terça-feira, 9 de novembro de 2010

19801a 19900

1

Oásis que procuro
Desértico cenário
Aonde é necessário
O canto mesmo escuro,
E quanto me asseguro
No rito temerário
O dia em novo horário
O conto onde perduro
Ousando na palavra
Enquanto o nada lavra
Ausente da esperança
Meu mundo sem alento
Toando enquanto invento
Meu passo aquém se lança.

2

Obedecendo o passo
Aonde nada trama
A vida dita a chama
E o tempo mais devasso,
Enquanto sem espaço
O canto dita o drama
E nada mais se exclama
Enquanto sigo lasso,
Vestindo a fantasia
O pouco poderia
Traçar em novo rumo
O quanto da esperança
Aos poucos já se cansa
E nisto me consumo.

3

Ocasos entre rotas
Diversas e vazias
Enquanto tu adias
As horas que denotas,
A vida diz derrotas
E nisto em heresias
Marcando melodias
Mudando velhas notas,
Esqueço cada canto
E nada mais encanto
Sequer o que pudera
Saber do meu caminho
Atroz e até daninho
Regido pela fera.

4

Odiosamente vejo
O dia se acabando
Aonde o quis mais brando
Apenas noutro ensejo
A sorte que prevejo
O tempo renegando
O quanto sem ter quando
O mundo onde o dardejo.
Esqueço esta verdade
E o quanto já degrade
Expõe o mundo em vão
Ainda que pudesse
A vida sem benesse
Imensa ingratidão.

5

Ofertas mais diversas
Amores e temores
Aonde tu te fores
A sorte não mais versas,
E quando te dispersas
Em luas e terrores
Vagando sem te opores
E nisto desconversas
Vestindo a solidão
Apenas outro não,
A morte não traria
Ainda o quanto eu quis
Meu canto em sonho gris
Marcando em agonia.

6

Amar e ter além
Do medo que se toma
A sorte em tal redoma
Deveras nunca vem,
Marcando o que também
Pudesse ser a soma
Do quanto não nos doma
E mata o que não tem,
A lua se desenha
E queima como lenha
Na noite mais escura,
A vida se presume
E nada além do cume
A vida aquém procura.

7

Abrindo este caminho
Aonde nada houvera
A sorte destempera
E gera novo espinho,
Eu sei do mais daninho
Desejo desta fera
E nada mais pudera
Senão ter outro ninho,
Ausento da esperança
E o passo ora se lança
Vagando sem saber
Ainda que tivesse
A sorte por benesse
Matando algum prazer.

8

Abraço a tempestade
Bebendo a chuva intensa
Amor quando compensa
Já nada mais degrade
E sempre que se agrade
A vida nos convença
E a solidão imensa
Rompendo qualquer grade,
Escuto a minha voz
E o tempo mais feroz
Não pude adivinhar
Gerando o dia a dia
A sorte não traria
O quanto a se tocar.

9

Não pude imaginar
O medo sem destino
Aonde desatino
Preciso mergulhar
No canto deste mar,
O tempo não domino
E sei do que fascino
Ousando caminhar
Vencendo a poesia
A sorte não teria
Sequer o que se traz
Apenas o cenário
Ainda temerário
Já mata a velha paz.

19810
Ausente da alegria
Quem dera se pudesse
Viver o quanto tece
A sorte em agonia,
O mundo poderia
Ousar além da prece
E ter esta benesse
Ou mesmo uma utopia
Gerando a sorte além
Do quanto não convém
Ao velho sonhador
Que tanto quis o tempo
E neste contratempo
Apenas decompor...

11

Brindando com tal vinho
À sorte que não veio
Aonde em devaneio
Procuro um novo ninho
E quando sou mesquinho
Ainda não receio
O quanto sigo alheio
E vejo este caminho,
Reparo cada passo
E sigo o quanto traço
Vencendo a tempestade
O dia já não pudera
Vestir a primavera
Que aos poucos desagrade.

12

Não pude acreditar
Nas cores mais diversas
E quando além dispersas
A sorte em teu luar
O todo a se notar
Marcando tais conversas
Aonde em mais perversas
Ausências negas mar,
O tempo se pressente
E quanto mais freqüente
Engano se repete
A vida não se faz
Ainda quando a paz,
Ao nada me arremete.

13

Ousando cada dia
Viver o quanto pude
Sabendo o passo rude
E o tempo sempre adia,
A sorte em agonia
O todo em plenitude
Ainda desilude
Quem tanto poderia
Ousar neste segundo
O mundo aonde inundo
O sonho sem temor,
As horas delicadas
Enquanto além evadas
Marcando o desamor.

14

Repare cada passo
E veja o quanto diz
Do tempo em cicatriz
A sorte em teu cansaço,
O mundo sendo escasso
Do sonho mais feliz
Ainda por um triz
Mudando cada traço,
Esqueço a direção
E sei do mesmo vão
E nele não pudera
Sentir qualquer alento
E sei do quanto invento
A dita amarga e fera.

15

Reparo cada engano
E vejo a queda enfim,
O todo dentro em mim
Provoca onde me dano,
Esqueço qualquer plano
E sei do quanto ao fim
Podendo ser assim
Um dia soberano,
Aprendo com meu erro
E tento em tal desterro
Vencer outro caminho,
Não posso dividir
O quanto a resumir
O mundo mais mesquinho.

16

Esqueço cada dita
E vejo outro momento
Aonde o que inda tento
Já nada necessita
A sorte ora bendita
O corte em desalento
A morte, o sofrimento
A frase em tal desdita
Resplende dentro em nós
O mundo sendo algoz
De quem pudera em sonho
Viver cada ternura
E sei do que procura
Um ar tolo e medonho.

17


Silente madrugada
Ousando noutro rumo
E quando me acostumo
Não vendo quase nada
A sorte já se evada
E trama novo sumo
E sei do quanto aprumo
Na vida desolada,
Esqueço cada verso
E quanto desconverso
Presume este vazio
Apenas poderia
Ouvir a melodia
Que aos poucos desafio.

18

Já nada mais ouvira
Quem tanto quis o canto
E o medo que garanto
Apenas me retira
E logo se desfira
O preço em desencanto
A sorte que adianto
Traduz velha mentira,
Escondo o vento e vejo
Amor tolo desejo
Sem nexo ou direção
Meu tempo se esvaindo
Outrora fora infindo
Agora sei que é vão.

19

A sorte não traduz
O quanto quis em nós
O medo tão feroz
Renega a imensa luz
E o corte já faz jus
Ao sonho deste algoz
Que tanto logo após
Explora o credo e a cruz,
Escondo atrás da porta
A face mesmo morta
De quem pudera crer
Num dia mais tranquilo
E quando além desfilo
Encontro o desprazer.


19820

Assisto ao descaminho
Aonde nada veio
Somente o passo alheio
E nele eu adivinho
O todo mais mesquinho
O canto sem receio
A vida em que rodeio
Apenas outro ninho,
Mesquinha e caricata
A sorte se constata
Nos erros costumeiros
Matando em aridez
O quanto já não vês
Nem mesmo em meus canteiros.

21

O medo desenhando
Na face de quem espera
A sorte destempera
E o tempo em contrabando
A vida desde quando
Renega o quanto gera
Espanta esta quimera
E trama o dia infando,
Repare cada espaço
E veja o quanto traço
Bebendo o mar inteiro
E o manto se puíra
Nas ânsias da mentira
Num canto derradeiro.

22

Não pude ou poderia
Ousar em novo canto
Ainda quando espanto
Morrendo dia a dia
A sorte não mais teria
Quem causa em desencanto
Gerando apenas pranto
E nisto outra agonia
Esqueço a minha sorte
Sem nada que comporte
O quanto quis após
E o medo se desvenda
Aonde este contenda
Tomasse a nossa foz.

23

Jamais eu pude ver
O quanto acreditara
A sorte sendo rara
Negando algum prazer
Pudesse te esquecer
Enquanto se prepara
A vida se escancara
E mata o bem querer
Aprendo com a queda
E o rumo que se veda
Não deixa mais além
O rumo desenhado
No quanto me degrado
E a morte sei que vem.

24

Não tendo qualquer luz
Aonde não veria
O mundo não teria
O quanto reproduz
Espero o que seduz
E sei da noite fria
E nisto se esvazia
O manto onde me pus
Esqueço a melhor sorte
E o todo não suporte
Sequer algum ocaso,
O tempo se renega
E o vento em dura entrega
Já não consigo e aprazo.

25

Opacas noites vãs
Brumosas madrugadas
As horas demarcadas
Sonegam as manhãs
Pudesse nos afãs
As sendas desejadas
Vagando por estradas
Em luzes tão malsãs,
Esqueço o verso e tento
Ainda em pensamento
Vencer os meus temores,
Ainda que se possa
A sorte dita a troça
Por onde quer e fores.

26

Já nada mais convence
Quem tanto se presume
Além deste costume
A vida num non sense
E o passo aonde vence
A sorte que se rume
Sem ter sequer ciúme
O medo onde se pense
Repouso no infinito
E quanto mais bonito
O mundo se adivinha,
O tempo não condiz
E sigo por um triz
A morte sendo minha.

27

Negar qualquer momento
E crer noutro futuro
Ainda que asseguro
O dia quando o tento,
Apenas sofrimento
E nisto configuro
O passo neste escuro
Entregue ao pleno vento,
Invisto e nada tendo
Somente o tom horrendo
Enquanto nada vira,
Sementes desperdiço
Num solo movediço
Nos ermos da mentira.


28

Já não me caberia
Apenas outro fato
E assim quando constato
A noite imensa e fria
A sorte mais sombria
O corte onde resgato
O mundo mais ingrato
E nele eu não teria
Sequer o quanto pude
Vencer e desilude
O velho caminheiro
E sei do desalinho
Cansado e tão mesquinho
Meu mundo sem luzeiro.

29

Arquivos da saudade
O tempo não se trama
Além do caos e drama
E nada mais agrade
Quem tanto agora evade
E diz o que reclama
Traçando em tosca chama
A dita liberdade,
Ausente dos meus olhos
As flores, são abrolhos
Os tons primaveris,
E o manto se desfaz
Aonde quis a paz
E nada mais me quis.

19830

Esqueço o meu futuro
E bebo do passado
O dia sonegado
O canto configuro
No medo em tom escuro
O sonho congelado
Ainda quando evado
Do porto mais seguro,
Escondo a minha voz
E nada mais após
A queda anunciada,
Depois de certos anos
Os sonhos desenganos
A morte inteira brada.

31

Acasos entre quedas
Medonhas faces; rumos
Diversos em consumos
De tempos onde vedas
Meus sonhos; logo enredas
E tento os plenos sumos,
Meus dias são resumos
Das ânsias que enveredas.
Concedo alguma luz
E o quanto se produz
Presume tão somente
O quanto poderia
Em noite mais sombria
Do encanto, ser semente.

32

Já não comporto em mim
O quanto quis e sei
Do corte em que entranhei
Num mundo já sem fim,
Olhando sempre assim
Resumo em nova lei
O sonho que terei
Após enquanto eu vim.
Ouvisse a mesma história
E crendo merencória
A luz que me comporta,
Abrindo a velha porta
A vida sem memória
Ao nada enfim aporta.

33

Havendo qualquer dia
Aonde nada mais
Que velhos temporais
E o nada se faria
Enquanto a poesia
Pudesse em rituais
Diversos, desiguais
Ousar nesta alegria,
Mergulho no vazio
E quando me recrio
Espero qualquer chance
Ainda quando tento
A sorte em movimento
Ao nada enfim avance.

34

Quisera ter a sorte
De quem se fez em paz,
Porém o que me traz
Jamais toca e conforte,
No todo sem o norte
O passo mais mordaz,
Deixando para trás
O medo em que se aporte,
O pranto sem sentido
O quanto enfim olvido
Gerado pelo ocaso,
Assim a cada passo
O quanto não mais faço
Aos poucos sempre atraso.

35

Espero após o medo
Alguma nova face
Do amor que se mostrasse
Além de mero enredo,
E quando assim procedo
Ainda que se trace
Palavra onde notasse
Um mundo bem mais ledo.
Segredo com audácia
E sei desta falácia
Incauta e sem proveito,
Mas sinto o fim de tudo
E quando desiludo
No vago então me deito.


36


Risonhas noites vagas
E nelas outras tantas
Enquanto tu me encantas
Procuro noutras plagas
As sortes que me afagas
Verdades não garantas
Erguendo o quanto espantas
Nas noites onde apagas,
As luas que não vêm
O canto sem ninguém
E o medo mais constante,
Após o temporal
O mundo sempre igual
De nada mais se espante.

37

Trazendo em minhas mãos
Apenas o vazio
Aonde o desafio
Esboça velhos chãos,
As horas, outros grãos,
O tempo onde desfio
A solidão do rio,
Meus sonhos sempre vãos,
Escasso tempo dita
Na voz quase maldita
De quem se fez aquém
Do todo que pudera
Marcando com a fera
O que deveras tem.

38

Unindo passo a passo
Caminhos mais diversos
Cevando os universos
O sonho onde desfaço,
A sorte que embaraço
Nos ermos de meus versos,
Meus dias mais perversos
E o canto a cada espaço,
Ousasse em perceber
O quanto em desprazer
Traduz o nada em nós
Depois de certos dias
O nada me trarias,
O mundo é meu algoz.

39

Idônea noite em paz
Depois da tempestade,
No vórtice a verdade
E o canto mais audaz,
Pudesse e nada faz
Quem tanto já degrade
Ousando a liberdade
E nisto sou mordaz,
Escuto a voz do vento
E sei do quanto alento
Invento a cada engano,
E o pranto se derrama
Aonde em mero drama,
No fim já desumano.

19840

Onívora esperança
De tudo quer ou tenta
A sorte da tormenta
Ao fim já não alcança
Sequer a vida mansa
E bebe esta sangrenta
Loucura desatenta
Marcada em tal pujança.
Aprendo com a dor
E tendo este sabor
Da morte nos meus lábios,
O tempo se anuncia
Na noite mais sombria
Sem rota ou astrolábios.


19841

Presumo a queda quando
Permito qualquer passe
Além do que se trace
Em ar sempre pesando
Minha alma se moldando
No quanto se mostrasse
Vencida sempre grasse
Um mundo em contrabando,
Astúcia eu desconheço
Só sei deste tropeço
E nele tão somente
O risco de sonhar
A vida a desnudar
O tempo sempre mente.

42

Assisto ao que pudera
Sentir em vendaval,
O mundo em ritual
Transforma a primavera
E o nada desespera
Gerando a velha nau
E o canto triunfal
Já nada mais tempera,
Esqueço o meu passado
E bebo deste errado
Cenário aonde eu possa
Vencer o que não veio
E olhando sempre alheio
Ao quanto em vão se apossa.

43

Somando cada fato
Ao quanto quis outrora
A vida não demora
E nisto eu me retrato,
Aonde mal resgato
O passo sem ter hora
O corte me apavora
E o tempo mais ingrato,
Esqueço uma saída
E vejo dividida
A luta que pensara
Maior que o próprio sonho
E o tempo onde me ponho
Expressa a noite clara.

44

Divido cada quarto
Dos sonhos no vazio
E sei do que inda crio
Ou mesmo não reparto,
A vida neste farto
Anseio onde porfio,
Adentra a foz de um rio
Por onde além eu parto,
Espero qualquer chance
E mesmo quando avance
A luta não se cansa,
Depois de certos anos,
Os medos soberanos,
A morte da esperança.

45

Frangalhos, tão somente
O que restara em mim
Do todo já sem fim
A vida não desmente
E sei desta corrente
Marcando o quanto vim
Trazendo sempre assim
O caos onde se atente,
Vestindo esta ilusão
Os dias não terão
Sequer outro cenário,
As portas já cerradas
Entranho as madrugadas
Num canto temerário.

46

Grassasse por estrelas
Diversas das que eu tenho,
O mundo em ledo empenho,
As luzes sem revê-las
Pudesse então contê-las
E nisto não convenho
Marcando de onde venho
Apenas por sabê-las.
Esqueço cada lume
E mesmo que acostume
Meu passo se renega
A vida sem sentido
O tempo presumido
E a solidão da entrega.

47

Havendo qualquer luz
Eu posso acreditar
No sonho a se mostrar
E nisto me conduz
Ao quanto não me opus
Diverso caminhar
Gestando outro lugar
Imerso em contraluz.
Esqueço dos meus cantos
E sei dos desencantos
Diversos e frequentes
Aonde nada resta
Senão a voz funesta
Que em vão tanto alimentes.


48

Liberto o pensamento
E vejo quanto pude
De um mundo bem mais rude
Traçar cada momento
E nisto não aguento
O quanto em atitude
Deveras já me ilude
E marca este tormento,
Aprendo com meu erro
E tento no desterro
Vencer os meus sinais,
Dos dias refletidos
Nos olhos presumidos
Em meio aos vendavais.

49

Cevando uma esperança
Sem rumo e sem proveito
O quanto em ti aceito
Ou mesmo a vida lança
Marcando esta mudança
Enquanto me deleito
Ousando sempre aceito
O passo em segurança,
Vagando em tom sombrio
Ao nada desafio
E vibro em consonância
Com toda a solidez
De quem nunca se fez
Além desta inconstância.

19850

Vivendo por viver
Sentindo o nada em nós
O quanto sei feroz
Caminho a percorrer,
Não pude amanhecer
E sinto as firmes mós
E além só vejo os pós
Do tempo a se perder,
Ausente da alegria
O mundo não traria
A luz que desejara,
A senda se aproxima
De um tempo aonde estima
É feita em vã seara.




51

Ditames da esperança
Momentos variados
Caminhos desbravados
Aonde a sorte avança
E tanto em aliança
Expondo velhos fados.
Fatores desenhados
Nos ermos da mudança,
Espero qualquer sorte
E nada mais conforte
Quem tanto quis a luz
E ao mesmo tempo, rude
Cenário desilude
E o nada se produz.

52

Livrar dos desenganos
E crer noutro momento
Aonde e quando alento
Regendo velhos planos,
Os dias, meses, anos
O tempo onde alimento
O rumo e sempre tento
Além dos tantos danos,
Espero qualquer senda
E nada mais se atenda
Sequer o que viria,
Depois de certo prazo,
A vida em tal atraso
Escassa a fantasia.

53

Negando qualquer sonho
Ainda quando vejo
O sonho em azulejo
E o tempo eu não componho,
Pudesse ser tristonho
Caminho onde prevejo
O rústico trovejo
Ao qual não mais oponho,
Espero a cada verso
Um tanto onde disperso
Apenas o meu canto,
Repare cada lua
E veja a deusa nua
No quanto em paz eu canto.

54

Brindando com a sorte
O tempo que não veio,
O mundo em devaneio
Sem ter quanto comporte,
Vagando sem um norte,
Escolho um novo meio
E vendo sem receio
O todo que suporte,
Audaciosamente
O tempo tanto mente
E gera o caos em nós,
Na vida sem sentido,
O quanto dilapido
Regendo o nada após.

55

Negar o que viria
E mesmo não sabendo
O todo num remendo
Rasgando a fantasia,
O sonho em agonia
O peso concedendo
A vida num adendo
Aonde o nada havia,
Esqueço qualquer luz
E sei do quanto pus
Sem ter mais direção,
A morte se aproveita
Do sonho, velha seita
Nos ermos do sertão.

56

Peçonhas que destilas
E nisto sou diverso
Do quanto desconverso
Em novas trilhas, filas,
E a sorte onde desfilas
As ânsias do universo
Vagando vou disperso
E enfrento velhas filas,
A vida se desenha
E nada mais contenha
Sequer o quanto eu quis,
Depois de certo tempo
Apenas contratempo
Num templo feito em giz.

57

Abarco cada canto
E tento novo rumo,
Deveras me resumo
Aquém de tal quebranto
E quando além me espanto
As sortes que consumo
A vida em todo o sumo,
O medo não garanto,
Esqueço esta promessa
E a sorte recomeça
Após a queda e o medo,
Ainda quando tento
Vencer o sofrimento
O sonho eu não concedo.

58

No cântico sem paz
A morte desenhada
A vida dita o nada
E o quanto satisfaz
O corte mais audaz
A morte desejada
E a leda e vaga estrada,
Aonde fui capaz,
Esqueço este vazio
E quando o desafio
Eu sei do fim em dor,
Ao menos poderia
Ousar na fantasia
Um tempo redentor.

59

A vida vem à tona
E toma cada espaço
Aonde o mais devasso
Momento desabona
Quem tanto ora se adona
Do mundo mesmo lasso,
E quando enfim eu traço
A luta não se clona
Escassas noites vejo
E sei do meu desejo
Há tanto adormecido,
Marcando o tempo inteiro
Ledo desfiladeiro
Caminho a ser cumprido.

19860

Levado pelo vento
O sonho não mais cansa
Quem tanto em esperança
Pudesse num momento
Enquanto o rumo eu tento
A vida feita em lança
Causando esta mudança
Entregue ao sofrimento,
Vagando sem destino
Aonde eu me alucino
Já não me caberia
Ouvir a voz de quem
Amando nunca vem
Nem mesmo traz o dia.

61

Das trevas do passado,
O tempo se anuncia
Diverso e a fantasia
Aonde o sonho invado
Transforma todo o fado
E marca em alegria,
Depois desta agonia
O dia vislumbrado,
Escondo os meus anseios
E sei dos dons alheios
Às sombras mais vorazes,
Deponho estas espadas
E as noites desoladas
Aos poucos tu desfazes.

62


Das dores incrustadas
Dos medos costumeiros
Os dias sem luzeiros
As noites destroçadas,
Mergulho nestes nadas
E sei dos verdadeiros
Cenários corriqueiros
Em velhas, vãs estradas,
Escalo cada monte
E sei que já desponte
Um sonho feito em medo,
Aonde não pudera
A sorte mais sincera
Um dia ausente e ledo.

63

Tremula nosso sonho
Ao vento e ao deus-dará
O quanto tomará
Do risco onde me ponho,
Sem nada mais me oponho
Ao quanto ainda irá
Tomando desde já
O corte mais bisonho,
Escuto a voz e vindo
Distante deste lindo
Cenário feito em glória
O todo se aproxima
Do mundo onde se estima
A vida em tal vitória.

64

Salvando da tormenta
Quem nada poderia
Ainda dia a dia
A sorte não alenta
Traçando a mais sangrenta
Verdade onde se via
O canto em agonia
A paz não me alimenta
E sei do meu caminho
Ainda que sozinho
Vestido de esperança
Assim ao nada ter
Apenas me perder
No nada onde se lança.

65

Amigo; como vai?
A vida não se cansa
Da voz em esperança
De um tempo onde se trai
A solidão do Pai
A mão que não alcança
A sorte na lembrança
O rumo ora se esvai
Esbarro nos penhascos
E sei dos velhos ascos
E neles outros tantos,
Apenas poderia
Saber desta sangria
Em tombos e quebrantos.

66

Andando sem sentido
O mundo não pudera
Traçar além da esfera
O quanto é presumido,
O canto onde lapido
A imensa primavera
A vida não tempera
Sequer o que divido,
Ocasionando a sorte
Dispersa que comporte
O medo sem proveito,
E quando mais eu quero
Amor tenro e sincero
Sozinho enfim me deito.

67

Tramasse alguma luz
Aonde nada havia
Apenas a agonia
E nela o barco eu pus,
O sonho em leda cruz
O canto em harmonia
Decerto não traria
Ainda em corte e pus,
A vida não aponte
Além deste horizonte
Caminho mais sensato,
E quando me presumo
Bem mais que o ledo sumo,
O canto enfim resgato.

68

Escuto tua voz
Distante do meu passo
E sei do quanto faço
Em rumo mais atroz,
Não pôde dentro em nós
Ausente algum espaço
O mundo onde me caço
E perco rumo e foz,
Espero após a queda
A noite que envereda
Manhãs em sol e brilho,
Mas quanto mais anseio
Maior o devaneio
No qual sem nexo eu trilho.

69


No meio da tempesta
Meu barco sem um norte
Ainda não suporte
O quanto já nos resta,
Vencendo a velha festa
O passo não comporte,
E o tempo dita a sorte
E nela nada presta,
Apresentando o fim
Aonde resta em mim
A melodia atroz
Audácia se completa
Na voz de algum poeta
Ousando em laços, nós.

19870

Uma amizade em paz
É tudo o que pudera
Vencer a cada esfera
Diversa onde se faz
O mundo mesmo audaz
Gerando a turva fera
Aprendo com a mera
Vontade em se capaz,
Esqueço o verso em vão
E os dias me trarão
A clara fantasia,
E nela me revelo
Ousando em teu castelo
No sonho que me guia.

71

O quanto nesta vida
Ditasse novo rumo
E o tempo aonde aprumo
A sorte concebida
Marcando e se duvida
Do mundo em ledo sumo,
Aonde me acostumo
Distante da avenida
Avesso ao caminhar
Em noite de luar
Expressas ilusões
Em ritos mais constantes
Das nuvens me garantes
Os medos que me expões.

72

O sonho amordaçado
Postergo e nada vindo
Aonde se fez lindo
O tempo é desolado,
E o corte quando invado
Cenário se traindo
O manto resumindo
Apenas cada enfado,
Espero a curva e sei
Do quanto poderei
Ousar noutro momento,
Do plano mais audaz
O nada que se faz
Expressa o quanto eu tento.

73

Não pude ver no fim
As sendas que tentara
E nesta noite clara
O amor ditando enfim
O quanto fora assim
Sem medo e se prepara
Apenas noutra escara
O corte feito em mim,
Farrapos desumanos,
Os dias negam planos
E matam serventia,
Depois do quanto existe
Apenas sendo triste
Jamais nada eu teria.

74

Havendo qualquer sonho
Expresso esta vontade
E nela o que degrade
Exprime este ar bisonho,
Vagando aonde oponho
Meu passo, em realidade,
Aos poucos já degrade
O todo se enfadonho,
Nevrálgica ilusão
Em tempos que trarão
Apenas o vazio,
E sendo de tal forma
Amor quando se informa
Marcando cada fio.

75



Não pude perceber
Depois do temporal
O corpo sensual
De quem se fez prazer,
Agora ao recolher
O sonho feito em sal,
Um passo terminal
A vida me faz ver,
Ascendo ao quanto é rude
O mundo desilude
E traça após a sorte
Somente o meu anseio
E sei do quanto veio
E nada mais comporte.

76

Ditando o velho passo
Aonde o medo havia
Gerando a fantasia
E nada mais eu caço
Senão momento escasso
Em paz ou alegria
E o tempo não traria
O canto noutro traço,
O quanto fora vândalo
O mundo em tal escândalo
Esbarra no non sense
E sendo de tal arte
Amor não se reparte
Tampouco nos convence.

77

Letárgica figura
Deitada nesta alfombra
O quanto se afigura
E dita a velha sombra,
No passo em noite escura
A morte não assombra.

Bebendo cada senda
Aonde o descaminho
Somente não atenda
O que fizera ninho
No corte onde se entenda
O passo mais mesquinho,

Contenda sem juízo
Na morte eu me matizo.

78

Jazigo da alegria
O templo em mausoléu
O risco mais cruel
Aos poucos se veria,
E o rito em agonia
A vida um carrossel
Gerando fel e mel,
Matando em fantasia,
O prazo se findando
No tempo mais infando
Ocasos são frequentes
E nele outros tantos
Mesquinhos desencantos
Aonde me alimentes.

79

Brasões entre sinais
Heranças do passado
E quando além me evado
Dos dias mais fatais,
Os cortes desiguais
O rumo desejado,
O termo em ledo fado
As ânsias e os cristais.
Fascínios e desleixos
As águas, rios seixos
E os mantos consagrados,
Os ócios e os vazios
Momentos em desafios
Ou mesmo degradados.

19880

Jamais quisera ter
O quanto me trouxeste
A vida sendo agreste
Tramando o desprazer,
Pudesse no antever
O tempo em paz celeste,
No nada se reveste
A dor do amanhecer,
Escuto a tempestade
E o todo já degrade
Quem nunca se entregara
Ao ver a solidão
Encontro desde então
A sorte dura e amara.

81

Gestando esta esperança
Amor bem poderia
Traçar no dia a dia
O quanto sempre avança
E sei desta mudança
E nela não teria
Sequer a fantasia
Que aos poucos já me alcança
Espero a porta aberta
E o sonho me desperta
Do quanto pude ver,
Depois de certo ocaso
A vida em ledo atraso
Impede o amanhecer.

82

Aprendo com a sorte
Diversa da que eu pude
E sei desta atitude
Aonde o não comporte
E vejo sem suporte
O quanto desilude
Meu passo bem mais rude
Sem ter sequer o norte,
Ainda quando almejo
O todo de um desejo
Disperso e sem saída
A morte dita a regra
E o canto desintegra
Na luta dividida.

83

Meu canto não mais traz
O quanto quis outrora
A vida desancora
E mata a leda paz
Aonde fui mordaz
A sorte me apavora
E trama sem demora
O medo mais audaz,
Aprendo com a sorte
Diversa e se comporte
Destarte mais feroz
O manto se desnuda
E a morte tudo muda
Dos sonhos, toma a foz.

84

Jamais eu poderia
Ousar noutro caminho
E quando ali me alinho
Vivendo a poesia
A senda não traria
Sequer o que adivinho
E sinto ausente o ninho
Marcando em agonia,
Espero esta fortuna
Aonde não mais una
Cenários tão diversos
E tento novamente
O quanto a vida mente
E molda em toscos versos.

85

Adeus a quem sonhara
E nada mais pudesse
Ainda que esta prece
Domine outra seara,
A vida dita escara
E mata esta benesse
Vencido pela prece
Outrora bela e clara
Agora sem sentido
Aonde em paz me olvido
Do todo que se fez
Somente no vazio
Aonde eu desafio
Nefasta sensatez.

86

Jazigo da esperança
Amor mumificado
Nas ânsias do pecado
A sorte em vão se lança
E o tempo não alcança
Sequer o quanto brado
Marcando com enfado
A vida em confiança
Matando o dia a dia
E nisto poderia
Ousar noutro momento
E quando nada vejo
Sequer este desejo
A morte eu alimento.

87

Aprendo com o medo
E sei do quanto pude
Embora a juventude
Deveras não concedo
Ainda sendo ledo
O mundo onde a atitude
Tragando desilude
O manto sem segredo,
Apenso noutro rumo
E quando me consumo
Resumo este vazio
E nada mais pudesse
Além de qualquer messe
Gerada pelo frio.

88

Ocasos entre quedas
E medos do passado
Aonde o sonegado
Caminho hoje enveredas,
As sortes não enredas
E ditas cada fado
Do tempo anunciado
E nele sempre vedas,
Passando sem destino
E sei que me fascino
Nos ermos de minha alma,
Apenas nada tenho
Sequer o velho cenho
E nada enfim me acalma.

89

A dona da verdade
O medo do futuro
O porto mais seguro
A morte não agrade
Quem tanto se degrade
E marque o chão mais duro
Aonde o solo escuro
Ausente liberdade,
Vagando sem saber
E nada a percorrer
Senão cada vazio,
E o peso do passado
Ainda me degrado
E a morte desafio.

19890

O canto da sereia
O verso mais audaz
A vida sem ter paz
A movediça areia
Aonde se incendeia
O todo não se faz
E o corte mais mordaz
No fundo não ateia
Sequer o que pudera
Ainda sendo assim
Amor dentro de mim
Gerando a velha fera
Aos poucos no cansaço
O mundo aquém eu traço.

19891

Apenas pude ver
Depois da ventania
O quanto poderia
Ainda amanhecer
A sorte ao não conter
O tempo colheria
Imensa fantasia
Que pude recolher,
Adentro a tempestade
E bebo o temporal
Aonde tudo invade
E gera o ritual
Dita a diversidade
De um mundo desigual.

92

Buscando qualquer norma
Aonde nada tinha
Sequer o que convinha
Ou mesmo me transforma,
O passo toma a forma
Diversa e tão mesquinha
A sorte não é minha
A morte não conforma
Quem sabe do passado
E mesmo se inda agrado
Dos erros contumazes
O passo sem sentido
O quanto presumido
Ao fim de tudo trazes.

93

Ouvindo a voz de quem
Jamais se fez presente
O nada se apresente
Enquanto nada tem,
A sorte de outro alguém
E nisto é pertinente
O passo onde se ausente
O canto num desdém,
Vagando sem saber
Aonde possa ver
Nem ter outro momento,
Apresentando a dor
E sei do decompor
E dele me alimento.

94

Brindando com ternura
Ao quanto quis e nada
Da sorte anunciada
Deveras se procura
O sonho em amargura
A noite desenhada
Vagando pela estrada
Em luz tão insegura,
Vestindo a melhor sorte
Aonde não comporte
Sequer o que viria,
Pousando noutro cais,
As horas desiguais
A morte dia a dia.

95

Meu canto se arremeta
E gere o desencanto
Aonde não garanto
Sequer o que cometa
A luta em cada greta
Reluta em tal quebranto
E quando enfim me espanto,
A vida é vão cometa,
Aprendo com a dor
E sei do que propor
Após o nada ver,
Ainda quando tento
Vestir o pensamento
Nas tramas do prazer.

96

Ouvisse o vendaval
Clamando por teu nome
O todo não mais dome
O dia em ritual,
Vestindo em desigual
Caminho se consome
O quanto traz em fome
Momento germinal,
Acasos entre atrasos
E os dias dizem prazos
Diversos do que eu quero,
Ainda que pudesse
Vislumbro em tal benesse
O sonho mais sincero.

97

Negar alguma luz
A quem não poderia
Ousar nesta utopia
E nada reproduz,
O quanto a ti me opus
O manto em tal sangria
Aos poucos não traria
Sequer a velha cruz,
Medonha face exposta
E sei do quanto gosta
A vida em tom sutil,
O corte se apresenta
Após cada tormenta
No quanto nada viu.

98

Brindar ao que não veio
E nem sequer virá
O tempo desde já
Traduz o passo alheio
E o todo em devaneio
Deveras tomará
O rumo e mudará
O quanto não receio,
Explode coração
E o tempo sem verão
A vida nada dita,
Ao menos pude ter
No olhar em tal prazer
A moça mais bonita.

99

Feições diversas, sorte
E o dedo em tal ferida
Ainda que me agrida
Também logo conforte
A vida se reporte
Ao quanto distraída
Trouxera uma saída,
Quem sabe em novo norte,
Marcando com sombria
Vontade o dia a dia
A luta não acaba,
E sei que quanto mais
O mundo quer o cais
A sorte em dor desaba.

19900

Não quero e nem reparto
O senso mais comum,
Amor não há nenhum
E nele sigo farto,
O quanto inda comparto
Do todo sou mais um
E sei que sem algum
Alívio nego o parto,
Ausente da esperança
A vida já balança
E dança sem sentido,
O vento nos tocando
Aonde se fez brando
Agora em dor, o olvido.

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