terça-feira, 26 de abril de 2011

1

Reparo no vão que se trama
Ousando no nada ou após
O quanto se fez mais feroz
E nisto o vazio se exclama
Pudesse sentir velho drama
Calando no peito esta voz
Que tanto tramasse este algoz
Enquanto a verdade reclama.
O verso sem tempo, afinal,
O canto que possa em igual
Momento sutil ou audaz,
Versando no quanto se espera
A luta no fundo se faz
Matando o que foi primavera.

2


Bebendo o passado somente
O quanto da vida pudesse
Trazer na verdade outra prece
Enquanto a saudade desmente
Meu mundo no tanto que mente
Traduz o que vence e se esquece
Do todo que possa e padece
Viver cada passo que tente.
Não quero outro rumo, em verdade
O tanto que possa; a saudade
Expressa o vazio que trago,
E bebo o passado e divago
Vagando sem ter sequer paz
Num tempo feroz e mordaz.

3

Já nada me traz a alegria
Que tanto buscara; faminto
E quanto do mundo ora sinto
Bebendo o quanto viria
Viver a vital fantasia
E sei do que possa e desminto
Meu prazo se molda onde extinto
O verso de nada valia.
Meu tempo sem tempo desnuda
A sorte que possa, ora aguda
Ajuda de um mundo suave,
O canto se espalha no todo,
A vida traduz cada engodo
E nada deveras me entrave.

4


Jamais poderia trazer
Meu verso sem rumo, vazio,
O tanto que sei desafio
E vejo somente o prazer,
Negar o que possa viver
Em tolo e senil desvario,
Apenas adentro em tal rio
E morro sem nada saber,
O verso se esgota e não traz
Seque o que a vida mordaz
Tramasse num novo cenário,
Amor quando vejo esta face
Que tanto deveras embace
Traduz o meu ser solitário.

5

Aonde eu quisera viver
Somente me resta esperança
A vida no fim já se lança
E traz o que pude conter.
Vagando sem nada saber
Deixando somente a lembrança
Do verso que tanto me alcança
A sorte sem nada a se ver.
Vibrando em total consonância
Buscando quem sabe outra instância
Enquanto meu canto se cala,
Já nada pudera sentir
E sei do que tente e há de vir
Vergasta traduz a senzala…


6


O quanto se crê no passado
E vejo o momento futuro
Aonde jamais configuro
O tempo onde tanto me evado,
A luta, meu mundo traçado
No risco que tanto asseguro
Saltando por sobre este muro
O verso se molda enredado.
Não tento viver cada parte
Do que na verdade comparte
E traz tão somente o que mente,
A vida não tendo outro rumo
Traduz o que possa e consumo,
Na voz que sonega a semente.

7

Ouvindo este mar que trouxeste
Jamais poderia tramar
O quanto pudesse sonhar
Num tempo suave e celeste,
A vida se faz mais agreste
E nada traduz este mar
Aonde tentasse vagar
E apenas sozinha, vieste.
Jamais sendo assim de tal forma
Que o tempo deveras deforma
O quanto se informa do nada
A luta se faz sem proveito
E tanto que possa eu aceito
Marcando decerto esta estrada.

8


O meu caminho eu poderia
Nesta verdade que transforma
O que não possa em velha norma
E transbordasse em utopia
Quando meu verso não traria
O que talvez; noutra reforma
Do meu passado não informa
E nem pudesse em fantasia.
Ao versejar já nada tenho
Ao perceber este desenho
Onde a verdade se desnuda
Esta palavra mais feroz
Trama a fúria dentro em nós
Nesta incerteza mais aguda.

9

O verso que alentasse o sonho
A luta que moldasse a sorte
O tanto quanto possa o corte
Meu mundo noutro tom proponho,
O passo se moldando e ponho
Aonde mais sutil comporte
O canto que se faz mais forte
E o céu que num clarão componho,
Vivendo cada tom diverso
Bebendo da emoção eu verso
Além do que pudera crer,
Sentindo toda fase em paz
O quanto deste amor se faz
Traduz o que tentasse ver.

10


Meu mundo se apresenta em verso
Vivendo a claridade intensa
E quando no passado pensa
O tempo se mostrara imerso
No quanto se fizera inverso
O rumo que jamais compensa,
A luta se traduz na imensa
Vontade que eu quis, mas disperso
O tanto se apresenta quando
O mundo noutro tom tramando
O vento tão suave canto
Pudesse acreditar na sorte
E ter o que sutil aporte
Gerando o que ora em paz, garanto.


11

O meu verso não se faz
Onde o tempo poderia
Noutra face mais vadia
Transformar a guerra em paz,
O que possa ser audaz
Na verdade não traria
Nem sequer a poesia
Muito menos satisfaz.
Ouso crer no que viera
E se tanto não se espera
Da verdade que comanda,
Olho a vida de tal forma
Que deveras se transforma,
Coração anda de banda.

12

Nada mais se tenta e vendo
O que possa ser diverso
Procurando em cada verso
Outro tempo sem adendo,
No momento que estupendo
O caminho faz perverso
O que possa e desconverso
Sem saber de algum remendo.
Vendo a luta que se trava
A minha alma segue escrava
E se mostra inconsequente
Nada mais pudera ver
Onde o tanto em desprazer
Na incerteza sempre mente.

13


Outro passo sem destino
Novo mundo que inda trago
Venço a vida em vago afago
E em teus braços me alucino,
O que possa em desatino,
O momento onde divago
Coração em pleno estrago
Na verdade não domino.
Vivo e sendo de tal forma
O que sinto e se deforma
Traz o medo a cada engodo,
Nos meus dias mais sutis
O cenário que mais quis
Entranhara em pleno lodo.

14


Já não vejo qualquer sorte
Onde o pouco se consome
Na verdade o quanto some
Traz a vida em tal suporte,
Não caminho em ledo norte
E sei quanto mais se dome
Coração em plena fome
Do calor que me comporte,
Na esperança mais fugaz
O que possa satisfaz
E gerasse a plena luz,
O meu verso sem segredo
O que tente e te concedo
Diz além do que propus.

15


Nada mais se apresentando
Onde quer que a vida vague
O momento onde se alague
Mesmo sendo duro ou brando,
No final desafiando
A verdade não se apague,
E meu mundo não divague
Sobre o sonho desabando,
Esperando alguma sorte
Que deveras me comporte
Ou me deixe ser feliz,
Vejo apenas o cenário
Rude enquanto temerário,
E meu passo se desdiz.

16


Destino que me traz
Palavra mais sutil,
O tanto que se viu
Não deixo para trás
E vejo esta mordaz
Palavra em tempo vil
E quanto mais gentil
Roubasse a minha paz,
Não pude caminhar
Sequer imaginar
A senda preferida,
A luta se desenha
E o verso também venha
Tentar nova saída.

17

Cadenciando o passo
Astuciosamente
A vida quando mente
Trazendo novo traço,
Demonstra o meu cansaço
E sei que infelizmente
O todo se apresente
Enquanto nada faço,
O verso sem proveito
O tempo que ora aceito
Expressa a solidão,
Meu tempo se traduz
No foco em rara luz
E em ti, pleno verão.

18

Bebendo a melhor sorte
Que tanto poderia
Ousar em alegria
E ter o que comporte,
Na vida sem suporte
Em tal melancolia
O verso me traria
O quanto me conforte,
Apenas sei do vento
Tocando em cada rosto,
Amor ao ser exposto
Trazendo o quanto tento
Viver em plena paz
O mundo mais audaz.

19

Já nada mais se fez
Aonde se tentara
Vencer cada seara
Em rara insensatez,
No quanto agora vês
No tempo que escancara
A vida se prepara
E gera o que não crês,
Somente sigo só
E sei do velho pó
Tocando claramente
O corpo de quem ama,
Tentando nova trama
Enquanto a sorte mente.

20


Não quero o que se veja
Após a tempestade
O mundo se degrade
E mostre o quanto almeja
A luta onde dardeja
A dura realidade
Sem ter a claridade,
Aumenta esta peleja
Do quanto não viera
Da sorte em leda esfera
E a primavera morta,
Abrindo cada passo,
O velho mundo eu traço
Fechando a velha porta.


1

Não quero a verdade
Tampouco a mentira
Se for claridade
A vida retira
E traz liberdade
Ou marca tal mira
No quanto degrade
E tanto interfira,
O prazo me indica
O quanto pudesse
E sei se edifica
Ou mata esta messe
Alma purifica
Enquanto se esquece.

22


Não pude o passado
Viver plenamente
E sigo ao teu lado,
A sorte demente
O vento onde evado
O quanto me mente
Remete ao legado
Que tanto apresente,
O marco sem passo
O passo sem rumo,
O quanto já traço
Depois eu resumo,
No velho cansaço
Aonde eu me esfumo.

23


Vivendo tal sorte
De quem poderia
Trazer o suporte
Ou ter novo dia,
Seguir pleno norte
Em rara agonia,
Se a vida é aporte
Já nada eu teria.
Marcando o poema
Aonde se algema
A luta ferrenha
A sorte se nega
A vida que é cega
A paz já contenha,

24

Bebendo este mel
Que tanto destilas
Ousando em teu céu,
E sei não vacilas,
Enchendo o farnel
Enfrento tais filas
Se o mundo é cruel
Belezas desfilas.
E sei da verdade
Que tanto quisera
Amor, liberdade
A vida na esfera
Que traz claridade,
Palavra sincera.

25


Não quero saber
Do quanto pudera
A vida é prazer
E tanto tempera
A sorte a se ver
Gerando o que espera
O mundo em prazer
Rara primavera,
Meu verso se faz
Enquanto se quer
Amor mais capaz
Viver tal mulher
Deixando p’ra trás
A dor que puder.

26


Posso viver
Apenas sonho
Tanto componho
Raro prazer,
Quero saber
Mundo risonho
Adeus tristonho
Nada a temer,
Somente sou
Quem tanto quis
O ser feliz
Já me entranhou
Sem cicatriz,
Enfim eu vou.

27

Amar é luz
E ter no olhar
O que se seduz
A provocar
E se propus
Tanto te amar,
O que conduz
Não vai parar.
Espero o sonho
E já componho
A lua em nós
Ousando crer
No amanhecer
Em mansa voz.

28

Bebendo a sorte
Que não calara
Nesta seara
O que conforte,
A vida, o norte
Já se escancara
O que prepara
E me comporte
Gerando o quanto
Eu mais garanto
Vivendo em paz,
Amar e ter
Sempre o prazer
Que a vida traz.

29

Singra amor,
Imenso mar
Em teu calor
Já naufragar
Sentir da dor
O que entregar
Um redentor
Sonho a guiar,
Levando além
O quanto tem
Do amor em paz,
Versando quando
Amor tocando
Já satisfaz.

30

Já nada vejo
Do quanto quero
E sei do ensejo
Claro e sincero
E meu desejo
Embora fero
Traduz e almejo
O tempo; espero.
Aguardo apenas
E me serenas
Conforme venhas
A vida dita
Sorte bendita
Que ora contenhas.

31

Eu não quis
Cada medo
Ser feliz,
Novo enredo?
Sem segredo
Por um triz
Se eu concedo
Não sou gris,
Verso vejo
Num desejo
Mais audaz
Amor lavra
A palavra
Que se traz.

32

Nada sou
Sem amar
Sem sonhar
Onde estou?
Só restou
Navegar,
Mas sem mar,
Naufragou,
Sonhos; tento
Pensamento
Traduzira
Cada sorte
Que me aporte
Clara mira.

33

Navego
Teu mar
Entrego
Sonhar
Se cego
Vagar
Trafego
Luar.
Bebendo
Teu mel
Vivendo
Tal céu
Remendo?
Cruel...

34

A paz
Que quero
Audaz,
Sincero,
Falaz
Espero
Capaz
Não fero.
E brindo
Ao lindo
Cenário.
Meu verso
Disperso
Tom vário...

35

Nada
Tento
Cada
Cento,
Fada;
Vento
Brada.
Lento...
Sinto
Vim,
Minto
Vejo,
Pejo.
Fim...

Nenhum comentário: