sábado, 30 de abril de 2011

1

Já não pude tentar acreditar
Nos meus erros comuns do dia a dia
O cenário produz o que eu queria,
Desvendando distante algum luar,
O caminho que possa desenhar
No meu verso disperso em fantasia
A beleza do sonho me traria
No meu canto diverso desejar.
A palavra que lavre uma esperança
Na saudade que tanto sempre avança
A mordaz figura de um passado,
O meu sonho se perde em tempestade,
Vou vivendo dispersa realidade
E sei quando deveras já me evado.

2

Não tendo qualquer chance nem promessa
Do tempo mais diverso que busquei
Ousando na esperança, regra e lei,
O passo noutro rumo recomeça
Vencendo o que talvez mesmo se expressa
Na forma mais teimosa que encontrei,
Vagando entre as estrelas estarei,
No quanto o dia a dia não se impeça;
A luta sem saber da serventia
O verso quando muito poderia
Tramar outro cenário, mais suave,
Ainda que se veja noutro tanto
O quanto que deveras eu garanto
Aos poucos noutro passo já se entrave.

3


As sortes são diversas e te enganas
Ousando acreditar num só caminho,
A cada novo passo, um mesmo espinho
Ou medos nestas noites quase insanas.
Ainda que pudessem soberanas,
O tempo se mostrasse tão mesquinho
E quando do teu canto me avizinho
Jamais imaginasse mãos profanas.
Vencido caminheiro do passado,
O tempo noutro tanto desejado
Expressará meu canto mais sublime,
O todo num instante se mostrando
Um sonho mais suave e mesmo brando
Que amargo sentimento ora redime.

4


Aporto nesta praia tropical
E vendo os mais diversos sóis em ti,
O quanto se moldando em frenesi
Trouxera outro caminho sensual,
O verso que pudera desigual,
O mundo que percebo e não perdi,
Expressa o que deveras conheci,
Vagando num instante, raro astral,
Espero qualquer luz que me ilumine,
Ainda que não mesmo determine
O quanto se fizera mais feliz,
Vivendo cada instante de tal forma
A vida noutro ponto se transforma
E traz o que mais quero e sempre quis.

5


Em mares tão distantes e diversos
Navego contra a fúria das marés
E sei da minha vida de viés
Ousando na esperança de tais versos,
E sigo sem sentir nos universos
Ausência do caminho e por quem és
Trazendo esta corrente que aos meus pés
Traduz os sonhos rudes e perversos.
Pudesse ser além de meramente
O quanto na verdade se apresente
Em rara tentativa de esperança
O verso sem sentido e sem razão
A luta noutra sorte e dimensão,
Ao nada com certeza ora me lança.

6


Passasse muito além do quanto pude
Um dia acreditar ser cais e porto,
A vida se desenha em prumo torto
E o tempo na verdade nos ilude,
Vivesse a tão sonhada juventude
E sendo o meu cenário semimorto
Aonde se pudera ser aborto
Quem sabe renascer em atitude?
O mundo tem facetas mais sublimes
E mesmo quando tanto não suprimes
Os erros de quem sabe ser além,
O manto se puindo sem proveito,
E quando na verdade o sonho aceito
Apenas tempestade toma e vem...

7


As guerras e perigos, as tocaias
Os erros de quem ama e não procura
Vencer a noite amarga e tão escura
Enquanto noutro rumo tu me traias,
Trazida entre esperanças, não distraias
Nem mesmo esta verdade me tortura,
Apenas esbarrando na loucura
As sortes se perdendo em rudes praias.
Vencido caminheiro do vazio,
Somente cada sonho desafio
E bebo em goles fartos a ilusão,
Não tendo novo dia nem anseio
O quanto se pudesse não mais veio
E sei que nem meus sonhos mais verão.

8


A força que se possa demonstrar
Ousando neste imenso templo após
O tanto quanto vejo em viva voz,
Traçando meu cenário em pleno mar,
O que mais poderia desejar
O mundo se desenha em nova foz
E sei do meu caminho, meu algoz
Sondando o que pudera desvendar.
O risco se aproxima do momento
Aonde o que decerto eu sempre tento
Expressaria além da claridade
O verso se inundando em mansidão
A sorte numa amarga dimensão
Apenas noutro canto se degrade.

9


A imagem mais diversa e mais remota
Traduz o que na vida quis e nada
A luta a cada sonho demonstrada
Trazendo o que pudesse ser derrota,
A vida noutro tanto não se nota,
E gera a mesma rude, leda estrada,
Vagando sem saber da desejada
Vontade que tal mundo hoje denota.
Apenas o que tenho representa
A senda aonde o tanto me atormenta
Deixando demarcada esta saudade.
O verso sem sentido e sem proveito,
O quanto do meu sonho mais aceito
Trouxera para mim a claridade.

10


Não posso acreditar no que não veio,
Somente o velho caos se repetindo,
O tempo lentamente vai fluindo
E nele se desenha tal receio,
O tanto quanto possa segue alheio
Ao que mais desejara refletindo
O verso que julgara quase infindo
E agora se traduz em devaneio.
Apresentando apenas o final
O mundo se desenha em ritual
Diverso do que um dia desejara,
A noite dominando este cenário
Amor se fez diverso e temerário,
Matando qualquer sonho em vã seara.


11


O meu verso trama verdade sutil
E tanto pudesse servir ao meu sonho
Enquanto padece do que mais proponho
No tempo que vaga meu canto exprimiu,
O tanto que busco vencer o que viu
Meu prazo termina tocado e medonho
No quanto se mina verdade proponho,
Porém me percebo velhaco e senil;
O tempo passando jamais poderia
Viver quanto quero sentir a alegria
Que tanto me enreda depois do que fora
A sorte que seda, vital, sonhadora,
Gerando outro fato diverso e tenaz
Aonde o meu rumo sozinho se faz.

12


O passo que tento depois do final
O verso em alento vagando sem rumo,
O quanto pudera somente resumo
No todo que expresse caminho fatal,
O vento se espalha libera geral
E deste momento tenaz eu consumo
Meu mundo sem nexo vestindo em aprumo
O medo que possa ser meu ritual.
Já nada alimento nem mesmo procuro
O quanto fomento num céu sempre escuro
Vencido sem sorte talvez já pudesse
Trazer no futuro somente outra messe
De quem se findara semente sem chão,
A vida renega traduz cada não.

13


Negando o passado vencido o presente
Meu mundo se tenta no quanto se queira
Vencendo a verdade dura corriqueira
O medo que bebo também se apresente
No quanto esperança sem rumo pressente
A minha verdade, diversa bandeira,
E sei da palavra sensata que esgueira
Vagando em tal trama no quanto se ausente,
Não tento outro rumo nem mesmo pudera
Palavra que ousasse talvez mais sincera
Gerando a temida noção do vazio,
O mundo sem nexo disperso e sombrio,
Que tanto tentasses agora recrio,
Sabendo na espreita somente outra fera.

14


Bebendo aguardente que tanto me anima
A sorte se molda diversa do quanto
Pudera em momentos apenas garanto
No que na verdade talvez não redima,
Mudando o cenário, vagando no clima
Que tanto soubera, vital desencanto
Restando o passado, meu mundo que espanto
Amor que se faça sendo uma obra prima
Do velho que sonha vencendo os temores
Aonde decerto, querida, tu fores
As flores que tramas ousando na lavra
Que tanto pudera saber da palavra
Que molda em carinho vivência diversa,
Agora em verdade meu mundo em ti versa.


15


Não quero a certeza sutil, mas atroz
Do quanto a beleza mergulha em vazio
E sei do que possa, mantendo este fio
Que tente e remoce caminho feroz,
A vida se espalha vibrando ora em nós
O manto que tento depressa; desfio
O canto seguindo margeia este rio
E tenta descanso somente na foz.
Amar, sentimento que viva a promessa
Do quanto a verdade somente se expressa
No fim do caminho, cenário sutil,
O quanto tentara vencida esperança
Na sorte que tento, certeza se alcança
No canto sem rumo, meu verso senil.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

1

Deitado sobre as ondas tenebrosas
Dos mares que procuro noutro encanto
O verso quando muito não garanto
Pousando em sendas rudes, pavorosas
Aonde poderia crer em rosas
Apenas se percebe o desencanto,
E quando na verdade o sonho espanto
As tramas possam ser mais odiosas.
A vida não permite que se sonhe,
E quanto mais deveras já se enfronhe
Nos ermos de minha alma mais sombria,
Somente em fortes brumas espessando
O tempo mais audaz, mesmo nefando
Marcando com terror o dia a dia.

2


Espíritos malignos; erma casa
A vida reproduz a demoníaca
Vontade que pudera até maníaca
E sei que na verdade tudo atrasa,
O tempo noutro instante se defasa
A luta que se faz afrodisíaca
A dor incomparável, vã, cardíaca
E o término do sonho nos abrasa.
O verso sem vontade e sem ternura
A face mais cruel hoje perdura
E trama o fim do jogo, tão somente,
O quanto poderia e não viera
Expressa a solidão da amarga fera
Que tanto quanto fere não desmente.

3


Pecados entre enganos, erros, sonho...
Vontade de lutar e sem sentido
Ousando noutro tempo repartido
E quanto mais audaz, nada proponho,
Apenas o que possa recomponho,
Num erro muitas vezes dividido
E sei do meu caminho e dilapido
O todo num instante mais bisonho.
Jogado sobre as pedras sobre espinhos
Os dias são deveras mais daninhos
E os termos costumeiros ditam medo.
O quanto poderia acreditar
Não tendo nem sequer onde aportar
Traduzem cada engano onde procedo.

4


No errático cenário aonde a vida
Pudesse me trazer novo momento
O quanto sem saída busco e invento
Da sorte tantas vezes distraída,
Vencendo o que restara, se duvida
Do canto feito em luto, raro vento,
E bebo tão somente o sofrimento
Gerando pelas mãos, luz dividida.
Já nada caberia noutro passo
E quando na verdade o que desfaço
Expressa muito além do que mais pude,
O verso sem razão e sem sentido
O tempo noutro instante resumido
Deixando este cenário atroz e rude.

5


As horas que pudesse; vaporosas
O tempo se fazendo em dor e medo,
A vida da esperança um arremedo,
Histórias em estradas pedregosas,
Ousasse penetrar em caprichosas
Verdades, mas sabendo tal segredo
O quanto me restara mal concedo
E sei das dores tantas, venenosas.
Apenas caminhasse contra o vento
E o tanto quanto quero, busco, invento
Transforma o dia a dia num inferno,
Nas tramas mais sutis da primavera,
A senda se transborda e nos espera
Enquanto nos teus braços eu me interno.

6



Errantes noites vagas, temporais
E os olhos procurando qualquer sonho
Aonde o que pudera mais proponho
E vejo da esperança seus sinais,
Encontro novos dias, sempre mais
E tento acreditar no que componho,
Vencido caminheiro onde bisonho
Espero novos tempos, desiguais.
Jamais eu poderia ter em mente
O quanto se percebe e se desmente
Na luta sem descanso, paulatina,
A vida que tentara ser diversa
Ao mesmo tempo luta, vence e versa
Enquanto com certeza me fascina.

7


Vagas noites dizem do passado
Que tanto fora um sonho e nada mais,
Apenas encontrando em rituais
O tempo que pudesse desejado,
O mundo noutro tom entrelaçado
Os dias que queria atemporais
Agora se perdendo sem jamais
Viver o que pudera lado a lado.
Navego nos teus mares: liberdade,
O tempo se transforma em claridade
E o verso se aproxima do meu fim,
O tanto quanto quero se moldando
O canto noutra face desde quando
O amor que inda tentara existe em mim.


8


Incensos da esperança casa afora
O verso traduzindo novo dia
A luta que se tenta poderia
Trazer a poesia que decora,
O sonho que deveras já se aflora
O rumo em noite clara e fantasia,
O tempo se desenha em alegria
E o canto sem temores não demora.
Apenas sigo o sonho e vou em frente
Vagando contra a sorte e num repente
Traduzo em plena paz o quanto quero,
Vivendo sem temor o que não veio,
Tramando cada dia em vão receio,
Pudesse ser deveras mais sincero.


9

Quando em sonho desenho tua face
Constelações diversas; noite clara
A lua ressurgindo se declara
E molda o que pudesse e já se trace,
Não tento caminhar vencendo impasse,
Tampouco o que tentasse se escancara
Gerando novamente o que me ampara
No tempo que em verdade se mostrasse,
Restando muito pouco do que fora
A vida noutra senda sofredora,
Agora se permite algum clarão,
E vivo sem temor o dia a dia
A sorte em avidez se moldaria
Marcando da esperança a direção.

10


Errantes noites vagam céus afora
E tento desvendar cada mistério
Do quanto poderia em teu império
A fonte que deveras nos devora,
O tempo sem temores se demora,
A vida segue enfim sem ter critério,
Não quero mais frieza de minério
O sol em plenitude nos decora.
Reparo muito bem e nada vejo
Somente cada fase num lampejo
E tento outro cenário mais suave,
Mas quando a sorte dita o meu futuro
Apenas o que possa configuro,
Liberto coração, já nada entrave.




Os sonhos mais dolentes noite afora
Os rumos que procuro e nada vejo,
O tempo mais atroz, quando pelejo
A fúria pouco a pouco me apavora.
E sei do que pudesse sem demora
Ousando na verdade num lampejo,
Marcado pelo instante onde prevejo
O quanto desta vida nos devora.
Restauro cada passo rumo ao tanto
E sei do que pudera e até garanto
Momento mais feliz, embora siga
Vencido caminhante do passado,
O sonho com certeza mesmo alado
Traduz o que tentara e não em abriga.

12


Supremas melodias que ouço enquanto
A vida se permite noutro passo,
E vago com certeza cada traço
Que possa desenhar o que garanto,
Não quero e nem pudera e me adianto
Enquanto noutro instante me desfaço,
Ousando acreditar em ledo espaço,
O verso traz apenas velho canto.
E bebo sem sentido o que viria,
Tentando acreditar na poesia
Meu ópio, meu caminho e vã desdita
A sorte que deveras necessita
O tempo na verdade não traria
Nem mesmo na esperança se acredita.

13


Harmônicas loucuras; sonho em vão
Tentando acreditar no que se possa
Trazendo esta verdade feita em troça
Vivendo a mais diversa divisão,
Não tento acreditar e nem virão
As sortes onde a vida fora nossa,
A morte pouco a pouco já se apossa
E toma deste barco a direção.
Um velho timoneiro sem descanso,
O quanto poderia e não alcanço
Expressa a falta atroz que amor me faz,
Não quero qualquer passo mais diverso
E bebo a sensação do velho verso
Que um dia imaginara ser da paz.

14


Não pude acreditar no que se tente
Vencendo o dia a dia mais cruel,
Ousando penetrar em rubro véu
O mundo se transforma plenamente,
O verbo que se molda penitente,
O vento noutro tom invade o céu,
E bebo o meu caminho em carrossel
Tomando o que restara desta mente.
O medo não traduz o quanto pude
Viver em tempo atroz e bem mais rude,
Restando dentro da alma este vazio,
O canto a cada encanto poderia
Traçar somente a luz em fantasia
Deixando para trás tempo sombrio.

15

Não tento imaginar outro momento
E sei da minha torpe sensação
Das noites mais amargas que virão
Ousando penetrar em forte vento,
E quando novo rumo agora invento,
Vestindo a mais amarga solidão,
Espero novamente a dimensão
Do tanto quanto possa e desalento,
Pousando no meu mundo mais atroz
Ninguém escutaria minha voz
Sequer a claridade enfim veria,
O quanto se mostrara mais diverso
Expressa o que decerto desconverso
Matando pouco a pouco a fantasia.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

1

Não quero saber do que tanto me afeta
Palavra que corta também me alivia
A senda maior procurando outro dia,
E nisto permita talvez ser poeta
Quem tanto reluta buscando a completa
Vontade que traga viva poesia
No tempo que tenta fugir da agonia
A vida em cenários expressa outra meta.
Vencido ao acaso meu mundo parece
Que segue seu rumo propondo esta prece
Que nada adianta nem mesmo redime
De um tempo que possa trazer dimensão
Do amor mais suave, vagando em sertão
Na lua divina diversa e sublime.

2


Entendesse a noite como tempestade
Que tanto traduza momentos em paz,
Vagando em estrelas o tempo se faz
Enquanto a verdade num tanto me invade,
Buscando somente viver claridade
Na luta que mostre caminho mordaz,
O verso se apronte marcando o que traz
Na sombra do tempo, vital liberdade,
O mundo cerzindo medonha figura,
A vida transforma suave ternura
E bebe a verdade com toda constância
Gerando o que tento viver mansamente
E quanto se queira deveras se tente
Trazer no sorriso vital elegância.

3

Não quero temores, apenas o sonho
Nem mesmo rancores, ousando cantar
No amor que se faça diverso luar
O todo que anseio decerto eu componho,
Divago no tempo, mergulho em risonho
Caminho que leve somente ao sonhar,
E tanto se queira; divino lugar
Aonde o que sinto pudesse contar.
Nas tramas da noite viver alegria
Do tempo que segue na sorte se guia
O mundo sem rumo sem ter direção,
A vida esfacela qualquer dimensão...

4


Jamais poderia não fosse esta vida
Que tanto se molda procurando paz
O canto suave verdade mordaz
A luta que trama velha despedida
Não tento onde possa saber da saída,
O passo em cenário diverso se faz,
O mundo tentando pudera, capaz
De ter o que a sorte decerto duvida.
Já não caberia qualquer novidade
No tempo que brada vital liberdade
De um velho sem rumo, momento feroz,
Navego sozinho procurando a praia
E quando a verdade no fundo já raia
De nova esperança se esperando a voz.

5


Já nada me traga sequer novo dia
Talvez o que veja não diga o futuro
O quanto desejo também já procuro
E nada em verdade decerto teria
Não fosse esta sorte fatal fantasia
Que possa em caminhos ousar sobre o muro
Na luta insensata no chão que perduro,
E sei do que tente restando agonia.
Meu verso embaraça cabelos ao vento
O meu dia a dia traduz sentimento
Que siga sem medo nem mesmo se faz
Apenas reflexo da vida sem paz
E quando outro rumo por certo eu invento
O quanto viria deixei para trás.


6


Não tenho palavra que possa dizer
Do quanto se enreda vivendo a loucura
De ter fantasias e tanto procura
O quanto da vida pudesse viver,
O manto recobre trazendo o prazer
E sei do que possa viver tal tortura,
Gerando o caminho causando a ruptura
Que tanto negava não querendo ver.
O corte profundo saudade venal
O vento que invade trazendo outro astral
Na rota sem rumo meu mundo perdido,
O sonho se mostra traçando o sentido
Que tanto queria viver, esquecido
Num ato que fosse talvez desigual.

7


Não tendo palavras, arando o meu sonho
O quanto te quero pudesse cerzir
Nas tramas dos ermos anseios, por vir
O que mais se possa, tentara e componho
Num ermo diverso caminho tristonho
Pousando entre o tanto que buscasse ouvir
Marcando a verdade no quanto partir
E depois da luta tudo eu decomponho.
Vencesse meu medo restando o momento
Que tanto segredo marcando este vento
Que fosse diverso do que já te dei,
Domina a verdade marcando este instante
Que nada promete, somente garante
O quanto se encontra dominando a grei.

8


Na sorte que passa momento diverso
No tempo onde o sonho pudesse sentir
O mundo se molda sem nada por vir
Apenas o quanto pudera meu verso
E quando sozinho tanto desconverso
Pousando a verdade num tempo a seguir
O manto que cobre versão a cumprir
Do santo caminho cenário disperso,
Resumo meu canto no que poderia
Trazer na verdade quem sabe outro dia
Vivendo a palavra sincera e ferrenha
Ditando o que possa no todo e contenha
Meu mundo suave, versando em meu sonho
Que tanto se faça, resumos componho,
E sei da saudade mordaz e temida
Gerindo o passado dominando a vida.


9


Não quero mentiras apenas verdade
E o tempo cansado de tanto lutar,
A vida parece distante lugar
E sei do que possa caminho que evade,
Viver sem que veja vital liberdade,
No quanto pudesse sem ter o luar,
Seguindo a palavra sem tanto teimar
Talvez resumisse depois claridade,
Não quero momentos aonde se possa
Trazer a vontade que fora tão nossa
Num longo tormento, vencido e cansado,
O passo permite caminho traçado
No tanto que quero mergulhando em vão
Encontro em teus braços a doce ilusão.

10

Nos meus dias tristes a sorte não veio
E apenas resisto sem ter outro rumo,
O quanto pudera deveras resumo
E bebo a palavra num total anseio,
Meu mundo calado, meu verso receio,
O que mais teimasse, somente consumo
No quanto se resta tentando outro prumo,
A vida seguindo somente rodeio.
Galgando o passado deixando o futuro
O canto se esforça marcante momento
E quando se tenta vagando procuro
Espero o caminho e sigo ou mais tento
Saltar sobre as tramas ousar sobre o muro
Entregue sem medo vestido de vento.


11

O tempo que passa não volta jamais
O verso que tento jamais consegui,
Amor que sonhara vivesse ora em ti,
A sorte fugindo, momentos fatais,
Ousasse esperança presente no cais
E nesta lembrança tormentos vivi,
O quanto me alcança vagasse onde vi
O mundo sem medo marcantes sinais.
O vivo passado, sonhando com ritos
Diversos momentos, ou sonhos bonitos
Que tanto se faça palavra sincera
Viver o que possa nova primavera,
Pensando em teus braços, distante do sonho,
Que tanto desejas e tanto componho.

12


Não quero tal sorte nem mesmo se venha
O tempo que possa moldar novo rumo,
O passo trazendo meu canto, o consumo
E bebo esperança na luta que empenha,
A vida não trama sequer uma lenha
E tento o passado vivendo este sumo,
Sabendo o vazio produto que assumo
No quanto receba verdade que tenha.
Somente um alento mergulho no vão,
Espero sem medo qualquer solidão
E venço os temores ainda que possa
Traçar esperança, diversa e tão nossa,
Na luta que tento sem medo ou fastio,
O tanto restando traçando o que eu crio.

13


Não tenho a certeza tampouco teria
Da vida sem pressa marcando o final
Do dia que possa trazer afinal
O mundo onde tenha maior alegria.
Jamais tive a sorte que tanto podia
Fazer da esperança momento fatal
Restando o sentido, feroz e banal
Do quanto se queira falsa alegoria,
Meu prazo termina gerando o não ser,
O que mais pudera renega o prazer
Do todo sem rumo, sem nexo ou verdade,
A luta se mostra vital liberdade,
E gera o que possa talvez conceber
No fim deste sonho total claridade.

14


Bebendo outro trago na noite que ronda
O verso se mostra vestindo este sonho,
O quanto pudesse viver te proponho
E sei do passado, penetrando outra onda
A luta se traça jamais eu me esconda
Do que fosse vida sentido risonho,
E nada mais quero, somente reponho
Enquanto a verdade meu tempo em si sonda
Já nada comporta quem tanto tivera
Pousando tão manso, viver nesta espera
De um dia suave, depois da tempesta
O quanto pudesse talvez me trouxesse
Além do que quero palavra merece
O todo que a vida deveras me atesta.

15


Não quero sentido sem nada a pensar
Viver desvalido caminho sem rumo,
E quando premido do tempo, em resumo
Mergulho sozinho, tentando vagar,
O rumo se perde num canto sem par
O todo que possa traduz o que assumo,
Vestindo esta sorte bebendo este sumo,
Tramando o passado navego teu mar.
O peso da vida, vergando o costado,
O corte profundo, nunca desejado,
O medo sem nexo, terror sem juízo
O quanto queria, jamais necessito,
E quando em tais nuvens apenas matizo
O toque que trazes não fora preciso.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

1

As formas mais sutis e tão diversas
Ousando noutro verso ser além
Do quanto poderia e não contém
Enquanto mansamente em paz tu versas,
A vida adentra sendas mais dispersas
E o vento quando manso chega, vem,
Expressa o que pudera e traz alguém
Palavras entre sendas vão imersas.
Ao menos pude crer no quanto vinha,
O tanto que deveras me convinha
Na luta sem sentido ou sem proveito,
A sorte que tentara ser tão minha,
O rumo quando muito não aceito
E o canto noutro tom abrindo o peito.

2


Luares e neblinas, noite afora,
O vento me tocando mansamente
Na brisa que permite e se apresente
A luta quando em vão sempre apavora,
O tempo noutro tom já desancora
O verso sem caminho ora pressente
Rondando sem sentido a tosca mente
E o verbo noutro tom não se demora,
Espero qualquer rumo constelar
E bebo do teu sonho, e o que notar
Expressaria o fim de cada verso,
Aponte este horizonte e siga imerso
No quanto poderia imaginar
E sei que pouco a pouco, desconverso.

3

O amor que se permite
O tempo que virá
A sorte desde já
Não tendo algum limite
No quanto se acredite
Ou mesmo sorverá
A vida moldará
O quanto necessite.
Versando sobre o nada
Apenas vejo o fim,
Ousando em madrugada
O tom dentro de mim
Expressa a madrugada
Negando mesmo o sim.

4


Amar a natureza
O tempo de sonhar
A vida traz lutar
E sigo em correnteza
Diversa, esta alma é presa
Do quanto imaginar
Marcando a divagar
A luta em vã leveza,
Não tento novo prumo
E sei o que ora assumo,
E vivo sem temor,
Amar e ser feliz?
O tanto que se quis
Do sonho refletor.

5

Qual fosse um velho frei
Um tempo em abadia,
A noite se traria
Do jeito que busquei,
O amor que encaminhei
Permite tal sangria
E gera a fantasia
Aonde mergulhei,
Restando muito pouco,
Se tanto me treslouco
Resumo o verso em paz
Da escória que sou eu
O tanto se perdeu
E nada a vida traz.

6


Clamasse em liberdade
O quanto não sabia
E vivo o dia a dia
Ausente claridade,
O tempo que degrade
A luta moldaria
A vida onde traria
O canto em vaidade.
O vento balançando
O dia desde quando
O quanto muito fora,
A sorte se transmuda
E sei da parca ajuda,
Desta alma sonhadora.

7


Religiosamente
A vida se transforma
A cada outra reforma
O tempo volta e mente,
Retrata fielmente
A sorte que deforma
E nisto nova norma
Traduza o que apresente.
Vestígios do que tanto
Desejo sem encanto
E morro no final,
O verso se permite
Viver o que limite
Meu mundo desigual.

8


Apenas quero a paz
E nada mais veria
Sequer o que se faz
Em luz ou sintonia
A vida mais voraz,
A sorte mais sombria
O quanto fui capaz
Deveras não seria.
E sendo de tal forma
O que inda resta em mim,
O mundo já sem norma
A morte no jardim,
O tempo se deforma
E traz o mero fim.

9


Não pude perceber
Sequer outro caminho
E quando sem prazer
No fim eu já me alinho,
Espero bem mansinho
O quanto conceber
Do mago e roto ninho
Da vida a se perder.
Não quero e nem suporto
O sonho quando aborto
Apenas o que tente,
O mundo sem sentido
O canto desvalido
A vida penitente...

10

Não tento outro cenário
Além do que concebes
A vida que percebes
Num tolo itinerário,
Invado as tantas plebes
O canto é necessário
O preço roto e vário,
As duras, ledas sebes,
Ausência de vontade
Potência em liberdade
Do que jamais se visse,
Amar sem ser amado?
Deveras sigo ao lado
E tramo outra tolice.

11


Não pude acreditar
No que jamais se esquece
A vida dita a prece
O tempo em vão luar
Não quero mergulhar
Nem mesmo o que me aquece
Presume o que obedece
Ao verso feito em mar,
Medonho e caricato
Enquanto me retrato
Jamais descansaria
O verso se aludindo
Ao mundo claro e lindo
Intensa poesia.


12

Não tento novo canto
Jamais eu esperava
A vida em sonho e lava
A sorte em desencanto,
E sei quanto garanto
Aonde a sorte trava
O verso que moldava
Nas ânsias de algum pranto,
Resulto deste caos
Ousando outros degraus
Até que se permita
Viver cada momento
Aonde me alimento
Desta alma assaz aflita.

13


Não quero melhor sorte
Nem mesmo a que inda veio
Falando sem receio
Do quanto me conforte,
O tempo traz em corte
O vento mais alheio,
E bebo em vago veio
O que jamais comporte,
Não tento outra paragem
Ousando em tal viagem
Visagens mais diversas
E nelas o que trago
Expressa sem afago
O sonho aonde versas.

14


As sendas mais suaves
As horas verdadeiras
Palavras que mais queiras
Ousando noutras naves,
Os dias são entraves
As sortes são bandeiras
E sei das mãos ligeiras
E libertárias aves.
Não tento acreditar
No quanto te encontrar
Mudasse a velha sanha,
O vento me tocando
O sonho outrora brando
Apenas nos assanha.

15


Bebesse mais um gole
Desta aguardente rude
E sei do quanto pude
Enquanto o mal assole,
O verso que se imole
A dura juventude
Vivendo a plenitude
O tempo nos engole.
Resumo verso e canto
Aonde mal garanto
O quanto poderia
Saber no dia a dia
Do medo mais sutil
Que o tempo ora previu.


16

O meu canto pudesse na verdade
Já trazer a certeza do carinho,
Quando tento e decerto ora me aninho
No cenário tão tosco da saudade,
Vivo apenas o quanto em claridade
Transformasse o deserto onde me alinho
Na certeza sublime de um caminho
Que trouxesse afinal a liberdade.
Vejo apenas o quanto desejei
Do cenário que tanto imaginei
Sem saber da loucura que me rende
O meu passo diverso ora se estende
E fazendo da espera a sua lei
Já não tendo sequer aonde emende.

17


Viveria talvez o que pudesse
Na incerteza de um tempo mais gentil,
O caminho no fim tanto previu
A verdade que tanto já se esquece
O meu canto resume numa prece
O que outrora pudera ser mais vil,
O medonho caminho que se abriu
Na loucura decerto ora se tece
E vagando sem rumo e direção
Transformando este mar, seco sertão
Na palavra que traz o que procuro
O cenário suave se moldando
No momento que possa desde quando
Na expressão mais atroz me configuro.

18


Já não tenho qualquer momento em paz
E pudera talvez acreditar
No que tanto tivera como par
E se mostra em verdade mais audaz,
A vontade jamais me satisfaz
O momento se perde sem buscar
O que possa deveras me entregar
O cenário perfeito que se traz.
Vago apenas lutando pelo sonho
Que pudera tramar em novo canto,
E se tanto decerto não garanto
O meu mundo desnuda tão medonho,
E causando somente desencanto
Muito aquém do que penso e te proponho.

19


Já não venho falar de novo caso
Nem tampouco do verso onde me dei
Caminhando sem rumo nesta grei
O meu passo decerto agora atraso,
E se possa ou não deva não me embaso
No tormento que tanto cultivei,
Vou buscando cerzir em nova lei
Meu momento gerado pelo ocaso,
Não suporto viver a solidão
E se tento seguir em direção
Ao que possa ditar amanhecer
O meu mundo se expressa de tal forma
E deveras o tempo que me informa
Traduz o que pensara ser prazer.

20


Já não tenho sequer qualquer momento
Sou apenas um velho sonhador,
Repentista num sonho, trovador
Num caminho decerto solto ao vento,
E se possa dizer do quanto tento
Bebo a luz e me mostro sem rancor
Nas entranhas do raro desamor,
Simplesmente o que trago eu alimento
E fomento a saudade que se espera
Na verdade a vaidade é leda fera
Que jamais poderia ter em mente
O tormento anuncia novo dia
E traduz o que tanto poderia,
Mas a sorte por certo não pressente.

21

O velho momento traria
O quanto se deseja além
E o tanto quanto sempre vem
Moldando cada sorte um dia
E nisto o que puder teria
Somente num passo que tem
A sorte que dita o desdém
Na noite tão rude e vazia,
Meu verso se perde sozinho
O quanto se queria alinho
No engodo mais cruel, no espanto
Gerando o que se fez atroz
Negando o que pudesse em nós
Trazendo e sei jamais garanto.

22


O canto poderia
Trazer outro momento
E quando sigo atento
A sorte em agonia
Expressa o que viria
E trama contra o vento
O velho sentimento
Além da poesia,
Bebendo o que me resta
A noite mais funesta
O tempo mais sutil,
Resume cada sorte
Que nada mais comporte
Além do que se viu.

23



Não quero acreditar
Nos erros do passado
A vida por legado
Permite imaginar,
No quanto a me rondar
No velho enunciado
Do todo desenhado
A cada navegar,
Restando quase nada
Da sorte desenhada
Em mera tempestade
O vento que se traz
A vida mais fugaz
Ausente liberdade.

24


São poucos sentimentos
Os dias que procuro
Aonde me asseguro
Enfrento velhos ventos
E sei dos tais tormentos
No canto quieto e escuro,
Saltando sobre o muro
Em raros desalentos,
Vencido caminheiro
Enquanto além me esgueiro
Bebendo a sorte amarga,
O passo sem segredo
O mundo que concedo
A sorte que me larga.

25


Não vejo a previsão
Do tempo aonde pude
Vencer em dimensão
Cenário sempre rude,
Vivendo em dimensão
Diversa e que me ilude,
Bebendo a indecisão
Matando a juventude,
Restando dentro da alma
A sorte que pudera
E tanto sei da fera
Que nada mais acalma,
Apenas sigo aquém
Do quanto amor contém.

26


Não tendo mais o quanto
Um dia poderia
Vencer a fantasia
Aonde não garanto
O medo, duro pranto
A luta em agonia,
O verso me traria
O rumo sem seu tanto.
Espero mansamente
O quanto se apresente
Na força sem igual,
Vencendo o destemor,
Na vida sem rancor,
No velho ritual.

27


Jamais eu pude ver
O quanto quero e tento
Após cada elemento
A vida possa crer
No tanto sem prazer
No rude desalento
E bebo o claro vento
Aonde pude ter
Vontade mais diversa
Do quanto desconversa
A luta sem sentido,
Encontro o que pudera
Mudando a rude fera
Num tempo ora esquecido.

28


A sorte da demanda
A luta não termina
E sei que determina
O quanto dita e manda,
A vida já desanda,
E nada mais atina
A sorte cristalina
Seguindo ora de banda,
Espero alguma luz
E sei do que produz
Somente tempestade
Meu verso sem proveito
E nada mais aceito
Sequer a claridade.

29


Não pude ver além
Do quanto resta em nós
A sorte, vil algoz
O tempo que não vem,
Vivendo sem ninguém
O passo mais feroz
O salto logo após
A vida em tal desdém,
Resumo do passado
Que tanto agora invado
E trago sem sucesso
O verso que pudesse
Tramar em rara messe
O sonho que confesso.

30

Não pude acreditar
Nem mesmo poderia
A vida sendo fria
O tempo a se mostrar
Explode a divagar
Ousando na alegria
O tempo que teria
O que pudesse amar,
O sonho não se faz
E tudo é mais mordaz
Que a própria solidão,
Enfrento o temporal
E sei do desigual
Cenário, imprecisão.

31


Não tive melhor sorte
E nem quisera ter
A vida não comporte
O quanto faz sofrer
Por mais que seja forte
Cansado de perder,
O mundo sem aporte
A luta a se tecer,
Na vaga majestade
De quem se fez além
Do sonho em liberdade
E agora nada tem
Somente ansiedade
E nela a morte vem.

32


Navego contra a fúria
Do mar que não se entrega
A sorte segue cega
E mostra esta lamúria
O verso dita incúria
E o quanto não navega
Rondando o que sonega,
Minha alma em tal penúria.
Resumo o que pudera
No tempo onde se espera
A sorte que não veio,
O tanto quanto quero
Ousando ser sincero
Traduz meu devaneio.

33


Vivendo por acaso
Não tendo mais o quanto
Pudesse e te garanto
Jamais fizesse caso,
O que decerto atraso
No fim somente espanto
O verso em rude canto
A vida traz seu prazo.
Não possa mergulhar
Nas ânsias deste mar
E quanto a sorte ondula
Versando sobre o fim,
O quanto existe em mim
Traduz temor e gula.

34


Bebendo esta aguardente
Amarga sensação
Da vida em ilusão
Do sonho que se tente
E nada se apresente
Somente a negação
Os dias que virão
O canto impertinente.
Reparo muito bem
E quando nada vem
Encontro o fim do jogo,
O tempo se dourando
No dia ao menos brando,
Ardendo em pleno fogo.

35

Não mais suportaria
Apenas vislumbrar
O quanto do lutar
Traduz o dia a dia,
A sorte em agonia
O verso a se moldar
Pudesse divagar
E nada mais teria,
Somente o que se sente
E tanto mais frequente
O verso em claridade,
O mundo se permite
Viver neste limite
Que o tempo já degrade.

terça-feira, 26 de abril de 2011

1

Reparo no vão que se trama
Ousando no nada ou após
O quanto se fez mais feroz
E nisto o vazio se exclama
Pudesse sentir velho drama
Calando no peito esta voz
Que tanto tramasse este algoz
Enquanto a verdade reclama.
O verso sem tempo, afinal,
O canto que possa em igual
Momento sutil ou audaz,
Versando no quanto se espera
A luta no fundo se faz
Matando o que foi primavera.

2


Bebendo o passado somente
O quanto da vida pudesse
Trazer na verdade outra prece
Enquanto a saudade desmente
Meu mundo no tanto que mente
Traduz o que vence e se esquece
Do todo que possa e padece
Viver cada passo que tente.
Não quero outro rumo, em verdade
O tanto que possa; a saudade
Expressa o vazio que trago,
E bebo o passado e divago
Vagando sem ter sequer paz
Num tempo feroz e mordaz.

3

Já nada me traz a alegria
Que tanto buscara; faminto
E quanto do mundo ora sinto
Bebendo o quanto viria
Viver a vital fantasia
E sei do que possa e desminto
Meu prazo se molda onde extinto
O verso de nada valia.
Meu tempo sem tempo desnuda
A sorte que possa, ora aguda
Ajuda de um mundo suave,
O canto se espalha no todo,
A vida traduz cada engodo
E nada deveras me entrave.

4


Jamais poderia trazer
Meu verso sem rumo, vazio,
O tanto que sei desafio
E vejo somente o prazer,
Negar o que possa viver
Em tolo e senil desvario,
Apenas adentro em tal rio
E morro sem nada saber,
O verso se esgota e não traz
Seque o que a vida mordaz
Tramasse num novo cenário,
Amor quando vejo esta face
Que tanto deveras embace
Traduz o meu ser solitário.

5

Aonde eu quisera viver
Somente me resta esperança
A vida no fim já se lança
E traz o que pude conter.
Vagando sem nada saber
Deixando somente a lembrança
Do verso que tanto me alcança
A sorte sem nada a se ver.
Vibrando em total consonância
Buscando quem sabe outra instância
Enquanto meu canto se cala,
Já nada pudera sentir
E sei do que tente e há de vir
Vergasta traduz a senzala…


6


O quanto se crê no passado
E vejo o momento futuro
Aonde jamais configuro
O tempo onde tanto me evado,
A luta, meu mundo traçado
No risco que tanto asseguro
Saltando por sobre este muro
O verso se molda enredado.
Não tento viver cada parte
Do que na verdade comparte
E traz tão somente o que mente,
A vida não tendo outro rumo
Traduz o que possa e consumo,
Na voz que sonega a semente.

7

Ouvindo este mar que trouxeste
Jamais poderia tramar
O quanto pudesse sonhar
Num tempo suave e celeste,
A vida se faz mais agreste
E nada traduz este mar
Aonde tentasse vagar
E apenas sozinha, vieste.
Jamais sendo assim de tal forma
Que o tempo deveras deforma
O quanto se informa do nada
A luta se faz sem proveito
E tanto que possa eu aceito
Marcando decerto esta estrada.

8


O meu caminho eu poderia
Nesta verdade que transforma
O que não possa em velha norma
E transbordasse em utopia
Quando meu verso não traria
O que talvez; noutra reforma
Do meu passado não informa
E nem pudesse em fantasia.
Ao versejar já nada tenho
Ao perceber este desenho
Onde a verdade se desnuda
Esta palavra mais feroz
Trama a fúria dentro em nós
Nesta incerteza mais aguda.

9

O verso que alentasse o sonho
A luta que moldasse a sorte
O tanto quanto possa o corte
Meu mundo noutro tom proponho,
O passo se moldando e ponho
Aonde mais sutil comporte
O canto que se faz mais forte
E o céu que num clarão componho,
Vivendo cada tom diverso
Bebendo da emoção eu verso
Além do que pudera crer,
Sentindo toda fase em paz
O quanto deste amor se faz
Traduz o que tentasse ver.

10


Meu mundo se apresenta em verso
Vivendo a claridade intensa
E quando no passado pensa
O tempo se mostrara imerso
No quanto se fizera inverso
O rumo que jamais compensa,
A luta se traduz na imensa
Vontade que eu quis, mas disperso
O tanto se apresenta quando
O mundo noutro tom tramando
O vento tão suave canto
Pudesse acreditar na sorte
E ter o que sutil aporte
Gerando o que ora em paz, garanto.


11

O meu verso não se faz
Onde o tempo poderia
Noutra face mais vadia
Transformar a guerra em paz,
O que possa ser audaz
Na verdade não traria
Nem sequer a poesia
Muito menos satisfaz.
Ouso crer no que viera
E se tanto não se espera
Da verdade que comanda,
Olho a vida de tal forma
Que deveras se transforma,
Coração anda de banda.

12

Nada mais se tenta e vendo
O que possa ser diverso
Procurando em cada verso
Outro tempo sem adendo,
No momento que estupendo
O caminho faz perverso
O que possa e desconverso
Sem saber de algum remendo.
Vendo a luta que se trava
A minha alma segue escrava
E se mostra inconsequente
Nada mais pudera ver
Onde o tanto em desprazer
Na incerteza sempre mente.

13


Outro passo sem destino
Novo mundo que inda trago
Venço a vida em vago afago
E em teus braços me alucino,
O que possa em desatino,
O momento onde divago
Coração em pleno estrago
Na verdade não domino.
Vivo e sendo de tal forma
O que sinto e se deforma
Traz o medo a cada engodo,
Nos meus dias mais sutis
O cenário que mais quis
Entranhara em pleno lodo.

14


Já não vejo qualquer sorte
Onde o pouco se consome
Na verdade o quanto some
Traz a vida em tal suporte,
Não caminho em ledo norte
E sei quanto mais se dome
Coração em plena fome
Do calor que me comporte,
Na esperança mais fugaz
O que possa satisfaz
E gerasse a plena luz,
O meu verso sem segredo
O que tente e te concedo
Diz além do que propus.

15


Nada mais se apresentando
Onde quer que a vida vague
O momento onde se alague
Mesmo sendo duro ou brando,
No final desafiando
A verdade não se apague,
E meu mundo não divague
Sobre o sonho desabando,
Esperando alguma sorte
Que deveras me comporte
Ou me deixe ser feliz,
Vejo apenas o cenário
Rude enquanto temerário,
E meu passo se desdiz.

16


Destino que me traz
Palavra mais sutil,
O tanto que se viu
Não deixo para trás
E vejo esta mordaz
Palavra em tempo vil
E quanto mais gentil
Roubasse a minha paz,
Não pude caminhar
Sequer imaginar
A senda preferida,
A luta se desenha
E o verso também venha
Tentar nova saída.

17

Cadenciando o passo
Astuciosamente
A vida quando mente
Trazendo novo traço,
Demonstra o meu cansaço
E sei que infelizmente
O todo se apresente
Enquanto nada faço,
O verso sem proveito
O tempo que ora aceito
Expressa a solidão,
Meu tempo se traduz
No foco em rara luz
E em ti, pleno verão.

18

Bebendo a melhor sorte
Que tanto poderia
Ousar em alegria
E ter o que comporte,
Na vida sem suporte
Em tal melancolia
O verso me traria
O quanto me conforte,
Apenas sei do vento
Tocando em cada rosto,
Amor ao ser exposto
Trazendo o quanto tento
Viver em plena paz
O mundo mais audaz.

19

Já nada mais se fez
Aonde se tentara
Vencer cada seara
Em rara insensatez,
No quanto agora vês
No tempo que escancara
A vida se prepara
E gera o que não crês,
Somente sigo só
E sei do velho pó
Tocando claramente
O corpo de quem ama,
Tentando nova trama
Enquanto a sorte mente.

20


Não quero o que se veja
Após a tempestade
O mundo se degrade
E mostre o quanto almeja
A luta onde dardeja
A dura realidade
Sem ter a claridade,
Aumenta esta peleja
Do quanto não viera
Da sorte em leda esfera
E a primavera morta,
Abrindo cada passo,
O velho mundo eu traço
Fechando a velha porta.


1

Não quero a verdade
Tampouco a mentira
Se for claridade
A vida retira
E traz liberdade
Ou marca tal mira
No quanto degrade
E tanto interfira,
O prazo me indica
O quanto pudesse
E sei se edifica
Ou mata esta messe
Alma purifica
Enquanto se esquece.

22


Não pude o passado
Viver plenamente
E sigo ao teu lado,
A sorte demente
O vento onde evado
O quanto me mente
Remete ao legado
Que tanto apresente,
O marco sem passo
O passo sem rumo,
O quanto já traço
Depois eu resumo,
No velho cansaço
Aonde eu me esfumo.

23


Vivendo tal sorte
De quem poderia
Trazer o suporte
Ou ter novo dia,
Seguir pleno norte
Em rara agonia,
Se a vida é aporte
Já nada eu teria.
Marcando o poema
Aonde se algema
A luta ferrenha
A sorte se nega
A vida que é cega
A paz já contenha,

24

Bebendo este mel
Que tanto destilas
Ousando em teu céu,
E sei não vacilas,
Enchendo o farnel
Enfrento tais filas
Se o mundo é cruel
Belezas desfilas.
E sei da verdade
Que tanto quisera
Amor, liberdade
A vida na esfera
Que traz claridade,
Palavra sincera.

25


Não quero saber
Do quanto pudera
A vida é prazer
E tanto tempera
A sorte a se ver
Gerando o que espera
O mundo em prazer
Rara primavera,
Meu verso se faz
Enquanto se quer
Amor mais capaz
Viver tal mulher
Deixando p’ra trás
A dor que puder.

26


Posso viver
Apenas sonho
Tanto componho
Raro prazer,
Quero saber
Mundo risonho
Adeus tristonho
Nada a temer,
Somente sou
Quem tanto quis
O ser feliz
Já me entranhou
Sem cicatriz,
Enfim eu vou.

27

Amar é luz
E ter no olhar
O que se seduz
A provocar
E se propus
Tanto te amar,
O que conduz
Não vai parar.
Espero o sonho
E já componho
A lua em nós
Ousando crer
No amanhecer
Em mansa voz.

28

Bebendo a sorte
Que não calara
Nesta seara
O que conforte,
A vida, o norte
Já se escancara
O que prepara
E me comporte
Gerando o quanto
Eu mais garanto
Vivendo em paz,
Amar e ter
Sempre o prazer
Que a vida traz.

29

Singra amor,
Imenso mar
Em teu calor
Já naufragar
Sentir da dor
O que entregar
Um redentor
Sonho a guiar,
Levando além
O quanto tem
Do amor em paz,
Versando quando
Amor tocando
Já satisfaz.

30

Já nada vejo
Do quanto quero
E sei do ensejo
Claro e sincero
E meu desejo
Embora fero
Traduz e almejo
O tempo; espero.
Aguardo apenas
E me serenas
Conforme venhas
A vida dita
Sorte bendita
Que ora contenhas.

31

Eu não quis
Cada medo
Ser feliz,
Novo enredo?
Sem segredo
Por um triz
Se eu concedo
Não sou gris,
Verso vejo
Num desejo
Mais audaz
Amor lavra
A palavra
Que se traz.

32

Nada sou
Sem amar
Sem sonhar
Onde estou?
Só restou
Navegar,
Mas sem mar,
Naufragou,
Sonhos; tento
Pensamento
Traduzira
Cada sorte
Que me aporte
Clara mira.

33

Navego
Teu mar
Entrego
Sonhar
Se cego
Vagar
Trafego
Luar.
Bebendo
Teu mel
Vivendo
Tal céu
Remendo?
Cruel...

34

A paz
Que quero
Audaz,
Sincero,
Falaz
Espero
Capaz
Não fero.
E brindo
Ao lindo
Cenário.
Meu verso
Disperso
Tom vário...

35

Nada
Tento
Cada
Cento,
Fada;
Vento
Brada.
Lento...
Sinto
Vim,
Minto
Vejo,
Pejo.
Fim...

segunda-feira, 25 de abril de 2011

1

Cansado de tanto viver a saudade
Na luta que possa trazer novo rumo
O quanto me endossa a vontade consumo
E mato sem medo vital claridade
Meu passo somente nega liberdade
E tanto pudesse sentir novo prumo
Do quanto viesse e nisto resumo
A sorte que eu tento, somente se evade.
Gerasse o futuro sem ter dimensão
Do quanto procuro tentando um senão
Vencido na guerra reinando em vazio
O tempo se esgota tramando este frio
Que tanto quisera jamais poderia
Traçar na esperança vital fantasia.


2

Perdoa quem ama sabendo ser vago
O mundo que pensa; deveras divago
Ousando em palavra feliz ou atroz
Calando no peito matando esta voz
De quem poderia versão onde afago
A manta que expresse somente este estrago,
O peso e o passado, caminho feroz
Do tanto que existe, redundante em nós.
Amar poderia trazer novo sonho
Dizendo do quanto moldasse o risonho
Cenário que teimo, jamais concebia
A luta não cansa quem tanto se dá
E o canto perdendo traçando o quanto há
Do que mais desejo, somente utopia.

3


Bebendo o que possa na noite sem medo
O quanto desejo somente concedo
E brado outro enredo somente por ter
O todo que vejo trazendo o poder,
Não quero o que penso sentido o segredo
Matando o caminho vital desenredo
Cenário sem rumo, mergulho em não ser
E vago sem nexo sabendo perder,
O tempo renega sementes e chão,
O mundo se expressa, torpe dimensão
Do quanto não nega vivendo sem paz,
A luta se entrega nem mesmo é capaz
De ter o que possa sem ter a promessa
Da vida que vindo já nada confessa.

4


Mergulho no espaço traçando outro sonho
E sei do que possa, verdade componho
Marcando com fúria, meu verso afinal,
Regendo o passado, meu bem cede ao mal,
E quanto pudera vencer o que ponho
No peso sentido mergulho medonho,
Vagando sem rumo, penetro este astral,
Ousando a palavra, marcando o final
Presumo o que tenha sem nada sentir
O quanto já venha podendo exprimir
O marco que pesa no todo que pude
Vencer cada passo, tristonha figura
A sorte que possa também se procura
E sei que no fundo, somente me ilude.

5


Eu entendo o caminho sem tréguas ou paz
E vejo o que possa mostrar novo encanto,
Meu verso sem rumo deveras garanto
E o peso passado já nada me traz
O quanto pudera tentar ser audaz,
O mundo sem prazo, gerado no espanto
De quem tantas vezes pudesse em meu canto
Falar da verdade que tanto desfaz.
O medo sem nexo, verdades esconde,
O tanto que quero, meu mundo responde
E nada mais vejo, sinais do vazio,
Aonde o meu passo talvez não pudesse
Trazer o que tanto desejo por messe,
E sei que mergulho num vão desvario.

6

Cadencio o passo sentindo o perfume
De quem tanto quero sabendo do fim,
Gerando o vazio, matando o jardim
E nada do quanto pudesse consume,
Vagando sem rumo, sentir no teu lume
O quanto pudera viver dentro em mim,
Nadando em promessa viver sempre assim,
Ainda que tente jamais me acostume.
Não quero a palavra sem ter qualidade
Nem mesmo outro tento, vencendo a saudade
Do verso sem nexo, verdade medonha
E quanto se possa trazer novamente
O quanto se queira tomando desmente
O que na verdade, minha alma proponha.

7

“Não chores meu filho”; cenário diverso
Do tempo onde pude viver cada verso
Vagando sem rumo mesquinha figura
Que tanto em vazios hoje configura,
Não quero teus erros, nem mesmo disperso
Meu mundo onde possa sentir o universo
Que tanto se molda palavra procura
E gera sem medo, verdade que apura.
Retorno ao passado vivendo o que pude,
A luta desenha saudade me ilude
E nada se faça aonde pudera
Trazer tão somente no olhar rude fera
O manto rasgado, meu tempo passou,
Do quanto tentara, já nada restou.


8


Nos sonhos as asas que trazem promessas
As páginas rotas, ausente esperança
O quanto denotas e nada mais lança
Assim quando rude, já não recomeças,
Vencendo o caminho, mergulho onde expressas
A fúria que trazes, aumenta a lembrança
A vida em tais fases, sem ter confiança
Marcando a palavra trazida às avessas
Já não pude e tento seguir novo rumo
Bebendo o passado vagando me assumo
E sei do que tente na vida tenaz,
O mundo apresente somente o que vejo
E bebo em tal sorte, vivendo o desejo
Que possa tramar o quanto se faz.

9

Já não sei de nada mudando esta história
A luta se mostra somente redime
Quem tanto pensara, mas sabe e suprime
O amor que não veio, vacante memória.
Queria outra senda menos merencória
Ao menos pudesse num templo sublime
Viver fantasia, mas nada se prime
No canto onde a vida tramasse a vitória.
O peso dobrando meu corte aprofunda,
A sorte se farta na luta que inunda
Meu mundo vazio, sensato ou vulgar,
No quanto pudesse viver, festejar
Abrindo o meu peito, sangrando este amor
Que um dia julgara, ser meu redentor.

10

Amor; Gabriela, não pude sentir
Vontade sem termos aonde encontrar
Qualquer tom diverso, momento ao luar,
E sem tal cenário mortalha é porvir.
Já não caberias e sei quando a vir
O quanto felizes os sonhos, vagar
Na sorte que emana, procuro um lugar
Que possa sem medo tramar, resumir.
Meu passo se cansa num ato constante
A vida que trazes apenas garante
O que desejara, mas nunca tivera
Palavra que tentas, ausência sincera
O verso notável, a luta se expressa
E o peso do tempo, renega a promessa.


11

Não quero mais falar do grande amor
Tampouco me interessa o que viria
Ousando nesta sorte em agonia
Vivendo simplesmente por rancor,
Não quero este cenário redentor
Envolto nas entranhas da magia,
Nem mesmo o quanto molde em heresia
A vida deste parco sonhador.
Gestando o que não veio e nem soubera
A sorte numa espreita, leda espera
Vagando sem sentido em noite escura,
Apenas o desejo que se vê
O tempo na verdade sem por que
Aos poucos, novamente me tortura.

12



Não sei de qualquer canto aonde eu possa
Viver em harmonia o quanto quis
E sinto que pudera ser feliz
Ousando noutra sorte, apenas nossa,
O verso que deveras já se apossa
O tempo se desenha por um triz
E sei do quanto fora um aprendiz
Que a cada novo engano gera a troça.
Amar e crer no fato, meramente
Transcende ao que em verdade tanto mente
Arremessando ao nada que hoje sou,
Depois de tanto tempo procurando
Um dia mais suave, mesmo brando,
Apenas o passado enfim restou.

23

Não quis e não pudera ter alguém
Que tanto desejasse outro caminho,
Se eu sei que seguirei sempre sozinho
O fim em liberdade me convém,
O quanto desta vida nada tem,
O passo mais atroz, duro e mesquinho
Fazendo da esperança um novo ninho,
Deixando para trás tanto desdém,
O prazo determina o fim de tudo
E sei que no final quando me iludo
Expresso a solidão que não sossega,
A vida se desenha e segue cega
Sem ter qualquer paragem, simplesmente
E o que mais desejara agora mente.


24


Há tanto que se veja o que não creio
E beba cada gota deste vão
Momento que tortura em dimensão
Diversa desta quando diz receio,
O passo se trazendo e de permeio
As tramas desta espúria solidão,
O medo se alastrando pelo chão
Semente que decerto eu não semeio.
Negando qualquer sorte onde pudesse
Tentar acreditar na rara messe
De ter felicidade, finalmente,
O verso sem sentido e o tempo rude,
Aonde cada passo se transmude
Modula o pensamento e também mente.

25

Já nada mais coubera em minha vida
Senão a mesma sorte que trouxera
A dura certidão, mesmo insincera
Da luta tantas vezes envolvida
Na sorte que pudera reprimida,
A vida noutro tom, velha quimera
O quanto do passado destempera
E marca a solidão enquanto acida,
Numa ávida loucura, a reticência
O tempo marca a dura coincidência
Ciências tão diversas, riso e pranto,
Depois deste vazio que se trama
Apenas revivendo cada drama
E o verso sem proveito algum garanto.

26


Não quero crer no que talvez viesse
Marcando em luz este cenário breve
O meu caminho em descaminho atreve
E gera apenas o que pude em prece.
Ainda quando o meu momento tece
A vida quantas vezes quis mais leve
Gerando a paz e na verdade neve
Sentindo na alma o que resulta em prece.
Vacante sonho em tempestades feito,
O quanto pude e na verdade aceito
Expressaria o meu desejo em paz,
Ousando crer na liberdade imensa
O todo venha e se puder compensa
A própria sorte que o passado traz.

27


Já não pudera desejar um rumo
Aonde o meu caminho se percebe
Seguindo sem sentido a velha sebe
E nisto pouco a pouco me consumo,
Vestindo a fantasia aonde aprumo,
O verso sem sentido que me embebe
O quanto deste amor louco concebe
O tempo sem saber quando me esfumo.
Apenas poderia ser assim,
O mundo renovando dentro em mim,
A vida que se fez em novo som
A lua se desnuda na janela,
Porém o quanto a vida se revela
Desfaz a velha prata em tosco tom.


18

Não pude conceber outra verdade
Sequer a que queria mais sutil,
O tempo noutro tanto se partiu
E trouxe a velha sombra da maldade,
O verso traduzisse uma saudade,
Embora saiba o sonho ser mais vil,
O canto que devora e repartiu
A luta sem saber de qualidade,
Esbarro nos meus erros, meu passado
E quando sem certeza ora me evado
Vagasse pelas tramas mais felizes.
Ousando acreditar no que não veio,
Apenas sigo em raro devaneio,
Trazendo o quanto agora me desdizes.


19


Já não me caberia acreditar
Nos tantos e diversos elementos,
Os dias entre mágoas e tormentos
A vida não traria outro lugar,
O verso sem saber onde encontrar
Além da tempestade em duros ventos,
Ousando acreditar nestes momentos
Semente que aprendi a semear.
Negar uma palavra que console
Beber o sofrimento em cada gole
E ser apenas isso e nada mais.
Invisto o que procuro em cada verso,
E sei do meu anseio ora disperso
Envolto nestes tantos temporais.

20


Jamais eu pude ver quem me conforte
Não quero acreditar no que não veja
A sorte se desenha em tal peleja
E sei do que se trama em rude corte,
Apenas a verdade não suporte
O todo que esta vida não almeja
Marcando da maneira como seja
A vida sem sentido, sem um norte.
Risíveis noites dizem do abandono
E quando me procuro, perco o sono
Jogado na sarjeta da esperança,
O mundo que criei já não existe,
O meu olhar se perde, ausente ou triste
E a própria desventura ora me cansa.


21

Já nada poderia ousar quem tanto quis
Vencer a tempestade e ter noutro momento
A vida que pudera e sabe o sentimento
Porquanto a própria sorte escolhe outro matiz,
Meu verso se moldando aonde eu já desfiz
O quanto se queria e vejo e não fomento,
Perdendo a direção em torpe sofrimento
Vivendo o quanto pude apenas por um triz,
Navego em mar imenso e nada mais traria
Senão a dor cruel intensa fantasia,
Versando sobre o medo e nele me entranhando,
O mundo se moldara apenas desde quando
O tempo sem ter tempo expressa esta agonia
O que mais desejara agora desabando...


22


Não quero uma palavra e nem sequer o rumo
Seguindo passo a passo um mundo mais diverso
Ousando acreditar na insânia de algum verso
Enquanto sem razão, deveras eu me esfumo,
Tentasse no final o quanto não consumo
No passo que dera um tempo mais perverso,
Gerando o que pudera e nisto sigo imerso
Pousando noutra cena em raro e ledo sumo.
Vencido companheiro, a luta não descansa,
Após o que se veja a vida em vã lembrança
Numa esperança atroz gerando a fúria em mim,
Falando logo após do quanto e quando vim,
Matando o que se creia em nova imprecisão
Meus olhos no final já nada mais verão.

23


Palavra que se perde em tom mais agressivo
O mundo que vivera e sei ser tão distante
Apenas o que resta e nada mais garante
Enquanto sem um cais, apenas sobrevivo.
O verso se moldara e sendo um lenitivo
O prazo se permite e sei quanto adiante
A vida noutro caos, um velho navegante
O sonho sem timão, meu momento não vivo,
Quisera qualquer luz e nada, lua ou sol,
Somente a dura treva ousando no arrebol
Marcando com astúcia o quanto quis outrora
O preço a se pagar, o vento não cessara
E sei da tempestade; atravesso a seara
Enquanto esta saudade, aos poucos me devora.


24


No tempo sem quesito, o risco sem defesa
A luta me mostrando o quanto poderia
A vida sem saber sequer da fantasia
Gerando em todo caos, apenas outra presa;
A porta já se abrira e nada diz surpresa
A morte num instante, apenas agonia
O verso que garante a sorte mais sombria
E o vento arrebentando inteira a fortaleza.
Não quero por resposta apenas solidão,
O sonho que se molde um verso temporão
E o manto destruído envolto no meu sonho,
Certeza do que tenho e bebo sem segredo
Aonde com firmeza em paz tento e procedo
Traçando o quanto quero e sei, mesmo componho.

25

Não pude acreditar nos ermos de minha alma
E sei do quanto a vida expressa em tom atroz
A sorte se perdendo o tempo logo após
O mundo se traçando em mero medo e trauma,
Já nada mais pudera enquanto o verso acalma
Matando o que seria um dia mais feroz
E sei que poderia apenas ver a foz,
Embora reconheça o amor, inteira palma.
O quanto mais suporto e mesmo até procuro
Traduz o meu caminho, embora seja escuro
Restando pouco ou nada, apenas o que trago
Vencido pelo tempo em dor e tempestade
O prazo delimita o quanto já se evade,
Marcando em tom cruel o sonho em doce afago.

26


Num ritmo mais sutil o verso se apresenta
E gera o que pudesse e não mais se veria
O tanto quanto quero e bebo em utopia
A sorte na verdade, a morte mais sangrenta,
A luta que decerto apenas apascenta
O mundo quando vejo a força em fantasia
O verso sem sentido e o todo que teria
Após a tempestade outra vaga tormenta.
Esbarro no meu erro e vejo apenas caos
Os dias que virão deveras serão maus
E os ermos de minha alma, expressam o vazio
Que tanto quanto quero, em lutas desafio.

27


Recebo de teu sonho o vento que permita
A noite mais suave e nela outro momento
Rondando e libertando o velho pensamento
Onde tanto lapida a sorte, esta pepita
E tudo quanto quero apenas se repita
Enquanto novo passo além sempre fomento,
Vivendo plenamente exposto ao manso vento
Que tanto se deseja e sempre necessita
Minha alma não se cansa e segue seu caminho,
Enquanto no passado, eu fora tão sozinho,
Agora do teu lado eu quero e sinto além
Do tanto que já veio e sei sempre virá
Marcando o quanto tento e vivo desde já
Trazendo o que em verdade amor sincero tem.

28

Não pude imaginar apenas o que vejo
Somente o que traduz a sorte ou mesmo após
O quanto se transmite e gera em mansa voz
A luta que se molda em sórdido traquejo,
Ouvindo da esperança um som, um claro arpejo
O vento onde me assola a vida mais feroz,
E sei que se entranhando em rudes, duros nós
O tempo traduzindo o quanto ora desejo.
Não pude adivinhar sequer a dimensão
Do quanto poderia e sei que inda virão
Os olhos no futuro o tempo sem sentido,
O canto mais agudo, o verso que buscara
A lua que desejo e sei ser tão mais clara
Enquanto o meu caminho em paz quero e lapido.

29


Jamais pudera ver alguma luz enquanto
O vento se mostrara em tom bem mais feroz,
O quanto resistira gerando dentro em nós
O medo que não possa e o tempo não garanto,
Escárnio simplesmente? Ou mero desencanto?
Eu sei que na verdade o mundo segue após
E nisto se desenha o tempo mais atroz
A solidão recobre em fino e torpe manto
Gerasse o que não veio e nunca mais veria,
A sorte sem proveito, a vida em ironia
O corte mais atroz e o peso do passado,
A luta sem sentido, o vento desenhando
Um mundo aonde possa o todo ser infando
Enquanto do teu lado, eu tento, mas me evado.

30

Não pude acreditar no tempo sem resposta
A faca perde o corte e o mundo já desaba
O verso no final a sorte não se gaba
Do quanto poderia e ter a face exposta
Na luta que se perde e sei da velha aposta
O todo que queria aos poucos já se acaba
Pensara ser castelo, apenas mera taba.
E o medo se anuncia a cada novo não
Somente se previa a ausente solução
Do peso que me enverga o canto sem proveito
E tanto quanto eu possa espalho ao vento o canto
E apenas o que traço em sonhos; mal garanto
E em plena solidão, deveras eu me deito.


31

O meu verso deveras garante
O que a vida pudesse trazer
A vontade de tanto poder
Ter o amor de quem quis doravante
Na palavra se vendo um instante
Regenera o caminho de um ser
Que pudesse somente perder
O que tenta e decerto se espante.
Vejo a luz que irradia horizonte
Nela o tanto que quero me aponte
Um cenário sublime e gentil
De quem tanto eu pudesse sentir
A vontade de novo porvir
Neste amor que meu sonho previu.

32

Já não tenho sequer o passado
Nem tampouco o quanto virá
Esperança talvez um maná
Onde o tempo se fez ansiado,
O meu sonho se traz por legado
Desejando além do que já
Transformara o velho recado
Na vontade que a paz me trará.
Seduzido por quem eu desejo
Na verdade aproveito este ensejo
E mergulho em teus braços, querida
Com a fúria de quem tanto amou,
O caminho traduz e além vou
Tendo amor como nossa saída.

33


Já não quero saber do futuro
Nem tampouco o quanto se traz
Outro sonho vivendo este audaz
Caminhar que deveras procuro,
Encontrando o quanto asseguro
Noutro tom meu desejo se faz
Mergulhando meu sonho voraz
Num momento onde amor configuro.
Vejo apenas a sorte que tente
Novo rumo que sendo frequente
Permitisse um segundo onde além
Do que a vida traduz liberdade
Traga sempre a vital claridade
Traduzindo o que o encanto contém.

34


Já não cabe falar do passado
Nem tampouco mentir, falsa luz
O que tanto em verdade conduz
Traz o verso diverso e negado
O meu mundo enquanto me evado
Traduzisse somente outra cruz,
No caminho o que tanto seduz
Mostra o canto feroz, mas vedado.
A palavra se espalha no vento
Outro tanto deveras invento
Mergulhando no mar da esperança
O que pude jamais, eu terei
A verdade rondando outra grei
Meu momento no vão já se lança.

35


Terminando esta incerta viagem
Pelo tempo que tanto queria
Outra sorte jamais poderia
Transformar qualquer luz em miragem,
Nosso amor, tão feroz paisagem
Senda audaz e diversa e sombria
O meu canto no nada teria
Novo corte em diversa visagem.
Minha voz nada mais representa
Tão somente a verdade em tormenta
O que pude viver no passado,
Nada mais se permite depois
Envolvendo; portanto, nós dois
Nosso amor fora um duro legado.

domingo, 24 de abril de 2011

1


Ansiedade traz
O verso sem futuro
O tempo mais audaz
O canto onde perduro,
Procuro e me amarguro
No templo contumaz
E sei do que torturo
Ou mesmo já se faz,
O vento acostumando
O temporal se aplaca
O quanto fora brando
Agora não emplaca
A luta desenhando
Na força mais opaca.

2

Pudesse ter nas mãos
Apenas o momento
E nestes dias vãos
O quanto ainda tento
Expressa noutros nãos
O sonho mais atento
Esboço novos grãos
Num rude pensamento,
O medo não viria
Sequer me transformar
No quanto a poesia
Tentasse desenhar
O quanto que veria
Quem busca outro sonhar.

3

Jamais a sorte trama
O que talvez não venha
E sei do quanto clama
Verdade em rara ordenha,
O amor quando se exclama
E possa e nada tenha
Galgando o velho drama,
A sorte dita a senha,
Apenas quis e posso
Viver o sonho nosso
E o medo sem sentido,
Ainda quando aposso
Somente sou destroço
Já tanto destruído.

4



Bebendo cada gole
Do tempo e da razão
O verso que me engole
A luta em emoção,
A sorte que te assole
E molde a direção,
Água constante e mole,
Expressa inundação.
O vento não tecesse
O quanto merecesse
Quem mais pudesse crer,
No vago caminhar
No afago a se mostrar
Nas tramas do querer.

5

Se pela escada abaixo
Encontro cada queda
Apenas se me encaixo
No sonho em que se enreda
O tempo quando enfaixo
A sorte não se seda
Ouvindo o canto baixo
De quem o nada veda.
Presumo melhor sorte
E sei do que se veja
No tanto que conforte
A luta na peleja
Que possa num suporte
Trazer o que deseja.

6


Desejo que balança
E gera nova senda
O tanto onde se lança
O passo se desvenda
O verso traz a lança
E nisto o quanto atenda
Marcando o que me alcança
A vida sem contenda,
Vestindo o que pudera
Ou mesmo merecesse
O tempo sem espera
O verso que esquecesse
A voz mesmo sincera
De quem a sorte tece.


7


No meio do jardim
Dos sonhos, vejo apenas
O quanto vive em mim
E sei tanto condenas,
As sortes ditam fim,
A vida em novas cenas,
Ousando ter enfim
Palavras que apequenas.
Ousando acreditar
Acreditando em tudo
Que possa e se me iludo
Esqueço o caminhar
Vagando sem destino,
Meu nada eu determino.

8


Na face mais exata
De quem se fez além
Do quanto se constata
E traça o quanto vem,
No fim já se arrebata
O que nada convém,
Seguindo sem bravata
O amor, tão raro bem,
Vencido pelo instante
Que tanto se garante
No modo mais sutil,
Vertendo esta palavra
O tempo tudo lavra,
Porém segue senil.

9


Longínqua noite traz
A sorte mais diversa
E o quanto foi tenaz
Aos poucos se dispersa,
A voz negando a paz,
A luta mais perversa,
O mundo que se faz
No todo onde se versa,
Viceja dentro em nós
O todo que se creia,
A morte traz o algoz
A lua nunca é cheia
E ouvindo a velha voz
A sorte segue alheia.

10


E sei que nada feito
O tempo não traria
O quanto em fantasia
Deixasse satisfeito
Quem faz do amor o pleito
E nisto outra alegria
Pudesse novo dia
Trazer o rumo aceito,
Vestindo este cenário
Ousando temerário
Acreditar no intento
Bebendo sem cansaço
O quanto mesmo traço,
Expresso sofrimento.



11

O quanto por fazer
E o tempo sem resposta
A vida sem prazer
A luta em tal proposta
A sorte sem querer
Expressa a mesa exposta
Nas ânsias do viver
Ou quanto mais se gosta,
Não quero a solução
Diversa da que tive
E moldo a direção
Que tanto sobrevive
Ousando no perdão
Que um dia não retive.

12


O tempo mal pensado
O verso sem proveito
E tanto quanto brado
Decerto mais aceito,
E bebo do passado
Ou sigo quando espreito
O mundo desenhando
Sem sonho, em desrespeito.
E pleito após o nada
Um jeito mais comum,
Do termo sem algum
Desenho em vaga estrada,
O gosto eu sei nenhum,
Da luta imaginada.


13


Andando sem pensar
Aonde poderia
Ou mesmo me aportar
Em rara fantasia,
O tempo a se moldar,
O nada se recria
E o verso a desenhar
O que não mais veria,
Apenas a senzala
Aonde o verso morre
O tempo adentra a sala
A sorte toma um porre
E o quanto me avassala
Jamais, pois, me socorre.

14


Sonhando sem pensar
No quanto pude ou tenho,
A vida noutro mar
O céu em raro empenho,
Vontade a se tramar
Em rude mundo e cenho,
O canto a se traçar
Aonde mal convenho.
Versando sobre o fim
Do quanto poderia
A vida traz enfim
A luta dia a dia
E o que vivesse em mim,
O sonho abortaria.

15


Os dias são iguais
Em nula providência
A cada penitência
Os mesmos rituais,
E sei dos sensuais
Momentos. Coincidência?
Não tendo tal ciência
Eu quero e busco mais.
Jamais pudesse ter
As ânsias do querer
Em tom diverso ou manso,
Depois de certo ou tanto
O quanto desencanto
Deveras não alcanço.

16


Cansaço do que possa
Trazer outro caminho,
E nada mais que a fossa
Ou mesmo o vago espinho,
E quando a vida adoça
Gerando o ser daninho
O tempo ora se apossa
E mata onde me aninho,
O vento noutro prumo,
O que jamais pudera
Invade e sendo fera
No fim nada resumo,
A vida destempera
Enquanto perco o rumo.

17


Aumenta esta vontade
De tanto ser quem tente
O mundo que me invade
A sorte impertinente,
O verso em tempestade
A luta permanente
O manto se degrade
E gere o ser demente,
Não quero e não tentasse
Seguindo cada passo
Aonde tento e traço
Vencer o que se trama
E sendo sempre assim
A sorte dita o fim
Trazendo o velho drama.

18

Qual fosse a mocidade
Que tanto nos permita
Viver o quanto agrade
Ou mesmo se acredita
Na força em liberdade
Ousando em tal pepita.
No canto, a claridade
A senda mais bonita.
O verso do passado
A luta sem final,
O rumo em que me invado,
Gerando o bem e o mal,
No canto desolado,
No mundo em ritual.

19

O quanto sobrevive
Do sonho que se tenta
Vencer qualquer tormenta
Enquanto sempre estive,
E sei do quanto prive
A vida aonde alenta
O marco que fomenta
O que jamais contive.
Não quero e não pudesse
A sorte em leda messe
E a prece onde se apressa
A senda mais sutil,
O amor que nos reviu
E o verso já sem pressa.

20


Quem dera esta esperança
Após a tempestade,
Ao quanto já se lança
A rude veleidade,
Buscando o quanto alcança
E nisto esta saudade
Ousando na aliança
Moldando esta inverdade,
Resumo de outras sortes
E quando não comportes
Suporte cada engodo,
O canto sem sentido,
O verso resumido,
O mundo em pleno lodo.

21

Os dias sem ação
As tramas e segredos,
Os olhos, coração
Os ventos seguem ledos,
Anseio a dimensão
Dos erros, tantos medos,
Ousando em direção
Aos tantos desenredos.
Não pude e nem tentasse
Aonde se veria
O quanto em desenlace
E nada moldaria
O que deveras trace
Num tempo em harmonia.

22


Passando num momento
O quanto possa ver
No tempo onde me alento
E deixo de saber
E sei do sofrimento
Não quero perceber
O que deveras tento
E nada a se perder,
Jamais pudesse um dia
Meu rumo noutro instante
O mundo em alforria
A lida se garante.
O tempo se faria
No que jamais me encante.


23


O dia sem ação
O tempo sem proveito,
O quanto em dimensão
E sei do quanto aceito,
O mundo em direção,
O sonho dita o pleito,
E vaga em solidão
Gerando o desrespeito.
Não quero e não pudesse
Viver o meu caminho
Aonde esta benesse
Moldasse onde me alinho
E sei do quanto tece
O rumo mais mesquinho.

24


Jazendo nesta sorte
O mundo não teria
Sequer o que comporte
Ou gere esta agonia,
No tempo que conforte
Meu mundo dia a dia
Ditando o que suporte
Marcando em fantasia.
Não pude resistir
Ao quanto que há de vir
E sei do que se faz
Gerando novamente
O que ora se pressente
Num passo para trás.

25


A vida não se atrasa
Jamais pudera crer,
O tempo feito em brasa
O fogo a me aquecer
O verso que me embasa
O mundo a se perder,
O quanto se defasa
O sonho a se verter,
No engano mais sutil,
O passo sem apoio
Na senda o que se viu,
A seca em meu arroio,
O tempo atroz e vil,
A dor vira um comboio.

26


Pudesse esta tormenta
Ou mesmo a vida mansa
E quando a sorte inventa
O quanto não alcança
O tempo traz e tenta
O mudo aonde a lança
Penetra violenta
E marca esta mudança,
Meu verso sem sentido
O que inda se resume,
No canto dividido
A vida em tal ardume,
O peso presumido
E o fim já nos resume,.

27


O quanto emudeceu
O coração que sonha,
O tanto que foi meu
Agora em vão se enfronha
E sinto com vergonha
O que me enlouqueceu
Ausente em apogeu,
Amor se decomponha,
E gera novo caos
Expressa esta mentira
Momentos duros, maus
E o tempo se retira
Ousando em tais degraus
No canto onde se estira.

28


Qual nesga neste céu
O brilho em lua cheia
A vida traz em véu
O tempo onde rodeia,
O verso mais cruel
A noite não permeia
O vento em seu papel
A luta devaneia,
Pousando mansamente
No quanto quis e quero,
O tanto que se mente
Ou mesmo se é sincero
Falando francamente
Retira o quanto espero.

29


Minha alma se alimenta
Do quanto acreditara
E sei que tal tormenta
Domina esta seara
A vida não se aguenta
Aonde fora clara
E quando a sorte alenta
Expressa o que prepara
Em atos consonantes
E sei que nos rompantes
Eu vejo e me presumo,
O tanto que pudera
Vencer a luta, a fera
Um tempo em duro sumo.

30


Pudesse sem torpor
Ousar noutra amplitude
E quando a vida, amor
Ou mesmo desilude,
O verso encantador
Traduz bem mais que pude
E gera o redentor
Cenário onde transmude.
O tempo após o tanto
Enquanto não quisera
Falar em desencanto
E ter a mesma esfera
Do verso onde garanto
O quanto a vida espera.

31


Minha alma em tal tempesta
A luta não termina
E sei do quanto resta
Ou mesmo inda fascina,
A vida adentra a fresta
E embora cristalina,
A face mais funesta
Exala e determina
O fim de cada passo,
A sorte que se veja
O tanto quanto traço
Vencendo esta peleja
E quando o sonho eu caço,
O tempo me dardeja.


32


Raiando algum momento
O sol que tanto quis
O verso diz ao vento
O tempo onde infeliz
Gerasse sentimento,
Ou mesmo em céu mais gris
O rumo em desalento
Ou velha cicatriz,
Tatuado no peito
O amor que já se fora
A vida deste jeito
Embora tentadora,
Traduz o quanto aceito
Da sorte traidora.

33

Pudesse em teu langor
Descansos e delícias
E dentre estas carícias
Falar do claro amor,
Do sonho em tais malícias,
A sorte sem rancor
O vento a se propor
Trazendo tais notícias
Do verso que em verdade
O tempo não traduz,
A luta já degrade
Negando alguma luz,
Pudesse em liberdade
A vida em dura cruz.

34


A vida traz no ocaso
O quanto poderia
Viver em claro atraso
A sorte, a fantasia,
E o tempo dita o prazo
E nada mais veria,
Senão a cada caso
A luta sem valia,
O verso já faminto,
O quanto em sonhos sinto
Tentando ser feliz.
Mas nada mais se vendo
Aonde sou remendo
E perco o que mais quis.

35

Não tente outro caminho
Ou mesmo em rumo incerto
Aonde já me alinho
Enfrento este deserto,
E sei que vou sozinho,
O peito estando aberto,
No corpo mais daninho
Jamais enfim me alerto,
Seria tão somente
O quanto se apresente
Num ato mais sutil,
Vivendo o quanto quero
Deveras sou sincero,
E amor demais se viu.