sexta-feira, 11 de junho de 2010

36261 até 36270

1

Conselhos que me dás,
Momentos onde em tente
Vencer o impertinente
Caminho mais mordaz
E tanto busco a paz
No quanto sou descrente
Por mais que ainda invente
Carinho onde se faz
O mundo noutro tanto
E neste pouco eu canto
A sorte que não vem,
Depois de tantos anos
Em meio aos desenganos
Amor nada contém.

2

Quem faz de nossa vida
O quanto pode ou não
Mudando a direção
Há tanto sendo urdida
Na paz em despedida
Nas ânsias do verão
No corte em profusão
Na velha dor sentida
Ou tanto pude ver
No farto amanhecer
O dia que não veio,
E sei se ainda teimo
No verso onde me queimo
E busco estar alheio.

3

Angélico demônio
Em face derrotada
Ou tanto degradada
No quanto em pandemônio
Adestra cada hormônio
E traz nesta alvorada
A fonte depredada
E nela eu sou campônio
Vagando em área farta
No pasto me descarta
E bebe o quanto pude
Vencer ou mesmo crer
Na fúria do prazer
Matando a juventude.

4

Que desce calmamente
O rio até a foz
Depois do canto atroz
A vida não semente
E tanto se pressente
O quanto pude após
Vencer o canto algoz
E nele se apresente
O mundo sem remédio
Ainda em tanto tédio
Ou fardos que carrego
Vencido pelo tempo
Apenas contratempo
E nele inda navego.

5

O sonho mais profícuo,
O passo rumo ao nada
Por ser da minha alçada
Ainda quando ambíguo
Eu tento sendo inócuo
O vento soberano
E quanto mais me dano
Vivendo sempre in loco
O fardo feito em brilho
E sei do quanto agônico
Momento desarmônico
Por onde teimo e trilho,
Arquitetando o vago
Ainda nada trago.

6

E nele prosseguindo
Aonde não pudera
Vencer qualquer quimera
Ou mesmo não deslindo
Enquanto a ti não brindo
Sabendo desta fera
Menina qual pantera
E nela um sonho lindo,
Aos poucos nada resta
Senão final de festa
A xepa costumeira
Assim nova mortalha
No fio da navalha
No fim de cada feira.

7


Um mundo em perfeição
Ao menos prometia
Quem tanto não servia
Nem mesmo em rotação
O tosco desde então
Negando o velho dia
Audácia em fantasia
Não diz dos que virão
Tampouco se inda veio
Morena em belo seio
Receio de outro fora,
Mas tudo não se molda
Conforme serve a solda
E nada mais demora.

8

Encontra em suas mãos
Os calos deste arado
As marcas do passado
Ainda trazem grãos
E os olhos sendo vãos
Os cortes, velho prado
O tempo arredondando
O medo de outros nãos,
Repare aquela estrela
E quando enfim bebê-las
Verás a eternidade,
No todo não resiste
Quem sabe sempre em riste
O olhar em falsidade.

9

Aonde não resiste
Nem mesmo o sexo oposto
Sabendo do desgosto
De quem se fez mais triste
E quando não insiste
Pagando o mesmo imposto
Rendido no seu posto
O peso segue e existe
Apenas por saber
Do tanto envelhecer
Que espelho não sonega,
Assim em cada ruga
O tempo não se aluga
Nem mesmo a sorte é cega.

10

Emanas em teus olhos
Os fartos raios quando
O tempo desvendando
Negara tais abrolhos,
Mas sei serem daninhas
As ervas do canteiro
Aonde o mensageiro
Sabia que não tinhas
As trilhas ou as tréguas
E tantas milhas nado
Buscando o sonegado
Após distintas léguas
As ondas bebo em sal
Delírio em ritual.

Nenhum comentário: