sábado, 6 de julho de 2013

TANTOS PRECONCEITOS

 TANTOS PRECONCEITOS

 

Gosto amargo de tantos preconceitos
Espera inútil, trazes o não ser.
Rastros de sangue vão tragando o peito.
As esperanças matas, sem saber.

Levas o vago gesto, apodrecer.
De complexos caminhos, imperfeitos;
Onde pisas, destróis sem perceber,
As cargas que carregas, tão sem jeito.

Liberdade, palavra sem sentido.
Cabes nesse deserto que professas
Mil Kilovats a esmo nos ouvidos.

Martelas repetidos sons, tropeças.
Invertes as verdades consumidas
Nesta vazia noite, que confessas...

MARCOS LOURES


sexta-feira, 5 de julho de 2013

DAS TERRAS MAL DIVIDIDAS

DAS TERRAS MAL DIVIDIDAS 

 

 

Seu moço me dê licença
Preu contar pras excelença
Um pouco dessa vivença
Que com muita experiença
Acumulei nessa vida
Vida ao sol bem mais curtida
Dessas hora bem vivida
Das ida e das despedida.
Aprendi com o roçado
Que mesmo sem ter pecado
A mão de Deus num perdoa
Quem num sabe curtivá
As hora toda que passo
Nessa terra a acariciar
Me serve como o compasso,
Me dando a lição mais boa
Das que pude perceber
Que num basta sabê lê
É percizo aprender a amar
O suó das minhas mão
O calo vem por herança
O valor de um coração
Só o amor como lembrança
A firmeza da esperança
E um poquim de gratidão
Satisfais bem mais ao home.
Das coisa que a terra come
Das vida que ela consome
Nois vamo ser seu adubo
Os pobres, os rico, tudo
Num vamo passar sem isso
Mesmo com os compromisso
Quitados ou por quitar
A vida tem seus pedágio
Que nois tudo vão pagar
Mesmo os cabra dos mais ágil
Disso num póde escapar.
Apois bem seje modesto
Que no final nem o resto
Das empáfia mais medonha
Nem das maldade que sonha,
O mais rico coroné.
Nada disso dá certeza
Da colheita da tristeza
Prantada , pur safadeza
Nesse mundo de meu Deus.
Nem os cristão nem ateus
Podem saber do dispois
Antonce vem, ora pois
O caminho percorrido
Deve de ser dividido
Pulos home que trabáia
Nois num suporta a cangáia
Num semo burro de báia.
Per favô, num atrapáia
Os cabra trabaiadô
Dê um trocico de chão
Se pegá desses ladrão
Sobra terra e dessas boa
Que é pau de fazê canoa
Que dá pru sujeito vivê
E criá us seus fiínho
Cum tanto amô e carinho
Tal e quar Cristo mandô
Apois repare sinhô
Que nois tudo é brasilero
Fío do mesmo pulêro
Adonde o galo cantô .
Hora premera da vida
Da nossa vida sufrida
Feita de munta corage
De sangue dos inocente
Arrepare nossa gente
No meio das paisage
Bataiando só a só
Nois num perciza de dó
Nem qué sua proteção
Isso nois num qué mais não
Nois perciza é de justiça
Nois num quer mais sê carniça
Prus hôme pudê jantá
Na fome descomuná
Dos abutre mais faminto
que véve nas capitár
sugando o sangue sem cor
dos home branco e retinto
que vevem nesse recinto
pra móde nus exprorá.
Trabaiamo a vida entera
Sem ter medo das porquera
Que, por medo ou por bestera
Os home que fais jorná
Tenta fazê de nois tudo,
Pior que os marginá.
Repare bem seu dotô
Apois quem sempe exprorô
Os pobre dos lavradô,
Róba de todos sem pena,
E dispois lá vem a pena
Desses home das nutiça,
Dizeno que as puliça
Divia nos martratá,
Que Deus perdoe esses cabra
Que as cabeça deles abra
Pru mode compreendê
Qui nois num semo bandido
Que nois só fumo banido,
Sem dereito a recramá,
Que nois ta quereno tê
É sumentes pra vivê
Um tiquinho dessa terra,
A terra adonde se encerra
Nosso peito varonil
Do nosso amado Brasil!


MARCOS LOURES

DESCAMINHO


DESCAMINHO

Apresentando o quanto tenho e vivo
Sentir o descaminho como tanto
Perdesse a direção e não garanto
Marcando o que seria enfim cativo, 


E vejo este cenário onde me privo
Do prazo sem saber o quando espanto,
E vendo o que se molde noutro canto,
Gerando outro momento, eu sobrevivo.


E vindo contra a sorte sem saber
O que inda possa mesmo ver
Vestindo o que presume em fim e sorte,


E o marco se anuncia em leda esfera,
A vida em avidez trabalha e gera
Apenas o que tanto desconforte.


MARCOS LOURES

FECUNDIDADE, O AMANHECER

FECUNDIDADE, O AMANHECER 

 

 

O amanhecer repete o gosto do desejo reprimido, repetido na boca doce da madrugada,no beijo dado na esperança de uma aurora mais fecunda.
O gosto da vida inunda os pastos, a lavoura, a alma, no pólen que se espalha, preso nas patas das abelhas, no vento na explosão de fecundidade.
A avidez pela sobrevivência confunde pernas e penas, sêmen e sementes, espectros passeiam loucos, desvairados, orgísticos.
Num místico canto, da terra emanam os sons do amor divino, num hino de louvor ao nascimento, ao contínuo ato de amor, orgásmico e acalentador.
Das estranhas do solo, florescem entre poros, os olhos risonhos dos brotos e dos filhos;
Nesse momento místico, o transe da terra, numa transa sem trâmites, sem nexo, o sexo pulula, amanhece o dia e a vaga poesia invade tudo.
Transborda por todos os cantos, num mantra, num cântico, entre tantas esperas, num desesperado gesto, um incesto sem protesto, uma dança profusa, confusa, abusa de tantas rimas e climas, atiça o desejo, sem beijo, sem traumas.
Na aparente calma, um tornado em torno de todos e tudo, transita pelos galhos, pelas folhas, voando nas borboletas, nas asas das libélulas, em todas as células e gametas, cometas são estrelas da vida, dívida paga, da vida devida, afaga e completa-se.
Nessa profusão de cores, de amores e de flores, nessa confusão bendita, neste solo acariciado, marcado por mãos divinas.
Nesse néctar, ser poeta é fácil, vira vício, é o início da revivida manhã, da sortida alegria desse dia, novo dia, novo canto, meu encanto, poesia...
O cheiro do amanhecer me toma inteiro, nesse janeiro do meu país; em busca da farra fantástica da igualdade, da brincadeira à esmo, do gosto do torresmo, do cheiro da dama da noite, da distância do açoite, do vento assoprando suave.
Da chave da felicidade, na feliz cidade, no gosto do beijo da história.
Na vitória inadiável, no amor incontrolável, na paz capaz de vingar.
No fim da noite sangrenta, no dia que arrebenta; que profuso, faz o cafuso sonhar.
Com o gosto da goiabada, o beijo da mulher amada, o cheiro intenso do café, da fé de saber-se imenso, maior que tudo, o mar...
Brasil, me abrasa teu rumo, chegaste, afinal ao prumo, agora ninguém te detém.
Nesse louco cataclismo, o meu, teu socialismo, me traz teu novo refrão; o de fecundar o solo, de transmudar todo poro de tua gente em perfume.
Agora, atrás do teu lume, iluminando o continente, cheio de gente contente, que atravessa por cordilheiras, por matas, abrindo bandeiras, atrás de rica esmeralda;
Esmeras, pois és Eldorado, mundo mais que encantado, é tua a solução.
Para se acabar com os soluços tantas vezes convulso, da triste América católica, extropiada e frágil, agora, correndo ágil, em busca da liberdade.
Da liberdade do solo que, na sua fecundidade transporta o belo amanhã.

MARCOS LOURES

DE AMORES E DE ESPERANÇAS

DE AMORES E DE ESPERANÇAS 

 

 

Mãe me remetes ao útero, ao colo, a ingenuidade do amor sem dívidas nem dividendos;
Ao amor primário, primeiro, intrínseco, divino.
O amor sem medos e sem segredos, puro e íntegro. Latente e inerente, portanto inteiro.
Mãe, falar teu nome emblema de vida, de luta, sem segredos outros que não o próprio amor.
Lembras-me o inerente amor de Deus pelo homem, repetes esse milagre, é o ideal realizado, nas próprias entranhas do amor.
Quando criança, tinha a distância amiga e acolhedora do colo protetor, segurança para a criança que se desenvolvia, incapaz de adivinhar as pedras do caminho; sempre afastadas pelas mãos macias que me acalentavam, deixando os olhos livres para olhar para o horizonte.
Cumprias o milagre de Midas, transformando em ouro tudo o que tocavas principalmente as esperanças do moleque livre, correndo entre laranjais, entre as quebradas dos sertões da alma; onde acalmavas meus anseios com teus fartos seios acolhedores e belos.
Minha mãe, meu início e princípio, certeza de amanhecer com alegria e, na dor, acolhedora esperança.
A mãe Terra, a mãe embriagante como o canto da vida por onde emana a eternidade do universo, agasalhando os frios da lida, acompanhando nos tombos e nos vôos.
Tenho-te tão próxima e tão distante, mas constante; em todas as partidas da vida e em todos os reinícios, todos os renasceres nos víveres e nos viveres.
A manca vida, nos solavancos diários, aprendida e apreendida a cada curva da estrada, a cada passo mal dado, a cada espinho e espreita, a cada cilada, na calada e na caída. Cálida presença.
O amor de quem nunca cobra, da que nunca nega, nas refregas da existência, a cadência da esperança.
O amor que nunca morre, que escorre e se alastra, transmuda, transporta, trafega pelas entranhas, num cordão que se distende, mas nunca se rompe, nunca se extirpa, nunca se corta.
Na porta aberta do amanhã, a certeza na frente da luta, do embate, nesse combate sem tréguas, sem mágoas, sem dívidas, sem dúvidas.
A garantia de que o mundo será melhor, bem melhor se ouvirem vossas vozes, mães.
A cadência do coração acelerado e acalentado, da febre mitigada, da dor amortecida, da luz incendiada e ascendida.
Abrindo os olhos e vejo, no atropelo das lágrimas da distância, os olhos caridosos e puros, mãe dos homens, mãe de Deus, mãe da vida...
Tua mansidão firme e sem medo seja o segredo da vida, compreendido pelos filhos ignaros que se a ti se remeterem encontrarão as respostas para as injustiças da vida.
Está no teu amor o grande segredo para a salvação dos teus filhos, no mitigar da dor, no compartilhar, no crescer e no podermos transformar a humanidade num filho pródigo da GRANDE MÃE TERRA.
Geradora e mantenedora de todos os seus filhos, muitas vezes ignóbeis.
Mãe, princípio e final. Caminho de eternidade.
Nos dias todos da vida, que Deus permaneça conosco e que, ao olharmos para ti, possamos sempre nos lembrar disso.
Amando nossos irmãos, todos, perdoando seus erros e, principalmente, unindo-nos para que não haja mais fome, miséria e injustiças.
Para que todos sejam, realmente dignos de ti, MÃE!


MARCOS LOURES

UNA POLÍTICA DIVERSA



UNA POLÍTICA DIVERSA

Una política diversa que pudiese
Traer en sus deseos, la esperanza
Como símbolo que pueda cambiar
La ruta de una especie tan funesta,
Lo que resta dentro en alma, más audaz,
Expresaría un vuelo hasta infinitos,
Los gritos de los pueblos más sufridos,
Entre sótanos de una historia mentirosa.
La rosa que en floradas tan constantes
Tramase otro jardín mientras yo veo
La dulce sensación, raro deseo,
Buceando entre tantos desabores.
Albores con que sueño, el futuro
Vislumbrado por las ventanas de lo pensamiento.
Marcando con los latidos de mí pecho,
Vagando entre las estrellas más brillantes.
Una nueva orden mundial,
Que valorice el hombre más allá de algún falso poder.
Y pueda nos volver  civilizados.
Dejando los genocidios en el pasado
Moldando lo que sea fraternidad.
Marchando sobre los muertos que carriego
Huella sangrienta de una raza en maldiciones.
No más mártires ni mástiles,
Solamente la sensación del deber cumplido
Tomando todas las calles del planeta.
Una nueva política que traiga
Ecuánime escenario multicolor,
Pero con una honesta magnitud
De un ser que se imagina superior…

MARCOS LOURES

A CONSCIÊNCIA SOCIALISTA

A CONSCIÊNCIA SOCIALISTA


 Recebo da boca da noite o beijo suave e sensual, trazendo teu rosto e gosto; Foste companheira fiel, amiga e amada, luz da minha madrugada, corte e sangue. Nas minhas andanças, foste a primeira e fiel companheira, última de tantas... Vinhas, diariamente aos meus pensamentos e angústias, cansados os passos Inatingível porto, longínquo mar, meu mar enclave de esperanças... Nas ruas do Rio, nas curvas do rio, na seca e plantio, fiel camarada... Te quis e te quero, não me perdeste de vista, muitas vezes fragilizada, Mas sempre comigo, a cada nova batalha contra tudo e todos. Amiga, tentaram teu corpo, tentaram extingui-la, tentaram mata-la. Quando te ergueste, ressuscitada, foste atingida. Teus pés afetados por violência sem par, quase quebraste. Mas percerbo-te sorrindo, com sorriso matreiro, me irritaste No começo, agora, não, já consigo te compreender, menina sapeca. A mão que te apedrejava era podre, mais podre que tudo. Engabelava a todos, menos a ti, e a todos os que amaram na vida. Não do amor erótico inerente, mas o amor altruísta de quem sonha, De quem respeita e congrega, nunca segrega. Minha vida passa num átimo, num ótimo momento de luz Seduzida por ti, cara tatuagem da minha alma. Tua calma me atrai, me distrai e me revigora. Agora, tua hora é minha e nossa hora, alvorada, hora amada. Saber-te revivida e contagiante, saber-te rejuvenescida na minha maturidade Saber-te assim, coerentemente forte, nunca inerte, meu norte, sem desnorteio. Sem mudar um centímetro, ao contrário de mim, pobre errôneo pela vida. Mas, em última análise, fiel a ti, frase por frase, fase por fase... Quero-te tanto, nunca mais poderia fugir do teu manto, vives no recanto Da alma, calma e firme, aderida, nunca à deriva, sempre atada, Amarrada a cada reentrância da alma, da esperança. Chamar-te à luta é fácil, nunca oscilas sempre cativante nunca cativa, Nunca vacilas, amiga de tantas lutas, de todas as lutas, de eternas lutas, Das ondas desse mar, mesmo com tsunamis, mesmo com tempestades. Em todos os lugares por onde andei, por onde passei ou ouvi falar, Existem tantas quantas poderiam existir, fortes aliadas, forças atadas Entre si, que resistiram e resistirão, contra aqueles que são ou tolos Ou canalhas, os que querem tua morte, nunca vencerão, Nunca passarão, estarrecidos com a tua resistência, Na impossível convivência, tentam te exterminar. Mas amiga, és mais forte, até contra o nosso cansaço, muitas vezes Tua gana é maior. Agora entendo teu riso maroto, no âmago garoto, resistes... Não mais te resisto, a rua me clama, a lua me chama o amanhã já vem. Venceste meu medo, meus segredos conheces, não temo a guerra, Na eterna batalha, meu peito não falha, não nega ou sonega, Simplesmente ama.

MARCOS LOURES

UNA NUEVA SOCIEDAD



UNA NUEVA SOCIEDAD

La misma sensación de quien pudiese
Vivir contra los tantos desafectos
Erguiendo en horizontes más lejano
Miradas procurando nuevo encanto
El sol en primavera se desnuda
Y extiendo otro camino donde pueda
Vencer las tempestades que se acercan
De todos los terribles desengaños
Las frutas ya podridas en los quintales.
Percibo cuando traigo en firmes manos
La ruta que mañanas mostrarían,
Hambriento por justicia, el pecho abierto
Al risueño escenario que deseo.
Después del torbellino, la bonanza
Que exprese la intención del amanecer.
Heridas cicatrizadas, generando
La coraza que ahora me cubriese.
Y el cuerpo de un antiguo marinero
Enfrenta los viejos monstros de la injusticia.
Latinoamericano corazón
Con la sangre de los indios, negros, blancos,
Tocados por los azotes de los déspotas
No más suportarían eso escenario.
Una sociedad que se forma entre temores
Y desengaños,
Generando un nuevo día en igualdad…

MARCOS LOURES

PAMPAS DOLORIDOS


Pampas Doloridos


No caminho essas urzes, azevinhos...
Saudade, versos tristes e malditos!
Amargo chimarrão, sanguíneos vinhos...
Nas noites minuanas tensos gritos.

Chibatadas cortando meus caminhos,
Tantas prendas e chinas, tantos ritos.
Na pelea da vida, descaminhos...
Os gritos do Negrinho são aflitos!

Bombachas destruídas pelos ventos,
Má sorte perseguindo quem lutava
Os olhos desses pampas, sentimentos

Nas gurias que nunca mais voltaram
A noite maltratante se gelava,
Nos caminhos as pedras se encontraram...


MARCOS LOURES