segunda-feira, 8 de novembro de 2010

19701 a 19800

1

Andando sem destino noite afora
O tempo não permite outro detalhe
E quando a própria vida nos retalhe
O medo se transborda e me apavora,
Aonde este vazio desancora
A vida a cada instante mais entalhe
E o todo noutro engodo já não falhe
E o canto sem sentido se demora.
Alegas ilusões e nada trazes
A vida em tais momentos mais audazes
Expressa a solidão e nada além,
Destarte o meu caminho se presume
Diverso do que possa, e sem o cume
Apenas a planície inerte vem.

2

Aonde quis um dia mais tranquilo
A lua não viria me trazer
Sequer o que pudesse dar prazer
E nesta solidão nada destilo,
Mergulho neste caos e assim desfilo
Deixando para trás o bem querer
Pudesse noutro rumo merecer
Um tempo sem temor, medo ou vacilo,
Bacilos entre tantas noites frias
E quanto mais os sonhos poderias
Ungir com tuas lavras, minha amiga,
O nada se aproxima do final,
O canto se mostrando desigual
Ainda quando a sorte em vão persiga.

3

Aquieta-se no peito esta vontade
De ter algum momento mais suave,
E a solidão deveras tanto agrade
O mundo que decerto agora evade,
O nada se transforma e a liberdade
Que fora no passado feito em ave
Agora se permite ao mesmo entrave
O mundo se desenha atrás da grade,
Expresso meus momentos em temor
E sei do quanto possa mais propor
Depois desta temida noite vaga
Assim ao me entregar sem mais defesas
As horas que julgara então ilesas
Traduzem cada barco que naufraga.

4

Arcaicas noites dizem do abandono
E sei do quanto pude e nada veio
Apenas o momento de receio
E nele este temor eu desabono,
O quanto do passado se fez dono
Do amor que nunca soube em devaneio
Das nuvens mais atrozes me rodeio,
E o mundo desabando em ledo sono,
Ocasos são diversos, mas sei bem
Do quanto na verdade não mais vem
Escrito nas estrelas do passado,
O mundo sem sentido noutro rumo,
E quando no final eu me acostumo,
Dos sonhos mais audazes sim, me evado.

5

Assisto ao quanto pude acreditar
E tento após a queda um novo instante
Enquanto o meu passado não garante
Sequer algum lugar pra descansar,
A vida se perdendo no luar
O medo se expressando doravante
A luta na verdade se agigante
E a morte toma tudo a divagar.
Ousasse noutro passo, no final
Meu mundo se desenha sempre igual
No caos gerando em nós o sofrimento,
Apenas a verdade me redime
E sei do quanto possa ser sublime
O tempo aonde o sonho eu alimento.

6

Atento a cada passo sigo além
Da queda que deveras se aproxima
E a sorte se transforma e noutro clima
O medo na verdade me detém
O amor quando demais não mais convém
E gera o também já não redima
Matando o que pudesse em auto-estima
Deixando da esperança eu ser refém,
Augusta noite expressa a sensação
Dos dias que deveras não verão
Sequer o menor brilho da esperança.
Meu passo em mansidão de nada vale,
Aonde procurara a dor exale
E o sonho se perdendo ao fim se lança.

7

Augusta noite após a tempestade
É tudo o que quisera e nunca veio,
Ainda que percorra em devaneio
Apenas o vazio agora invade,
E o todo se traduz na ansiedade,
Encontro a solidão, e nela um meio
Aonde o meu futuro em vão rodeio
Gerando do passado algema e grade,
Esqueço cada passo e sigo aquém
Do todo que deveras não convém
A quem bem poderia ser diverso,
Matando o meu caminho sem sentido,
Aos poucos deste sonho até duvido
Marcando com terror meu ledo verso.

8

Avisos que escutasse no passado
Já não mais traduzissem meu futuro
E quando a cada instante eu me asseguro
Do tempo aonde nada agora invado,
O corte tantas vezes desejado
O dia neste imenso caos, escuro
E o verso desprovido eu amarguro
Ousando cada dia sem legado,
A vida não se dando a quem se deu
O mundo não seria jamais meu
Tampouco a sorte adentra o meu caminho,
E quando se pressente o fim de tudo
Aos poucos sem certeza desiludo
E sigo sem sentido algum, mesquinho.

9

Azares entre quedas e temores
Ancoro meu anseio no teu braço
E o tempo sem sentido algum eu traço
Seguindo sem sequer tu mais te opores
E sei dos meus jardins e suas cores,
O dia se traduz em tal cansaço
E o manto desbotado perde espaço
E gera da ilusão somente dores,
Mergulho no vazio e nada tendo
Sequer o quanto possa mais horrendo
O vento não avisa do que traz,
E o pranto se desenha em minha face
Ainda que o futuro não mostrasse
O sonho se aproxima tão mordaz.

19710

Bancando o sonhador, já nada vejo
Sequer a sombra mesmo da esperança
E quando a noite embrenha e o sonho avança
Deixando para trás algum desejo
Momento que pudera benfazejo
A vida se traduz nesta lembrança
E quantas vezes nada ao fim se lança
No tempo mais audaz, atroz e andejo.
Resumos de momentos, vida inteira
E nada mais que possa ou já se queira
Traduz alguma sorte ou mesmo a fé,
O dia se perdendo na mortalha
A vida sem sentido me atrapalha
E o tempo se anuncia em vã galé.


11

Bebendo cada gole da esperança
Espero a sorte após a derrocada
E nada mais se vendo nesta estrada
A vida no vazio ora se lança
E o quanto poderia e não alcança
Espelha a mesma luz desarvorada
E sei do quanto pude em destinada
Manhã em meio à rude temperança
Esquivo caminheiro do não ser
Apresentando apenas desprazer
Espero pelo menos melhor sorte,
Não pude recolher felicidade
E o quanto na verdade ora se evade
Traduz o que jamais, pois me conforte.


12

Bisonha face expondo o meu caminho
E nada mais pudesse adivinhar
Espero novo dia a procurar
O quanto de meu ser se fez mesquinho,
Ainda quando em nada em vão me alinho,
Bebendo esta vontade de lutar
Açoda-me o saber deste luar
Diverso do que trago, em dor e espinho.
Ainda quando pude ter diverso
Cenário aonde em noite escusa eu verso
Propondo alguma sorte e nada veio,
Acolho os pesadelos e não trago
Sequer o quanto pude em cada estrago
No passo sem sentido e mesmo alheio.

13

Borrascas são comuns neste oceano
E o medo não me deixa navegar
Aonde poderia te encontrar
A cada novo tempo mais me dano,
O sonho onde pudesse ser humano
O corte se aproxima devagar
Sem nada que fazer ou desejar
Apenas a mortalha dita o plano.
Escura noite traz neste horizonte
A turva tempestade e desaponte
Quem tanto desejara um brilho ao menos,
Mas sei dos meus caminhos sem sentido,
E os dias que deveras dilapido
Serão eternamente; tão pequenos.

14

Brilhasse alguma luz, ou mesmo um sol
Depois de tanto medo em vida atroz,
O sonho desabando antes da foz,
Inunda com terror todo o arrebol,
Seguira o meu caminho sempre em prol
Do amor que imaginara mais veloz
E sei que no final ou mesmo após
O tempo se desenha sem farol,
Espalhas tempestades quando vejo
O tanto desenhado em malfazejo
Cenário feito em treva medo e dor,
Depois de tantos anos, desengano
O mundo vai puindo cada pano,
E o tempo se transforma, sem louvor.

15

Buscando alguma forma de sonhar
Tentando adivinhar algum caminho
E quando neste infausto tom me alinho
O mundo não pudesse adivinhar,
Meu verso se perdendo sem notar
O quanto da saudade dita espinho,
O manto se permite e quando aninho
O preço tão diverso a se pagar.
Escuto o mar distante desta areia
E quando a noite invade e já rodeia
O sonho de um poeta sem futuro,
Apenas solidão descubro enfim
Dos sonhos meramente algum motim,
Num porto que jamais fora seguro.

16

Blasfêmias simplesmente
O quanto houvera além
Do todo que inda vem
E o tempo não desmente
O corte mais freqüente
Amor dita o refém
E gera o que não tem
Sequer o quanto alente,
Vestindo a fantasia
De quem já poderia
Ao menos ser feliz,
Meu mundo desabando
A sorte em contrabando
Diversa da que eu quis.

17

Cabendo dentro em mim
O todo que pudesse
Ousando noutra prece
Amor já não tem fim,
E o vento diz assim
Do quanto ora fenece
O passo compadece
E o verso faz motim.
Escusas; não percebes
E sei de velhas sebes
Ausentes da esperança
Num outonal momento
A vida quando tento
Ao nada enfim me lança.

18

Cerzindo a tempestade
Aonde o nada houvera
A sorte desta fera
Aos poucos se degrade,
A vida em realidade
Já não mais se tempera
E o todo degenera
O quanto em dor invade,
Escuto a voz do mar
E bebo até cansar
O sonho que não veio,
Olhando para trás
A sorte se desfaz
Gerando outro receio.

19

Cimitarras e adagas
Alento já não resta
A quem tanto se empresta
E nisto não me afagas
As dores quando alagas
Adentram cada fresta
Sonegam toda a festa
Destroça velhas plagas,
Ouvindo a tua voz
Já nada mais em nós
Permite qualquer sonho,
E o vândalo momento
Aonde o canto eu tento
Deveras é medonho.

19720

Clivando cada sonho
Imerso em noite vã
A vida sem manhã
O tempo é mais bisonho.
Já nada mais proponho
Na sorte temporã
E o canto noutro afã
O dia em paz, risonho.
Escuto a voz de quem
Pudera e sempre vem
Domando cada dia
E o resto não se vendo
Aonde sou remendo
Da pobre poesia.

21

Cortante fantasia
Adentra o peito quando
O mundo desabando
Ao nada se faria
E o medo não adia
O tempo em contrabando
A sorte neste infando
Retrato da agonia.
Escuto o quanto posso
E sei somente nosso
Meu mundo e nada mais,
Ainda quando tento
Enfrento o sofrimento
Em dias tão venais.

22

Cruzando este oceano
Meu mundo não coubera
Na sorte leda e fera
No tempo em que me dano,
E quando um desumano
Cenário dita a espera
O todo noutra esfera
Provoca o sonho insano,
Esbarro nos meus erros
E tento além dos cerros
Algum campo suave,
Mas quando nada vejo
Na sombra de um desejo,
O tempo sempre entrave.

23

Chamando por teu nome
A vida não permite
Além deste limite
O quanto se consome,
E nada aplaca a fome
Ou mesmo se acredite
No tom onde palpite
O sonho que não dome,
Vestindo a noite obtusa
A sorte sempre abusa
E gera a confusão,
Cenário tão disperso
Do quanto agora verso
Nos erros que virão.

24

Colhendo cada fruto
Daqueles que plantara
Adentro esta seara
Em passo mais astuto
E quando ali reluto
O manto em noite clara,
A porta se escancara
Num dia atroz e bruto,
O medo se aproxima
E muda inteiro o clima
Gerando esta estação
Mortalhas do passado
No tempo aonde evado
Os dias que virão.

19725

Cumprindo cada etapa
Da vida em desvario
Aonde eu desafio
O mundo não escapa
E vejo a sorte e a capa
No tanto mais sombrio
Esbarro neste fio
Que a vida não encapa,
Escolho outro momento
E sei do quanto tento
Sem ter sequer a sorte
De quem já não se faz
Além do mais audaz
Caminho onde suporte.

26

Da noite desejada
Apenas mera luz
E quanto me seduz
A velha e longa estrada
Marcando neste nada
O todo reproduz
Ainda a mesma cruz
No sonho desenhada,
A sorte se presume
E sem o teu perfume
Meu mundo não se faz
Diverso do que pude
E mesmo sendo rude
Meu passo é mais audaz.

27

Desejo alguma sorte
A quem se fez inteira
E nada mais se queira
Senão quanto comporte
A vida neste norte
E nela esta bandeira
Alçando a derradeira
Noção que me conforte,
Restando do passado
O dia imaculado
O tempo sem anseio
A morte se aproxima
E nisto muda o clima
E nela eu me rodeio.

28

Ditames tão ferinos
Ousando muito além
Do quanto sempre vem
Em ledos desatinos,
Os olhos cristalinos
A sorte deste alguém
E o mundo não convém
Aos sonhos de meninos,
Escalo a tempestade
E bebo a cordilheira
Aonde nada queira
E o medo nos invade
Espero pelo menos
Momentos mais amenos...


29

Domino esta vontade
E tento muito mais
Que meros vendavais
Ou mesmo tempestade,
A sorte se degrade
O canto em tons venais
O dia em tons iguais
Além desta ansiedade,
Vertendo neste olhar
O quanto imaginar
E nada mais se visse,
Depois de certo tempo
A vida em contratempo
Traduz esta mesmice.

19730

Dramática loucura
A luta não termina
E sei da nossa sina
Aonde se tortura
Resumo em amargura
O quanto diz da mina
A vida determina
A noite após, escura.
Esculpo do vazio
Enquanto desafio
Um dia mais tranquilo
E o caos se transformando
Aonde fora brando
E a morte ora desfilo.


31

Durante a vida inteira
Pudesse pelo menos
Vencer os teus venenos
Na sorte que se queira
E sei da verdadeira
Imagem nos amenos
Momentos quando em plenos
Cenários; lua esgueira
O tempo se refaz
E nisto deixa atrás
O quanto não pudera
Vencer os descaminhos
Em dias mais daninhos
A solidão/pantera.

32

E a noite se aproxima
Tomando cada instante
E nisto não garante
Sequer um novo clima
O tempo que se estima
A vida radiante
O corte doravante
Esbarra e não redima
Aprendo com engano
E sei quando me dano
Ousando muito além
Do todo sem sentido
Num mundo desprovido
Enquanto nada vem.

33

A alegre melodia
Já não se ouvira mais
Bebendo os temporais
A sorte enfim se adia
E o quanto em harmonia
Expressa em divinais
Momentos desiguais
E neles a euforia
Escalo cada monte
E quanto mais se aponte
O todo no vazio,
Ainda sendo assim
Vislumbro o ledo fim
E nisto, o desafio.

34

Ébrio por tanta vez
Jamais pude sonhar
Aonde navegar
E mesmo que não vês
O todo em altivez
Depressa a imaginar
Pudesse caminhar
E tudo se desfez,
Reparo cada lua
E sinto a deusa nua
E dela me aproximo,
Meu canto seresteiro
Pudesse o tempo inteiro
Vencer o lodo e o limo.

35

Ecoa dentro da alma
O som de adoração
Dos dias que virão
Já nada mais acalma
O tempo dita o trauma
Imensa aberração
E os dias de verão
Conheço cada palma,
Esqueço o descaminho
E sigo mais sozinho
Buscando apenas paz,
O rústico cenário
É sempre necessário
Enquanto se desfaz.

36

Edito novo sonho
E sei do quanto pude
Em tempo atroz e rude
Às vezes enfadonho
Aonde o que proponho
Tomando uma atitude
Expressa o quanto ilude
E nisto me envergonho
Do tempo sem limites
E nele te permites
Ousar em novo espaço
Depois de tanto engano
O corte que profano
Traduz o quanto faço.

37

E espero qualquer sol
Aonde fora inverno
E quando amor externo
Tentando este farol
No sonho em arrebol
A vida dita inferno
E o quanto quis mais terno
Agora nunca em prol,
Esqueço da verdade
E sei do quanto esquivo
Não busco lenitivo
Nem mesmo o que me agrade
Apenas asseguro
Em paz o meu futuro.

38

Efêmero momento
Perdendo a direção
E nele não verão
As dores nem alento
E quando o sonho invento
Moldando esta estação
A velha embarcação
Enfrenta inteiro o vento,
E sei do quanto pude
Embora sendo rude
Nefasto caminhar,
Inteiro e sem defesa
Seguindo a correnteza
Adentro o imenso mar.

39

Egrégia fantasia
Tomando o meu cenário
Num tempo necessário
Aonde o bem havia
Marcando o dia a dia,
No canto imaginário
O manto este corsário
Já nada mais traria,
Somente o medo e o caos
Ascendo outros degraus
E sei da queda ao fim,
Do todo desejado
Apenas me degrado
E morro um pouco em mim

40

É hoje o dia amargo
Enquanto a sorte traça
Além desta fumaça
O tempo que não largo,
A voz agora embargo
E o tanto quanto escassa
Verdade não mais passa
Vivendo sempre ao largo,
Escondo os pensamentos
E sei dos desatentos
Momentos mais venais,
O tanto quanto pude
Agora se faz rude
E traz os vendavais.

41

Eis aqui o meu fim
E nada mais pudera
Sentir senão a fera
Rondando o sonho em mim,
Aprendo sempre assim
Gerando o que se espera
E nisto destempera
O amor enquanto eu vim,
Restando dentro em nós
O corte mais feroz
O medo sem certeza
E o vasto desejar
Pudesse navegar
Enfrento a correnteza.

42

Ejeta-se o passado
E nada mais se vendo
Aonde este remendo
Já fora demonstrado
E quanto tento e brado
O todo se prevendo
O mundo mais horrendo
Será nosso recado,
O pranto se transcorre
E o canto já de porre
Não deixa qualquer luz,
Ainda quando o quis
Jamais serei feliz
Ao nada me conduz.

43

Elevo a minha voz
E tento outro cenário
E sei do necessário
Delírio em leda foz,
A sorte nosso algoz
O dia temerário
O corte temporário
O mundo morto em nós
Já nada mais sustenta
A lida que sangrenta
Não pude contornar
Depois do desalento
O quanto ainda tento
Não tendo mais lugar


44

Embora seja assim
O tempo imaginado
O corte desejado
Não diz do quanto eu vim,
Vestindo este estopim
O mundo enquanto invado
Traduz o meu passado
E mata tudo em mim.
Não pude acreditar
Nas ânsias do luar
Nem mesmo em cada raio
E quando me imagino
Ainda sou menino
E o passo, eu sempre traio.

45

Entoas a canção
E nela se traduz
A sorte imensa e a luz
Que os dias me trarão
Aonde fora em vão
O corte reproduz
O todo que seduz
E nega a direção
Esqueço o que viria
Tramando em poesia
O tempo mais feliz
Meu canto se desaba
E a sorte então se gaba
Do quanto já não fiz.

46

Eólica esperança
Vagando em ar imenso
E quando em ti eu penso
Meu mundo já se cansa
E a noite em tal pujança
Traçando o tempo intenso
Vestindo o quanto é tenso
Meu mundo sem fiança
Já não me caberia
Saber da fantasia
Nem mesmo do futuro
E o passo no vazio
Ainda desafio
E nada eu asseguro.

47

Epístolas e ditos
Momentos variados
Os sonhos depredados
Os olhos infinitos,
Ainda em velhos ritos
Os tempos desenhados,
Olhando para os lados,
Escuto vozes, gritos,
E sei do quanto pude
Em plena magnitude
Vencer os meus temores,
E sigo sem destino
E quando me fascino
Já não quero louvores.

48

Equânime vontade
Idêntico caminho
Aonde o ser mesquinho
Deveras desagrade,
O tempo rompe a grade
E adentra cada espinho
O todo aonde alinho
Meu canto ora se evade,
Esqueço algum futuro
E o nada que asseguro
Implode o sentimento,
Depois de certos anos,
A vida em tantos danos
Um cais em paz invento.

49

Errático cometa
A vida não se dera
A quem em louca espera
Deveras se prometa
Vencendo o que arremeta
Aprendo a primavera
E sei de cada esfera
Escondo o que acometa
Meu passo em tal temor
Vivendo além da flor
O fruto da esperança
Momento mais sublime
Aonde se redime
O canto onde se lança.

19750

Espero um pouco mais
E vejo o quanto pude
Depois da plenitude
Momentos desiguais
Enfrento os vendavais
E tento a juventude,
Mas tudo já me ilude
A vida diz jamais,
Espero na tocaia
O quanto se distraia
A morte num instante,
Mas sei do bote e enfim,
O todo dita o fim,
Mais nada doravante.

51

Eterna sensação
Etéreo sentimento
O quanto ainda tento
Em dias que virão
Ousando em precisão
Adentro o pensamento
E a paz que me alimento
Do sonho é tradução,
Aprendo com a queda
E o todo se envereda
No cais distante e além
Do tanto quanto pude
Vivendo em plenitude
Amor que nos convém.

52

Eu quero este momento
Em paz e claridade
O todo não degrade
O quanto agora eu tento
Olhar bem mais atento
Traduz a liberdade
E vejo em claridade
O dia em novo alento,
Assim ao me entregar
Sem ter o que contar
Apenas por saber
Da vida como fosse
Um mar ledo e agridoce
Distante do prazer.

53

Eviscerado sonho
Já não comportaria
O quanto esta agonia
Traduz em ar medonho,
E quando além proponho
Encontro a fantasia
Matando em serventia
O manto onde me exponho.
Vagando sem destino
Aonde me alucino
Somente não resiste
O olhar de quem se fez
Aquém da lucidez
E sabe o quanto é triste.

54

Excêntrico cantor
O sonho em tal seresta
Ainda quando resta
Traduz em rara dor
O quanto a me propor
A sorte adentra a festa
E mata em tez funesta
O canto a se compor.
Navego em solidão
Os dias não trarão
Sequer um manso brilho
E quando solitário
No velho itinerário
A morte eu também trilho.

55

Fagulhas da esperança
Alcançam cada olhar
Pudesse caminhar
Aonde a voz alcança
A sorte em nova dança
Sonhando devagar,
Caminho a divagar
E nisto esta aliança
Expressa o quanto pude
E mesmo sendo rude
Já não me calaria,
O canto se espalhando
O mundo em contrabando
O verso, uma heresia.

53

Felicidade existe?
Já não mais a concebo
Amor velho placebo
No coração mais triste
E quando assim persiste
Deveras eu recebo
O todo onde percebo
O mundo que resiste,
Invisto o meu futuro
No quanto em vão procuro
E bebo o temporal,
O dia refletira
Apenas a mentira
Num velho ritual.

54

Findando cada história
No mar sem mais alento
O sonho que inda tento
Trazendo na memória
A vida merencória
E o tempo em sofrimento
Do todo este momento
Traduz a velha escória,
Expresso em solidão
Momentos que verão
Apenas o meu fim.
Do todo desejado
Ainda quando invado
A morte viva em mim

55

Flagrantes ilusões
E nelas outro ocaso
A vida diz do prazo
E nela as emoções
Traduzem e me expões
O quanto ainda atraso
E sei do velho acaso
E nele as provisões,
Espero alguma sorte
E nada me conforte
Sequer o que sonhara,
A vida sem promessa
O todo recomeça
Em noite mais amara.

56

Formasse nova estrada
Após a tempestade,
No mundo que degrade
A sorte não se evada,
Adentro a madrugada
E bebo a liberdade
E nesta claridade
Não resta quase nada,
Somente o desengano
E quando aquém me dano
Expresso a solidão,
Na solidez do fato
Apenas me retrato
Em turva direção.

57

Franzino sonhador
O passo não permite
Além deste palpite
As sendas de um amor,
Pudesse em teu louvor
O todo onde acredite
E nisto necessite
De um tempo em teu calor,
O manto que recobre
O sonho audaz e nobre
Diverge do real,
E assim ao me entregar
Sem ter sequer lugar
O mundo é sempre igual.

58

Fundando a minha sina
Nos ermos da montanha
A vida dita a sanha
E o passo determina
O quanto mais fascina
E gera o que se ganha
Aonde a paz se entranha
O corte me ilumina,
Ousasse noutro espaço
E quando enfim eu traço
A rota preferida
Esqueço cada reta
A sorte não completa
E traça a despedida.

59

Galante caminheiro
Das noites sem igual,
O tempo magistral
As flores no canteiro
E quando em ti me inteiro
O mundo em ritual
Expressa o mais venal
Cenário derradeiro,
Encontro a cada passo
O quanto quero e traço
Deixando no passado,
Meu canto sem sentido
E assim não mais duvido
Do amor anunciado.

19760

Gerando um novo dia
Após a tempestade
A sorte não degrade
Quem tanto mais queria
Vencer a fantasia
E o verso na verdade
Presume a liberdade
E mata esta agonia.
Resumo em verso e luz
O quanto me seduz
O tempo mais sutil,
O quadro se tecendo
Aonde fora horrendo
Beleza então se viu.

61

Girando sem sentido
A vida não pudera
Traçar além da espera
O quanto não duvido,
Encontro o já perdido
Desejo em longa esfera
O tempo destempera
E traz o que lapido
Vagando sem destino
Aos poucos me alucino
E perco a direção
Sem porto, mar e cais
Adentro os vendavais
Embora saiba em vão.

62

Gostoso este veneno
Aonde me entranhara
Vivendo esta seara
Momento mais sereno,
O quanto se fez pleno
O tempo se escancara
E a noite outrora clara
Envolve e me condeno,
Ascendo ao infinito
E quando necessito
Apenas mera paz,
O canto se esvaindo
Num tempo aonde infindo
Meu mundo não se faz.


63

Gritando sem sentido
O tempo não pudera
Gerando a velha fera
E nisto desvalido
Caminho desprovido
Da sorte que tempera
O canto em nova esfera
Ao menos eu lapido,
O riso mais audaz
O tempo sempre traz
E dita outra verdade
Aonde o meu caminho
Pudesse ser sozinho
E a sorte ora degrade.

64


Havia muito mais
Do quanto poderia
Ainda a cada dia
Exposto aos vendavais
Os dias rituais
A sorte não traria
Sequer a melodia
Em dias desiguais,
Vencer os meus anseios
Vivendo em devaneios
Tramando novo rumo,
E quando me percebo
Amor mero placebo
E nunca me acostumo.

65

Herético cantor
Pudesse adivinhar
O quanto do luar
Trouxesse novo amor,
A sorte a se compor
O medo a caminhar
Trazendo a divagar
Jardim sem paz e flor.
Esbarro no passado
E vejo e me degrado
Pousando muito aquém
Do quanto pude outrora
A vida me devora
E o tempo nunca vem...

66

Hipócrita talvez
Quem tanto quis o dia
Aonde não viria
O amor que se desfez
E quando a dor se fez
No todo que veria
Apenas fantasia
Domina a lucidez
Esbarro no passado
E sei do ledo e errado
Caminho sem proveito,
E quando mergulhara
Na noite atroz e amara
Sozinho, enfim me deito.


67

Horríveis tempestades
E nelas outras tantas
E quando me garantas
O quanto tu te evades
Deveras liberdades
São ermas, desencantas
E assim logo quebrantas
Meu mundo enfrenta as grades,
Restando este vazio
Ainda o desafio
E bebo o que não veio,
Apenas mergulhando
No dia mais infando
Sem ter sequer receio.

68

Humilde sonhador
Já não mais poderia
Ousar na fantasia
E crer num novo amor,
O tempo a se compor
No todo em agonia
A sorte, uma utopia
Matando cada flor,
Aprendo e já me dano
A vida em desengano
Promessa que é desfeita
E o canto sem sentido
Aonde dilapido
A noite onde se deita.

69

Ianques inimigos
Olhando de soslaio
Meu povo este lacaio
Em tantos desabrigos
Ao menos os castigos
Aonde o passo eu traio
Aos poucos quando caio
Os dias mais antigos,
Restauro cada enfado
E o quanto ainda invado
Em pensamento atroz
A sorte se desdenha
E seja como venha
Meu canto já sem voz.

19770

Ibéria dos meus sonhos
Agora tão distante
O quanto se garante
Jamais dirá risonhos,
Pois sei serem bisonhos
Os olhos doravante
E o tempo num instante
Traduz dias tristonhos.
Vagando sem destino
No todo não domino
Sequer a liberdade,
Ausente deste olhar
O porto onde ancorar,
A vida desagrade.


71

Ícones mais diversos
Os sonhos se aproximam
E sempre que se estimam
Ditando velhos versos
E neles vão imersos
Os tempos que se primam
Nos cantos quando oprimam
Momentos mais perversos
Já nada mais possuo
Pudera ser um duo
Aonde solitário,
Depois de certo tempo
A vida em contratempo
Mudando itinerário.

72

Idêntico caminho
Espero após a queda
Aonde o passo veda
O sonho mais daninho
E sei de cada espinho
E nisto se envereda
A vida quando seda
Ou traz canto mesquinho.
Reparo cada engano
E sei do quanto dano
Meu mundo sem sentido,
Depois de certos sonhos
Os dias mais medonhos
Aos poucos dilapido.

73

Iguarias que quero
Ausentes da esperança
E o tempo quando avança
Desenha o medo fero
E quando o quis sincero
Apenas mera lança
A sorte em confiança
O tempo não espero
Vestindo esta armadura
A vida não perdura
Nem trama uma saída
Depois de certo ocaso
Meu verso não aprazo
E expressa a despedida.

74

Iemanjá, rainha
Dos mares que adivinho
E bebo todo o vinho
Que a sorte ora continha,
Vagando em noite minha
O todo mais daninho
Já não produz espinho
A sorte em paz se alinha,
E o canto em louvação
Numa oferenda a mais
Enfrento os vendavais
E sei desta emoção
Ousando neste mar,
O quanto possa amar.

75

Ilimitado sonho
Aonde nada resta
Sequer a noite em festa
E o quanto mais proponho
Se tudo decomponho
A sorte não se empresta
E adentra cada fresta
Num tempo mais bisonho,
Escrevo em tom atroz
E nada diz de nós
Nem mesmo a fantasia,
Assídua companheira
A vida que se queira
Jamais se conhecia.

76

Imito a voz do sonho
E nada mais produzo
O quanto sou confuso
Por vezes mais tristonho
Meu mundo se enfadonho
O passo dita abuso
E o canto mais profuso
Aonde o vão proponho,
Esqueço cada verso
E sigo e me disperso
Na ausência da emoção,
Depois de certo engano
Deveras eu me dano
Sem rumo e direção.

77

Invades pensamentos
E tomas cada canto
E quando eu me garanto
A vida em teus lamentos
Os dias sofrimentos
E os olhos, desencanto
O manto diz quebranto
E sigo contra os ventos,
Atentos dias trago
E sei do velho estrago
Causado pelo medo,
E quando mergulhasse
Na sorte em novo impasse,
Ao nada eu me concedo.

78

Ionizada sorte
Transforma a poesia
E nisto não viria
O quanto me comporte,
Sem nada que inda corte
O marco dia a dia
O tempo em agonia
Restaura antigo norte,
Numa expressão diversa
A vida desconversa
E gera outro momento
E nele me entranhando
Aos poucos desde quando
Meu canto eu atormento.

79

Ipês, acácias sonho...
O mundo mais florido
E o tempo permitido
Além deste medonho
Caminho onde reponho
O quanto não duvido
E o sonho repartido
Expressa este ar risonho,
Esbarro nos engodos
E sei dos velhos lodos
E neles me entranhara
A sorte se desenha
Além do que convenha
Matando esta seara.

19780

Irado companheiro
Dos medos e das trevas
Aonde tu me levas
Talvez novo canteiro
O sim mais verdadeiro
Tramando em raras cevas
As horas mais longevas
O tempo alvissareiro,
Respondes com o canto
O quanto me garanto
E tento novo passo,
Depois de certos dias
Ainda não verias
A vida onde me traço.


19781

Iscas para a esperança
Amar e ser amado,
Um dia quando invado
A sorte que se lança
Ao menos já se cansa
O tempo desejado
E o mundo noutro fado
Perdera a confiança,
Vagando sem destino
Aonde eu determino
O fim de cada história
Não resta dentro em nós
Sequer a minha voz
Guardada em vã memória.

82

Itinerante sonho
Aonde pude um dia
Arcar com quem viria
E nisto além proponho
O tempo mais medonho
E nele esta sangria
Gerando a fantasia
E nada mais reponho,
Perdendo esta constância
A vida em discrepância
Ausência se moldara
E o tempo dominando
Cenário às vezes brando
Em lúbrica seara.

83

Já nada mais pudera
Quem tanto sabe o fim
Do pranto que há em mim
A vida diz da fera
E quando noutra esfera
Transcende o quanto enfim
Pudesse em meu jardim
Negar a primavera,
Ausente do futuro
O passo que inseguro
Ainda não se fez,
O canto sem emenda
O tempo não se venda
Nem gera a sensatez.

84

Jeitosamente a vida
Espera na tocaia
O quanto ainda traia
A sorte presumida,
E nada mais duvida
Quem sabe e não se esvaia
O gesto quando caia
Permite uma saída,
Espreitas envolvendo
O todo em mundo horrendo
Num caos que é mais geral,
O risco de sonhar,
A luta a se travar
O etéreo carnaval.

84

Jogado sobre a areia
O barco da esperança
Ao quanto a vida lança
E nada mais rodeia,
A sorte não se anseia
Nem mesmo a temperança
E sei desta pujança
E quando me incendeia.
Apenas não consigo
Vencer qualquer perigo
E crer noutro futuro,
Meu mundo sem verdade,
Aos poucos se degrade
E gere o tempo escuro.

85

Julgando qualquer sorte
Ainda que pudesse
Depois de qualquer prece
A vida não suporte
O manto que comporte
A luta onde se tece
Amor jamais se esquece
E dita sempre o norte,
Jorrando do passado
O sonho e nele invado
O tempo que virá,
Sabendo da promessa
O todo recomeça
E sinto desde já.

86

Lavando em dor e mágoa
O quanto pude crer
No raro amanhecer
No encanto onde deságua
A noite sem a frágua
O sonho de um prazer
Aonde o bem querer
Não traz do encanto esta água,
O verso se aproxima
E traz em novo clima
A vida sem sentido,
O canto onde se fez
A dura insensatez,
Momento dividido.

87

Levando a minha vida
Da forma que puder
Aonde o quanto quer
Já nada mais duvida,
A sorte resumida
Nos olhos da mulher
E sendo um bem qualquer
A luta comovida
Produz a sensação
Dos dias que verão
A imensa liberdade,
Ousando noutro passo
Caminho quando o traço
Aos poucos tudo invade.

88

Livrando o descaminho
Dos erros costumeiros
Aonde os meus luzeiros
Não trazem novo ninho,
Perdido e não mesquinho
Ascendo aos verdadeiros
Momentos derradeiros
E neles eu me aninho,
Vestindo a sorte imensa
A vida tão intensa
Jamais se sonegara,
Apenas refletindo
O quanto fora infindo
O amor em noite clara.

89

Louvando esta esperança
O tempo não permite
Que após qualquer limite
A vida já se cansa
O mundo em confiança
E nisto eu acredite
O tanto necessite
Do sonho onde se alcança,
A sorte não me traz
Momento mais audaz
E o sonho mais fecundo,
Presumo novo rumo
E quando me acostumo
Invade o nosso mundo.

19790

Lutando a cada dia
A sorte não me traz
Sequer o que se é audaz
E o tempo não traria,
Apenas a agonia
Ocaso dita a paz
E sei do contumaz
Momento onde teria,
Eu nada mais pudera
Além desta quimera
Navego sem destino,
E o caos gerando o acaso
O mundo onde me atraso
Também o que fascino.

91

Marcando cada passo
Aonde nada houvera
A sorte diz da fera
Que aos poucos teimo e traço
Vencido por cansaço
A luta desespera
O nada onde se gera
O rumo mais devasso,
Espero alguma luz
Enquanto se produz
Somente a solidão,
Depois de certo fato
A morte em vão resgato
E sei do mesmo não.

92

Mergulho no vazio
E sei que na verdade
A vida se degrade
E nada mais eu crio,
O sonho desafio
Aquém da liberdade
Ousar na claridade
Descendo o velho rio,
Nas curvas do caminho
Quem fora tão sozinho
Já não conhece a paz,
E o manto se transforma
E toma a rude forma
De um tempo mais mordaz.

93

Misturas entre sonhos
E dias mais audazes
E nisto tu me trazes
Os olhos enfadonhos,
Pudessem mais risonhos
Os cantos tão mordazes
Em lutas que tenazes
Refletem tons medonhos,
Esqueço o meu cenário
E o tempo necessário
É feito em tom diverso,
Se tanto poderia
Ousar em alegria
Gestando em paz meu verso.


94

Momentos onde eu pude
Apenas com meu canto
Ainda em desencanto
Viver nova atitude
E quanto mais se ilude
O risco dita o pranto
A voz eu agiganto
E o manto se faz rude,
Acaso não teria
Sequer a fantasia
Aonde descansar,
Vencido pelo medo,
O quanto do arvoredo
Presumo a se queimar.


95

Mudando a direção
Dos passos que pensara
Vencer nesta seara
Os ermos deste chão,
Os sonhos não verão
A noite bem mais clara
O mundo se notara
Em plena indecisão,
Confusa companheira
Ainda que se queira
A sorte não veria
O manto mais azul
Estrela que no sul
Desvenda a hipocrisia.

96

Navego sem destino
Em mares mais distantes
E mesmo que adiantes
O passo eu determino,
Vagando este menino
Em olhos radiantes
Vasculho por instantes
O canto cristalino,
Escapas destas mãos
E sei dos velhos chãos
Aonde nada nasce,
O mundo se desdenha
Nesta aridez que tenha
A sorte noutro impasse.

97

Negar qualquer caminho
A quem pudesse mais
Ainda quando trais
O tempo tão mesquinho
Vencendo o que avizinho
Imerso em vendavais
Os dias são fatais
E o sol sempre daninho.
Ocasionando a queda
De quem já se envereda
Ousando noutro passo,
Mas quando a noite vem
Decerto sem ninguém
O sonho é mais escasso.

98

Ninando cada sonho
Aonde pude crer
No raro amanhecer
No Amor que te proponho
E quando aquém me ponho
Pudesse com prazer
Gerar o anoitecer
Em ar bem mais risonho,
Esqueço cada verso
E sigo até disperso
Do quanto pude outrora,
Vencido por cansaço
Meu mundo em ti eu laço
E a vida revigora.

99

No pranto que rolaste
Negando cada dito
O tempo mais finito
A vida sem ter haste
Aonde se desgaste
O canto em novo rito
Mergulho e necessito
Da sorte sem desgaste,
Espero após o todo
Apenas outro engodo
E o medo onde resgato
Meu mundo em reticente
Caminho se pressente
Num tempo escuso, ingrato.

19800

Num átimo mergulho
E sei de cada engano
Aonde me profano
E vejo sem orgulho
A vida como entulho
Num passo onde me dano
O rumo dita o plano
E nisto me debulho
Vagando sem sentido
O mundo resumido
No errático cometa
E a sorte se presume
Aquém de qualquer cume
Enquanto se arremeta.

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