sexta-feira, 7 de novembro de 2014

O AMOR EM TI

O AMOR EM TI

AH! COMO EU PODERIA TE DIZER
DA SENSAÇÃO CRUEL DESSA SAUDADE
DIZER-TE QUE, SEM TI , MELHOR MORRER!
VOU PROCURAR-TE EM TODA CLARIDADE.

JAMAIS EU SABERIA QUEM HÁ DE
INFORMAR A ESSE LOUCO SEM PORQUÊ
EM QUE CANTO, EM QUE RUA NA CIDADE
EM QUE MUNDO ELE SOUBE TE PERDER?

AGORA QUE AS PALAVRAS SÃO NEFASTAS.
AGORA QUE MEU MUNDO EU JÁ PERDI
QUANTO MAIS ME APROXIMO, MAIS TE AFASTAS

MAIS SINTO A ANGÚSTIA MAIS CRUEL, SORRIR.
SE, QUANTO MAIS DE DOR, MEU PEITO, ABASTAS;
SUPLICO, POR FAVOR, O AMOR EM TI
MARCOS LOURES

NUAS MELODIAS




NUAS MELODIAS

Dançando nas esferas e nas ruas
As nuas melodias e os sonhos,
Que fazem de meus olhos mais risonhos
E em plenas alegrias; continuas.

As Ruas e destinos são festejos
Realejos dos meus tempos de criança
Quem me dera se todos os desejos
Realizassem por certo uma esperança

Mas...nada; estou assim muito feliz,
Sabendo que virás ao fim do dia.
O brilho dessa vida, sempre quis.

Buscando novamente, um aprendiz,
Revivendo invadindo a poesia
Trazendo, ao fim da vida, uma alegria!

MARCOS LOURES

ALBORES

ALBORES


A manhã me trazendo seus albores
E seus raios solares... sensação
Da abelha fecundando essas flores,
Na eterna primavera... coração!

A manhã, companheira dos amores,
Refaz a nossa vida, é solução
Para os noturnos medos, seus horrores,
Abrindo a porta, fecha a solidão!

Há tanta coisa mais interessante
Que acompanha os solares raios, vida...
As libélulas, pássaros, as cores...

Nossa vida passando em um instante...
A tristeza anestésica, esquecida...
A manhã vem trazendo seus albores...

MARCOS LOURES

ÊXTASE

ÊXTASE

Num êxtase sem luxo e sem estase
Uma explosão sidérea em luz profana
Da qual eclode sonho e voz se emana
Fogoso gozo aonde o gosto apraze

Equânime loucura, escusa base
Avinagrada sorte desengana
Sagrada madrugada ora se empana
E os pântanos diversos versam fase

Acídula vergasta em gesto bruto
Um títere que, lúgubre, reluto
Astuto vendaval verte delírios

E deles círios negam azinhavres
Por mais que na verdade desagraves
Agravam-se deveras meus martírios...

MARCOS LOURES

BURBURINHOS

BURBURINHOS

Burburinhos diversos versos versam
Versões de outros verões que não veria
Quem veste vergastada fantasia
Enquanto cantos, contos, desconversam.

Seguindo sem adendo se dispersam
Os passos em espaços, traço guia
E faço se disfarço em agonia
Submersos abissais que em ti conversam.

E arrastando os demônios que converges
Traçando os dias tétricos que imerges
Num âmago insensato atos entranhas

Díspares destes ímpares começos
E as messes que prometes são tropeços
Do avesso tuas vestes vãs e estranhas.


MARCOS LOURES

TURBILHÕES

TURBILHÕES

Rebeliões; empilhas aos milhões
Humilhas com teus risos vãos, sardônicos
Gerando bandos tantos desarmônicos
Tetânica e apoplética me expões

Esplêndidas belezas, turbilhões
Que tramas entre algemas e histriônicos
Caminhos muitas vezes vis e hedônicos
Voláteis astros e anjos; decompões.

Careço de cadências confiáveis
Padeço das demências mais palpáveis
E nelas são aráveis solos meus,

Angustiadamente a mente enriste
Um ar que, secular e ancestral triste
Prepara a amara morte em vago adeus...


MARCOS LOURES

EM NOITE IMENSA

EM NOITE IMENSA


Vagando em noite imensa, penso e crio
Em solilóquio vão venço ou me perco
E as dores entranhando fecham cerco
Acerco-me deveras do vazio.

E o vento vergastando em vasto frio
Do sonho mais bisonho adubo e esterco
E quando de algum terço ou reza acerco
Invernal e abismal granizo estio

Mudando a direção de vento e sombra
A sórdida impressão de novo assombra
Mundana fantasia estribo e açoite

Sem ter quem tentaria trazer luz
O vendaval revolta e me conduz
Traçando em treva e neve o meu pernoite.


MARCOS LOURES

EXÓTICOS CAMINHOS

EXÓTICOS CAMINHOS

Exóticos caminhos, sendas falsas
Florescendo os abrolhos mais temíveis
Refolham-se ilusões em vãos terríveis
E as almas geram traumas, pois descalças

Em espinheiros fartos, cortes alças
Das balsas e dos botes implausíveis
Erráticos desníveis previsíveis
Em insensíveis trevas tu realças

Aonde há cibernético futuro
O passo descompassa e traz o escuro
Negando o resplendor pleno e temático.

Moldando assim enfim caleidoscópios
Porém não resistindo aos microscópios
O teu virulento ar, tão sorumbático


MARCOS LOURES

MARTÍRIOS

MARTÍRIOS

Martírios entre tiros, pedras, balas
E tramas das entranhas teus enredos
Segregas com vigor, falhas e medos
E quanto mais eu peço mais te calas.

As bases do meu mundo quando abalas
Deixando rastros falsos, passos ledos
São lassos os meus dias e em degredos
Transcrevo estes segredos noutras falas.

Falaz hipocrisia cria quem
Sabendo que o desvelo me contém
Aquém do que podia sendo amiga

Vencer a ventania mais freqüente,
Mas quando mais preciso que apascente
Tempesta que geraste desabriga.

MARCOS LOURES

CAMINHOS

CAMINHOS

Na lúgubre figura asseguraste
O peso de uma obesa fantasia
E dela quando em pântanos desfia
Caminho para o sórdido desgaste

Ultraje que geraste como um traste
Que vaga pela insólita agonia
Assoberbadamente em utopia
A senda sendo sóbria; renegaste.

Mortalha onde queria paz equânime
Teu ódio contra ti em voz unânime
Permite um triste algoz que ora porfias

E nele te retratas muito bem
Fazendo o que deveras te convém
Como se fossem t’as fotografias.

MARCOS LOURES

RECATOS

RECATOS

Recatos entre os medos mais vulgares
Expressam o temor do amor que fere
Ainda que o prazer domine e impere
Estendo esta beleza em meus olhares.

Senzalas, salas, medos, deles pares
E quando o sonho morte regenere
Meu mundo neste mundo já se insere
Quereres redundando dos sonhares...

Antúrio enlanguescente, tinhorões
Venenos maviosos que me expões
Nas ansiosas noites mais veladas.

Das liras bardos fazem melodias
E vendo, temerosa, que tremias
Luxúrias em recatos declaradas...

MARCOS LOURES

PUDESSE SEMEAR


PUDESSE SEMEAR

Pudesse semear com tal fartura
Sabendo da colheita em garantia,
Mas quando a sorte atrasa ou mesmo adia
Gerando após o brilho uma amargura

Deveras tanta coisa se procura
E uma alma de poeta fantasia,
Mas logo realidade mostraria
Às quantas anda agora esta loucura.

Perdendo qualquer nexo um helianto
Embrenha o seu olhar em novo encanto
Confunde noite e dia, sol e lua,

Mas quando se percebe noutro fato,
O quanto poderia ser mais grato
Em senda bem diversa agora atua.


MARCOS LOURES

DISPERSO NOUTROS RUMOS

DISPERSOS NOUTROS RUMOS

O amor que tantas vezes eu queria
Disperso noutros rumos ora vejo
E quando se mostrasse em tal desejo
A morte se aproxima em agonia.

Carcaça se renova enquanto cria
Um dia mais amargo e se prevejo
Final do farto amor, mero lampejo,
A face caricata, o que se via.

Servindo tão somente de palhaço
Ainda este caminho eu não desfaço,
Mas sei que depois disso nada vem,

E tendo esta certeza, sou teimoso,
Aonde quis um sonho majestoso
Não vejo sequer sombra mais de alguém...

MARCOS LOURES

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

OLHARES DESEJOSOS


OLHARES DESEJOSOS

Nos requebros vorazes dos quadris,
As ânsias em olhares desejosos,
Momentos que adivinho prazerosos,
E sei o quanto a cena quer e diz,

E tendo esta volúpia agora eu quis
Beber dos mais sobejos majestosos
Caminhos que me traguem raros gozos,
Por um momento, ao menos, sou feliz.

E tento desfazer qualquer martírio
Envolto em tal cenário, num delírio
Anseio seios coxas, toques, pernas,

E mesmo que se saiba ser fugaz
O encanto aonde a vida já se faz
Transforma poucas horas em eternas...

MARCOS LOURES

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

MOMENTO MAGISTRAL


MOMENTO MAGISTRAL

Na taça primorosa de cristal
O vinho maturado em minha adega,
Aonde esta vontade já se apega
Traçando este momento magistral,

O amor ao conhecer tal ritual,
Porquanto novos rumos, pois navega
Sabendo a divindade desta entrega
Percebe este delírio sem igual,

Na lânguida presença feminina
Enquanto uma alma imersa se fascina
Adentro os paraísos entreabertos,

E assim em festa e dança a noite esvai,
Mal importando a chuva que ora cai,
Porém dentro de mim, vivos desertos...



MARCOS LOURES

MOMENTOS MAIS AUDAZES

MOMENTOS MAIS AUDAZES

Os corpos entre copos, vinhos, taças
E as noites envolvidas na demência
Aonde poderia a convivência
Gerar as fantasias em que grassas,

Assim ao se encontrar enquanto traças
Momentos mais audazes, a inocência
Deixada para trás, conveniência
Aonde houvera fogos há fumaças,

Incandescente noite em fúria e gozo,
Penetro no cenário majestoso
E bebo em brindes fartos esta orgia

Bacantes desfilando em tal nudez
E toda esta heresia que ora vês
Criada pela insana fantasia...

MARCOS LOURES

ABRINDO A PORTA

ABRINDO A PORTA

Abrindo a porta; triste,
E nela este passado
Já tanto desolado
Agora não persiste
E apenas sei resiste
Aqui sempre ao meu lado
O amor, velho legado
De tudo o que consiste
A vida noutra face
Aonde quer que eu grasse
Seu brilho me tocando,
E o peso da cangalha
O corpo agora espalha
E o mundo fica brando.

MARCOS LOURES


O BRILHO DA ESPERANÇA

O BRILHO DA ESPERANÇA

Mas vejo, no futuro
O brilho da esperança
E quando nos alcança
Em pleno tempo escuro
O quanto te procuro
A voz além se lança
Gerando a confiança
Aonde houvera um muro,
Dessedentando assim
O quanto existe em mim
De luta após o fato
Da imensa solidão
De um tempo feito em vão
Do qual eu me desato.

MARCOS LOURES

SOMENTE A POESIA

Somente a poesia
Talvez inda redima
E mude o velho clima
Aonde se traria
A vida em agonia
E mesmo o quanto estima
Quem sabe e se aproxima
Do imenso e claro dia.
O verso sem futuro
O quanto te procuro
E nada mais se vendo
Não traz felicidade
E o pouco que inda invade
É feito algum remendo.


MARCOS LOURES

HÁ TEMPOS ATRÁS

HÁ TEMPOS ATRÁS


Amor que se dizia
Há tanto tempo atrás
Agora já não traz
Sequer esta harmonia
E nisto poderia
Quem sabe mais audaz,
Ou mesmo até tenaz
Vencer a hipocrisia
Do tanto que se dera
E nesta dura espera
O medo sobressai,
O amor que tanto eu quis
Agora já não diz
E aos poucos sei, se esvai.

MARCOS LOURES

MARCADAS CICATRIZES


MARCADAS CICATRIZES

Marcadas cicatrizes
De tempos onde a vida
Deveras presumida
Em dores e deslizes
E nelas tais matizes
Marcando a já sofrida
Espera concebida
No quanto contradizes
E falas de um momento
Aonde busco e tento
Singrar outro caminho,
Mas quando vejo o olhar
De quem eu quis amar
Já não sou mais sozinho.


MARCOS LOURES

TORTURAS DA SAUDADE

TORTURAS DA SAUDADE

Torturas das saudades
Marcando quem se fez
Do amor insensatez
E nele realidades
Aonde quer que brades
Ou mesmo quando vês
O tanto se desfez
Em meras brevidades.
Mas sei que ainda posso
Fazer deste destroço
Um claro amanhecer
Viceja esta esperança
E quanto mais avança
Mais perto sinto ter.


MARCOS LOURES

ESPERO TE ENCONTRAR

Espero te encontrar
Mesmo de ti ausente
No quanto se apresente
Um raio de luar
E nele me levar
Aonde estás presente
Vivendo plenamente
O bom de tanto amar,
Sentir a tua pele
E nela quando atrele
O sonho mais audaz,
Sabendo a cada instante
O quanto nos garante
Amor se é feito em paz.


MARCOS LOURES

MEUS ANSEIOS E TEMORES

MEUS ANSEIOS E TEMORES

Vencer os meus anseios e temores
Seguindo aonde quer e mesmo tente
Sem nada quanto posso previdente
Gerar outros caminhos, dissabores,

Reinando sobre os rumos onde fores
E neles tantas cores ora invente
Quem sabe noutro canto o persistente
Cenário entre os algozes dissabores,

Não deixe se calar a voz de quem
Traduz cada cenário e aonde vem
Expressa a redenção em verso e glória.

Pudesse adivinhar algum momento
Enquanto a solidez; ainda tento
Tramando o quanto possa ser vitória.

MARCOS LOURES

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

A LIBERDADE EM PLENITUDE

A LIBERDADE EM PLENITUDE

A imensa liberdade em plenitude
Causando tanta dor quanto prazer
Expressa o mais complexo e audaz poder
Enquanto na verdade tudo mude,

A cada novo passo ou atitude
Sem nada o quanto possa inda temer
Vagando sem ter medo de morrer,
Tocando em auge a plena magnitude,

O passo rumo ao farto ou mesmo ao quanto
Expressa o dia a dia onde eu garanto
O canto mais audaz e sem limite,

E ser o libertário caminhante
Aonde o todo e além já se garante
Bem mais do que o comum, pois nos permite.

MARCOS MACIEL COUTINHO

EXAURINDO MINHA FONTE




EXAURINDO MINHA FONTE


Exaurindo deveras minha fonte
Aonde poderia acreditar
Num tempo mais feliz, mas ao notar
Apenas o vazio ora se aponte

E quando a solidão ainda apronte
O rústico desenho deste mar
E nele outro caminho a procurar
Sem nada perceber neste horizonte.

Esbarro nos meus erros e se devo
Seguir outro cenário, ou mesmo atrevo
O passo poderia ser diverso,

Mas quando se aproxima o fim de tudo,
Aos poucos sem saída, desiludo,
E o canto sem sentido e em vão disperso.

COUTINHO LOURES

NOUTRO MOMENTO




NOUTRO MOMENTO

Pudera acreditar noutro momento
Aonde a vida fosse mais tranquila,
O quanto da verdade não desfila
Nem mesmo noutro rude seguimento,

E quando nova história; ainda tento
E neste desenhar o sol destila
E o passo mais audaz, ora vacila
Gerando tão somente este excremento.

O corte mais profundo traduzira
Apenas o que possa uma mentira
Tramando com ardor o que não vejo,

Assíduo companheiro do não ser
Enquanto poderia parecer
A vida se permite sem desejo.

MARCOS LOURES

NOVOS CENÁRIOS


NOVOS CENÁRIOS


O quanto se aproxima do real
E traz novos cenários para quem
Vivendo o pouco ainda quando o tem
Trançando outro caminho virtual,

Mergulho neste mar onde abissal
Apenas reconheço algum desdém
E quando da esperança sou refém
O passo se traduz em outro igual,

Jogado sobre as pedras, meu navio
Naufrágio costumeiro onde desfio
A história de uma vida em tal constância

E vejo a imensidão deste sombrio
Delírio aonde eu tento e desafio
Gerando com terror a mesma estância.

MARCOS LOURES

JÁ NADA MAIS COUBERA

JÁ NADA MAIS COUBERA

Já nada mais coubera dentro em mim
Senão a mesma face desditosa
De quem porquanto a vida toca e glosa
Esbarra e traduzindo de onde eu vim

Prenunciando agora o ledo fim
E quando se pensara em canto e rosa
A vida noutra senda, vaporosa
Esvai e nada deixa em vão motim.

Expresso a solidão porquanto tento
Vencer o quanto possa e num lamento
Marcando com penúria o dia a dia,

Esgoto a minha vida num segundo
E os ermos deste vago eu aprofundo
Enquanto a podridão já se veria.

MARCOS LOURES

A PASSOS LARGOS


A PASSOS LARGOS

A morte se aproxima a passos largos
E sinto os dias turvos mais atrozes
E quando ouvisse além; diversas vozes
Momentos tão somente mais amargos,

E quanto mais comuns velhos embargos,
Os ritos são deveras tão ferozes,
Morrendo sem saber de quantas fozes
Traduzem os maiores, vãos encargos.

Esbarro nos meus erros e permito
A dura frialdade do granito
Cerzindo dentro da alma este vazio,

E quando pude ver outro cenário,
O canto se mostrara visionário
E o tétrico caminho ora recrio.


MARCOS LOURES

domingo, 2 de novembro de 2014

ALGUMA LUZ


ALGUMA LUZ



Matando a cada instante alguma luz
Aonde poderia haver um guia,
O quanto do vazio se ergueria
Traçando na verdade aonde eu pus

O rumo mais atroz em contraluz
E nele dessedento a fantasia,
Marcando com terror o dia a dia
E neste caminhar enfrento a cruz,

Enaltecendo o passo rumo ao fim
E nele outro desenho diz do sim
Porquanto a negação se faz constante,

O todo quando muito apresenta
A face tantas vezes virulenta
Na qual a própria vida a paz garante.

MARCOS MACIEL COUTINHO

TANTAS PROMESSAS


TANTAS PROMESSAS


Ouvir tantas promessas de quem tenta
Vencer com calmarias impossíveis
Os dias mais doridos quanto incríveis
Na fúria tão atroz, mesmo sedenta,

Palavra muitas vezes virulenta
Gerando outros caminhos noutros níveis
Aonde se pensaram invencíveis
E nem sequer o sonho nos alenta;

Esbarro nos meus erros e prossigo
Embora nada tenha, nem amigo,
Apenas solitário quando hermético,

Na podre sensação de ser humano,
A cada novo instante mais me dano
E sei do desengano até profético.


MARCOS MACIEL COUTINHO

PREPARO-ME PARA A QUEDA


PREPARO-ME PARA A QUEDA


Preparo o meu caminho para a queda
E sei quanto mereço disto tudo,
No fundo a cada instante desiludo
E a vida noutra face não mais seda,

O rústico desenho se envereda
E o passo na verdade tão miúdo
Pudesse ser além, porém, contudo
A morte cobre em juros tal moeda.

O vento se espalhando na seara
Desértica onde o tempo se prepara
Apenas para o fim e nada mais,

Depois de certo tempo em solidão,
Os ermos novamente tocarão
Os dias mais audazes ou banais.

MARCOS MACIEL COUTINHO

O QUANTO ME IMPORTA?


O QUANTO ME IMPORTA?

O quanto importa a mim o que tu sentes?
A sorte se desenha a cada passo
E se noutro caminho eu já me traço
A vida novamente ora desmentes,

Os dias entre tantos envolventes,
Porém como é pequeno o curto espaço
E o rumo se desenha mesmo baço
Aonde quis os dias transparentes.

A liberdade custa muito caro
E para tal, decerto eu me preparo
Ousando com a queda e com os nãos,

Romper velhas correntes e seguir
Sem medo do que possa ainda vir
Em áridos e duros, ledos chãos.

MARCOS MACIEL COUTINHO

PIEDADE? CURTA A FOTO



PIEDADE? CURTA A FOTO



Sejamos mais burgueses de tal forma
Que mesmo a dor maior não incomode,
E quando a tempestade além açode
Apenas do distante ermo se informa,

A vida é deste jeito e sua norma
Permite vez em quando o quanto explode.
À noite na balada ou no pagode,
O resto em novo rumo se conforma.

Já não me basta a dor que eu mesmo sinto?
O quanto me atrapalha o mero instinto
E nele o quanto vir: sobrevivência,

Assim é cada qual tomando conta
Da vida enquanto a mesma nos apronta
Se for somente o que é conveniência.

MARCOS MACIEL COUTINHO

UMA VERDADE NO CAMINHO



UMA VERDADE NO CAMINHO


Encontro uma verdade no caminho
E tento a plenitude após a queda
A sorte com certeza agora enreda
E neste caminhar eu já me alinho,

Vencendo cada pedra, todo espinho,
O coração em ânsias se envereda
Tramando com ternura esta moeda
Gerada após o dia mais daninho

Encontro a realidade mais atroz
E lanço sem defesas minha voz
Alçando a magnitude neste passo

E o quanto do carinho em paz eu traço
Expressa a realidade a todo instante
E um mundo mais feliz ora garante.

MARCOS MACIEL COUTINHO

DETERMINANDO AMOR




DETERMINANDO AMOR


Determinando amor, esta amplidão
Aonde mergulhara sem segredo
E quanto mais decerto eu me concedo
Maiores os momentos que virão

Alçando a plenitude e desde então
Adentro com ternura cada enredo
E bebo deste todo e já sem medo
Encontro a magnitude de um verão.

Meu canto se espalhando em voz suave
Aonde na verdade nada agrave
Encontra a realidade mais sutil,

E o tanto quanto pude neste instante
Agora se mostrara e me adiante
Além do que deveras se previu.

MARCOS MACIEL COUTINHO

VIVER CONTIGO






VIVER CONTIGO

Viver contigo, amada, é quanto eu quis
E o tempo se desnuda noutro rumo,
E quando a relação; em paz assumo
Percebo que em verdade eu sou feliz,

E o quanto quase a perco por um triz
Qual fosse fragilmente ledo fumo,
Mergulho no teu corpo e já me aprumo
Singrando o quanto quero e peço bis,

Vagara sem destino durante a vida inteira
E a sorte; muitas vezes, corriqueira
Expressa outro cenário aonde eu pude

Traçar o dia a dia em claridade
E tendo sob os olhos, liberdade
Encontro após o inverno, a juventude.

MARCOS MACIEL COUTINHO

PROCELAS

PROCELAS



Transformam simples ondas em procelas
E geram tempestades onde apenas
As horas mais tranquilas quão amenas
Ainda poderiam traçar velas,

E quando este cenário tu revelas
Ao nada na verdade me condenas
E sabes quanto em riste me envenenas
Marcando em tom sombrio tuas telas

Esgoto o meu caminho e nada traço,
O sonho sem saber sequer de espaço
Esbarra nos vazios e deveras

A sorte noutro enfado se desnuda,
Aonde poderia haver ajuda,
Somente se percebem velhas feras.

MARCOS MACIEL COUTINHO

NAUFRÁGIOS



NAUFRÁGIOS

Naufrágios deste amor as esperanças
Jogadas nalgum cais além do mar,
E o quanto poderia desenhar
Apenas no vazio agora lanças

E quando novos rumos não alcanças
Perdendo a direção a se entregar,
Aonde poderia haver luar
A vida se encarrega das mudanças,

E o medo se espalhando em tal seara
A sorte noutra face se prepara
E a queda se anuncia a cada instante

O todo se transforma plenamente
E quanto mais a vida agora mete
O dia na verdade não garante.

MARCOS MACIEL COUTINHO

A VIDA QUE EU SONHAVA




A VIDA QUE EU SONHAVA


A vida que sonhava não viria
Nem mesmo qualquer sombra da emoção
O traço se mostrando em negação
Presume a noite vaga e mais sombria,

Errático cometa não teria
Sequer qualquer caminho ou dimensão
E sei dos dias turvos que virão
Marcando com angústia a poesia,

A morte noutra face se garante
E o corte prenuncia doravante
O fim deste reinado, em esperança,

A vida na verdade não alcança
Qualquer cenário em paz, apenas isso:
Um rumo tantas vezes mais mortiço.

MARCOS MACIEL COUTINHO

CRATERA





CRATERA

Abrindo tão profunda esta cratera
Aonde mergulhara uma ilusão
O corte se transforma e desse não
A vida noutra face destempera,

O olhar atormentado desta fera
Indica a mais completa indecisão
E gera novo rumo e desde então
Destrói o quanto fora primavera,

Engodo após engodo, a vida trama
Apenas derradeiro caos e drama
Marcando a ferro e fogo cada instante

Enquanto nada vejo e nem pressinto
O quanto da esperança vejo extinto
Num ato tantas vezes degradante.

MARCOS MACIEL COUTINHO

DEIXANDO ESSE DESERTO


DEIXANDO ESSE DESERTO

Deixando esse deserto no passado
Encontro o que deveras me redime,
Amor quando se mostra mais sublime
Traduz o novo tempo anunciado,

E neste caminhar sempre regado
Com toda a perfeição aonde estime
O fato mais tranquilo e já suprime
Dos erros mais comuns, ledo legado.

A paz pudesse apenas traduzir
O quanto ainda busco e se há de vir
Expressa esta emoção sem mais igual,

O canto noutro instante eu pude além
E toda a fantasia agora vem
Traçando este momento magistral.

MARCOS MACIEL COUTINHO

LEVADO PELOS VENTOS




LEVADO PELOS VENTOS

Levado pelos ventos onde um dia
Pudesse até sentir novo momento
E neste desenhar não mais provento
O tempo em luz intensa ou alegria,

O quanto da verdade poderia
Traçar outro cenário em raro alento,
E quando novo mundo ainda invento
Esbarro nos cenários da utopia.

O verso se mostrando em plenitude
Presume muito além do que já pude
Trazendo um raro instante em rara paz,

E assim a minha vida tenta o todo
Vencendo com ternura o imenso lodo
Num mundo tão diverso quão mordaz.

MARCOS MACIEL COUTINHO

NAS ASAS DESTE AMOR

NAS ASAS DESTE AMOR

Nas asas deste amor pudesse ver
O quanto do meu mundo não mais trago,
E quando da esperança busco o afago
A vida se desenha em desprazer

Se encontro na sarjeta o que colher
O manto desenhando em torpe estrago
Aonde desejara um manso lago
A tempestade chega a me envolver,

E o caos se gera após e nada veio,
Somente o meu caminho mais alheio
E nele nada além do duro cais

Pudesse acreditar noutro momento,
E mesmo na esperança aonde eu tento
Encontro tão somente os vendavais.


MARCOS MACIEL COUTINHO

MEUS VERSOS

MEUS VERSOS

Meus versos, eu dedico à solidão
Amiga e companheira há tantos anos
E os sonhos se traduzem por enganos
Marcando os dias turvos que virão,

A sorte se mostrando imprecisão
E os erros modificam velhos planos
E sinto os meus caminhos sobre-humanos
Na busca pelo sol, raro clarão,

Escondo cada passo aonde um dia
Pudesse resumir em alegria
O todo que deveras nunca veio,

Olhando para trás somente vejo
A marca desdenhosa do desejo
Reinando sobre todo o devaneio.

MARCOS MACIEL COUTINHO

UMA MANHÃ DIVERSA



UMA MANHÃ DIVERSA

Encontram uma manhã diversa quando
O sol noutro momento se anuncia
E traz a claridade ao raro dia
Aonde se pensara estar nublando

O rumo noutro instante se tomando
A voz traduz agora esta harmonia
E nela outro cenário já recria
Mostrando algum alento em contrabando,

Espreitas entre botes, rumos vários
E os cantos quando os vira imaginários
Pudessem pelo menos aplacar

O caos dentro do peito de quem sonha
E a face mais cinzenta e até medonha
Aos poucos vai perdendo o seu lugar.

MARCOS MACIEL COUTINHO

SANGRANDO




SANGRANDO

Os pés que se cortaram noutra cena
Ainda estão sangrando dentro em mim,
A queda se aproxima e tida o fim
Enquanto esta verdade me envenena,

O passo noutro rumo já condena
E o caos tomando inteiro o meu jardim
Não deixa que se veja nada assim,
Somente a solidão, feroz e plena.

Esgarço o meu caminho em dor e medo
E quando algum cenário além concedo
Apenas mera face caricata

E o corte se traçando em tal seara
Aonde a própria vida se escancara
E a morte na verdade não resgata.

MARCOS MACIEL COUTINHO

TUA MÃO




TUA MÃO


Mas sinto tua mão e nela o toque
Suave de quem tanto poderia
Vencer com plenitude em fantasia
O quanto da emoção inda provoque,

O rumo se transforma e já desloque
Gerando a nossa noite, uma utopia
Deixando no passado esta agonia
Aonde esta ironia hoje se aloque.

Esboço reações e vejo além
Sabendo dos momentos que inda vêm
Traçando novo rumo após a queda,

E o canto noutro fado já se enreda
Vestindo este cenário em raro brilho
E nele a cada instante tento e trilho.

MARCOS MACIEL COUTINHO

SEQUER O NOME

SEQUER O NOME

Não sei sequer o nome de quem tanto
Pudesse ainda crer em redenção,
Marcando com carinho o dia vão
E nele outro cenário inda garanto,

O todo num momento diz quebranto
E traz novos tormentos que virão
Num ato com feroz sofreguidão
Apenas derramando o ledo pranto,

Escorrem nos meus dedos, luzes, farsas
E quando noutro canto tu disfarças
A vida não permite mais um sonho,

E o quanto poderia ser feliz,
Agora na verdade se desdiz
Num antro mais audaz, porém medonho.

MARCOS MACIEL COUTINHO

A CLARIDADE

A CLARIDADE

Ajudam, com certeza, a claridade
E nela se entranhando um novo dia
Aonde tantas vezes poderia
Viver a mais sobeja liberdade

Enquanto a fantasia agora invade
E gera noutro rumo esta utopia,
Deixando no passado uma agonia
Rompendo a dura algema, leda grade,

Escondo os meus demônios e procuro
Vencer em harmonia o tempo escuro
E nada se traduz em dor e pranto,

Assíduo caminheiro da esperança
Meu passo no futuro em paz se lança
E o canto mais tranquilo ora garanto.

MARCOS MACIEL COUTINHO

INSANA FANTASIA

INSANA FANTASIA


Os corpos entre copos, vinhos, taças
E as noites envolvidas na demência
Aonde poderia a convivência
Gerar as fantasias em que grassas,
Assim ao se encontrar enquanto traças
Momentos mais audazes, a inocência
Deixada para trás, conveniência
Aonde houvera fogos há fumaças,
Incandescente noite em fúria e gozo,
Penetro no cenário majestoso
E bebo em brindes fartos esta orgia
Bacantes desfilando em tal nudez
E toda esta heresia que ora vês
Criada pela insana fantasia...


MARCOS MACIEL COUTINHO