quarta-feira, 9 de junho de 2010

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1

Tua beleza traz o alvorecer
Dos sonhos mais sutis, felicidade
E quando tanta luz assim invade
Bebendo com delírio tal prazer
Vivendo a imensa glória eu posso ver
Além do que decerto mais agrade
O mundo com imensa claridade
Tornando novamente a me envolver
Nas tramas mais diversas da alegria
Aonde novamente se recria
Um tempo mais amável e feliz,
E resolutamente nada trago
Do quanto do passado nega o afago
E nele uma incerteza contradiz.

2

A delicada forma que ilumina
Trazendo para mim este clarão
Mudando dos meus passos direção
Na fonte desejada, rara mina,
O quanto esta vontade me domina
E bebo desta luz à exaustão
Sabendo dos momentos que virão
E neles toda a glória me alucina,
Riscando do passado cada traço
E quando nos teus olhos eu refaço
O passo rumo ao tanto eu posso ver
Após a tempestade mais sutil,
O quanto deste amor já se previu
Num raro e belo sol nos envolver.

3

Amor quando demais se torna um rito
E tantas vezes sigo o itinerário
Dos sonhos quando penso ser corsário
Vagando neste instante este infinito
Delírio aonde mesmo eu acredito
Neste momento claro e necessário
Por vezes outro mundo temerário
Deixando para trás o intenso grito,
Restando dentro em nós tanta certeza
E quando se mostrando sobre a mesa
As fartas iguarias, noite afora,
O gozo costumeiro e mais voraz
No quanto deste amor, amor se faz
Na intensa sensação que nos devora.


4


Paixão que se demora e nos apóia
Qual fosse inconseqüente maravilha
E quando meu caminho a ti palmilha
Traçando incomparável bela jóia
E toda este certeza doma a glória
Porquanto ser feliz já poderia
Deixar com mais presteza esta alegria
E nela a sensação rara vitória
Dos antros entre noites desvendando
As rotas, grutas, furnas delicadas,
Vontades em desejos saciadas
Delírios invadindo em louco bando,
Assim nesta emoção incontestável
O mundo noutra face incomparável.

5

Evito teus espinhos bela flor
E tento desvendar o teu segredo
E quando aos teus encantos me concedo
Qual fora meramente um beija-flor
Vibrando em sintonia neste amor
E nele sem temor, pavor ou medo,
Vivendo esta ternura em manso enredo
No quanto tenho tanto a te propor,
Vislumbro um raro sol sobre o canteiro
E neste instante sou teu jardineiro
Cevando com brandura cada passo
E tanto mergulhando no teu colo,
Das ânsias mais vorazes eu me assolo
Enquanto a redenção em ti eu traço.

6

Tu és a mais sublime e bela rosa
Cevada nos meus sonhos, pois em ti
O amor que tantas vezes pressenti
Delírio de uma noite majestosa
Enquanto meu caminho em caprichosa
Vontade noutro rumo eu descobri
Ao vê-la tão sublime eu conheci
A sorte mais perfeita e então airosa,
Recebo dos teus braços a certeza
De um dia mais bonito e na grandeza
Da noite enluarada sou teu par
Teus seios, tuas mãos, um arrepio
E quando bebo em glória teu rocio
A cada amanhecer de novo amar.


7


Ao percebê-la enfim acreditara
Na vida mais tranquila, ou mesmo tento
Sentir com alegria este provento
Da noite bem suave ou mesmo clara,
No amor quando deveras se declara
E doma com certeza um forte vento,
Tomando sem temor o sentimento
E assim a minha história em ti se ampara.
O quanto pude mesmo acreditar
No sol sem ter limite a nos tocar
Tornando esta manhã bem mais bonita,
A vida noutra vida se entranhando
Um mundo bem melhor, suave e brando
Aonde em sonhos raros se acredita.

8


Sentidos mais exatos verdadeiros
Tomando com ternura tantos dias
E neles com certeza poderias
Traçar com alegria meus canteiros
Os olhos entre nuvens bebem luzes
E nelas outros dias geram sóis
E sinto nos teus passos os faróis
Por onde na verdade me conduzes,
Eu sei e te percebo muito além
Do amor tão simplesmente e nada mais,
Assim ao enfrentar tais vendavais
Na sorte abençoada que contém
O amor incomparável, raro brilho
No qual a cada passo mais eu trilho.


9

O quanto desejara e nada vinha
Senão a velha sombra de um momento
Aonde com ternura me apascento
E até pensei que fosses toda minha,
Mas quando a realidade se avizinha
E beijo tão somente este lamento
A vida sonegando o sentimento,
Cevando em ilusões esta daninha,
Mas posso renascer em cada abraço
E nele novo tempo em ti eu traço
Risonho amanhecer mudando o rumo
Enquanto se pudesse acreditar
Na força mais incrível deste amar,
Tomando o meu viver, decerto um prumo.

10


O quanto me ferira em tais espinhos
Durante a minha vida em dores feita
E agora quando a lua em nós se deita
Jamais nos sentiremos mais sozinhos,
Adentro em mansidão nossos caminhos
E neles poesia se deleita
A sorte desejosa já se aceita
E expressa com brandura teus carinhos,
Assim ao me entregar sem mais pensar
No quanto poderia imaginar
Um mundo mais alheio eu posso ver
Em ti maravilhado o brilho intenso
E quando nos teus olhos quero e penso
Imensa fantasia a se colher.

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