sábado, 19 de fevereiro de 2011

1

Um mundo que termina por si só
E traz somente o quanto aqui se vê
E o traço mais audaz tendo o seu quê
E não se renovando após o pó.

Vontade de existir e nisto traz
Potencialmente o todo em ar descrente
E vivo tão somente o que se sente
Sabendo se decerto até mordaz,

Sentir cada prazer e nele a sorte
Gerada tão somente nos conforte
E traga a sensação de plenitude

A morte finda a história e sem a glória
O corpo se desfaz em leda escória,
Promessa tola e vã jamais me ilude...

2


Potência se traduz em conseguir
Chegar à magnitude além, suprema
E quando na verdade já se extrema
Trazendo limitado algum porvir,

Viver cada momento como um todo
Sem medo do que possa acontecer
E nisto o que trouxesse algum prazer
Jamais se formaria num engodo,

Caminho que se trace não harmônico
Nem mesmo noutro mundo, estágio e sina
O gozo sem limites que fascina
Presume este cenário enfim hedônico

O gosto que se emana desta sorte
Que tanto nos seduza e nos conforte.

3


Expandindo os limites da potência
Vontade se traduz satisfação,
E o quanto destes passos; moldarão
Além em explosão vital ciência,

Acentuando o passo em imanência
E nisto novos templos se erguerão
Ao gozo da verdade em expressão
Gerada sem qualquer nova ingerência.

A vida se traduz em tal aporte
E nisto o que me importa ora conforte
Vivendo por viver o que inda resta

Ousando nos sentidos sem temores
Seguindo o quanto queres ao propores
Aproveitando então a menor fresta...


4


O passo que se dera
Sem rumo ou vão sentido
No todo resumido
Traçando esta nova era

E dela o que se espera
Gerando além do olvido
O canto suprimido
A sorte amarga e fera?

Já não me caberia
Sequer a fantasia
Na déspota ilusão,

E bebo da sangria
Vital patifaria
Em torpe dimensão.

5

Meu verso inverso e solto
Presume o que não possa
Viver além da nossa
Vontade onde é revolto

O passo que ora escolto
E marco enquanto apossa
A sorte desta fossa
Num sonho jamais douto.

Inclino-me ao que fosse
Diverso deste agridoce
Cenário onde me dou,

E sei que a morte rege
E não se faz herege
Devora o que restou...


6


Bebendo gole a gole
O amargo da ilusão
Gerada em decepção
No quanto em vão me assole,

O tempo nos degole
Em leda gestação
Marcando em dimensão
Diversa o que me esfole,

O prazo determina
O fim da leda sina
E o pranto derramado,

Nas ânsias do que eu posso
Embora em vão destroço
Ainda inútil, Brado...

7

Já não mais me coubesse
A sorte em tom gentil,
O quanto ora se viu
Tramando em leda prece

O todo não se tece
E o prazo se extinguiu
Marcando em tom mais vil
O quanto em vão padece,

O corte em carne exposta
Do quanto quer e gosta
A sorte em heresia

Na tétrica presença
Da dor que me convença
Do que eu jamais teria...


8


Não pude acreditar
Nem mesmo na vontade
Que tanto e até agrade
Em tom claro e solar

Mesquinho caminhar
Recende à fria grade
Negando a liberdade
Sem pouso e sem lugar,

O sonho se antepondo
E quando em vão me escondo
Apenas vejo o fim,

Vender falsa ilusão?
Prefiro a escravidão
Que habita dentro em mim...


9

Tu és o que jamais
Pensasse ser diverso
E neste passo verso
Ousando além do cais,

Os dias/temporais
O quanto desconverso
E mesmo se disperso
Adentro os funerais,

O mundo em tuas mãos?
São rasos os teus chãos
E vãos os teus caminhos,

Mas deves persistir
Mesmo que sem porvir
Engodos são daninhos...

10


A morte atocaiada
E o fim se traz inteiro
E nisto o mensageiro
Não trama quase nada

Somente a mesma estrada
E o velho e derradeiro
Caminho sem canteiro
Negando uma florada,

A parte que me cabe
Bem antes que desabe
Jamais se fez inteira

E bebo em penitência
A vida em vã ciência
E enquanto ela se esgueira...


11

O tanto contemplando
Maravilhosamente
O corpo nada sente
A morte desde quando

O todo anunciando
Aonde o passo sente
E vejo plenamente
A luz já se expressando

Após o que inda houvera
Na leda primavera
No caos em rastro e espaço,

Os astros se em conflito
A sorte enquanto imito
O sonho agora escasso...

12

Natal no pensamento
Marcando pelo medo
Do passo onde concedo
O verso em tal lamento

O quanto quero e tento
Embora seja ledo
Expressa desde cedo
O velho alheamento,

Seguindo em procissão
As sortes se verão
No nada ou no vazio,

E quando se presume
A vida em leme e lume
Esqueço o próprio fio.


13

Não quero outro detalhe
Apenas o que inda resta
Na sorte feita em fresta
Aonde se batalhe

E sei do quanto espalhe
Marcando em medo e festa
O todo que se empresta
Ao momento aonde falhe.

E nada mais se vendo
Somente este remendo
Do que deveras fora

Esta alma sem segredo
O mundo onde concedo
Esta voz vã, sonhadora...

14

O rastro se percebe
No corte e sem sentido
E quando fui ferido
A sorte noutra sebe

A luta se concebe
O prazo resumido
E o tempo revolvido
Aonde o tanto embebe

A vida em tom venal
O sonho em desigual
Caminho se traduz,

E a morte nos redime
Do quanto em medo e crime
Deixei além a luz...

15

O verso se sonega
No passo sem proveito
E quanto mais aceito
Percebo a sorte cega,

E sei do que navega
O mundo em ledo pleito
Vencida de tal jeito
Esta alma em nada apega,

Vestindo a mesma sorte
Trazendo em paz a morte
No olhar já sem caminho,

Meu verso se iludira
E tanto em vã mentira
Encontro o mais mesquinho.

16


A vida se anuncia
Bebendo em cada gole
Carpindo o quanto esfole
Deixando a sorte fria

Erguendo a voz sombria
Falhando enquanto bole
Girando o quanto role
Habito o que não via.

Ilusionário passo
Jogado em tom devasso
Levando ao fim o tanto

Marcando sem sentido
Nascendo desvalido
Ousando em desencanto...

17


Cidade que maldita
Adentra dentro em mim
Traçando agora o fim
E nada se permita

Somente o quanto irrita
A vida sempre assim,
Jogado bebo enfim
A sina mais aflita.

O prazo determina
O quanto em tal neblina
Adentro em suicídio

Dos sonhos o dissídio
Promete apenas ermo
Cenário em turvo termo...

18


Escravidão somente
O que na mão me trazes
E sei dos incapazes
Terrenos, vã semente.

O fim já se apresente
E toque co’as tenazes
Em sendas mais mordazes
A luta de um demente,

O caos se aproximando
Aonde mais nefando
Marcasse o fim e o nada,

Depois de já perdido
O mundo revolvido,
A história sonegada.


19


Vestal? Que hipocrisia...
A sílfide falida
Marcada pela vida
Em nada mudaria,

Ainda fantasia
Em ares; presumida,
Porém tão desvalida
Já nada mais teria,

O vento noutro rumo,
Aos poucos se me esfumo
Presumo o que não trace

Sequer o quanto é rude
Vencer o que não pude
E mostre a velha face...

20


Coxins em pedra e espinho
O quanto me legaste
E o tempo em tal contraste
Traduz-se mais daninho,

Negando o quanto alinho
No prego que cravaste
No sonho, ora em desgaste
Amargo e rude vinho.

Bebendo em tua pele
Ao quanto me compele?
Repulsa e nada mais.

Expulsa de minha alma
Tal luz que ainda acalma
Restando os temporais...

21

Amigo eu poderia
Se amigos eu tivesse,
A vida nada tece
Somente a voz sombria

E gera em agonia
Aquém da rara prece
E o que inda me enobrece
Semente ora vazia

E feito em aridez
O todo se desfez
Sem ter qualquer alento,

E bebo em ti cicuta
A sorte não reluta
Exposta ao vão tormento...


22


Marcando em amizade
Pousando em sonho falso,
Preparo o cadafalso
E nisto me degrade,

Travando a liberdade
O sonho ora descalço
O mundo este percalço
Que tanto desagrade

Rompendo o próprio caos
Os dias ledos maus
Olhos sem horizonte,

E o quanto nos redime
Explica qualquer crime
Que além inda desponte.

23


Presentes que recebes
Dos quanto ora ajudaste
Apenas rota esta haste
Destroçam velhas sebes,

E assim enfim percebes
O todo em vil desgaste,
E quanto sonegaste
E nisto o não concebes

Eu trago em carne viva
A sorte que se priva
Sanguínea tempestade,

O prazo determina
A velha vã neblina
E o tempo após se evade...

24


Ousando estar desnudo
Sem ter a proteção
Que sirva de ilusão
Enquanto me transmudo,

O passo eu sei, contudo
Marcada dimensão
E nele outros verão
O grito atroz e agudo,

Arcando com enganos
Tocado pelos danos
Esbarro no não ser,

E aqueço a noite fria
No sonho onde traria
Um novo amanhecer.

25


Respeito os meus tropeços
Em atropelos tantos,
E sei dos desencantos
E neles adereços

Pousando em velhos cortes
Gerados pelo nada
A sorte anunciada
Traduz apenas mortes,

Não quero qualquer trilha
Supérflua nem vital
O dia em tal sinal
No nada não palmilha

E bebo apenas isso,
O tempo mais mortiço.

26


Dormindo sobre pregos
Os dias entre fúrias
Marcados por incúrias
Em passos rudes, cegos,

Moldasse a dimensão
Dos erros costumeiros
E sigo teus luzeiros
E neles a expressão

Do quanto pode e deve
A luta sem proveito
E quando enfim aceito
Caminho bem mais leve

O tempo desafia
E mata o dia a dia...

27


A voz prostituída
A sorte sem capricho,
O quanto em velho nicho
Desfaz a própria vida

Olhando e de saída
Apenas fero bicho
Qual fora mero lixo
Na luta indefinida.

O verso em desafeto
Retenho e me completo
Nos vácuos: solidão.

Marcasse assim tal fato
E nisto o que constato
Expressa a dimensão...


28


Ao ser aquela que
Deveras poderia
E nada me traria
Sequer o que se vê,

O sonho não se crê
A luta em agonia
Expressa a rebeldia
Sem rumos, num cadê...

O verso inverso e rubro
E quando me descubro
Em sanguinário espaço

O quanto tanto tive
Agora não contive
E sigo em rumo escasso.

29

Desonra-se a verdade
No prazo que se finda
A luta já não blinda
E marca insanidade,

Procuro claridade
E nada enfim me brinda
Somente o quanto ainda
O tempo ora degrade.

O prazo determina
O fim da cristalina
Vontade sem proveito,

Esmeraldina fonte
Enquanto desaponte
Marcando o velho leito...

30

O sonho desta infame
A luta sem sentido
O passo removido
O quanto em vão se clame,

O bêbado ditame
O marco consumido,
A morte que lapido
As dores em enxame,

Examinando o caos
Ascendo em vários graus
Ao quanto nunca pude,

E vejo mais de perto
Enquanto me deserto
Inércia em atitude...


31


A vida sem proveito
Em face discordante
No quanto se garante
Matando o quanto aceito,

E vejo insatisfeito
Seguindo doravante
O prazo que inconstante
Volvesse de outro jeito,

Aprendo com meus erros
E sei dos meus desterros
Vagando em cerros, vales,

Jamais contendo o grito
Que tanto necessito
Na dor que em morte exales.

32

As luzes se apagando
As cinzas do que sou
Apenas sigo e vou
No tempo sem ter quando,

O corte sonegando
O quanto desenhou
Matando o que restou
E mesmo desabando.

O prazo acaso o ocaso
E nada onde comprazo
Presume uma saída

Jogado pelos cantos
E neles ledos prantos
Mesclando morte e vida...


33

A vida renega
E nada resgata
A sorte desata
Deveras mais cega

E quando se apega
Também me maltrata
E assim já retrata
O mar que navega.

A senda desfeita
Ousando na espreita
Tocaias e tramas

Diversa armadilha
A dor se polvilha
E nada mais clamas.


34

Renego o sonho
E sigo alheio
O quanto veio
Traduz medonho

E nada oponho
Em vão receio
E tramo em veio
O ser bisonho

Matando a sorte
O que comporte
Já não me basta

E o preço rude
Que tanto ilude
Também desgasta...

35

O verso em vão
Podada senda
A luta atenda
A dimensão

Da negação
E não desvenda
Sequer entenda
Os que verão

Após o caos
Os dias maus
Degraus e quedas

E sei do fútil
Cenário inútil
Onde me vedas...

36

Desodoriza
Esta alma rude
E nela pude
Aquém da brisa

O que matiza
E mesmo mude
O passo ilude
E nada avisa,

O canto em paz?
Jamais se faz
E nada temo

Somente o passo
Deveras lasso
Em tom extremo.

37

Já não me cabe
O quanto trago
Vencido afago
Tudo desabe

A morte sabe
Do preço e vago
Quando divago
Tanto se acabe,

O preço e a forma
O que deforma
Permite o fim

E bebo o sangue
Em lodo e mangue
Guardado em mim...

38


O prazo se esgota
A sorte também
E nada contém
Perdendo esta rota

A luta sem cota
O medo em desdém
E o quanto retém
Esbarra na frota

Vestindo o passado
O quanto inda evado
O todo que é meu,

Jamais poderia
Na sorte sombria
Que o prumo perdeu.

39


Já nada se faz
Sem ter tal alento
Do quanto me invento
E sei ser audaz,

Mas sendo tenaz
O verso em momento
Diverso apresento
Embora mordaz,

Fartura do nada
A mesma alvorada
Deveras perdida

Nos ermos da vida
Por sorte lembrada
Em cada ferida...


40


Já não mais veria
O todo sem rumo
E quando me esfumo
Vital fantasia

Marcando agonia
Do passo onde aprumo
O corte em resumo
Em senda sombria,

Apenas desato
E sei que em tal ato
O fim se presume,

Pudesse traçar
Além do luar
A noite em tal lume...


41


O caos num canto
O vago passo
E nada faço
Só me quebranto

E sei do pranto
O rumo escasso
E o tempo lasso
Em desencanto.

Marcando a sorte
No quanto aporte
Além do cais

Encontro em neve
O que se atreve
E agora trais...

42

O verso em trama
Vivida luta
Já não se escuta
Sequer o drama

E quando clama
Vencida e bruta
Outrora astuta
A sorte é lama.

Vestindo o sonho
E assim componho
Meu marco zero,

Jamais teria
Além do dia
Atroz e fero...

43

Mudando o rumo
Felicidade?
Jorrando invade
O velho sumo

Em podre aprumo
A queda brade
Matando e enfade
Onde me esfumo,

Vestindo a cota
A vida nota
O fim do prazo,

E sei do quanto
Ainda em pranto
Gera o descaso.

44

Inútil fardo
O tempo audaz
A voz se faz
E nela o bardo

Morrendo em cardo
Preço tenaz
Que tanto traz
E nada aguardo,

Espero apenas
Após as cenas
As negações

E quando tento
Vencer o vento
Me decompões.

45

Mereço o corte
Ferida e chaga
No quanto vaga
Esta alma em porte

E não suporte
Sequer a plaga
Aonde afaga
A lenta morte,

E me enveneno
Já sendo pleno
No beijo em falso

Momento escasso
Onde desfaço
E me descalço.

46


Já não pudera
Saber sequer
O quanto quer
Noite sincera

Da vida a esfera
Dita o que der
E da mulher
A faca espera,

O beijo rude
O quanto pude
E sei que é vão,

Jamais previsse
Nesta mesmice
A solução.

47

Bebendo à farta
O quanto possa
Vencer a nossa
Mostrando a carta

E se descarta
O que remoça
Ou mesmo em troça
Não mais comparta,

Eu bebo o fim
E sei que enfim
Já nada cabe

Somente o vago
Em ledo afago
Que ora desabe...


48

Não posso mais
Ousar no canto
E quando e quanto
Tu derramais,

Olhando o cais
Vislumbro o manto
Puído encanto
Entre chacais,

E vejo bem
O mundo tem
E vem sem nexo

Do quanto eu quis
O ser feliz
É tão complexo...

49

Jamais se vira
O olhar venal
Num ritual
Em leda mira,

Tanto retira
Consensual
Caminho igual
Rude mentira,

A senda atroz
E já sem voz
Apenas tenho

O olhar vazio
E desafio
Em torpe empenho.

50


O rock errou
Meu tempo em caos
Outros degraus
Tempo tomou,

Verso negou
Diversos graus
Frotas sem naus
O que restou?

Some e divise
O quanto pise
Nos cacos meus

E parco verso
E nele imerso
Preparo adeus...

51

Peregrinei
Sem ter descanso
O quanto alcanço
Em triste grei

Tanto expressei
No verso manso
Que tento e avanço
Sem rumo e lei,

Marcado então
Na sensação
Do caos em mim,

Apenas vivo
O ser cativo
Do início ao fim...

52

E longamente
A vida traça
A sorte escassa
E mesmo mente

Nada se sente
Nesta fumaça
E o tempo passa
De mim ausente,

Bebendo a morte
Que não comporte
Sequer o prazo

E quando vejo
Em mesmo ensejo
Somente ocaso...

53


Por este mundo
Que tanto quis
Vencer a atriz
Onde aprofundo

E assim me inundo
Em cicatriz
Da geratriz
Tom turvo, imundo.

Negar o quanto
Ainda espanto
Trazendo enfim,

Meu mundo escasso
Aonde eu traço
Restos de mim.

54

A rude voz
De quem se fez
Em altivez
E rompe os nós

Na fonte atroz;
A insensatez
Onde me vês
E nada após,

Presumo o corte
E bebo o norte
Em dimensão

Diversa e traça
A leda e escassa
Compilação.

55


Não tendo o todo
Sequer o pouco
Se eu me treslouco
Enfrento o lodo,

E bebo a morte
Sanguíneo passo
E sei devasso
O quanto aporte

Medonhamente
O não se espera
Velha quimera
Rosnando mente,

E o caos digere
E nada espere...


56


Reconheci
Meus erros tais
Enquanto trais
E me perdi,

E desde aqui
Velhos sinais
Disperso cais
Mal concebi.

Bebendo o fel
O tom cruel
Da boca amarga

De quem se fez
Estupidez
E o sonho embarga.

57


Já não se quer
Apenas isto
E se conquisto
O tom qualquer

Do que vier
E sei que nisto
Sendo malquisto
Feito em qualquer

Cenário ou mote
Quebrando o pote
Denote a guerra

E assim desnuda
A luta muda
E o caos me aterra...

58

Já não veria
O que inda trago
Bebendo um trago
De poesia

Vivendo o dia
E sem afago
Tanto divago
Melancolia.

Mas tanto insistes
Cenários tristes
Em riste o sonho

Apenas traz
A dor tenaz
Canto medonho...

59


Encarniçada
A luta vejo
E sei sobejo
Após o nada

Vencendo estrada
Sem azulejo,
O que prevejo
Em derrocada

Mergulho em vão
E vou ao chão
Sem mais saber

Do todo em nós
Da amarga foz
Em desprazer...

60


Piano bar
A noite passa
A sorte escassa
E sem luar,

Ledo piano
Tocando em tédio
Sequer remédio
Ao desengano,

E bebo assim
O gim sem cota
O que denota
Perto meu fim,

E brindo à noite
Que tanto açoite...


61

Mudando o foco
Sem rumo ou zoom
Sou mais algum
Morrendo in loco,

E se desloco
Culpa do rum?
Por ser nenhum
Eu te provoco;

E bebo a morte
Que me conforte
A cada dia

Cactos eu planto
E o desencanto
Enfim veria...

62

Na
Frase
Crase
Há?

Da
Fase
Base


O
Tanto
Quanto

Do
Manto?
Pranto...

63

Já não
Soubera
A fera
Em vão

Verão
Na austera
Sincera
Visão.

E vejo
Desejo
Mortalha...

O corte
Aporte
Navalha...

64

Meu mundo em queda
A sorte escassa
Velha trapaça
Ali se enreda

Já nada seda
Quem em devassa
Jamais se faça
E o passo veda

Vencido bebo
Cedo o placebo
E sei do ocaso,

Sem tempo sigo
Em desabrigo
E enfim me atraso.

65

Bradando à toa
A vida mente
E assim somente
Tola revoa,

A sorte boa
Vaga semente
Que enfim se ausente
E além ecoa.

Escoa a sorte
Moldando em porte
Diversidade,

Pudesse ter
Amanhecer
Em liberdade...

66

Meu erro apenas
E nada mais
Vagos sinais
Quando envenenas

Revendo as cenas
Tons tão venais
Já nada atrais
E me condenas

Bisonhamente
A vida mente
E molda o fim,

Já nada trago
Sequer o afago
E morro em mim.

67

Rendido ao quanto
Pousasse além
E quando vem
Gerando espanto

Sonego o canto
E sigo bem
Sem ter desdém
O marco em pranto,

E vejo após
A velha foz
A voz do nada

A sorte mude
Diversa e rude
Já desolada...

68


Bradando em vão
Sem ter sentido
Já dilapido
Outro verão,

Nesta estação
Enfim olvido
E desprovido
Sou negação,

Matando em fome
O que me dome
E gere o medo

Nada pudera
Na sorte fera
Onde a concedo...

69


Vivificar
Escaras tantas
E me garantas
Frágil lutar

A divagar
Onde agigantas
E quando espantas
Posso notar

Apenas isso,
O que cobiço
Ou mesmo pude

Deixando atrás
O canto audaz
E a juventude...

70

Deleites? Nada...
A senda nua
Sempre cultua
A mesma estada.

E tanto enfada
Ou continua
Tentando a lua
Em velha estrada,

Sevícias sinto
No ledo instinto
Extinto o sonho

O passo finge
Além da esfinge
Não me proponho...

71


Havendo o sol
Reinando além
O todo vem
Toma arrebol,

E sempre em prol
Do que convém
Olhando bem
Cadê farol?

Navego em mar
Sem ter lugar
Aporto em vão

E bebo o sumo
Que ora resumo
Em turbilhão...
72

Meu canto
Meu mundo
Profundo
Encanto

E tanto
Me inundo
Do imundo
E espanto

No raro
Preparo
A luta

A voz
Após
Reluta...


73

O verso
Se veste
Reveste
Disperso

E verso
Celeste
No agreste
Diverso,

Bebendo
Entendo
O todo

No corte
Comporte
O engodo.

74

Já não
Cabendo
Adendo
Em vão

Sertão
Prevendo
Cedendo
Ser tão.

Ouvisse
Tolice
Credito

Ao nada
A estada
No aflito.

75

Teclando
Passado
Gerado
Em bando

Selando
Degrado
Evado
Pousando

No fim
Da rota
Esgota

Em mim
E em medo
Procedo...

76

Jazigo
Apenas
Condenas?
Abrigo...

Prossigo
Em penas
Serenas?
Não ligo...

Morresse
Temesse?
Nem tanto

O beijo
Desejo.
Quebranto...

77

Viceja
Jardim
Em mim
Que seja

Andeja
No fim
Assim
Poreja

Imola
Assola
E toma,

Momento
Que invento
Sem soma...

78

Jurasse
Cenário
Tão vário
Na face

Mudasse
O horário
No erário
Rondasse

Rumando
No quando
Apenas

Serenas
Quem tenta
Sangrenta.

79

O amor
Sem nexo
Reflexo
Compor

No ardor
Complexo
Perplexo
Em dor.

Vestindo
Infindo
Caminho

E sei
Que errei,
Daninho...


80

Já não
Pudera
Na fera
Senão,

O chão
A espera
Esfera
Em grão,

O solo
Assolo
E morro,

Após
Atroz
Socorro...

81

O meu verso se transforma
E gerando novo espaço
Onde tento busco e traço
A verdade noutra forma,

O quanto já se deforma
Ou percebo ser escasso,
Desenhando traço a traço
O que seja velha norma,

Adentrando o descaminho
Sei do quanto em vão me aninho
E bebera a solidão,

Mas no fundo sigo só
E voltando ao velho pó
Refazendo a dimensão...


82


O meu verso poderia
Expressar alguma luz,
Porém quando o que conduz
Dita a sorte mais sombria,

Relegando a poesia
E marcando o quanto pus
Em verdade e em contraluz
Nos caminhos da agonia,

Versejando sobre o nada
Ou deveras já me evada
Da verdade que corróis,

E pudesse dentro da alma
Ter a sorte que me acalma
Desenhando estes mil sóis...

83


Já não pude perceber
O que tanto desenhara
Nos anseios da seara
A vontade de viver,

E não tendo o que fazer
Sorte apenas dita escara
E a verdade desampara
Impedindo o sol nascer,

Vejo bem cada momento
E deveras tento e invento
O cenário que não veio,

Perfeição que tanto quis
Hoje é mera chamariz
Para a queda em tal anseio...

84



O meu mundo se mostrasse
A verdade sem viés
Tão somente por quem és
Preparando algum impasse,

Na esperança que mudasse
E rompesse tais galés
O meu barco sem convés
A saudade dita a face,

E seria muito bom
Ter decerto o raro dom
De saber felicidade,

Porém nada se aproxima
E mantendo baixa a estima,
Cada instante me degrade...


85

Se deveras fosse rei
Quem moldasse a direção
E sem ter qualquer razão
Hoje eu sei por quanto errei,

Vasculhando o que encontrei
Novos dias se farão
E meu passo mesmo em vão
Encontrando o que sonhei,

Esperando qualquer luz
E se tange o que produz
Vagamente vejo o fim,

Mas vestindo esta quimera
O caminho não espera
O que resta dentro em mim...


86

Nesta vã contradição
O que possa já não cabe
E decerto assim desabe
Os caminhos que virão,

E moldando na estação
O que sei deveras cabe
Sorte traz antes que acabe
A verdade em tal versão,

O meu passo se desenha
No que tanto traz em lenha
Procurando a frágua e a luz,

Mas ao fim do dia nada
A saudade mutilada
Outra igual já reproduz.


87

O meu prazo se esgotara
A vontade não porfia
E o que possa em agonia
Dominando tal seara,

A saudade desampara
O caminho da utopia
Na verdade a voz sombria
Do meu sonho já zombara,

E não tendo sequer fato
Onde possa e me retrato
Bebo apenas solidão,

E não pude acreditar
Na vontade de lutar
Ou sequer noutra emoção.


88


Já não coube dentro em mim
O momento em raro ardil,
E o que tanto ora se viu
Desenhasse cedo o fim,

Vogo em tempo sem jardim,
Tento ser até gentil,
Mas cenário torpe e vil
Se desenha sempre assim,

O meu canto sem promessa
A vontade onde se expressa
Rege o passo sem proveito,

E o meu tempo dita o quando
Todo o mundo desabando
Tento a paz que não aceito...

89


Se jogado sobre os ermos
Do cenário em pedra e pus
O que possa reproduz
O vazio em torpes termos,

E sem nada a convencermos
O final já se traduz
No que tanto ora supus
Em meus passos vãos e enfermos.

Bebo em goles fartos tédio
E sem ter qualquer remédio
Adentrando a solidão

Num errático momento
O que tanto busco e tento
Diz da imensa negação.

90

Ao levar a voz além
Do que tento ou poderia
A saudade em sintonia
Provocando o que convém

Vibração que nunca tem
A certeza mais sombria,
Quando muito o passo esfria
Não restando em mim ninguém.

A mortalha se ascendendo
Ao que possa ser horrendo
E presume o fim da tarde,

Sensação do caos total
Da vontade nem sinal,
No caminho onde a retarde.

91

Nos meus tempos de menino
Esperança desce o morro
E sem ter qualquer socorro
Cada passo eu não domino

Vou bebendo o meu destino
E podendo além eu corro,
Mas decerto quando escorro
Perco o rumo, cristalino.

E vencer a tempestade
Neste vórtice voraz
Desenhando o que traz

No vazio quando invade
Sendo assim já nada resta
Senão sorte má, funesta...

92

Vou vivendo o que me dera
O caminho sem vestígios
Das vontades em litígios
Espreitando a dura fera

O cenário se produz
Sem qualquer alento, pois
Entre agora e até depois
O que resta não faz jus.

O meu canto sem juízo
O caminho destoando
Do que outrora brando
Hoje em vão não me matizo,

E sem nada que me reste
O meu mundo segue agreste...


93

Ao colher os nascimentos
Do vazio que se empresta
Ao que tanto fora festa
Expressando tais tormentos

Na verdade desalentos
Ditam sorte mais funesta
E o caminho desembesta
Sem trazer sequer proventos

Nada tendo no final
O que possa em tal sinal
Presumir qualquer carinho

O meu verso em desafeto
Este palco em dor repleto
Traz o tempo mais mesquinho.


94

Arrogante caminheiro
Dos vazios deste espaço
O que possa e nega o traço
Já não forma este canteiro,

E se posso e não me inteiro
O momento segue lasso
E deveras me desfaço
Do não ser, o derradeiro.

A mortalha se tecendo
Na verdade outro remendo
Sobreposto ao que se fez

Não pudesse mais prever
O que tanto quis saber,
Mas se mostra insensatez...

95

Apresento tais escusas
E no fim em paralelo
O que posso e não revelo
Na verdade ora entrecruzas,

Cenas rudes e confusas
Meu destino enfim eu selo
No caminho onde me atrelo
Ao buscar as fúteis musas,

Já não pude revelar
Expressão onde pudesse
Não desdenhando esta messe

Nem tentasse outro lugar
Presunçosa madrugada
Não me traz sequer mais nada...

96

Marcas velhas que inda trago
Do meu mundo em tom atroz
E negando a minha voz
O que fosse mero afago

Presumindo e assim divago
No cenário mais feroz
E seguindo logo após
Da esperança bebo um trago,

Mas perdida a dimensão
Dos caminhos que virão
Sortilégio ou privilégio?

A verdade não produz
O que tanto foge à cruz
Num momento quase régio...

97

Na inconstância da passada
A versão que não se dera
No caminho da pantera
A visão enviesada

A esperança se degrada
A vontade nega espera
O meu mundo destempera
A saudade desenhada

Nesta lua que comove
E em verdade além se move
Num rastro de pura prata

O meu canto sem paragem
O meu verso em tal miragem
Nada mais tenta e retrata.


98

Já não cabe qualquer chance
De saber a dimensão
Da verdade em rumo vão
Onde o todo não alcance

E inda mais quando descanse
Da sobeja promissão
O caminho traz missão
Mesmo aquém do quanto avance

Esperando qualquer dia
Pelo quanto inda viria
Em momento desigual,

Da saudade que restara
Derramando na seara
Talvez reste algum sinal...

99


Bebo o passo e me abandono
Outro tento e nada vindo
O que outrora quis infindo
Com certeza não abono,

Entregando ao velho sono
O meu passo ora deslindo
E pudesse quando o blindo
Ter certeza do que adono,

Mas se ufana esta mentira
Do que envolve e me retira
Sem sentido em tom mordaz,

Tomo um gole de cerveja
Que esta história sempre seja
Da esperança que se faz...

100


Não me cabe quase nada
Nem saber o que talvez
No princípio, todo mês
Trouxe a morte desenhada

A verdade sempre enfada
De concreto o que tu vês
Gesta a pouca lucidez
Sorte sempre mal lançada

Presunçosa fantasia
Onde o todo deveria
Ser ao menos mais suave,

Mas sem ter qualquer domínio
Meu caminho sem fascínio,
Cada passo um novo entrave...

101

Já não tento
Novo passo
Descompasso
Quando invento

Pensamento
Segue escasso
E devasso
Bebo o vento

Ao se erguer
O mundo nega
O que apega

Sem querer
Vida cega
Sem poder...

102

O que jamais eu poderia ver
Depois de tanto tempo solitário
O barco naufragando, itinerário
Tragado pelo etéreo renascer,

E quando se aproxima amanhecer
O mundo cobra além seu honorário
E o canto se anuncia temerário
Fazendo cada canto padecer

Expresso esta verdade em tom cruel
E sei do quanto possa em meu papel
Ao léu sem direção, seguindo o vento,

Meu verso se trajando deste luto
Ainda quando possa em vão reluto
Deixando no passado o sentimento...

103

O preço a se pagar
Do quanto desejei
Tomando inteira a grei
Vagando sem parar

E possa em tal lugar
Dizer o que sonhei
Mil mares naveguei
Sem poder descansar,

Agora não porfio
Descendo o velho rio
E nele outro momento

Buscando uma resposta
A face sendo exposta
Ao duro desalento.


104

Já não me caberia
Saber o quanto veio
O mundo segue alheio
Em tez dura e sombria,

Vagando dia a dia
Em vão tento e rodeio
Apenas sei do meio
Que tanto perderia,

O prazo se findando
O dia desabando
Em vórtice profundo,

No turbilhão nefasto
Se eu posso até me afasto,
Mas sei do quanto inundo...

105

Macabra sensação
Do passo sem destino
E quando mal domino
A velha provisão

Encontro a dimensão
Por onde desatino
E sinto este ladino
Cenário em divisão.

Cercando com a fúria
A sorte em tal incúria
Já nada me traria

Somente o desafeto
E quando me completo,
Apenas a agonia.

106

Jogado sobre as rocas
O barco da esperança
Apenas nada alcança
E nisto me provocas

Vencendo o quanto alocas
Decerto em tal vingança
A vida em temperança
E os ermos já convocas

E trazes sem sinal
O passo em ritual
Diverso e sem proveito,

Mas quando me inundasse
A sorte sem repasse
Caminho onde me aceito...

107


Apenas sendo assim
O início da falência
A vida em tal demência
Gerasse outro jardim,

Mas sei enquanto eu vim
E tendo esta ciência
Da expressa virulência
O nada resta em mim,

Vestindo a sorte atroz
Já nada dita a voz
De quem se fez além

Do canto em sensação
Na rude dimensão
A morte cedo vem...

108

Não tendo outro caminho
O quanto pude crer
No torpe amanhecer
Em ar duro e daninho

Apuro e me avizinho
Em raro desprazer
E sei que a me perder
Cevara mero espinho

E brado em voz ferida
A sorte decidida
Nos antros da esperança

Macabra noite traz
O ledo tom voraz
Que em luto sempre avança.

109


Acaso se vieres
Verás o quanto resta
Do que já fora festa
E tanto agora feres.

Bem mais do que tu queres
A voz sendo funesta
O quanto além empesta
Quebrando tais talheres

Num frenesi audaz
Meu mundo se desfaz
E nada resta aqui,

Somente a mera sombra
Que ainda vem e assombra
Lembrando o que perdi.

110

Se acaso a sorte mude
O prazo continua
Marcando a face nua
Da morta juventude

O quanto desilude
E além ora recua
Matando o que flutua
Sem tomar atitude.

O verso se presume
No quanto em tal ardume
Não possa mais colher

A primavera explode
O inverno na alma eclode
Gerando o desprazer...


111

A carga que é pesada
Não deixa prosseguir
E sem qualquer porvir
O todo ora se evada

A sorte desenhada
Nas tramas, perseguir
E quando conseguir
Vencer ou quase nada

Seguindo cada passo
Do quanto quero e faço
Deixando para trás

O medo em heresia
A sorte que traria
O que já nada faz.


112

Eu não quero esta verdade
Que decerto não foi minha
Esta luta tão mesquinha
Quanto mais nos desagrade

Ouço a voz da liberdade
Que em meu peito ora se aninha
E bebendo o que continha
Na esperança em claridade,

O vazio sem destino
O meu passo desatino
E o cenário se reflete

Noutro tanto que pudera
Desvendar cada quimera
E esta história se repete...

113


Nunca pude conviver
Com vontades discrepantes
Onde quer que me adiantes
Não consigo me envolver

E tivesse tal poder
Entre luzes deslumbrantes
Os caminhos torturantes
Impedindo o amanhecer,

De tal sorte a vida trama
O que tanto vivo em drama
E mergulho insanamente

Bebo a morte em largos goles
E decerto se me imoles
O meu tempo ora se ausente...

114

Ao brindar em festa e luz
Este palco determina
A verdade cristalina
Onde o pouco além propus,

Verso quando enquanto opus
O desejo sem a mina
A saudade se extermina
Quando outrora recompus

A vencida solução
Entre farta exposição
E o caminho ou mesmo a sorte

No que tange à poesia
Do meu sonho se exporia
O tormento desconforte...

115

Vento traz na madrugada
Entre nuvens o sombrio
Caminhar em desvario
E tentar a nova estada,

Venço a sorte ou resta o nada
E tampouco desafio
O que possa e mal espio
Esta face degradada

Noutro ponto da cidade
Sem sentido ou liberdade
Linear anseio eu vejo

E tramando novo rumo
Onde quer que em vão me aprumo
Só me resta o ledo ensejo...

116


Não posso e nem queria novo sonho
O velho já bastou. Estou sozinho
E quando me encontrava em vão, mesquinho
Apenas todo engano em ti componho.

Vencido pela audácia do enfadonho
Momento onde buscasse mesmo um ninho
E a vida sonegando – pleno espinho-
O tempo se esgotando em ar medonho,

Mas sei que no final me bastaria
O pouco que inda tenho em ironia
Vestindo as fantasias de bufão,

Ainda quando ouvisse a voz do vento
Trazendo esta lembrança, o sentimento,
O tanto quanto resta traça o não.

117

Jamais encontrarás qualquer lembrança
Do ser que inda tentara alguma luz
Decerto o quanto resta e reproduz
Transcende ao próprio engodo enquanto avança.

Não trago dentro da alma esta fiança
E vejo na aliança o corte e o pus
Aonde sem certeza alguma eu pus
O sonho nada resta e só me cansa,

Vestindo hipocrisia feita em ódio,
A dor se transformando em louro e pódio
Na insólita presença do vazio,

E bebo deste cálice – vinagre,
Espero que; quem sabe; se consagre,
Mas quando me percebo; nada crio.

118

Abrindo o coração a quem se dera
Bem mais do que qualquer vontade atroz
O vento se espalhando mais feroz,
O véu do céu tomado noutra esfera,

O verso se esquecendo – primavera-
Apenas o que vejo vem após
Mesquinharias tantas, louca voz
Rondando minha casa, esta quimera,

E o passo traduzisse esta Medusa
E quando a sorte dita mais confusa
A estrada sem ter nexo ou sem sentido,

Do quanto poderia e nada veio
Somente o que me resta em devaneio
Deixando meu destino a ser cumprido.


119

Mergulho no passado e vejo apenas
As sombras do que um dia fora um homem,
Imagens distorcidas logo somem
E restam tão somente meras cenas,

E quanto mais ao nada me condenas
Torturas entre farsas já consomem
E o tempo entre fantasmas que me tomem,
Negando sortes calmas e serenas.

No cálice quebrado perco o vinho
E sei do meu momento mais mesquinho
Aprofundando os olhos num passado

Aonde fui feliz e bem sabia,
Vivendo vigorosa fantasia
Agora perco a vida e sigo ao lado...

120

Olhando para trás
Bem pouco me restara
Somente esta seara
Em passo tão fugaz,

O verso nada traz
A vida não prepara
A sorte sendo amara
O mundo se desfaz,

E o vento me tocando
O olhar enamorado
De um templo desenhado

Num tempo em contrabando,
A sorte se mostrando
No altar já profanado...


121

Acreditar na sorte
Privando o meu sentir
E nisto o que há de vir
Já não mais me comporte,

Vacante o rumo e aporte
Matando o presumir
De um tempo a permitir
O canto noutro norte,

Vasculho e nada vejo
Somente o que no ensejo
Pousasse dentro da alma.

Amortalhando o passo
Aonde quero e traço
O verso que me acalma...

122

O sonho se elevando
Ao quanto poderia
Mostrar em fantasia
O tempo, o como e o quando,

Esqueço sonegando
Alguma alegoria
E vendo o que viria,
O termo desenhando,

Legar ao que virá
Apenas o vazio
Tecido em desvario

E sendo desde cá
Meu passo em rumo incerto,
O verso a descoberto...


123


Meu barco que à deriva
Perdido em alto mar
Pudesse se mostrar
Enquanto a sorte priva

E o vento se deriva
De um tenso navegar
Ousando a divagar
Aonde a morte criva.

O prazo em desafeto
O peso de um passado
Deveras maltratado

E sei quanto o completo
A cada instante audaz
Enquanto além se faz...

124


Transito neste nada
E vago entre estrelares
Caminhos que ao notares
Expressam quanto enfada

A vida desenhada
Jogada em lupanares
Vagando em tantos bares
Marcando a madrugada.

O beijo se transforma
Numa arma que infalível
Expressa o tão sofrível

Cenário em turva forma,
E quando me arremeta,
Um pária em vã sarjeta...

125

Vibrar em emoção
E ter próspero sonho,
Vestindo este enfadonho
Momento sem senão,

A sorte em dimensão
Diversa que proponho
Expressa o mais tristonho
Cenário mesmo em vão,

Pudesse de tal forma
Vencer o que deforma
O prazo em tom sutil,

Depois do que vivera
A vida se perdera
E nada em nós se viu.

126

Banquetes de esperança
Em cálices sangrantes
E quando me adiantes
A vida segue e avança;

O vento que balança
Os ermos me garantes
E nada além de instante
Presumem tal mudança.

Após colher enganos
E tantas ironias,
Aonde mostrarias

Apenas rotos planos
Em dias quando imersos
Aquém dos velhos versos...

127

Não concebendo a sorte
Que tanto quis um dia
O sonho não traria
Sequer algum suporte,

Mas sei do quanto aborte
Em leda fantasia
A vida em utopia
O tempo desconforte.

Vacante coração
Já nada vendo então
Expressa em tom venal

Este abandono e enfim
Vivendo dentro em mim
Um mundo tão banal.

128

Restasse alguma voz
A quem não pode outrora
Vestir o quanto aflora
Em tom ledo e feroz,

Vagando dentro em nós
O tempo desancora
E quando me apavora
Mostrando ser o algoz

Já nada me restasse
Sequer o mesmo impasse
Em tétrica paragem,

No caos que ora me vejo
Opaco e sem desejo
Amor? Vaga miragem...


129

Aprendo a cada instante
Olhando para trás
Sabendo ser fugaz
O prazo onde se espante

A vida doravante
Pudesse ser audaz,
Porém tanto mordaz
Num ato tão marcante,

A senda se procura
E traz em amargura
Sementes do vazio,

E bebo em cada gole
O quanto agora assole
No marco em desvario...

130

Amar é conceber
O sonho em perfeição
E nesta dimensão
Pudesse perceber

A sorte a se tecer
E a vida sem senão
Meus dias não verão
Sequer este prazer.

Porém valendo a pena
O encanto que serena
Nas noites solitárias

Lembranças de nós dois,
Deixando p’ra depois;
Quem sabe? Luminárias...


131


Falando deste amor
Que tanto desejei
E ao fim quando me dei
Partindo em tal rancor,

Marcando aonde for
A imagem desta grei
Que agora deixarei
Aos poucos, decompor,

Vestindo a fantasia
De quem sempre queria
Apenas ser feliz,

O velho caminheiro
Encontra no espinheiro
Canteiro que desfiz...

132

Meu verso sem proveito
A vida nada traz
Somente o que é capaz
De ter em vago leito,

E quanto mais me aceito
A luta se compraz
Deixando para trás
O amor insatisfeito,

Não sigo contra a fúria
Nem mesmo em tal lamúria
Cessando o mar em mim,

Porém a lua outrora
Exposta, não aflora
E o tempo molda o fim.

133

Um dia pude crer
Nas sortes variadas
Seguindo por estradas
Marcadas por prazer,

A cada amanhecer
Após enluaradas
Vontades desenhadas
Nas ânsias do querer,

Agora o tu vês
Ditando a insensatez
É sombra e nada mais,

O corte na raiz
O verso onde me fiz
São frases tão banais...

134

Saudades de outras eras
Dispersas; pensamento...
Agora o desalento
Enquanto nada esperas

Somente destemperas
A vida contra o vento
E mesmo quando atento
Encontro as velhas feras.

Na cândida expressão
Do amor em sedução
Brilhantes noites calmas,

Mas hoje só te vejo
Distante do desejo
Dispersas; nossas almas.


135

Não tendo o que inda trace
O velho caminhar
Apenas desejar
Vencer o mesmo impasse

E quanto se mostrasse
No prazo a desenhar
Ainda algum lugar
Que tanto desejasse,

Mas nada do que sinto
Expressa o rude instinto
Agora sem sentido,

Meu passo então deriva
Da sorte onde é cativa
E aos poucos, dilapido.


136

Amada o teu perfume
Tocando esta janela
Aos poucos se revela
O amor que em luz resume,

Porém a noite, o lume
A voz não mais se atrela
A lua é frágil vela,
O mundo em tanto ardume,

Jamais imaginara
O fim desta seara
Amarga e decadente,

Já nada mais comporta,
Fechando a velha porta,
O fim ora apresente...


137

Eu tento acreditar
Num dia mais feliz
E quando me desfiz
Do passo a desenhar

Vencido e já sem par
O quanto outrora quis
Marcando por um triz
Meu mundo a sonegar,

Escondo os meus farrapos
E sei dos velhos trapos
Que esta alma em tal retalho

Trouxera em desenganos
São rotos os meus planos,
Porém inda batalho.


138

Despeço-me da vida
E volto ao velho porto
Aonde quase aborto
Inicia a partida,

E a sorte resumida
No olhar de um semimorto
Num passo atroz e torto
Não tendo outra saída,

E cada golpe acolhe
Os cacos que recolhe
A sorte sem proveito,

E vejo dentro em mim
Apenas termo e fim,
E aos poucos, sei que aceito...



139


A dor que nos invade
Nos ermos de um sertão
Vagando em direção
Ao quanto se degrade.

Meu verso desagrade
E mostre desde então
Diversa sensação
Sem ter felicidade;

Fidelidade ao vago
Tormento onde divago
E bebo esta amargura,

Depois de tanta luta
Ninguém hoje me escuta
E o sonho me tortura...

140


Recorda o coração
Dos tempos magistrais
E sei que nunca mais
Eles repetirão

Na vaga sensação
Dos dias tão iguais
Quebrando os meus cristais
O passo sempre em vão...

Depois do quanto pude
Viver sabendo rude
O tempo sem proveito,

E brindo com ardor
As tramas de um amor
Eterno insatisfeito...



141

Dessas manhãs claras
Perdidas na vaga
Verdade que indaga
E nada declaras

As sortes amaras
O tempo se afaga
Nas mãos esta adaga
As lendas e escaras.

O mundo sem nexo
E sigo perplexo
Sem nada a fazer

Senão meu passado
Que tanto cevado
Em dor e prazer.

142

A dor brotando em mim
Vagando sem destino
E quando mal domino
O tempo em ledo fim

Ocaso traz assim
O peso onde alucino
O verso em desatino
Ao longe este clarim,

E o corte se anuncia
Trazendo em ledo dia
A amarga desventura,

Do todo que se preza
A vida quis ilesa,
Porém nada assegura...

143


Brotando sem amor
Em torpe primavera
A dor que não se espera
Refaz velho louvor

Pudesse crer na flor
Que fora mais sincera
E nesta torpe esfera
Expressa o vão calor.

Acordo e nada vejo
Somente o meu desejo
Encontra a solidão

E bebo do vazio
Aonde desafio
Os dias que virão...


144


E desta luz nascente
O manto a descoberto
O tempo aonde alerto
O passo em que se sente,

A sorte de um demente
O vento no deserto
O prazo sempre incerto
E o canto invade a mente,

Lembranças de outras eras
E quando desesperas
Já nada mais se vê,

Pousasse aonde eu vi
Um sonho colibri
Agora sem por que...

145

Tanta misericórdia
Pudesse ainda ver
E sei do meu querer
E nele esta discórdia

E sinto em tal mixórdia
Meu passo a se perder
E quando ao bel-prazer
Buscasse uma concórdia

O peso não traria
O fim de uma esperança
O passo em vão avança

E sei da tez sombria
Marcada a cada dia
No vago onde se lança.


146


Resplandecente sol
Tomando este cenário
E sei do solidário
Caminho em arrebol,

Teus olhos, o farol
Deveras necessário
E neste itinerário
Eu sou teu girassol,

Vestindo cada encanto
Trazendo ao helianto
Anseio sem igual,

Vagando e te buscando
No todo imaginando
Um tom consensual...

147

Enquanto extasiada
Adentras o teu quarto
Depois do sonho farto
Não resta quase nada,

A vida ora moldada
No quanto em ti comparto
Do prazo enquanto parto
Vagando em leda estada,

O tempo se anuncia
E vendo a fantasia
Tão próxima do fim,

Ainda que se visse
Além de uma crendice
Encontro o que há em mim...


148


A luz se desenhara
Crucificada na alma
E quando o tempo acalma
Vazia esta seara,

A luta desprepara
O verso gera o trauma
E o passo a cada palma
Resume a noite amara,

Não pude perceber
O quanto deste ser
Seria mesmo audaz,

A voz já se perdendo
O tempo traz no emendo
O rumo que desfaz...

149


Manhãs ensolaradas
Em sertanejo sonho,
E quando me proponho
Estendes alvoradas

Tocando estas estradas
Num ato mais risonho
Na paz que te proponho
Nas linhas desenhadas.

As horas sem proveito
O prazo já desfeito
E o corte se anuncia,

Mas quando vejo o sol
Bebendo este arrebol
A sorte fantasia...

150


Tristeza dita o passo
Em tal desarmonia
Que nada me traria
Sentido vago e escasso,

Cerzindo o quanto traço
No peso em agonia
Marcando a fantasia
No vento onde é devasso

Sentindo sem alento
O verso que hoje tento
Após a tempestade.

Reparo cada engano
E sei quando me dano
Enquanto a dor invade...


151

Cristais sobre o vergel
Rocios da esperança
Em verdejante avança
E traz à Terra o Céu.

A vida em carrossel
O sol agora lança
Seus raios com pujança
E traça além seu véu.

E bebo cada brilho
Expresso em magnitude
O quanto nos ilude

Trazendo um claro trilho
E sei do sonho vivo
E dele sou cativo...

152

Acorda em rara festa
O dia nos teus braços
Os sonhos trazem laços
E neles tanto empresta

A dita que me resta
Depois dos tons devassos
E neles os cansaços,
Porém o sol adentra a fresta

E irrompe generoso
Trazendo em raro gozo
O tanto que se quis,

E vendo este momento
Aonde busco e tento
Deveras sou feliz...

153

Em lacrimosa noite
Depois de tanto engodo,
A vida sem denodo
Ainda o medo acoite,

E sei do velho açoite
Marcando como um todo
O sonho expresso em lodo
E nisto outro pernoite...

Mas sei que na manhã
A sorte tão malsã
Deveras mudaria,

E o tempo radiante
Mostrasse doravante
Eterno e calmo dia...

154


Queimando além os círios
Numa esperança e prece
O quanto se oferece
Além destes martírios,

Os olhos em delírios
A voz na clara messe,
Bem antes que tropece
Gerasse da alma os lírios,

Bebendo a limpidez
Do canto onde se fez
O passo além do rumo,

E beijo em tua pele
O quanto me compele
E nisto eu me perfumo...

155

Rosais celestiais
Em claras evidências
E sei das coerências
Tomando o quanto esvais,

E bebo muito mais
Ousando em tais ciências
Bem mais que coincidências
Diversos temporais...

Assim se determina
A vida em doce mina
Marcada em luz solar,

Depois de tanto tempo
Imerso em contratempo
Encontro em ti meu par...

156


Enluarada senda
Exposta clara e nua,
Enquanto ali flutua
A sorte que se atenda

O prazo se desvenda
E gera o que cultua
Marcando a cada lua
O todo onde se prenda,

A prenda se envolvendo
Aprenda sem remendo
O tanto que se quer,

E bebo a fantasia
Tocada a cada dia
Nos sonhos da mulher...


157

As calmas noites dizem
O quanto desejei
Do amor que fosse lei
E as dores contradizem,

Ainda que divisem
Os sonhos; estarei
Deveras nesta grei
Que encantos polinizem.

Tramando em cada passo
A lua que ora traço
Desnuda sobre ti,

Na argêntea maravilha
O amor quer e polvilha
A luz que ora sorvi...

158


Abrindo em primavera
As flores da esperança
Ao menos nada lança
Senão a velha espera,

O quanto destempera
A vida onde se cansa
O prazo em aliança
A sorte mais sincera.

A força inusitada
A luz desta alvorada
Na aurora em claros olhos,

Cevando o meu canteiro
O amor mais verdadeiro
Expulsando os abrolhos...


159


Recordação ditando
O tanto que te quero
E sei do quanto espero
De um tempo calmo e brando,

O mundo desde quando
Moldasse mais sincero
Caminho onde tempero
O verso o transformando,

Vestindo em claridade
Rara felicidade
Após infausta sorte,

Apresentando o brilho
Do quanto em ti palmilho
E tanto me conforte.


160


Crisálida de um sonho
Que tanto redimisse
A vida; mas, tolice...
O passo ora enfadonho...

O canto onde me ponho
Vencendo o que desdisse
A senda permitisse
Bem mais do quanto oponho.

Jamais se faz assim,
O passo traça o fim
E o verso se anuncia

Um déspota segredo
Aonde mal procedo
E a noite invade o dia...


171

Saudades do que fora
Apenas um momento
E quanto me alimento
Da sorte sonhadora,

E tento a redentora
Presença em claro alento
Tomando o pensamento
Em forma tentadora...

Uma expressão de paz
E nela o que se traz
Presume novo rumo,

Ainda que se visse
O todo sem crendice
Da vida eu bebo o sumo...

172


Buscando uma saída
Que possa me trazer
Além de algum prazer
A dimensão da vida

A luta concebida
Embora a possa ver
Exprime-se o querer
E a noite envilecida,

Esqueço cada passo
E mesmo sendo escasso
O rumo que se abrira,

O tempo se anuncia
E sei do claro dia
Num sol, a imensa pira...

173

Liberto dos anseios
E medos; sigo em frente
E quando se apresente
Em vida tantos veios,

Além dos devaneios
Abrindo a minha mente
No fundo se pressente
Ao todo vários meios.

E deixo-me seguir
Nas tramas de um porvir
Diverso e entronizado

A luz em dimensão
Suprema e desde então,
O sol anunciado...

174


Redimem-se meus erros
E sei do quanto possa
Vencendo o que destroça
E trace mais desterros,

Crateras no passado
Agora quem se guia
Na vida em poesia
Enquanto é revelado

O sonho em tal pujança
Imerso em mansidão
Assim tal sensação
Sublime nos alcança.

Liberto o pensamento,
O mundo em sol fomento...


175


Resumos de outras eras
Vasculho em luz e atento
Ao quanto o sentimento
Transcende ao quanto esperas,

A vida em tais esferas
Presume o encantamento
E bebo este momento
Em horas mais sinceras,

Explodem sensações
E quando tu repões
Os cantos mais sutis,

Permito-me dizer
Do quanto conhecer
Traduz o ser feliz...

176

Ascendo ao meu Nirvana
Englobando o meu sonho
E nisto o mais risonho
Momento não engana,

A vida é soberana
E quando a paz componho
Vagando e não me oponho,
Minha alma não se ufana,

Apenas bebe mansa
O quanto agora alcança
Libertação total,

Vestindo em plenitude
O encanto que transmude
Supremo ritual...


177


Conhecer o caminho
E ter a precisão
Do passo em direção
Ao quanto em paz me alinho,

E quando eu adivinho
Em nova dimensão
Além da escuridão
A vida em raro vinho,

O sangue libertário
Em raro itinerário
Levando à claridade,

Jamais se desconstrói
Um rumo como sói
Tramar a eternidade.


178

Olhando para trás
Enganos costumeiros
Matando os meus canteiros
Negando em mim a paz,

E agora mais audaz
Expresso os verdadeiros
Cenários em luzeiros
Que a vida em brilho traz,

Jazigos conhecidos
Os dias vãos perdidos
Num caos original,

E quando se apresenta
A face mais sangrenta,
Procuro outro degrau...


179


Que o tempo seja farto
Em tons bem mais concisos
Marcando sem granizos
O quanto em paz reparto,

Insisto e quando parto
A vida sem avisos
Os passos mais precisos,
Além deixando o quarto,

Quarando esta vontade
Que tanto agora invade
E gera noutra esfera

A luz em plenitude,
E nada mais ilude
Quem tanto a luz espera...



180

Ouvindo a voz do peito
Marcada em harmonia
E assim se poderia
Viver mais satisfeito,

O tempo quando aceito
Presume novo dia
E mesmo em harmonia
Moldando outro conceito,

O vértice do globo
Presume ovelha e lobo,
Mas sei quanto isso é falso,

Sincrônica vontade
Expressa esta verdade
Sem medo e sem percalço...


181

Na espiritualidade
A forma de expressão
Na qual outras trarão
Além da dualidade,

Vencendo qualquer grade
Rara libertação,
E nela se verão
O quanto nos agrade,

Presumo o que virá
E sei o quanto já
Pudera ser diverso,

Aquariana senda
Que aos poucos se desvenda
Espalha no universo...


182


A mística presença
Heterogeneidade
Transcende à divindade
E molda em nós a crença,

Sem ver a diferença
Real quando se evade
O tempo, afinidade
No quanto se convença,

Realço o verso em paz
O quanto em sonho faz
Uma expressão superna

Telúrico momento
Enquanto quero e tento
A dimensão eterna.

183


Os reinos que se tocam
Em planos tão diversos
Marcando os universos
Enquanto assim provocam

E não mais se entrechocam
Tampouco vão dispersos,
Nem mesmo ora submersos
Aos medos quando evocam,

Encontro em alma pura
O quanto se assegura
Num tempo mais sereno,

E quantas vezes traço
O mundo noutro passo
E à paz eu me condeno...

184


No turbilhão da vida
Liberta esta vontade
De rara claridade
Já tanto concebida,

A sorte não duvida
E traz em ebriedade
O passo que me invade
Desta missão cumprida,

Ousando ser feliz
E tanto quanto o quis
Pudesse ter o olhar,

Vagando em pleno espaço
E nisto o quanto traço
Permite o divagar...

185


Os mantras, versos, luzes
As mãos procuram paz,
E o quanto se é capaz
Deveras reproduzes,

E assim logo conduzes
Deixando para trás
O passo mais mordaz,
As lutas, ardis, urzes.

Mas quando se aproxima
A dita em novo clima
Suavizando o todo,

Depois da imensa lama
O sonho ora reclama
Negando algum engodo...

186

Xamãs invoco quando
O tempo se presume
Diverso do costume
E o sinto desabando,

A sorte em contrabando
O medo além já rume
Atingindo em ardume
Um ar duro e nefando,

Procuro a claridade
E sinto-me liberto
Enquanto enfim deserto

Desejos, leda grade,
E visto esta esperança
Que aos poucos vem e alcança...

187


Entoas melodias
Em hinos mais suaves
E sigo sem entraves
Aonde mais querias

Diversas sincronias
Vencendo os dias graves
Olhando enfim as aves
Jamais me conterias...

Vislumbrando este tanto
E nele se me encanto
Traduzo a mais sublime

Vontade que apresenta
A vida sem tormenta
E enfim em paz redime...

188


Resplandecente encanto
No olhar de quem se dera
À nobre primavera
E nisto o quanto canto

Negando qualquer pranto
Sossega a velha fera
E sei da dor sincera
Gestada no quebranto,

Mas tento um pouco mais
Que apenas desiguais
Momentos onde eu possa

Viver sem nada além
Do quanto nos provém
A lida expressa e nossa...

189


No lacrimal dos sonhos
Passado sem sentido,
E agora presumido
Em dias mais risonhos,

Deixando para trás
Cenário em amargura
A sorte me assegura
Enquanto o brilho traz

De um sol eternizado
Nos olhos de um poeta
A vida se completa
E traz sempre a meu lado

Esta esperança clara
Que esta manhã prepara...

190


O vento em liberdade
Ousando muito além
Do quanto já contém
Ou mesmo em paz invade,

Na solidariedade
Expressa e muito bem
O tom claro ninguém
Renegue a divindade

Pousando num olhar
Em expressão tão mansa
A vida então se lança

Moldando devagar
Suprema sensação
Do amor em redenção...


191

Fazer do coração
A nobre cidadela
Que tanto se revela
Em luz e mansidão,

Vencendo desde então
O sorte que se atrela
Abrindo cada vela
Tocando esta amplidão,

Meu canto em liberdade
Buscando a divindade
Exposta noutro encanto

E vago em noite imensa
Até que me convença
Da vida sem quebranto.


192


Organizando a luta
Enquanto o prazo finda,
A sorte dita ainda
A fúria mesmo bruta

E nada mais se escuta
Cenário se deslinda
E mesmo assim já blinda
Quem anda e não reluta,

O mundo se anuncia
Em clara letargia
Ou mesmo no vazio

Depois de tanto tempo
Enfrento o contratempo
Que aos poucos eu recrio...


193


Incenso de minha alma
Vagando em tempo além
E sei do que contém
Grassando em plena calma,

A vida não se esgota
Num rude funeral,
Invade o campo astral
E toma nova rota,

Ou volta ao quanto pude
Sentir em brisa e luz,
Assim o que produz
Refaz a juventude,

E pleno em esperança
Ao todo esta alma avança...


194


Nascendo do que tanto
Diverge do caminho
Ainda se mesquinho
O mundo imerso em pranto,

O verso se faz canto
E o manto onde me aninho
Marcando em luz e vinho
O tempo onde me encanto,

Vestindo a luz sobeja
O quanto se deseja
Expressa a liberdade

E nada mais me cala
Adentro o quarto e a sala
Na plena claridade...

195


Invisto o verso em sonho
E traço o meu sentido
E quanto mais lapido
E quanto mais componho

Um novo tom proponho
Depois deste esculpido
O canto sendo ouvido
Aonde em paz me ponho,

E tento sem fastio
Vencer o desafio
No fio da meada

A sorte desenhada
E tento enquanto crio
Ultrapassar o estio.

196


Versando sobre o canto
Encantos poderia
E nisto em novo dia
O tempo em tal encanto,

Presumo e quero tanto
Além desta utopia
Vencer a hipocrisia
Marcada em vil quebranto,

Negar o quanto venha
Da sorte que desdenha
A vida num instante

Disperso e sem sentido
O mundo em mim olvido
E ao fim nada adiante...

197

Uma unidade ou não
A divindade rege
O bom e mesmo o herege
Em igual dimensão,

E traz a mesma sorte
Deitando sobre nós
O sol, a lua, a voz
O quanto nos conforte,

Porém ao ver a Terra
Desnuda e maltratada
A vida aqui se evada
E o todo em vão desterra

Matando uma esperança
E ao nada enfim nos lança.

198

Poderes desta que
Se fez bem mais tranquila
No quanto ora desfila
E o passo onde se vê

O amor que possa e crê
E nada mais destila
Sequer hoje vacila
Quem sinais sabe e lê

Num manto onde se veja
Seara benfazeja
O todo se aproxima

Da luta sem cansaço
E quando posso e traço
A vida muda o clima...


199


Quem dera se pudesse
Ao menos num momento
Abrir ao pensamento
A vida em rara messe,

E quanto se obedece
No próprio alheamento
O quanto teimo e tento
E ao fim o prazo esquece,

Bebesse o que me resta
E nesta rara festa
Soubesse este sentido,

Do caos que adentro e agora
O todo já se aflora
Intenso ou desvalido?


200

Meu verso em descaminho
O caos dentro de mim,
Sentindo vivo o fim
Incendiando o ninho,

Apenas cada espinho
Traduz este jardim
E sem tal estopim
O marco mais daninho,

Bebesse cada gota
Da sorte mesmo rota
E nada se veria,

Somente a frágil luz
Que quanto me conduz
Engana o novo dia...



201

A injusta e leda vida
De quem tanto já fez
Além do que tu vês
Gerando a despedida,

A sorte comovida
E nela a sensatez
Produz o que não crês,
Mas cura esta ferida,

A veste incendiada
A sorte desgrenhada
E o preço a se pagar,

Não tendo outro momento
Pudesse onde fomento
Meu verso desnudar...

202


Jamais sem imaginara
A vida de tal forma
E nisto não se informa
Além da velha escara,

O corte se prepara
A morte dita a norma
E bebo o que deforma
O passo em vã seara,

Martírios entre balas
Os olhos quando falas
Expressam dor e medo,

Mas sei destas vergastas
E nelas quanto afastas
Do tempo mesmo ledo.

203


Uma expressão além
Do caos desnecessário
O prazo em solitário
Caminho traz desdém,

E sei que o nada vem
Bebendo o itinerário
E neste tom que é vário
A sorte não convém.

Encontro o meu passado
E bebo deste enfado
Jogado nalgum canto,

Ousando noutro verso
Sentir o quanto imerso
Meu tempo desencanto...

204


As lutas sem descanso
O tétrico momento
Aonde me atormento
E sei que assim me lanço

Pudera e sei que avanço
Jogado em desalento,
E sinto estar atento
Buscando algum remanso,

Mas nada se apresenta
Somente esta tormenta
Em vórtice ferrenho,

Meu mundo em heresia
A vida não traria
O quanto quero e tenho.

205


Enganos corriqueiros
E sei do quanto pude
Viver a magnitude
Expressa em tais canteiros,

A vida traz luzeiros
E sinto quando ilude
Ainda que transmude
Os sonhos derradeiros,

Não tento outro momento
E passo mesmo lento
Vestindo uma esperança

Enquanto o que me resta
Adentra a fria fresta
E ao vago enfim me lança...

206

Jamais se poderia
Trazer o que se quer
E bebo sem sequer
Tentar outra ousadia,

O verso não traria
Ainda o que puder
E venha o que vier
Adentro esta ironia,

Presumo novo alento
E tento em pensamento
Vencer o que não trazes,

A vida se resume
Aonde em tal ardume
Expresse ledas fases.


207


Brindando ao que se queira
Depois de tanto medo,
O quanto a ti concedo
Bem mais do que bandeira

Na voz mais altaneira
O tanto em teu segredo
Versando noutro enredo
Seguindo sempre à beira,

O caos dentro de mim,
O todo dita o fim
E nada mais se visse

Apenas o cenário
Em roto itinerário
Marcado por mesmice.

208


Bebendo esta mistura
De sonho e de tormenta
O nada se apresenta
E a morte configura,

Pudesse sem tortura
Beber a mais atenta
Vontade que sedenta
Ultrapassa a amargura,

Já não me cabe o jugo
E quando a dor conjugo
O verso busca a luz,

Embora sequioso
O tempo caprichoso
Transcende ao que me opus.

209

Não pude acreditar
Nas tantas heresias
E nisto poderias
O espaço demarcar,

E tento outro lugar
Imerso em agonias
As sortes me trarias
Num ermo caminhar,

Entregue ao ledo tédio
Procuro algum remédio
E nada se apresenta,

Cevasse novo sol,
Quem sabe no arrebol
Vencendo esta tormenta.

210

Cadenciando a vida
Imersa em tempestade
O quanto ora se evade
Presume outra saída,

E mesmo quando acida
A luta se degrade
E gere a falsidade
Aonde se duvida,

Esquivo companheiro
O amor, meu derradeiro
Momento em cais e porto,

Apresentando o caos
Buscasse outros degraus
Seguindo além do aborto.

211


Não pude acreditar
Nas tramas sem enredo
E quanto me concedo
Tentando caminhar

Encontro outro lugar
Embora seja cedo,
Ainda sem segredo
Que possa desvendar.

Bisonhamente sigo
O tempo em vão castigo
O resto de esperança

E nada se moldando
O prazo emoldurando
A voz que não avança.



212


A vida em tal repasto
Gerada pelo não
Expressa a dimensão
Do quanto ora me afasto

E o tempo traz o emplasto
E o corte diz senão
Na corte em amplidão
Meu vida amargo e gasto.

Puindo a roupa antiga
Cenário desabriga
Quem desafia a luta

E molda sempre ou mais
Ainda os temporais
E assim nada se escuta...

213

Na paz de um grande amor
Jogado em tal encanto
Julgado em mero espanto
Vivendo o resplendor

De um tempo em vão louvor
E nisto o que garanto
Tramando noutro canto
Escuso dissabor,

Já não me cabe crer
No prazo sem limite
E o quanto se permite

Expressa o bem querer,
Podendo noutro fato
Traçar o que retrato

Sem medo ou ironia,
Meu verso se absorvendo
Em tom atroz e horrendo
De nada valeria...

214


Do mel de cada olhar
Ou mesmo do veneno
Aonde me condeno
Cansado de lutar,

Sem ter onde aportar
O mundo que apequeno
O prazo quis sereno,
Mas nada irá traçar

Somente o que não veio
E sigo em tal receio
Vencido pelo nada,

A porta de esperança
Enquanto além avança
Também de mim se evada.

215

Cevasse qualquer sorte
Diversa da que trago
E bebo enquanto afago
O canto que comporte,

Conforta-me saber
Do nada que viria
E mesmo em utopia
A vida sem prazer,

O rumo a se moldar
E nisto esta quimera
Aonde o que se espera
Traduz qualquer lugar,

Diversidade ou caos?
Só sei dos dias maus...


216


Jamais perdesse o rumo
Quem tanto quis o verso
E sei do mais diverso
Cenário onde resumo

Meu passo e me acostumo
Ao todo onde disperso
Ou mesmo desconverso
Bebendo o quanto esfumo,

Vigílias expressando
O dia desde quando
O resto se adentrasse

Hercúlea vontade
Que tanto me degrade
E nisto o mesmo impasse.

217


Jogado contra a areia
Das ilusões a vida
Expressa a revolvida
Espera da sereia

E o quanto se incendeia
Presume a repartida
Noção da resumida
Visão de uma candeia

A lua cheia além
E o quanto me convém
Perfuma em tom atroz

O quanto não se quis
E agora em cicatriz
Presumo ser veloz.

218


O encanto se perdeu
O verso não traduz
Sequer a frágil luz
Que o tempo concebeu,

O sonho em apogeu
A luta em contraluz
E o todo onde me pus
Conduz ao que era meu

E bebo a solidão
Na rude sensação
De quem deseja tanto

E nada se apresenta
Somente esta tormenta
E nela o mesmo espanto.


219

Um erro costumeiro
De quem deseja tanto
Vencer o desencanto
De modo corriqueiro,

E quando assim me inteiro
Do sonho em tal quebranto
No fundo já me espanto
E sigo o derradeiro

Caminho sem proveito
E sendo agora aceito
Somente o quanto leve

Minha alma disto tudo
O passo onde me iludo
O canto amargo e breve.

220

O tempo se anuncia
Em nuvens, tão somente
E o quanto se apresente
Marcando novo dia

Vestindo em fantasia
O prazo onde a semente
Pudesse novamente
Traçar o que viria,

Depois de cada engano
O tanto deste plano
Invista no vazio,

Olhando para trás
O que já não se faz
Decerto hoje desfio...

221

O preço que se cobra
O tempo onde se visse
Depois desta tolice
O risco quando sobra

Do passo em vã manobra
E tanto o que desdisse
Presume esta mesmice
Diversa e se desdobra,

Presumo o fim do caso
E bebo o quanto aprazo
Independente ao sonho,

Apresentando o cântico
E mesmo se semântico
O canto enfim proponho.

222


Já não me caberia
Ousar em dimensões
Diversas onde expões
Apenas a agonia,

O verso em heresia
As tantas expansões
E nelas explosões
Moldando o novo dia,

Encontro os restos tento
Envolto em pensamento
Que possa libertar

Alçando muito além
O quanto me convém
Expressa o navegar.


223


Concentro minha luta
Apenas no vazio
E sei do quanto crio
Ou mesmo se reluta

A sorte quando é bruta
E trama em novo estio
O quanto mais sombrio
E nada além se escuta,

Espero apenas isso,
O verso onde cobiço
Até tranquilidade

Depois de certo engodo
Volvendo ao velho lodo
Perder a liberdade...

224

Sem lógica e sem remo,
O tanto que pudera
Vencer velha quimera
Que ainda fútil temo,

O olhar que quis supremo
A mansidão da fera
No tempo degenera
E nisto enfim me extremo,

Calando dentro em mim
O quanto do festim
Previsse novo prazo,

Apenas vendo o lama
Que tanto ora me chama
Seguindo em pleno ocaso...

225

Já não me caberia
Pensar em dimensão
Diversa ou sensação
Que traz uma utopia,

Vestindo a hipocrisia
Os dias me trarão
Somente a decisão
Que mata a fantasia,

O berço se negando
O corte anunciando
A chaga que virá,

O preço se desvenda
E nada mais que a lenda
Encontro aqui ou lá.

226

Não tive tanta sorte
Nem mesmo merecia
A luta mais vadia
O preço que comporte

O verso aonde o corte
Pudesse e se anuncia
Envolto em fantasia
Já nada mais conforte

Quem tanto quis além
Do pouco que inda tem
Expresso o caos e sigo

Vencido a cada engano
O tempo onde me dano
Detém o desabrigo.

227

Liberta-me Senhor
Dos erros do passado,
O verso delicado
As tramas de um amor,

E nisto o refletor
Deveras apagado
Expressa o meu pecado
Em farta e leda dor,

Andando sem sentido
No prazo presumido
E o vento me tocando,

Ainda que se fosse
A vida bem mais doce,
O mundo é sempre infando...


228


Brindando com veneno
O tempo sem sinal
De um tempo magistral
Ou mesmo mais sereno,

E quando me condeno
Em tom rude e boçal
Presumo desigual
O passo que quis pleno,

Ascendo ao que inda possa
Vencer ou já destroça
Marcando em ironia

O tanto que se espera
Na vida em vã esfera
Matando o dia a dia...


229


Meu verso sem proveito
O tempo sem remédio
Ao desabar o prédio
Explode onde me deito,

E o quanto fosse aceito
De torpe e vago assédio
Adentra então tal tédio
E o sonho está desfeito,

Não pude e não quisera
Vencer a face fera
De quem se fez atroz,

Encontro uma resposta
Deveras sempre exposta
Enfim dentro de nós...

230

Mumificando o canto
Depois de tanta luta
A sorte que se escuta
Gerada em desencanto,

Marcando o que adianto
Em passo que reluta
A senda mais astuta
A vida em ledo pranto,

Acordo e nada veio
Somente este receio
E nele o que se vira

Encontra o fim do jogo
E não procuro o rogo
Enquanto a terra gira...


231


Não pude acreditar
Nem mesmo em ilusões
Aonde o que me expões
Expressa o vão lutar

E nada a se mostrar
Senão velhas opções
Tolas proposições
E nelas vou buscar

As tantas heresias
Que cedo me trarias
Num único cenário

O pano vai caindo
E o tempo que ora findo
E sempre temerário.

232

O medo não traduz
O quanto pude e quero
Sabendo ser sincero
O passo rumo à luz.

E sinto o quanto pus
Depois do tempo fero,
E nada mais espero
Senão quanto seduz,

O medo se enredando
No tempo outrora brando
Gerando o caos total,

E sinto o que se veja
Além da malfazeja
História desigual...

233


Apenas a verdade
Liberta quem se traz
E mesmo se falaz
O tempo tanto agrade

Quem vence a claridade
E bebe o que é capaz
E o todo se desfaz
Aonde o bem degrade,

Pousasse noutro encanto
E vendo a cada canto
Momento mais feliz,

Porém, doce ilusão,
Vida em evolução
Distante do que eu quis.

234


Meus dias entre tantos
Rudimentares passos
Os vejo mais escassos
E bebo os vis quebrantos,

Mas sei dos lassos, prantos,
Mergulho entre os espaços
E quando em meus cansaços
Os cortes rompem mantos,

E tento em hinos vários
Momentos necessários
A quem já se liberta,

Porém a porta alerta
Deveras não aberta
Em ermos solitários...

235

Xamãs que possam ter
A paz em cada olhar
E nisto me ajudar
A ver amanhecer

Depois de me perder,
Sem rumo e sem lugar,
Ainda irei lutar
Nas ânsias do querer,

Vencendo os meus temores
E sem ter mais pudores
Alçar etéreo espaço,

Mas sei do quanto é rude
O sonho onde transmude
O quanto em luz eu caço.

236


Difícil ter nas mãos
A força e não usá-la
Minha alma hoje vassala
Exprime em novos grãos

Vertendo sobre os vãos
A lua que me avassala
Sem quarto, cama ou sala,
Cevando em paz irmãos.

E sei do quanto é frágil
Embora eu tente ágil
O salto sobre mim,

Liberta-me Senhor
Permita o claro amor.
Por ele é que hoje eu vim...

237


No multifacetário
Momento em tom maior
O rumo que de cor
Se fez itinerário

Jamais sendo sectário
Expressa no suor,
A sorte bem melhor
Sem qualquer adversário,

E tendo em bela pluma
Leveza que nos ruma
Ao sabor deste vento,

Ainda que se atente
Razão saber e mente
Em livre pensamento.

238


Num único caminho
Ou mesmo em vários tons
Os dias serão bons
No raro e doce vinho,

E quando me avizinho
Além destes neons
Da natureza os sons
Regência do carinho,

O Deus que existe além
E que no todo tem
A mão que nos recolha,

Senão sem ter a meta
A vida se deleta
E traz ausência em bolha.


239


Ao confluírem passos
Chegamos ao Senhor
E nele em resplendor
Ousamos novos traços,

E sendo mais escassos
Os dias onde a dor
Supere este louvor
Ou gere tais cansaços,

Purificando o solo,
A vida sem ter dolo,
No colo da Natura,

Encontro a liberdade
E nisto o que me invade,
Também tudo depura...

240

O tempo necessário
No passo com firmeza
Aonde sem surpresa
Adentro Era de Aquário

E vejo o solidário
Cenário em correnteza
Trazendo esta grandeza
Num grande relicário.

Prenunciando a sorte
Que tanto nos conforte
E gere novo encanto,

O ser ou não cristão
Não traz a dimensão
Do amor que sinto. Tanto.


241


O tempo traz em si
Verdades congruentes
E quando além tu sentes
O quanto presumi,

Deveras pressenti
Ainda que entrementes
Diversas as sementes
Nas quais me resumi.

Vestindo esta emoção
De ter na dimensão
Presença mais sutil,

O verso se desenha
Aonde não desdenha
O amor que ora se viu.

242


Um eremita, eu sigo
Sem ter a dimensão
Do porto ou da estação
Sequer de algum abrigo,

O quanto está comigo
E os dias que trarão
Num ermo coração
A dor, mas já não ligo,

E bebo cada gole
Do encanto que me esfole
E marque em vã ternura,

O senso mais agudo
E nisto se me iludo
A vida me tortura...

243


Negar o quanto venha
Após a tempestade
E ter a claridade
Do todo que provenha

Ou nada mais detenha
Quem busca o que ora invade
Deixando na verdade
Acesa a brasa e a lenha,

Mas vejo em frágua mansa
O rústico que alcança
A sorte em discordância

E nada se pudera
Ainda na sincera
Vontade em discrepância...

244


Nas praias diversas
Sereias e rocas
Aonde provocas
E nada dispersas,

Em ondas submersas
As sortes; deslocas
E quando ali locas
As tramas e versas

Ousando em palavra
Além desta lavra
O quanto se quis,

Na areia e nas ondas
Aonde te escondas
Mera cicatriz...

245


Desertas cascatas
Em águas profanas,
E quando me enganas
Também arrebatas

E assim mal resgatas
As horas que ufanas
Onde as soberanas
Fizestes ingratas.

Expresso no ocaso
O quanto me atraso
E tento outro rumo,

E quando em verdade
O pouco que invade
Deveras escumo.

246


Em lagos de sangue
Tormentas, batalhas
E quando detalhas
A fúria do mangue

A sorte transforma
E bebe o terror,
Pudesse em amor,
Porém leda forma,

E o fim se aproxima
Em atos cruéis
Vagando sem méis
O tempo outro clima,

A mãe se perdendo
Matricida horrendo.

247


Os dias impuros
Olhando em soslaio
O quanto me traio
Em tempos escuros,

Os solos mais duros,
Do todo um lacaio,
Ainda se caio
Quisesse outros muros,

Vencer o passado
O tempo marcado
Por sonhos reais

E nada se vendo
Somente o remendo
Em erros vitais.


248


Ondeiam terrores
Vagando em tais mares
E quando notares
Ou mesmo supores

Verás os temores
E neles altares
Diversos ou bares,
Dispersos humores.

Matar quem se dera
A fonte sincera
Gerando outro fim,

Depois do que tento
Vencer desalento,
Libertar-me em mim.

249


Despido do sonho
Que ainda alimenta
A vida em tormenta
Ou passo medonho,

Meu verso eu componho
E nada me alenta
Semente sangrenta
De um tempo bisonho,

A porta cerrada
A noite sedada
Velada esperança,

O preço que cobra
A sorte em tal dobra
Ao nada se lança...

250


De corvos repasto
Crocitam agouros,
E sei dos tesouros,
Mas deles me afasto,

O tempo nefasto,
Busco ancoradouros
Bem mais duradouros,
Porém tempo gasto...

O preço a pagar
O fim a tocar
O olhar sem sentido,

O quanto se visse
Além da tolice
Ao nada regrido.


241


O tempo traz em si
Verdades congruentes
E quando além tu sentes
O quanto presumi,

Deveras pressenti
Ainda que entrementes
Diversas as sementes
Nas quais me resumi.

Vestindo esta emoção
De ter na dimensão
Presença mais sutil,

O verso se desenha
Aonde não desdenha
O amor que ora se viu.

242


Um eremita, eu sigo
Sem ter a dimensão
Do porto ou da estação
Sequer de algum abrigo,

O quanto está comigo
E os dias que trarão
Num ermo coração
A dor, mas já não ligo,

E bebo cada gole
Do encanto que me esfole
E marque em vã ternura,

O senso mais agudo
E nisto se me iludo
A vida me tortura...

243


Negar o quanto venha
Após a tempestade
E ter a claridade
Do todo que provenha

Ou nada mais detenha
Quem busca o que ora invade
Deixando na verdade
Acesa a brasa e a lenha,

Mas vejo em frágua mansa
O rústico que alcança
A sorte em discordância

E nada se pudera
Ainda na sincera
Vontade em discrepância...

244


Nas praias diversas
Sereias e rocas
Aonde provocas
E nada dispersas,

Em ondas submersas
As sortes; deslocas
E quando ali locas
As tramas e versas

Ousando em palavra
Além desta lavra
O quanto se quis,

Na areia e nas ondas
Aonde te escondas
Mera cicatriz...

245


Desertas cascatas
Em águas profanas,
E quando me enganas
Também arrebatas

E assim mal resgatas
As horas que ufanas
Onde as soberanas
Fizestes ingratas.

Expresso no ocaso
O quanto me atraso
E tento outro rumo,

E quando em verdade
O pouco que invade
Deveras escumo.

246


Em lagos de sangue
Tormentas, batalhas
E quando detalhas
A fúria do mangue

A sorte transforma
E bebe o terror,
Pudesse em amor,
Porém leda forma,

E o fim se aproxima
Em atos cruéis
Vagando sem méis
O tempo outro clima,

A mãe se perdendo
Matricida horrendo.

247


Os dias impuros
Olhando em soslaio
O quanto me traio
Em tempos escuros,

Os solos mais duros,
Do todo um lacaio,
Ainda se caio
Quisesse outros muros,

Vencer o passado
O tempo marcado
Por sonhos reais

E nada se vendo
Somente o remendo
Em erros vitais.


248


Ondeiam terrores
Vagando em tais mares
E quando notares
Ou mesmo supores

Verás os temores
E neles altares
Diversos ou bares,
Dispersos humores.

Matar quem se dera
A fonte sincera
Gerando outro fim,

Depois do que tento
Vencer desalento,
Libertar-me em mim.

249


Despido do sonho
Que ainda alimenta
A vida em tormenta
Ou passo medonho,

Meu verso eu componho
E nada me alenta
Semente sangrenta
De um tempo bisonho,

A porta cerrada
A noite sedada
Velada esperança,

O preço que cobra
A sorte em tal dobra
Ao nada se lança...

250


De corvos repasto
Crocitam agouros,
E sei dos tesouros,
Mas deles me afasto,

O tempo nefasto,
Busco ancoradouros
Bem mais duradouros,
Porém tempo gasto...

O preço a pagar
O fim a tocar
O olhar sem sentido,

O quanto se visse
Além da tolice
Ao nada regrido.


251


Nos vales do sonho
Quem dera esperança
No quanto se lança
Ou mesmo proponho

Vem ser o risonho
Cenário onde avança
A sorte que é mansa
Que agora componho,

Mas sei da falência
Da vida em ciência
Da luta sem fim,

E beijo o infinito
E quando além grito
Esqueço de mim...


252

O som mais atroz
De quem se fez guerra
E ao longe descerra
Além desta voz,

O prazo que após
O todo se encerra
Vagando desterra
Quem quis outra foz,

Na espera, a tocaia
A vida não traia
E trace o vazio,

Bebendo destarte
O quanto reparte
No fundo eu recrio.


253


Louca artilharia
Em bombas e balas
Enquanto avassalas
O quanto teria,

No fundo o que havia
E nada mais falas
Presumes nas salas
A sorte vazia,

Envolto no nada
A luta marcada
Por sangues e mortes

Jamais pude crer
Na mão do poder
Em rudes aportes...


254


Honrando esta Musa
Que tanto se dera
Ousada e sincera
Na face reclusa

De quem já recusa
Saber primavera
Ou mesmo na espera
Alçada e confusa.

Jamais pude além
Do quanto contém
O canto sem nexo,

E quando me espelho
Bebendo o conselho
O nada eu anexo.


255


O povo tão rude
Campo de batalha
A faca a navalha
Vital juventude,

E tudo se ilude
E tudo se falha
No quanto da palha
Em fogo transmude,

Bebendo o vazio
Que vem logo após
Seguindo sem voz,

Apenas recrio
O vórtice na alma
E nada me acalma...

256


Subjugas meu sonho
Sugando o que venha,
E tento outra senha
Num mundo enfadonho,

O prazo eu proponho
E nada detenha
Ainda que tenha
Um traço bisonho,

Não quero tal sorte
Nem mesmo conforte
Saber da mortalha,

A luta sem nexo
O tempo complexo
A fome e a batalha.

257

Detalhes da vida
Deveras jogada
Além desta estrada
E há tanto perdida,

No quanto se acida
Pousando no nada
Da sorte marcada
Visão resumida.

Eu quero liberto
O passo onde acerto
O rumo que tento,

Sentindo este vento
Tocando na pele
Amor nos compele...

258


No vento diverso
O tempo se expressa
E sigo sem pressa
Ousando no verso

Bebendo este imerso
Caminho que meça
A doce promessa
Se até desconverso,

Vencido parceiro
Do amor derradeiro
Já nada mais trago,

Somente este incerto
Cenário deserto
E nele este estrago...

259

A vida tem rotas
Diversas e sei
Do quanto eu ousei
E mesmo não notas,

Nas tantas derrotas
O amor fosse lei
E nisto entranhei
Além destas cotas,

As partes rompidas,
Assim nossas vidas
Levando ao final,

Quisera outra sorte,
Mas nada conforte
Um passo banal.

260


Jogado sem rumo
Nas ondas do mar
Aonde parar?
Sequer eu resumo

O quanto acostumo
Ao não desfilar
Medonho lugar
E nele me esfumo.

Beber cada gota
A sorte tão rota
A luta sem fim,

Viceja a esperança
E o tempo que avança
Traduz morte em mim.