domingo, 24 de abril de 2011

1


Ansiedade traz
O verso sem futuro
O tempo mais audaz
O canto onde perduro,
Procuro e me amarguro
No templo contumaz
E sei do que torturo
Ou mesmo já se faz,
O vento acostumando
O temporal se aplaca
O quanto fora brando
Agora não emplaca
A luta desenhando
Na força mais opaca.

2

Pudesse ter nas mãos
Apenas o momento
E nestes dias vãos
O quanto ainda tento
Expressa noutros nãos
O sonho mais atento
Esboço novos grãos
Num rude pensamento,
O medo não viria
Sequer me transformar
No quanto a poesia
Tentasse desenhar
O quanto que veria
Quem busca outro sonhar.

3

Jamais a sorte trama
O que talvez não venha
E sei do quanto clama
Verdade em rara ordenha,
O amor quando se exclama
E possa e nada tenha
Galgando o velho drama,
A sorte dita a senha,
Apenas quis e posso
Viver o sonho nosso
E o medo sem sentido,
Ainda quando aposso
Somente sou destroço
Já tanto destruído.

4



Bebendo cada gole
Do tempo e da razão
O verso que me engole
A luta em emoção,
A sorte que te assole
E molde a direção,
Água constante e mole,
Expressa inundação.
O vento não tecesse
O quanto merecesse
Quem mais pudesse crer,
No vago caminhar
No afago a se mostrar
Nas tramas do querer.

5

Se pela escada abaixo
Encontro cada queda
Apenas se me encaixo
No sonho em que se enreda
O tempo quando enfaixo
A sorte não se seda
Ouvindo o canto baixo
De quem o nada veda.
Presumo melhor sorte
E sei do que se veja
No tanto que conforte
A luta na peleja
Que possa num suporte
Trazer o que deseja.

6


Desejo que balança
E gera nova senda
O tanto onde se lança
O passo se desvenda
O verso traz a lança
E nisto o quanto atenda
Marcando o que me alcança
A vida sem contenda,
Vestindo o que pudera
Ou mesmo merecesse
O tempo sem espera
O verso que esquecesse
A voz mesmo sincera
De quem a sorte tece.


7


No meio do jardim
Dos sonhos, vejo apenas
O quanto vive em mim
E sei tanto condenas,
As sortes ditam fim,
A vida em novas cenas,
Ousando ter enfim
Palavras que apequenas.
Ousando acreditar
Acreditando em tudo
Que possa e se me iludo
Esqueço o caminhar
Vagando sem destino,
Meu nada eu determino.

8


Na face mais exata
De quem se fez além
Do quanto se constata
E traça o quanto vem,
No fim já se arrebata
O que nada convém,
Seguindo sem bravata
O amor, tão raro bem,
Vencido pelo instante
Que tanto se garante
No modo mais sutil,
Vertendo esta palavra
O tempo tudo lavra,
Porém segue senil.

9


Longínqua noite traz
A sorte mais diversa
E o quanto foi tenaz
Aos poucos se dispersa,
A voz negando a paz,
A luta mais perversa,
O mundo que se faz
No todo onde se versa,
Viceja dentro em nós
O todo que se creia,
A morte traz o algoz
A lua nunca é cheia
E ouvindo a velha voz
A sorte segue alheia.

10


E sei que nada feito
O tempo não traria
O quanto em fantasia
Deixasse satisfeito
Quem faz do amor o pleito
E nisto outra alegria
Pudesse novo dia
Trazer o rumo aceito,
Vestindo este cenário
Ousando temerário
Acreditar no intento
Bebendo sem cansaço
O quanto mesmo traço,
Expresso sofrimento.



11

O quanto por fazer
E o tempo sem resposta
A vida sem prazer
A luta em tal proposta
A sorte sem querer
Expressa a mesa exposta
Nas ânsias do viver
Ou quanto mais se gosta,
Não quero a solução
Diversa da que tive
E moldo a direção
Que tanto sobrevive
Ousando no perdão
Que um dia não retive.

12


O tempo mal pensado
O verso sem proveito
E tanto quanto brado
Decerto mais aceito,
E bebo do passado
Ou sigo quando espreito
O mundo desenhando
Sem sonho, em desrespeito.
E pleito após o nada
Um jeito mais comum,
Do termo sem algum
Desenho em vaga estrada,
O gosto eu sei nenhum,
Da luta imaginada.


13


Andando sem pensar
Aonde poderia
Ou mesmo me aportar
Em rara fantasia,
O tempo a se moldar,
O nada se recria
E o verso a desenhar
O que não mais veria,
Apenas a senzala
Aonde o verso morre
O tempo adentra a sala
A sorte toma um porre
E o quanto me avassala
Jamais, pois, me socorre.

14


Sonhando sem pensar
No quanto pude ou tenho,
A vida noutro mar
O céu em raro empenho,
Vontade a se tramar
Em rude mundo e cenho,
O canto a se traçar
Aonde mal convenho.
Versando sobre o fim
Do quanto poderia
A vida traz enfim
A luta dia a dia
E o que vivesse em mim,
O sonho abortaria.

15


Os dias são iguais
Em nula providência
A cada penitência
Os mesmos rituais,
E sei dos sensuais
Momentos. Coincidência?
Não tendo tal ciência
Eu quero e busco mais.
Jamais pudesse ter
As ânsias do querer
Em tom diverso ou manso,
Depois de certo ou tanto
O quanto desencanto
Deveras não alcanço.

16


Cansaço do que possa
Trazer outro caminho,
E nada mais que a fossa
Ou mesmo o vago espinho,
E quando a vida adoça
Gerando o ser daninho
O tempo ora se apossa
E mata onde me aninho,
O vento noutro prumo,
O que jamais pudera
Invade e sendo fera
No fim nada resumo,
A vida destempera
Enquanto perco o rumo.

17


Aumenta esta vontade
De tanto ser quem tente
O mundo que me invade
A sorte impertinente,
O verso em tempestade
A luta permanente
O manto se degrade
E gere o ser demente,
Não quero e não tentasse
Seguindo cada passo
Aonde tento e traço
Vencer o que se trama
E sendo sempre assim
A sorte dita o fim
Trazendo o velho drama.

18

Qual fosse a mocidade
Que tanto nos permita
Viver o quanto agrade
Ou mesmo se acredita
Na força em liberdade
Ousando em tal pepita.
No canto, a claridade
A senda mais bonita.
O verso do passado
A luta sem final,
O rumo em que me invado,
Gerando o bem e o mal,
No canto desolado,
No mundo em ritual.

19

O quanto sobrevive
Do sonho que se tenta
Vencer qualquer tormenta
Enquanto sempre estive,
E sei do quanto prive
A vida aonde alenta
O marco que fomenta
O que jamais contive.
Não quero e não pudesse
A sorte em leda messe
E a prece onde se apressa
A senda mais sutil,
O amor que nos reviu
E o verso já sem pressa.

20


Quem dera esta esperança
Após a tempestade,
Ao quanto já se lança
A rude veleidade,
Buscando o quanto alcança
E nisto esta saudade
Ousando na aliança
Moldando esta inverdade,
Resumo de outras sortes
E quando não comportes
Suporte cada engodo,
O canto sem sentido,
O verso resumido,
O mundo em pleno lodo.

21

Os dias sem ação
As tramas e segredos,
Os olhos, coração
Os ventos seguem ledos,
Anseio a dimensão
Dos erros, tantos medos,
Ousando em direção
Aos tantos desenredos.
Não pude e nem tentasse
Aonde se veria
O quanto em desenlace
E nada moldaria
O que deveras trace
Num tempo em harmonia.

22


Passando num momento
O quanto possa ver
No tempo onde me alento
E deixo de saber
E sei do sofrimento
Não quero perceber
O que deveras tento
E nada a se perder,
Jamais pudesse um dia
Meu rumo noutro instante
O mundo em alforria
A lida se garante.
O tempo se faria
No que jamais me encante.


23


O dia sem ação
O tempo sem proveito,
O quanto em dimensão
E sei do quanto aceito,
O mundo em direção,
O sonho dita o pleito,
E vaga em solidão
Gerando o desrespeito.
Não quero e não pudesse
Viver o meu caminho
Aonde esta benesse
Moldasse onde me alinho
E sei do quanto tece
O rumo mais mesquinho.

24


Jazendo nesta sorte
O mundo não teria
Sequer o que comporte
Ou gere esta agonia,
No tempo que conforte
Meu mundo dia a dia
Ditando o que suporte
Marcando em fantasia.
Não pude resistir
Ao quanto que há de vir
E sei do que se faz
Gerando novamente
O que ora se pressente
Num passo para trás.

25


A vida não se atrasa
Jamais pudera crer,
O tempo feito em brasa
O fogo a me aquecer
O verso que me embasa
O mundo a se perder,
O quanto se defasa
O sonho a se verter,
No engano mais sutil,
O passo sem apoio
Na senda o que se viu,
A seca em meu arroio,
O tempo atroz e vil,
A dor vira um comboio.

26


Pudesse esta tormenta
Ou mesmo a vida mansa
E quando a sorte inventa
O quanto não alcança
O tempo traz e tenta
O mudo aonde a lança
Penetra violenta
E marca esta mudança,
Meu verso sem sentido
O que inda se resume,
No canto dividido
A vida em tal ardume,
O peso presumido
E o fim já nos resume,.

27


O quanto emudeceu
O coração que sonha,
O tanto que foi meu
Agora em vão se enfronha
E sinto com vergonha
O que me enlouqueceu
Ausente em apogeu,
Amor se decomponha,
E gera novo caos
Expressa esta mentira
Momentos duros, maus
E o tempo se retira
Ousando em tais degraus
No canto onde se estira.

28


Qual nesga neste céu
O brilho em lua cheia
A vida traz em véu
O tempo onde rodeia,
O verso mais cruel
A noite não permeia
O vento em seu papel
A luta devaneia,
Pousando mansamente
No quanto quis e quero,
O tanto que se mente
Ou mesmo se é sincero
Falando francamente
Retira o quanto espero.

29


Minha alma se alimenta
Do quanto acreditara
E sei que tal tormenta
Domina esta seara
A vida não se aguenta
Aonde fora clara
E quando a sorte alenta
Expressa o que prepara
Em atos consonantes
E sei que nos rompantes
Eu vejo e me presumo,
O tanto que pudera
Vencer a luta, a fera
Um tempo em duro sumo.

30


Pudesse sem torpor
Ousar noutra amplitude
E quando a vida, amor
Ou mesmo desilude,
O verso encantador
Traduz bem mais que pude
E gera o redentor
Cenário onde transmude.
O tempo após o tanto
Enquanto não quisera
Falar em desencanto
E ter a mesma esfera
Do verso onde garanto
O quanto a vida espera.

31


Minha alma em tal tempesta
A luta não termina
E sei do quanto resta
Ou mesmo inda fascina,
A vida adentra a fresta
E embora cristalina,
A face mais funesta
Exala e determina
O fim de cada passo,
A sorte que se veja
O tanto quanto traço
Vencendo esta peleja
E quando o sonho eu caço,
O tempo me dardeja.


32


Raiando algum momento
O sol que tanto quis
O verso diz ao vento
O tempo onde infeliz
Gerasse sentimento,
Ou mesmo em céu mais gris
O rumo em desalento
Ou velha cicatriz,
Tatuado no peito
O amor que já se fora
A vida deste jeito
Embora tentadora,
Traduz o quanto aceito
Da sorte traidora.

33

Pudesse em teu langor
Descansos e delícias
E dentre estas carícias
Falar do claro amor,
Do sonho em tais malícias,
A sorte sem rancor
O vento a se propor
Trazendo tais notícias
Do verso que em verdade
O tempo não traduz,
A luta já degrade
Negando alguma luz,
Pudesse em liberdade
A vida em dura cruz.

34


A vida traz no ocaso
O quanto poderia
Viver em claro atraso
A sorte, a fantasia,
E o tempo dita o prazo
E nada mais veria,
Senão a cada caso
A luta sem valia,
O verso já faminto,
O quanto em sonhos sinto
Tentando ser feliz.
Mas nada mais se vendo
Aonde sou remendo
E perco o que mais quis.

35

Não tente outro caminho
Ou mesmo em rumo incerto
Aonde já me alinho
Enfrento este deserto,
E sei que vou sozinho,
O peito estando aberto,
No corpo mais daninho
Jamais enfim me alerto,
Seria tão somente
O quanto se apresente
Num ato mais sutil,
Vivendo o quanto quero
Deveras sou sincero,
E amor demais se viu.

Nenhum comentário: