domingo, 6 de junho de 2010

35671 até 35680

1

À minha alma já servia
O que tanto procurara
Numa noite bem mais clara
A certeza de outro dia
Onde alheia a fantasia
Dita a sorte que me ampara
E deveras tal seara
Nela vejo em sintonia
Passo além do que pudera
Eternizo a primavera
Onde a sorte se assemelha
Ao que tanto inda rodeio
Coração de sonhos cheio
Nos teus olhos já se espelha

2

Neste cavalo alazão
Galopando sem destino
Cada instante me fascino
Bebo nova direção
Entranhando o coração
Velho sonho de menino
Rumo claro e cristalino
Molda os dias que virão
E versáteis luas vejo
Nestas tramas do desejo
Muito mais que algum tropel
Estrelares cavalgadas
Adentrando madrugadas
Libertário o meu corcel.

3


Vai domando o pensamento
A vontade de saber
Onde possa merecer
Desta vida algum alento
E se tanto me atormento
Noutras sendas posso ver
O sobejo amanhecer
Entranhado em raro vento,
Ou deveras acredito
Neste amor quase infinito
De almas puras que se vêm
E desvendo este caminho
Onde em paz quero e me aninho
Sem temor e sem desdém.

4

Eu passava a minha vida
Nesta espera sem sucesso
Quando ao nada se regresso
Outra face diz saída
E percebo a velha lida
Nela as sendas do progresso
E deveras recomeço
Mesma história concebida
No passado e no presente
No caminho em que se sente
Solidária companhia
Desta noite itinerante
Onde veja a cada instante
O raiar de um belo dia.

5


Tu decerto me esqueceste
E não vejo mais sequer
Este amor que tanto quer
E deveras percebeste
Noutro tanto e se além deste
O momento que vier
No teu colo de mulher
O carinho concebeste
Com ternura e com afeto
Nos teus dias me completo
Predileto caminhar
Desvendando toda a lua
Nesta face clara e nua
Engravido-me em luar.

6


Já não posso mais saber
Do que ainda demonstrasse
Quando amor novo encontrasse
E desvendo o bem querer
Onde mesmo posso crer
Noutro intento o mesmo impasse
Ao sentir o vento trace
Novo tempo a percorrer
Num cenário alucinante
E decerto me agigante
Todo passo rumo ao tanto
E se sou assim e sigo
Procurando um colo amigo
Nos teus braços eu me encanto.

7

Ao te ver num só momento
Muito mais do que paixão
Dominando a sensação
De saber raro provento
Neste claro envolvimento
Ao domar a direção
Tantas vezes sem senão
Bebo a luz e me alimento
Das searas mais profundas
Onde em luzes tu me inundas
Neste olhar claro e sincero
Ao te ver eu percebi
Todo amor que bebo em ti
Muito além do quanto quero.

8

O solo se abrindo em mim
Permitindo que se aflore
Novo dia já demore
E florindo este jardim
Esperança dita o fim
Onde tudo se decore
Coração, pois comemore
Todo encanto de onde vim
Resoluto camarada
Alma inteira e libertada
Num amor tão magistral
Vivo em plena sensação
Muito além deste perdão
Num liberto ritual.

9


Minha vida em tanto engano
Muito mais do que pensara
Nesta noite bela e rara
Onde amor dita seu dano
Se deveras me profano
Ou talvez sorte declara
Outro olhar já se escancara
Invadindo o meu humano
Resumindo na palavra
O que o peito teima e lavra
Nas angústias costumeiras
Entre flores mais diversas
Amor dita tais conversas
Cultivando estas roseiras.

10


Não falasse mais contigo
Deste encanto que me traz
Muito além do quanto audaz
Poderia em tal abrigo
No caminho que persigo
Encontrando enfim a paz
O desejo satisfaz
Quando teimo e me castigo
Riscos tantos e medonhos
Adentrando raros sonhos
Dominando o pensamento
Muito embora solitário
Outro tempo é necessário
Nele o quanto ainda tento.

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