quarta-feira, 27 de abril de 2011

1

As formas mais sutis e tão diversas
Ousando noutro verso ser além
Do quanto poderia e não contém
Enquanto mansamente em paz tu versas,
A vida adentra sendas mais dispersas
E o vento quando manso chega, vem,
Expressa o que pudera e traz alguém
Palavras entre sendas vão imersas.
Ao menos pude crer no quanto vinha,
O tanto que deveras me convinha
Na luta sem sentido ou sem proveito,
A sorte que tentara ser tão minha,
O rumo quando muito não aceito
E o canto noutro tom abrindo o peito.

2


Luares e neblinas, noite afora,
O vento me tocando mansamente
Na brisa que permite e se apresente
A luta quando em vão sempre apavora,
O tempo noutro tom já desancora
O verso sem caminho ora pressente
Rondando sem sentido a tosca mente
E o verbo noutro tom não se demora,
Espero qualquer rumo constelar
E bebo do teu sonho, e o que notar
Expressaria o fim de cada verso,
Aponte este horizonte e siga imerso
No quanto poderia imaginar
E sei que pouco a pouco, desconverso.

3

O amor que se permite
O tempo que virá
A sorte desde já
Não tendo algum limite
No quanto se acredite
Ou mesmo sorverá
A vida moldará
O quanto necessite.
Versando sobre o nada
Apenas vejo o fim,
Ousando em madrugada
O tom dentro de mim
Expressa a madrugada
Negando mesmo o sim.

4


Amar a natureza
O tempo de sonhar
A vida traz lutar
E sigo em correnteza
Diversa, esta alma é presa
Do quanto imaginar
Marcando a divagar
A luta em vã leveza,
Não tento novo prumo
E sei o que ora assumo,
E vivo sem temor,
Amar e ser feliz?
O tanto que se quis
Do sonho refletor.

5

Qual fosse um velho frei
Um tempo em abadia,
A noite se traria
Do jeito que busquei,
O amor que encaminhei
Permite tal sangria
E gera a fantasia
Aonde mergulhei,
Restando muito pouco,
Se tanto me treslouco
Resumo o verso em paz
Da escória que sou eu
O tanto se perdeu
E nada a vida traz.

6


Clamasse em liberdade
O quanto não sabia
E vivo o dia a dia
Ausente claridade,
O tempo que degrade
A luta moldaria
A vida onde traria
O canto em vaidade.
O vento balançando
O dia desde quando
O quanto muito fora,
A sorte se transmuda
E sei da parca ajuda,
Desta alma sonhadora.

7


Religiosamente
A vida se transforma
A cada outra reforma
O tempo volta e mente,
Retrata fielmente
A sorte que deforma
E nisto nova norma
Traduza o que apresente.
Vestígios do que tanto
Desejo sem encanto
E morro no final,
O verso se permite
Viver o que limite
Meu mundo desigual.

8


Apenas quero a paz
E nada mais veria
Sequer o que se faz
Em luz ou sintonia
A vida mais voraz,
A sorte mais sombria
O quanto fui capaz
Deveras não seria.
E sendo de tal forma
O que inda resta em mim,
O mundo já sem norma
A morte no jardim,
O tempo se deforma
E traz o mero fim.

9


Não pude perceber
Sequer outro caminho
E quando sem prazer
No fim eu já me alinho,
Espero bem mansinho
O quanto conceber
Do mago e roto ninho
Da vida a se perder.
Não quero e nem suporto
O sonho quando aborto
Apenas o que tente,
O mundo sem sentido
O canto desvalido
A vida penitente...

10

Não tento outro cenário
Além do que concebes
A vida que percebes
Num tolo itinerário,
Invado as tantas plebes
O canto é necessário
O preço roto e vário,
As duras, ledas sebes,
Ausência de vontade
Potência em liberdade
Do que jamais se visse,
Amar sem ser amado?
Deveras sigo ao lado
E tramo outra tolice.

11


Não pude acreditar
No que jamais se esquece
A vida dita a prece
O tempo em vão luar
Não quero mergulhar
Nem mesmo o que me aquece
Presume o que obedece
Ao verso feito em mar,
Medonho e caricato
Enquanto me retrato
Jamais descansaria
O verso se aludindo
Ao mundo claro e lindo
Intensa poesia.


12

Não tento novo canto
Jamais eu esperava
A vida em sonho e lava
A sorte em desencanto,
E sei quanto garanto
Aonde a sorte trava
O verso que moldava
Nas ânsias de algum pranto,
Resulto deste caos
Ousando outros degraus
Até que se permita
Viver cada momento
Aonde me alimento
Desta alma assaz aflita.

13


Não quero melhor sorte
Nem mesmo a que inda veio
Falando sem receio
Do quanto me conforte,
O tempo traz em corte
O vento mais alheio,
E bebo em vago veio
O que jamais comporte,
Não tento outra paragem
Ousando em tal viagem
Visagens mais diversas
E nelas o que trago
Expressa sem afago
O sonho aonde versas.

14


As sendas mais suaves
As horas verdadeiras
Palavras que mais queiras
Ousando noutras naves,
Os dias são entraves
As sortes são bandeiras
E sei das mãos ligeiras
E libertárias aves.
Não tento acreditar
No quanto te encontrar
Mudasse a velha sanha,
O vento me tocando
O sonho outrora brando
Apenas nos assanha.

15


Bebesse mais um gole
Desta aguardente rude
E sei do quanto pude
Enquanto o mal assole,
O verso que se imole
A dura juventude
Vivendo a plenitude
O tempo nos engole.
Resumo verso e canto
Aonde mal garanto
O quanto poderia
Saber no dia a dia
Do medo mais sutil
Que o tempo ora previu.


16

O meu canto pudesse na verdade
Já trazer a certeza do carinho,
Quando tento e decerto ora me aninho
No cenário tão tosco da saudade,
Vivo apenas o quanto em claridade
Transformasse o deserto onde me alinho
Na certeza sublime de um caminho
Que trouxesse afinal a liberdade.
Vejo apenas o quanto desejei
Do cenário que tanto imaginei
Sem saber da loucura que me rende
O meu passo diverso ora se estende
E fazendo da espera a sua lei
Já não tendo sequer aonde emende.

17


Viveria talvez o que pudesse
Na incerteza de um tempo mais gentil,
O caminho no fim tanto previu
A verdade que tanto já se esquece
O meu canto resume numa prece
O que outrora pudera ser mais vil,
O medonho caminho que se abriu
Na loucura decerto ora se tece
E vagando sem rumo e direção
Transformando este mar, seco sertão
Na palavra que traz o que procuro
O cenário suave se moldando
No momento que possa desde quando
Na expressão mais atroz me configuro.

18


Já não tenho qualquer momento em paz
E pudera talvez acreditar
No que tanto tivera como par
E se mostra em verdade mais audaz,
A vontade jamais me satisfaz
O momento se perde sem buscar
O que possa deveras me entregar
O cenário perfeito que se traz.
Vago apenas lutando pelo sonho
Que pudera tramar em novo canto,
E se tanto decerto não garanto
O meu mundo desnuda tão medonho,
E causando somente desencanto
Muito aquém do que penso e te proponho.

19


Já não venho falar de novo caso
Nem tampouco do verso onde me dei
Caminhando sem rumo nesta grei
O meu passo decerto agora atraso,
E se possa ou não deva não me embaso
No tormento que tanto cultivei,
Vou buscando cerzir em nova lei
Meu momento gerado pelo ocaso,
Não suporto viver a solidão
E se tento seguir em direção
Ao que possa ditar amanhecer
O meu mundo se expressa de tal forma
E deveras o tempo que me informa
Traduz o que pensara ser prazer.

20


Já não tenho sequer qualquer momento
Sou apenas um velho sonhador,
Repentista num sonho, trovador
Num caminho decerto solto ao vento,
E se possa dizer do quanto tento
Bebo a luz e me mostro sem rancor
Nas entranhas do raro desamor,
Simplesmente o que trago eu alimento
E fomento a saudade que se espera
Na verdade a vaidade é leda fera
Que jamais poderia ter em mente
O tormento anuncia novo dia
E traduz o que tanto poderia,
Mas a sorte por certo não pressente.

21

O velho momento traria
O quanto se deseja além
E o tanto quanto sempre vem
Moldando cada sorte um dia
E nisto o que puder teria
Somente num passo que tem
A sorte que dita o desdém
Na noite tão rude e vazia,
Meu verso se perde sozinho
O quanto se queria alinho
No engodo mais cruel, no espanto
Gerando o que se fez atroz
Negando o que pudesse em nós
Trazendo e sei jamais garanto.

22


O canto poderia
Trazer outro momento
E quando sigo atento
A sorte em agonia
Expressa o que viria
E trama contra o vento
O velho sentimento
Além da poesia,
Bebendo o que me resta
A noite mais funesta
O tempo mais sutil,
Resume cada sorte
Que nada mais comporte
Além do que se viu.

23



Não quero acreditar
Nos erros do passado
A vida por legado
Permite imaginar,
No quanto a me rondar
No velho enunciado
Do todo desenhado
A cada navegar,
Restando quase nada
Da sorte desenhada
Em mera tempestade
O vento que se traz
A vida mais fugaz
Ausente liberdade.

24


São poucos sentimentos
Os dias que procuro
Aonde me asseguro
Enfrento velhos ventos
E sei dos tais tormentos
No canto quieto e escuro,
Saltando sobre o muro
Em raros desalentos,
Vencido caminheiro
Enquanto além me esgueiro
Bebendo a sorte amarga,
O passo sem segredo
O mundo que concedo
A sorte que me larga.

25


Não vejo a previsão
Do tempo aonde pude
Vencer em dimensão
Cenário sempre rude,
Vivendo em dimensão
Diversa e que me ilude,
Bebendo a indecisão
Matando a juventude,
Restando dentro da alma
A sorte que pudera
E tanto sei da fera
Que nada mais acalma,
Apenas sigo aquém
Do quanto amor contém.

26


Não tendo mais o quanto
Um dia poderia
Vencer a fantasia
Aonde não garanto
O medo, duro pranto
A luta em agonia,
O verso me traria
O rumo sem seu tanto.
Espero mansamente
O quanto se apresente
Na força sem igual,
Vencendo o destemor,
Na vida sem rancor,
No velho ritual.

27


Jamais eu pude ver
O quanto quero e tento
Após cada elemento
A vida possa crer
No tanto sem prazer
No rude desalento
E bebo o claro vento
Aonde pude ter
Vontade mais diversa
Do quanto desconversa
A luta sem sentido,
Encontro o que pudera
Mudando a rude fera
Num tempo ora esquecido.

28


A sorte da demanda
A luta não termina
E sei que determina
O quanto dita e manda,
A vida já desanda,
E nada mais atina
A sorte cristalina
Seguindo ora de banda,
Espero alguma luz
E sei do que produz
Somente tempestade
Meu verso sem proveito
E nada mais aceito
Sequer a claridade.

29


Não pude ver além
Do quanto resta em nós
A sorte, vil algoz
O tempo que não vem,
Vivendo sem ninguém
O passo mais feroz
O salto logo após
A vida em tal desdém,
Resumo do passado
Que tanto agora invado
E trago sem sucesso
O verso que pudesse
Tramar em rara messe
O sonho que confesso.

30

Não pude acreditar
Nem mesmo poderia
A vida sendo fria
O tempo a se mostrar
Explode a divagar
Ousando na alegria
O tempo que teria
O que pudesse amar,
O sonho não se faz
E tudo é mais mordaz
Que a própria solidão,
Enfrento o temporal
E sei do desigual
Cenário, imprecisão.

31


Não tive melhor sorte
E nem quisera ter
A vida não comporte
O quanto faz sofrer
Por mais que seja forte
Cansado de perder,
O mundo sem aporte
A luta a se tecer,
Na vaga majestade
De quem se fez além
Do sonho em liberdade
E agora nada tem
Somente ansiedade
E nela a morte vem.

32


Navego contra a fúria
Do mar que não se entrega
A sorte segue cega
E mostra esta lamúria
O verso dita incúria
E o quanto não navega
Rondando o que sonega,
Minha alma em tal penúria.
Resumo o que pudera
No tempo onde se espera
A sorte que não veio,
O tanto quanto quero
Ousando ser sincero
Traduz meu devaneio.

33


Vivendo por acaso
Não tendo mais o quanto
Pudesse e te garanto
Jamais fizesse caso,
O que decerto atraso
No fim somente espanto
O verso em rude canto
A vida traz seu prazo.
Não possa mergulhar
Nas ânsias deste mar
E quanto a sorte ondula
Versando sobre o fim,
O quanto existe em mim
Traduz temor e gula.

34


Bebendo esta aguardente
Amarga sensação
Da vida em ilusão
Do sonho que se tente
E nada se apresente
Somente a negação
Os dias que virão
O canto impertinente.
Reparo muito bem
E quando nada vem
Encontro o fim do jogo,
O tempo se dourando
No dia ao menos brando,
Ardendo em pleno fogo.

35

Não mais suportaria
Apenas vislumbrar
O quanto do lutar
Traduz o dia a dia,
A sorte em agonia
O verso a se moldar
Pudesse divagar
E nada mais teria,
Somente o que se sente
E tanto mais frequente
O verso em claridade,
O mundo se permite
Viver neste limite
Que o tempo já degrade.

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