quinta-feira, 11 de novembro de 2010

19901 a 20000

19901

Vontade de parar e de morrer
Depois de tanta luta, inutilmente
O tempo na verdade sempre mente
E impede o quanto pode amanhecer,
Vencendo o descaminho, passo a ver
A sorte desenhada em nova mente
E o corte se apresenta novamente
Matando o que pudesse renascer,
Presumo novo engodo e vejo aquém
O velho paraíso aonde tem
Sinais de outros caminhos, vãos outeiros,
E os termos desta luta em rendição
Os termos mais atrozes mostrarão
Apenas os meus cantos derradeiros.

2

Verás que estarei sempre ao teu lado
Havendo a tempestade que vier
O tempo se desenha sem sequer
O corte tanta vez anunciado
Escuto a voz do tempo e me degrado
No quanto ou mesmo após o quanto quer
A sorte desdenhosa que vier
Marcando com terror o meu legado,
Anseio tempestades entre brumas
E quando noutro rumo tu te esfumas
Expresso a solidão em cada tom
Diverso do caminho mais audaz,
Enquanto a violência, a morte traz
O tempo desejado nunca é bom.

3

Na beira de um regato fiz meu lar
Insumos da esperança granam quando
O tempo noutro rumo desenhando
O quanto eu poderia navegar
Pousando esta vontade de sonhar
Bebendo desta sorte em raro bando,
Aonde meu caminho desenhando
Sem nada nem verdade a se mostrar,
Desnudo a minha sorte em passo lento
E quantos desenhares sempre tento
Depois da vigorosa noite em vão,
E o caos domina o passo sem sentido
E noutros sonhos vejo e dilapido
Dos tantos que pudera, a negação.

4

Chamei-te para vir morar comigo
E nada do que tanto desejei
Moldasse com ternura a espúria lei
E o tempo se condena ao desabrigo,
E quantas vezes teimo e até persigo
O rumo pelo qual eu entranhei
Vestindo a fantasia, fosse um rei
Ou mesmo algum bufão, tolo castigo.
Espero após a chuva esta bonança
E o quanto do passado ainda alcança
Quem tanto desejara apenas sorte,
Nadando contra a fúria das marés
Os dias se demonstram num revés
Sem nada que inda venha e me conforte.

5
Agora já cansei da imensa luta
E nada mais pudesse senão isto,
E quando a cada engano não persisto
O passo sem caminho inda reluta
A sorte se traduz e sendo astuta
O mundo transformando o quanto insisto
E o passo noutro canto, velho cisto,
A morte se desenha em força bruta,
Esqueço cada passo e não veria
Ainda a velha luz do dia a dia,
Esparsos sonhos dizem do que outrora
A vida não teria em solução
E o tempo adentra os ermos que virão,
E apenas o vazio me decora.

6

Será que enfim mereço este vazio?
Meu mundo se apresenta sem sentido
E quando cada engano ainda olvido
O sonho noutra face eu desafio,
Descendo sem defesas todo o rio,
O termo se transforma e dividido
O tempo não permite o decidido
Caminho que deveras é sombrio,
Escassa realidade dita o tom
E sei do meu cantar o ledo som,
Mergulho nos ocasos de minha alma,
Depois de tantos anos, solitário,
O canto quando o pude, imaginário,
Mortalha tão somente o que me acalma.



7

Nas noites bem mais claras onde a lua
Deitara cada raio sobre nós
O tempo desenhando em nova foz
Esta alma que decerto além flutua,
A vida tão somente se cultua
E sei do desengano mais feroz,
Rondando o descaminho sigo após
A sorte desenhada expressa e nua.
Escassos sóis pudessem me tocar
E sei do quanto soube a divagar
Tentando apenas paz e nada mais,
Depositando o sonho em leda bruma
Meu passo sem sentido se acostuma
E bebe sem defesas, temporais.

8

Eu busco nos teus braços
Momentos tão diversos
E sei dos velhos versos
Marcando descompassos,
E sinto os dias lassos,
Caminhos mais perversos
Resumo os universos
Em passos mais devassos,
Esqueço qualquer luz
E o quanto se produz
Já não traduz o quanto
Pudesse adivinhar
E ter além luar
O mundo aonde eu canto.

9

Mas nada... Nem sei mais
Do tanto quanto quis
Talvez fosse feliz,
Talvez fosse o jamais,
Ainda quando esvais
Vivendo por um triz
Diverso sonho eu fiz,
E nele os meus umbrais
Abertos, ventanias
Aonde me trarias
Apenas o vazio
Esqueço cada sonho
E o quanto te proponho
Aos poucos desafio.

19910

Que faço sem teu braço?
A vida não permite
Sequer qualquer limite
E nisto o nada eu traço,
Meu mundo num compasso
Diverso do que emite
O tom onde palpite
O canto mesmo lasso,
Escuto a voz do tempo
E sei do contratempo
Aonde nada houvera
Espero a melhor chance
E nisto o tempo avance
Mantendo viva a fera.

11

Viver sem teu afeto,
Sentir o quanto pude
Em tanta magnitude
O mundo onde o completo
Se fosse mais dileto
O quanto desilude
O risco em atitude
Atrela ao predileto,
Espúrio caminheiro
Aonde não me inteiro
Senzalas que mantenho
Ao ser sempre cativo
Enquanto sobrevivo
Inútil desempenho.

12

Já não pudesse mais
Ousar contra a corrente
Ainda que se tente
Vencer os desiguais
Caminhos sempre iguais
E neles mais contente
Ouvindo o quanto sente
Minha alma em vãos sinais,
Presumo o fim do jogo
E sei de cada rogo
Nefasta melodia,
Meu mundo descaído
O tempo distraído
O sonho não teria.

13

Esqueço esta verdade
E nada mais se vendo
Além do passo horrendo
Aonde se degrade
A tosca realidade
Marcando e me tolhendo
Da sorte em ledo adendo
Ausente claridade,
Escuto a voz de quem
Pudesse e sempre vem
Ousando com tal fato,
Somente no futuro
O fim eu asseguro
E a morte enfim retrato.

14

Não pude acreditar
Nas ânsias contumazes
Que tantas vezes trazes
E teimas navegar,
O sol a divagar
A lua em suas fases,
Amores não são frases
Reinado a se tomar
Ousando com ternura
Enquanto se procura
Apenas um caminho,
Depois de tanto tempo
A sorte em contratempo,
Prossigo em vão, sozinho.

15

Jamais eu pude ver
O passo sem sentido
E nisto o que duvido
Renega amanhecer,
O prazo a se perder
O tempo aonde olvido
O corte dilapido
A morte a se tecer,
Esquemas tão diversos
Os ventos, velhos versos
Os ermos de minha alma,
A solidão se trama
E veste a velha chama
E nada mais me acalma.

16

Fragilidade tanta
De quem se fez poeta
A vida se repleta
E nisto já me espanta,
O verso onde encanta
A luta mais completa
A morte toma a seta
E gera o que me espanta,
Esqueço o descaminho
E quanto em ti me aninho
Invento a direção
Inverto cada passo
E quando o fim eu traço,
Mergulho neste vão.

17

Brindando com a sorte
De quem se fez bastante
Ainda que se espante
O todo não conforte,
A marca do suporte
O tempo delirante
E nada mais garante
O canto bem mais forte,
Escassa melodia
Do todo não faria
Sequer a menor parte,
O sonho desafia
Quem tenta em poesia
O quanto não comparte.

18

Trafego em noite nua
Deitando sob estrelas
E quanto mais contê-las
Na imagem desta lua,
A sorte não flutua
As horas ao sabê-las
Distante do vivê-las
Adentro em paz a rua,
Aprendo na sarjeta
O quanto se cometa
Do mundo sem sentido,
Num hediondo passo
A vida em tom devasso,
Meu mundo agora agrido.

19

Há tanto que pudera
Vencer o meu terror
E sei do desamor
Marcando a primavera,
A vida sendo fera
A paz nega o louvor
E sinto em teu calor
O quanto se tempera.
Esqueço o verso e vejo
O todo de um desejo
Sem nexo e sem proveito,
Do todo desenhado
Apenas o meu fado
Traduz o quanto aceito.

19920

Querendo novamente
O quanto se pensara
Ousando em noite amara
O todo se apresente
Na força diligente
Na porta que escancara
A senda bem mais clara
Amor iridescente,
Aprendo com o tanto
E sei que quando eu canto
Escutas minha voz,
Presumo noutro caso
A sorte sem ocaso
E o sonho vivo em nós.

21

Medonha e caricata
A face de quem sonha
Ousando na medonha
Figura onde retrata
A vida se constata
E quanto mais se oponha
O passo aonde enfronha
A noite leda ingrata
Espero após o nada
A sorte desenhada
Na face da vingança
Presumo o fim de tudo
Enquanto desiludo
Meu passo ao não avança.

22

Jamais eu pude crer
Nos ermos deste enfado
A vida deste gado
Um povo sem poder,
A noite a se tecer
Sem ter anunciado
O quanto fútil brado
Tentando amanhecer,
Esquiva caminheira
A lua onde se queira
O sonho sertanejo
Deitando em turva bruma
A vida aquém se esfuma
E a sorte em vão desejo.

23

Mergulho neste ocaso
E sei deste horizonte
Aonde o nada aponte
Num passo onde me atraso,
Vencendo o quanto aprazo
O risco desaponte
Quem tenta noutra fonte
O beijo num acaso,
Esquento o meu caminho
E sinto o desalinho
De quem se fez poeta,
A vida sem sentido
O tempo desvalido
A morte se completa.

24

Apenas vejo aquém
Do quanto poderia
Embora mais sombria
A vida em tal desdém,
Do sonho que não vem
Da morta poesia,
A leda alegoria
O caos do sem ninguém,
Afasto cada passo
E sigo enquanto traço
O rumo sem destino,
Ao todo desenhado
O canto desarmado
O tempo cristalino.

25

Um gole de cerveja
A vida noutro tanto
E nisto não garanto
O quanto se deseja,
Ainda que se veja
O peso do quebranto
A morte dita espanto
E noite mais sobeja,
A luta que não cessa
A vaga e vã promessa
A ausência de esperança
O passo sem porvir
O quanto a resumir
Aos poucos já me cansa.

26

Num erro tão comum
A vida se desenha
E quando apaga a lenha
Dos tantos restando um,
Já nada diz de algum
Caminho onde se tenha
Além da velha senha
O medo em tom nenhum,
Apresentar o caos
E ver noutros degraus
A fuga que eu quisera
Depois de certos dias
A morte me trarias
Nas ânsias desta espera.

27

Havendo qualquer chance
De um dia mais suave
O quanto nada agrave
O medo onde se avance
A vida num nuance
O peso dita a trave
E o corte onde se crave
A morte que me trance,
Esqueço cada paz
E sei do quanto traz
Apenas negação,
Espreitas e tocaias
Se nelas tu me trais
Meus erros se verão.

28

Ferrenha lutadora
A vida não sossega
E sei do quanto nega
Ainda quanto fora,
Diversa e tentadora
Embora mesmo cega
Por onde em vão navega
A senda redentora,
Escuto a voz do vento
E quando me atormento
Espreito outro cenário
Disperso a fantasia
E sei do que viria
Além do necessário.

29

Brindemos ao vazio
Ou mesmo ao nada ter
O quanto em desprazer
Deveras desafio,
Meu mundo em desvario
Agora eu pude ver
E neste perecer
Marcando o velho rio,
Escuto o temporal
E tento em ritual
Vestir esta ilusão
Os dias são banais
E quanto mais me trais
Maior indecisão.

19930

Salvar cada detalhe
Do todo sem proveito
Enquanto eu me deleito
Na sorte que retalhe,
Entrego cada entalhe
Ao máximo que aceito
E sei do quanto em pleito
A vida sempre falhe,
Escaras acumula
Quem tanto faz da gula
Um ato contumaz,
Marcando a minha história
Em luta merencória
A morte já se faz.

31

Não pude e não devia
Saber do que virá
E tendo aqui ou lá
Imagem mais sombria
Do todo onde haveria
O sol que reinará
Ousando e tomará
A porta onde se guia,
Esqueço o quanto pude
E sei do verso rude
E nele nada faço
Somente o meu caminho
Aonde em paz aninho
O todo em vão cansaço.

32

Qual fora Nerfetite
A bela que domina
O passo, o rumo a sina
E tudo que acredite,
Marcando sem limite
O manto quando mina
Do olhar que me fascina
E tudo se permite,
Esqueço a minha luta
E nada mais reluta
Quem tanto quis depois,
O mundo se desenha
Na força desta senha
Gerada entre nós dois.

33


Deidade se transforma
Em cada passo além
Do quanto me convém
E gera a bela forma
Amor quando se informa
Do gosto onde se tem
O rumo deste alguém
Ditame desta norma,
A paz que desejara
Domando esta seara
Gerando dentro em mim,
A sorte sem segredo
O canto onde concedo
O sonho em paz, sem fim.

34

Não pude e nem tentava
Saber do quanto existe
De fato sendo triste
A vida bem mais brava,
O quanto fora escrava
E nisto a alma persiste
Tramando e não desiste
Sequer de fúria e lava,
Esbarro nos meus erros
E sei dos tantos cerros
Ausentes deste olhar,
Imagem soberana
Da lua que serrana
Aprendo a imaginar.

19935


Viceja esta esperança
No olhar de quem se dera
Marcando com espera
O quanto a vida avança
E nada em confiança
Tocando esta quimera
A sorte em tal esfera
Propõe nova mudança
Escassos sonhos trago
E sei do raro afago
Do amor a cada dia
Não posso me negar
Ao todo e mergulhar
Na sombra aquém, vazia.


19951

O tempo diz do vento
Das borrascas, calmarias
E quanto mais querias
Maior o sofrimento
Por vezes inda tento
Vencer as fantasias
E crer nas alegrias,
Liberto o pensamento,
Mas sei que após o nada
O nada se repete
O corte, o canivete,
A adaga, a velha espada
E o mundo gira em volta
Enquanto se revolta.

2

Não tente qualquer luz
Aonde em trevas sigo
E trago em desabrigo
O quanto nos conduz
Num átimo, outra cruz
O amor, mero jazigo
Pudesse e não consigo,
No todo onde faz jus,
Gestasse uma esperança
E nela o mundo avança
Em vária serventia,
Mergulho este ocaso
E quanto mais me atraso
O sonho, mais se adia.

3

Trazendo a cada passo
O rumo variado
A sorte num enfado
Marcando traço a traço
O canto; aonde eu faço
O beijo não mais dado,
E sonho enquanto eu brado
O dardo noutro espaço,
Escassas noites vãs
E sei destas manhãs
Que não mais poderia
Ousar em novo barco,
E quando em ti me embarco,
A noite jamais fria.

4

No errático cenário
Aonde o nada existe
O parto não consiste
Num ato imaginário,
O vago temerário
O canto agora triste
O sonho sempre em riste
A vida noutro horário,
Meu medo se anuncia
A queda dia a dia
O prazo determina,
O fim de cada encanto
E sei que não me espanto
Na vida assim de quina…

5

No prazo estipulado
O corte há tanto feito
O mundo quando o aceito
E trago lado a lado
O amor, num velho enfado,
O prazo a ser desfeito
A vida dita o pleito
E o tempo imaginado,
Assumo cada engano
E sei do quanto dano
Meu plano original,
Vasculho o roto solo
E quando além me assolo,
O rito é sempre igual.

6

Jazendo noutro canto
O termo mais sutil,
E nada mais se viu
Sequer o que garanto
Houvesse além do pranto
Da noite quando é vil
O prazo se extinguiu
No fim em tal quebranto,
Aprendo com meus erros
E sei dos meus desterros
Ausente do que venha
Apresentando o ocaso
A cada passo atraso
O pouco quando o tenha.

7

Fragilizado sonho
Aonde não pudesse
Saber do que se tece
Em rito mais risonho,
O todo não reponho
Após o que esvaece
E sei da antiga messe
Num ato mais bisonho,
Esqueço o meu rastelo
E tento e não revelo
O caos dentro de mim,
Medidas tão diversas
E nelas me dispersas
Chegando cedo ao fim.

8

No pouco ou quase nada
A vida não se faz
Aonde quis audaz
A morte desenhada,
O tempo já se evada
O canto mata a paz,
O prazo segue atrás
Da noite constelada,
Escuto a ventania
E o pouco que haveria
Já não me traz a sorte,
Sem nada no caminho
Ainda em vão me alinho
No quanto não suporte.

9

Na lama, mangue e caos
Nos olhos do vazio
O tempo que desfio
A sorte em vários graus
Os ermos destas naus
Ainda houvesse o rio
E quando o desafio
Esqueço estes degraus,
E maus momentos tendo
Apenas sou remendo
Do quanto pude um dia,
Matando dentro da alma
O senso onde se acalma
O pouco que teria.

19960

Bebendo cada gole
Do tanto quanto pude
Meu mundo até se rude
No fundo não engole
A sorte onde se bole
O canto desilude
E a morta juventude
Ao nada já me arrole,
Esqueço esta promessa
E o tempo ora tropeça
Num passo sem sentido,
Resulto do passado
E quando em vão eu brado,
O tempo está perdido.


61

Há tanto que pudera
Saber do quanto quis
E nada por um triz
Espreita em leda espera
O corte se apodera
Do todo onde desfiz
A vida em cicatriz
Marcando o que pondera,
Espreitas entre quedas
E logo quando vedas
Caminhos pelos quais
Pensasse na saída
Na morte presumida
Em dias tão iguais.

62

Um sonho libertário
Um canto sem segredos
Os dias, desenredos
O rumo necessário,
O templo imaginário
Os tantos dias ledos
E as mãos, os olhos, dedos
O sonho solitário,
Grassando pelo vago
Do pouco onde me alago
Alheio ao que viria
Já não condiz com sorte
O manto não comporte
A noite imensa e fria.

63

Trapaças desta sorte
Que tanto quis diversa
Da noite onde dispersa
O medo que comporte,
A vida perde o norte
E aquém do sonho versa
Na noite desconversa
E o medo dita o corte,
Já não consigo mais
Os olhos em cristais
Ausentes fantasias,
E quanto mais prossigo
Maior o desabrigo
Ao qual condenarias.

64

No prazo onde se vira
O rústico tormento
Enquanto às vezes tento
A vida nega a pira,
E sei desta mentira
E dela me alimento
Ou mesmo o pensamento
Ao nada ora se atira,
Escalo descaminhos
E busco mais mesquinhos
Cenários onde eu veja
O todo se perdendo
Na face sem adendo
Entregue de bandeja.

65

Havendo novo dia
Ou mesmo refletindo
O quanto fora infindo
E aos poucos perderia,
A sorte sendo fria
O medo onde não brindo
Caminho distraindo
A lua que queria
Escapo do abandono
E sei do quanto adono
Meu passo rumo ao quanto
Pudera noutro fato
E assim sempre constato
E nisto a paz garanto.

66

Saber do quanto posso
E ter noutro momento
O rumo aonde eu tento
Caminho claro e nosso,
O verso onde me endosso
O dia noutro vento
Amor em pensamento
Não deixa algum destroço,
Esvaio em ledo prazo
E sei do quanto atraso
Meu passo sem sentido,
Esqueço cada engano
E se jamais me ufano
Meu mundo anda perdido.

67

Num tempo mais audaz
O corte se anuncia
E a morte não traria
Sequer um rumo em paz,
O olhar turvo e tenaz
De quem em agonia
Ousasse a cada dia
Viver o quanto traz
Resplandecendo em nós
O sol que mesmo atroz
Invade e brilha farto,
O prazo determina
O fim da velha sina
E ausente, enfim, eu parto.

68

Dos jugos de das crenças
As sortes mais audazes
E quando já desfazes
Ainda não compensas
As tantas vãs e imensas
Fagulhas onde trazes
Os olhos mais mordazes
E nisto também pensas,
Resumos de outras eras
E sei do quanto esperas
Após a tempestade
Depois de certo prazo,
O mundo em ledo ocaso
A dura realidade.

69

Estacas no meu peito
As mãos em fúria e medo,
Aonde amor concedo
A dor também aceito,
E sei do velho pleito
E nele o desenredo
Gerando o meu degredo
No caos onde me deito,
Esqueço o verso e vago
E sei do quanto trago
Apenas por trazer,
Depois do nada em nós
A vida em plena foz,
O mundo a se perder.

19970

Julgasse com firmeza
Presença de quem tento
Vencer em pensamento
Após a correnteza,
E sendo a sorte ilesa
O medo este tormento
No quanto alheamento
Pudesse ser surpresa,
Vagando sem destino
Aos poucos não domino
Sequer o quanto resta
Do sonho mais feliz
Amor nada me diz
Nem mesmo trama a festa.

71

Já não me caberia
Ouvir a voz de quem
Há tanto não mais vem
E mata a fantasia
Aonde eu poderia
Ousar noutro desdém,
Vencer o quanto tem
Em rota mais sombria
Vestindo a minha sorte
E nisto já comporte
Além da eternidade
Ao irmanar o senso
O mundo enquanto o penso
Traduz o quanto invade.

72

Invernos de minha alma
O corte mais agudo
E quanto a sorte ajudo
E nada mais acalma
O tempo dita o trauma
E nisto se amiúdo
O prazo; eu não transmudo
E sei da inteira palma,
Alago-me do sonho
E nele me proponho
Ousando muito mais
Os dias sendo assim
O todo quando vim
Expõe os vendavais.

73

No prazo onde se vira
O tempo sem juízo
O corte mais preciso
A lenda, outra mentira
A senda onde prefira
O canto e me matizo
Do tempo aonde biso
O passo que desfira,
Escondo o verso em nós
Procuro estar após
A queda sem promessas,
E o marco desengana
Quem tanto em voz profana
Aos poucos recomeças.

74


Apresentando ainda
O quanto pude ver
Depois do amanhecer
Aonde se deslinda
A sorte mesmo finda
O manto a se tecer
No raro esclarecer
Enquanto a vida brinda,
Pousando neste encanto
Amor que ora garanto
Já não coubera em nós
E o peso do passado
Há tanto desenhado
Esquece o sonho atroz.

75

Gentis momentos vendo
Após esta procela
A vida se revela
Além do quadro horrendo
E sei quando desvendo
O todo em rara tela
A sorte sendo bela
O medo sem adendo
Respiro a liberdade
E sei do quanto invade
O passo de quem ama,
Apresentando a paz
Ainda sou capaz
De manter viva a chama.

76

Gravando a tua voz
No senso mais comum,
Aonde foi algum
Ou mesmo nada após
O tempo se faz um
E o corte mais feroz,
No passo onde veloz
O tempo diz nenhum,
Acordo quando vejo
A sombra de um desejo
Tomando o meu caminho
E sei do quanto pude
Até não sendo rude
Traçar onde me aninho.

77


Risonha camarada
A sorte tanta vez
Aonde nada fez
Traduz palavra, cada.
Espero a madrugada
Em plena insensatez
E a vida em morbidez
Desenha o quanto evada,
Expresso em verso e luz
O mar que reproduz
Iridescente céu,
E sinto em teu olhar
Imenso este luar
Vagando quase ao léu.

78

Produtos da esperança
Amores mais sutis
E neles quanto eu quis
Qualquer nova mudança
A vida em paz descansa
E sei que por um triz
O corte em cicatriz
Aos poucos sempre avança
Esqueço qualquer queda
E sei que enquanto seda
A vida traz o sonho,
No passo sem sentido
O quanto não duvido
Traduz o que proponho.

79

Ouvir quem poderia
Traçar felicidade
E com ociosidade
A noite segue fria,
Espero outra alegria
E nada mais agrade
Quem tanto se degrade
Aquém da poesia,
Pudesse ser ao fim
O todo de onde vim
E nisto não me canso
Do verbo enaltecido
No amor já distraído
No canto em vão remanso.

19980

Ocasos entre caos
Momentos diferentes
E quando além tu tentes
A vida em novos graus,
Os dias sendo maus
As horas mais urgentes
Assíduos penitentes
Quedando dos degraus
A escada poderia
Levar a fantasia
Aonde existe a paz,
Meu mundo se traíra
Nas ânsias da mentira
No engodo mais tenaz.

81

Não poderia mais
Ouvir quem tanto quero
E o tempo amargo e fero
Expondo aos vendavais
Expressa quando vais
Cerzindo em tom austero
O passo onde venero
Apenas rituais,
Esqueço do abandono
E quando a sorte eu clono
Ousando outro caminho
Já nada possuindo
Meu mundo outrora infindo
Agora é tão mesquinho.

82

A noite diz promessas
E tantas que nem sei
O quanto mergulhei
Nos ermos e tropeças
Ousando noutras peças
Vagar em leda grei
O tanto que esperei
E nada recomeças,
Esquivos olhos têm
O medo deste alguém
Que nunca será minha,
A vida se transcorre
E o tempo já de porre
Do nada se avizinha.

83

Vibrando em consonância
A sorte que buscara
Depois da vida amara
Marcando esta distância
Aonde em discrepância
Adentro a luta rara
E nada mais ampara
Quem busca nova estância.
Estanca esta sangria
O quanto poderia
Matar o pouco em nós
E o rumo se perdendo
Onde em dividendo
O passo é mais feroz.

84

Trazendo a melhor sorte
A quem pudesse ter
Senão amanhecer
Aonde o bem comporte
Sonega algum aporte
E passa a não mais ver
Sequer o que conter
Pudesse ter um norte,
Bebendo cada gota
Da vida amarga e rota
Fortuna se renega,
O passo sem sentido
O mundo desprovido
A luta atroz e cega.

85


Brindando com a dor
Quem tanto quis amar,
O sonho a se tornar
Deveras sem louvor
O canto multicor
O peso do vagar
Sem nada imaginar
Aonde quer e for,
Espreito cada engodo
E sei do mesmo lodo
Aonde me entranhasse,
Vasculho ponto a ponto
E o fim decerto aponto
Marcando em ledo impasse.

86

Resumos de uma vida
Já tanto maltratada
A luta nos enfada
E traz e não duvida
Da sombra repartida
A noite constelada,
A morte nesta estrada
Sem dita nem saída,
Escuto a voz de quem
Outrora quis tão bem
E agora nada resta,
Aonde fora tanto
Apenas eu garanto
Imagem mais funesta…

87

Viceja em meu canteiro
Amor que não se vira
Além desta mentira
O tempo aventureiro,
Negando por inteiro
O quanto se retira
O canto não desfira
O templo corriqueiro,
Escassas noites vago
E sei do ledo afago
Da noite sem proveito,
E nesta escuridão
Apenas se verão
Os medos quando deito.

88

Brindasse com a vida
O tempo em perdição
As horas não trarão
Sequer o que duvida
Uma alma resumida
Na herética ilusão
Matando esta emoção
Já tanto desprovida,
Esqueço do passado
E sei do amor ultriz
Na sorte que não quis
Deixar qualquer legado,
Meu verso se anuncia
Em noite vã e fria.

89

Gerânios na janela
Ouvir a tua voz
E sei do quanto após
A sorte não se sela
Tampouco amor revela
O quanto sei feroz
E o dia segue à foz
Do rio onde se atrela,
Espero algum sorriso
E sei quando matizo
Meu verso em teu olhar,
Depois de certos dias
O quanto me trarias
Já não posso contar.

19990

Acorda esta verdade
E gere novo intento
Aonde busco e tento
O canto não degrade
A imensa liberdade
Entregue ao raro vento
Gerando o pensamento
E tudo o quanto invade,
Vestígios de outras eras
Aonde destemperas
E marcas com as garras
As presas afiadas
As sortes desdenhadas
E nelas mesmo escarras.


91

ainda quando busco a sorte em vão,
encontro velhas sombras do passado,
e o tento quanto teimo e assim me evado
traduz os dias tortos que virão.

e resolutamente a negação
espelha os idias tantos, derrotado
ausente da esperança, inútil brado,
o mundo; sem destino embarcação,

pudesse acreditar noutro momento
e quando ao fim de tudo, desalento
esbarro nos meus erros costumeiros

e sinto tais vergastas, minhas costas
e neste delirar tentas, e apostas
traçando os meus momentos derradeiros.

92

já nada poderia após a luta
cansado de sonhar inutilmente,
por mais que a vida teime,mostre e tente
ainda quando o passo em vã reluta.

encontro em minha espreita a fúria, bruta
rondando o quanto possa totalmente,
vagando sem sentido futilmente,
a vida não seria mais astuta.

apenas a mortalha me espreitando
enquanto se desenha atroz e infando
o dia se perdendo sem sentido,

e o quanto ainda resta dentro da alma,
no fundo este vazio ainda acalma
e o que me resta,aquém, eu dilapido.

93

Jamais eu poderia acreditar
Nos ermos de quem sonha e dita a festa
E sei do quanto tento e não se presta
Ao manto aonde pude desenhar
O rumo sem sentido a navegar
A porta se entreabrindo em mera fresta
E o canto quando aquém do sonho empresta
A luta já cansada, bar em bar.
Expresso com meu verso a melodia
Que tanto quanto pude me traria
Apenas um momento feito em paz,
Depois de certo tempo em desengano
Aonde se pudesse, não me ufano
A vida na verdade nada traz.

94

Jazendo dentro da alma a fantasia
De quem se fez aquém do quanto pude
E nada na verdade desilude
Quem sonha ou decerto tentaria,
A sorte mais audaz no dia a dia,
O rústico cenário em atitude
Mordaz ao se mostrar tão amiúde
No fundo mata a luz e a poesia,
Esculpo do vazio este momento
E sei do quanto possa e estando atento
Escassos sonhos trago no meu peito.
Ainda que pudesse noutro rumo,
O engodo a cada instante não resumo
Senão na sorte aonde fora aceito.

19995

Jorrando em chafariz esta esperança
E nela me entranhando sem saber
Do quanto poderia em bem querer
O verso sem discurso já balança
E o marco se transforma enquanto cansa
Vencido pela angústia do querer
O medo na verdade eu passo a ver
E tento demonstrar a confiança
Esqueço os desenganos do passado
E sei do meu engodo quando brado
Pousando nos teus olhos cada olhar,
E o medo se transforma com freqüência
Aonde poderia ter ciência
Já nada mais consigo adivinhar.

19996

Jasmins entre crisântemos e sonhos
Verdades entre rumos mais diversos
E sei dos meus distantes universos
Em ritos tão cruéis quanto enfadonhos,
Os dias são deveras mais bisonhos
E os passos sem sentido tão dispersos
Ousasse ser feliz e nos meus versos
Os tempos não seriam tão medonhos.
Apresentando a paz no quanto possa
Ousar nesta esperança toda nossa
Vestindo a minha luz e dela bebo
O tempo sem sentido e nem razão
Apenas o caminho e a indecisão
Gerados pelo amor, doce placebo.

19997

Jardins entre os diversos que inda traga
A vida sem juízo nem proveito
E quando do teu lado inda me deito
A sorte na verdade noutra plaga,
O rumo se desenha e não afaga
Quem tenta com certeza ter no leito
O sonho mais audaz e por direito
A lua no final, o sonho alaga,
E bebo de teus lábios sedução
Exatos dias dizem da emoção
De quem se fez além de mera luta,
A vida não se expressa senão nisto
E quanto mais feliz, sempre consisto
No passo aonde a morte não reluta.

19998


Urdindo o meu caminho em paz e canto,
Ainda quando pude noutra esfera
Gerar o quanto quero em primavera
E nisto cada engano não garanto,
Mergulho e te desejo sempre e tanto
O corte noutro rumo destempera
E a morte que em verdade degenera
Já não me causaria mais espanto,
Escuto a voz de quem tanto já quis
E sei da imensa chaga em cicatriz
Vestindo esta ilusão do amor sem nexo,
O todo se presume após a queda
E quando no vazio se envereda
Meu canto da esperança um vil reflexo.

19999

Beber cada momento de alegria
E ter noutro cenário o quanto alheio
Momento aonde em nada mais rodeio
E vejo a sorte aonde não havia
Apenas desfilando a poesia
E nela outro caminho quando anseio
Vestindo a minha luta, em vão recreio,
A sorte na verdade não veria,
E o prazo determina o fim de tudo
E sei do quanto possa e mais me iludo
Vencido pelo medo de seguir
Incauto passageiro da esperança
Nem mesmo uma alegria já me amansa
E a vida se desenha sem porvir.



20000

Agora sou poeta, finalmente,
São vinte mil sonetos, nada além,
Falando com orgulho me faz bem
Um futuro brilhante se pressente.
Ganhar muito dinheiro, virar gente,
Até comprar um carro, ser alguém,
Usando Boticário, viu neném,
Ficar muito famoso, simplesmente.
Maior que Chitãozinho e Chororó,
Fazer muito sucesso na tevê
Dar entrevista no Caderno B
Na Ana Maria Braga, sem ter dó,
Não tendo mais inveja da surfista,
Agora, minha amiga, estou na pista...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

19801a 19900

1

Oásis que procuro
Desértico cenário
Aonde é necessário
O canto mesmo escuro,
E quanto me asseguro
No rito temerário
O dia em novo horário
O conto onde perduro
Ousando na palavra
Enquanto o nada lavra
Ausente da esperança
Meu mundo sem alento
Toando enquanto invento
Meu passo aquém se lança.

2

Obedecendo o passo
Aonde nada trama
A vida dita a chama
E o tempo mais devasso,
Enquanto sem espaço
O canto dita o drama
E nada mais se exclama
Enquanto sigo lasso,
Vestindo a fantasia
O pouco poderia
Traçar em novo rumo
O quanto da esperança
Aos poucos já se cansa
E nisto me consumo.

3

Ocasos entre rotas
Diversas e vazias
Enquanto tu adias
As horas que denotas,
A vida diz derrotas
E nisto em heresias
Marcando melodias
Mudando velhas notas,
Esqueço cada canto
E nada mais encanto
Sequer o que pudera
Saber do meu caminho
Atroz e até daninho
Regido pela fera.

4

Odiosamente vejo
O dia se acabando
Aonde o quis mais brando
Apenas noutro ensejo
A sorte que prevejo
O tempo renegando
O quanto sem ter quando
O mundo onde o dardejo.
Esqueço esta verdade
E o quanto já degrade
Expõe o mundo em vão
Ainda que pudesse
A vida sem benesse
Imensa ingratidão.

5

Ofertas mais diversas
Amores e temores
Aonde tu te fores
A sorte não mais versas,
E quando te dispersas
Em luas e terrores
Vagando sem te opores
E nisto desconversas
Vestindo a solidão
Apenas outro não,
A morte não traria
Ainda o quanto eu quis
Meu canto em sonho gris
Marcando em agonia.

6

Amar e ter além
Do medo que se toma
A sorte em tal redoma
Deveras nunca vem,
Marcando o que também
Pudesse ser a soma
Do quanto não nos doma
E mata o que não tem,
A lua se desenha
E queima como lenha
Na noite mais escura,
A vida se presume
E nada além do cume
A vida aquém procura.

7

Abrindo este caminho
Aonde nada houvera
A sorte destempera
E gera novo espinho,
Eu sei do mais daninho
Desejo desta fera
E nada mais pudera
Senão ter outro ninho,
Ausento da esperança
E o passo ora se lança
Vagando sem saber
Ainda que tivesse
A sorte por benesse
Matando algum prazer.

8

Abraço a tempestade
Bebendo a chuva intensa
Amor quando compensa
Já nada mais degrade
E sempre que se agrade
A vida nos convença
E a solidão imensa
Rompendo qualquer grade,
Escuto a minha voz
E o tempo mais feroz
Não pude adivinhar
Gerando o dia a dia
A sorte não traria
O quanto a se tocar.

9

Não pude imaginar
O medo sem destino
Aonde desatino
Preciso mergulhar
No canto deste mar,
O tempo não domino
E sei do que fascino
Ousando caminhar
Vencendo a poesia
A sorte não teria
Sequer o que se traz
Apenas o cenário
Ainda temerário
Já mata a velha paz.

19810
Ausente da alegria
Quem dera se pudesse
Viver o quanto tece
A sorte em agonia,
O mundo poderia
Ousar além da prece
E ter esta benesse
Ou mesmo uma utopia
Gerando a sorte além
Do quanto não convém
Ao velho sonhador
Que tanto quis o tempo
E neste contratempo
Apenas decompor...

11

Brindando com tal vinho
À sorte que não veio
Aonde em devaneio
Procuro um novo ninho
E quando sou mesquinho
Ainda não receio
O quanto sigo alheio
E vejo este caminho,
Reparo cada passo
E sigo o quanto traço
Vencendo a tempestade
O dia já não pudera
Vestir a primavera
Que aos poucos desagrade.

12

Não pude acreditar
Nas cores mais diversas
E quando além dispersas
A sorte em teu luar
O todo a se notar
Marcando tais conversas
Aonde em mais perversas
Ausências negas mar,
O tempo se pressente
E quanto mais freqüente
Engano se repete
A vida não se faz
Ainda quando a paz,
Ao nada me arremete.

13

Ousando cada dia
Viver o quanto pude
Sabendo o passo rude
E o tempo sempre adia,
A sorte em agonia
O todo em plenitude
Ainda desilude
Quem tanto poderia
Ousar neste segundo
O mundo aonde inundo
O sonho sem temor,
As horas delicadas
Enquanto além evadas
Marcando o desamor.

14

Repare cada passo
E veja o quanto diz
Do tempo em cicatriz
A sorte em teu cansaço,
O mundo sendo escasso
Do sonho mais feliz
Ainda por um triz
Mudando cada traço,
Esqueço a direção
E sei do mesmo vão
E nele não pudera
Sentir qualquer alento
E sei do quanto invento
A dita amarga e fera.

15

Reparo cada engano
E vejo a queda enfim,
O todo dentro em mim
Provoca onde me dano,
Esqueço qualquer plano
E sei do quanto ao fim
Podendo ser assim
Um dia soberano,
Aprendo com meu erro
E tento em tal desterro
Vencer outro caminho,
Não posso dividir
O quanto a resumir
O mundo mais mesquinho.

16

Esqueço cada dita
E vejo outro momento
Aonde o que inda tento
Já nada necessita
A sorte ora bendita
O corte em desalento
A morte, o sofrimento
A frase em tal desdita
Resplende dentro em nós
O mundo sendo algoz
De quem pudera em sonho
Viver cada ternura
E sei do que procura
Um ar tolo e medonho.

17


Silente madrugada
Ousando noutro rumo
E quando me acostumo
Não vendo quase nada
A sorte já se evada
E trama novo sumo
E sei do quanto aprumo
Na vida desolada,
Esqueço cada verso
E quanto desconverso
Presume este vazio
Apenas poderia
Ouvir a melodia
Que aos poucos desafio.

18

Já nada mais ouvira
Quem tanto quis o canto
E o medo que garanto
Apenas me retira
E logo se desfira
O preço em desencanto
A sorte que adianto
Traduz velha mentira,
Escondo o vento e vejo
Amor tolo desejo
Sem nexo ou direção
Meu tempo se esvaindo
Outrora fora infindo
Agora sei que é vão.

19

A sorte não traduz
O quanto quis em nós
O medo tão feroz
Renega a imensa luz
E o corte já faz jus
Ao sonho deste algoz
Que tanto logo após
Explora o credo e a cruz,
Escondo atrás da porta
A face mesmo morta
De quem pudera crer
Num dia mais tranquilo
E quando além desfilo
Encontro o desprazer.


19820

Assisto ao descaminho
Aonde nada veio
Somente o passo alheio
E nele eu adivinho
O todo mais mesquinho
O canto sem receio
A vida em que rodeio
Apenas outro ninho,
Mesquinha e caricata
A sorte se constata
Nos erros costumeiros
Matando em aridez
O quanto já não vês
Nem mesmo em meus canteiros.

21

O medo desenhando
Na face de quem espera
A sorte destempera
E o tempo em contrabando
A vida desde quando
Renega o quanto gera
Espanta esta quimera
E trama o dia infando,
Repare cada espaço
E veja o quanto traço
Bebendo o mar inteiro
E o manto se puíra
Nas ânsias da mentira
Num canto derradeiro.

22

Não pude ou poderia
Ousar em novo canto
Ainda quando espanto
Morrendo dia a dia
A sorte não mais teria
Quem causa em desencanto
Gerando apenas pranto
E nisto outra agonia
Esqueço a minha sorte
Sem nada que comporte
O quanto quis após
E o medo se desvenda
Aonde este contenda
Tomasse a nossa foz.

23

Jamais eu pude ver
O quanto acreditara
A sorte sendo rara
Negando algum prazer
Pudesse te esquecer
Enquanto se prepara
A vida se escancara
E mata o bem querer
Aprendo com a queda
E o rumo que se veda
Não deixa mais além
O rumo desenhado
No quanto me degrado
E a morte sei que vem.

24

Não tendo qualquer luz
Aonde não veria
O mundo não teria
O quanto reproduz
Espero o que seduz
E sei da noite fria
E nisto se esvazia
O manto onde me pus
Esqueço a melhor sorte
E o todo não suporte
Sequer algum ocaso,
O tempo se renega
E o vento em dura entrega
Já não consigo e aprazo.

25

Opacas noites vãs
Brumosas madrugadas
As horas demarcadas
Sonegam as manhãs
Pudesse nos afãs
As sendas desejadas
Vagando por estradas
Em luzes tão malsãs,
Esqueço o verso e tento
Ainda em pensamento
Vencer os meus temores,
Ainda que se possa
A sorte dita a troça
Por onde quer e fores.

26

Já nada mais convence
Quem tanto se presume
Além deste costume
A vida num non sense
E o passo aonde vence
A sorte que se rume
Sem ter sequer ciúme
O medo onde se pense
Repouso no infinito
E quanto mais bonito
O mundo se adivinha,
O tempo não condiz
E sigo por um triz
A morte sendo minha.

27

Negar qualquer momento
E crer noutro futuro
Ainda que asseguro
O dia quando o tento,
Apenas sofrimento
E nisto configuro
O passo neste escuro
Entregue ao pleno vento,
Invisto e nada tendo
Somente o tom horrendo
Enquanto nada vira,
Sementes desperdiço
Num solo movediço
Nos ermos da mentira.


28

Já não me caberia
Apenas outro fato
E assim quando constato
A noite imensa e fria
A sorte mais sombria
O corte onde resgato
O mundo mais ingrato
E nele eu não teria
Sequer o quanto pude
Vencer e desilude
O velho caminheiro
E sei do desalinho
Cansado e tão mesquinho
Meu mundo sem luzeiro.

29

Arquivos da saudade
O tempo não se trama
Além do caos e drama
E nada mais agrade
Quem tanto agora evade
E diz o que reclama
Traçando em tosca chama
A dita liberdade,
Ausente dos meus olhos
As flores, são abrolhos
Os tons primaveris,
E o manto se desfaz
Aonde quis a paz
E nada mais me quis.

19830

Esqueço o meu futuro
E bebo do passado
O dia sonegado
O canto configuro
No medo em tom escuro
O sonho congelado
Ainda quando evado
Do porto mais seguro,
Escondo a minha voz
E nada mais após
A queda anunciada,
Depois de certos anos
Os sonhos desenganos
A morte inteira brada.

31

Acasos entre quedas
Medonhas faces; rumos
Diversos em consumos
De tempos onde vedas
Meus sonhos; logo enredas
E tento os plenos sumos,
Meus dias são resumos
Das ânsias que enveredas.
Concedo alguma luz
E o quanto se produz
Presume tão somente
O quanto poderia
Em noite mais sombria
Do encanto, ser semente.

32

Já não comporto em mim
O quanto quis e sei
Do corte em que entranhei
Num mundo já sem fim,
Olhando sempre assim
Resumo em nova lei
O sonho que terei
Após enquanto eu vim.
Ouvisse a mesma história
E crendo merencória
A luz que me comporta,
Abrindo a velha porta
A vida sem memória
Ao nada enfim aporta.

33

Havendo qualquer dia
Aonde nada mais
Que velhos temporais
E o nada se faria
Enquanto a poesia
Pudesse em rituais
Diversos, desiguais
Ousar nesta alegria,
Mergulho no vazio
E quando me recrio
Espero qualquer chance
Ainda quando tento
A sorte em movimento
Ao nada enfim avance.

34

Quisera ter a sorte
De quem se fez em paz,
Porém o que me traz
Jamais toca e conforte,
No todo sem o norte
O passo mais mordaz,
Deixando para trás
O medo em que se aporte,
O pranto sem sentido
O quanto enfim olvido
Gerado pelo ocaso,
Assim a cada passo
O quanto não mais faço
Aos poucos sempre atraso.

35

Espero após o medo
Alguma nova face
Do amor que se mostrasse
Além de mero enredo,
E quando assim procedo
Ainda que se trace
Palavra onde notasse
Um mundo bem mais ledo.
Segredo com audácia
E sei desta falácia
Incauta e sem proveito,
Mas sinto o fim de tudo
E quando desiludo
No vago então me deito.


36


Risonhas noites vagas
E nelas outras tantas
Enquanto tu me encantas
Procuro noutras plagas
As sortes que me afagas
Verdades não garantas
Erguendo o quanto espantas
Nas noites onde apagas,
As luas que não vêm
O canto sem ninguém
E o medo mais constante,
Após o temporal
O mundo sempre igual
De nada mais se espante.

37

Trazendo em minhas mãos
Apenas o vazio
Aonde o desafio
Esboça velhos chãos,
As horas, outros grãos,
O tempo onde desfio
A solidão do rio,
Meus sonhos sempre vãos,
Escasso tempo dita
Na voz quase maldita
De quem se fez aquém
Do todo que pudera
Marcando com a fera
O que deveras tem.

38

Unindo passo a passo
Caminhos mais diversos
Cevando os universos
O sonho onde desfaço,
A sorte que embaraço
Nos ermos de meus versos,
Meus dias mais perversos
E o canto a cada espaço,
Ousasse em perceber
O quanto em desprazer
Traduz o nada em nós
Depois de certos dias
O nada me trarias,
O mundo é meu algoz.

39

Idônea noite em paz
Depois da tempestade,
No vórtice a verdade
E o canto mais audaz,
Pudesse e nada faz
Quem tanto já degrade
Ousando a liberdade
E nisto sou mordaz,
Escuto a voz do vento
E sei do quanto alento
Invento a cada engano,
E o pranto se derrama
Aonde em mero drama,
No fim já desumano.

19840

Onívora esperança
De tudo quer ou tenta
A sorte da tormenta
Ao fim já não alcança
Sequer a vida mansa
E bebe esta sangrenta
Loucura desatenta
Marcada em tal pujança.
Aprendo com a dor
E tendo este sabor
Da morte nos meus lábios,
O tempo se anuncia
Na noite mais sombria
Sem rota ou astrolábios.


19841

Presumo a queda quando
Permito qualquer passe
Além do que se trace
Em ar sempre pesando
Minha alma se moldando
No quanto se mostrasse
Vencida sempre grasse
Um mundo em contrabando,
Astúcia eu desconheço
Só sei deste tropeço
E nele tão somente
O risco de sonhar
A vida a desnudar
O tempo sempre mente.

42

Assisto ao que pudera
Sentir em vendaval,
O mundo em ritual
Transforma a primavera
E o nada desespera
Gerando a velha nau
E o canto triunfal
Já nada mais tempera,
Esqueço o meu passado
E bebo deste errado
Cenário aonde eu possa
Vencer o que não veio
E olhando sempre alheio
Ao quanto em vão se apossa.

43

Somando cada fato
Ao quanto quis outrora
A vida não demora
E nisto eu me retrato,
Aonde mal resgato
O passo sem ter hora
O corte me apavora
E o tempo mais ingrato,
Esqueço uma saída
E vejo dividida
A luta que pensara
Maior que o próprio sonho
E o tempo onde me ponho
Expressa a noite clara.

44

Divido cada quarto
Dos sonhos no vazio
E sei do que inda crio
Ou mesmo não reparto,
A vida neste farto
Anseio onde porfio,
Adentra a foz de um rio
Por onde além eu parto,
Espero qualquer chance
E mesmo quando avance
A luta não se cansa,
Depois de certos anos,
Os medos soberanos,
A morte da esperança.

45

Frangalhos, tão somente
O que restara em mim
Do todo já sem fim
A vida não desmente
E sei desta corrente
Marcando o quanto vim
Trazendo sempre assim
O caos onde se atente,
Vestindo esta ilusão
Os dias não terão
Sequer outro cenário,
As portas já cerradas
Entranho as madrugadas
Num canto temerário.

46

Grassasse por estrelas
Diversas das que eu tenho,
O mundo em ledo empenho,
As luzes sem revê-las
Pudesse então contê-las
E nisto não convenho
Marcando de onde venho
Apenas por sabê-las.
Esqueço cada lume
E mesmo que acostume
Meu passo se renega
A vida sem sentido
O tempo presumido
E a solidão da entrega.

47

Havendo qualquer luz
Eu posso acreditar
No sonho a se mostrar
E nisto me conduz
Ao quanto não me opus
Diverso caminhar
Gestando outro lugar
Imerso em contraluz.
Esqueço dos meus cantos
E sei dos desencantos
Diversos e frequentes
Aonde nada resta
Senão a voz funesta
Que em vão tanto alimentes.


48

Liberto o pensamento
E vejo quanto pude
De um mundo bem mais rude
Traçar cada momento
E nisto não aguento
O quanto em atitude
Deveras já me ilude
E marca este tormento,
Aprendo com meu erro
E tento no desterro
Vencer os meus sinais,
Dos dias refletidos
Nos olhos presumidos
Em meio aos vendavais.

49

Cevando uma esperança
Sem rumo e sem proveito
O quanto em ti aceito
Ou mesmo a vida lança
Marcando esta mudança
Enquanto me deleito
Ousando sempre aceito
O passo em segurança,
Vagando em tom sombrio
Ao nada desafio
E vibro em consonância
Com toda a solidez
De quem nunca se fez
Além desta inconstância.

19850

Vivendo por viver
Sentindo o nada em nós
O quanto sei feroz
Caminho a percorrer,
Não pude amanhecer
E sinto as firmes mós
E além só vejo os pós
Do tempo a se perder,
Ausente da alegria
O mundo não traria
A luz que desejara,
A senda se aproxima
De um tempo aonde estima
É feita em vã seara.




51

Ditames da esperança
Momentos variados
Caminhos desbravados
Aonde a sorte avança
E tanto em aliança
Expondo velhos fados.
Fatores desenhados
Nos ermos da mudança,
Espero qualquer sorte
E nada mais conforte
Quem tanto quis a luz
E ao mesmo tempo, rude
Cenário desilude
E o nada se produz.

52

Livrar dos desenganos
E crer noutro momento
Aonde e quando alento
Regendo velhos planos,
Os dias, meses, anos
O tempo onde alimento
O rumo e sempre tento
Além dos tantos danos,
Espero qualquer senda
E nada mais se atenda
Sequer o que viria,
Depois de certo prazo,
A vida em tal atraso
Escassa a fantasia.

53

Negando qualquer sonho
Ainda quando vejo
O sonho em azulejo
E o tempo eu não componho,
Pudesse ser tristonho
Caminho onde prevejo
O rústico trovejo
Ao qual não mais oponho,
Espero a cada verso
Um tanto onde disperso
Apenas o meu canto,
Repare cada lua
E veja a deusa nua
No quanto em paz eu canto.

54

Brindando com a sorte
O tempo que não veio,
O mundo em devaneio
Sem ter quanto comporte,
Vagando sem um norte,
Escolho um novo meio
E vendo sem receio
O todo que suporte,
Audaciosamente
O tempo tanto mente
E gera o caos em nós,
Na vida sem sentido,
O quanto dilapido
Regendo o nada após.

55

Negar o que viria
E mesmo não sabendo
O todo num remendo
Rasgando a fantasia,
O sonho em agonia
O peso concedendo
A vida num adendo
Aonde o nada havia,
Esqueço qualquer luz
E sei do quanto pus
Sem ter mais direção,
A morte se aproveita
Do sonho, velha seita
Nos ermos do sertão.

56

Peçonhas que destilas
E nisto sou diverso
Do quanto desconverso
Em novas trilhas, filas,
E a sorte onde desfilas
As ânsias do universo
Vagando vou disperso
E enfrento velhas filas,
A vida se desenha
E nada mais contenha
Sequer o quanto eu quis,
Depois de certo tempo
Apenas contratempo
Num templo feito em giz.

57

Abarco cada canto
E tento novo rumo,
Deveras me resumo
Aquém de tal quebranto
E quando além me espanto
As sortes que consumo
A vida em todo o sumo,
O medo não garanto,
Esqueço esta promessa
E a sorte recomeça
Após a queda e o medo,
Ainda quando tento
Vencer o sofrimento
O sonho eu não concedo.

58

No cântico sem paz
A morte desenhada
A vida dita o nada
E o quanto satisfaz
O corte mais audaz
A morte desejada
E a leda e vaga estrada,
Aonde fui capaz,
Esqueço este vazio
E quando o desafio
Eu sei do fim em dor,
Ao menos poderia
Ousar na fantasia
Um tempo redentor.

59

A vida vem à tona
E toma cada espaço
Aonde o mais devasso
Momento desabona
Quem tanto ora se adona
Do mundo mesmo lasso,
E quando enfim eu traço
A luta não se clona
Escassas noites vejo
E sei do meu desejo
Há tanto adormecido,
Marcando o tempo inteiro
Ledo desfiladeiro
Caminho a ser cumprido.

19860

Levado pelo vento
O sonho não mais cansa
Quem tanto em esperança
Pudesse num momento
Enquanto o rumo eu tento
A vida feita em lança
Causando esta mudança
Entregue ao sofrimento,
Vagando sem destino
Aonde eu me alucino
Já não me caberia
Ouvir a voz de quem
Amando nunca vem
Nem mesmo traz o dia.

61

Das trevas do passado,
O tempo se anuncia
Diverso e a fantasia
Aonde o sonho invado
Transforma todo o fado
E marca em alegria,
Depois desta agonia
O dia vislumbrado,
Escondo os meus anseios
E sei dos dons alheios
Às sombras mais vorazes,
Deponho estas espadas
E as noites desoladas
Aos poucos tu desfazes.

62


Das dores incrustadas
Dos medos costumeiros
Os dias sem luzeiros
As noites destroçadas,
Mergulho nestes nadas
E sei dos verdadeiros
Cenários corriqueiros
Em velhas, vãs estradas,
Escalo cada monte
E sei que já desponte
Um sonho feito em medo,
Aonde não pudera
A sorte mais sincera
Um dia ausente e ledo.

63

Tremula nosso sonho
Ao vento e ao deus-dará
O quanto tomará
Do risco onde me ponho,
Sem nada mais me oponho
Ao quanto ainda irá
Tomando desde já
O corte mais bisonho,
Escuto a voz e vindo
Distante deste lindo
Cenário feito em glória
O todo se aproxima
Do mundo onde se estima
A vida em tal vitória.

64

Salvando da tormenta
Quem nada poderia
Ainda dia a dia
A sorte não alenta
Traçando a mais sangrenta
Verdade onde se via
O canto em agonia
A paz não me alimenta
E sei do meu caminho
Ainda que sozinho
Vestido de esperança
Assim ao nada ter
Apenas me perder
No nada onde se lança.

65

Amigo; como vai?
A vida não se cansa
Da voz em esperança
De um tempo onde se trai
A solidão do Pai
A mão que não alcança
A sorte na lembrança
O rumo ora se esvai
Esbarro nos penhascos
E sei dos velhos ascos
E neles outros tantos,
Apenas poderia
Saber desta sangria
Em tombos e quebrantos.

66

Andando sem sentido
O mundo não pudera
Traçar além da esfera
O quanto é presumido,
O canto onde lapido
A imensa primavera
A vida não tempera
Sequer o que divido,
Ocasionando a sorte
Dispersa que comporte
O medo sem proveito,
E quando mais eu quero
Amor tenro e sincero
Sozinho enfim me deito.

67

Tramasse alguma luz
Aonde nada havia
Apenas a agonia
E nela o barco eu pus,
O sonho em leda cruz
O canto em harmonia
Decerto não traria
Ainda em corte e pus,
A vida não aponte
Além deste horizonte
Caminho mais sensato,
E quando me presumo
Bem mais que o ledo sumo,
O canto enfim resgato.

68

Escuto tua voz
Distante do meu passo
E sei do quanto faço
Em rumo mais atroz,
Não pôde dentro em nós
Ausente algum espaço
O mundo onde me caço
E perco rumo e foz,
Espero após a queda
A noite que envereda
Manhãs em sol e brilho,
Mas quanto mais anseio
Maior o devaneio
No qual sem nexo eu trilho.

69


No meio da tempesta
Meu barco sem um norte
Ainda não suporte
O quanto já nos resta,
Vencendo a velha festa
O passo não comporte,
E o tempo dita a sorte
E nela nada presta,
Apresentando o fim
Aonde resta em mim
A melodia atroz
Audácia se completa
Na voz de algum poeta
Ousando em laços, nós.

19870

Uma amizade em paz
É tudo o que pudera
Vencer a cada esfera
Diversa onde se faz
O mundo mesmo audaz
Gerando a turva fera
Aprendo com a mera
Vontade em se capaz,
Esqueço o verso em vão
E os dias me trarão
A clara fantasia,
E nela me revelo
Ousando em teu castelo
No sonho que me guia.

71

O quanto nesta vida
Ditasse novo rumo
E o tempo aonde aprumo
A sorte concebida
Marcando e se duvida
Do mundo em ledo sumo,
Aonde me acostumo
Distante da avenida
Avesso ao caminhar
Em noite de luar
Expressas ilusões
Em ritos mais constantes
Das nuvens me garantes
Os medos que me expões.

72

O sonho amordaçado
Postergo e nada vindo
Aonde se fez lindo
O tempo é desolado,
E o corte quando invado
Cenário se traindo
O manto resumindo
Apenas cada enfado,
Espero a curva e sei
Do quanto poderei
Ousar noutro momento,
Do plano mais audaz
O nada que se faz
Expressa o quanto eu tento.

73

Não pude ver no fim
As sendas que tentara
E nesta noite clara
O amor ditando enfim
O quanto fora assim
Sem medo e se prepara
Apenas noutra escara
O corte feito em mim,
Farrapos desumanos,
Os dias negam planos
E matam serventia,
Depois do quanto existe
Apenas sendo triste
Jamais nada eu teria.

74

Havendo qualquer sonho
Expresso esta vontade
E nela o que degrade
Exprime este ar bisonho,
Vagando aonde oponho
Meu passo, em realidade,
Aos poucos já degrade
O todo se enfadonho,
Nevrálgica ilusão
Em tempos que trarão
Apenas o vazio,
E sendo de tal forma
Amor quando se informa
Marcando cada fio.

75



Não pude perceber
Depois do temporal
O corpo sensual
De quem se fez prazer,
Agora ao recolher
O sonho feito em sal,
Um passo terminal
A vida me faz ver,
Ascendo ao quanto é rude
O mundo desilude
E traça após a sorte
Somente o meu anseio
E sei do quanto veio
E nada mais comporte.

76

Ditando o velho passo
Aonde o medo havia
Gerando a fantasia
E nada mais eu caço
Senão momento escasso
Em paz ou alegria
E o tempo não traria
O canto noutro traço,
O quanto fora vândalo
O mundo em tal escândalo
Esbarra no non sense
E sendo de tal arte
Amor não se reparte
Tampouco nos convence.

77

Letárgica figura
Deitada nesta alfombra
O quanto se afigura
E dita a velha sombra,
No passo em noite escura
A morte não assombra.

Bebendo cada senda
Aonde o descaminho
Somente não atenda
O que fizera ninho
No corte onde se entenda
O passo mais mesquinho,

Contenda sem juízo
Na morte eu me matizo.

78

Jazigo da alegria
O templo em mausoléu
O risco mais cruel
Aos poucos se veria,
E o rito em agonia
A vida um carrossel
Gerando fel e mel,
Matando em fantasia,
O prazo se findando
No tempo mais infando
Ocasos são frequentes
E nele outros tantos
Mesquinhos desencantos
Aonde me alimentes.

79

Brasões entre sinais
Heranças do passado
E quando além me evado
Dos dias mais fatais,
Os cortes desiguais
O rumo desejado,
O termo em ledo fado
As ânsias e os cristais.
Fascínios e desleixos
As águas, rios seixos
E os mantos consagrados,
Os ócios e os vazios
Momentos em desafios
Ou mesmo degradados.

19880

Jamais quisera ter
O quanto me trouxeste
A vida sendo agreste
Tramando o desprazer,
Pudesse no antever
O tempo em paz celeste,
No nada se reveste
A dor do amanhecer,
Escuto a tempestade
E o todo já degrade
Quem nunca se entregara
Ao ver a solidão
Encontro desde então
A sorte dura e amara.

81

Gestando esta esperança
Amor bem poderia
Traçar no dia a dia
O quanto sempre avança
E sei desta mudança
E nela não teria
Sequer a fantasia
Que aos poucos já me alcança
Espero a porta aberta
E o sonho me desperta
Do quanto pude ver,
Depois de certo ocaso
A vida em ledo atraso
Impede o amanhecer.

82

Aprendo com a sorte
Diversa da que eu pude
E sei desta atitude
Aonde o não comporte
E vejo sem suporte
O quanto desilude
Meu passo bem mais rude
Sem ter sequer o norte,
Ainda quando almejo
O todo de um desejo
Disperso e sem saída
A morte dita a regra
E o canto desintegra
Na luta dividida.

83

Meu canto não mais traz
O quanto quis outrora
A vida desancora
E mata a leda paz
Aonde fui mordaz
A sorte me apavora
E trama sem demora
O medo mais audaz,
Aprendo com a sorte
Diversa e se comporte
Destarte mais feroz
O manto se desnuda
E a morte tudo muda
Dos sonhos, toma a foz.

84

Jamais eu poderia
Ousar noutro caminho
E quando ali me alinho
Vivendo a poesia
A senda não traria
Sequer o que adivinho
E sinto ausente o ninho
Marcando em agonia,
Espero esta fortuna
Aonde não mais una
Cenários tão diversos
E tento novamente
O quanto a vida mente
E molda em toscos versos.

85

Adeus a quem sonhara
E nada mais pudesse
Ainda que esta prece
Domine outra seara,
A vida dita escara
E mata esta benesse
Vencido pela prece
Outrora bela e clara
Agora sem sentido
Aonde em paz me olvido
Do todo que se fez
Somente no vazio
Aonde eu desafio
Nefasta sensatez.

86

Jazigo da esperança
Amor mumificado
Nas ânsias do pecado
A sorte em vão se lança
E o tempo não alcança
Sequer o quanto brado
Marcando com enfado
A vida em confiança
Matando o dia a dia
E nisto poderia
Ousar noutro momento
E quando nada vejo
Sequer este desejo
A morte eu alimento.

87

Aprendo com o medo
E sei do quanto pude
Embora a juventude
Deveras não concedo
Ainda sendo ledo
O mundo onde a atitude
Tragando desilude
O manto sem segredo,
Apenso noutro rumo
E quando me consumo
Resumo este vazio
E nada mais pudesse
Além de qualquer messe
Gerada pelo frio.

88

Ocasos entre quedas
E medos do passado
Aonde o sonegado
Caminho hoje enveredas,
As sortes não enredas
E ditas cada fado
Do tempo anunciado
E nele sempre vedas,
Passando sem destino
E sei que me fascino
Nos ermos de minha alma,
Apenas nada tenho
Sequer o velho cenho
E nada enfim me acalma.

89

A dona da verdade
O medo do futuro
O porto mais seguro
A morte não agrade
Quem tanto se degrade
E marque o chão mais duro
Aonde o solo escuro
Ausente liberdade,
Vagando sem saber
E nada a percorrer
Senão cada vazio,
E o peso do passado
Ainda me degrado
E a morte desafio.

19890

O canto da sereia
O verso mais audaz
A vida sem ter paz
A movediça areia
Aonde se incendeia
O todo não se faz
E o corte mais mordaz
No fundo não ateia
Sequer o que pudera
Ainda sendo assim
Amor dentro de mim
Gerando a velha fera
Aos poucos no cansaço
O mundo aquém eu traço.

19891

Apenas pude ver
Depois da ventania
O quanto poderia
Ainda amanhecer
A sorte ao não conter
O tempo colheria
Imensa fantasia
Que pude recolher,
Adentro a tempestade
E bebo o temporal
Aonde tudo invade
E gera o ritual
Dita a diversidade
De um mundo desigual.

92

Buscando qualquer norma
Aonde nada tinha
Sequer o que convinha
Ou mesmo me transforma,
O passo toma a forma
Diversa e tão mesquinha
A sorte não é minha
A morte não conforma
Quem sabe do passado
E mesmo se inda agrado
Dos erros contumazes
O passo sem sentido
O quanto presumido
Ao fim de tudo trazes.

93

Ouvindo a voz de quem
Jamais se fez presente
O nada se apresente
Enquanto nada tem,
A sorte de outro alguém
E nisto é pertinente
O passo onde se ausente
O canto num desdém,
Vagando sem saber
Aonde possa ver
Nem ter outro momento,
Apresentando a dor
E sei do decompor
E dele me alimento.

94

Brindando com ternura
Ao quanto quis e nada
Da sorte anunciada
Deveras se procura
O sonho em amargura
A noite desenhada
Vagando pela estrada
Em luz tão insegura,
Vestindo a melhor sorte
Aonde não comporte
Sequer o que viria,
Pousando noutro cais,
As horas desiguais
A morte dia a dia.

95

Meu canto se arremeta
E gere o desencanto
Aonde não garanto
Sequer o que cometa
A luta em cada greta
Reluta em tal quebranto
E quando enfim me espanto,
A vida é vão cometa,
Aprendo com a dor
E sei do que propor
Após o nada ver,
Ainda quando tento
Vestir o pensamento
Nas tramas do prazer.

96

Ouvisse o vendaval
Clamando por teu nome
O todo não mais dome
O dia em ritual,
Vestindo em desigual
Caminho se consome
O quanto traz em fome
Momento germinal,
Acasos entre atrasos
E os dias dizem prazos
Diversos do que eu quero,
Ainda que pudesse
Vislumbro em tal benesse
O sonho mais sincero.

97

Negar alguma luz
A quem não poderia
Ousar nesta utopia
E nada reproduz,
O quanto a ti me opus
O manto em tal sangria
Aos poucos não traria
Sequer a velha cruz,
Medonha face exposta
E sei do quanto gosta
A vida em tom sutil,
O corte se apresenta
Após cada tormenta
No quanto nada viu.

98

Brindar ao que não veio
E nem sequer virá
O tempo desde já
Traduz o passo alheio
E o todo em devaneio
Deveras tomará
O rumo e mudará
O quanto não receio,
Explode coração
E o tempo sem verão
A vida nada dita,
Ao menos pude ter
No olhar em tal prazer
A moça mais bonita.

99

Feições diversas, sorte
E o dedo em tal ferida
Ainda que me agrida
Também logo conforte
A vida se reporte
Ao quanto distraída
Trouxera uma saída,
Quem sabe em novo norte,
Marcando com sombria
Vontade o dia a dia
A luta não acaba,
E sei que quanto mais
O mundo quer o cais
A sorte em dor desaba.

19900

Não quero e nem reparto
O senso mais comum,
Amor não há nenhum
E nele sigo farto,
O quanto inda comparto
Do todo sou mais um
E sei que sem algum
Alívio nego o parto,
Ausente da esperança
A vida já balança
E dança sem sentido,
O vento nos tocando
Aonde se fez brando
Agora em dor, o olvido.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

19701 a 19800

1

Andando sem destino noite afora
O tempo não permite outro detalhe
E quando a própria vida nos retalhe
O medo se transborda e me apavora,
Aonde este vazio desancora
A vida a cada instante mais entalhe
E o todo noutro engodo já não falhe
E o canto sem sentido se demora.
Alegas ilusões e nada trazes
A vida em tais momentos mais audazes
Expressa a solidão e nada além,
Destarte o meu caminho se presume
Diverso do que possa, e sem o cume
Apenas a planície inerte vem.

2

Aonde quis um dia mais tranquilo
A lua não viria me trazer
Sequer o que pudesse dar prazer
E nesta solidão nada destilo,
Mergulho neste caos e assim desfilo
Deixando para trás o bem querer
Pudesse noutro rumo merecer
Um tempo sem temor, medo ou vacilo,
Bacilos entre tantas noites frias
E quanto mais os sonhos poderias
Ungir com tuas lavras, minha amiga,
O nada se aproxima do final,
O canto se mostrando desigual
Ainda quando a sorte em vão persiga.

3

Aquieta-se no peito esta vontade
De ter algum momento mais suave,
E a solidão deveras tanto agrade
O mundo que decerto agora evade,
O nada se transforma e a liberdade
Que fora no passado feito em ave
Agora se permite ao mesmo entrave
O mundo se desenha atrás da grade,
Expresso meus momentos em temor
E sei do quanto possa mais propor
Depois desta temida noite vaga
Assim ao me entregar sem mais defesas
As horas que julgara então ilesas
Traduzem cada barco que naufraga.

4

Arcaicas noites dizem do abandono
E sei do quanto pude e nada veio
Apenas o momento de receio
E nele este temor eu desabono,
O quanto do passado se fez dono
Do amor que nunca soube em devaneio
Das nuvens mais atrozes me rodeio,
E o mundo desabando em ledo sono,
Ocasos são diversos, mas sei bem
Do quanto na verdade não mais vem
Escrito nas estrelas do passado,
O mundo sem sentido noutro rumo,
E quando no final eu me acostumo,
Dos sonhos mais audazes sim, me evado.

5

Assisto ao quanto pude acreditar
E tento após a queda um novo instante
Enquanto o meu passado não garante
Sequer algum lugar pra descansar,
A vida se perdendo no luar
O medo se expressando doravante
A luta na verdade se agigante
E a morte toma tudo a divagar.
Ousasse noutro passo, no final
Meu mundo se desenha sempre igual
No caos gerando em nós o sofrimento,
Apenas a verdade me redime
E sei do quanto possa ser sublime
O tempo aonde o sonho eu alimento.

6

Atento a cada passo sigo além
Da queda que deveras se aproxima
E a sorte se transforma e noutro clima
O medo na verdade me detém
O amor quando demais não mais convém
E gera o também já não redima
Matando o que pudesse em auto-estima
Deixando da esperança eu ser refém,
Augusta noite expressa a sensação
Dos dias que deveras não verão
Sequer o menor brilho da esperança.
Meu passo em mansidão de nada vale,
Aonde procurara a dor exale
E o sonho se perdendo ao fim se lança.

7

Augusta noite após a tempestade
É tudo o que quisera e nunca veio,
Ainda que percorra em devaneio
Apenas o vazio agora invade,
E o todo se traduz na ansiedade,
Encontro a solidão, e nela um meio
Aonde o meu futuro em vão rodeio
Gerando do passado algema e grade,
Esqueço cada passo e sigo aquém
Do todo que deveras não convém
A quem bem poderia ser diverso,
Matando o meu caminho sem sentido,
Aos poucos deste sonho até duvido
Marcando com terror meu ledo verso.

8

Avisos que escutasse no passado
Já não mais traduzissem meu futuro
E quando a cada instante eu me asseguro
Do tempo aonde nada agora invado,
O corte tantas vezes desejado
O dia neste imenso caos, escuro
E o verso desprovido eu amarguro
Ousando cada dia sem legado,
A vida não se dando a quem se deu
O mundo não seria jamais meu
Tampouco a sorte adentra o meu caminho,
E quando se pressente o fim de tudo
Aos poucos sem certeza desiludo
E sigo sem sentido algum, mesquinho.

9

Azares entre quedas e temores
Ancoro meu anseio no teu braço
E o tempo sem sentido algum eu traço
Seguindo sem sequer tu mais te opores
E sei dos meus jardins e suas cores,
O dia se traduz em tal cansaço
E o manto desbotado perde espaço
E gera da ilusão somente dores,
Mergulho no vazio e nada tendo
Sequer o quanto possa mais horrendo
O vento não avisa do que traz,
E o pranto se desenha em minha face
Ainda que o futuro não mostrasse
O sonho se aproxima tão mordaz.

19710

Bancando o sonhador, já nada vejo
Sequer a sombra mesmo da esperança
E quando a noite embrenha e o sonho avança
Deixando para trás algum desejo
Momento que pudera benfazejo
A vida se traduz nesta lembrança
E quantas vezes nada ao fim se lança
No tempo mais audaz, atroz e andejo.
Resumos de momentos, vida inteira
E nada mais que possa ou já se queira
Traduz alguma sorte ou mesmo a fé,
O dia se perdendo na mortalha
A vida sem sentido me atrapalha
E o tempo se anuncia em vã galé.


11

Bebendo cada gole da esperança
Espero a sorte após a derrocada
E nada mais se vendo nesta estrada
A vida no vazio ora se lança
E o quanto poderia e não alcança
Espelha a mesma luz desarvorada
E sei do quanto pude em destinada
Manhã em meio à rude temperança
Esquivo caminheiro do não ser
Apresentando apenas desprazer
Espero pelo menos melhor sorte,
Não pude recolher felicidade
E o quanto na verdade ora se evade
Traduz o que jamais, pois me conforte.


12

Bisonha face expondo o meu caminho
E nada mais pudesse adivinhar
Espero novo dia a procurar
O quanto de meu ser se fez mesquinho,
Ainda quando em nada em vão me alinho,
Bebendo esta vontade de lutar
Açoda-me o saber deste luar
Diverso do que trago, em dor e espinho.
Ainda quando pude ter diverso
Cenário aonde em noite escusa eu verso
Propondo alguma sorte e nada veio,
Acolho os pesadelos e não trago
Sequer o quanto pude em cada estrago
No passo sem sentido e mesmo alheio.

13

Borrascas são comuns neste oceano
E o medo não me deixa navegar
Aonde poderia te encontrar
A cada novo tempo mais me dano,
O sonho onde pudesse ser humano
O corte se aproxima devagar
Sem nada que fazer ou desejar
Apenas a mortalha dita o plano.
Escura noite traz neste horizonte
A turva tempestade e desaponte
Quem tanto desejara um brilho ao menos,
Mas sei dos meus caminhos sem sentido,
E os dias que deveras dilapido
Serão eternamente; tão pequenos.

14

Brilhasse alguma luz, ou mesmo um sol
Depois de tanto medo em vida atroz,
O sonho desabando antes da foz,
Inunda com terror todo o arrebol,
Seguira o meu caminho sempre em prol
Do amor que imaginara mais veloz
E sei que no final ou mesmo após
O tempo se desenha sem farol,
Espalhas tempestades quando vejo
O tanto desenhado em malfazejo
Cenário feito em treva medo e dor,
Depois de tantos anos, desengano
O mundo vai puindo cada pano,
E o tempo se transforma, sem louvor.

15

Buscando alguma forma de sonhar
Tentando adivinhar algum caminho
E quando neste infausto tom me alinho
O mundo não pudesse adivinhar,
Meu verso se perdendo sem notar
O quanto da saudade dita espinho,
O manto se permite e quando aninho
O preço tão diverso a se pagar.
Escuto o mar distante desta areia
E quando a noite invade e já rodeia
O sonho de um poeta sem futuro,
Apenas solidão descubro enfim
Dos sonhos meramente algum motim,
Num porto que jamais fora seguro.

16

Blasfêmias simplesmente
O quanto houvera além
Do todo que inda vem
E o tempo não desmente
O corte mais freqüente
Amor dita o refém
E gera o que não tem
Sequer o quanto alente,
Vestindo a fantasia
De quem já poderia
Ao menos ser feliz,
Meu mundo desabando
A sorte em contrabando
Diversa da que eu quis.

17

Cabendo dentro em mim
O todo que pudesse
Ousando noutra prece
Amor já não tem fim,
E o vento diz assim
Do quanto ora fenece
O passo compadece
E o verso faz motim.
Escusas; não percebes
E sei de velhas sebes
Ausentes da esperança
Num outonal momento
A vida quando tento
Ao nada enfim me lança.

18

Cerzindo a tempestade
Aonde o nada houvera
A sorte desta fera
Aos poucos se degrade,
A vida em realidade
Já não mais se tempera
E o todo degenera
O quanto em dor invade,
Escuto a voz do mar
E bebo até cansar
O sonho que não veio,
Olhando para trás
A sorte se desfaz
Gerando outro receio.

19

Cimitarras e adagas
Alento já não resta
A quem tanto se empresta
E nisto não me afagas
As dores quando alagas
Adentram cada fresta
Sonegam toda a festa
Destroça velhas plagas,
Ouvindo a tua voz
Já nada mais em nós
Permite qualquer sonho,
E o vândalo momento
Aonde o canto eu tento
Deveras é medonho.

19720

Clivando cada sonho
Imerso em noite vã
A vida sem manhã
O tempo é mais bisonho.
Já nada mais proponho
Na sorte temporã
E o canto noutro afã
O dia em paz, risonho.
Escuto a voz de quem
Pudera e sempre vem
Domando cada dia
E o resto não se vendo
Aonde sou remendo
Da pobre poesia.

21

Cortante fantasia
Adentra o peito quando
O mundo desabando
Ao nada se faria
E o medo não adia
O tempo em contrabando
A sorte neste infando
Retrato da agonia.
Escuto o quanto posso
E sei somente nosso
Meu mundo e nada mais,
Ainda quando tento
Enfrento o sofrimento
Em dias tão venais.

22

Cruzando este oceano
Meu mundo não coubera
Na sorte leda e fera
No tempo em que me dano,
E quando um desumano
Cenário dita a espera
O todo noutra esfera
Provoca o sonho insano,
Esbarro nos meus erros
E tento além dos cerros
Algum campo suave,
Mas quando nada vejo
Na sombra de um desejo,
O tempo sempre entrave.

23

Chamando por teu nome
A vida não permite
Além deste limite
O quanto se consome,
E nada aplaca a fome
Ou mesmo se acredite
No tom onde palpite
O sonho que não dome,
Vestindo a noite obtusa
A sorte sempre abusa
E gera a confusão,
Cenário tão disperso
Do quanto agora verso
Nos erros que virão.

24

Colhendo cada fruto
Daqueles que plantara
Adentro esta seara
Em passo mais astuto
E quando ali reluto
O manto em noite clara,
A porta se escancara
Num dia atroz e bruto,
O medo se aproxima
E muda inteiro o clima
Gerando esta estação
Mortalhas do passado
No tempo aonde evado
Os dias que virão.

19725

Cumprindo cada etapa
Da vida em desvario
Aonde eu desafio
O mundo não escapa
E vejo a sorte e a capa
No tanto mais sombrio
Esbarro neste fio
Que a vida não encapa,
Escolho outro momento
E sei do quanto tento
Sem ter sequer a sorte
De quem já não se faz
Além do mais audaz
Caminho onde suporte.

26

Da noite desejada
Apenas mera luz
E quanto me seduz
A velha e longa estrada
Marcando neste nada
O todo reproduz
Ainda a mesma cruz
No sonho desenhada,
A sorte se presume
E sem o teu perfume
Meu mundo não se faz
Diverso do que pude
E mesmo sendo rude
Meu passo é mais audaz.

27

Desejo alguma sorte
A quem se fez inteira
E nada mais se queira
Senão quanto comporte
A vida neste norte
E nela esta bandeira
Alçando a derradeira
Noção que me conforte,
Restando do passado
O dia imaculado
O tempo sem anseio
A morte se aproxima
E nisto muda o clima
E nela eu me rodeio.

28

Ditames tão ferinos
Ousando muito além
Do quanto sempre vem
Em ledos desatinos,
Os olhos cristalinos
A sorte deste alguém
E o mundo não convém
Aos sonhos de meninos,
Escalo a tempestade
E bebo a cordilheira
Aonde nada queira
E o medo nos invade
Espero pelo menos
Momentos mais amenos...


29

Domino esta vontade
E tento muito mais
Que meros vendavais
Ou mesmo tempestade,
A sorte se degrade
O canto em tons venais
O dia em tons iguais
Além desta ansiedade,
Vertendo neste olhar
O quanto imaginar
E nada mais se visse,
Depois de certo tempo
A vida em contratempo
Traduz esta mesmice.

19730

Dramática loucura
A luta não termina
E sei da nossa sina
Aonde se tortura
Resumo em amargura
O quanto diz da mina
A vida determina
A noite após, escura.
Esculpo do vazio
Enquanto desafio
Um dia mais tranquilo
E o caos se transformando
Aonde fora brando
E a morte ora desfilo.


31

Durante a vida inteira
Pudesse pelo menos
Vencer os teus venenos
Na sorte que se queira
E sei da verdadeira
Imagem nos amenos
Momentos quando em plenos
Cenários; lua esgueira
O tempo se refaz
E nisto deixa atrás
O quanto não pudera
Vencer os descaminhos
Em dias mais daninhos
A solidão/pantera.

32

E a noite se aproxima
Tomando cada instante
E nisto não garante
Sequer um novo clima
O tempo que se estima
A vida radiante
O corte doravante
Esbarra e não redima
Aprendo com engano
E sei quando me dano
Ousando muito além
Do todo sem sentido
Num mundo desprovido
Enquanto nada vem.

33

A alegre melodia
Já não se ouvira mais
Bebendo os temporais
A sorte enfim se adia
E o quanto em harmonia
Expressa em divinais
Momentos desiguais
E neles a euforia
Escalo cada monte
E quanto mais se aponte
O todo no vazio,
Ainda sendo assim
Vislumbro o ledo fim
E nisto, o desafio.

34

Ébrio por tanta vez
Jamais pude sonhar
Aonde navegar
E mesmo que não vês
O todo em altivez
Depressa a imaginar
Pudesse caminhar
E tudo se desfez,
Reparo cada lua
E sinto a deusa nua
E dela me aproximo,
Meu canto seresteiro
Pudesse o tempo inteiro
Vencer o lodo e o limo.

35

Ecoa dentro da alma
O som de adoração
Dos dias que virão
Já nada mais acalma
O tempo dita o trauma
Imensa aberração
E os dias de verão
Conheço cada palma,
Esqueço o descaminho
E sigo mais sozinho
Buscando apenas paz,
O rústico cenário
É sempre necessário
Enquanto se desfaz.

36

Edito novo sonho
E sei do quanto pude
Em tempo atroz e rude
Às vezes enfadonho
Aonde o que proponho
Tomando uma atitude
Expressa o quanto ilude
E nisto me envergonho
Do tempo sem limites
E nele te permites
Ousar em novo espaço
Depois de tanto engano
O corte que profano
Traduz o quanto faço.

37

E espero qualquer sol
Aonde fora inverno
E quando amor externo
Tentando este farol
No sonho em arrebol
A vida dita inferno
E o quanto quis mais terno
Agora nunca em prol,
Esqueço da verdade
E sei do quanto esquivo
Não busco lenitivo
Nem mesmo o que me agrade
Apenas asseguro
Em paz o meu futuro.

38

Efêmero momento
Perdendo a direção
E nele não verão
As dores nem alento
E quando o sonho invento
Moldando esta estação
A velha embarcação
Enfrenta inteiro o vento,
E sei do quanto pude
Embora sendo rude
Nefasto caminhar,
Inteiro e sem defesa
Seguindo a correnteza
Adentro o imenso mar.

39

Egrégia fantasia
Tomando o meu cenário
Num tempo necessário
Aonde o bem havia
Marcando o dia a dia,
No canto imaginário
O manto este corsário
Já nada mais traria,
Somente o medo e o caos
Ascendo outros degraus
E sei da queda ao fim,
Do todo desejado
Apenas me degrado
E morro um pouco em mim

40

É hoje o dia amargo
Enquanto a sorte traça
Além desta fumaça
O tempo que não largo,
A voz agora embargo
E o tanto quanto escassa
Verdade não mais passa
Vivendo sempre ao largo,
Escondo os pensamentos
E sei dos desatentos
Momentos mais venais,
O tanto quanto pude
Agora se faz rude
E traz os vendavais.

41

Eis aqui o meu fim
E nada mais pudera
Sentir senão a fera
Rondando o sonho em mim,
Aprendo sempre assim
Gerando o que se espera
E nisto destempera
O amor enquanto eu vim,
Restando dentro em nós
O corte mais feroz
O medo sem certeza
E o vasto desejar
Pudesse navegar
Enfrento a correnteza.

42

Ejeta-se o passado
E nada mais se vendo
Aonde este remendo
Já fora demonstrado
E quanto tento e brado
O todo se prevendo
O mundo mais horrendo
Será nosso recado,
O pranto se transcorre
E o canto já de porre
Não deixa qualquer luz,
Ainda quando o quis
Jamais serei feliz
Ao nada me conduz.

43

Elevo a minha voz
E tento outro cenário
E sei do necessário
Delírio em leda foz,
A sorte nosso algoz
O dia temerário
O corte temporário
O mundo morto em nós
Já nada mais sustenta
A lida que sangrenta
Não pude contornar
Depois do desalento
O quanto ainda tento
Não tendo mais lugar


44

Embora seja assim
O tempo imaginado
O corte desejado
Não diz do quanto eu vim,
Vestindo este estopim
O mundo enquanto invado
Traduz o meu passado
E mata tudo em mim.
Não pude acreditar
Nas ânsias do luar
Nem mesmo em cada raio
E quando me imagino
Ainda sou menino
E o passo, eu sempre traio.

45

Entoas a canção
E nela se traduz
A sorte imensa e a luz
Que os dias me trarão
Aonde fora em vão
O corte reproduz
O todo que seduz
E nega a direção
Esqueço o que viria
Tramando em poesia
O tempo mais feliz
Meu canto se desaba
E a sorte então se gaba
Do quanto já não fiz.

46

Eólica esperança
Vagando em ar imenso
E quando em ti eu penso
Meu mundo já se cansa
E a noite em tal pujança
Traçando o tempo intenso
Vestindo o quanto é tenso
Meu mundo sem fiança
Já não me caberia
Saber da fantasia
Nem mesmo do futuro
E o passo no vazio
Ainda desafio
E nada eu asseguro.

47

Epístolas e ditos
Momentos variados
Os sonhos depredados
Os olhos infinitos,
Ainda em velhos ritos
Os tempos desenhados,
Olhando para os lados,
Escuto vozes, gritos,
E sei do quanto pude
Em plena magnitude
Vencer os meus temores,
E sigo sem destino
E quando me fascino
Já não quero louvores.

48

Equânime vontade
Idêntico caminho
Aonde o ser mesquinho
Deveras desagrade,
O tempo rompe a grade
E adentra cada espinho
O todo aonde alinho
Meu canto ora se evade,
Esqueço algum futuro
E o nada que asseguro
Implode o sentimento,
Depois de certos anos,
A vida em tantos danos
Um cais em paz invento.

49

Errático cometa
A vida não se dera
A quem em louca espera
Deveras se prometa
Vencendo o que arremeta
Aprendo a primavera
E sei de cada esfera
Escondo o que acometa
Meu passo em tal temor
Vivendo além da flor
O fruto da esperança
Momento mais sublime
Aonde se redime
O canto onde se lança.

19750

Espero um pouco mais
E vejo o quanto pude
Depois da plenitude
Momentos desiguais
Enfrento os vendavais
E tento a juventude,
Mas tudo já me ilude
A vida diz jamais,
Espero na tocaia
O quanto se distraia
A morte num instante,
Mas sei do bote e enfim,
O todo dita o fim,
Mais nada doravante.

51

Eterna sensação
Etéreo sentimento
O quanto ainda tento
Em dias que virão
Ousando em precisão
Adentro o pensamento
E a paz que me alimento
Do sonho é tradução,
Aprendo com a queda
E o todo se envereda
No cais distante e além
Do tanto quanto pude
Vivendo em plenitude
Amor que nos convém.

52

Eu quero este momento
Em paz e claridade
O todo não degrade
O quanto agora eu tento
Olhar bem mais atento
Traduz a liberdade
E vejo em claridade
O dia em novo alento,
Assim ao me entregar
Sem ter o que contar
Apenas por saber
Da vida como fosse
Um mar ledo e agridoce
Distante do prazer.

53

Eviscerado sonho
Já não comportaria
O quanto esta agonia
Traduz em ar medonho,
E quando além proponho
Encontro a fantasia
Matando em serventia
O manto onde me exponho.
Vagando sem destino
Aonde me alucino
Somente não resiste
O olhar de quem se fez
Aquém da lucidez
E sabe o quanto é triste.

54

Excêntrico cantor
O sonho em tal seresta
Ainda quando resta
Traduz em rara dor
O quanto a me propor
A sorte adentra a festa
E mata em tez funesta
O canto a se compor.
Navego em solidão
Os dias não trarão
Sequer um manso brilho
E quando solitário
No velho itinerário
A morte eu também trilho.

55

Fagulhas da esperança
Alcançam cada olhar
Pudesse caminhar
Aonde a voz alcança
A sorte em nova dança
Sonhando devagar,
Caminho a divagar
E nisto esta aliança
Expressa o quanto pude
E mesmo sendo rude
Já não me calaria,
O canto se espalhando
O mundo em contrabando
O verso, uma heresia.

53

Felicidade existe?
Já não mais a concebo
Amor velho placebo
No coração mais triste
E quando assim persiste
Deveras eu recebo
O todo onde percebo
O mundo que resiste,
Invisto o meu futuro
No quanto em vão procuro
E bebo o temporal,
O dia refletira
Apenas a mentira
Num velho ritual.

54

Findando cada história
No mar sem mais alento
O sonho que inda tento
Trazendo na memória
A vida merencória
E o tempo em sofrimento
Do todo este momento
Traduz a velha escória,
Expresso em solidão
Momentos que verão
Apenas o meu fim.
Do todo desejado
Ainda quando invado
A morte viva em mim

55

Flagrantes ilusões
E nelas outro ocaso
A vida diz do prazo
E nela as emoções
Traduzem e me expões
O quanto ainda atraso
E sei do velho acaso
E nele as provisões,
Espero alguma sorte
E nada me conforte
Sequer o que sonhara,
A vida sem promessa
O todo recomeça
Em noite mais amara.

56

Formasse nova estrada
Após a tempestade,
No mundo que degrade
A sorte não se evada,
Adentro a madrugada
E bebo a liberdade
E nesta claridade
Não resta quase nada,
Somente o desengano
E quando aquém me dano
Expresso a solidão,
Na solidez do fato
Apenas me retrato
Em turva direção.

57

Franzino sonhador
O passo não permite
Além deste palpite
As sendas de um amor,
Pudesse em teu louvor
O todo onde acredite
E nisto necessite
De um tempo em teu calor,
O manto que recobre
O sonho audaz e nobre
Diverge do real,
E assim ao me entregar
Sem ter sequer lugar
O mundo é sempre igual.

58

Fundando a minha sina
Nos ermos da montanha
A vida dita a sanha
E o passo determina
O quanto mais fascina
E gera o que se ganha
Aonde a paz se entranha
O corte me ilumina,
Ousasse noutro espaço
E quando enfim eu traço
A rota preferida
Esqueço cada reta
A sorte não completa
E traça a despedida.

59

Galante caminheiro
Das noites sem igual,
O tempo magistral
As flores no canteiro
E quando em ti me inteiro
O mundo em ritual
Expressa o mais venal
Cenário derradeiro,
Encontro a cada passo
O quanto quero e traço
Deixando no passado,
Meu canto sem sentido
E assim não mais duvido
Do amor anunciado.

19760

Gerando um novo dia
Após a tempestade
A sorte não degrade
Quem tanto mais queria
Vencer a fantasia
E o verso na verdade
Presume a liberdade
E mata esta agonia.
Resumo em verso e luz
O quanto me seduz
O tempo mais sutil,
O quadro se tecendo
Aonde fora horrendo
Beleza então se viu.

61

Girando sem sentido
A vida não pudera
Traçar além da espera
O quanto não duvido,
Encontro o já perdido
Desejo em longa esfera
O tempo destempera
E traz o que lapido
Vagando sem destino
Aos poucos me alucino
E perco a direção
Sem porto, mar e cais
Adentro os vendavais
Embora saiba em vão.

62

Gostoso este veneno
Aonde me entranhara
Vivendo esta seara
Momento mais sereno,
O quanto se fez pleno
O tempo se escancara
E a noite outrora clara
Envolve e me condeno,
Ascendo ao infinito
E quando necessito
Apenas mera paz,
O canto se esvaindo
Num tempo aonde infindo
Meu mundo não se faz.


63

Gritando sem sentido
O tempo não pudera
Gerando a velha fera
E nisto desvalido
Caminho desprovido
Da sorte que tempera
O canto em nova esfera
Ao menos eu lapido,
O riso mais audaz
O tempo sempre traz
E dita outra verdade
Aonde o meu caminho
Pudesse ser sozinho
E a sorte ora degrade.

64


Havia muito mais
Do quanto poderia
Ainda a cada dia
Exposto aos vendavais
Os dias rituais
A sorte não traria
Sequer a melodia
Em dias desiguais,
Vencer os meus anseios
Vivendo em devaneios
Tramando novo rumo,
E quando me percebo
Amor mero placebo
E nunca me acostumo.

65

Herético cantor
Pudesse adivinhar
O quanto do luar
Trouxesse novo amor,
A sorte a se compor
O medo a caminhar
Trazendo a divagar
Jardim sem paz e flor.
Esbarro no passado
E vejo e me degrado
Pousando muito aquém
Do quanto pude outrora
A vida me devora
E o tempo nunca vem...

66

Hipócrita talvez
Quem tanto quis o dia
Aonde não viria
O amor que se desfez
E quando a dor se fez
No todo que veria
Apenas fantasia
Domina a lucidez
Esbarro no passado
E sei do ledo e errado
Caminho sem proveito,
E quando mergulhara
Na noite atroz e amara
Sozinho, enfim me deito.


67

Horríveis tempestades
E nelas outras tantas
E quando me garantas
O quanto tu te evades
Deveras liberdades
São ermas, desencantas
E assim logo quebrantas
Meu mundo enfrenta as grades,
Restando este vazio
Ainda o desafio
E bebo o que não veio,
Apenas mergulhando
No dia mais infando
Sem ter sequer receio.

68

Humilde sonhador
Já não mais poderia
Ousar na fantasia
E crer num novo amor,
O tempo a se compor
No todo em agonia
A sorte, uma utopia
Matando cada flor,
Aprendo e já me dano
A vida em desengano
Promessa que é desfeita
E o canto sem sentido
Aonde dilapido
A noite onde se deita.

69

Ianques inimigos
Olhando de soslaio
Meu povo este lacaio
Em tantos desabrigos
Ao menos os castigos
Aonde o passo eu traio
Aos poucos quando caio
Os dias mais antigos,
Restauro cada enfado
E o quanto ainda invado
Em pensamento atroz
A sorte se desdenha
E seja como venha
Meu canto já sem voz.

19770

Ibéria dos meus sonhos
Agora tão distante
O quanto se garante
Jamais dirá risonhos,
Pois sei serem bisonhos
Os olhos doravante
E o tempo num instante
Traduz dias tristonhos.
Vagando sem destino
No todo não domino
Sequer a liberdade,
Ausente deste olhar
O porto onde ancorar,
A vida desagrade.


71

Ícones mais diversos
Os sonhos se aproximam
E sempre que se estimam
Ditando velhos versos
E neles vão imersos
Os tempos que se primam
Nos cantos quando oprimam
Momentos mais perversos
Já nada mais possuo
Pudera ser um duo
Aonde solitário,
Depois de certo tempo
A vida em contratempo
Mudando itinerário.

72

Idêntico caminho
Espero após a queda
Aonde o passo veda
O sonho mais daninho
E sei de cada espinho
E nisto se envereda
A vida quando seda
Ou traz canto mesquinho.
Reparo cada engano
E sei do quanto dano
Meu mundo sem sentido,
Depois de certos sonhos
Os dias mais medonhos
Aos poucos dilapido.

73

Iguarias que quero
Ausentes da esperança
E o tempo quando avança
Desenha o medo fero
E quando o quis sincero
Apenas mera lança
A sorte em confiança
O tempo não espero
Vestindo esta armadura
A vida não perdura
Nem trama uma saída
Depois de certo ocaso
Meu verso não aprazo
E expressa a despedida.

74

Iemanjá, rainha
Dos mares que adivinho
E bebo todo o vinho
Que a sorte ora continha,
Vagando em noite minha
O todo mais daninho
Já não produz espinho
A sorte em paz se alinha,
E o canto em louvação
Numa oferenda a mais
Enfrento os vendavais
E sei desta emoção
Ousando neste mar,
O quanto possa amar.

75

Ilimitado sonho
Aonde nada resta
Sequer a noite em festa
E o quanto mais proponho
Se tudo decomponho
A sorte não se empresta
E adentra cada fresta
Num tempo mais bisonho,
Escrevo em tom atroz
E nada diz de nós
Nem mesmo a fantasia,
Assídua companheira
A vida que se queira
Jamais se conhecia.

76

Imito a voz do sonho
E nada mais produzo
O quanto sou confuso
Por vezes mais tristonho
Meu mundo se enfadonho
O passo dita abuso
E o canto mais profuso
Aonde o vão proponho,
Esqueço cada verso
E sigo e me disperso
Na ausência da emoção,
Depois de certo engano
Deveras eu me dano
Sem rumo e direção.

77

Invades pensamentos
E tomas cada canto
E quando eu me garanto
A vida em teus lamentos
Os dias sofrimentos
E os olhos, desencanto
O manto diz quebranto
E sigo contra os ventos,
Atentos dias trago
E sei do velho estrago
Causado pelo medo,
E quando mergulhasse
Na sorte em novo impasse,
Ao nada eu me concedo.

78

Ionizada sorte
Transforma a poesia
E nisto não viria
O quanto me comporte,
Sem nada que inda corte
O marco dia a dia
O tempo em agonia
Restaura antigo norte,
Numa expressão diversa
A vida desconversa
E gera outro momento
E nele me entranhando
Aos poucos desde quando
Meu canto eu atormento.

79

Ipês, acácias sonho...
O mundo mais florido
E o tempo permitido
Além deste medonho
Caminho onde reponho
O quanto não duvido
E o sonho repartido
Expressa este ar risonho,
Esbarro nos engodos
E sei dos velhos lodos
E neles me entranhara
A sorte se desenha
Além do que convenha
Matando esta seara.

19780

Irado companheiro
Dos medos e das trevas
Aonde tu me levas
Talvez novo canteiro
O sim mais verdadeiro
Tramando em raras cevas
As horas mais longevas
O tempo alvissareiro,
Respondes com o canto
O quanto me garanto
E tento novo passo,
Depois de certos dias
Ainda não verias
A vida onde me traço.


19781

Iscas para a esperança
Amar e ser amado,
Um dia quando invado
A sorte que se lança
Ao menos já se cansa
O tempo desejado
E o mundo noutro fado
Perdera a confiança,
Vagando sem destino
Aonde eu determino
O fim de cada história
Não resta dentro em nós
Sequer a minha voz
Guardada em vã memória.

82

Itinerante sonho
Aonde pude um dia
Arcar com quem viria
E nisto além proponho
O tempo mais medonho
E nele esta sangria
Gerando a fantasia
E nada mais reponho,
Perdendo esta constância
A vida em discrepância
Ausência se moldara
E o tempo dominando
Cenário às vezes brando
Em lúbrica seara.

83

Já nada mais pudera
Quem tanto sabe o fim
Do pranto que há em mim
A vida diz da fera
E quando noutra esfera
Transcende o quanto enfim
Pudesse em meu jardim
Negar a primavera,
Ausente do futuro
O passo que inseguro
Ainda não se fez,
O canto sem emenda
O tempo não se venda
Nem gera a sensatez.

84

Jeitosamente a vida
Espera na tocaia
O quanto ainda traia
A sorte presumida,
E nada mais duvida
Quem sabe e não se esvaia
O gesto quando caia
Permite uma saída,
Espreitas envolvendo
O todo em mundo horrendo
Num caos que é mais geral,
O risco de sonhar,
A luta a se travar
O etéreo carnaval.

84

Jogado sobre a areia
O barco da esperança
Ao quanto a vida lança
E nada mais rodeia,
A sorte não se anseia
Nem mesmo a temperança
E sei desta pujança
E quando me incendeia.
Apenas não consigo
Vencer qualquer perigo
E crer noutro futuro,
Meu mundo sem verdade,
Aos poucos se degrade
E gere o tempo escuro.

85

Julgando qualquer sorte
Ainda que pudesse
Depois de qualquer prece
A vida não suporte
O manto que comporte
A luta onde se tece
Amor jamais se esquece
E dita sempre o norte,
Jorrando do passado
O sonho e nele invado
O tempo que virá,
Sabendo da promessa
O todo recomeça
E sinto desde já.

86

Lavando em dor e mágoa
O quanto pude crer
No raro amanhecer
No encanto onde deságua
A noite sem a frágua
O sonho de um prazer
Aonde o bem querer
Não traz do encanto esta água,
O verso se aproxima
E traz em novo clima
A vida sem sentido,
O canto onde se fez
A dura insensatez,
Momento dividido.

87

Levando a minha vida
Da forma que puder
Aonde o quanto quer
Já nada mais duvida,
A sorte resumida
Nos olhos da mulher
E sendo um bem qualquer
A luta comovida
Produz a sensação
Dos dias que verão
A imensa liberdade,
Ousando noutro passo
Caminho quando o traço
Aos poucos tudo invade.

88

Livrando o descaminho
Dos erros costumeiros
Aonde os meus luzeiros
Não trazem novo ninho,
Perdido e não mesquinho
Ascendo aos verdadeiros
Momentos derradeiros
E neles eu me aninho,
Vestindo a sorte imensa
A vida tão intensa
Jamais se sonegara,
Apenas refletindo
O quanto fora infindo
O amor em noite clara.

89

Louvando esta esperança
O tempo não permite
Que após qualquer limite
A vida já se cansa
O mundo em confiança
E nisto eu acredite
O tanto necessite
Do sonho onde se alcança,
A sorte não me traz
Momento mais audaz
E o sonho mais fecundo,
Presumo novo rumo
E quando me acostumo
Invade o nosso mundo.

19790

Lutando a cada dia
A sorte não me traz
Sequer o que se é audaz
E o tempo não traria,
Apenas a agonia
Ocaso dita a paz
E sei do contumaz
Momento onde teria,
Eu nada mais pudera
Além desta quimera
Navego sem destino,
E o caos gerando o acaso
O mundo onde me atraso
Também o que fascino.

91

Marcando cada passo
Aonde nada houvera
A sorte diz da fera
Que aos poucos teimo e traço
Vencido por cansaço
A luta desespera
O nada onde se gera
O rumo mais devasso,
Espero alguma luz
Enquanto se produz
Somente a solidão,
Depois de certo fato
A morte em vão resgato
E sei do mesmo não.

92

Mergulho no vazio
E sei que na verdade
A vida se degrade
E nada mais eu crio,
O sonho desafio
Aquém da liberdade
Ousar na claridade
Descendo o velho rio,
Nas curvas do caminho
Quem fora tão sozinho
Já não conhece a paz,
E o manto se transforma
E toma a rude forma
De um tempo mais mordaz.

93

Misturas entre sonhos
E dias mais audazes
E nisto tu me trazes
Os olhos enfadonhos,
Pudessem mais risonhos
Os cantos tão mordazes
Em lutas que tenazes
Refletem tons medonhos,
Esqueço o meu cenário
E o tempo necessário
É feito em tom diverso,
Se tanto poderia
Ousar em alegria
Gestando em paz meu verso.


94

Momentos onde eu pude
Apenas com meu canto
Ainda em desencanto
Viver nova atitude
E quanto mais se ilude
O risco dita o pranto
A voz eu agiganto
E o manto se faz rude,
Acaso não teria
Sequer a fantasia
Aonde descansar,
Vencido pelo medo,
O quanto do arvoredo
Presumo a se queimar.


95

Mudando a direção
Dos passos que pensara
Vencer nesta seara
Os ermos deste chão,
Os sonhos não verão
A noite bem mais clara
O mundo se notara
Em plena indecisão,
Confusa companheira
Ainda que se queira
A sorte não veria
O manto mais azul
Estrela que no sul
Desvenda a hipocrisia.

96

Navego sem destino
Em mares mais distantes
E mesmo que adiantes
O passo eu determino,
Vagando este menino
Em olhos radiantes
Vasculho por instantes
O canto cristalino,
Escapas destas mãos
E sei dos velhos chãos
Aonde nada nasce,
O mundo se desdenha
Nesta aridez que tenha
A sorte noutro impasse.

97

Negar qualquer caminho
A quem pudesse mais
Ainda quando trais
O tempo tão mesquinho
Vencendo o que avizinho
Imerso em vendavais
Os dias são fatais
E o sol sempre daninho.
Ocasionando a queda
De quem já se envereda
Ousando noutro passo,
Mas quando a noite vem
Decerto sem ninguém
O sonho é mais escasso.

98

Ninando cada sonho
Aonde pude crer
No raro amanhecer
No Amor que te proponho
E quando aquém me ponho
Pudesse com prazer
Gerar o anoitecer
Em ar bem mais risonho,
Esqueço cada verso
E sigo até disperso
Do quanto pude outrora,
Vencido por cansaço
Meu mundo em ti eu laço
E a vida revigora.

99

No pranto que rolaste
Negando cada dito
O tempo mais finito
A vida sem ter haste
Aonde se desgaste
O canto em novo rito
Mergulho e necessito
Da sorte sem desgaste,
Espero após o todo
Apenas outro engodo
E o medo onde resgato
Meu mundo em reticente
Caminho se pressente
Num tempo escuso, ingrato.

19800

Num átimo mergulho
E sei de cada engano
Aonde me profano
E vejo sem orgulho
A vida como entulho
Num passo onde me dano
O rumo dita o plano
E nisto me debulho
Vagando sem sentido
O mundo resumido
No errático cometa
E a sorte se presume
Aquém de qualquer cume
Enquanto se arremeta.