sexta-feira, 11 de junho de 2010

36211 até 36220

1

Deixando mais distantes
Caminhos onde eu possa
Trazer além da troça
Aonde me adiantes
Os rumos degradantes
A sorte não me roça
E morde enquanto adoça
Em ritos vacilantes.
Torturas entre luzes
E nelas me conduzes
Ao caos gerado em mim,
Morrendo a cada dia
No quanto em garantia
O nada dita o fim.

2


Amores encetando
Momentos mais diversos
Aonde sendo em versos
Os olhos se moldando
No todo desde quando
Bebesse em tons dispersos
Ou mesmo quando imersos
Nos vagos navegando,
Resisto ou mesmo ainda
Enquanto nada brinda
Deslindo outro começo
E sei do quanto possa
Gestando em mim a fossa
E nada mais esqueço.

3

Distante do talvez
Quem sabe noutra sorte
A vida num aporte
Mudando-se outra vez
Permita o que desfez
O peso não comporte
E negue este suporte
No qual nem mais tu crês,
Resulto do que tanto
A vida num espanto
Gerara inconseqüente,
E a morte que carrego
Adentrando o meu ego
Bem perto se apresente.

4

Encontram-se comuns
Momentos mais felizes
Em tantas cicatrizes
Dos olhos sei alguns,
E rumo sem destino
Beijando este retrato
E quando me desato
Num ato repentino
Resulto nesta farsa
E nada mais engana
Quem tenta enquanto dana
A vida mais esparsa,
Apedrejado então
Eu bebo a solidão.

5

Amar é ter certezas
Das tantas iguarias
Nas quais as fantasias
Adentram correntezas,
E sei que sendo presas
Das noites e dos dias
Ainda teimarias
Nas sortes sobre as mesas,
Expondo a minha face
E nela não se grasse
Senão a solidão,
Eu resto apenas disto
E quanto mais insisto
Mais forte este verão.

6

E ter nas incertezas
Além das dores tantas
Quem sabe me garantas
Ou mesmo em tais vilezas
No quanto mais me prezas
Aprendo enquanto cantas
E nisto te agigantas
Enquanto o sonho, lesas.
Restara o que restaura
A fúria adentrando aura
Avermelhando a aurora
Não deixa mais atalho
E quando em vão batalho
A imagem vã se aflora.

7

Sonhar etereamente
Vagando estrelas, sinto
O quando deste instinto
Bem na verdade mente,
E o fato se apresente
Num ato quase extinto
E sendo assim me pinto
Na face mais ausente
Do corpo em luz e lua
Da moça bela e nua
Da rua em fartos trilhos,
E tendo esta mentira
O quanto resta em tira
Sonega quaisquer brilhos.

8

Pegar o sentimento
Jogado pelos cantos
E sem saber quebrantos
No quanto me alimento
Traçando este fomento
E neles outros tantos,
Vencendo os desencantos
Bebendo cada vento,
Lavando em águas mansas
As ânsias quando alcanças
Em mãos maravilhosas,
Sabendo dos espinhos
Cultivo entre os daninhos
Ainda em mim tais rosas.

9

Saber que a cada dia
O tempo não sossega
E nada mais se entrega
Senão a fantasia
Vencer a correria
Da vida que se emprega
Na força em que navega
Em plena ventania,
Sinais de tempos novos
Adentram velhos povos
E assim também perfilo
No passo mais atroz
E sei quanto veloz
Em vão sempre desfilo.

10


Amor será bendito
Enquanto não houver
No olhar outra mulher
Assim se faz o rito,
Outrora mais aflito
O todo se aprouver
No quanto não vier,
Ainda em mim não grito,
E resolutamente
A sorte não desmente
Quem tente noutra senda
A morte ou mesmo a paz
Assim se faz capaz
Até que alguém me entenda.

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