sábado, 12 de junho de 2010

36511 até 36520

1

Vazio o coração
Procura algum arroio
Aonde encontre apoio
E rumo e direção
Durante a vida em vão
Ao coletar o joio
No quanto o sonho aboio
E nada vejo então
Procuro alguma chance
Porquanto ainda avance
Sozinho em tez sombria
Não tendo outro caminho
Assim morro mesquinho
A noite adentra o dia.

2


Buscando te encontrar
Depois de tantos anos
Em meio aos desenganos
Pudesse mergulhar
Nas ânsias de te amar
Coleto velhos danos
E tento sem enganos
O dia a clarear
O passo sem temor
Rumando para o amor
Que tanto eu quis outrora
A sede de saber
A vida em teu prazer
Aos poucos me devora....


3

Traduz-se em divinais
Caminhos sem o medo
E tanto me concedo
Em fartos rituais
Sem me aportar jamais
Em tanto desenredo
Nas ânsias me enveredo
E busco magistrais
Delírios deste encanto
E quero tanto, tanto
Jamais me cansaria
Do amor em glória e paz
Aonde o sonho traz
A vida em harmonia.

4

Trazendo no seu passo
O quanto pude crer
Na vida e em seu prazer
Destino assim eu traço
E quando não perfaço
A vida eu busco ver
No raro amanhecer
Embora em tal cansaço
Pudesse acreditar
Na intensa luz solar
E nela sou sincero
Encontro finalmente
O amor que se apresente
Conforme eu quis e quero.

5


Depois de tanta dor
Alheio ao sofrimento
Bebendo o doce alento
Em prato encantador,
O sonho diz da flor
E nela este provento
Por onde me sustento
Um mero trovador
Cantando enfim à lua
Minha alma continua
Na busca por alguém
Sabendo do vazio
Da vida em tanto frio
Quando ninguém contém.

6

Com olhos que iluminam
Meu sonho itinerante
Seguindo doravante
Os traços que terminam
Nos passos onde minam
Caminhos em diamante,
No quanto se garante
Jamais, nunca exterminam
Os dias mais felizes
E mesmo quando em crises
Saibamos superar
A dor e esta tormenta
Na luz que me alimenta
Em ti, o meu luar...

7

Percebo-te num claro
Momento em minha vida
A sorte sem saída
Agora não declaro,
Recebo em raro amparo
Alheio à despedida
A senda a ser cumprida
Em tom suave e raro
Traduz felicidade
E tanto quanto invade
Não deixa o sofrimento
Tocar sequer em mim,
E tendo amor por fim
Dos sonhos me alimento.

8

A luz desta esperança
Tocando cada olhar
Permite-me sonhar
Enquanto o tempo avança
E sinto em confiança
O tanto dedicar
A quem sabendo amar
Nos braços já se lança
Resumo desta sorte
E nela se conforte
Quem tanto se perdeu
O quanto fora ausente
Agora se apresente
Um mundo todo meu.

9

Num lago, fino amor,
Em placidez constante
Ainda deslumbrante
Transforma encantador
O quanto foi temor
Em luz que me garante
O passo onde adiante
Além do quanto eu for,
Recebo com ternura
A paz que se procura
E nela me entranhando
Não tenho outra vontade
Senão felicidade
Num mundo claro e brando.

10

Quimeras e disfarces,
Tormentas costumeiras
Em lutas traiçoeiras
Nas quais também te esgarces
Verás em novas faces
Os dias do passado
O pássaro calado
No qual em vis impasses
A sorte não trouxera
Qualquer doce alegria
Ausente melodia
Gerando em mim a espera
E tento novamente
O amor que me apascente.

36491 até 36511

1

Os vales, cordilheiras
Manhãs em raro brilho
Estrelas que polvilho
Em horas costumeiras
Acima das ladeiras
Os sonhos onde trilho
Ausente um empecilho
Palavras traiçoeiras
Restando solitário
O tempo necessário
Ou mais se for preciso,
Vagando sem destino
Assim eu mal domino
A vida em seu sorriso...

2

Pensávamos amores
E neles nada vejo
Somente este desejo
E nele sem pudores
Negando aonde fores
E sinto enquanto almejo
E nele este sobejo
Desenho em fartas cores,
Restara no meu peito
O quanto insatisfeito
Já fora no passado,
Aprendo a ser diverso
Do mundo em que ora verso
E nele enamorado.

3


No fundo, sentimentos
Depois de ter alheio
O rumo em que rodeio
Os tempos, dias,ventos
E sei destes proventos
E neles não anseio
Sequer um novo meio
Adentra os pensamentos
De quem pudera crer
No amo antes do ser
E ser somente assim
Semente de outro tanto
E nele quando eu canto
Floresce este jardim.

4

Agora que conheço
O tempo em vendaval
O rito desigual
E nele este adereço
Diverso, reconheço
E sei que bem ou mal,
A vida é magistral
E sei desde o começo
O passo rumo ao farto
E quando não descarto
Dos olhos o horizonte
Adivinhando a lua
Que acima continua
E logo mais desponte.

5


Meus lábios te procuram
E tentam num instante
Viver o que agigante
Embora não me curam
Do amor quando torturam
Saudades, pois distante
De quem tanto se encantem
E assim já se amarguram.
Mas sei que tanto posso
O sonho meu e nosso
De um dia finalmente
Livrados das algemas
Sem nada mais que temas
O amor pleno apresente.

6


Meus olhos devorando
O mundo em novo brilho
E quando maravilho
O todo desfrutando
A sorte se mostrando
E nela inda palmilho
Qual fora um andarilho
E os sonhos, ledo bando.
Agora ao perceber
Em ti o meu querer
Não posso me furtar
Em tanta fantasia
Vibrando em poesia
O quanto devo amar.

7

Na vida, esse delírio
Que tanto desejei
Domina regra e lei
Calando este martírio,
Seguindo rumo ao tanto
E nele me percebo
Além do que recebo
O sonho enfim eu canto,
Adentro os temporais
E sigo além do todo,
Deixando atrás o lodo
Buscando um manso cais
Sublime ancoradouro,
Da vida este tesouro.

8

Eu te amo e te procuro
A cada novo instante
Por mais que se adiante
O dia amargo e duro,
No todo amor eu juro
Querendo doravante
O passo concordante
Procurando um futuro
Aonde eu possa enfim
Saber do quanto em mim
Existe deste afeto
Se eu sei que em ti somente
O amor se faz presente
E nele eu me completo.

9

Na tua majestade
O sonho sem igual
Sobejo e magistral
Deveras já me invade
E vivo esta saudade
Incrível ritual
E nele adentra a nau
E enfrenta a tempestade,
Buscando qualquer ponto
Aonde sei e apronto
O mundo em paz, perfeito
E sei do quanto quero
Amor claro e sincero
E nele eu me deleito.

10

Encontro essa riqueza
No olhar de quem desejo
Assim num raro ensejo
Querendo ser a presa
De quem se fez princesa
De um reino mais sobejo
E quando tanto almejo
A vida com destreza
Ditando um norte e um rumo
No encanto em que presumo
Haver a liberdade,
Meu verso se transborda
E enfim do sonho acorda
E bebe a claridade...

11

Em meio aos arquipélagos
Atol que se mostrara
Em noite bela e rara
Além dos tantos pélagos
Mergulho no teu colo
E sito a calmaria
Aonde não sabia
Da vida em farto solo,
Vibrando desde então
Ao semear prazer
E também recolher
A paz sem divisão,
Eu sou feliz, portanto
Agora em paz eu canto.


12

Ilha aonde pensava
Haver a realeza
Nos olhos da princesa,
Imerso em luz e lava,
Uma onda imensa e brava
Da qual vou sem surpresa
Servido em tua mesa,
Minha alma sendo escrava,
Resido neste fato
E quando em ti eu me ato
Não quero estar liberto,
Meu rumo no teu passo,
O dia a dia eu traço
A tristeza eu deserto...

13

Minha boca ansiosamente
Procura o carmesim
Dos lábios quando em mim
O amor já se apresente
E tanto me acorrente
E nele não sei fim,
Vivendo sempre assim
Serei enfim contente.
Rezando a mesma prece
No todo que oferece
A paz e a garantia
Do quanto posso além
E sigo enquanto vem
A doce ventania.

14

Num momento julgava
O quanto pode haver
Do amor em tal prazer
E nele não se lava
Nem alma nem a trava
Que impeça o bem querer
E sei deste prazer
Do gozo feito em lava,
Restando este erupção
Nos braços da emoção
E sei felicidade,
Assim após o nada
A vida atordoada
Em paz ora se invade.

15

Como é cruel, Meu Pai
O mundo sem amor,
Vivendo este rancor
O rio não se esvai
E tanto o tempo trai
Enquanto em dissabor
Perdendo a mansa cor,
A sorte não atrai
Quem tanto poderia
Saber da poesia
E estar sempre comigo,
Mas quando vejo além
O olhar feito em desdém
Procuro um novo abrigo.

16

Agora vou sozinho
Depois do temporal
Subindo este degrau
Adentro em paz meu ninho,
Da estrada em pedra e espinho
Do canto mais venal,
A sorte triunfal
Não deixa este caminho,
E sei que assim eu posso
Viver o mundo nosso
Sem medo do amanhã
A sorte desdenhosa
Ao ver em ti a rosa
Deixou de ser malsã.

17

Dourados os caminhos
De quem se fez em paz
E agora quero audaz
Beber dos fartos vinhos
E sei dos desalinhos
Do passo em vão, mordaz
E sei que sou capaz
De vencer os espinhos,
Recebo em amplidão
A sorte desde então
E bebo cada gota,
Uma alma se mostrando
Agora em ar mais brando
Outrora a vira, rota...

18

Inebriei-me, tonto
Do amor em paz e glória
Mudando a minha história
E nela sempre aponto
A vida ponto a ponto
E sei da merencória
Paisagem que a memória
Não dera com desconto,
Podendo então saber
Do mundo em tal prazer
O bem querer se espalha,
A sorte se transforma
E agora toma a forma
Diversa da batalha.

19

A jóia que dispunha
No olhar em diamante
Da moça deslumbrante
No verso em que compunha
O amor tanto propunha
E sei quão radiante
O tanto inebriante
Do gozo, a testemunha.
A vida se embrenhara
Tomando tal seara
Deixando para trás
O medo e o desencanto
E agora que eu te canto
Encontro em ti a paz.


20


Depois desta tormenta
A vida não seria
De novo em fantasia
Cruel como aparenta
E sei quanto sedenta
A sorte em euforia
Mudando o dia a dia
E enfim já me apascenta,
Adentro finalmente
O encanto que apresente
Em voz suave e pura,
A solidão venal
No olhar vago e tão mal,
Enfim não me procura...

36471 até 36490

1

A morte dos meus sonhos
A cada dia eu sinto
No amor há tanto extinto
Nos céus mais enfadonhos
Os dias mais tristonhos
E neles não pressinto
Alívio e deste absinto
Momentos bons, medonhos.
Não posso discernir
O quanto a se pedir
No nada que virá
Só sei que me preparo,
Pois sei do desamparo,
E o faço desde já.

2

O canto da saudade
Tocando dentro em mim
No amor que não tem fim
No corte enquanto eu brade
Na ausente liberdade
Na vida em tal festim
Na ausência de jardim
O olhar em tempestade.
O verso não me ilude
Nem mesmo outra atitude
O rumo mudaria,
Assim a cada instante
O passo em vão garante
A inóspita agonia.

3


Meu astro se desfaz
Nas ânsias de um alheio
Desejo em devaneio
Ausente em mim a paz,
O quanto mais voraz
Pudesse e me incendeio
Talvez houvesse um meio,
Mas nada satisfaz
Quem tenta tão somente
O quanto já se ausente
Em verso e o dia a dia
Demanda outro caminho,
E sei que sou daninho,
Compasso em heresia.

4

Renasce nos teus braços
O sol que não pensara
Ainda haver, e clara
A vida dita laços
E neles os espaços
Que o tempo sonegara
Agora se escancara
Em dias menos baços.
Bailando na ilusão
Procuro a direção
E tento finalmente
Depois dos desenganos
Já rotos velhos planos
A vida se apresente.

5

Procuro tuas cores
Nos sóis e nas manhãs
Após tantas malsãs
Estradas sem as flores,
Dos sonhos, condutores
As mãos ditando afãs
E neles sempre vãs
As sortes. Dissabores...
Audaciosamente
O corpo ora pressente
No sol a redenção,
Mas sabe muito bem
Que quando nada vem,
Somente uma ilusão.

6

Imagens de mulheres
Divinas dominando
O sonho desde quando
Partires e não queres
Saber do quanto eu tento
Viver sem a presença
De quem minha alma pensa
Pudesse no momento
Saber do quanto eu amo
E nada mais se dera
Somente esta quimera
Em vão teimo e reclamo,
Cansado das mesmices,
Quem dera enfim me ouvisses!

7

Meu mundo se resume
No sonho mais audaz
Que a sorte um dia traz
Por mais que ela se exume
Do todo e de costume
Olhar que sei mordaz,
Porém sigo tenaz
Enquanto em vão se rume.
Não deixo de te amar
Pudesse até sonhar
Com quem já não me quer,
Ausente deste laço
A vida inútil, traço
Sem ter a paz sequer.

8


As bocas que sonhei
Diversas maravilhas
Agora quando trilhas
Rondando a minha grei,
De novo imaginei
No quanto tanto brilhas,
Mas sempre em vão palmilhas
Distante do que eu sei.
Alheia aos cantos meus
Nos olhos outro adeus
Somente e nada mais,
Cansada desta luta
Ainda a alma reluta,
Momentos terminais...

9

Agora não freqüentam
Sequer as mais distantes
Pousadas. Por instantes
As sombras acalentam,
Mas quando se apresentam
Mortalhas degradantes
Por mais que me garantes
As sortes violentam...
O vinho em torpe adega
O vago se navega
A morte se moldando,
O quadro assim se tece,
Uma alma busca em prece,
Além deste ar nefando...

10

Mulheres se passaram
Por uma vida inválida,
Presença mesmo pálida
Dos dias que buscaram
Os cais quando se amparam
Na fonte bem mais cálida,
Quem sabe uma crisálida?
Os tempos já negaram...
Restando dentro em mim
O pouco de onde vim
A farsa mais atroz,
E nada se persiste
Num mundo duro e triste
Negando a própria voz.

11

De destino cruel
A sorte nunca veio
Apenas o receio
E nele farto fel,
Resumo o parco céu
Por onde me incendeio
No passo além e alheio
Riscando o mundo ao léu.
Assumo cada engodo
Adentro neste lodo
E busco a salvação,
Quem sabe eu possa ter
Além de algum prazer
Real libertação?

12


Mas eis que minha sorte
Jamais se deu inteira
E como é traiçoeira
A mão que me conforte.
A vida sem um norte
Ainda que não queira
Invade em corredeira
Negando algum suporte.
E sei quanto sou frágil
Embora pensasse ágil
Não tenho outra saída,
Assim quando me afasto
Por mais que sei nefasto,
Preservo a minha vida...


13

Na curva desta estrada
Depois de tanto medo,
Ainda o que concedo
Talvez não diga nada,
Mas tento desvendada
A sorte noutro enredo
Quem sabe desde cedo
Perceba outra alvorada?
Não pude ter a paz
Aonde fui capaz
De tentar alegria,
O todo se perdendo
Se eu sou tal mero adendo
Além não poderia...


14

A luz que bruxuleia
No quarto do meu sonho
Aonde decomponho
A lua outrora cheia
E tudo devaneia
A sorte em ar bisonho
O passo mais tristonho,
Da vida uma alma alheia
Não sabe e nem percebe
O quanto em fria sebe
Pudesse acalentar,
Vagando sem destino
Aos poucos não domino
Meu sonho rumo ao mar...

15


Num segundo, em farol
A vida poderia
Tramar com alegria
O quanto em arrebol
Vivendo agora em prol
Da imensa alegoria
Aonde já se guia
Um sonho, girassol.
Resumo desta vida
Há tanto adormecida
Em dores e lamentos,
Assim ao perceber
Enfim amanhecer
Adeus aos sofrimentos...

16

Beleza sem igual
Nos olhos de quem ama,
E sabe acesa a chama
Em paz consensual,
O corpo sensual
O quanto quer e clama
E tanto se proclama
Em rumo desigual,
Vagando em noite vã
Quem sabe no amanhã
Encontre finalmente
O todo feito em luz
E quanto mais me opus
A vida mais lamente...

17

Pensei apenas soube
No tanto que talvez
Pudesse enquanto vês
O quanto já não coube
Da luz que o tempo negue
E tanto quis em mim
Sem ter flor e jardim,
Amor não mais sossegue
Buscando em plenitude
O todo que não veio,
E sigo sempre alheio
Enquanto a sorte ilude,
Restando do meu sonho
Um ar tão enfadonho.

18


Ao conhecer os campos
Por onde poderia
Haver em alegria
Além dos pirilampos
A lua plena e cheia
E nela meus momentos
Sem dor ou sofrimentos
Na paz que tanto anseia.
Vagando em noite densa
A sorte se desfaz
Por onde quis a paz
Sem nada que a convença
Somente o vendaval
Num tempo sempre igual...


19

Onde repousam sonhos
Mortalhas apresento,
E bebo deste vento
Em ares tão tristonhos.
Mesquinharias tantas
Em luzes discrepantes
E nada me garantes
Enquanto desencantas
E geras tão somente
A dor e a solidão
Nos braços da ilusão
A vida tanto mente,
Uma emoção pudera,
Não fosse tal quimera...

20


Procurei por entranhas
Diversas dos meus dias
As meras alegrias
Somente em vãs e estranhas
Palavras me acompanhas
E tantas fantasias
Morrendo e não querias
Dos vales as montanhas.
Seara mais dorida
Assim a minha vida
Em triste caminhada,
Do todo que buscara
Apenas corte e escara,
Depois, não vejo nada.

36451 até 36470

1

Embalde procurando
Quem possa me alentar
Depois de mergulhar
Num mundo vil, nefando,
O quanto quis mais brando
O tempo a desenhar
Estrelas e luar
E tudo se negando.
Restando tão somente
A dor que se apresente
E nunca me deixara,
Do todo imaginado
Sequer qualquer traçado,
E a vida segue amara

2

Escuto tua voz
Ao longe e se pressente
O quanto descontente
Seguindo em mundo atroz,
Pudesse haver em nós
Além do que apresente
O amor onde somente
Houvesse fortes nós,
Mas quando vejo o laço
Desfeito e nada traço
Somente a solidão
Enfrento esta verdade
Por mais que me degrade
O passo rumo ao vão.

3

A vida vai passando
Além do meu olhar,
Pudesse imaginar
O dia se moldando
O tempo em contrabando
Pesando devagar
O nada a se encontrar
O mundo mais infando.
Teimando contra a fúria
Da vida em tal penúria
Cansado, mesmo assim,
Insisto e tento a messe
Enquanto nada tece,
Há sonho dentro em mim.

4

Gorjeio da saudade
Anseio da paixão
Aonde em direção
O barco ainda invade
E toma em tempestade
As mãos, o meu timão
Os tempos que virão
Um som mais longe brade.
Vagando sem destino
O nada inda domino
E sigo sem saber
Do rumo a que tomar
Por onde céu ou mar
Irei ter meu prazer.

5


As pálpebras sombrias
Os olhos em nefasta
Figura que se afasta
E mata os novos dias,
Além do que dirias
A sorte morta ou gasta
O corte já desbasta
A vida em ironias.
Aprendo com o sonho
E quando enfim componho
Cenário mais feliz,
O tempo em vendaval
Ressurge triunfal
E tudo contradiz.

6

Os olhos baços, tristes
A voz já tão cansada
O passo em vaga estrada
E nada, não existes?
O quanto inda resistes
Depois de imaginada
A sorte noutra estada
E longe tu persistes.
Queria pelo menos
Os dias mais serenos
Na paz de um grande amor.
Mas como se em verdade
Apenas a saudade
Domina e com rancor.

7

Num átimo te encontram
Após momentos bons
Estrelas? São neons.
Os dias desencontram
Mergulho no vazio
E tento novamente
A paz que se apresente
E em sonho fantasio
Um dia onde pudesse
Ter sempre junto a mim
O amor que tento e enfim
Não dando tal benesse
Empalidece a vida
Em sórdida partida.

8


As dores que provocas
Maltratam por demais
E quando quero um cais
Apenas pedras, rocas,
E logo quando alocas
Olhar em vendavais
Os sonhos magistrais
Além tanto deslocas.
Resumo a minha história
Na face merencória
De um tempo mais atroz,
Não tendo outra saída
A estrada já perdida,
O mundo perde a foz.

9

A morte se aproxima
E toma este cenário
O amor tão temerário
Não serve nem qual rima,
O vento muda o clima
Além do necessário
E o canto imaginário
Apenas não redima.
Aprendendo com isto
Decerto eu não desisto
E tento acreditar
Possível calmaria,
Traçando um novo dia
E em paz, pois, navegar.

10

Noutro momento a face
Mordaz se mostra inteira
Por mais que isto eu não queira
No quanto nada trace
Apenas inda grasse
Rondando esta ladeira
A dor tão costumeira
E nela se desgrace.
Meu passo rumo ao tanto
Agora em desencanto
Não diz e nem avisa
Do todo que procuro
Somente o vão e escuro
Caminho, o sonho pisa.

11

Deitada em minha cama
A dama dos meus sonhos
E neles, os risonhos,
A sorte em paz se trama,
Quem dera além da chama,
Os dias enfadonhos
Em ares tão tristonhos,
Realidade clama...
Não posso disfarçar
Vontade de lutar
E ter perto de mim
Quem tanto desejara
E agora a sorte amara
Desvenda e chega ao fim.


12

Minha alma se esgotou
Nas tramas mais doridas
E nelas tantas vidas
Pudesse, mas restou
Somente o que negou
Por quantas avenidas
Entradas e saídas,
E nada mais eu sou.
Somente a sombra apenas
E quando me envenenas
Com sórdida emoção
Do todo que eu quisera
Somente resta a fera
Da incrível solidão.


13



As ondas que navego
Em mar tempestuoso
Negando o prazeroso
Caminho onde carrego
O sonho. Sigo cego
E tento caprichoso
Luar maravilhoso,
E ao nada e ao vão me entrego.
Jamais desistiria
De crer na fantasia
Nem mesmo se talvez
A sorte desnudada
Negasse nova estrada
Conforme outrora fez.

14

São lumes que jamais
Eu pude perceber
E custo mesmo a crer
Possíveis dias tais
Que tragam seus cristais
E neles me embeber
Entranhando o meu ser
Além dos vendavais.
Aprendo com o tempo
E a cada contratempo
Eu sei um pouco além,
Porém tolo aprendiz
O amor que eu tanto quis
Ainda em sonhos vem.

15

Carinhos tão chagásicos
Momentos complicados
Dos dias e pecados
Os erros seguem básicos,
Assim, portanto afásicos
Carinhos, meu legado,
E nada sonegado
Os dias seguem trágicos...
Não pude e não devia
Saber desta ironia
E nela permitir
Que o sonho se moldasse,
E agora neste impasse
Distante o meu porvir.

16

Palpitam no meu sol
As luzes de um passado
E nelas vislumbrado
O quanto sem farol
Vivendo nunca em prol
De quem enamorado
Buscara novo fado
E fora girassol,
Agora se percebe
O quanto desta sebe
Não deixa mais sonhar,
A dor entranha fundo
E quando mais me inundo
Distante vejo o mar.


17

Martírios deste mundo
Do qual eu bem pudera
Tentar não ser a fera
Tampouco ser imundo.
O quanto se tempera
E nada mais se espera
Dos sonhos não me inundo.
Mas teimo vez em quando
E tudo se moldando
Em mera fantasia?
Quem tanto eu quis outrora
Em novo mar ancora
Deixando além meu dia.

18

O corte do desejo
O sonho mais feliz
A vida por um triz
O quanto não prevejo
Senão qualquer trovejo
Do dia em que mais quis
Vencer este infeliz
Caminho atroz, sem pejo.
E sei que nada resta
E a sorte mais funesta
Adentra sem desculpas
O todo se perdendo
A vida se tecendo
Em medos, ódios, culpas...

19

Meu mundo não precisa
Da falsa sensação
Nos dias que virão
Procura a mera brisa
E sabe quão concisa
A dura imprecisão
Traçada pelo não
Enquanto a morte avisa.
Desvendo este segredo
E quando assim procedo
Encontro a calmaria
Depois de tantos anos
Em fartos desenganos,
Quem sabe chegue o dia?

20

Fanáticos momentos
Aonde a sorte aquém
Do todo que convém
A quem em sofrimentos
Procura por alentos
E nada mais se tem
Somente e sem ninguém
Entregue aos loucos ventos.
Resgato qualquer luz
E tanto quanto opus
O mundo segue em vão,
Olhando para trás
A vida é tão mordaz,
E bebo a solidão...

36431 até 36450

1


Olhando para o chão
Procuro meus pedaços
E sinto além os passos
Na ausente direção
Dos dias que virão
E neles olhos lassos
Buscando meus espaços
E sempre a negação
Tramando do vazio
O quanto em desvario
Pudesse ainda crer,
Mas nada no horizonte
Ainda em vão aponte
A vida em desprazer.

2

Não pude discernir
Sequer alguma luz
E quanto mais me opus
Distante o meu porvir,
A sorte sem sentir
O rumo que a conduz
Gerando em contraluz
O medo a dividir
Espaço com o anseio
E longe do que veio
O sonho mais audaz,
Agora não se trama
E sem clarão e chama
Aos poucos se desfaz.

3

A luz do sol já não
Permite que se veja
O quanto da alma andeja
Procura a direção
E sempre a negação
Além do que preveja
Ou tanto ainda almeja
Quem busca a solução,
O todo dita a regra
A vida desintegra
O passo rumo ao nada,
Assim ao mergulhar
No vago e torpe mar,
Minha alma naufragada.

4

Meu mundo resumia
No sonho sem ter onde
Nem mesmo quem responde
Matando a fantasia,
O todo não viria
E tudo já se esconde
Perdera o tempo e o bonde
Agora perco o dia.
O gesto ritual
A vida sempre igual
Monótono caminho
E sei que nada resta
Somente a mera fresta
E sigo vão, sozinho.

5

Mas, quando mais eu canto
Ninguém escuta além
O nada me contém
Somente o medo e o espanto
Ainda em desencanto
A tarde nunca vem
E sigo sempre aquém
Do que eu desejo tanto
Mergulho no vazio
E quando desafio
A sorte se transforma
E gera a solidão,
A imensa escuridão
Dos sonhos toma a forma.

6


Nos braços da saudade
O quanto pude ver
Além do desprazer
Ausente claridade
O nada que me invade
Impede o renascer
Do sonho e o bem querer
Gestando a tempestade,
Resumo cada verso
No quanto sei disperso
O mundo em tosca luz,
Assim no dia a dia
Apenas a ironia
Gerando o medo e a cruz.

7

O canto que dedicas
Aquém do quanto pude
Viver em juventude
Searas claras ricas,
E nunca mais replicas
O tempo em que se ilude
Nem mesmo esta atitude
Aonde te complicas.
Restando dentro em nós
A face mais atroz
Da imensa solidão,
Buscara algum sossego
E quanto mais me apego,
Mais perco a direção.

8

O medo de morrer
A angústia deste sonho
Aonde tão medonho
Eu sinto esvaecer
O quanto do meu ser
Pudesse ser risonho
E nada mais componho
Somente o nada ter,
Pudesse acreditar
Nas ânsias do luar
Deitando sua prata,
Porém nada se tendo
Apenas se perdendo
A lua em noite ingrata.

9


Na palidez tristonha
O cais distante eu vejo,
Ausente do desejo
Com quem minha alma sonha
No nada a vida enfronha
E sinto mais sobejo
O caos em que prevejo
Uma vida enfadonha.
Resisto e busco ainda
O amor que se deslinda
Além do quanto pude,
Assim ao me entregar
Sem nada a procurar,
Rompendo enfim o açude.

10

A vida me transmuda
E gera um solitário
Rumo desnecessário
Minha alma pede ajuda
E nada, enfim se muda
O vento é temerário
O sonho este corsário
Também em vão iluda
Quem tanto procurou
E nunca imaginou
A vida sendo assim,
Estrada traiçoeira
Estrela derradeira
Trazendo além meu fim.

11

Espero fantasias
Aonde nada vem
E sigo sempre aquém
Do todo que querias,
Vencer as ironias
E ter de novo alguém?
No nada se provêm
As noites duras, frias,
Perdendo o meu caminho
Vagando então sozinho
E nada mais se vê
Somente a dor e o medo
E quanto me concedo
Percebo sem por que.


12

Em meio a tempestades
Vagara a vida inteira
A sorte traiçoeira
Enquanto em degrades
Constrói de novo as grades
Destroça a vã bandeira,
E quanto mais se queira
Ausentes liberdades...
Não posso acreditar
Na falta do luar
No céu em tez brumosa,
Aonde mais preciso
O passo se indeciso
Ao nada em dor se glosa.

13



Nos campos procurando
Algum remanso ao menos,
Em dias mais serenos
Um tempo claro e brando.
Porém nada encontrando
Somente os teus venenos
Os dias são pequenos
Os mares revoltando,
O corte se aprofunda
A sorte moribunda
A morte se aproxima,
E quando pouco a pouco
Sem paz eu me treslouco,
Ausente uma auto-estima.

14

A cor maravilhosa
Da boreal aurora
Enquanto não se aflora
Espinho doma a rosa,
E quanto caprichosa
A vida se demora
E noutro cais ancora
A sorte torporosa
Não trama a solução
E sempre o mesmo não
Ainda vivo em mim,
Pudesse ter a messe
E nela inda tivesse
Florido o meu jardim.

15


Encanta meus olhares
A lua do meu sonho
E quando me proponho
Diversos caminhares
Tu sempre me negares
E nisto recomponho
O mar turvo e medonho
Por onde me entranhares.
Jazigo da esperança
O Amor já não me alcança
E trama amargo fim,
Pudesse finalmente,
Mas nada se pressente
Prossigo mesmo assim...


16


Por quantas noites tive
Ao menos a impressão
Da imensa sensação
E nunca mais estive
Ainda que se prive
A vida em solução
Traçando a negação
Em mim já sobrevive
Certeza de um momento
E nele se inda tento
Viver felicidade,
O nada se traduz
E gera nova luz,
Ainda que saudade...

17

Amor é sentimento
Voraz e sem juízo
Somando o prejuízo
A sorte ainda tento,
O passo mais preciso
A vida sem tormento
Enquanto me fomento
Ainda em falso riso
Procuro pela paz
E nada ainda traz
O tempo redentor
Aonde se perceba
Ou mesmo a vida embeba
O tempo em raro amor.

18

A minha salvação
O canto mais audaz
E nele tudo traz
Ao menos direção,
Vivendo em solidão
O olhar duro e mordaz
De quem não satisfaz
E nega a solução,
Pudesse ter nas mãos
Os dias mesmo vãos
Seria mais feliz,
Porém a sorte inglória
Em luz mais merencória
Jamais o bem me quis.

19


Se faz destas terríveis
Vontades o vazio
E nele se recrio
Amor em outros níveis
Os dias implausíveis
Portanto desafio
E sinto o desvario
Em vozes mais sensíveis,
Ausente dos meus dias
As meras alegrias
O tanto que se possa
Viver felicidade
Se nada mais invade
Senão a dor e a fossa?


20

É fonte do desejo
O amor que não se via
A sorte em agonia
O dia em que prevejo
Além deste lampejo
A vida em fantasia
Ausência da agonia,
Um canto mais sobejo,
Porém tudo ilusão
A sorte em negação
O olhar sem horizonte
É tudo o que ora sinto
A quando amor extinto,
Mais nada além desponte.

36411 até 36431

1

Na aurora, mãe do dia,
Eu sinto o teu perfume
E quanto vejo o lume
Do sol que se irradia
Encontro a fantasia
E nela o sonho rume
Traçando do negrume
A imensa poesia
Cevada pelo enquanto
E assim eu me agiganto
Tramando em plena aurora
O quanto ser feliz
Vibrando em quanto eu quis
Na luz que em ti se aflora.

2

Nos frêmitos divinos,
Momentos maviosos
E quanto caprichosos
Diversos, cristalinos
Rondando assim destinos
Gerando majestosos
Em tons mais prazerosos
Transformando em meninos
Os sonhos mais audazes
E neles tu me trazes
A paz que eu procurava
Embora a vida trame
A dor em tanto enxame
Gestando a dor e a lava.

3


Por mundos tão fantásticos
O sonho me levara
A vida bem mais clara
Momentos quase orgásticos
E neles cortes drásticos
Da dor em vã seara
O quanto já cevara
Tormentos vãos bombásticos.
E agora que se vê
O mundo vejo em que
O tanto se desfia
Traçando após a noite
Da todo em cada açoite
A imensidão do dia.

4

Procurando encontrar
Depois da ventania
Quem sabe esta alegria
E nela me esbaldar
Cansado de vagar
Ausente em fantasia
Vivendo da utopia
E nela o vão sonhar,
Quem sabe nos teus braços
Ocupe em paz espaços
Que tento há tantos anos,
Vencendo os meus degredos
Os dias torpes ledos
Em fartos desenganos...

5

Do vazio que estava
Agora em plenitude
O quanto já se ilude
A sorte feita em lava,
No fundo desejava
A vida em atitude
E tudo se transmude
Enquanto em vão sonhava.
Resíduo do passado
Em mim tão entranhado
Ausente uma esperança,
Mas quando te encontrei
Dourando a minha grei
A vida em paz se lança.

6

Na quimera feroz
Olhar distante e frio
Apenas desafio
Buscando a paz em nós,
Resisto ao duro algoz
O coração vadio
Agora segue esguio
E encontra a mansa foz,
Depois destas cascatas
Aonde em vão retratas
O medo do porvir,
Mas tendo enfim a sorte
Da vida em novo aporte
Amor hei de sentir.

7

Anseio seus mistérios,
Procuro neles crer
E tento algum prazer
Depois dos vãos impérios
E neles sem critérios
O mundo a se perder
Sabendo sem querer
Dos ermos vagos, sérios
E sinto finalmente
A paz que me alimente
E tanto eu quis outrora,
A morte se desfaz
E beijo o sonho audaz
Aonde a vida ancora.

8

À procura do afago
De quem pudesse ainda
Trazer a noite infinda
E nela o quanto vago
Bebendo deste lago
Aonde a sorte brinda
E a paz já se deslinda
Num sonho raro e mago.
Vislumbro a claridade
E tento a liberdade
Saudades? Nunca mais.
Quem sabe navegar
Enfrenta qualquer mar
E busca enfim o cais.

9

És pura, teus caminhos
Não deixam qualquer medo
E quando me concedo
Eu sei dos tais espinhos
E dias tão mesquinhos
Olhar ausente ou ledo
Mudando assim o enredo
Encontro os teus carinhos,
Vencendo os meus receios
Antigos devaneios
Em ti eu concretizo
O sonho mais audaz
No amor que é em feito em paz
Sem neve e sem granizo.

10


Sem marcas, tatuagens
De dias mais doridos
Os sonhos permitidos
E neles tais paisagens
Mudando as vis aragens
Tocando os meus sentidos
Em cantos proferidos
E neles sem barragens
O passo continua
E sorve em cada lua
A claridade imensa,
Assim ao me entregar
Sem medo encontro o mar
E a paz por recompensa.

11

Por mais que sempre foram
Difíceis caminhadas
Agora em tais estradas
Aonde em luz decoram
Os dias quando ancoram
Nas pazes desejadas
Mudando destes nadas
Ao quanto em mim afloram
As glórias mais felizes
Superam várias crises
E vejo enfim aqui
O amor que tanto eu quis
E quero e peço bis
O bem que em ti senti.

12

Os dias que passaste
Ausente dos meus dias
E neles agonias
Aos poucos tal desgaste
Gerando um vão contraste
Com tudo o que querias,
E sei sem fantasias
A vida cria um traste.
Pudesse ainda ter
No olhar o amanhecer
E acreditar enfim
No amor que tanto busco
Embora seja fusco
O céu por onde eu vim...

13

Perdoa coração
Por ter te maltratado
O tempo destroçado
Nas mãos desta ilusão
Apenas tudo em vão
A dor é meu legado
O passo sempre dado
Em turva direção.
Risonha fantasia?
Aos poucos já se via
Ausente deste olhar
E tudo o que inda resta
A luz em mera fresta
Um sonho a se acabar.

14


Caminha esta princesa
Nos ermos de um reinado
Há tanto desejado,
Mas nunca em minha mesa
A vida sem destreza
Gerando o desolado
Caminho disfarçado
Em vaga correnteza,
O tanto que pudera
Gestar a primavera,
Mas resta este abandono
E nele não se tem
Sequer a luz de alguém
Vazio o meu outono.

15


No tempo que sofri,
Apenas a memória
Do corte em tal escória
Lembrança morta em ti,
O todo em que perdi
A sorte noutra história
A vida merencória
O manto que puí.
O resto não se vendo
Nem mesmo algum adendo
Somando a solidão,
Resisto o mais que posso,
Mas sei que sou destroço
Do tempo feito em não.

16

Procurando nas matas
Sinais de uma esperança,
Porém quando me lança
E assim também maltratas
As horas mais ingratas
Ausente confiança
Apenas a mudança
Do nada em que retratas
Ao nada quando encontro
Em vago desencontro
Tristeza e nada mais,
Pudesse ter enfim
A luz mesmo em festim,
Somente temporais...

17

Meu mundo parecia
Além da tempestade
A vida que degrade
Negando um novo dia.
Aonde a fantasia
Aos poucos se me invade
Destrói a claridade
E mata em agonia.
Resido no que tanto
Sonhara e sei, portanto
Apenas ilusão.
O mundo em que trafego
Sem rumo em nó tão cego
Gestando a escuridão.

18

A lua no meu céu
Sem rumo e sem destino
Apenas desatino
Roubando o imenso véu,
Ausente o meu corcel
O sonho não domino
E tento e me alucino,
Estrelas num tropel
Vagando sem saber
O quanto do viver
Perdi e nada resta
Somente este vazio
E nele o desvario
Da lua vã, funesta.

19

Embalde vasculhei
As tramas do passado
E o tempo desolado
Gerando a torpe lei
E nela mergulhei
Traçando o desvairado
Caminho sempre dado
Nos ermos de outra grei.
Ausenta-se meu sonho
E quando vem, medonho,
Não deixa nada além
Do passo rumo ao nada,
A sorte destroçada
É tudo o que contém.

20

Queria te encontrar
Nos ermos do meu sonho,
Porém nada componho
Senão este vagar
Sem rumo e sem lugar,
Porquanto quis risonho
E sigo tão tristonho
Sem nunca descansar.
Depois de tantos anos
Em meio aos desenganos
Restando solitário
Quem dera se eu tivesse
A dita em grande messe.
Um canto imaginário...

36391 até 36410

1

Chama queimará quando
O tempo noutro tanto
Pudesse enquanto canto
Aos poucos transformando
E nisto se gerando
A vida sem quebranto
Aonde me adianto
E busco um sonho brando
Vestindo a fantasia
E nela poderia
Além da dor imensa
Sentir a cada passo
O mundo noutro traço
Aonde o amor compensa.


2

Ao largo das estrelas,
Seguindo em claridade
O quanto disto invade
Vontade de contê-las
E sempre recebê-las
Em plena liberdade
O todo assim sem grade
Enquanto enfim bebê-las
Nos tempos mais felizes
Ausentes os deslizes
A glória de poder
Vencer os meus dilemas
E quando não algemas
Maior o meu prazer.

3

Travando mil batalhas
Em ânsias e terrores
Seguindo aonde fores
Enquanto amor espalhas
Nos fios das navalhas
Intensas fartas dores,
Diversos dissabores
Nos ombros as cangalhas,
Mas quando deste grão
Fecundando um bom chão
Permita novo tempo
Vencer os desafios
Traçando em paz os rios
Alheio ao contratempo.

4

Espero preservar
A sorte que recebo
No quanto já me embebo
Dos sonhos a vagar,
Riscando devagar
O mundo onde percebo
O amor que enfim concebo
Sem nada a macular.
Resisto aos temporais
Adentro além do mais
O todo que pudera
Sem ter a dor enquanto
A paz eu te garanto
Gerasse primavera.

5

O coração vadio
Galgando imensidão
Vencendo esta ilusão
Cevando o desvario
Arisco enquanto esguio
Nas horas que virão
Procura a diversão
E segue contra o rio,
Sabendo do depois
Nas ânsias de nós dois
Eu quero e sigo além
Do quanto pude crer
No topo do prazer
Quando este amor já vem.

6

A juventude morre
E sinto que deveras
Ausentes primaveras
A vida fica um porre,
Mas logo se socorre
Nas ondas de outras eras
Aonde me temperas
E tudo em paz transcorre,
Ao remoçar minha alma
A sorte que me acalma
Também me desafia
Assim sem ter paragem
O amor dita a miragem
E rege a fantasia.

7

Amor que representa
O fim de uma viagem
Pudesse em estalagem
Conter qualquer tormenta
A vida mais sedenta
A sorte sem paragem
Recebo em nova aragem
O quanto me apascenta
A liberdade imensa
E nela se compensa
A dor do meu passado,
Assim felicidade
Aos poucos quando invade
Transcende ao desejado.

8

Renasce em teu olhar
O dia soberano
E vivo sem engano
Aonde mergulhar
A paz a se encontrar
A vida sem o dano
E quanto mais me ufano
Desejo de te amar
Seara se aproxima
E quanto mais se estima
Maior este desejo
E sei que tanto posso
Um mundo inteiro nosso
E nele o amor eu vejo.

9

É noite engalanada
Aquela em que se vê
A vida em seu por que
A sorte desenhada,
Depois do quase nada
O todo onde já crê
O quanto se revê
Na noite enluarada,
Assim eu me entranhando
Num tempo manso e brando
E tudo se transforma
Recebo finalmente
O quanto mais se tente
No amor suave forma.

10

Explode-se nas chamas
A fúria de um desejo
E quanto mais almejo
Mais forte tu reclamas
E sei o quanto tramas
E nisto a paz prevejo
E nela cada ensejo
Espanta os medos, dramas,
Vencendo os meus temores
Cultivo as belas flores
E tento em poesia
Falar desta beleza
Aonde com certeza
Renova-se meu dia.

11

Perfuma meu desejo
O amor que tanto quis
E sendo mais feliz
A sorte em azulejo
O mundo assim eu vejo
E nele o quanto eu fiz
Do verso em tom mais gris
Agora em paz prevejo.
O todo se desfila
Na vida mais tranquila
Na imensa liberdade
De um mundo em pleno gozo
E assim tão majestoso
Sem ter corrente ou grade.

12


Vestido carmesim
A boca em rubro anseio
Romã, desnudo seio
O amor já não tem fim,
Bebendo tanto assim
Além de algum receio
Encontro em devaneio
O todo que há em mim,
Recebo a cada dia
A luz em alegria
A vida além do cais
Os olhos no horizonte
Aonde o bem aponte
Em ritos magistrais.

13

Se entrega no festim
Quem tanto desejou
E farto mergulhou
No mar do amor sem fim,
Vagando de onde vim
O todo que restou
Traçando o quanto sou
E acende este estopim
Plantando esta agonia
Aonde nunca havia
Senão a paz imensa,
Quem sabe no final
Em ato original
A sorte em luz convença.

14

Vulcânica se esvai
A vida em lava e dor,
No quanto a se compor
O tempo quando trai
O quanto quis e nada
Pudesse ainda ter
A luz deste querer
Ausência demonstrada
Na face mais feroz
Da vida em solidão
Inverno em transição
O corte nega a foz,
A noite segue alheia
Nem lua se incendeia.

15

Em meus braços padece
Quem tanto quis além
O quanto não contém
Aos poucos nada tece
A vida sem a messe
Vivendo sempre aquém
No olhar tanto desdém
A sorte já se esquece,
O rumo em desencanto
O todo que não canto
O medo em caos, escuro,
Ainda quando tento
Apenas sofrimento
Também eu me amarguro.

16


Na noite deste anseio
Em pleno temporal
Ausente ritual
A vida em devaneio
O amor que nunca veio
O gesto sensual,
O dia sempre igual
A sorte em que rodeio
O pranto não se cala
A vida esta vassala
Jamais se permitira
E tudo o que eu tivera
Apenas é quimera
Apenas é mentira.

17

Imerso em teus delírios
Procuro uma saída,
Mas nada traz a vida
Senão velhos martírios
Pudesse em campos, lírios
Ainda dividida
A sorte destruída
Nas mãos sofríveis círios
O canto em desalento
Ainda mesmo tento,
E nada se produz
Somente este vazio
E dele o tempo frio
Ausente em mim a luz.

18


Prazeres que em loucura
Tentei e não mais busco
Do dia em tom tão brusco
A sorte sem ternura
A ausência se assegura
E gera o quanto em fusco
Momento em que me ofusco
Reflito esta amargura
De quem procura mais
E nada dos cristais
Apenas se percebe
O olhar sempre distante
E nada se adiante
Só neve me torpe sebe.

19

É mar que, enluarado
Pudesse ainda ver
E nada a se conter
Senão velho passado
Ausente algum legado
Apenas desprazer
E quanto a te querer,
O vento desolado...
Resumo noutra história
A cena merencória
De quem queria tanto
E sem ter nada além
Do quanto não contém
Somente em vão me espanto.

20


Orgástico, fecunda
O solo em alegria
A face da euforia
Em mim já se aprofunda,
Mas quando moribunda
A sorte não se via,
Somente esta agonia
A vida em dor, inunda,
Resulto neste ocaso
O tempo não aprazo
Outono em meu viver,
No quanto quis a luz
E nada se produz
Somente o nada ter.

36381 até 36390

1

Meu grito nunca mais
Ouvindo-se distante
De quem não me garante
Momentos magistrais
O quando busco o cais
Eterno navegante
Sabendo a cada instante
Os fartos vendavais
Resumo a minha vida
Na sorte prometida
Que rondo e já não vejo,
Assim ao mergulhar
Nas ânsias deste mar
Intenso de um desejo.

2

À noite, adormecido,
Sem ter ninguém ao lado,
A morte diz recado
E tudo está perdido,
No gozo pressentido
As lendas do passado,
O mundo degradado
Apenas vago olvido,
Restando quase nada
Da sorte desejada
E tanto prometida
Vagando sem ter paz
Olhar turvo e mordaz
Comanda a minha vida.

3

Saber o quanto a dor
Pudesse apascentar
Quem tanto a desejar
Se fez um sonhador,
E quanto mais amor
Maior o despertar
E nada a se mostrar
Somente a decompor.
O risco de viver
A sorte do querer
O medo desampara,
O tanto que perdi
Vagando e chego aqui
Em tétrica seara.

4

Estrela dos teus olhos
Vagando sem destino,
O quanto me fascino
Enfrento tais abrolhos,
Os dias se repetem
E nada mais eu tenho,
Tão frágil desempenho
E nele se prometem
Momentos mais felizes
E sei que são tão falsos
Apenas em percalços
E neles os deslizes,
As quedas são constantes
Passos titubeantes.

5


No que me restará
Do sonho, apenas isto
O fato em que resisto
Sabendo desde já
Que nada mais virá,
Porém nunca desisto
E se inda teimo e insisto
O sol, pois brilhará.
Redimindo os enganos
Mudando assim meus planos
Os danos remendados
Os dias que virão
Tramando a solução
Quem sabe, novos fados?

6


Nos ventos, meu orgulho
Perdido para o eterno
O quanto quis mais terno
Inútil, mas mergulho
E a cada pedregulho
Aumenta o duro inferno
Nos sonhos eu me interno
E sinto este marulho
Promessa de sereia
No quanto me incendeia
Depois se desfazendo
Aos poucos acordando
E vendo desabando
O sonho esvaecendo.

7

Por vezes, meu caminho
Pudesse até trazer
A paz do bem querer
A calma neste ninho,
Mas sigo e vou sozinho
Buscando algum prazer
Cansado de saber
Que apenas tenho espinho,
Em cada despedida
Aumenta a já sofrida
Estrada rumo ao nada,
Assim enveredando
Tristeza desde quando
A sorte em vão lançada.

8

Distantes esperanças,
Ausentes alegrias
E quanto mais querias
Ao nada tu te lanças
Assim desconfianças
E delas heresias
Portanto não sabias
Das torpes alianças
Sedento navegante
Sem nada que adiante
O passo rumo ao porto,
Olhando para trás
O quanto inda se faz
O dia semimorto.

9

Vitórias sempre eu quis,
Mas nada se veria
Senão tal fantasia
Imensa cicatriz,
A dor de um aprendiz
Imerso na agonia
Morrendo a cada dia
Jamais serei feliz.
Resumo do que fora
A sorte tentadora
E nada além do sonho,
Restando dentro em mim,
Tristeza já sem fim,
Num ar torpe e medonho.

10

Quem sempre se perdeu
De todos os caminhos
Vertendo em desalinhos
O mundo que era seu
Não sabe o quanto deu
Meu passo em tais espinhos
E sinto mais mesquinhos
Os dias, farto breu.
Seduz-me outra vontade
E quanto mais me invade,
Dos sonhos vou alheio,
O passo que pudesse
Trazer outra benesse,
Percebo; nunca veio...

36371 até 36380

1

Sossegam meus tormentos,
Os dias onde estás
Gerando em mim a paz
Matando os sofrimentos
E quanto mais atentos
Olhares tu me traz
O vento mais audaz
Adentra os pensamentos,
Vivendo a imensidão
E tendo desde então
A clara intensidade
Do encanto que me guia
E nele a poesia
Aos poucos já me invade.

2

Não trouxe nem sequer
Momento que alentasse
E quando neste impasse
Distante do que quer
O sonho sem qualquer
Caminho que inda trace
Ou mesmo aonde grasse
Vagando onde puder.
Descanso o meu olhar
Ausente no horizonte
E nada mais desponte
Talvez reste o luar,
Porém noite brumosa
O sonho logo glosa.

3


Saudade que senti,
De quem tanto buscara
Em noite mansa e clara
Distante inda daqui,
E quanto percebi
Em ti eu encontrara
O todo que sonhara
E outrora em vão perdi,
Recebo em plenitude
O amor que tudo mude
E mostre novo dia
A quem tanto soubera
Da vida amarga fera
E agora em paz se guia.

4

Nas asas desse amor,
Liberto e sem fronteiras
As horas corriqueiras
São feitas sem pudor,
E venço o dissabor
Em tudo o quanto queiras
Erguendo tais bandeiras
Distando enfim da dor.
Vagando em céu imenso
Enquanto eu ti eu penso
Eu sei, serei feliz,
Mas quando tu te ausentas
Enfrento tais tormentas
E o nada contradiz.

5

Carrego o muito pouco
Do todo que eu quisera
O tempo em vaga espera
O grito quase rouco
E o medo se sentir
De novo a solidão
Aonde a solução
Diversa do porvir
Traria tão somente
A dor e nada mais,
No quanto em vendavais
Espalha-se a semente
E nada mais se vê
Na vida sem por que.

6


A dor, o medo, a ponta
Da pedra maltratando
Quem tanto quis em bando
A sorte que se apronta
E nada mais desponta
Somente este ar nefando
E quanto sonegando
A vida faz de conta.
Resisto e tento ainda
O amor que a tempo brinda
E gera a paz em mim,
Buscando esta fatia
Da vida que seria
Um mar farto e sem fim.

7


A dúvida feroz
Adentrando o meu sonho
E quando me proponho
Ninguém ouvindo a voz,
O quanto houvera em nós
Ainda em tom risonho
Agora se me oponho
Já morto em fria foz,
Algozes dias vejo
E quanto mais almejo
Maior a queda, eu sei,
No templo que criara
A vida bem mais rara
Deveras não achei.

8

Não posso perseguir
O sonho em que não creio
Alimento o receio
Do quanto inda há por vir,
E gero sem sentir
Apenas este alheio
Caminho sem que o veio
Garanta o persistir
No passo mais audaz
E quanto mais desfaz
O mundo se tomara
Por sorte inusitada
Do todo apenas nada,
Ausente esta seara.

9


A rosa que deixaste
Morrendo no canteiro
Sem cor, brilho nem cheiro
Aos poucos num contraste
Com tudo o que tomaste
Do amor mais verdadeiro
Não tendo ou tão ligeiro
Somente em vão desgaste,
Resisto, mas sei bem
Que nada ainda vem
Somente a tempestade,
Assim sem ter a paz
Meu mundo se desfaz
Por mais que, tolo, eu brade.

10


Perdoe se não posso
Falar do quanto sinto
Do amor há tanto extinto
Do nada em que me aposso,
O mundo este destroço
Gerado em vago instinto
Morrendo enquanto eu minto
No quanto fora nosso,
E agora se pudera
Gestar a primavera,
Porém só resta inverno,
Nas sombras do que fomos
Diversos cortes, gomos,
Apenas vão, hiberno.

36361 até 36370

1


Caminho que me leve
Além do quanto sonho
E quando me proponho
Meu passo mais se atreve
E mesmo se inda neve
Ou sendo o céu medonho
O véu logo deponho
E a dor se faz mais breve.
O passo rumo ao todo
Enfrenta medo e lodo,
E nada me contém
Nem mesmo o desvario
Se dele eu me desvio
Na busca por meu bem.

2

No mundo tanta vez
Eu me perdera em vão
Embora a solução
Mostrasse como vês
No olhar em lucidez
Nas horas que virão
E sendo meu verão
O inverno não se fez.
Mas tanto quanto pude
Viver a juventude
Sem medos, eu vivi,
Agora neste outono
Caminho que abandono
Jamais me leva a ti.

3

Distâncias percorri
Nos sonhos mais audazes
E quando os versos trazes
Volvendo então a ti
Encontro desde aqui
Nos braços as tenazes
E os olhos ditam fases
E nelas percebi
O todo transformado
Do vento desolado
Agora um manso afeto,
E sigo sem temer
O quanto possa ter
Meu prato predileto.

4

Tentando ser teu arco,
Pudesse acreditar
No amor quando raiar
Mesmo se fosse parco,
E quando em ti me embarco
Buscando um imenso mar,
E tendo onde ancorar
O mundo em mim abarco,
Não tento outra saída
Sequer a direção
Se tenho em ti timão,
Assim a minha vida
Encontra finalmente
O porto que apascente.

5

Amor que me deflagra
Aos poucos o estopim
Dizendo-me ao que vim
E quanto mais consagra
Percebo em mim a paz
Que tanto desejara
A vida bem mais clara
O amor a sorte traz
E tudo se transforma
No instante em que te vejo
E envolto em tal desejo
Jamais esqueço a norma
Da sorte que se entranha
Com força e fé tamanha.

6

Ah! Celestes desejos
Não pude acreditar
Nas ânsias do lar
Em meros vãos lampejos
Meus olhos tão andejos
Cansados de buscar
Quem tanto pude amar
Em dias mais sobejos
E agora não se vê.
A vida sem por que
O corte se aprofunda,
E tanto quis o dia
Em plena fantasia
Na sorte mais fecunda.

7

Nas telas que pintaste
Com cores mais sombrias
Gerando as agonias
E nelas o contraste
Com tudo o que teimaste
Marcando assim meus dias
Bem sei que não querias,
Mas tudo em mim roubaste.
O quanto sou agora
No nada se demora
E morro aquém do quanto
Pudesse ter enfim
Distando do jardim,
Em dor, tormenta e pranto.

8

As cores boreais,
Momentos soberanos
E quando em desenganos
Não vejo um novo cais
Pudesse muito mais
Mudando os velhos planos
Revendo os meus enganos
Querendo os teus cristais,
Assim seguindo em frente
Por mais que ainda enfrente
Tormentos vida afora,
O todo transcorrendo
Num mar imenso e tendo
O amor que me decora.

9

Por quantas vezes alma
Perdida insensatez
No vago se desfez
Gerando medo e trauma,
Apenas inda acalma
O amor quando inda crês
Provável lucidez
Ou mesmo apenas calma,
Mas tudo se moldando
E nisto desde quando
Enfim te conheci,
Eu te amo e não renego
E quanto mais me entrego
Bem mais eu vivo em ti.

10


Mas os teus braços mansos
Apóiam quem tentara
Vencer a dor amara
E ter nestes remansos
Os dias mais felizes
E neles poder ver
Além do amanhecer
O tanto quanto dizes
Em atos e palavras
Momentos sem igual,
O amor se magistral
Em paz sempre tu lavras
Colheita garantida,
Redime toda a vida.

36351 até 36360

1

Silêncio nos amantes,
A noite segue fria
Enquanto silencia
Os olhos mais distantes
Ainda me garantes
Do amor que inda teria
Quem tanto em fantasia
Vivera além bem antes.
Agora o que se vê
Um mundo sem por que
O tempo se esvaindo
O fim se aproximando
Esperanças em bando
Matando o que foi lindo.

2

A noite vai morrendo
Depois do quanto eu quis
E sei quanto infeliz
Apenas me perdendo,
Em dores me envolvendo
A sorte, esta aprendiz
Gestando a cicatriz,
Terrível dividendo
Do todo quanto em nada
A vida desolada
A estrada não se via,
Amar e ter a messe
Assim o tempo esquece
E renasce outro dia.

3

Embora tão distante
Do quanto quis outrora
O tempo não ancora
O barco delirante
No quanto se adiante
A fera já devora
O nada me decora
O mundo, um vil farsante.
Alheio ao quanto pude
A ausente juventude
No olhar que mira o espelho,
Nos ermos de minha alma
Sem nada que me acalma,
Em vão, eu me aconselho.

4

O canto que se escuta
Na noite inesperada
Traduz a velha estada
Na sorte amarga e bruta,
O quanto se reluta
E sigo noutra estrada
A sorte desejada
O sonho não desfruta.
E assim sem ter apoio
Perdido o velho arroio
Procurando a nascente,
Mas sabe da cascata
E nada mais resgata
Enquanto a foz pressente.

5


Teu rosto nos espaços
Qual fosse a estrela guia
O tanto que me magia
Procuro por teus braços,
Meus dias, velhos, lassos
Apenas saberia
Viver a fantasia
Perdida em toscos laços,
Resumo cada verso
No quanto estive imerso
Nas sendas da ilusão
O vento noutro rumo,
Aos poucos me acostumo
E a paz, olhos verão.

6

Coretos alegrando
A banda marcial
O tempo é desigual
Se outrora fora brando
Agora transformando
O todo em ar venal,
A sorte marginal
Em mim sempre nevando,
Acossa-me a saudade
E quanto mais invade
Mais perco este horizonte,
Da juventude além
O sonho ainda tem
Da mocidade a fonte.

7

Em gracioso desejo
O tempo poderia
Trazer esta alegria
Que ainda e em vão almejo,
O quanto do azulejo
Traduz o belo dia,
Mas quando em cor sombria
Apenas tudo eu vejo,
Mergulho neste insano
Caminho e se me dano
Enganos costumeiros,
As horas vão e sei
Do quanto procurei
Meus sonhos, garimpeiros.

8

Celestiais delírios
Em atos, ritos, riscos
Os passos mais ariscos
Desviam os martírios
E beijo com carinho
Aquela que sei bem
O quanto me contém
E nela se eu me aninho
Deveras sou feliz
E sinto a plenitude
No quanto amor ilude
E traz o que se quis,
Embora mentiroso
Transformo em raro gozo.

9

Compostos de ilusão
Os dias podem ter
Além do bem querer
As horas que virão
Negando esta estação
E nela posso ver
Ausente amanhecer
Na imensa solidão,
Passando pelo nada
Ao menos desejada
A sorte não se via,
O todo quando ausente
Apenas se pressente
Frágil raiar de um dia.

10

A vida se perdendo
Aonde quis bem mais,
Não tendo além o cais
O tempo não desvendo,
Recebo em contraluz
A imensa tempestade,
E quando tudo invade
Enchente em vão produz,
Marcando em cicatriz
O quanto desejara
Da vida bem mais clara
E o tempo contradiz,
Resumo o meu vazio
No dia amargo e frio.

36341 até 36350

1

Amor não é nenhuma
Fonte de esperança
Enquanto o tempo avança
Apenas mera espuma
A vida já se esfuma
E resta na lembrança
O quanto em confiança
Uma alma não se apruma,
E bebo deste amargo
Caminho aonde eu largo
A luz que poderia
Traçar novo horizonte,
Mas nada mais se aponte
Tomando a cercania.

2

Não creio em sentimento
Que mostre em face escusa
A sorte mais confusa
Aquém do que ora tento,
Buscando em pensamento
O todo onde se cruza
A paz da qual se abusa
A cada esquecimento.
Restando quase nada
Da imensa e desejada
Manhã que se perdeu,
Apenas rota imagem
Passado? Uma miragem
Grotesco engano meu.

3

Aos ventos e tempestas
Os olhos se perdendo
Sem nada em dividendo
Das luas, meras frestas
E quanto mais te prestas
Ao novo percebendo
O antigo já morrendo
Engodos nestas festas,
Ausenta-se de ti
O quanto mereci
E nada me trouxeste,
O solo onde cevaste
Agora em vil desgaste
Em aridez, agreste.

4

A noite de meus sonhos
Jamais se perpetua
Olhando para a lua
Apenas enfadonhos
Os raios mais medonhos,
A sorte não atua
A morte continua
Reinando em vãos bisonhos,
Adentro os temporais,
Procelas, e sem cais
Jamais pude encontrar
A paz que procurara
A noite bela e clara,
Sem brumas, meu luar.

5

Encontra nos teus olhos
Reflexo do que um dia
Pensara em poesia,
Mas vira vis abrolhos,
Resumos deste nada
Aonde se tentara
Enquanto fosse clara
Alçar nova alvorada,
Mas sei que ora me canso
E tento novo rumo,
Aos poucos me consumo
Na busca de um remanso
E sem ter mais sossego,
À vida perco o apego.

6

Seu brilho transformando
A noite em plenitude
Por mais que inda se ilude
Num céu suave e brando
A vida se moldando
Permite esta atitude
E nela a juventude
De novo retomando,
Ao menos num momento
O quanto ainda alento
Somente lenitivo?
Mas sei que mesmo assim
Há sol dentro de mim
E por instantes, vivo.


7

O canto desta noite
Em ritos mais diversos
Momentos onde imersos
Meus olhos, sem açoite
Adentram no futuro
E beijam meu passado,
O quanto fora errado
Agora eu te asseguro
Alheio aos vãos tormentos
Bebendo esta alegria
No quanto poderia
Entregue aos mansos ventos
Seguir além do cais
Sonhando muito mais.

8

A lua não pretende
O quanto poderia
Embora tão sombria
A noite não desvende
Olhar que além se estende
Procura pelo dia
E enfrenta em harmonia
Ou mesmo desentende,
Só sei que tendo em ti
O quanto em mim perdi
Eu posso reviver
A sorte incomparável
De um tempo mais amável
Imerso em teu prazer.

9

Nos olhos dos cometas,
Nas ânsias siderais
Querendo muito mais
Do quanto me prometas
Além quando arremetas
Os passos por astrais
Caminhos divinais
Ou erros que cometas,
Eu possa te trazer
A paz do bem querer
O riso em cada olhar,
Depois de tantas dores,
Seguindo aonde fores
Eu aprendi a amar.

10

Minha alma, em desalento,
Meu mundo não se cansa
Do quanto em esperança
A vida dita o vento,
E quanto mais eu tento
Menor a confiança
Ausenta-se a mudança
E bebo este tormento.
Amar e ser feliz
É tudo o quanto eu quis
E nada se mostrara,
O mundo não perdoa,
Uma alma segue à toa
Sem rumo e nunca pára.

36331 até 36340

1

Desfeita a liberdade
Que um dia poderia
Trazer em alforria
A imensa claridade
E agora esta saudade
Aonde não havia
Resiste em agonia
Embora desagrade,
Assisto à derrocada
E quando vejo o nada
Apenas e me teço
Nestes teares vagos,
Dos sonhos, mansos lagos,
Nem sei mais endereço.

2


No peito o frio vago
O tempo não foi bom,
O quanto deste dom
Distante não afago
E quando assim me alago
Na falta deste tom,
O mundo noutro som
Em turbulências trago,
E tento alguma chance
Por onde quer que avance,
Somente este vazio.
O tanto que te amara
Ausente esta seara,
A morte, eu desafio.

3


Aguardo calmamente
Um dia onde talvez
O quanto se desfez
Refeito em minha mente
Pudesse plenamente
Ainda em sensatez
Gerar o que não vês
De mim, de ti, se ausente.
Partindo do princípio
Do quanto em particípio
Meu mundo se mostrou
Quem sabe no futuro
O todo que procuro
Transcenda ao que hoje sou.

4

Chicotes vão lanhando
Os sonhos de quem tanto
Pensara noutro canto
E nele se mostrando
Um dia desde quando
Ainda vibro e espanto
A dor, vago quebranto
Embora vergastando,
O vento do passado
Rondando esta janela
O nada se revela
E o quarto desolado
No inverno em tom sombrio,
Ausência dita o fria.

5

Na luz dos meus amores
Buscando alguma paz
E nada mais se traz
Somente os amargores
Da vida sem as flores
Do quanto se é capaz
E nada além se faz
O céu perdendo as cores,
Mortalha se tecendo
Aonde outrora vendo
O sol de uma esperança,
A vida segue alheia
E quando me incendeia
Ao nada; ela se lança.


6


Quem dera minha sorte
Pudesse ser diversa
E quando se dispersa
Trazendo sem suporte
Apenas frio e corte,
No quanto se é perversa
Ainda mesmo versa
Sem ter sequer um norte,
Vasculho dentro em mim
E vendo assim meu fim,
Não posso imaginar
A luz que inda pudera
Apascentar a fera,
Distante do luar.

7

Quem dera meu destino
Não fosse em desalento
E quando ainda eu tento
Embora não domino
O passo cristalino
Na luz do pensamento
Vencendo o sofrimento,
Apenas desatino,
E perco qualquer rumo,
E assim eu me resumo
Na imensidão do nada,
O peso do viver
Sem paz e sem prazer
Uma alma já cansada.

8

O peso desta vida,
As costas em vergastas
Enquanto tu te afastas
Aumenta-se a ferida,
E quando fosse urdida
Além das horas gastas
E nelas já te bastas
Sem ter qualquer saída.
A lua se nublando
O dia outrora brando
Agora não se vê
Reveste-me a tristeza
E quando sem destreza
A vida é sem por que.

9

Queria só saber
Se existe alguma chance
Do dia que se avance
Em ti viver prazer,
Nas ânsias do querer
Na luta em vão romance,
Apenas num nuance
O todo eu posso ver,
Restando dentro em mim
A dor que não tem fim,
O medo em persistência
Regendo passo a passo
O tanto agora escasso
A vida impaciência.

10

Apostas que já fiz
Nas tramas da ilusão
Embora em emoção
Ainda fui feliz,
No fundo a cicatriz
Em trágico verão
Os dias mostrarão
Bem mais do quanto eu quis.
Vencido e desolado,
Apenas sigo ao lado
E nada me contenta,
Assim a vida passa
E o quanto de fumaça
Agora é vã tormenta.

36321 até 36330

1

Os raios deste sol
Adentram no meu quarto
E quanto mais me aparto
Dos sonhos, tal farol
Ilude o girassol
Que dos amores farto
Além dos sonhos parto,
Mas volto ao arrebol,
Colhendo este solar
Caminho a se mostrar
Nas mãos das ilusões,
E quanto mais distante
Maior e deslumbrante
Desejo tu me expões.

2

A vida se refaz
Depois da tempestade
E quanto mais invade
Aumenta a minha paz,
O quanto fora, atrás
Escravo da saudade
E agora em liberdade
O amor suave e audaz
Domando o velho peito
Há tanto insatisfeito
Sem cais e sem abrigo,
Por tanto te querer
E poder te saber
Viver, enfim, consigo.

3

A sorte e meus amores
O tempo destroçara
E quanto mais amara
Maiores dissabores,
Seguindo aonde fores
A vida, mesmo amara,
Em ti já se declara
Sem medos ou rancores,
Vivendo este momento
E nele se me alento
Também eu posso ver,
Além da imensidão
O sol em profusão
Domando o amanhecer.

4


Destino tão cruel
Cevara em mim daninhas
E quando te avizinhas
O pensamento ao léu
A força em aço e fel
Searas nunca minhas
Agora que encaminhas
Adentram turvo céu.
E nada do que tive
Sequer por onde estive
Traduz esta tristeza,
O quanto do meu mundo
Em lágrimas inundo,
Intensa correnteza.

5

As rodas da fortuna
Em vão já se perderam
Searas se teceram
Aonde coaduna
Ausente praia e duna,
As ondas me esqueceram,
E enfim quando morreram
Levaram minha escuna
Além do mar imenso
E quanto em ti eu penso
Não vejo nada além,
Senão a noite em vão,
Sem ter mais direção
Procuro e ninguém vem.


6

Quem quis da vida festa
E teve esta amargura
Distante inda procura
Da sorte qualquer fresta
E quando nada resta
Sequer uma brandura
A vida tão escura
Ao nada já se empresta.
Resisto o mais que pude
E assim em plenitude
A dor não mais me deixa,
O quanto poderia
Alçar em novo dia,
Inútil minha queixa.

7

Já sabe que alvoradas
Não deixam que se veja
O quanto desta andeja
Ternura em mãos atadas
Subindo por escadas
Aonde se preveja
O quanto se deseja
Em sortes lapidadas.
Mas nada toma a forma
Enquanto nos deforma
O sonho vil, banal,
Pudesse ver a luz
E mesmo se me opus,
Aguardo um bom final.

8

No fundo se perdeu
Quem teve em suas mãos
Embora fossem vãos
O quanto mereceu,
O mundo fosse meu
E fôssemos irmãos
E vivos quais cristãos
Num tempo amargo e ateu
Talvez enfim pudesse
Além de mera prece
Viver a eternidade,
Mas quando te ausentaras
Restaram só aparas
E em mim algema e grade.

9

Saudade que já tive
De quem se foi há tanto
E agora quando eu canto,
Deveras não contive
O tempo em que eu estive
Buscando em qualquer canto
As sombras deste encanto
Que sei não sobrevive,
Vivesse algum momento
E nele sem tormento
Pudesse acreditar
Na força inusitada
Da luz em alvorada
Num céu a se dourar.

10

A morte vem tecendo
Caminhos discrepantes
E quando me garantes
Do tempo se perdendo
O quanto em estupendo
Momento diz bem antes
Dos fardos degradantes
Que aos poucos vou bebendo.
E resoluto espanto
Atrocidade em canto
E arisco, eu sigo em frente,
Porém a morte alcança
Uma alma atroz ou mansa
Que sinto já se ausente.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

36301 até 36320

1

Porém jamais se cala,
Quem tu mais desejaste
E quando em tal contraste
A vida é vã vassala
No todo em que se embala
No passo que tramaste
E nele me negaste
O vento, a casa, a sala,
E o peso desta vida
Porquanto mal cumprida
Em cenas discordantes
Embora noutro lado
O quanto do traçado
Inválida, garantes.

2

Quem em vida se fez
Além de qualquer traço
No todo que desfaço
Bebendo a insensatez
Do tanto quanto crês
Em tréguas, réguas, laço
O gesto sem compasso
Proclama esta altivez
A gélida presença
De quem não se convença
Do todo que não é,
Marcando com terror
O quanto quis amor
E perco assim, a fé.

3

Por vezes me esqueci
Do tanto que buscara
Na fonte mesmo rara
E nela pereci
No todo que há em ti
Ou mesmo em face amara,
O tanto desampara
E quase enlouqueci.
Resumo mais disperso
Seara no universo
Em verso e mansidão,
Resolvo meus problemas
E quando nada temas,
Encontro a solidão.

4


Não fiques assim tonta,
O mundo não merece
Nem reza mesmo prece
Enquanto nunca conta
E mesmo quando apronta
À fúria se obedece
E nada mais se esquece
Na dívida desconta
O rosto mais audaz
A boca mais feroz,
O gesto que se faz
O passo rumo ao nada
E tento nova foz
Na ausente madrugada.

5

Não posso mais viver
Nas ânsias de um passado
Há tanto depredado
E nada a se tecer
Senão tal desprazer
Em ritmo alucinado
Nas tramas de um pecado,
Enquanto eu possa ver
A sombra do que outrora
Ainda me decora
E não mais quer deixar
Quem vive e sabe bem
Do todo quando vem
Esquece do luar.

6

A noite se apresenta
Aos olhos de quem crê
No quanto sem cadê
Pudesse esta tormenta
Na face mais sedenta
O todo não se vê
Nem mesmo sei por que
A gente não enfrenta.
O passo que avassalo
O tempo num estalo
O resto conta pouco,
E sigo esta desdita
No quanto se acredita
No grito, mesmo rouco.

7


Se não estás me perco
Na fúria mais audaz
No tempo em que se traz
Da vida o velho cerco,
E sei que sou esterco
Por isto tento a paz,
E sendo um incapaz
Do nada já me acerco,
E vislumbrando o quadro
A vida sem esquadro
O mundo em discordância
Buscando algum apoio
Sem trigo, sou teu joio
Assim viva ganância.

8

Se foges de meus braços
Não vês qualquer certeza
De ser além da presa
Momentos entre traços
Seguindo velhos passos
E neles correnteza
Servindo em farta mesa,
Faltando meus espaços
Resumo no que possa
A vida, a senda a fossa
Acendo o meu cigarro,
O câncer consumado,
O tempo renegado
Nas trevas eu me esbarro.

9


Meus olhos necessitam
Dos teus embora eu viva
Além do quanto priva
Dias possibilitam
Olhares que meditam
Na corte e se cativa
Uma alma não se criva
Das flores que se emitam
Canteiros discordantes
Adias? Adiantes.
O beijo nunca dado
O resto se permite
Além deste limite
Há muito mal traçado.

10

Tens no sangue, beleza
De um ancestral caminho
Enquanto sou daninho
Decerto quero a presa
E tanto em sutileza
Preparo o novo ninho
Aonde já me alinho
E beijo esta incerteza,
Resisto o quanto posso
E quando sou destroço
Em derrocadas vejo
O mundo mais atroz
E quando bebo a foz,
O mar quero sobejo.

11

De princesa africana
Em ébanos perfeita
Meu corpo se deleita
Enquanto não se engana
E bebe a soberana
Beleza quando deita
Por ti ao ser aceita
Minha alma já se ufana,
Rendido em negritude
O tanto se transmude
No vasto desta chama,
A pele sobre pele
O amor quando compele
À fúria ora nos chama.

12

Rainha dos desejos,
A deusa incomparável
Num solo imaginável
Momentos em lampejos
E quanto mais andejos
Delírios no incontável
Caminho aonde arável
Estrela em tons sobejos
Acende em refletores
As ânsias dos amores
Perpetuando a vida,
Assim ao me perder
No fogo do teu ser
Encontrei a saída.

13

A vida te ilumina,
Enquanto doma o sonho
E quanto te proponho
De igual e bela sina,
Sorriso de menina
No olhar claro e risonho,
É tudo o que componho
Enquanto me alucina,
Rendido em plenitude
Por mais que isto me ilude
Não vejo outra verdade
Vivendo com ternura
O amor que se perdura
Por toda a eternidade.

14

Amar e desejar-te
Além do que pudera
Contendo a velha fera
Negando algum descarte
A vida imitando a arte
Não deixa que a quimera
Bebendo degenera
A sorte em qualquer parte,
Resume-se na glória
O fato da vitória
A cada instante em mim,
Do amor que mais anseio
Assim se inteiro veio
Eu bebo até o fim.

15


Caminho por distâncias
Diversas, passo a passo
E quanto mais eu traço
Nos olhos discrepâncias
Entregue às tais ganâncias
Não tendo mais espaço
O todo quando escasso
Não deixa as militâncias
Do quanto pude outrora
E sei que agora aflora
O tanto quanto quis
E sendo teu parceiro
Amante e companheiro
Enfim eu sou feliz.


16

Cavalgo o meu corcel
Adentrando os espaços
E sei dos velhos laços
Alçando imenso céu,
No amor em carrossel
Nos dias bem mais lassos
Entrego-me aos pedaços
E bebo deste fel,
Mas quando redimido
O gozo da libido
Entorna neste olhar,
E sinto este abandono
E quando mais me adono
Além vou mergulhar.

17

Quem sabe assim mereça
A sorte desigual
E tente em ritual
Além do que obedeça
Jamais alguém esqueça
O passo magistral
E nele este cristal
O tempo nunca teça
Resido no futuro
E bebo do passado
No quanto em quarto escuro
O quero iluminado
Além do que procuro
Um mundo ensolarado.

18


De ter esta alegria
Após saber do vão
Ausente algum verão
A vida sempre esfria
E teimo em sincronia
Imensa solidão
Vencendo esta amplidão
Aonde se irradia
O sol mais forte e belo
E quando me revelo
Assaz enamorado,
O vento se transforma
E toma logo a forma
Das dores do passado.

19


Sonhando com amor,
Vivendo liberdade
Não quero mais a grade
Nem mesmo em vago horror
Eu tento o dissabor
Que agora nos degrade
Ou mesmo quando invade
Resista sem pudor,
O passo que procuro
O tempo onde amarguro
A vida em luz sombria,
Não vejo soluções
Além do que compões
Em toda poesia.

20

Marcada, bem maior
Do que esta cicatriz
Aonde se desdiz
O tempo onde pior
Estrelas sei de cor
E sendo um aprendiz
Pudera ser feliz
Num mundo tão melhor,
Resumo a minha vida
No quanto dividida
Ou mesmo imprecisão,
Cadenciando o passo
Do nada que hoje traço
Não vejo solução.

36291 até 36300


1


No sonho e na esperança
De um dia bem tranqüilo
Enquanto em vão desfilo
A sorte não me alcança
Pudesse na mudança
Do tempo em que perfilo
O gozo sem estilo
Diversa temperança
Mergulho no que resta
Desta alma tão funesta
E risco com as garras
Afiadas no encanto
E quando ainda canto
De mim mais te desgarras.

2


Eternamente aqui
Encontro o quanto fomos
Diversos, meros gomos
E em tudo te sorvi
Bebendo até que em ti
Não tendo mais os cromos
Dos sonhos entre tomos
Que um dia ainda eu li.
Não pude discernir
Ausência de porvir
Do quanto imaginara
A faca trespassando
No dia mais nefando
A imagem fosca ou clara.

3

Sabemos : todo rio
Procura alguma foz
Escuto a mansa voz
Do quanto desafio
E tento em desvario
Beber deste feroz
Momento aonde atroz
O quarto está sombrio.
E teimo contra a sorte
Ainda que comporte
Verdades mais sutis,
E sendo assim a vida
Ao ver na despedida
Encontro o que desfiz.

4

Porém o seu cantar
Já não alcançaria
Ainda além o dia,
Distante a procurar
Num raio de luar
Espero um claro dia
E tento em poesia
De novo decifrar
O rumo aonde outrora
O corte que devora
Já fosse mais voraz
E tanto pude crer
Na ausência de prazer
Enquanto quis a paz.

5

Dele jamais me esqueço
Enquanto pude ver
Além do bem querer
Qualquer novo adereço,
E sei que não mereço
Tampouco algum prazer
Distante do poder,
Espero o meu tropeço.
Resumo o verso em vão
E beijo a solidão
Durante a noite atroz,
Porquanto inda pudera
Saber da primavera
Se não tenho mais voz?

6

Mesmo que toda falta
De sonhos inda trame
O quanto se reclame
No todo que me assalta
O gozo se ressalta
E nele em tolo enxame
O mundo em que se exame
A paz até se incauta.
Eu vejo e beijo o nada
E tento outra alvorada
Buscando ao menos sol,
Somando o que não sou
Nem sei por onde vou
Só sei ser girassol.

7

Algumas são decerto
Dispersas quando eu tento
Vencer o forte vento
Ou mesmo me deserto
A fera sei por perto
E nada em pensamento
Trouxesse algum alento
Enquanto não desperto
Em mim voracidade
E tanto quanto brade
O gozo inconsistente,
No fato mais amargo
O quanto já te largo
O todo se apresente.

8

Ao embalar em canto
O sonho mais voraz
No quanto satisfaz
Ou gera dor e pranto,
Pudesse enquanto encanto
O verso em que se faz
O mundo mais audaz
E não tema o quebranto,
Resulto do que fora
Em vida sofredora,
Porém esperançosa,
Assim no meu canteiro
Embora o derradeiro
Nasceste, bela rosa.

9

Encanto que espalhava
Seu canto por aí
O mundo percebi
Em onda forte e brava
Adentro fogo e lava
E quanto sei de ti
Risonho me embebi
No quanto não se trava
O passo quando ao fato
Do verso em que resgato
O mundo mais cruel,
Vencendo alguma sina
A sorte que domina
Espalha fogo e fel.

10

Deixando-nos sentir
O todo feito em brasa
A vida não se atrasa
Nem sabe este porvir,
O quanto que há de vir
Domando rumo e casa
No parto se defasa
O gesto a pressentir,
O gosto mais ferrenho
Aonde não contenho
Sequer o paladar,
Vencido guerrilheiro
No canto derradeiro
Não pude me encontrar.

36281 até 36290

1

Refaz a nossa vida
A sorte passageira
E quanto mais se queira
Ou menos se duvida
Estando de partida
Bebendo a derradeira
Vontade costumeira
E nela não se acida
O quanto pude crer
Nas fontes do prazer
Em ti já descobertas
Veiculando ao fato
De ter onde reato
Estradas sempre abertas;

2

Para os noturnos medos,
Anseios de quem ama
Mantendo acesa a chama
Diversos desenredos
Não podem com enredos
Enquanto o sonho clama
E deixa além o drama
Em dias torpes, ledos,
Resido no que tento
E sem pressentimento
Adentro novo rumo
Enquanto fosse assim
Amor jamais no fim
Ausente eu me consumo.

3

Abrindo a porta, fecha
Malditas heresias
E quanto mais podias
Ser seta ou mesmo flecha
No quanto se refaz
Regaço após o vão
Mera transformação
Num toque mais audaz,
Assim o peso pende
A quem não mais pudera
Sentir além da espera
E disto se independe
A vida como fora,
Sutil e sonhadora...

4

Há tanta coisa mais
Além do quanto pude
E nada que se mude
Enfrenta vendavais
Os dias desiguais
Ausente juventude
Do quanto se amiúde
Os velhos temporais
Não posso ver a sina
Diversa que domina
O verso de quem ama,
Vibrando em sintonia
O todo não se adia
Mantendo antigo drama.

5

Que acompanha os solares
Caminhos de onde vens
E sei dos quantos bens
Assim que me tocares,
E vendo em tais luares
As vidas sem desdéns
Percebo que ora tens
Ou tanto me inundares
Do sonho feito em lança
Por mais que o tempo avança
Ao ter esta certeza
Não deixo de sonhar
Vagando céu e mar
Conforme a correnteza.

6

As libélulas voam
Em plena liberdade
Sem saber de uma grade
E mesmo assim escoam
Enquanto além ecoam
Os versos de saudade
E tudo volve e invade
Ainda em mim ressoam.
Recebo como outrora
O sonho que se aflora
Em cada melodia
Assim ao me entregar
Sabendo do luar
Espero um novo dia.

7

Nossa vida passando
Em luzes e tristezas
Conforme as correntezas
Em ar duro ou nefando
O medo sonegando
E nada das belezas
Aonde são surpresas
As horas neste bando
Vagando sem destino
Ainda não domino
Meu mundo noutra senda,
Sem ter teu telefone
A vida não ressone
E nada mais se entenda.


8


A tristeza anestésica,
O tempo que entorpece
A sorte de outra messe
Palavra que analgésica
Teria sem provento
Qualquer momento enquanto
Ainda tento e canto
Vencendo e me alimento
Do todo quanto pouco
Do muito quanto nada
A sorte se arriscada
O passo deste louco
Enfrenta o mesmo mar
Aonde quis te amar.

9

A manhã vem trazendo
Nos brilhos deste sol,
O sonho em arrebol
Diverso dividendo
O tanto se contendo
Aonde quis farol
E sei que sempre em prol
O gesto se perdendo
Na busca pelo fato
Enquanto desacato
O passo que não dei,
Pudesse acreditar
No quanto este solar
Dourasse a turva grei.

10

Que tantas vezes tive
Aquém do quanto pude
Mudando de atitude
O nada em mim retive,
Percebo se me prive
Do verso quando ilude
E marca em plenitude
O que jamais cative,
O tanto caridoso
Amor maravilhoso?
Apenas fantasia.
Assim ao ver a sombra
Que ainda chega e assombra
Espero um novo dia.

36271 até 36280


1

Capaz de apascentar
Quem bebe tal guerrilha
A vida em armadilha
Impede algum luar
Que quanto mais polvilha
Pudesse te buscar
Assim ao te encontrar
Outro caminho brilha?
Não posso mais perguntas
E quando não vão juntas
As almas se perdendo
No topo da montanha
Quem perde também ganha
E enfim vou me envolvendo.

2

Reconhecendo, assim,
O pântano que habito
E tento novo rito
Marcando desde o fim
Começo sei que enfim
Seria mais finito
No todo este granito
Demonstra de onde vim,
O fato de ser sal
Enquanto em vendaval
Querias agridoce,
No quanto onde não fosse
Nem mesmo poderia
Matando o dia a dia.

3

Eu agradeço a ti
Somente esta lembrança
Do quanto não se avança
Ou mesmo me perdi,
Se em nada me prendi
Diversa esta esperança
Gerando apenas lança
E assim me dividi,
No corte e na mortalha
Na fome que se espalha
No olhar desta rapina,
No bico deste corvo,
A vida dita estorvo
E tudo desatina.

4

Feliz aniversário
Amor em decadência
No quanto em evidencia
Aquém do necessário
Pudesse noutro armário
Apenas a clemência
Do todo em coincidência
O vento é temerário
Resisto em solidão
Ao quanto mostrarão
Os riscos, ritos, medos,
E sei dos velhos trapos
Guardando os meus farrapos
E neles meus segredos.

5

Quando a chuva passar
Terás esta certeza
Do amor em sutileza
Presteza do luar
E tudo a decorar
Sem ter qualquer surpresa
A imensa correnteza
Do bem e tanto amar,
Vencendo a tempestade
No quanto sempre agrade
Saudades? Sou sincero,
Apenas deste amor
No quanto a se propor,
Saudades? Nunca quero...

6

Espero estar contigo
Após qualquer momento
Em vivo sentimento
Aonde em paz me abrigo
No amor que mais persigo
Bebendo cada alento
Tomando o pensamento
Vivendo sem perigo,
Servido de bandeja
O quanto mais deseja
A paz em luz tranquila,
Minha alma junto à tua
Enquanto assim atua
Espaços eu desfilo.

7

E seus raios solares
Transferem para mim
O quanto do jardim
Fizemos tais altares
E quanto mais nos ares
Os cantos já sem fim
Resultam sempre assim
Em tantos bons lugares,
Não vejo nos seus olhos
As marcas dos abrolhos,
Apenas bela flor,
Vivendo um colibri
No amor que sei e vi
Sou mero beija-flor.

8

Da abelha fecundando
O pólen transformara
Em tarde bela e clara
Num tempo sempre brando
O amor em contrabando
A sorte semeara
Vivendo em tal seara
Qual fôssemos um bando
Levando para além
O todo que contém
Em puro e raro mel,
Assim a vida trama
Bem mais que dor e drama
Da terra bebo o céu.

9

Na eterna primavera
Aonde se faz tanto
O amor quando garanto
Além do que se espera
Apascenta a quimera
E gera sem espanto
O mundo em que, portanto,
O todo regenera
Refaço em cada passo
Outrora mais escasso
O traço em que te vejo,
E assim proliferando
O dia transformando
As dores num desejo.

10

A manhã, companheira
De quem sabe viver
E tanto a recolher
Além do quanto queira
Vencendo a derradeira
Peleja a se trazer
No quanto do poder
Amor dita a bandeira
Resumo de outra vida
E nela a despedida
Não diz qualquer promessa,
Senão a mesma dita
E nela se acredita
Enquanto recomeça.

36261 até 36270

1

Conselhos que me dás,
Momentos onde em tente
Vencer o impertinente
Caminho mais mordaz
E tanto busco a paz
No quanto sou descrente
Por mais que ainda invente
Carinho onde se faz
O mundo noutro tanto
E neste pouco eu canto
A sorte que não vem,
Depois de tantos anos
Em meio aos desenganos
Amor nada contém.

2

Quem faz de nossa vida
O quanto pode ou não
Mudando a direção
Há tanto sendo urdida
Na paz em despedida
Nas ânsias do verão
No corte em profusão
Na velha dor sentida
Ou tanto pude ver
No farto amanhecer
O dia que não veio,
E sei se ainda teimo
No verso onde me queimo
E busco estar alheio.

3

Angélico demônio
Em face derrotada
Ou tanto degradada
No quanto em pandemônio
Adestra cada hormônio
E traz nesta alvorada
A fonte depredada
E nela eu sou campônio
Vagando em área farta
No pasto me descarta
E bebe o quanto pude
Vencer ou mesmo crer
Na fúria do prazer
Matando a juventude.

4

Que desce calmamente
O rio até a foz
Depois do canto atroz
A vida não semente
E tanto se pressente
O quanto pude após
Vencer o canto algoz
E nele se apresente
O mundo sem remédio
Ainda em tanto tédio
Ou fardos que carrego
Vencido pelo tempo
Apenas contratempo
E nele inda navego.

5

O sonho mais profícuo,
O passo rumo ao nada
Por ser da minha alçada
Ainda quando ambíguo
Eu tento sendo inócuo
O vento soberano
E quanto mais me dano
Vivendo sempre in loco
O fardo feito em brilho
E sei do quanto agônico
Momento desarmônico
Por onde teimo e trilho,
Arquitetando o vago
Ainda nada trago.

6

E nele prosseguindo
Aonde não pudera
Vencer qualquer quimera
Ou mesmo não deslindo
Enquanto a ti não brindo
Sabendo desta fera
Menina qual pantera
E nela um sonho lindo,
Aos poucos nada resta
Senão final de festa
A xepa costumeira
Assim nova mortalha
No fio da navalha
No fim de cada feira.

7


Um mundo em perfeição
Ao menos prometia
Quem tanto não servia
Nem mesmo em rotação
O tosco desde então
Negando o velho dia
Audácia em fantasia
Não diz dos que virão
Tampouco se inda veio
Morena em belo seio
Receio de outro fora,
Mas tudo não se molda
Conforme serve a solda
E nada mais demora.

8

Encontra em suas mãos
Os calos deste arado
As marcas do passado
Ainda trazem grãos
E os olhos sendo vãos
Os cortes, velho prado
O tempo arredondando
O medo de outros nãos,
Repare aquela estrela
E quando enfim bebê-las
Verás a eternidade,
No todo não resiste
Quem sabe sempre em riste
O olhar em falsidade.

9

Aonde não resiste
Nem mesmo o sexo oposto
Sabendo do desgosto
De quem se fez mais triste
E quando não insiste
Pagando o mesmo imposto
Rendido no seu posto
O peso segue e existe
Apenas por saber
Do tanto envelhecer
Que espelho não sonega,
Assim em cada ruga
O tempo não se aluga
Nem mesmo a sorte é cega.

10

Emanas em teus olhos
Os fartos raios quando
O tempo desvendando
Negara tais abrolhos,
Mas sei serem daninhas
As ervas do canteiro
Aonde o mensageiro
Sabia que não tinhas
As trilhas ou as tréguas
E tantas milhas nado
Buscando o sonegado
Após distintas léguas
As ondas bebo em sal
Delírio em ritual.