quinta-feira, 10 de junho de 2010

36051 até 36060

1
Vontade de ter bem junto a mim
Numa loucura imensa, insanidade,
E quanto mais o sonho em nós invade
Desejo de te ter até o fim
Numa explosão fantástica e se enfim
Bebermos desta tal felicidade
Singrando sem temor a tempestade
Cevando cada flor deste jardim,
Em sensuais palavras, toques, chamas
Enquanto com tesão queres e tramas
Delírios sem igual, também desejo,
E sinto-te eclodindo em mesmo passo
No quanto deste anseio quero e traço
Momento tão sublime ora prevejo.


2

Do amor outrora esquivo agora eu sinto
Roçando a minha pele em arrepios
Encontros onde vejo nossos rios
Num mar que antes pensara quase extinto
E quando me deleito e te pressinto,
Bebendo com ternura teus rocios,
Os dias do passado, mais vazios
Agora embriagados neste absinto,
O gozo mais sutil, tempestuoso,
O mundo num cenário fabuloso,
Estrelas adentrando o meu destino
E quanto mais te toco mais perfumas
Dos mares entre rocas tais espumas
Num majestoso encontro me alucino.


3

E assim, amada sombra te percebo
Nas delicadas noites, furiosas
E quanto mais comigo eu sei que gozas
Maior este desejo em que me embebo,
Porquanto tanto bem quero e concebo
Nas nossas orações mais prazerosas
Divinas madrugadas caprichosas
No quanto em tantas bênçãos te recebo
Espalha-se desnuda sobre a cama,
A sílfide superna e quando chama
As fráguas tão divinas em fogaréu
Edênico caminho quando hedônico
Até que me sentindo quase agônico,
Encontro-me na Terra em pleno Céu.

4

As águas vão lambendo as minhas pernas
Num mar em plena areia, imensa lua,
Sereia dos meus sonhos bela e nua
Nos olhos se percebem quais lanternas
E quando meus anseios vês e internas
Num vai e vem divino a alma flutua
Até que após o gozo continua
Nas doces fantasias, pois eternas.
E assim ao penetrarmos paraísos
Do quanto desejosos e precisos
Caminhos que sabemos, indecentes,
Vivemos sem temores tais pecados
E quando os sonhos vão entrelaçados
E nunca insaciável apascentes.


5

Cumprindo dos desejos a promessa
A nossa madrugada em luzes tantas,
No quanto tu me expões e me agigantas
A festa mal termina e recomeça
A vida se transcorre e já sem pressa
Enquanto com delírios tu me encantas
As dores e tormentas logo espantas
E toda esta loucura se confessa,
Nos gozos mútuos passos rumo ao Céu
Degrau após degrau em fogaréu
Nesta escalada, louca cavalgada,
Corcéis entre as estrelas, prata lua,
Ao vê-la transparente ou mesmo nua
Até romper solar, outra alvorada.


6

Lembranças de teu corpo e a ansiedade
De tê-lo novamente e a cada instante
Momento sem igual e fascinante
Gerando sem pudores tempestade.
O quanto conheci felicidade
Num ato sensual e deslumbrante
Vivendo sem temor que inda me espante
Após outra explosão, tranqüilidade.
As nossas preces ritos orações
E quando mais desnuda tu te expões
Certeza de encontra o Paraíso,
Das furnas, rotas tão umedecidas
As noites em delírios são cumpridas,
No passo mais audaz, atroz, preciso.


7


Posso sentir nosso amor eclodindo
Em sussurros e gemidos
Uma canção para nossos ouvidos
A anunciar nosso gozo em sustenido
Elevando-nos ao céu absorvidos...


REGINA COSTA

O quanto nesta entrega nós alçamos
Além do pensávamos possível,
Um mundo sem igual supremo e incrível
No gozo magistral onde entranhamos,
E quando o Paraíso; assim, tocamos,
No amor sem mais segredos, invencível
Caminho pelo qual o combustível
É feito deste encanto que esbanjamos
Nesta orvalhada tarde, umedecidas
Vontades entranhando nossas vidas,
Ensolarados corpos, praia e areia,
Na fúria sem limites nada além
Do quanto deste anseio já contém
O sol do intenso amor nos incendeia.



8

Distâncias e tormentas magistrais
Delitos delicados mais vorazes
No quanto do desejo tu me trazes
E quero sem limites muito mais,
Assim ao desvendarmos vendavais
E neles os momentos mais audazes
Enquanto após bebemos mansas pazes
Durante em tempestades siderais,
Rasgando todo o véu sobre os lençóis
Sorvendo incendiários claros sóis
Farturas entre seios, coxas, lábios
Os dias se mostrando sempre sábios
Nos gozos em perfeita sintonia
E neles todo amor que eu mais queria.

9

Arranjos de cantigas, harmonia
Dourando nossa pele em fúria e brasa
No quanto a nossa vida já se abrasa
Bebendo desta incrível fantasia,
Singrando sem limite a poesia
Fazendo do teu corpo a minha casa,
A sorte se desfia enquanto embasa
O mundo aonde o amor, pois reinaria;
Sem tréguas nesta luta insana e bela
A nua maravilha se revela
Tecendo em pernas, teias majestosas
E sinto-te decerto incontrolável
Num canto muito além do imaginável
Enquanto nos meus braços tremes, gozas.



10

O vento que acarinha se revolta
E toma num intenso furacão
O corpo numa imensa sedução
Enquanto ela nos prende e não nos solta,
O gozo se permite sem escolta
E traça com ternura e com tesão
Dos sonhos a divina direção
Caminho já sem rumo e sei sem volta,
No qual ao penetrarmos percebemos
Do quanto de prazeres nós bebemos
Sabemos deste todo em farto altar,
E quando sinto em mim os teus tentáculos
As noites em supremos espetáculos
Numa erupção gostosa a nos tomar.

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