
Arrogante e soberba entra onde quer
Através dos vários meios que ela usa
Alcança o rico, o poderoso e o ralé.

Quando aparece ou chega de mansinho
Ou se apresenta de maneira que espanta
Vem à noitinha e às vezes bem cedinho
Ao meio dia, tardezinha ou pelas tantas.

Seu aspecto é bem amedrontador
Não tem aquele que dela se escafeda
E quando chega ela causa muita dor

Pra escapar de sua lábia só por sorte
Todos ao vê-la sentem medo e pavor
Nem a vida aceita a própria morte

NATHANPOETA


Percebo quando chega de mansinho,
E adentra; sorrateira, o apartamento,
E como se fizesse algum carinho,
Chamando-me atenção por um momento.

Às vezes nos espreita no caminho,
Ou pega de surpresa; num tormento,
A morte, num rompante, faz seu ninho,
E espalha entre alguns, dor e lamento...

Mas sei que dela não escaparei,
Apenas adiando a sua vinda,
Inevitável norma, dura lei,

Antítese da vida; se confessa,
Pois quando uma termina e já se finda,
A morte ao mesmo instante, ela começa...

EIS O AMOR

EIS O AMOR

Prometo que amanhã chego mais cedo,
Este engarrafamento dos diabos!
Macacos escondendo os grandes rabos,
Debaixo do tapete, este segredo.

Relendo as velhas cartas; mesmo tom,
Amores e mentiras bem guardados,
Senhoras e senhores ilibados,
Fingindo sempre o sem, mas sempre com.

Assim a figurinha repetida,
Que um dia quis trocar e ninguém quis,
Sei onde estou metendo o meu nariz,
Amor quer refeição bem garantida...

Senão vai dando o fora de fininho...
Otário quem deseja só carinho...

É, MEU AMIGO

É, MEU AMIGO


Se o meu vocabulário é mesmo chulo,
Perdoe se não sou tão erudito,
Na vida me virando em cada pulo,
Porém jamais ganhei alguém no grito.

Batráquio vez em quando sei que engulo,
Se vejo confusão, eu logo evito,
Mulher comprometida? Eu nunca bulo
O que falam de mim é simples mito.

Tomando uma cachaça vez em quando
Cerveja é muito cara pro freguês,
Dinheiro nunca chega ao fim do mês.

E desse jeito, amigo, vou remando,
Do jeito e da maneira que Deus quer
Topando qualquer coisa que vier...

SER POETA

SER POETA

Divina a sensação de ser poeta,
Brincando com as frases, pensamentos,
Vivendo com prazer tantos momentos,
Fazendo da ilusão, suave meta

E quando a minha vida se completa,
Esqueço a realidade e seus lamentos,
Os versos são benditos, são ungüentos,
No peito, o vendaval logo se aquieta...

Cativo de um amor que me liberta,
Mantendo esta porteira sempre aberta,
Alerta o coração, fico à vontade.

Não sou um menestrel, falta talento,
Porém ao escutar a voz do vento,
Transformo cada sonho em liberdade.

VIVENDO CADA INSTANTE

Vivendo cada instante com ardor,
Amadurecimento traz a paz,
E mesmo que eu pareça até voraz,
Jamais me cansará o tal do amor,

Há críticas e feitas com fervor,
Tem gente que me julga um incapaz
De falar de outro tema, mas se traz
Satisfação; escrevo sem temor.

Quem dera se na Terra o amor vencesse
As guerras e injustiças tão freqüentes,
Os dias se tornando bem mais quentes.

Geleiras derretidas? Quem merece?
Cantemos; pois Cupido, um sacro deus,
Melhor que lamentarmos triste adeus...

E VIVA A SACANAGEM

E VIVA A SACANAGEM

E viva a sacanagem, pois sem ela
A vida fica um saco, com certeza.
Por mais que a poesia seja bela,
Um pouco de malícia e sutileza

Tempera qualquer texto e nos revela,
A mão de quem escreve com destreza.
Gostoso este banquete, bela a tela,
Porém prefiro sempre a sobremesa...

Ser sério num país igual ao nosso,
Eu juro até que tento, mas não posso,
Pra que falar de morte e de ferida,

Das falcatruas todas do Congresso,
Se na verdade o sonho não impeço,
Tornando mais suave a dura lida...

E VIVA A POESIA

E VIVA A POESIA

Quem dera se Coelho ou Surfistinha,
As vespas são de fogo, rabugentas,
As cores do meu céu; já não aguentas,
Preparo o rebolado pra festinha.

No pouco que me resta, ainda tinha
Palavras mais sutis ou violentas,
Enquanto as bundas tremem, seguem lentas
As Musas enfrentando esta galinha.

Na Arcádia, os acadêmicos e o chá,
Velhuscos rebolando o cha-cha-cha,
A musa da novela fica nua.

O beijo da mulher perde o segredo,
Portela desfilando o novo enredo,
Catulo se escondendo, mata a lua.

PRECISO DO SENHOR

PRECISO DO SENHOR

Preciso do Senhor, pois sou pequeno,
A força pra vencer as tentações,
Procelas, tempestades e tufões,
Trague para mim um tempo ameno...

E quando nos prazeres me enveneno,
Perdendo assim o rumo e as direções,
Aplaque as mais temíveis ilusões,
E mostre um mundo manso e mais sereno...

A vida, este milagre que nos deste,
Traçando os seus caminhos entre os breus,
Trazendo-te Senhor, Meu Pai, Meu Deus,

Na paz que nos aquece e nos reveste,
Vencendo as velhas lutas do passado,
Num mundo libertário, transformado.

The moon red and green light.

The moon red and green light.


In the cold night, the wind passing through the cracks of the door, whistling as the mother's cough, painful cough.

Death stalking the city, by gunfire and hunger, constant gun pointed over the hill.

The brothers, all nine, hugged and sleeping half-naked. The blanket does not for everyone, minors suffer more, uncovered.

The older sister, big belly, hoping to complete another dozen, but this time another generation will be inaugurated.

New generation, old misery, constant hunger.

A half bottle of rum alleges that the father is at home. Good.

The father in the home, a rare thing, a sign of food tomorrow.

The rice and beans on the plate, thin plate of the day-to-day, could certainly be accompanied by something else, maybe a piece of meat or chicken.

Hard life, lasting much longer for those who insist he lives.

Water belly, always full of worms, yellow hair famine, contrasting with the thin legs.


The rotten smell of sweat and pit mixed in the one-room shack.

The door partially locked, the latch not helps more.

The police, who came in last found nothing, but the door could not resist.

The kicks scared, nobody could say why it had to be.

The tuberculosis mother, every day was waning. Who took up medicine, but little food, mother's love is fire, partnerships spoons, nothing picked. Feeding the boys.

Death may solve the problems. But the daily struggle and the fear were greater than all. Now would be a grandmother, aged prematurely, the thirties knocking. The daughter of thirteen was now two.

The thinness of the boys frightened.

The boys, when scavenging for food, often pander to the bad delights.

One day, the oldest found a lot of yogurt won. Delicious, rich thing.

How could I expect something in addition?

Envied, often the vultures. These were some harvest and abundant food.

In a place where death is commonplace; plenty of food just for them.

The faces of the boys, without direction, without connection or meaning, denounced the voracious struggle to get these the next day, and so on.

Last year, almost the Mariozinho died. If not for the prayers of the neighbor, goodbye!

Food, health, school, those things that everyone promises illusion.

Starvation is cruel, very cruel. One cannot speak of hunger if unknown.

It is this hunger for wanting to lose weight or Madame occasional basis, the one-day, and no.

The hunger for a life, one life after another life in this semi-death that drags everyone to the dump.

Another day, without anyone knowing why, the owner of the hill called the house "on loan" to hide a few comrades who came from another slum. Do what?

They brought the transistor radio and television, past contacts with life on the asphalt.

It's hard this life between good and evil, between the police breaking the door that leads to dealer and television.

Do what?

Back to mine, a good idea, but where's Mines?

Hunger in the country was also terrible. Here at least has the dump. The food is more plentiful, although thin.

His mother had fifteen remaining four. Of the four was the eldest.

From what I knew of the other three, one was arrested, the girl fell into the life and another lost his mind, the lucky one.

The mother died last year. From old to 50 charges that after living more than 20 on the back of the citizen.

Good until her husband was beating little, drank a lot.

Now and then disappeared. They say there's another, old age early to become ugly.

The other should have meat still hard, stiff breasts over the mouth and teeth.

After all, should not be consumptive. Damn this cough, this fever, the blood spread on the mattress so often that the color red yellow piss of children.

Thinning and fading, the cold that night was chipping.

The cough was complaining that Johnny was consumption, taking root in the shed.

Take to the doctor, mark sheet, next month is still alive or has not healed.

Cured?! Wishful thinking, the easier they have died to heal.

Johnny boy has always been weak breasts, unlike the older, large breasts for thirteen years. Even now one more. Then another, another ... count morbid, sad...

The silence of the night is broken by bullets, bullets and more bullets.

The bullets are in the candy dreams of boys, the steel pierces the walls of zinc and plywood. Barraco stuck around, rain brings mud and gutters. Complicated life.

The husband is on her legs confused after a night of sex. Thing that was good today ordeal. He'd better stay with the other.

The back hurts a lot and be happy is impossible. Have to do prevention.

Diseases of the world are fighting for space to grow in the body can kid. The mother of the whole body is bleeding, an eternal rule.

Suddenly, you realize that the bullets are stronger than ever.

A noise breaks down the door. The boyfriend of the daughter, still a boy, enters the house.

Distraught by cocaine and alcohol.

The bullets approach and seek soft spot. Pregnant belly, soft spot. Easy to enter, penetrate, aborting the future and present. At once.

Maybe it was better?

The companion gets up and cursing the dead girl's boyfriend, pushes him to the exit. Exit the shack. Out of life output.

Little does he know that there is no output?

But the stubbornness, then the day comes, the body buried, stubbornness survives.

In the sky, a red moon watches it all, and embraces the whole shack moved, flooding the hut, a shanty town, city and country with a strange green light and red.

Perhaps this is the output?

A red moon, a green light and a huge glow on everything and everyone...

DA LUA VERMELHA E DA LUZ ESVERDEADA

DA LUA VERMELHA E DA LUZ ESVERDEADA

Na noite fria, o vento passando pelas gretas da porta, assoviando como a tosse da mãe, dolorosa tosse.

A morte rondando a cidade, à bala e à fome, armas constantes apontadas sobre o morro.

Os irmãos, todos os nove, dormem abraçados e seminus. O cobertor não dá para todos, os menores sofrem mais, descobertos.

A irmã mais velha, barriga grande, esperando mais um para completar a dezena, mas desta vez outra geração será inaugurada.

Nova geração, miséria antiga, fome constante.

A garrafa de cachaça pela metade denuncia que o pai está em casa. Ainda bem.

O pai em casa, coisa rara, é sinal de comida amanhã.

O arroz e o feijão no prato, minguado prato do dia-a-dia, poderia com certeza estar acompanhado de algo mais, quem sabe um naco de carne ou de frango.

Vida dura, durando muito para quem mais teima que vive.

Barriga d’água, cheia das lombrigas de sempre, os cabelos amarelados pela fome, contrastando com as pernas finas, perebentas.

O cheiro podre de vala e de suor, misturados no único cômodo do barraco.

A porta parcialmente trancada, a tramela não adiantava mais.

A polícia, na última vez que viera nada encontrara, mas a porta não resistira.

Os pontapés assustaram, ninguém sabia dizer por que tinha que ser assim.

A mãe tuberculosa, a cada dia ia minguando. Remédio até que tomava, mas a comida pouca; amor de mãe é fogo, das parcas colheres, nada colhia. Alimentar os meninos.

A morte talvez resolvesse os problemas. Mas a luta era diária e o medo maior que tudo. Agora ia ser avó, precocemente envelhecida, os trinta anos batendo na porta. A filha de treze agora era duas.

A magreza dos meninos assustava.

Os meninos, ao revirar o lixo, muitas vezes se saciavam com as podres delícias.

Um dia, o mais velho encontrara um lote de iogurte vencido. Delicioso, coisa de rico.

Como poderia esperar algo, além disso?

Invejara, muitas vezes, os urubus. Esses tinham colheita certa e comida abundante.

Num local onde a morte é lugar comum; fartura de alimento somente para eles.

O rosto dos meninos, sem direção, sem nexo nem sentido, denunciava a luta voraz destes para chegar o dia seguinte, e assim por diante.

Ano passado, quase que o Mariozinho morreu. Não fossem as rezas da vizinha, adeus!

Comida, saúde, escola, essas coisas que todo mundo promete, ilusão.

A fome é cruel, muito cruel. Não se pode falar de fome se não a conhecer.

Não é essa fome de madame querendo emagrecer ou a ocasional, a de um dia, não.

A fome de uma vida, de uma vida após outra vida, nessa semi-morte que arrasta a todos para o lixão.

Outro dia, sem que ninguém soubesse por que, o dono do morro pediu a casa “emprestada” para esconder uns camaradas que vieram de outra favela. Fazer o quê?

Levaram o rádio de pilha e a televisão, últimos contatos com a vida no asfalto.

É difícil essa vida entre o bem e o mal, entre a polícia que quebra a porta e o traficante que leva a televisão.

Fazer o quê?

Voltar para Minas, uma boa idéia, mas cadê Minas?

A fome na roça também era terrível. Aqui pelo menos tem o lixão. A comida é mais farta, embora rala.

Sua mãe tivera quinze, sobraram quatro. Dos quatro era a mais velha.

Pelo que soube dos outros três, um estava preso, a menina caiu na vida e o outro enlouquecera, o sortudo.

A mãe morreu ano passado. Da velhice que carrega aos 50 depois de ter morado mais de 20 nas costas do cidadão.

Marido bom até que era, batia pouco, bebia muito.

De vez em quando sumia. Falam que tem outra, a velhice precoce a tornara feia.

A outra deveria ter a carne ainda dura, os peitos mais rijos e os dentes na boca.

Além de tudo, não devia estar tísica. Danada dessa tosse, dessa febre, o sangue espalhara no colchão tantas vezes que colorira de vermelho o amarelado do mijo das crianças.

Emagrecendo e se esvaindo, o frio daquela noite estava de lascar.

A tosse de Joãozinho estava denunciando que a tísica estava criando raízes no barracão.

Levar para o médico, marcar ficha, mês que vem se ainda estiver vivo ou se não tiver curado.

Curado?! Doce ilusão, mais fácil ter morrido que se curar.

Joãozinho, menino sempre foi fraco dos peitos, ao contrário da mais velha, peitos grandes para os treze anos. Agorinha mesmo mais um. Depois outro, outro... contagem mórbida, triste...

O silêncio da noite é interrompido pelas balas, balas e mais balas.

As balas de confeito estão nos sonhos dos meninos, a de aço perfura as paredes de zinco e de compensado. Barraco todo furado, chuva traz lama e goteiras. Vida complicada.

O marido está sobre ela, as pernas confundidas depois de uma noite de sexo. Coisa que foi boa, hoje suplício. É melhor que ele fique com a outra.

As costas doem muito e o prazer é impossível. Tem que fazer preventivo.

As doenças do mundo estão brigando por espaço pra poderem crescer no corpo miúdo. A mãe do corpo está toda sangrante, numa eterna regra.

De repente, percebe que as balas estão mais fortes que sempre.

Um barulho arromba a porta. O namorado da filha, menino ainda, entra na casa.

Transtornado pela cocaína e pelo álcool.

As balas se aproximam e procuram lugar macio. Barriga grávida, local macio. Fácil de entrar, penetram, abortando o futuro e o presente. De uma vez só.

Quem sabe foi melhor assim?

O companheiro se levanta e xingando o namorado da menina morta, empurra-o para a saída. Saída do barraco. Saída da vida, saída.

Mal sabe ele que não há mais saída.

Mas a teimosia, logo o dia nasce, o corpo sepultado, a teimosia sobrevive.

No céu, uma lua avermelhada a tudo assiste, e comovida abraça todo o barraco, inundando o barraco, a favela, a cidade e o país com uma estranha luz esverdeada e avermelhada.

Quem sabe essa seja a saída?

Uma lua vermelha, uma luz esverdeada e um brilho descomunal sobre tudo e sobre todos...
22/10


Promete esta colheita feita em luz
E nada mais se vendo noutro rumo,
Somente o que decerto eu não consumo
E sei quando a verdade não produz,

O vórtice gerando a mesma cruz
Que tanto carreguei e não resumo
No fato aonde tanto me acostumo
Gerando o que buscasse e me conduz.

Refletes o passado simplesmente
E bebo cada gole do que tente
Vencido este andarilho sem futuro.

Depois de tantos erros do passado,
O verso se mostrando sonegado
E o porto jamais possa ou asseguro.

2



Craveja em diamantes meu destino
Quem tanto fez e quis o puro amor,
O verso invade o sonho, trovador
E disto noutro tom já me fascino.

O quanto percebera e não domino,
A luta se travando em força e cor
Mereço tantas vezes recompor
Cenário pelo qual eu me alucino.

Vestígios de uma luta incandescente
A sorte noutro tanto não se sente
E bebe do vazio e nada mais,

Reparo muito bem nesta jornada
E sei que no final dará em nada,
Distante do que outrora fora um cais.

3
Criando um Eldorado em fortaleza,
Meu mundo se prepara para a guerra
E nada do que possa já desterra
A solidão prossegue sempre ilesa.

Ainda da esperança mera presa,
O vento com certeza ora descerra
Buscando no horizonte a imensa serra
E nela toda a luta diz nobreza,

Meu canto sem encanto se perdendo
O dia noutro tom diverso e horrendo
A morte se aproxima ou mesmo toma,

A noite não pudera ser diversa
Enquanto a minha vida se dispersa,
Minha alma se entranhando em rude coma.

É TUDO FINGIMENTO...

É TUDO FINGIMENTO...


Tentando algum motivo pra viver,
Eu finjo ser poeta e sonetista,
No fundo, minha amiga estou na pista,
Buscando finalmente algum prazer;

Não quero na verdade nem saber,
Por mais que a teimosia ainda insista,
É dura a triste vida de um artista,
Vontade de gritar: vá se fuder!

Porém bem educado, nada falo,
Só peço que não pises no meu calo,
Aí saio do sério, companheiro.

Não tenho nem sequer algum talento,
O pouco que inda falo, minto e invento,
Vontade de ir mais cedo pro chuveiro...

TARDE

TARDE


A tarde se faz tarde, tardia mente
Que mente sempre e traz sonhos tardios,
O som que se repete diz da mente
E toca os sentimentos, entes, fios.

E cabe ser cruel? Infelizmente
Derrama a poesia em desafios,
De tantos desafetos, tola, a mente,
Acende fogaréus, queima pavios...

New age, coração busca respostas
Enigmas decifrados, novas eras,
Enquanto em poesias tu temperas

Vagando pelo espaço, vão expostas
As velhas e profícuas primaveras,
A fonte dos verões que ainda esperas...

DIVERSAS ILUSIONES

DIVERSAS ILUSIONES


Amar entre diversas ilusiones
Rompiendo las antiguas estructuras,
Así cuando de cierto tu procuras
La vida se moldando en sus razones,

Las manos en futuro ahora pones,
Grisallas tardes noches tan escuras,
Pudiera presumir raras blanduras,
Pero vivo tan solo decepciones,

Amores de pasado en el presente,
En cuanto se perdiera y el tiempo miente
Rasgando mis canciones e lamentos,

Venganza, solamente e nada más,
¿Después de tantos erros volverás?
¿Aliento o renovar de sufrimientos?

SIN USTED

SIN USTED

Sin tantas ilusiones como ayer,
Prosigo entre diversa tempestad,
Aun pueda vivir la libertad,
Olvido dentro en alma eso cráter,

Y nada do que vea sin sentido
Después de muchos años, solitario,
Amor se muestra rudo y necesario,
Aguza las locuras de libido.

Más nadie se aproxima, lo que resta,
Bisoña realidad, mundo banal,
Mirando nuevo encanto, desigual,
Buscando en el final ultima fiesta,

Dolores viejos vienen; torbellino,
Y solo, sin usted yo me alucino…

NOSTALGIA

NOSTALGIA


Nostalgia, vieja amiga, compañera,
Ha tanto que partiste, más volviste
Y el duro corazón, ahora triste,
De sus ansias así en fin se entera,

Se lejos de mis ojos ya viviste,
¿Por qué se muestra a mí, su hechicera?
Domando el pensamiento ya no quiera
Siquiera lo que tanto concebiste.

Nostalgia del amor que ya perdí,
Imagen juvenil, llama y tortura,
Aún la vida fuera más segura,

Ha tomado de cierto todo en mí,
Ni mismo una esperanza me dejando,
Tan solo ese momento más nefando…

E POR FALAR EM SAUDADE

E POR FALAR EM SAUDADE


Falando de saudade, velha amiga,
Que tantas vezes dorme do meu lado,
Enquanto a minha vida desabriga,
Com ela sempre estou acompanhado.

Imagem juvenil, de tão antiga
Retrato pelo tempo amarelado,
Por mais que o dia a dia inda prossiga
Recende a qualquer ponto do passado,

Saudades do que tanto desejei,
Jogado nalgum canto de minha alma,
Saber que fui feliz, decerto acalma,

Contando cada história que passei,
Eu vivo tão somente porque existe,
Embora amargurado, às vezes triste...

É NATAL...

É NATAL...


Quem dera acreditasse no Natal;
Que a podre humanidade desvirtua,
Crianças dominando cada rua,
E o Cristo abandonado num jogral.

Comércio gargalhando, triunfal,
E a torpe humanidade continua
Expondo a pior face, nua e crua,
Festejo tão ridículo e banal...

Quem dera acreditasse que o Senhor,
Nascido em manjedoura; pobre rei,
Que por herança trouxe o puro amor,

Agora este garoto propaganda,
Ao qual; meu triste verso, eu dediquei,
Nas mãos destes facínoras, desanda...

NO REFAZER DA VIDA

NO REFAZER DA VIDA

Cantemos, pois à vida, companheiro,
E mesmo que sofrida, é tudo o que
Existe de concreto e o tempo inteiro
Navego em suas ondas, sem cadê?

Não posso sonegar o verdadeiro
Caminho pelo qual em Deus se crê,
Do parto até a partida, mensageiro
Da paz que sabe bem o que se vê.

Não creio nos demônios, nem os temo,
Distante de meus sonhos, vejo o Demo
Mefisto não passando de ilusão,

Porém no amor divino, num mergulho,
Eu bebo destas águas e me orgulho,
De ser a cada dia mais cristão...

É MINHA A CULPA

É MINHA A CULPA


Eu sei que sou culpado; não precisa
Falar dos meus enganos tão freqüentes,
Enquanto a fantasia suaviza
Realidade expõe farsas dementes.

Sentindo no meu rosto a mansa brisa,
Meus versos maltrapilhos e doentes,
O olhar perdido busca e ainda visa
Momentos bem mais tenros e decentes...

Se eu fui o teu capacho, te agradeço,
No fundo é muito além do que eu mereço,
Um réptil simplesmente e nada mais...

Repito novamente o mesmo engodo,
O monstro que imergiu no podre lodo,
Pior entre os mais baixos animais...

É FIM DE LINHA

É FIM DE LINHA

Tentado tantas vezes por Satã,
Às vezes resistindo, outras nem tanto,
Jamais pensei ser casto, puro ou santo,
Mas sei que qualquer luta nunca é vã.

Olhando o pouco tempo, no amanhã
No rosto se estampando o desencanto,
Eu não merecerei sequer teu pranto,
Opaco e sem sentidos meu afã.

Prefiro a solidão de uma montanha,
As luzes no horizonte me inebriam,
Fantasmas e delírios, sonhos criam,

A sorte de viver; sei que é tamanha,
Mas rasgo o coração e assim exposto,
Aos poucos, pela vida decomposto...

ENVELHECER

ENVELHECER


Ao ver a minha imagem neste espelho,
Reparo cada ruga, cada traço;
Minha aparência; agora bem mais velho,
Demonstra com certeza meu cansaço.

Viver intensamente, eu te aconselho,
Não dar para a tristeza algum espaço,
Agora que com símio me assemelho
O olhar já distorcido, opaco e lasso.

Um dia tive a força de um gigante,
Vencendo qualquer luta, destemido.
O passo vacilante, o andar tremido,

A vida é com certeza uma farsante,
Vendendo as ilusões mais imbecis,
Deixando ao fim sinais toscos, senis...

ENGANOS

ENGANOS


O acaso muitas vezes guia os passos
De quem tenta deveras outros dias,
Ao fugir das garras dos fracassos,
Espero pelas glórias e alegrias.

Por vezes falsos sonhos, e os abraços
Que outrora sem mentiras merecias,
Agora meus caminhos são escassos,
E apenas tão somente escadarias...

Escondo-me nos guetos e porões,
A escuridão se torna a grande amiga,
Ao mesmo tempo acolhe enquanto abriga,

E frente às mais perversas condições,
Um vagabundo ser, simples escória,
Tenta mudar aos poucos, sua história...

ENFIANDO TUDO

ENFIANDO TUDO


Guardaste dentro da alma esta ferida;
As chagas que alimentas não sossegam,
Enquanto as ilusões, mares navegam
A sorte pelas dores, esquecida.

Quem sabe com tal fé jamais duvida,
Por mais que tantas farsas sonhos pregam
Delírios dos que em falsos já se apegam,
A estrada nunca esteve tão perdida...

Informações diversas, desconexas,
Palavras mais sutis, mesmo complexas
Idéias sem sentido, novos dias...

E jogam neste vão triturador
Misturam emoções amor e dor,
Provocando loucuras e sangrias...

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

ENCONTRO O AMOR

ENCONTRO O AMOR

Encontro o amor em todos os lugares,
Formando constelares maravilhas,
Bebendo com fartura, estes luares
Que tornam bem mais claras tantas trilhas.

Encontro o amor rondando os meus pomares,
Em todos continentes, casas, ilhas,
Na doce fantasia dos altares,
Até nos lupanares e armadilhas.

Encontro o amor sincero e mesmo falso,
Deveras companheiro e solidário,
Às vezes egoísta e solitário,

Causando desespero, num percalço,
Trazendo a liberdade ou a prisão,
São vários os matizes da paixão...

ENCONTRAR A FELICIDADE

Queria em teu divã ficar deitado,
Falando dos mistérios do desejo,
E mansamente ter o bem que almejo,
No toque sensual e refinado.

Perdoe se eu só tenho desejado
O encanto que em teus braços eu prevejo,
Aproveitando assim, o raro ensejo,
O amor que tanto tenho represado

Abrindo estas compotas, inundando,
O mundo com palavras mais suaves,
Rompendo dos caminhos, os entraves,

Jamais seria calmo ou sequer brando,
Perdoe pela minha ansiedade,
É que encontrei em ti, felicidade...

ENCONTRAR O AMOR

ENCONTRAR O AMOR


Durante a mocidade eu perseguia
A chance de encontrar quem me quisesse,
Um velho companheiro da alegria,
Olhando para os céus, ternura e prece.

Arcando com os erros, meus enganos,
Pisando nesta areia movediça,
Errante caminheiro mata os planos,
Mesmo que a rosa nasça, cresça e viça

Percursos tantas vezes decorados,
Levando aos descaminhos usuais,
Lançando a minha sorte, rolam dados,
E todos dizem números iguais.

Expresso algum sorriso que inda guardo,
Resíduos do que fora gozo e fardo...

UMA ALMA EM TRANSPARÊNCIA

UMA ALMA EM TRANSPARÊNCIA

Somente uma excrescência quase humana
Perdido entre os cortejos da ilusão,
Uma alma em transparência vaga insana,
Apenas entre tantas u’a visão...

A eternidade frágil nos engana,
Imerso em gigantesco turbilhão
Grotesca imagem tola da cigana
Dantesco meu futuro, escondo a mão.

No lusco fusco; toscas fluorescências,
Sonhando matinais iridescências;
As trevas permanecem na manhã;

Alquímicos delírios, emoções,
Formulam falsamente soluções,
E a vida refazendo o amargo afã...

DIZENDO AMOR

DIZENDO AMOR

Beirando os precipícios da ilusão,
Abismos que cavei com os meus pés...
O barco naufragando sem convés,
O tempo repetindo diz que não.

Procuro alguma nova embarcação,
O vento me pegando de viés,
Se zombo das crendices, tolas fés,
Eu sei que não terei mais salvação.

Pretendo misturar com amoníaco,
Meu sonho quase sempre demoníaco,
Maníaco por ritos tão sombrios.

Macabras sensações; dizendo amor,
Perdendo o que restasse de pudor,
Os olhos seguem pálidos e frios...

EMOÇÕES

EMOÇÕES


Sentir perto de mim quem tanto quero
Na ausência da saudade, vaga imensa,
O verso traduzindo a recompensa
Que a cada novo tempo mais espero,

Nos braços deste encanto me tempero
E bebo a poesia frágil, densa,
Na vida que queria menos tensa,
O amor vai me tornando menos fero.

Sagacidade é feita dos carinhos
Que trazes retornando aos nossos ninhos
Vizinhos da esperança, nobre dama.

Assim serei feliz sempre contigo,
O amor que desejei, amante e amigo,
É tudo que minha alma em paz reclama...

DITAMES DO AMOR

DITAMES DO AMOR

Desfilas sensual pelas calçadas,
A pele bronzeada, o olhar distante.
Quisera ser amigo e ser amante,
Atravessar contigo as madrugadas...

Porém as minhas pernas tão cansadas,
O quanto destruído, delirante,
E calo minha boca ao mesmo instante,
Palavras sem sentido, mais ousadas.

Agrisalhados, vejo os meus cabelos,
As rugas no meu rosto dizem tudo,
Os corpos tão divinos, é bom vê-los

No intenso desfilar por essas ruas,
Mas sabiamente calo e não me iludo,
Verdades tão diretas, nuas, cruas...

DIGO AMOR

DIGO AMOR


Minuciosamente em cada verso
Eu ergo os meus troféus; lágrima e dor.
O quanto que vaguei pelo universo
Buscando simplesmente recompor

O mundo que ora vejo assim disperso,
Nas mãos de um solitário sonhador,
Por mais que o tempo seja vão, perverso,
Imerso nos teus braços, digo amor...

Mas de repente sou apenas frágil,
Por onde no passado me fiz ágil,
Tropeço nas escadas que criei...

Partindo cada vaso, destroçado,
Soneto que disforme, está calado,
Procuro algum descanso em outra grei...

ΑΠΩΛΕΣΘΗΝ!: THE GOLDEN CAGE velissariou11.blogspot.com

ΑΠΩΛΕΣΘΗΝ!: THE GOLDEN CAGE
velissariou11.blogspot.com

SER POETA

Quando a pena rabisca no papel
Uma grafia que a mente dedica
Aos céus o olhar implora, suplica
O coração flutua como num batel

Encontra-se o poeta de sonhos mil
Cria com verdades e enganos tantos
Que chega a pensar que nos seus cantos
A miragem instala-se como um ardil

Para acalentar seus mudos anseios
Que nas páginas como mortas- vivas
Grita toda essência, sangues, seivas
Mesmo preso em seus devaneios

O poeta é o ator, escultor, do amor
Sem ele o poema morreria de dor

DEUSA

DEUSA


Satânica presença desvirtua
O antigo caminhar ingênuo e franco,
A serpe se despindo e bela, nua,
Tornando o pensamento frágil, manco.

Tentando controlar as emoções,
Tolice, pois humano sou falível,
Quem há de resistir às tentações
Final vai se tornando previsível.

Sou vítima de toda esta magia
Que trazes no molejo dos quadris,
Quisera ter poder, resistiria,
Mas mesmo obediente sou feliz,

A deusa rara sílfide esta ninfa,
Senhora e dos anseios paraninfa...

DEUS

DEUS


Carbônica estrutura em harmonia
A vida se refaz da própria morte,
E traz por solução um novo aporte
Que é sempre renovada a cada dia.

A tosca humanidade concebia
O acaso como fonte, rumo e norte,
Sem perceber eterno cada corte
Que a nossa consciência desafia.

Seria por acaso esta existência?
Tolice e prepotência tão somente,
É necessário ter a consciência

Ciência do improvável puro acaso.
O refazer se faz numa semente,
Gerada e geratriz dentro de um prazo...

DEUS É UM CARA GOZADOR

DEUS É UM CARA GOZADOR

Jogado nalgum canto, num bueiro,
Sarjetas eu conheço já de cor,
O resto que sobrou do teu cinzeiro,
Eu, na verdade sei que sou pior.

Nascido no Brasil; já dei azar,
Pudesse pelo menos por capricho,
O Pai Divino me depositar
Noutro lugar que não fosse esse lixo.

Teimoso como todo cidadão
Um terceiro mundista não se cansa,
Quem cala não diz sim e nem diz não
Andando devagar nada se alcança.

Mas vou metendo assim, o meu focinho,
Sabendo: no final morro sozinho...

Profane love

Profane love

Entrails me your blue seas,
Salting every part of my soul,
Dreams often seasick,
The wind touches the beach and have calms me ...
Mutants sensations, cold and heat,
Browning my skin the sun a lot,
Shining on us, profane love
Giant as sea, deep, immense.
Touched by the foam, soft sand,
Naked to divine creature
The intoxicating voice of mermaid
Picture of delusions of madness ...
Taken in total sensuality,
Drink the fatal love of happiness ...

PROFANO AMOR

Entranham-me teus mares azulados,
Salgando cada parte de minha alma,
Os sonhos tantas vezes mareados,
O vento toca a praia e já me acalma...

Mutantes sensações, frio e calor,
Dourando a minha pele o sol imenso,
Irradiando sobre nós, profano amor
Gigante como mar, profundo, imenso.

Tocado pela espuma, mansa areia,
Desnuda-se divina criatura,
A voz inebriante da sereia,
Imagem de delírios, de loucura...

Tomado por total sensualidade,
Do amor bebo a fatal felicidade...

A LUZ

A luz em seus matizes mais diversos
Propaga-se entre as trevas num mosaico.
Estrelas multicores, universos
Renovam este mundo velho, arcaico.

Ouvindo a voz do vento que nos chama,
Convites para um vôo inesquecível,
O amor minimizando dor e drama,
Pressente este amanhã quase intangível.

Recebo tais fluidos de esperança
E verso sobre o quanto inda pretendo,
A força da emoção, rara pujança,
Segredos e mistérios; já desvendo.

Alheio ao que julgara inalcançável,
A vida se tornando mais potável...

DRIBLANDO OS MEUS FANTASMAS

Driblando os meus fantasmas, sigo à toa,
Refém dos desenganos e mentiras.
O coração recende a pão e broa,
Do quanto quis amor, sobraram tiras.

E quando ao longe, o mar, canções entoa,
Flutua o pensamento e nele giras,
A vida que eu sonhei, quisera boa,
Sem medos ou rancores, velhas iras

Acaso se viesses me verias
Desnudo de esperanças e alegrias
Ferrenho lutador perdendo o rumo.

Mereço alguma chance? Ledo engano,
Do quanto quis viver, inda me ufano,
Da morte da ilusão, eu bebo o sumo...

DESILUDIDO

DESILUDIDO


Dizer-lhes: bravo! Pensamentos sem sentido,
Vasculho meus caminhos e não tendo
Sequer onde pousar, sigo vivendo,
Embora sem razão, em vão, perdido...

No quanto ainda resto; não duvido
Que o verso mais audaz; inda pretendo,
As mãos em pura súplica eu estendo,
Mas sei que no final, serei vencido.

Erguendo o meu olhar, busco o vazio,
Aonde imaginara algum estio,
Apenas este inverno que não cessa.

Mal pude acreditar quando dizias
Da morte das antigas fantasias,
Somente algum espectro de promessa...

DESENGANOS

DESENGANOS

Pedindo uma licença e prosseguir,
Adentro labirintos, desenganos,
Nem mesmo o ensinamento dos decanos
Garante que inda possa conseguir...

Quem dera em minhas mãos, o meu porvir,
Assim calcularia bem meus planos,
Meus erros tão comuns, simples, humanos,
Não me deixam por vezes reagir.

Celebro então à vida e me embriago,
Vendo a realidade em cada trago,
No gosto da aguardente, a solução.

Serpenteando sonhos e vazios,
Alheio aos mais complexos desafios,
Pressinto por resposta o mesmo não.

A Porta Aberta

A Porta Aberta

Acordara tarde. A noite que prometera muitas alegrias tinha acabado sem nenhuma surpresa.
Não viera, ela nunca vinha...
Esperara por mais uma noite. Mais uma desilusão.
A porta adormecera escancarada, totalmente escancarados porta e coração. Mas nada, nada...
Muitas vezes pensara que a culpa era sua, sempre fora meio estúpido, meio tímido e teimoso. Muito teimoso.
A conhecera menino ainda. Amor da adolescência marcado por espinhas e noites acordadas. Sempre a via nos seus sonhos, mas nunca pudera dizer o quanto era importante para ele, a timidez o impedira e deixara-o sofrer.
Quando a viu nos braços de seu melhor amigo, o mundo parecia que ia desabar.
Mundo cruel, mas o tempo passa e não deixa senão as pequenas cicatrizes que teimam em não desaparecer totalmente.
Nesse meio tempo conhecera Maria de Fátima, bela morena de olhos verdes e esperanças bronzeadas.
Foram colegas de faculdade. Faculdades diversas, sonhos unidos.
Casamento foi rápido, rápido e raquítico.
Menos de quatro meses depois, a mesma noite que trouxe Fátima a levou.
Uma carta denunciara a trama.
Uma trama que o deixara assustado e pálido.
Quem diria, Fátima partira, jamais poderia acreditar que isso aconteceria um dia.
Da morena bonita, somente os olhos verdes sorridentes sobre a escrivaninha, no quarto, nada mais.
O porta retrato ainda estava lá, com aquela foto tradicional de um casamento terminado, abortado, antes que se pudesse sequer imaginar no que iria dar.
Carinhos e carícias foram poucos, mas marcantes...
A porta escancarada esperava por Lucia.
Menina Lucia que prometera voltar, um dia.
Agora, solitário lobo uivando por toda a noite, nada mais poderia esperar a não ser, em Lucia, a juventude morta, abandonada e esquecida.
Lucia tinha se casado com aquele velho amigo da adolescência e tinha tido dois meninos.
O tempo demonstrara o quanto eles eram parecidos com o pai, morto num acidente de trânsito. Álcool, muito álcool e as farras comuns dos finais de semana.
Lucia tinha ficado só e revoltada. Muito revoltada.
O corpo encontrado junto ao do marido tinha, várias vezes, dormido na mesma casa que ela, velhas amigas...
Ao reencontrá-la pensou que poderiam recuperar o tempo perdido e reiniciarem a velha história de amor...
Mas aquela noite fora incisiva. Lucia não viria, nunca mais...
O que fazer?
O sábado aproximava-se e com ele as noites e bares. Os bares podem trazer novas luas e novos sonhos...
Aquele seria o seu dia!
Não pensara duas vezes. Soube que, na cidade mais próxima, haveria um baile.
Um baile é sempre uma boa oportunidade de conhecer gente nova. Principalmente outras mulheres!
Uma roupa nova, um sapato novo, tudo novo para um velho lobo.
Solitário lobo...
Arrumou-se, perfumou-se...
A noite estava muito bonita e ele também, com certeza teria uma noite inesquecível
E teve!


O clube estava lotado, cheio de jovens felizes e ansiosos.
A música convidativa trazia o sonho...
Sonho e desejos....
De repente, uma sombra familiar passa do outro lado do clube.
Os olhos verdes da morena irradiavam!
O que fazer?
As noites maravilhosas que passaram junto, o uísque fazendo o efeito esperado...
Mas, ao se aproximar um pouco, reparou que os olhos verdes estavam ansiosos, esperando alguma coisa ou alguém...
Alguém!
Neste instante, saindo do banheiro feminino, uma surpresa...
A passageira noturna que nunca viera, aproximava-se sorridente...
Lucia e Fátima.
A noite escureceu-se de vez...
O efeito do uísque se esvaiu...
A porta nunca mais dormiu aberta

Desire.

Desire.

I simply wish your
Vibrant and sensual, sweet delight,
With every touch, with malice,
The night became more ardent,
And everything becomes suddenly
Flood pleasures, without notice,
Increases with each kiss, caress another,
In the intense wonder that you feel.
Soaked invade your ways,
Madness caused by delusions,
Attica, transparent, my desires.
Once asleep in your arms,
Strait fondly our links
My head rests between your breasts ...

DESEJO O TEU DESEJO

DESEJO O TEU DESEJO


Desejo o teu desejo simplesmente
Vibrante e sensual, doce delícia,
A cada novo toque, com malícia,
A noite se tornando mais ardente,

E tudo se transforma de repente,
Dilúvio de prazeres, sem notícia,
Aumenta a cada beijo, outra carícia,
Na intensa maravilha que se sente.

Invado os teus caminhos encharcados,
Delírios por loucuras provocados,
Atiças, transparente, meus anseios.

Depois, adormecido nos teus braços,
Estreito com carinho nossos laços,
Minha cabeça pousa entre teus seios...

A FORÇA DO PERDÃO

A FORÇA DO PERDÃO

A cólera que tanto nos maltrata
E ao mesmo tempo leva à perdição
Mostrando a plenitude de um vulcão
Na fúria que deveras arrebata

Produz a reação quase em cascata
E nela se traduz um turbilhão
Diversa magnitude a do perdão
Que até mais dura fera, ele arrebata.

Manter-se mais distante dos que tanto
Provocam e gerando o desencanto
Nos levam aos caminhos mais sombrios

Mais forte não é quem se torna fera
E sim na cautelosa e mansa espera
Decerto assim se vence os desafios.

ÉS LINDA...

És linda e em tua chama quero o arder
Divino que deveras saboreio,
Tocando com meus lábios cada seio,
Incêndio anunciado em tal prazer

Que nada nesta vida irá conter,
Sequer alguma forma de receio,
Se a cada instante quero e mais anseio,
Sentindo a nossa pele já ferver,

A fêmea desejada, agora plena
Delírio sem igual; promete e acena,
Invado insanamente cada ponto,

Fronteiras? Desconheço e sigo em frente,
No gozo que se entorna, corpo e mente,
Até que nos teus braços; durma. Tonto...

DESEJOS

DESEJOS


Desejo tua pele em minha pele
Anseios e delírios se tocando
Desnuda a bela deusa provocando
À louca fantasia me compele.

Teus seios em meus lábios, fogo intenso
Desbravo os teus caminhos mais sutis
E sou por tais instantes; tão feliz
Carícias entre sedas; quando penso

Nas várias emoções que tu me dás
O gozo alucinante; em loucas sendas
E quando os meus desejos tu desvendas
Numa explosão final imensa paz.

Assim fulgura a estrela que ansiada
Deixando a noite sempre enluarada...

NOSSO DESAFIO

Embarco neste nosso desafio,
E teimo em descobrir novas saídas,
Juntando o que é melhor em nossas vidas,
Deixando uma tristeza por um fio.

Descendo calmamente pelo rio
Encruzilhadas, sempre divididas,
As mãos serão mais fortes quando unidas,
Por isso meu cantar contigo, alio.

Beijando a boca rubra carmesim,
É como conhecer belo jardim,
E ter o Paraíso bem por perto.

No amor que me domina e me fascina,
O corpo delicado da menina,
Mantém meu coração sempre desperto...

CANTO DA ESPERANÇA

Ouvindo da esperança esta cantiga
Que toca mais profundo, o coração,
Nas asas sempre abertas da emoção,
Ternura que eu buscara, tão amiga.

A sorte de sonhar que nos bendiga,
Forrando com beleza nosso chão,
Olhando o teu reflexo na amplidão,
Inebriante luz que nos abriga.

Vieste transformar os meus quereres,
Tu és dentre os trilhões, são tantos seres,
Aquele que é perfeito em plenitude,

Amar-te, pois então é conseqüência,
E falo deste amor com eloqüência,
É fonte de prazer e de saúde...

UM AMOR REPENTINO

Um repentino amor em tarde clara,
Depois da tempestade e ventania,
Intensidade máxima declara
A fonte luminosa que irradia

A luz que eu procurei; tão bela e rara,
Ouvindo a mais suave melodia,
Enquanto uma esperança renascia,
Encontro esta bonança que me ampara.

Restando tão somente me entregar
Aos raios poderosos de um luar,
Tocado pelo incêndio da paixão.

Repare nesta Aurora que vem vindo
O céu se apresentando assim tão lindo
Dourando com prazer nossa emoção.

AMAR

Cantar sempre faz bem ao coração,
Desabafar assim, o sentimento,
E quando estou envolto por paixão,
Eu canto esta alegria, este tormento.

Amar é ter um peso em cada mão,
Pendendo para o riso ou sofrimento,
Num pêndulo repleto de ilusão,
Não larga mais o pobre pensamento...

Viver pensando em ti; é o que me resta,
A porta semi aberta, deixa a fresta
E o vento de um amor logo aproveita...

E a gente sem defesas, fica entregue,
Por mais que uma razão, tal fato negue,
Cupido, o deus moleque, se deleita...

ENTRELAZADOS NODOS

ENTRELAZADOS NODOS

Cuando procurase esa amistad
Que tanto se desea a cada paso,
Dejando en el pasado rudo trazo,
De un mundo sin saber felicidad,

Después de conocer la libertad,
Un sueño más sublime ahora trazo
E tiento estar atento en cuanto cazo
Lo que se fuera rara claridad,

En el albor se viendo tus rocíos,
Placeres que te doy también son míos,
La gratitud que así nos delicia,

¿Ultrices pasos? Nunca volverán,
Entrelazados nodos, mismo afán,
Haciendo dese amor la poesía.

UN VANO VERSO

UN VANO VERSO


Desliza por caminos tan diversos
Palabras se llevando pelo viento,
Apenas hoy restando el sufrimiento
Que ahora describiera en parcos versos,

Así al conocer mis universos,
Adonde se podría el pensamiento,
Por veces en verdad cuando inda tiento
Atento corazón, miedos perversos.

La puerta se ha cerrado atrás de mí,
La rota de esperanza allá perdí,
Solamente viviera ruda mañana,

Las nubes en el plúmbeo cielo ahora,
La propia persistencia me devora
En cuanto un vano verso aún me engaña.

ENTRE MIS SUEÑOS

ENTRE MIS SUEÑOS


Siguiendo entre mis sueños ya resbalas
En todas emociones buena suerte,
Dejando para tras la propia muerte,
Callando desde allí tormentas, balas,

Y cuando margullase en turbias vallas,
Sin tener siquiera el pulso fuerte,
Yo tiento solamente nuevo quien suporte.
Abrirse en corazón diversas alas

Volando para allá sin cobardía,
Me olvido de esas noches tan sombrías
E veo en sol el día que dirá,

Después de tanto tiempo, solitud,
El canto que se busca en plenitud,
Y quiero dentro en alma desde ya.

A SEDE DE TE AMAR

A SEDE DE TE AMAR

Nesta água em que mergulho, tropical,
Percebo uma chegada que me encanta,
A sede de te amar se mostra tanta
Paixão se transformando em temporal...

Olhando para as flores no quintal,
Beleza sensual, imagem santa,
E quando a tarde chega e o sol levanta,
Quarando uma esperança no varal,

Eu faço mais um verso e nele ponho
Aquela que se fez bem mais que sonho,
A realização de um bom desejo.

Aqueça-me deveras, pois, inverno,
O teu carinho sendo quente e terno,
É tudo o que mais quero, o que eu almejo...

DOIS AMANTES

DOIS AMANTES

Nos laços de ternura que nos unem
Ainda vejo a luz que; sei virá,
Os dias que maltratam e nos punem,
Morrendo para sempre desde já...

Ouvir a tua voz, tanto me alenta,
Sustenta o coração enamorado,
Por mais que a chuva caia violenta,
O amanhecer, decerto ensolarado.

Trazendo um brilho intenso, claridade,
Fazendo deste dia inesquecível,
Distante da total insanidade,
O tempo de sonhar se faz plausível,

E assim, dois caminhantes sem destino,
Encontram o futuro, cristalino...

VONTADES E TEMORES

VONTADES E TEMORES


Coabitam vontades e temores,
Minha alma se transforma em tal dilema,
Contendo a fantasia, qual algema
Perece neste inverno e seus rigores.

Cevar com alegria tantas flores,
Teimando em perceber que a piracema
Permite que; o sonhar seja o meu lema,
Porém sentir do vão passos, rumores.

Vontade de sentir tua presença
Tocando a minha pele, sendo minha,
Enquanto a poesia em ti se aninha

Querer esta esperança bem mais densa,
Urgência de saber se isto é verdade,
Qual fora tempestade, o sonho invade...
21/10/11


Cobertos pelo imenso e claro manto,
Os olhos alentando quem pudera
Vencer a mais diversa e longa espera
Tentando apaziguar temor e pranto

E sei que na verdade se me espanto
Aceno com a fúria mais sincera
E bebo o que decerto desespera
E gera a solução em vão quebranto.

Nascendo do vazio e mesmo assim,
A sorte se fizera qual crisálida
E tanto quanto possa em tez tão pálida

Expressa na verdade a dor em mim,
Respaldos de outros tempos mais venais
Nas lutas que se fazem tanto trais.

2

Seguimos sem olhar sequer p’ra trás
Vagando sem descanso a vida inteira
E sei do quanto possa a verdadeira
Palavra que julgasse e não se traz

Restando tão somente o mais tenaz
Momento feito em rústica ladeira
Por onde nossa sorte agora esgueira
E toda esta harmonia se desfaz.

Reparo cada engano e vejo o quanto
Amor se transforma em desencanto
Vestindo a dor que nunca abandonei,

Agora se anuncia tão somente
A luta que deveras se apresente
Marcando a furiosa e tola grei.

3


Desejo transformado em puro sonho
O verso mais audaz que eu poderia
Sabendo da provável rebeldia
O mundo noutro passo eu recomponho.

Vestindo a fantasia eu sou bisonho
E bebo quanto mais se tentaria
Vertendo a cada olhar a poesia
Enquanto neste mar meu barco eu ponho.

Em luta sem final e sem propósito
O sonho se fazendo de um compósito
Diverso do que tanto conheci,

O marco desenhando em tua face
O amor que na verdade se mostrasse
Reinando plenamente desde aqui.

EU E VOCÊ

EU E VOCÊ


Usando tuas pernas quais tenazes,
Aprisionando assim, o seu parceiro,
Percebo quão divinos e vorazes
Prazeres e me dou, mergulho inteiro.

Nas rotas perfumadas, mais audazes,
O amor feito um delírio, costumeiro,
Escondes sob as mangas os quatro ases,
No jogo que queremos corriqueiro,

No mato, no motel ou numa rede,
Eu mato no teu corpo a minha sede,
Num vício prazeroso, satisfeito,

Arranco o teu vestido e te desnudo,
Mergulho sem defesa e vou com tudo,
Deleito-me ao deitar sobre o teu leito.

DIVAGAÇÕES SOBRE O TEMPO

DIVAGAÇÕES SOBRE O TEMPO

O tempo não tem nexo nem juízo,
Ninguém consegue mesmo segurar,
Não anda nem depressa ou devagar,
Exato; com certeza ele é preciso.

Mas quanto numa espera o tempo atrasa
Parece que é tão lento este infeliz,
Porém se estou contente e quero bis,
Parece fogaréu, imensa brasa.

O tempo não tem tempo de saber
O quanto o tempo custa pra correr
Se o tempo é contratempo é demorado

Mas sendo pouco o tempo pro prazer,
O tempo vai correndo sem se ver,
Num passatempo o tempo é apressado...

DECLARAÇÃO DE AMOR

DECLARAÇÃO DE AMOR

Quem fora segue seu caminho, louco...
Meu movimento vai seguir meu canto.
Não poderei mais, nem mais quero...Encanto
Que vem, num grito, me deixando rouco...

Vida perturba, solidão, sufoco,
Nada mais triste que secar teu pranto...
Meus olhos miram nos teus olhos, tanto
Que me corrói, assim, matando um pouco

Do que restara de meus dias Carla.
Quando te vejo, andando pela sala
Tua nudez transformando tudo...

Tua beleza vai vagando a esmo.
Nesse reflexo procurar eu mesmo
A cada passo, mas não falo, mudo...

BEIJA-FLOR

BEIJA-FLOR

Nas tais penumbras de minh’alma eu vejo
Os olhos pálidos da minha dor.
Nas fímbrias prendes solidão; desejo
Então fugir, quero escapar. Apor
As mãos cansadas e sentir o beijo
Mais carinhoso ser teu beija-flor...
Fazer assim do amor, mais belo arpejo.
Nada quero sentir senão calor...
Quero todos segredos, confissões;
Nada dizer, nem precisar, sermões
Feitos dessa total cumplicidade...
Nossos carinhos, envolvendo a lua,
Sofreguidão, te perceber tão nua...
Transparências trazendo veleidade...

AMORES E REVOLUÇÕES

AMORES E REVOLUÇÕES


Acasos entre várias situações
Amores envolvendo o pensamento
Por vezes me entregando um só momento
Causando no final, revoluções...

Pergunto quais as velhas direções
Aonde transformar dor em ungüento
E mesmo tão distante ainda agüento
As mais diversas formas de pressões...

Pergunto ao vento aonde te encontrar
E mesmo fugidia, ainda espero
Vivendo da maneira que mais quero

Imerso neste imenso mar solar
Adentro as fantasias que me dás
Enquanto o amor se doura e o gozo traz...

UM LAVRADOR

UM LAVRADOR


Qual fora um lavrador, ora debulho
Palavras que te possam agradar,
A cada novo verso um pedregulho,
Segredo que procuro desvendar.

E quando no horizonte, enfim mergulho,
Buscando a fortaleza de um luar,
Recolho cada frase com orgulho,
Podendo te dizer que é bom te amar...

Deveras, muito eu quis e não quiseste,
Houvera algum instante em nossa vida,
Que a nossa caminhada, estando unida

Vencesse um solo duro e tão agreste,
Praieiro coração encontra o cais,
Distante de temíveis temporais...

O PODER DA PALAVRA

O PODER DA PALAVRA

Palavra, este tijolo maleável,
Do qual se faz tortura e poesia,
Às vezes tão terrível e agradável,
Constrói ou gera a guerra ou harmonia.

Presente em cada frase, solo arável,
Ilude enquanto gera a fantasia,
Criando um novo mundo suportável
Ou mata provocando uma sangria,

Mergulho em seus mistérios, sou poeta,
A linha que decifro nunca é reta,
A meta de quem canta é ser ouvido.

As marcas que carrego dentro em mim,
Florada prometida em meu jardim,
São coisas que imagino e até duvido...

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

IMENSO SENTIMENTO

Imenso sentimento em que eu entranho
Vontade incomparável de poder
Viver sem ter limites o prazer
Sabendo a cada instante um novo ganho,

O amor quando demais, farto e tamanho
Tomando com vontade nosso ser
No quanto penetrando posso ver
Luar em brilho farto onde me banho.

Irresistivelmente perpetuas
Enquanto imagens claras, belas, nuas
Dourando em prata a noite enlanguescente

No gozo dividido compartilho
Sorvendo desta imensidão tal brilho
Hedônico delírio que apascente.

TOTAL SATISFAÇÃO

Não fecho mais meus olhos pra sonhar,
A vida estando em ti deveras é
O quanto mais desejo e tenho fé
Jamais vou deste encanto separar,

E quando mergulhara no teu mar
Sabendo as variantes da maré
Vivendo cada instante sigo até
O mundo noutra face se aflorar.

Escassas noites vagas, não mais quero
E sendo assim decerto mais sincero,
Encontro em ti total satisfação

Altares entre chamas, camas, gritos,
Momentos mais afoitos e bonitos
Gerando a mais sublime floração.

ALÇAR O PARAÍSO

Eu sei quanto és pacífica querida,
Mas nunca acreditei fosses passiva,
Uma alma delicada e sempre viva,
Jamais se encontrará, assim perdida,

Alçar o paraíso, uma avenida
Que passa por teus braços, doce e altiva,
Do amor que se deu tanto não se priva,
Sendo ele a base sólida da vida...

Eu quero estar contigo a cada instante,
Vibrando com prazer tão delirante
Ao qual o ter acesso é primazia,

Estrela que em sereia se transforma,
Divina e maviosa, em plena forma,
Na ardência que este sol belo irradia...

DE TANTO QUE AMEI

DE TANTO QUE AMEI


Pedaços do que fui vão pelas ruas,
Jogados nas calçadas, nas cidades.
Vontades que em verdade foram tuas,
Apenas tão somente veleidades...

Mulheres e motéis, as deusas nuas,
Misturam fantasias; realidades,
Quem dera muitas luas, dez ou duas,
Esbaldariam vastas claridades...

Mas morro no silêncio das montanhas,
Enquanto perco o sonho, tu me ganhas,
E jogas logo fora, gargalhando...

O amor compartilhado; leda história,
Ao menos ter o gosto da vitória,
Vivendo sem ter jeito; me enganando...

CADA PASSO QUE TU DESTE

Saber de cada passo que tu deste
Em busca da real felicidade,
É ter no olhar a força da verdade,
No mundo onde a paixão domina e investe.

A força imensurável de um cipreste
O quadro desenhado agora invade
E rompe sem pudores, qualquer grade,
Sabendo da alegria que se ateste

No olhar enamorado de quem sonha,
Por mais que a noite surja vã medonha,
Erguendo este castelo fabuloso.

A rica fantasia que me cobre,
É feita deste amor sobejo e nobre
Cobrindo o corpo frágil e andrajoso...

AONDE ESTÁS?

As cores deste amargo entardecer,
Confundem minha mente, aonde estás?
Distante de teus olhos; cadê paz?
Vontade de fugir e de morrer...

Notícias não me mandas; vou atrás,
Estrelas já cansei de percorrer,
Por mares tão distantes, sem saber;
Tampouco uma esperança satisfaz...

Jamais me diga adeus, isto eu te imploro,
Pois saibas, sem defesas, que te adoro,
E vivo tão somente por que existes...

Não deixe-me sofrer. A solidão,
Tomando já de assalto o coração,
Tornando os versos meus, amargos, tristes...

AMOR GERANDO AMOR

Em ti bebo da fonte auspiciosa
Mais caprichosa e intensa que já vi,
Bebendo cada gota preciosa
Que roubo em cada gozo e chego a ti

Ansiosamente nua e fabulosa,
Acaso se vieres, eis aqui
O amor que tu querias, rima e prosa,
Gostosa deusa, aonde eu me perdi,

Salgando a tua boca. Tu me tomas
Em fartos goles, golpe do destino
E quando mais te adoro, eu me fascino,

Encontro em tuas fúrias, tantas somas,
Do quase não havia à perfeição,
Amor gerando amor, duplicação...

Amor y Pasión

Amor y Pasión


El amor no es ambicioso
y, a diferencia de la pasión y el deseo,
se alimenta de pequeñas cosas:
una sonrisa, una caricia, un beso, buenos días...
a veces ni siquiera eso.
A menudo, nosotros no cobramos nada y no preguntes,
o la reciprocidad.
Pasión, por el contrario,
todos los días en rebeldía
y altera todo.
No sabe no vive sin
No, pero ¿por qué no?
Sin la calma y la tormenta
Invaden y no piden, incluso, que invade.
El amor llama a la puerta, se rompe la pasión.
Dicen que el amor buenos días, la pasión y la cuestión
Respeta el amor, la pasión de las inundaciones
El amor no es siempre una pasión.
El amor perdona, castiga la pasión
Pero si quieres ser feliz, en el amor,
Entienda qué es el amor y siempre lo alimentan
Pero no deje que la pasión te destruir.
Ni el cambio, ya que la pasión se convierte en amor y consolida
Si a su vez el amor destruye la pasión y no deja sombra.
Por encima de los dos, sólo amistad.
Esto no se pregunta y no hagas trampa.
Y perdonarse a sí mismo lejos, y sigue siendo un precio muy especial.
Feliz la pasión que se convierte en el amor y trace la amistad.
¡Es perfecto!
¿Deseo?
María fue a la cama, como la llama de María me llama y me satisface.
¿Después?
Otro día.

TEU QUARTO

Invado teu recanto na noite alta,
Adentrando teu quarto, uma surpresa
E vejo deslumbrado esta beleza
Que a natureza esculpe e o amor exalta...

Sentindo de teus lábios, tanta falta,
Em meio às fantasias, a tristeza
Chegando devagar e pondo a mesa,
Porém ao te sentir, desnuda e incauta

Dourado templo imerso no luar,
Fazendo do teu corpo o meu altar,
Singrando por sutis mares diversos,

Contemplo a maviosa criatura
Entrego-se ao sabor desta loucura
Meus braços nos teus braços, ora imersos...

SAUDADE

Alcanço a mais perfeita liberdade
E não temo os desvios desta estrada,
Aproveitando bem a minha estada,
Só levo deste amor, tanta saudade...

Mas tenho que entender se o medo invade
Não restando defesas, quase nada
Sobrevive à tormenta anunciada,
Impondo sobre nós obscuridade...

E quando me quiseres, mesmo tarde,
Retornarei sem medo e sem alarde,
Eternamente teu; ponto final.

Tu foste luz intensa em plena treva,
Minha alma neste instante ainda neva,
À espera deste sonho tropical...

SEGUINDO TEUS RASTROS

Seguindo cada rastro que tu deixas,
Percorro os infinitos, vago mares,
Encontro o Paraíso nos altares
Deitando sobre os sonhos, deusas, gueixas...

Carrego em minhas mãos, este astrolábio,
Buscando entre as tempestas, nosso barco,
O quanto no passado, foi tão parco,
Fazendo o meu viver mais pleno e sábio.

Tateio entre os penhascos e rochedos,
Vestígios que me contem os segredos
Aonde se escondeu minha sereia?

Seguindo estas pegadas, vou em frente,
Até quem sabe um dia, de repente,
Encontre-te desnuda em plena areia...

Love and Passion

Love and Passion


Love is not greedy
and, unlike the passion and desire,
feeds on little ...
a smile, a caress, a kiss, good morning ...
sometimes not even that.
Often we do not charge anything and do not ask,
or reciprocity.
Passion, on the contrary,
every day rebels
and disrupts everything.
Do not know do not live without
No but why not
Without calm and storm
Invade and does not even ask, it invades.
Love knocks on the door, passion breaks.
Say good morning love, passion and question
Love respects, passion floods
Love is not always a passion.
Love forgives, punishes passion
But if you want to be happy, love!
Understand what love is and always feed it
But do not let the passion to destroy.
Neither the change, as the passion turns into love and consolidates
If love turn destroys passion and leaves no shadow.
Above the two, only friendship.
This does not ask and do not cheat.
And forgive himself away, and still a very special rate.
Happy the passion that turns into love and friendship dies.
It's perfect!
Desire?
Maria went to bed as the flame of Mary calls me and satisfies me.
After?
Another day ...

Amor e Paixão

Amor e Paixão


Amor não é guloso
e, ao contrário da paixão e do desejo,
se alimenta de pouca coisa...
um sorriso, um carinho, um beijo, bom dia...
às vezes nem isso.
Muitas vezes não cobra nada e nem pede,
nem reciprocidade.
Paixão, muito pelo contrário,
a cada dia se rebela
e tumultua tudo.
Não sabe viver sem não
Sem senão sem porquê
Sem calmaria e tempestade
Invade e nem pergunta, invade.
Amor bate na porta, paixão arromba.
Amor diz bom dia, paixão nem pergunta
Amor respeita, paixão inunda
Amor é sempre paixão é nunca.
Amor perdoa, paixão castiga
Mas se queres ser feliz, ame!
Entenda o que é o amor e o alimente sempre
Mas não deixe que a paixão o destrua.
Nem o mude, já que a paixão vira amor e consolida
Se o amor virar paixão destrói e não deixa nem sombra.
Acima dos dois, somente a amizade.
Essa não pergunta e não se trai.
E se trai perdoa, e continua um ritmo todo especial.
Feliz da paixão que vira amor e morre amizade.
É perfeita!
O desejo?
Maria foi para a cama a chama de Maria já me chama e me sacia.
Depois?
Outro dia...

TER VOCÊ JUNTO COMIGO

TER VOCÊ JUNTO COMIGO

Delícia é ter você junto comigo,
Nas loucas brincadeiras noite afora,
Um velho passageiro se demora
Ao encontrar ali, seu manso abrigo.

A pele bronzeada é um perigo,
E quando em fantasias se decora,
Chamando pra festança: Vam’embora!
Unindo meu umbigo ao seu umbigo,

A gente não descansa um só segundo,
Vagando o pensamento me aprofundo
Descobrindo a ciência do querer.

Brincar de pique esconde, rala e rola,
Minha alma ganhando asas já decola,
Pois sabe: se perdendo, irá vencer...

HERIDO

HERIDO


Nubladas tardes veo en tus cielos,
Y mismo cuando traces esperanza
La vida solamente vana lanza
Dejando en el camino sueños bellos,

Herido en soledad sin ilusiones,
Disperso sigo apenas el pavor,
Aun se presumía vivo amor,
Mis erros adelantan los rincones,

Y lejos do que pueda tartamudo,
Temblando mis banderas, nostalgia,
La suerte sin sentido no cambia
Prosigo caminar de veras rudo,

Relámpagos hiriendo las esferas,
Matando mansedumbre y primaveras.

"VIVIR CADA MOMENTO?" DIÓGENES PEREIRA DE ARAÚJO Y MARCOS LOURES

"VIVIR CADA MOMENTO?"

SABEDORIA!

Viver solenemente

Cada minuto é parte verdadeira
da eternidade e traz cada minuto
a chance de viver de tal maneira

que a gente viva bem a eternidade
Para viver assim me esforço e luto
em orações pois sei que de verdade

somente a graça ajuda e nos garante
que o tempo se redima enquanto passa
A graça é sempre pródiga e bastante
qual vinho a transbordar de nossas taça

Em tudo quanto eu pense ou fale ou faça
me ajuda, ó Pai: Te peço suplicante
que eu possa com amor por tua graça
viver solenemente cada instante

Diógenes Pereira de Araújo

Amar en Dios la luce en libertad,
Segundo cada fase del camino,
Jamás me imaginase en desatino,
Vagando sin temor, felicidad,

En cuanto se imagina esa verdad
La suerte que nos trace raro vino,
Nociones de cariño descortino,
Vida pasa a tener más calidad,

Dejando para tras tantos abismos,
Aunque mis deseos son los mismos,
El tiempo no se olvida y en paz cambia,

Se despertó en alma; inmenso mar
Presumo como es bueno tanto amar,
Portando en corazón esa utopía.

PAZ O GUERRA

PAZ O GUERRA


Corceles en mi cielo en paz o guerra
Volcanes en los pasos, eclosión,
Viviendo sin saber del corazón
La solitud de veras así descierra,

Muy lejos del rincón, sublime tierra,
Procuro solamente solución
Disperso caminar sin dirección
Estrada más antigua el tiempo cierra.

Jamás tuve en la vida claridad,
Horrible sensación sin libertad,
Las rutas por supuesto tan profundas,

Creyendo en ilusiones, nada más,
Dejando mías ansias para tras
De tantas decepciones, ya me inundas.

AO LUAR

Pudesse te tomar entre meus braços,
Dançando entre os luares e as estrelas,
No manso progredir de nossos passos,
Belezas tão difíceis de dizê-las.

Desfilas transparências, belos seios,
Fulgores sensuais, loucas vontades,
Seguindo sem pudores, sem receios,
Deixando para trás tolas verdades,

Num átimo ser deus e ser cativo,
Vibrando em convulsões deliciosas,
Viver este delírio que ora vivo,
Fartando-me de gozos quando gozas,

Valsando entre cometas, galerias,
Bebendo nos teus lábios, fantasias...

UM VELHO SAMBA DE NOEL

Quisera fazer dança desta vida
Que tantas vezes marca e até sorri,
Bendita esta alegria, vem de ti,
Deixando uma tristeza já perdida,

Não vivo e nem suporto tal ermida,
Mas venho do caminho que escolhi,
Às vezes festejando; agora aqui,
A mente muitas vezes exaurida.

Batuca um velho samba de Noel,
O amor que conheceu Vila Isabel,
No Boulevard passeia sob a lua.

Depois a madrugada, de mansinho,
Ouvindo no Sovaco um bom chorinho...
E quando a manhã surge, continua...

MÍA PAZ

MÍA PAZ


Ninguna solución se presentando,
El cielo se mostrando más nublado,
Y veo cada sombra del pasado,
E así ni la esperanza deslumbrando,

Viviese todo encanto del amor,
Y nadie entre los tantos deshumanos
Cambiando y me trasciendo nuevos danos
Negando al corazón claro color,

Presumo el fin de todo y solamente
La muerte que de veras se presente
Domina eso horizonte, e nada más,

Quisiera, pues tener felicidad,
Y cuando no crié la claridad
¿Por qué se escondería mía paz?

Saber amarte MARI CARMEN RUIZ MONTERO y MARCOS LOURES

Es amarte, saber amarte
conociendo tu amor
recorriendo tu ser,
es amarte, querer amarte
saboreándote, admirándote
soñándote, pensándote
es amarte, es morir amándote.

Mari Carmen Ruiz Montero

Soñándote de veras yo podría
Vivir una esperanza y más allá
Aunque nuevo encanto moldará
Yo traigo dentro en mí, la fantasía,

Conocí libertad cuando alegría
Que apenas solamente volverá
En cuanto se presume desde ya
Amor que el mundo entero contenía.

¿Las piedras del camino? No más veo,
Ya ni siquiera domo mi deseo
He vislumbrado un día más contento,

Y tantas veces tuve en mías manos,
Los sueños; mismo cuando son insanos,
Una esperanza enorme así fomento…

FELICIDAD

FELICIDAD


Por tanto que el amor me dominase
Ninguna solución se presentando,
El mundo se desdeña desde cuando
Mi paso, solamente algún impase,

La dicha cambiando demostrase
Futuro sin temores, denudando
La luna que prosiga ora alumbrando
Camino adonde el alma renovase.

Después do que viví no quiero más,
Que nada resta ahora y siga atrás
Volviendo una mirada en el futuro,

Cadena se rompió, voy adelante,
El canto nuevo rumo me garante
Y en ti, felicidad hoy aseguro.

DESABRIGO

DESABRIGO


Jogada nalgum canto de minha alma
Cravada feito cruz; beira de estrada,
Do quanto fora outrora resta o nada,
Somente este vazio, ora me acalma...

Vestindo de ilusões, velho palhaço,
Os ventos me guiando pelas ruas,
Estrelas são estradas, deusas nuas,
Ausência se traduz em cada abraço

Fazendo do meu peito, tolo ninho,
O medo de morrer, seguir sozinho,
Antigo companheiro; vem comigo

A tua traição, dura ferida
Sangrando cada curva desta vida,
Condena-me ao terror do desabrigo...

MI SALUD

MI SALUD


Se mis ensueños, sin embargo sigo
Apenas restará una salida,
Dejando para tras toda la vida,
Ninguno se presume ser amigo,

Y nadie cuando veo, trace abrigo,
Estrada sin sentido, se ha perdida,
Un paso representa una caída
No puedo más sentir lo que hay conmigo,

Las gemelares lunas en mi cielo,
La dama se entrañando, un sueño bello,
Y cuando ora despierto, solitud,

En lo caos eses días siguen tristes,
Más cuando al recordar que aun existes
Es como renovase mi salud.

DEPOIS DA MEIA NOITE

DEPOIS DA MEIA NOITE


Depois da meia noite? Gatos pardos...
A bebida em excesso é um perigo...
Tu pensas que é de pêssego, são cardos...
Um buraco qualquer serve de abrigo.

Aquela te parece um avião?
Um tosco teco-teco, com certeza,
Melhor deixar fazer arribação,
Mas levas com carinho para a mesa...

Pior é que parece que são gêmeas,
Na certa; o que tu vês é duplicado
Importa, meu amigo é que são fêmeas,
Melhor do que encarar troço trocado...

Porém, digo a verdade: vá na fé,
É carne de segunda e não filé...

MIS DOLORES

MIS DOLORES


Cambias las palabras, solamente,
Adonde estoy, ninguno sueño espero,
El mundo no se haciendo más sincero,
La plenitud jamás mi canto siente,

Vivir y así tener el inclemente
Momento en cuando yo me desespero,
Presumo nuevo día y cuanto quiero
Tener en tu presencia cuerpo y mente.

Un alma que se dista de su rota,
Apenas traigo a ti, nueva derrota
Y sé que no perdonas mis errores

La llama, mera fragua, me abrasando,
El sueño que se muestre en contrabando
Prosigo sin placeres, mis dolores…

MIS CAMINOS

MIS CAMINOS


En las rotas escogidas, mis caminos
Deslumbran en rarísimo fulgor,
Y cuando se diseña en mí, amor,
Los sueños, los quería cristalinos,

Más cuando en desventura desatinos,
No tengo casi nada y sin valor
La vida se perdiendo en el dolor
Ha tanto que procuro otros destinos,

¿Es tontería? Nadie me responde,
Y sin saber ni mismo cuando y adonde
Prosigo, pero en rota tan diversa,

Me resta solamente ese vacío,
En la explosión allá yo desafío,
La dicha que mi paso ahora versa.

MY DESIRE

MY DESIRE


The routes chosen, my desire
Find your desires again
And the more daring, fierce and fiery
I predict greater storm,
Love is not just a flash,
And when the master, body and mind,
In an act of delusion more frequent,
Panting for pleasure, blind, pant.
A dazed soul, numbness,
In a fantastic explosion, your joy,
Shed; furious about me,
Lights after a huge flame,
That both seduce us, glows and burns,
Travel I intend to have no end...

MEUS DESEJOS

Nas rotas escolhidas, meu desejo
Encontra os teus desejos novamente
E quanto mais audaz, voraz e ardente
Maior a tempestade que prevejo,

O amor não é somente algum lampejo,
E quando nos domina; corpo e mente,
Num ato de delírio mais freqüente,
Arfando com prazeres, cego, arquejo...

Entontecendo uma alma, torporoso,
Numa explosão fantástica, teu gozo,
Derramas; furiosa, sobre mim,

Acende-se afinal a enorme chama,
Que tanto nos seduz, reluz e inflama,
Viagem que pretendo não ter fim...

DOURANDO-ME EM TEUS RAIOS

Deitados sobre a seda dos lençóis,
Fomentas as vontades mais audazes,
Teus olhos me orientam; dois faróis,
A lua numa noite, quatro fases,

Perdidos entre panos, tresloucados,
Encontro logo o mapa do tesouro,
Gemidos e sorrisos tão safados,
Decifram tão divino ancoradouro.

E douro-me em teus raios, sol brilhante,
Rainha feita em serpe, deusa nua,
O corpo se enroscando provocante,
Enquanto o nosso jogo continua,

Até que num espasmo sem igual,
Cumprimos nosso santo ritual...

DEIXA O AMOR...

DEIXA O AMOR...


Penumbras me atraíram; disso eu sei,
Por entre as avenidas mais sombrias,
Eu mergulhei nas minhas poesias,
E os sonhos que restavam, enterrei.

No féretro dos sonhos, me esbaldei,
Irrompem as distantes melodias,
E quanto amor tu me darias,
Decerto mal sabias; te odiei...

Eu quero esta amargura que me inspira.
Já não suporto mais o amor perfeito,
Se em meio a tais sangrias me deleito,

Acendo dos meus túmulos, a pira.
E quanto mais distante do desejo
Maior a placidez que ao longe vejo...

A SENSAÇÃO DO VAZIO

A sensação perene do vazio,
Aos poucos minha pele se soltando,
O vento que julgara, outrora brando,
Queimando lentamente, triste e frio.

O velho coração que fantasio
Mergulha no oceano e desabando,
Lentamente abandona o tosco bando
Atravessando a vida, vai vadio.

Queria muitas vezes ser feliz,
O céu das esperanças morre gris,
Atriz/felicidade aonde estás?

Minha carcaça, podre e sem remédio,
O dia passa lento, amargo tédio
Minha alma sem descanso, busca a paz...

Lost by one goal

Lost by one goal



Lost by one goal, I take one hundred,
We will see in the end, who wins the game,
Knowing that to you I'm nobody,
I know your tricks, porpoise fire.
I like to play on the counterattack,
Staying on the boom all the time,
Getting a surprise give a thud,
I am well, and linebacker bad planter.
If the game decided the championship
Split will not lose it all
If necessary, the ball into the woods,
But I know my place and do not kid myself.
Just will not stay there in the lantern;
Nor is eternal loneliness

QUEM GANHA O JOGO?

Perdido por um gol, eu tomo cem,
Veremos no final quem ganha o jogo,
Sabendo que pra ti eu sou ninguém,
Conheço tuas manhas, boto fogo...

Eu gosto de jogar no contra-ataque,
Ficando na retranca o tempo inteiro,
Pegando de surpresa, dou um baque,
Sou beque botinudo e bem roceiro.

Se o jogo decidir o campeonato
Não perco dividida vou com tudo
Se necessário for, bola pro mato,
Porém sei meu lugar e não me iludo...

Só não irei ficar lá na lanterna;
Tampouco a solidão será eterna...

GITANA SENSACIÓN

GITANA SENSACIÓN


Pudiera ter en manos el cometa
Que tanto se buscaba vida afuera,
Ahora sin parada nadie espera
La solitud vuelve y me acometa.

No hay mismo palabra que prometa
Un tiempo más tranquillo, vida es hiera,
El corazón de cierto degenera,
Marcado por la vida, vil tarjeta.

He visto mucha cosa en mía vida,
Y busco, mismo frágil algún apoyo,
Ya no consigo más una salida,

Las tramas en verdad, como un arroyo
Siguiendo más allá, nada dejando,
Gitana sensación, amor en bando…
20/10

Permite que se doure a fantasia,
Ou mesmo se anuncie nova sorte
Ainda quando vejo o que comporte
A luta noutra face em ironia,

A senda quantas vezes se queria
Marcando o que pudera em tal suporte
Na farsa mais comum nada suporte
Senão a mesma angústia, esta utopia.

Revejo tantos erros do passado
E cevo meu caminho desolado
Tentando coletar uma esperança,

Granando no vazio sem proveito,
Apenas quando sinto e me deleito
A sorte se desenha sem pujança.

2

Nos olhos de quem ama firmemente
A face especular trama o reflexo
Enquanto se presume mais perplexo
O sonho ao invadir a fria mente

E sei do quanto possa e não somente
Viceja a fantasia e quando a anexo
Bebendo cada gole perco o nexo,
E toda esta emoção a vida sente.

Recalculando o tempo que inda resta
Prepara o coração diversa festa
E vibra em concordância ou mesmo ilude.

E quando vi mortalha, noutro instante
O tanto que pudera não garante
Sequer esta imperfeita juventude.



3

A vida se transforma enquanto vejo
A sorte que buscara mais distante
O passo quando tenta novo instante
Deixando para trás todo o cortejo,

A senda refletindo este azulejo
Que possa se tornar bem mais brilhante
Tramando na esperança o que agigante
A sensação que tanto ora desejo.

Trapaças de uma sina sem paragem,
Estrelas que eu carrego na bagagem
São meras fantasias, nada mais.

O verso sem sentido, a voz sombria
Aonde novo encanto poderia
As sortes são deveras tão venais.

DECLARAÇÃO DE AMOR

DECLARAÇÃO DE AMOR

Pudesse acreditar neste cometa
Que segue sem parada, mundo a fora,
E em cada novo engano que eu cometa,
A solidão temível já se aflora,

Cupido me ferindo com a seta
Minha alma enamorada enfim te adora,
Porém minha razão firme e concreta
Ordena num momento: - Vá-se embora!

E nessa indecisão; temor e glória,
Eu tenho em minhas mãos, a minha história,
Recomeçar audaz, novo romance..

Ou deixo adormecido o sentimento,
Ou mudo num instante, o movimento
E dou ao coração a nova chance...

TRISTE MIRADA

TRISTE MIRADA


Fui solo en las entrañas del temor,
Aposto entre tormentas, vendaval,
La piel tramando un gusto, dulce sal,
Sobrevivirme ahora en su amor,

Usted sabiendo el canto redentor
La vida se mostrara desigual,
No tengo dentro en mi ni más banal,
Noción do que pudiera sufridor,

Alzando más distante el pensamiento
Vagando por las rutas me alimento
De todas las palabras que cediste,

Pero ha caído en mí, la tempestad,
Dejando ben más dista libertad,
Y la mirada así se hace tan triste…

PAREADOS - DUETO HELENA DA ROSA E MARCOS LOURES

Não temo se caminho ao teu lado

Se dá-me a tua mão na tempestade

Não há sinal maior de amizade

Que a oferta destes versos, teu legado



Se faço do amor a minha lei,

O teu trilhar é tudo que professo

Amigo, te adoro e confesso:

Feliz o dia que te encontrei.



Mesmo estando longe, eu te sigo

Em versos te acarinho e prossigo

Buscando sempre o amor, a alegria...



A Deus eu rogo que em nossa trilha

Vejamos na jornada, maravilhas

E sele esta amizade em poesia!

Helena da Rosa

Seguindo pareados; vida afora,
Postergam-se temores sem futuro,
Assim momentos belos; configuro
Aonde esta esperança em paz se ancora,

As trilhas que seguimos desde agora,
Outros cenários tramam sobre o muro
Deixando que se veja o que procuro
Nos lábios de quem amo sem ter hora,

Na placidez suave do abandono,
Dos sonhos e palavras se me adono,
Abonos da alegria em perfeição

Tramando com certeza o mesmo enredo,
O quanto me desejas te concedo,
Seguimos nesta mesma direção.

LOS BLANCOS SENOS

LOS BLANCOS SENOS

Los blancos senos, cuando allá deseo,
Colinas entre valles, perfección,
El mundo se transciende en emoción
Una esperanza rara hoy ya preveo,

Así maravillado, me presiento
Mis noches en lunares argentinos,
Los labros diseñando tintos vinos,
Amor se ha presumido en un momento,

Más cuando en realidad ya no consigo
Siquiera presentir lo que cambia,
La noche se quedando ora sombría,
Condena el corazón al desabrigo.

Forjando una expresión más cariñosa,
Pero en jardín, espinas matan rosa…

LOS BLANCOS SENOS

LOS BLANCOS SENOS

Los blancos senos, cuando allá deseo,
Colinas entre valles, perfección,
El mundo se transciende en emoción
Una esperanza rara hoy ya preveo,

Así maravillado, me presiento
Mis noches en lunares argentinos,
Los labros diseñando tintos vinos,
Amor se ha presumido en un momento,

Más cuando en realidad ya no consigo
Siquiera presentir lo que cambia,
La noche se quedando ora sombría,
Condena el corazón al desabrigo.

Forjando una expresión más cariñosa,
Pero en jardín, espinas matan rosa…