sexta-feira, 11 de junho de 2010

36171 até 36180

1

Amor que deu cupim
E vira este destroço
Além do quanto posso
Da seca faz jardim,
Ou mesmo quando enfim
Viesse o que ora endosso
No quanto não me aposso
A posse dita o fim,
Em libertário canto
Ou mesmo se me espanto
Brincando com sentidos,
Os olhos no oriente
O quanto me oriente
Em rumos pré-sentidos.

2

Jamais dedetizara
A casa em ruínas
Enquanto me fascinas
Ou mesmo se declara
A vida quando amara
Ampara ou seca minas
E tanto desatinas
No pouco me escancara
O corte da navalha
A seca que se espalha
Assola o meu sertão
Ser tão ou nada ser
Pudesse; em mim, chover
Quem sabe inundação?

3

Apego-me ao depressa
Aonde não teria
A noite embora fria
A manhã recomeça
E digo se me apressa
A sorte em ventania
Abrindo a fantasia
O passo já tropeça
E tento disfarçar
Na farsa a se mostra
A graça não perdera
Do quanto em estopim
O quanto que há em mim
Da vela em pouca cera.

4

A noite sem ninguém
Ou quando alguém madruga
O corpo trama a ruga
Que sempre após já vem
E sei sem ter desdém
O quando cumpre e aluga
A boca que não suga
A fome que inda tem
O gesto atesta o quanto
Ainda sempre canto
Ou mesmo espanto enfim
O vasto que pudera
Outrora primavera
A seca não tem fim.

5

A face carcomida
A boca sem mais dentes
E quanto mais pressentes
Ausentas minha vida,
No tanto dividida
Ou mesmo se entrementes
Audazes quando mentes
Traçando a despedida,
Não vejo e nem resumo
O todo sem o sumo
A prece deprecia
O manto que não cobre
O rosto outrora nobre
Aflora em agonia.

6

Assim como este amor
Que tanto quis e agora
Não vai jamais embora
Esboça a morta flor
E tanto a se compor
No quanto me devora
O barco não ancora
Ao tempo de se por
No cais em lua mansa
A ventania alcança
E canso do que tento
Vencendo ou mesmo além
Do pouco que contém
O intenso ou doce vento.

7

Se eu fico, na verdade
O tanto que inda resta
Da noite mais funesta
Do tempo que degrade
Ou venço em liberdade
Ou bebo o quanto presta
Já nada mais se empresta
À dita claridade,
No cais a nau em caos
Os olhos fossem maus
Presságios do que possa
Ainda ser naufrágio
E sei do meu contágio
Na morte minha e nossa.

8

Saísse solitário
Na noite em luz sombria
Ou quanto mais esfria
O vento solidário
O risco necessário
A mão se mais esguia
O tempo em ventania
O peito do corsário
Saqueia esta saudade
E nela quando invade
Degrada cada cena,
Realço o falso passo
Enquanto o canto eu traço
E a farsa me serena.

9

Agora, o que fazer?
Ao fato de talvez
No tanto que não vês
Ainda haver prazer
Ou mero interceder
Da vida noutra tez
Em falsa solidez
O quanto a derreter,
Calor a vir sorver-te
Ou mesmo me liberte
No tento aonde tento
Ou tanto tentaria
Bebendo deste vento
Em franca companhia.

10

Do amor em falsa luz
Farol se distorcendo
O tempo em dividendo
Não traz sequer a cruz
E quanto me conduz
Ou nesta se tecendo
Jamais obedecendo
O corte, o medo e o pus.
Ourives do vazio
Se tanto tento e esfrio
O peso se acumula,
Na farsa se moldara
A face desta apara
Negando em fome a gula.

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