sábado, 10 de março de 2012

Imenso sofrimento

Imenso sofrimento

Imaginara- um tolo- que talvez
O mundo se fizesse mais tragável
E o solo que julgasse mais arável
Espalha tão somente esta aridez,

E o todo num momento se desfez,
Marcando cada passo no inefável
Cenário noutro tanto incontrolável
E nele toda a minha estupidez,

Ao menos pude ver neste retrato
O vago ser que em vão tento e constato,
Transfigurada imagem, morto o senso,

E o tanto que pensara ser bem menos
Expressa dias rudes e pequenos
Enquanto o sofrimento é sempre imenso...

Loures

Torpe estima

Torpe estima

O quanto se apresente a cada fato
Diverso do que um dia programara
A luta sendo atroz logo escancara
O tanto neste vago desacato,

O prazo que desfaz, quando reato,
Bebendo a sorte tosca e mesmo rara,
Nas mãos de quem castiga a fina vara
E o medo neste olhar enfim constato.

Presumo os ermos dias de uma lida
Sem ter sequer saber da desprovida
Vivenciando o fim que se aproxima,

Não quero mais apenas o que trazes,
Marcando meus caminhos rudes frases
Matando o quanto houvera em torpe estima...

Loures

Sem demora

Sem demora

Arrasto-me deveras pela vida,
Na espera do final, rude desfecho,
E sei que na verdade a cada trecho,
Outro momento nega uma saída,

A sorte tantas vezes destruída,
O velho caminhar sem apetrecho,
O medo angustiante e não me mexo,
Vivendo o que restasse e se decida.

A luta sem sentido o contrassenso,
O todo quanto quero e já não penso
Imensa servidão de quem outrora

Tivera em suas mãos uma esperança
E agora no vazio enfim se lança
E sabe que a mortalha não demora...

Loures

O quanto sou

O quanto sou

Servindo como fosse teu capacho
O tempo se traduz em medo e caos
E os olhos na verdade rudes, maus,
Enquanto o que pudera, eu não mais acho,

Seguindo cada curva do riacho,
Encontro nestes mares tantas naus,
E tento na escalada dos degraus
A trama que se veja como um facho,

Equalizando o tanto no vazio
Ecoa dentro da alma o quanto crio
E bebo deste néctar de teus lábios,

Determinando o fim de cada história
A luta se mostrando sem vanglória
Envolta nos anseios bem mais sábios...

Loures

Meu passado

Meu passado

Marcantes dias dizem do passado
No amor que se mostrara em altas doses
E quando na verdade disto gozes
Traduzes o que fomos lado a lado,

Pousando o pensamento amarrotado,
Os tempos atuais são mais ferozes,
Sorrisos quando os vejo são atrozes,
O corte a cada dia aprofundado,

Olhando este retrato na parede,
A vida de outra vida morta em sede
Resume o que já foi e não retorna,

A sensação que tanto me aquecera
Agora noutro tom já se perdera
Deixando a tarde apenas fria ou morna...

Loures

CONTRA O VENTO

CONTRA O VENTO

Invado sonhos tantos que procuro
Presumo o quanto a vida me traria
Na sorte mais audaz, no dia a dia,
E nisto o que deveras configuro,

O tempo contra o vento salta o muro
E bebe o que concebe em fantasia,
No fato que realça a alegoria
A paz noutro momento enfim auguro,

Angústias do passado esquecidas
Erguidas belas taças de cristal,
O mundo sem tal farsa mais banal

Eclode na emoção de nossas vidas
E sinto o quanto pude e desejasse
Negando qualquer rude desenlace...

Loures

O sonho

O sonho


A fome aonde o tempo dita o sonho
E encanta quem se faça além do passo
E quando noutro instante quero e traço
Outro momento em paz busco e componho,

Não quero acreditar enquanto o ponho,
Vagando sem sentido no final o ledo espaço
Erguendo o meu olhar que ainda escasso
Traduza outro cenário mais risonho.

Não sei do quanto pude e não tivera
Senão acreditar na luz sincera
Que emana de teu corpo, divindade,

Meu mundo pouco a pouco se tornando
O dia mais suave claro e brando
Ainda quando amor em luz invade...

Loures

Ansiamos

Ansiamos

Porquanto tantas vezes ansiamos
Rosais sem espinheiros e daninhas
E quando neste sonho; em luz te aninhas
A vida se expressando em raros ramos,

Os olhos quando tanto procuramos
As sortes mais audazes quando tinhas
Palavras delicadas, tuas, minhas,
E nelas sem temores mergulhamos,

Esplendorosamente o tempo traz
O quanto se deseja em plena paz
E o todo se desenha em tons macios,

E vences os terrores costumeiros,
Com passos mais velozes, tão ligeiros,
Distantes dos antigos desvarios...

Loures

SER ALGUÉM

SER ALGUÉM

Apenas aprendera a ser além
Das tantas turbulências que encontrando
Marcasse cada passo desde quando
A vida sem sentido logo vem.

Pousando aonde possa estar tão bem
Ou mesmo noutro rumo decolando
Vagando pela vida em passo brando,
No fundo desejando ser alguém...

As tramas entre os dramas mais vulgares,
E quando noutro tom tu me notares
Verás o que se fez e não pudesse,

Trazendo simplesmente as mãos vazias
E nelas muito aquém do que trarias,
Negando em plena vida alguma messe...

Loures

Querida, sou helianto

Querida, sou helianto
Buscando pelo teu lume.
Me espraio nos teus encantos
Me perco no teu perfume...

Não consigo um só momento
Viver sem poder beber
Perdido qual cata-vento,
Me enlouqueço de prazer.

Mulher que tanto irradia
Nos raios que me conquistam
Esquentando a lua fria

Meus olhos, loucos, te avistam.
E sinto que me enlouqueço
Bêbado, de amor, tropeço...

Não desanime amiga desta luta.

Não desanime amiga desta luta.
No final vencerás mais este embate.
Serenidade vence a força bruta
Não há na vida nó que não desate.

Mas creia na coragem de vencer
Sabendo que ninguém vai superar
Pois tens nos dons do amor o teu poder.
Amor que te dá forças pra lutar.

Bem sei quanto é preciso navegar
Se queres encontrar teu manso cais.
Não deixe essa esperança naufragar

E saibas que esse amor nunca é demais...
Não desanime nunca minha amada,
Depende só de ti, a tua estrada!

Quantas vezes invado teu castelo

Quantas vezes invado teu castelo
E faço-te refém do meu desejo...
Num ato tresloucado me revelo
Imerso na beleza que, em ti, vejo...

Te prendo nos meus olhos, minha fada,
Requintes de magia, e de loucura.
Nas graças e delírios minha amada,
Num ato de paixão e de ternura...

Desejos enlevados, fantasias,
Em versos mais sensíveis te proclamo.
És dona dos meus sonhos, alegrias.

Não sabes meu amor, por que te chamo,
Nas doces maravilhas do teu sono,
Deitando sem temor, nosso abandono...

Nas frestas percorridas, nas janelas.

Nas frestas percorridas, nas janelas.
Nos dentes que cravaste tresloucada.
As bocas tão carentes e singelas
Se servem desta fome acumulada...

Rígidos movimentos circulares
Derramam nossos fluidos magnéticos.
Viajo por eflúvios estelares
Desejos mais divinos mais atléticos...

Aromas exalados sedutores
Humores misturados sem ter nexo.
Suores que se formam dos amores,

Formando esse compósito complexo.
Depois da maratona programada,
Descanso no teu colo, minha amada...

Nasceste tão divina dos meus braços

Nasceste tão divina dos meus braços
Em plena insensatez, noites titânicas...
Vivemos tão atados, redes, laços.
Nas emoções indômitas, atlânticas...

Eu quero majestosa nossa trama
Num lance irradiante fulminado.
Ardendo tremulante, em tua chama,
Rasgando o teu conceito de pecado.

Dardejantes olhares vitimizam
Um lasso coração de ti refém,
Nas mãos que tanto caçam, imprecisam,

Buscando em cada toque o teu também...
E vamos neste amor que é tão fremente
Nas vagas deste mar, mais envolvente...

Nos vivos versos veros companheiros

Nos vivos versos veros companheiros
Escrevo meus penhores mais sublimes.
Eflúvios esfumaçam verdadeiros
E levam tantas levas quanto estimes...

Sentindo o cintilar do sonho vivo,
Vagando nos diversos pensamentos.
Deitando em teu desejo sou lascivo
Nas bordas destes mares, sem tormentos...

Transmito em cada estrofe mais vibrante
Convulsionadamente meus anseios.
E quero nosso amor mais galopante

Vibrando de prazer, teus belos seios...
Meus versos te vasculham sem pudor,
Em nome da loucura deste amor...

Rondando sem sentido noite afora

Rondando sem sentido noite afora
Vestida da esperança, seu direito...
Por certo toda a noite colabora
Sem ter o teu amor mais satisfeito.

Repare como a lua não demora,
Repare como o mundo é do seu jeito.
A pele descorando, amor aflora
E toma quase tudo, contrafeito...

Amiga; não se iluda com teus medos;
São vários os caminhos para o amor.
Desvenda sem temer os seus segredos

Se vista de energia e de vigor.
Amiga, amor nos traz uma energia,
Que sempre se alimenta, em fantasia...

Amar é se perder em mansa chama

Amar é se perder em mansa chama
Na cama que se inflama do desejo.
Vencido pelo urdido enredo e trama
Formoso sentimento traz lampejo...

Nas labaredas queima, já me abrasa,
Das flores mais gentis, cravando espinhos.
Bagunça totalmente a minha casa,
Já me embriaga em sangue, tintos vinhos...

Consagro meu amor a quem me queira
Da forma mais serena e mais sedenta.
Deitado nesta rede, nossa esteira;

Voracidade intensa, me arrebenta...
São puros e profanos, sem pecado,
Nos dedos e na boca, meu recado...

Tanto quanto amor quero em teu encanto

Tanto quanto amor quero em teu encanto
Que emana tanta luz que me atordoa
Coberto pela pele do teu manto.
Sonhando, o pensamento logo voa...

Pousando nos teus lábios carmesins
O doce deste mel que tanto sonho.
As noites sem começos e sem fins
Invadem com amor que te proponho...

E sinto teu perfume, minha amada,
Tão perto de me corpo, me enlouqueço.
Depois de tanto amor, nova alvorada,

Amor assim demais que não mereço...
E quero a maravilha mais formosa,
Poder ser tua abelha, minha rosa...

Deitada em sua cama

Deitada em sua cama, tanto sonha;
Carinhos prometidos, delicados...
A noite se deseja mais risonha,
Trazendo seus amores ansiados...

Na seda dos lençóis, perfumes, rendas,
O gosto deste amor que sempre quis.
Sonhando um beduíno, oásis, tendas.
Percebe que não custa ser feliz...

Detrás de uma cortina, a clara lua,
Vem invadindo o quarto, mansamente...
Beijando sua pele quase nua

Roçando a camisola transparente.
Olhando extasiada para o céu,
Sonhando com amor do seu corcel!
Ah! Mulher do sol, como te quero;
Sem rumo sem sentido sem ter nexo...
Vencido pelo ardor que sempre espero
Vertido num desejo mais complexo...

Mulher que me irradia sem saber
Sangrando em cada poro, uma esperança;
Receba de meus braços, tal prazer;
Que aos poucos, calmamente sempre avança;

Nascidos sob a luz que não se acaba,
No brilho que sugamos deste céu.
Aos poucos um disfarce se desaba

Montamos sem sentir, mesmo corcel;
E a noite nos convida a passear
Entregues num eclipse, te encontrar...

Num sensual delírio; escultural

Num sensual delírio; escultural,
Vencida pelo cheiro da esperança.
Aberto o coração sentindo astral
Que pela noite inteira sempre avança...

Estrelas transtornadas se diluem
Encarnam os amores que sonhara.
As horas nos desejos já se fluem
E formam a beleza tão mais rara...

Eu vejo nosso amor vagando incerto
Com pálpebras fechadas te imagino.
Singrando tanto mar, montes, deserto;

Sem rumo, sem final, um peregrino...
E sonho com teu corpo junto ao meu,
Amor que em nossos trilhos, se perdeu...

Amiga, mergulhando em tantas trevas

Amiga, mergulhando em tantas trevas
Que sempre se parecem não ter fim,
As dores invadindo vêm em levas
Não deixe o sofrimento vir assim.

Na luta contra o mal, o pulso forte,
A força de vontade e de vitória;
Refazem teu caminho e tua sorte,
Depois da tempestade, vem a glória.

Não tenha mais o medo da derrota,
Confie em tua garra e vencerás.
A vida simplesmente se conforta

Por mais que seja incrível, ganharás...
Vontade de vencer, eis o segredo.
Não deixe que te inunde o torpe medo!

Tão delicada

Tão delicada, linda maviosa
A rosa que me encanta todo dia.
Sabendo que decerto é tão formosa
Que vive me invadindo a fantasia

A rosa nos seus lábios nega o beijo
E finge que não sabe deste amor.
Sentindo-me febril, tanto desejo,
Que queima e que tortura, tanto ardor...

No toque imaginado, uma loucura,
Que esconde por saber que quero tanto.
A rosa de propósito tortura

Pois sabe que me mata em seu encanto...
Ah! Rosa, meu amor não faça assim,
Venha perfumar o meu jardim!

Na terra que encharcara com anseios

Na terra que encharcara com anseios
Em lágrimas e gozos misturados.
Vertendo cada gota nos teus seios
Rompendo tantos sonhos represados.

Ao ver-te embriagada nos delírios
Que formam um exército sem rumo,
Nas bombas explosões, velhos martírios,
Bebendo no teu corpo todo o sumo...

Recebo teus carinhos canibais
Sedentos e famintos, desespero...
E peço, minha amada, quero mais.

Em toda essa loucura me tempero...
E sugo teu amor, na nossa noite;
Com marcas de prazer e duro açoite...

Rondando por plateias mais diversas

Rondando por plateias mais diversas
Persigo nosso espaço entre as estrelas.
Nas vozes que desprezas, nas conversas
Que sei que não terei como contê-las.

A velha sensação não se aproxima
De ter a solidão por sobre a mesa.
Retumba em meus ouvidos tanta rima
Mas sinto que somente em ti, beleza...

Nos sons apaixonantes do universo
Imensas profusões de sentimentos.
Receba sem disfarce esse meu verso

Que imerso nos sentidos, solto aos ventos.
Amor que tanto sinto inebriando,
Aos poucos, sem poupar, me arrebatando...

Nos sonhos que tivemos

Nos sonhos que tivemos, minha amada
Por certo em vendavais nos entregamos
Sem termos mais defesas, quase nada
Impede nosso sonho que traçamos.

Eu quero te sorver gota por gota
Na fome incontrolável do desejo.
Amor assim tão louco não se esgota
E quanto mais insano, mais te vejo...

E quero nesta brasa em que me dás
Arder sem ter mais medo de sofrer.
Sentindo o teu prazer eu sou capaz

De mesmo que distante, te saber.
Sentir o teu perfume, ter teu toque,
Meu corpo no teu corpo, nosso enfoque...

Nas asas deste amor que me castiga

Nas asas deste amor que me castiga
Que trama meus pecados, salvação.
Deitando em nossa cama minha amiga
Encontro a divindade do perdão...

Eu quero te saber sem ter juízo
Nas asas dos desejos incontidos.
Sabendo que encontrei o paraíso
Em todos os carinhos, e sentidos...

Mergulho no oceano do prazer
Rolando em nossa cama, sem censura.
Vivendo nossa vida, por viver

Banhando meu amor, tua ternura...
E sinto nessas asas, liberdade,
Tragando em nossas noites, claridade!
Minha querida amiga, mesmo só
Prossiga a caminhada pela vida.
Não queira imaginar que vira pó
Toda esperança nunca está perdida...

A luz que te ilumina está em ti,
Não tema escuridão no teu caminho.
Teu futuro por certo vai ali
O teu trilho jamais será sozinho.

Amada amiga, seja então feliz,
Com tua força sempre mais ativa.
De tudo que na vida sempre quis

A luz do coração mantenhas viva...
Quanto maior a treva que chegar,
Mais forte tua luz irá brilhar!

Quero-te, minha amada, a cada dia

Quero-te, minha amada, a cada dia,
Em todos os momentos que viver.
Trazendo em minha vida, a alegria,
Que sempre tanto fiz por merecer...

Incondicional, quero teu amor...
Estar sempre comigo, sem senão.
Nas horas mais difíceis, mesmo em dor;
Sabendo serenar meu coração...

Eu quero em teu amor, pura esperança
Da vida que virá, tenho certeza...
Dançando sem por que, conforme a dança.

Levando nossa trilha com leveza...
Eu quero em nosso amor, sinceridade,
E muito mais além; cumplicidade!

Nas delícias do amor

Nas delícias do amor, ó minha amante,
Sou o que não percebes mas consentes.
Espera que sorveste delirante
No fundo não sou nada do que sentes.

Mas tua alma infantil sabe quem sou,
Um verso que se esparsa em louco vento
Louva deus que se perde e se restou,
Um gosto adocicado, pensamento...

Recheio de esperanças, rocambole;
No canto de qualquer uma vitrine
De noite teu carinho vem e acolhe,

Mas expulsas nem bem noite termine...
Cavaleiro, corcel que imaginaste,
Na negra solidão que me encontraste!

Se nosso amor morreu no nascedouro

Se nosso amor morreu no nascedouro
Tanto faz, já valeu, te gosto assim,
Tu nunca deixarás de ser meu ouro,
Teu brilho ficará pra sempre em mim.

Quero ser teu amigo e teu amor,
Eu estarei contigo se quiser
Nas batalhas, estradas, onde for,
Pra sempre companheiro teu, se der.

Jamais se preocupe mais comigo,
Vou livre e tão liberto nos teus passos.
Sabendo que se amante ou seu amigo.

Te estendo eternamente os meus abraços.
Amiga, tão amada e tão querida.
Sou teu eternamente, em toda a vida...

Por vezes descuidada

Por vezes descuidada nem percebes
Os olhos desejosos que te ponho.
Nas ruas onde andaste, nestas sebes,
Marcada essa presença no meu sonho...

Tereis notado tanto quanto encanta
Quem segue; extasiado, teus caminhos?
Amor que em forte brilho não se espanta
E faz ser importante criar ninhos...

Quem ama sabe as dores em que vive
E busca em muito amor as alentar.
Lembro-me dessas noites onde estive

Nas ruas por amor novo buscar...
Te digo que é por isso que assim ando,
Persigo cada passo, te adorando...

Não se esqueça de mim

Não se esqueça de mim, meu grande amor.
No mar que tantas ondas mergulhei,
Nas noites mais saudosas, lua cheia.
De tudo que na vida, procurei....

Amada, em você, todos os meus sonhos...
Eu sempre quero estar onde estiver
A boca mais bonita que já vi.
O gosto mavioso da mulher,

Mulher que sempre foi o meu sonhar...
Eu sempre lhe adorei, nunca se esqueça.
Tantas vezes chorando, tantas sorrindo...

Nas ondas que mergulho, no seu mar...
Amada, como é bom saber seu nome.
Lhe peço, fique aqui... Amor, não some...

LUZ DO AMOR.

LUZ DO AMOR.

Qual um sonho de pedra, minha vida,
Passada sem ter brilhos nem esperas.
Deitando sob as luas já perdidas,
Tragando nos meus ares, as quimeras.

Os rotos sentimentos dispersados,
Parecia desfeito em versos ocos.
Os cantos escondidos, mal guardados,
Caindo pouco a pouco, meus rebocos.

No coração de névoas enlutado,
Resquícios esquecidos de paixão.
Atado a tantas dores do passado,

Vivendo sem sentir uma emoção...
Mas vejo, no final, um frágil lume,
Trazendo em manso amor, tanto perfume...

Lembra de tanta harmonia

Lembra de tanta harmonia
Que sempre lavou meus olhos
Nessas noites de alegria
Que vieram, tantos molhos...

Nas estrelas que sorriam
Nos medos que não vingaram
Os dias se transcorriam
As dores nunca chegaram

Deixaram seus véus lá fora
Esquecidos no quintal.
Nosso amor não foi embora,

Ficou comigo afinal.
Na harmonia que juramos,
Tanto, tanto nos amamos...

Teu seio tão delicado

Teu seio tão delicado
Que cada vez mais me domina
Amor que tenho, recado
Que é dado e que me alucina

Vem dos versos que te faço
Que cometo sem juízo
Morena, vou no teu braço
Que é chave do paraíso.

Fazer meu canto primeiro
Meu amor, uma esperança.
Nas sombras deste salgueiro

Nos sonhos, uma criança.
Que tenta aprender a dança
Que dançando, não se cansa...

Ser nos sonhos de amor nunca sofreste

Ser nos sonhos de amor nunca sofreste
Sequer a simples sombra de um martírio;
Talvez querida, amor não conheceste;
Fingiste, simplesmente, tal delírio.

Falar desta emoção tão traiçoeira
Que fere e que comporta cicatriz.
Se nela se mergulha a vida inteira,
Se sabe quão amargo é ser feliz.

Enlevado por sonho sedutor
Que traz toda essa sede e não sacia.
Nos braços do divino e mago amor

Um brilho que nos cega e alumia.
Eu sinto teu carinho pouco a pouco,
De resto, tanto amor, ficando louco...
Se quando eu te contemplo face a face
Me ofuscas com o brilho deste olhar,
Tentando me ocultar, perco o disfarce.
E salto sem ter medo de chegar.

Me afogo em tua boca, na saliva.
Desejo nos teus lábios carmesim
O gosto do prazer que sempre viva
Em todos os momentos, sem ter fim...

Mergulho na emoção de ser só teu,
Afogo meu amor no teu festejo.
De tanto que se lute se esqueceu

Dos raios que em teus olhos sinto e vejo.
Sorriso diamantino e cristalino,
No beijo que trocamos, tão divino...

Amigo, não critique tanto assim

Amigo, não critique tanto assim,
Ajude sem tentar me magoar.
Por vezes a ferida sangra sim
E pode demorar cicatrizar...

Quem tanto me critica não percebe
Que aos poucos solidão faz seu reinado.
Quem nunca dá também nunca recebe,
Aos poucos vai ficando, assim, de lado...

Se gostas, meu amigo, como falas,
Me mostre em teu caminho como agir.
Ajude a carregar as minhas malas,

Nós temos um caminho pr’a cumprir...
E digo, sem qualquer contrariedade,
Demonstre, nos teus atos, a amizade...

Por vezes sei que falam mal de mim

Por vezes sei que falam mal de mim,
Inventam ou aumentam o que fiz.
A vida, companheira, é mesmo assim,
Mas nada impedirá de ser feliz...

Vivendo com carinho e paciência,
Não deixo que isto tudo contamine.
Nossa amizade é feita de clemência
Pois nada impedirá que eu sempre estime...

Perdoe quem magoa, assim, amada...
Não dê razão a quem tanto te ofende.
Depois de cada curva desta estrada

Nas quedas, no cair, é que se aprende.
Sou teu amigo sempre e todo dia,
Não ouça, por favor, quem calunia...

Dourando ao sol teu corpo minha amada

Dourando ao sol teu corpo minha amada
Na pele bronzeada, meu desejo...
Vestida da nudez tão decorada,
Na boca carmesim, ânsia de beijo...

O sol lambendo as pernas; extasiado,
Os seios desnudados, belos montes...
O vento vai roçando sem pecado
Arrepiando todas belas fontes...

Ao ver tal maravilha; não disfarço,
Aos poucos me invadindo uma loucura.
Me enlevo em tal cenário, descompasso,

E beijo tua boca com ternura...
A tarde assim passando, sol e céu,
Me farto da delícia deste mel...

Quando amor parecia tão distante

Quando amor parecia tão distante,
Um sonho inalcançável, impossível,
Tristeza se mostrava em invencível
Combate por um dia mais brilhante.

E quando eu procurava, a todo instante
Poder ressuscitar um sonho incrível,
Ser feliz; aparece mais visível
O rosto da mulher mais deslumbrante...

Dos mares que mergulho, tal beleza
Trazendo-me, de novo, uma certeza:
Minha vida será muito bonita...

Nos jardins que plantei em minha vida,
A mais bela das flores, margarida.
Sem noite dolorosa ou tão aflita...

Querida, como é bom poder amar-te

Querida, como é bom poder amar-te
Adorando cada vez que enfim te vejo.
Passando pela Terra busco Marte
E vivo mais ardente este desejo.

Querida como é bom ser timoneiro
Do barco que por certo irá salvar
Um coração que vive por inteiro
Eu Sei por toda vida, vou te amar...

Em cada novo verso que eu fizer
As horas se passando com o vento
Nos braços mais serenos de mulher

Que nunca me abandona o pensamento.
Eu quero estar contigo eternamente.
Morrer nos teus abraços, simplesmente...

Teus olhos mais formosos

Teus olhos mais formosos, de alegria,
Inundam os meus olhos sonhadores.
Se valem de perfumes, roubam flores
E marcam minha vida em poesia

Olhos que trazendo sempre o dia
Avalizam os sonhos, meus, amores;
Recebo satisfeito tais pendores
E marcho rumo à glória em fantasia...

Amores quais olhares sempre vejo
Nos mares entranhados de desejo
Espero a mansidão, ternura plena.

E sempre que te vejo e não me vês
Escuso, por ser bela, uma altivez,
Pois sei que valerá, decerto, a pena!

Não maltrates amor

Não maltrates amor, eu não mereço.
No relógio essas horas vão passando
O tempo de viver, aos poucos finda...
De tudo o que vivemos, nada sobra

Senão noite perpétua dos prazeres.
Não deixe que esta noite nunca morra,
Nem deixe que esse abraço seja em vão.
Faça de nosso amor, eternidade;

Fale de nosso encanto com alegria.
Não se esqueça amor; sempre serei teu.
O sonho que me invade é nosso sonho.

O tempo que passamos, fantasia...
No mar de nossos beijos, as delícias.
Delicadas e sensíveis, nosso amor!

Entenda; a solidão nunca acompanha

Entenda; a solidão nunca acompanha
Quem sabe da certeza deste amigo.
Por mais que tua dor seja tamanha
Decerto nos meus braços, teu abrigo...

Nunca estará sozinho, com certeza.
A mágoa que perturba já consolo.
Não deixe que te toque tal tristeza
Amiga deite aqui, toma meu colo...

Tanta dificuldade pela vida
Somente uma verdade te liberta.
E saiba, meu amor, minha querida;

Terás o meu apoio, esteja certa...
Não tema que esta vida te magoe
E se te maltratar, amor; perdoe...

Nos versos mais sinceros

Nos versos mais sinceros, nas versões
Que inversas são conversas descabidas.
Passando meus amores sem verões
Nos veros sentimentos tantas vidas.

Nas vozes mais veladas violões
Nas portas que viveram desabridas
Nas transas e nas tramas convulsões
Promessas de dentadas e lambidas...

No sumo do prazer não mais assomo
Nem tomo mais lugar se não quiseres.
Comendo pouco a pouco, cada gomo,

Sorvendo cada gume desta faca
Banquete que te quero, mil talheres,
A fome nessa fome nunca aplaca...

O teu nome

O teu nome se espalha no universo,
As estrelas te querem conhecer.
A lua, com certeza quer saber
A musa que me inspira nesse verso.

Quem perdeu tanta vida e foi disperso,
De repente, começa a descrever
A magia fantástica de um ser
Divino. Quem amou sabe que adverso

Sentimento maltrata e pede cura.
A noite que vivi foi tão escura.
Do peito, uma janela, sempre aberta.

Mas não vinha, sequer, resto de luz.
De repente brilhante sol produz
Efeito alucinante enfim desperta...

Aurora em tal beleza desfraldada

Aurora em tal beleza desfraldada
Em ondas cristalinas, tantos brilhos,
Nos raios deste sol vai estampada
O rumo dos meus sonhos, tantos trilhos...

As plantas, os rochedos, a montanha.
Recebem tal clarão que tanto encanta.
As formas tão suaves, vento assanha
As folhas destas matas. Manso canta.

Ao fundo deste quadro tão sensível,
Os olhos da morena que sonhara.
Aurora se pintando, mais incrível,

Deslumbra a natureza, tela rara...
Em meio a tanta luz, se sobressai
Tua beleza, amada, em sonho, esvai...

Destroçados

Destroçados

Uma alma que procura algum remanso
Após tantos enganos, desafetos,
Os erros mais comuns, os incompletos
Cenários que deveras hoje alcanço,

Quisera o coração suave e manso,
Os sonhos são, porém, os mortos fetos,
E os dias entre engodos são concretos
Trazendo o quanto quis e em vão me lanço.

Apenas os meus restos esquecidos
Nas tantas ilusões em revolvidos
Caminhos pelo tempo abandonados,

Os erros cometidos se refletem
Nos tantos desenganos que repetem
Momentos noutro instante destroçados...

Marcos Loures

Silenciosamente

Silenciosamente

Silenciosamente a noite passa
Deixando demarcado cada sonho
Aonde o quanto quis ora proponho,
Perdido meu desejo em vã fumaça

A sorte que deveras nos enlaça
Expressa este momento onde tristonho
O verso sem futuro ora componho
E a luta se transforma e nos rechaça.

Nos baços olhos sinto que o horizonte
Ainda quando além já não desponte
Aponte o quanto finda e não tramasse

Senão a mesma farsa costumeira
E mesmo quando a vida em vão se queira
A morte mostra sempre a sua face...

Loures

Meras presas

Meras presas

Aspiro ao quanto possa algum desejo
E nada mais se veste como outrora
O barco noutro cais já se demora
E a vida muda a todo novo ensejo,

O tempo velho e rude relampejo
Expressa o quanto quero e sem ter hora
A sorte se perdendo desde agora
Espalha seu terror e esquece o pejo,

A fera em incertezas na tocaia
Aguarda o quanto a dita enfim nos traia
E avança neste bote sem defesas,

E tudo o quanto houvera em raro brilho
Esparsa o que decerto, insano eu trilho,
Meus passos de teus saltos, meras presas.

Loures

Amiga, quando vejo tua dor

Amiga, quando vejo tua dor;
Que estampas, nem procuras esconder;
Procuro assim ficar ao teu dispor,
Tentando das tristezas, proteger.

Eu quis vencer o mal, mas fui vencido;
Eu quis te dar meu colo, nada feito.
Depois de tanto tempo percorrido
Eu sinto que não soube dar um jeito.

Mas tenha uma certeza, companheira,
Que tudo que estiver ao meu alcance;
Minha amizade sempre verdadeira

Não deixará que a dor em ti se avance;
Pois mesmo que pressintas triste sorte,
Elo de uma amizade é bem mais forte!

Nestas águas tão claras que navego

Nestas águas tão claras que navego
Em busca da sereia que fugiu,
O rastro que encontrei escapuliu
Na luz que me deixou vazio e cego.

Amor que sei imenso e nunca nego,
Ao mesmo tempo santo se faz vil.
Meu mundo neste mar se dividiu
Em correntes marinhas que trafego.

Buscando minha amada, a tal sereia,
Qual náufrago termino em plena areia.
No sol que me castiga, a salvação!

Fortuna me negou o manso vento,
Voando, neste indócil pensamento,
Mergulho no oceano da paixão!

Meu coração imerso em teu desejo

Meu coração imerso em teu desejo
Se faz de nova luz e novo senso.
Nos restos do que fui tanto prevejo
Amor sem ter destino, vai imenso...

Não sinto mais vontade de saber
De que matéria amor tão louco tece.
Eu peço que tu venhas amor ter
Se quiser posso até rogar em prece.

Se nada restaria destas frases
Amor que incentivado cruza o céu.
Já veio me infiltrando pelas bases,

Depois de certo tempo, deixa ao léu.
Mas quero te sentir, taquicardia,
Amor que tanto prezo, me irradia...

Deitado neste leito perfumado

Deitado neste leito perfumado,
De rosas, alecrim; logo reclinas.
Me sinto em teu aroma, apaixonado,
Essências maviosas, tão divinas...

Soltando teus cabelos, bela crina;
Descubro na nudez, os teus mistérios...
A boca tão fremente; desatina;
Esquece de cumprir quaisquer critérios....

Eu pouso em tua boca um longo beijo,
Suspiros de ventura e de prazer.
Sonhando com teus lábios eu versejo

E tenho tanta coisa por dizer...
Falar de meu amor, tão deslumbrante,
Embarco neste sonho delirante!

Infinitivamente sensual

Infinitivamente sensual
Doce como serpente que me traga.
Não pense que viver é tão banal
Senão a casa cai, e se estraga...

Quero o teu lado, cego e mais oculto,
Quero o teu gozo manso e tão voraz.
Eu não amei somente um doce fruto,
Muito mais que vencido sou capaz.

Se não soube te amar, que se dane.
Apenas não consinto que se iluda,
A cama que tramamos não reclame,

Que a roupa velozmente se desnuda...
E te quero explosiva e sem juízo,
Roubando em toda cena, o paraíso...

O QUE É O AMOR?

O QUE É O AMOR?

De onde nasce o amor? Não sei, te juro...
Amor nasce do encanto, da magia?
Muitas vezes nascendo em peito duro,
Aos poucos, bem devagar, me amacia...

Como chega o amor? Devagar, lento?
Na fúria das tormentas, alucina...
Amor vem ao sabor de cada vento?
Fragilidade imensa que domina...

Amor é sentimento doloroso
Que trama com prazer um belo duo.
Fazendo na tristeza, imenso gozo,

Pesando no meu peito, já flutuo...
Amor, pressentimento de esperança;
Atado aos nossos pés, levanta, dança...

Se eu pudesse

Se eu pudesse, ao luar, cantar teu nome,
Te dando assim um doce, ardente beijo.
Sentindo a maciez que nos consome
Vibrando meu amor, nosso desejo...

Erguer os meus castelos mais festivos,
Dançando de alegria, me embriago.
Momentos de carinho, sempre vivos,
Em meio a tantas ondas, tanto afago.

Beber de tua boca a fantasia,
Sorver de teus desejos lindo sol.
Incendiando o mundo de alegria,

Buscando te encontrar, qual girassol...
Um helianto tonto de prazer,
Procura a claridade p’ra viver...

Quero saber mistérios da paixão

Quero saber mistérios da paixão
Que tanto me domina e não me cansa.
Tramando em minha vida seus perfumes;
Fugindo, de repente, qual criança...

Da mesma forma vem e logo foge,
Carinha e me maltrata, não descansa.
Paixão que me tortura já me acalma.
Traduz-se, tanta vez, em esperança.

Na aurora deste sonho que carrego
No peito maltratado, sem tardança,
Trazendo, no calor, plena geada.

Promessa de festejo, nega a dança;
Paixão que me alucina uma aliança
Que impede e que me impele... Prende, avança..

Passando minha vida como errante

Passando minha vida como errante
Buscando em noite escura, a clara lua...
Querendo tanto amor, forte e constante,
No sonho que em teus braços, continua....

Vieste com teu canto de sereia,
Nos caracóis, nas praias, tantas ondas.
Deitado sob a luz da lua cheia,
Mil luas desfilando assim, redondas...

Eu quero em teu fervor, o meu prazer,
Eu quero essa fervura, ebulição.
Na ronda que de noite irei fazer

Em busca de te dar toda emoção.
Abaixe a luz da lua, só um pouco,
Amor assim demais, prazer tão louco...

Ah! Nos teus lábios quentes, tanto amor...

Ah! Nos teus lábios quentes, tanto amor...
Amor que procurei a vida inteira.
Sabendo que busquei a vida inteira
Em todos os caminhos, onde eu for;

Quero meu descanso nos teus braços
Deitando em nossa cama, meu prazer.
De tudo que queria, meu prazer;
Encontro aqui deitado, nos teus braços...

Eu quero tanto amor, e meu prazer,
Na busca a vida inteira, por teus braços...
O meu prazer deitado nos teus braços,

Eu quero tanto amor a vida inteira.
Ah! Nos teus lábios quentes, meu prazer,
Eu quero o meu descanso em tanto amor.

Desponta a estrela d’alva

Desponta a estrela d’alva, tu te vais,
A noite se perdendo, não te tenho...
Bem sei que tudo; sempre fui capaz,
Mas tenho que voltar para onde venho...

Tu és meu esplendor, minha esperança,
Tu és a fantasia que sonhei...
Mas sei que quando o dia já te alcança
À solidão que tinha, retornei...

Amada toda a noite és minha glória,
Amada o nosso dia é de saudade.
Noturna a nossa vida, nossa história,

O sol vem nos matando, em claridade...
Brilhando em raios frios, o luar,
Aquece um belo sonho, faz amar...

Sonhei que me esperavas

Sonhei que me esperavas, meu amor.
Correndo, procurei, mas não vi nada...
Sobrando desse sonho só a dor
O que farei sem ti, ó minha amada?

Eu quero o teu perfume e teu perdão,
Eu quero o teu carinho e teu desejo.
Eu quero o teu amor, minha emoção,
Eu quero em toda noite, o nosso beijo...

A lua quando vê minha tristeza,
Me abraça com seus raios tão brilhosos.
Eu quero desse amor ter a certeza,

De dias que virão mais calorosos...
Amada, por favor, venha comigo,
Espero, nos teus braços, meu abrigo...

O nosso amor

O nosso amor, segredo que guardamos
Num cofre, em sete chaves, bem trancado.
Sabemos simplesmente, nos amamos,
O resto, tolamente, passa ao lado.

Os teus carinhos sempre são os meus,
Teus olhos companheiros de jornada.
Não temo nem sequer um novo adeus,
A vida que levamos, nossa estrada...

Ouvindo assim chamar pelo meu nome,
Teus versos são meus versos e meu canto.
Amor quando demais sempre consome

Só quero deste amor o riso, encanto...
Amada a cada dia sou mais teu,
Meu mundo no teu mundo se perdeu...

Te peço meu amor

Te peço meu amor, um simples beijo
Embora tantas vezes repeti;
O beijo que te peço sempre vejo
Se escoa noutros cantos. O perdi.

Um beijo desse amor que não virá
Pois sei que se resume em amizade;
Jamais a nossa estrela brilhará,
Morreu por não ter força e claridade.

Mas quero que tu saibas quanto gosto
De ter o teu carinho mesmo assim.
Teu coração por outro traz desgosto

Não teve nem espaço para mim...
Mas mesmo assim estou agradecido,
Fico feliz por ter-te conhecido...

Nossas noites suaves

Nossas noites suaves, tão silentes,
Em cortejos de amor, se transcorrendo.
Os braços carinhosos, envolventes.
Aos poucos alegrias renascendo.

Roçando teus sentidos nos meus lábios,
Rasgando o coração apaixonado.
Sedentos os sentidos correm sábios,
O tempo de sofrer, abandonado.

Na alma da mulher que tenho aqui,
Minha alma se perdeu e se encontrou.
De tudo que passamos me perdi,

De todos os meus sonhos, o que sou.
Eu quero mergulhar na fantasia,
Que traz essa beleza, a poesia...

Por mais que tanto falem que este amor

Por mais que tanto falem que este amor
É simples fantasia e nada traz
Eu quero que escutes, por favor,
Uma alegria enorme sou capaz.

E quero assim dançar a noite inteira
Sem medo de saber que sou feliz.
Trazendo no meu sonho a companheira
Que mais que imaginaste, sempre quis...

Desperta no meu peito um sentimento
De tal voracidade, incontrolável.
Não pense que isso é só um forte vento

Amor assim supera imaginável...
Não quero neste amor monotonia
Assim distantes, mesma sintonia...

Alegro-me em te ver amiga

Alegro-me em te ver amiga, andei perdido,
Na procura da estrela, esqueci que sou humano.
O céu está distante, aqui é outro plano.
Acho até que tive sorte, eu podia ter caído.

Mergulhado no abismo após ter derretido
O sonho de voar. Cometo tanto engano
Porque sou sonhador. Depois disso me ufano.
Fechando os olhos, vou. Perco todo o sentido!

Amiga, teu amigo aguarda um triste fado,
Depois da dura queda, o sonho sepultado.
Mas, teimoso, não paro, aguardo outra viagem.

Que vou fazer da vida, espero uma resposta.
De milagre em milagre, um dia viro posta.
Querida, milagrosa, amiga, uma visagem...

ÚLTIMA ESPERANÇA

ÚLTIMA ESPERANÇA

Quem neste triste mundo se perdeu
Nunca teve os caprichos bons da sorte,
A paz nunca chegou. Viveu sem norte,
O sonho que foi claro escureceu.

Quem sempre desfrutou do negro breu,
Sabe a profundidade e dor do corte.
Em plena vida aguarda a fera morte.
Esquece de viver, assim como eu.

Sou trama que não teve mais emenda,
Um velho beduíno sem a tenda.
Sou noite solitária e dolorida...

Amor é com certeza o santo cais.
Depois um outro porto, nunca mais.
A última esperança em minha vida!

Nessa imortalidade

Nessa imortalidade, nosso amor,
Se rende a teimosia, tantos medos.
Vivendo da maneira que se for,
Sabendo da distância e dos segredos.

O fio que nos une é tão flexível
Embora tantas vezes posto à prova.
Amor que se parece perecível
A cada novo tempo se comprova.

Rondando pelas trevas, nem se afeta;
Cabendo em meus problemas, soluções;
A vida se provoca e se completa,

Unindo tão diversos corações...
Depois de termos rotos os temores,
Imortalizaremos os amores...

Triste flor do querer

Triste flor do querer que não brotou
Deixando um simples rastro no jardim.
De tanto quem a quis e cultivou
Um grão de fino amor nasceu em mim.

Num parto dolorido e sem remédio.
Gritando por teu nome, vejo a lua.
Sangrando meu amor, destino: tédio.
Somente tua sombra, manhã nua.

Eu quero beber, gota a gota, tudo...
Qualquer coisa a mais, sempre e tanto.
Não venha me dizer que já me iludo,

Eu sinto que meu erro é teu encanto.
Mas venha que esta noite não é nada,
Depois deste teu sol, a madrugada...

Deserto sem amor! SOL FIGUEIREDO e marcos loures

Deserto sem amor! SOL FIGUEIREDO e marcos loures

Na imensidão do deserto em vivia,
Vagava o dia inteiro a procurar-te,
Lugar sem flores, só espinhos existia,
Tu não estavas lá, queria encontrar-te!

Quanto mais caminhava, mais eu te perdia,
Desesperava-me por não localizar-te,
Teu calor e teus carinhos já então te pedia,
Sem respostas, percebia o quão amargurar-te!

O calor que recebia era apenas do deserto,
O do teu amor, nem mesmo saberia ao certo,
Só então entenderia, não estavas por perto!

A minha busca tivera sido perdida,
A dor em mim por tão grande amor, vivida,
Por te amar assim, fora enfim esquecida!


© SOL Figueiredo

Buscando dentre tantas emoções
Momentos de prazer, quero e traço
O mundo que vivendo a cada espaço
O todo quanto queres e me expões

A vida se mostrara em decisões
E mesmo quando seja mais escasso,
O tanto que deveras penso e faço,
Encontra em nossas noites eclosões.

Eu quero cada instante e mais além
Do manto quando a vida sempre vem
E trama o quanto quero e não perguntas,

As almas entrelaçam passos, rotas,
E todo este cenário ora denotas
Em almas que caminham sempre juntas...

Loures

Não quero o nosso amor assim exposto

Não quero o nosso amor assim exposto
Qual fosse uma manchete de jornal.
Não deixe que se estampe em nosso rosto
A marca, a cicatriz, nada afinal.

Eu amo-te profunda, intensamente,
Bastando teu amor pra ser feliz.
Meu mundo tu dominas totalmente,
É tudo o que sonhei e que mais quis.

De amor vivo repleto e nunca nego
Tu és tão importante para mim,
Decerto tanto amor; assim carrego,

A vida que queria, encontro enfim...
Saiba que estou, por ti, apaixonado...
Vivamos nosso amor, tão bem cuidado...

Não posso me esquecer quanto te amei

Não posso me esquecer quanto te amei,
Nas noites solitárias te procuro.
Será que nesse tempo em que busquei
Eu consegui deixar meu mar escuro?

Eu sinto que esse vento me trará
O gosto da esperança maltratada;
Quem sabe novamente brilhará
A lua que ficara abandonada...

Nos sonhos que esconderam minhas dores,
Vencendo tão cruel caricatura
Da sobra que ficou desses amores

Tornando toda noite mais escura.
Eu sei que tu também estás sozinha,
Quem sabe tua noite seja minha?

Tais favores que sempre prometeste

Tais favores que sempre prometeste
Em poucas maravilhas transformados.
Dos tempos que a saudade não reveste
Meus sonhos sempre foram descartados.

Amor que de tão pleno deixa cheio
Um coração deveras maltratado
Em tudo o que pensei e no que leio
Teu nome vai escrito e demonstrado.

De tudo que sonhei e traduziste
Com versos mais bonitos e felizes
Matando o que restara sempre triste

Dourando o lindo céu com mil matizes.
Eu quero o teu amor, morrendo o pranto,
Em busca deste sonho, me agiganto...

Se queres me fazer na vida um bem

Se queres me fazer na vida um bem
Não quero essa riqueza que é ingrata
Nem quero um grande amor que isso maltrata
E muito menos quero ser de alguém

Não quero fazer sombra em mais ninguém
Não quero a violência da cascata
E nem vencer com glória uma regata.
Tudo isso certo dia vai e vem

Depois de tanta espera pela vida
Sem ter a solução que mais queria
A coisa que pretendo, a mais querida.

Ao fim de tudo trama e sempre alcança.
Se queres me trazer toda alegria
Dê-me ao fim disto tudo uma esperança!

A noite sempre trouxe uma verdade

A noite sempre trouxe uma verdade
Em meio a multidões tão delirantes.
Nas danças, nos salões mais deslumbrantes,
O sonho transformado em realidade!

A lua simboliza liberdade,
Explode em tantos brilhos radiantes
Nos faz sentirmos deuses por instantes.
Transporta do infinito a claridade!

Pois quando estou amando é como a lua
Minha alma dançarina já flutua
Nos salões e nos bailes dos meus sonhos...

Meus olhos são dois lumes, são faróis,
No peito a violência de mil sóis.
Meus dias vão passando mais risonhos!

As águas dos riachos e dos rios

As águas dos riachos e dos rios
Os olhos desta deusa apaixonada,
O mundo traz a velha madrugada
Com marcas e latejo destes frios

Nos olhos, pobre deusa, mais sombrios
O medo demonstrando o quase nada
Que trouxe no final uma erma estrada
Formada pelas dores, desafios...

As águas escorrendo nas cascatas
Invadem as florestas, densas matas
A dor qual triste sina vira a tônica

Da vida desta deusa em sofrimento.
As lágrimas descendo, num tormento
Inundam a planície amazônica!

As mãos que te carinham, mais ariscas.

As mãos que te carinham, mais ariscas.
Desenham no teu corpo tatuagens
Esboçam as milhares de vantagens
Que incendeiam teu corpo nas faíscas

Que soltas quando estamos lado a lado...
Te quero minha amada, não discuto.
A voz, quando sozinho, sempre escuto
E tudo se transcorre, amaciado.

E pulsas como pulsa um coração
Cansado mas envolto na paixão
Que corta, que me morde e me abençoa.

Pensamento treslouca-se e te busca.
As mãos que me carinham são mais bruscas
E embora sem ter asas, alma voa...

Não fique amargurada

Não fique amargurada assim ó lua!
Pois saiba que por certo és mais feliz,
Que toda essa tristeza continua
Porquanto o coração: um aprendiz...

Depois de certo tempo tu verás
Que a sorte benfazeja não te deixa;
A dor que imaginavas ser capaz
Não faz justiça assim, a tanta queixa.

Nos versos que te trago amada amiga,
O canto desta lua amargurada
Trazendo uma saudade tão antiga,

Do tempo da viola enluarada...
Agora a serenata já calada,
A lua se sentindo abandonada...

Eu gosto quando falas deste amor

Eu gosto quando falas deste amor
Que sinto não virá no trem das sete.
Ficando na estação do Redentor
Que se ata, se desata e não remete...

Amiga seu amor não terminou,
Nem termina se nunca teve fim.
Talvez possa até ser não começou,
Seu rio não deságua mais em mim.

Mas quero teu carinho bem cuidado,
Com gosto generoso de paixão;
Delícia de saber deste pecado,

Pacato; vou levando essa emoção.
Mas quero teu sonhar, sou teu amigo,
Em mansa tempestade, o teu abrigo...

Minha tristeza

Minha tristeza, diga à minha amada,
O quanto que preciso do querer
Que sem o qual a vida é quase nada
Em tanta insensatez, querer morrer...

Mas traga o seu olhar para os meus beijos
Sem nada mais pedir senão sonhar
Sem nada mais sentir que esses desejos
De ter deitada aqui, quem sabe amar...

Eu vejo essa ilusão cortando espaços...
Ressuscitando amor que já perdera.
Traçando novos cantos, velhos traços,

Na bela arquitetura de nova era.
Todos os nossos erros foram meus,
Eu quero o teu amor, sem mais adeus...

Me curvo assim defront'ao sentimento

Me curvo assim defront'ao sentimento
Que invade minha vida e não me cansa.
Amor passou a ser o movimento
Mais alto que meu sonho sempre alcança.

Teus belos seios, deusa que me encanta,
Teus belos olhos, dona dos meus dias.
Tanta certeza sempre me agiganta
E faz das minhas noites, alegrias...

Eu sinto teu perfume, minha amada,
Eu sinto teu carinho, tão sublime.
Depois de tanto tempo sem ter nada.

Amar passou a ser tudo que estime...
Eu quero teu azul neste meu céu,
À noite descobrir todo teu véu...

Dizem que esta distância matará

Dizem que esta distância matará
Amor que sei imenso, inesquecível...
Ao fim o nosso tempo chegará
Amor igual ao nosso, assim, incrível.

Todos os pensamentos são pra ti.
Cruzando tantos mares sem naufrágio.
Pois saiba meu amor que estou aqui,
Amor que é sempre forte e nunca frágil...

Estás dentro de mim, mesmo distante,
É tudo o que sonhei a vida inteira.
Por certo em tua luz tão deslumbrante

Encontro esta emoção mais verdadeira...
Não tema nem distância nem saudade,
Te juro meu amor é de verdade!

Feriste um coração sem perceber

Feriste um coração sem perceber.
São várias cicatrizes que deixaste.
Reclamas inocência, quero crer,
E tentas me falar sobre desgaste.

Eu sei que tanto tempo assim maltrata
Eu sei que a própria vida, amor consome.
Mas deixa uma saudade que arrebata,
Depois de certo tempo, tudo some...

Não deixe que isto ocorra, minha amada;
Te quero bem além do simples beijo.
Seguirmos assim juntos, mesma estrada,

Vivendo e desfrutando um só desejo...
A luz no fim do túnel nos acena;
Amor, a nossa luta vale a pena!

A vida batendo no meu peito

A vida batendo no meu peito
Não economizando sentimento
Fazendo que me encontre insatisfeito
Abrindo novamente, solto ao vento.

Na fantasia sempre tão romântica
Meus versos são serenas tempestades.
Vontade de te amar tão grande, atlântica;
É quase que suprir necessidades...

Abrindo-se também a flor dos sonhos,
Na lua que não sei se mais terei.
Os campos que passara, se risonhos,

Em plena alegoria que criei.
Não temo a triste folha que descoro,
Eu sei que, na verdade amor... Te adoro!

Somos êxtase

Somos êxtase, simples vãos orgasmos,
Sem medo dos sentidos mais libertos.
Se temos nossos tantos bons espasmos,
Todos os vagos rumos mais incertos...

Nego a filosofia e sinto teus desejos
Em torno dos teus olhos contorções.
Amores se irradiam nos lampejos
Em todas as vazias ilusões.

Poesias sem nexo, simples sexo,
Que nosso mundo rola pelas camas,
Forjando esse desprezo mais complexo

Que nunca sabe quanto queimam chamas.
Os olhos devorando meus sentidos
Decoram nossas camas, seus vestidos...

Meu alento de vida

Meu alento de vida, meu futuro...
Tua voz que me acalma cristaliza.
Amor que me inoculas, belo e puro;
Bate, tortura, sangra, vem e alisa...

Um amor delicado e tão brutal
Serpente que acarinha e dá seu bote.
Na cama uma criança sensual
Iluminando tudo, um holofote...

Vibrando nossos fluxos e cenários.
Rodando nas cabeças inebria.
Somos os mesmos rios, estuários.

A noite que queremos; tão vadia.
Se somos sanguinários nos sugamos,
Ao mesmo tempo, loucos, nos amamos...

Eu quero em teu amor

Eu quero em teu amor, qual doce brinco,
O gosto carinhoso de teu toque.
Amor por quem lutei com tanto afinco,
Perdendo todo o rumo neste enfoque.

Não deixe esmaecer o sentimento,
Por mais voraz, intenso, não sossega.
O fogo que nos queima, mesmo lento,
Incêndio em minha alma, nunca nega.

Eu quero seu perfume e seu matiz,
Eu quero desse amor sua um só concerto.
Nos versos que te canto, ser feliz,

Saber que quem desejo, está por perto.
Não quero a desventura de saber,
Que em meio a tanto amor, vou me perder!

Florindo no teu corpo tal desejo

Florindo no teu corpo tal desejo
Que flamba meu amor em força e luz.
Errantes, os meus lábios, tanto beijo,
Em meio a tantos rumos me conduz.

Sem travas eu liberto as fantasias
E caço em alvas asas liberdade.
Velando pelas velhas noites frias
Alvejo em teu sonhar, serenidade...

Espaços antes turvos, cristalinos.
Teu corpo nos meus braços vai envolto.
Permite tais loucuras, desatinos,

O grito do prazer quase que solto.
Estrelas e desejos procurando
Nos cios, luas sóis se fecundando...

Chegaste mansamente em minha vida

Chegaste mansamente em minha vida,
De forma tão sutil que nem senti.
Aos poucos, minha história em ti querida,
Meu rumo simplesmente, já perdi.

Eu sinto tanta falta de te ter,
Queria a cada aurora ser mais teu.
Que faço nesse mundo; quero ser
Aquele que em teus braços se perdeu...

Que pena não te ter sabido outrora,
Embora sempre estive assim tão perto.
Mas tendo teu carinho, desde agora,

Meu mundo não é mais triste deserto.
Eu quero teu amor assim vital,
Por certo, estava escrito em nosso astral...

Na visão destes astros tal beleza

Na visão destes astros tal beleza
Que se espalha por sobres essas campinas
Nos raios um sinal desta grandeza
Se espalhando cobrindo essas neblinas.

Meus versos florescendo em cada canto
Refletem sentimentos que procuro.
Rastreio nestes raios, teu encanto,
Um porto mais feliz e mais seguro.

Amor de tantas luzes eu bendigo,
Em ouro, solidário assim floresce.
Que bom poder contar, enfim, contigo.

Em todos os meus dias resplandece.
Amor, na transparência do cristal,
É rumo, é meu destino e meu final!

A morte prometida dos amantes

A morte prometida dos amantes
Barbárie sem motivos nem sentido.
Os raios deste sol são deslumbrantes
E trazem na memória, todo olvido.

Eu minto se te digo que não sonho
Com tramas que vieste me enganar,
Urdido por palavras mas risonho,
Não temo sequer medo de te amar.

Mas quero o teu amor sem ter a morte
Somente uma emoção bem mais feliz.
De tudo que não tive, sei a sorte

E toda a grande sorte, o que mais quis.
Eu amo teu amor assim sem rumo;
Da vida que me dás eu bebo o sumo...

Nas vestes que adornavam meu passado

Nas vestes que adornavam meu passado
Em vivas ilusões foi-se meu mundo.
Se sinto meu amor abandonado,
O sono que embarco é tão profundo.

Caminho nos botecos, nas bodegas,
E bebo até não mais poder sair.
Vagando pelas ruas, nas entregas
Encontro esses amores sem pedir.

Mal chego a minha casa, estou vazio.
Ressaca se promete verdadeira.
Na cama, revirando, sinto frio

E deixo esfumaçar a vida inteira...
Sorrindo recomeço minha sina.
O coração deixei em cada esquina...

Na luta dos amargos pensamentos

Na luta dos amargos pensamentos
Que volta e meia cercam meu destino.
Mudando a direção de tantos ventos
Eu quero o teu amor desde menino.

O tempo foi passando e nada veio,
Casada com alhures eu bulhufas.
Sem ter sequer destino, sem receio,
Plantei os meus amores nas estufas...

Nasceram deformadas criaturas
Que quase me assustaram de verdade.
Misturas de doçuras amarguras,

São puras sensações de fealdade.
Mas quero ter direito ao tonto amor,
Disforme ou bem conforme o que se for...

Tanta lisonja amiga satisfaz

Tanta lisonja amiga satisfaz
Um ledo coração que não tem tino.
Por vezes me imagino ser capaz
De contornar os erros do destino.

As minhas travessias, travessuras;
Que cismo em cataclismo transformar
Se são ermas, são néscias desventuras,
Por vezes me enveredo por mau mar.

Mas sinto que em teu cais, o meu navio,
Também tem seu momento de sossego.
Não levo nem bagagem, vou vazio.

Senão vem sofrimento, tanto apego...
Paixão mal resolvida, a vida cala,
Senão minha alma sofre, qual vassala...

Que o tempo que te trouxe não te leve

Que o tempo que te trouxe não te leve,
Espero que teu braço sempre acolha
Por mais que seja o tempo pouco e breve
Dure mais que o cair de simples folha...

Que a flor do sentimento que plantaste
Renasça em cada dia mais formosa.
Se tudo nesta vida traz desgaste
Por mais que tenha espinhos, vale a rosa.

Que nunca se desdenhe uma esperança;
Nos alimenta e salva da tempesta.
E não mate jamais essas criança

Que vive no teu peito, em tanta festa.
Não beba da saudade tão antiga,
Procure ser feliz, enfim, amiga...

De tua carne livre e desejosa

De tua carne livre e desejosa,
O gosto mais profano e impudente
Por tanto que te quis voluptuosa
Na cama que sonhei mais indecente.

Teus seios tão macios e famintos,
Teus olhos tão sedentos e vorazes.
Vulcões que já julgara; assim, extintos,
Nas bocas e nas mãos bem mais audazes.

Cevado pelo beijo que prometes
E tramas toda noite em nossa cama.
Ao solo deste amor já me arremetes

Minha alma cravejada não reclama.
E quero neste jogo me perder,
Vencido pelo amor, ganho o prazer...

Fugindo

Fugindo do que fora sem ter sido
Embora se quisesse tanto ter.
Amor que não vivi vai dividido
Espera qualquer dia vir a ser;

Não temo tais melindres e frescuras
De quem não quer amar se amor já tem.
Saltando meus amores das alturas
No fundo deste poço, sou ninguém.

Embora tanto te ame não te temo,
E tremo só de ver quando tu passas.
Me irrito e tantas vezes eu blasfemo

Se vejo teu amor e não me caças.
Embora saiba nunca me quiseras,
O meu amor por ti, entregue às feras...

Quem dera no teu seio adormecer

Quem dera no teu seio adormecer
E sonhar com tanto amor que te guardei
Vivendo nosso canto sem temer
O mundo que prá nós imaginei...

Quem dera ser o triste beduíno
Que encontra seu oásis e sorri.
Amor que sempre tive, genuíno,
Aos poucos, sem saber, eu já perdi...

Eu quero nos teus lábios maciez
Nos mais divinos toques sensuais
Sentindo teu desejo em languidez

Vontade de querer decerto mais...
Amada não se esqueça como é belo
Amor que tanto sinto e te revelo...

Sorvendo as ilusões que me temperam

Sorvendo as ilusões que me temperam,
Cabelos que revoltos ventos levam...
Tampouco tanto ou muito nunca esperam
Nas vozes mais macias que me enlevam.

Deitado no teu seio sinto o arquejo
Do súbito desejo que te toma.
Procuro assim em volta e nada vejo,
Vontade de te ter logo se soma.

E vindo das vorazes ventanias
Que velas vão levando para o mar.
Encontro em tanto amor, as valentias,

Que viram quão voraz virei buscar.
Eu quero essa certeza de saber
Se posso ou se não posso te querer...

No momento em que sonho com teus lábios

No momento em que sonho com teus lábios
Com fúria declinados sobre os meus.
Percebo que os desejos foram sábios
Souberam te escolher, sem ter adeus...

Reclino meu cansaço sobre ti,
Deitado nos teus braços adormeço.
E sinto tanto amor que não senti
Amor que é bem maior do que mereço.

Nos olhos, as promessas se repetem,
E formo em nossa cama, tantas tramas.
Desejos, teus desejos se refletem

Nos meus irradiando fortes chamas...
E nessa correnteza sem ter fim,
Amor que tanto quis; encontro, enfim!

Amiga, tantas vezes, não se esqueça

Amiga, tantas vezes, não se esqueça
Que a vida nos maltrata e nos magoa.
Não deixe que a tristeza te aborreça,
Um belo pensamento, livre, voa...

Não sinta que essa vida é tão sem rumo,
O melhor deste mundo está por vir.
Com o tempo por certo encontras prumo,
Impeça que essa dor possa surgir.

A nave que flutua sobre o tempo
Me avisa que serás bem mais feliz.
Enfrente sem temor o contratempo,

Terás, assim decerto, o que bem quis.
Não tema qualquer mal, qualquer perigo,
Eu sou, com muito orgulho, teu amigo!

Amor que em ilusões sempre se esconde

Amor que em ilusões sempre se esconde,
Vivemos na saudade do que fomos.
Procuro por teus olhos; mas aonde?
Não vejo nem a sombra do que somos...

Eu sei que te perdi, triste me iludo;
Eu sei que não virás, mas eu te espero.
Um coração sofrido fica mudo
Aos poucos, entretanto, desespero.

E vejo que não tenho quase nada,
Somente as sobras tolas do que fui.
Eu sigo assim teus rastros pela estrada

Minha alma sem carinho, cedo rui.
Não fosse essa esperança, minha amiga,
Não restaria em pé nenhuma viga...

Estrelas brancas brilham no teu céu

Estrelas brancas brilham no teu céu
Durante tantas noites, forte lume...
Aos poucos nos espaços, um pincel,
Forjando mais beleza que o costume...

Nos olhos de quem amo, transformadas,
Estrelas cristalinas, diamantes...
Deitadas no meu colo, abandonadas,
Formando paisagens deslumbrantes.

Nas lágrimas que escorrem, ledos medos,
Que sabem como é frágil todo amor...
Embora com cuidados, sem segredos,

Estrela vai perdendo brilho e cor.
Mas sonho com futuro tão incerto,
Estrela quero estar, de ti, bem perto!

Voluptuosidade com que vens

Voluptuosidade com que vens
Tão dolorosamente sensual.
Nosso amor reluzindo tantos bens
Por algum tempo foi consensual.

Depois de tanto tempo já vacila
Com passos temerosos e contidos.
Aos poucos nosso medo se destila
Vem invadindo assim nossos sentidos...

Mas a noite promete redentora,
Nas transparências sonho com delícias.
E quem sabe chegou, enfim, nossa hora

De reviver desejos e malícias...
Nossos sonhos desfeitos em lamentos,
Ressurgem, pelo menos por momentos...

Em tantas ilusões e desafogos

Em tantas ilusões e desafogos,
Meu verso te buscou vagando a esmo.
Soltando de alegria tantos fogos,
Vivendo esquecido de mim mesmo.

Agora que te encontro, sem ter medo,
Agora que te toco, minha amada.
Descubro que viver não traz segredo
É simples a manhã, nossa alvorada...

Preciso de teu colo, sem perguntas,
Preciso desta boca junto à minha,
As noites divididas andam juntas,

Não sei mais com que pernas tu caminhas.
Apenas não concebo solidão,
Aramos, em conjunto, o mesmo chão!

Nosso amor nessas brumas envolvido

Nosso amor nessas brumas envolvido,
Bela cama coberta em pura seda
Desejo em maciez tão incontido
As pernas entre pernas tudo enreda.

Reféns destes delírios loucos, tantos.
Penetro escuridão das doces furnas
Nos olhos revirando, nos encantos.
As viagens sedentas tão soturnas...

Nestes nossos sinfônicos ocasos
Exalando os perfumes mais divinos.
Rebentam os sentidos sem ter prazos,

Misturam nossos corpos. Desatino!
E a beleza do mar, paradisíaco,
E a beleza de amar: afrodisíaco!

Serpeias pela cama em languidez

Serpeias pela cama em languidez
Te caço e te procuro sem juízo.
Amor assim gostoso que se fez
Nos leva claramente ao paraíso...

Palpita um coração desenfreado,
Mergulho no teu corpo, pouco a pouco.
Sentindo-me sem medo, apaixonado,
Imerso em teus carinhos, fico louco...

E sabes como gosto de te ter,
A cada nova noite sem limites,
Estou me viciando em teu prazer.

Não quero mais saber nem dar palpites
Apenas quero a dança mais ardente
Que toma e que domina, tanto, a gente...

Na mesma ventania que vieste

Na mesma ventania que vieste
No mesmo fogo lento em que me queimas
Amor assim feroz, quase que agreste,
Em tantas tempestades, duras teimas...

Na copa deste amor, tão agridoce,
Carinhos e maus tratos se revezam;
Se veio ou se não veio pensei que fosse
As bocas que se mordem também prezam.

Eu quero nosso amor de qualquer jeito
Envolto em mansidão ou em tormenta.
Depois de te sentir rasgando o peito,

Barragem que em loucura se arrebenta.
Eu quero nosso amor sem poesia,
Que sangra e que me cura, todo dia...

Amiga, como é dura uma saudade

Amiga, como é dura uma saudade,
Tremula em nosso peito qual procela.
Da vida que passei ,diversidade
Em cada sentimento se revela...

Nunca imaginei sentir a dor
Que sinto quando lembro deste caso
Pensando ser, em paz, um amador,
Depois de tantos medos, meu ocaso...

Desfraldo essas bandeiras: solidão
Bebendo desta lua vou calado.
E tramo nos meus versos a paixão

Que sempre me deixara abandonado.
Amiga, timoneira mais querida,
Entrego, nos teus braços, minha vida!

Por uma estrada plena de perfumes

Por uma estrada plena de perfumes
Depois de caminhar em solidão
Percebo no final, suaves lumes;
Que fazem desta estrada um firme chão.

Encontro finalmente o meu abrigo
Depois de tantas curvas do caminho.
Eu já sobrevivi, farto perigo;
Agora não irei seguir sozinho.

Decerto tenho em ti, amor dileto;
A força com que posso, enfim, contar.
Meu mundo sem teu braço é incompleto.

Envolto em teus carinhos, navegar.
Eu sinto que virás por onde eu for;
Por isso é que te chamo; vem amor!

Quem me dera esse amor alvissareiro

Quem me dera esse amor alvissareiro
Que fosse benfazejo e mais tranqüilo.
Vibrante com a força do loureiro
Vencendo toda dor com brilho, estilo...

Meu coração guerreiro sem temer
As ondas mais vorazes e freqüentes
Sabendo tantas lutas por vencer
Nos sonhos mais audazes, eloqüentes...

Imaculado amor sem ser servil
Nas doces castidades, no clarão.
Amor que se impregnara nunca é vil

Revive em cada passo, o coração.
Surgindo qual a perla deste lodo,
Amor clareia o mundo como um todo.

Amar o doce seio da sereia

Amar o doce seio da sereia
Que trouxe para a praia o seu canto.
Deitando meu amor em quente areia
Tragando com carinho o seu encanto.

Sereia como é bom te ter comigo,
Bebemos tantas luas e desejos...
Pressinto em nosso amor, tanto perigo;
Vivendo a plenitude em loucos beijos.

Eflúvios desta tua formosura
Decoram os meus versos totalmente.
Amada, em nossa vida, essa ternura,

Nos traz toda a certeza de repente
De que nada na vida tem valor
Se não vier em nome de um amor!

Todos dizem da dor que carreguei

Todos dizem da dor que carreguei
Por tempos e distâncias mais terríveis.
As marcas destes passos que deixei
Ao tentar alçar vôos impossíveis...

Sozinho após a queda, sem ninguém,
Ao menos um carinho mendigava.
A noite sem estrelas sempre vem
A vida, pouco a pouco, se acabava...

Cansado de seguir sem ter apoio,
Em meio a tantas trevas e percalços,
As dores se chegando num comboio

Rasgando, penetrando os pés descalços.
Apenas uma voz restou comigo,
A tua, meu querido e bom amigo!

Tantas ondas do mar

Tantas ondas do mar batendo em mim,
Amores que palpitam e me entornam.
Dormito um belo sonho, tanto assim
Meus mares e desejos se conformam...

Os raios mais incertos me prateiam
Da lua que se fez louca e fugaz.
Meus olhos por teus seios sempre anseiam.
Eu sinto que te amar, serei capaz.

As ondas se arrebentam no meu peito,
Formando cicatrizes impossíveis.
Amar quem percebi ter o direito,

São sonhos que pensei tão impossíveis...
À noite no teu colo descansar
Das ondas que enfrentei do duro mar...

Quantas vezes

Quantas vezes correndo nas campinas
Eu via essa morena quase nua...
Saltando entre verbenas e boninas
No passo tão macio que flutua.

As rosas ladeando essas passadas
Por vezes, nos espinhos, te arranhava;
As costas nos vergões tanto marcadas
Meu sonho de teu corpo se chegava.

Quem fora mais feliz nos seus amores
Sabia da importância da visão
Da flor que recendia tantas flores

Trazendo um bom perfume de ilusão.
Correndo nas campinas quase nua.
Minha alma na tua alma continua...
O coração apenas um granito,
Rude minério, diz em frialdade
Do quanto se perdera e na verdade
O sonho que deveras necessito.

Meu canto permanece em ledo rito
E ocaso se anuncia e já degrade
O passo sem saber da lealdade
Aonde quis um dia mais bonito.

Presumo cada passo e vejo bem
O todo que transcende ao que não vem
Marcando com meu medo a fantasia.

Presumo cada engano e sigo apenas
O tanto que deveras me condenas
E o tempo noutro tempo não faria.

Querida te busquei o mundo inteiro

Querida te busquei o mundo inteiro
Na calma placidez de teu afago.
Sentindo suave gosto verdadeiro
Que impeça esse viver triste que trago.

Procuro em teu semblante minha fonte
De pura inspiração para os meus versos.
Estendo meu olhar para o horizonte
Nas tramas dos sentidos mais diversos.

Invejo a sensação deste deleite
Que emana de teus olhos sedutores.
Amada, assim imploro que me aceite,

Jogado em teu jardim, em meio a flores...
Contigo tenho os dotes da ventura
Que trazem claridade em noite escura...

Eu sinto tuas mãos tão vaporosas

Eu sinto tuas mãos tão vaporosas
Passando por meu corpo, sem juízo.
As noites que vivemos, maviosas
Imersas em desejo mais preciso.

Nas ondas de teu corpo marejando
Visito cada ilhota e cada atol.
Depois nestes teus pélagos entrando
Usando o meu prazer como farol.

Nos lagos mais inquietos já me afogo,
Secretas reentrâncias eu descubro.
Morrendo deste amor nem peço rogo

Em tantas convulsões fulgura rubro...
E sinto essa erupção tremenda imagem
Rompendo, arrebentando uma barragem..

Te caço com ternura de helianto

Te caço com ternura de helianto,
Em busca do calor que me prometes
Dedico essa ternura do meu canto,
Aos sonhos e delícias que remetes.

Teu corpo delicado e tão macio,
Nos seios e na boca, vou errante.
Vertendo a sensação do fero cio,
Na noite mais fecunda e delirante.

Eu quero a sensação de me entregar
Aos ermos e desníveis desta imagem,
Que deixe em harmonia naufragar

Me perdendo de rumo na viagem
Que faço pelos cantos e recantos
Sabendo de teu corpo, seus encantos...

Nas lágrimas

Nas lágrimas marcando o belo rosto,
Soluços tão remotos, tantas dores.
Amor que não se trama perde o gosto
Perdendo esse perfume, tristes flores...

Os ritos que fizemos no passado,
Em versos e desejos mais aflitos;
Nas trevas, nos horrores des’perado
Amores se perdendo em infinitos...

As trompas anunciam tempos mudos
Mas sinto uma titânica esperança.
Os sonhos se tomando vão desnudos.

Fazendo com a sorte uma aliança.
Depois de reatados nossos laços,
Mergulho meus amores nos teus braços!

Dos sonhos que tramei

Dos sonhos que tramei; tu és senhora.
De tudo o que pensei, és sempre a dona.
Quem sabe vou viver amor que aflora
Depois desta emoção que me abandona...

As fases que, mutantes, me trouxeram,
Tantas lamentações ao velho peito.
Nem sempre em nossas vidas recuperam
Os versos que fizera, satisfeito...

Na forma maviosa das cascatas
Descendo pelos rios do prazer.
De todas as maneiras me arrebatas

Não deixa quase nada sem tecer.
De bálsamos teu corpo se vapora
Não tema meu amor, chegou a hora!

Encontro em ti total delicadeza

Encontro em ti total delicadeza
Amor que se demonstra cristalino.
De tudo que possuis; tua leveza,
Transborda neste cálice tão fino.

Nas tuas mãos diáfanas, querida;
Uma beleza assim, assaz serena.
Melhor do que sonhei por toda a vida,
A sorte maviosa já me acena...

Tu tens no coração alvura em neve,
Na pele bronzeada, meu desejo.
Do amor que nunca quero seja breve

Nas ânsias delicadas deste beijo.
Meus olhos não mais temem forte chuva
Pois nosso amor se encaixa como luva...

Amiga, um sentimento se levanta

Amiga, um sentimento se levanta
Tornando nossos dias fabulosos,
Amor quando é demais já me agiganta
E trama tantos dias dolorosos...

Embora, depois disso, eu já sossegue,
Após a tempestade, vou sereno.
Uma amizade plena que carregue
Transforma nosso mundo. Fica ameno...

É força que nos traz a liberdade,
É mansa serenata em noite breve.
Nos garante total securidade.

E faz a nossa vida ser mais leve...
Amiga, em nossa vida, claridade;
Na força e na altivez d’uma amizade!

O mesmo mar que trouxe esta sereia

O mesmo mar que trouxe esta sereia
Levou o teu cantar para outra praia.
Saudades que deixou na fina areia
Uma outra solução amor ensaia...

Eu trago no meu peito, amor secreto,
Que enfrenta o duro mar forte e bravio.
Amor que me deixara tão inquieto
Sem a sereia fica mais sombrio...

Mergulho procurando outra visagem
Que faça meu amor recomeçar.
Ao ver essa morena; outra viagem,

Encontro novo amor em meio ao mar.
Depois de tanto tempo sem ninguém,
Amor que sempre quis, agora vem...

Meu amigo, nas trevas, nas penumbras

Meu amigo, nas trevas, nas penumbras;
Nossa vida escondendo a claridade,
Quando nem o final tu deslumbras,
A luz que se irradia na amizade...

Força que sempre trama uma esperança
Depois de tantos dias de martírio.
Somente na certeza de aliança
Nos salva da loucura e do delírio...

Amigo, turbulências usuais,
As pontes que tentamos se quebraram.
No final deste mar sequer um cais,

Nossos sonhos sem rumo, naufragaram...
Se resta uma amizade verdadeira,
Não há porque temer a terra inteira!

Qual fosse fina prata

Qual fosse fina prata em sentimento,
Portando uma emoção tão delicada;
Como uma mansa brisa, calmo vento,
Vivendo calmaria anunciada

Numa dolência mansa de sonata,
Na maciez da seda e do veludo.
Aos poucos, amizade me arrebata,
Sem medo e sem temor; leve, contudo...

Em luzes tão macias e sensíveis,
Não cobra nem espera, apenas vive...
Sem exigir as coisas impossíveis

Sem perguntar dos mares onde estive.
Um sentimento assim, pleno em nobreza,
Garante em nossa vida, uma pureza!

No céu que sempre quis

No céu que sempre quis, em perfeição,
No brilho desta lua emocionante
Desfraldo calmamente uma ilusão
Ao mesmo tempo insana e deslumbrante.

No horizonte que mostra seu painel
Em tantas maravilhas estelares,
Na perfeição sublime deste céu,
Reflexos dos luares forram mares...

Nas ondas prateadas, teus cabelos...
Nas ondas prateadas, belo mar...
Minha emoção se explode só em vê-los

E cria o belo sonho de te amar....
Andando nessa areia, extasiado,
Me sinto muito mais apaixonado!

Nas praias onde o mar já se arrebenta

Nas praias onde o mar já se arrebenta
Formando em tantas ondas, meu desejo.
Percebo que a paixão mais violenta
Aos pouco dominando... e nada vejo...

Eu sonho com teus olhos, tua boca...
Eu quero o teu carinho, não se esqueça.
A vida sem te ter, transcorre louca.
Não deixe que a saudade me enlouqueça...

Eu quero mergulhar, perder sentido.
Vencendo tantos medos que trazia.
De tanto que te quis sigo perdido

Não sei sequer as horas nem o dia...
Debaixo deste céu tão belo, imenso,
Lembrando deste amor, sozinho, penso...

DESSAS VELHAS TRISTEZAS

Dessas velhas tristezas diluídas
Nas almas que morreram sem perdão.
As sombras siamesas, nossas vidas,
Procuram pelo vale da emoção.

Somos ermos, herméticos e famintos.
Da pedra que nos fez, tantas rudezas.
Desejos qual vulcões morrendo extintos.
Vencendo nossos medos e defesas...

Não quero me insurgir contra este fado,
Nem quero me olvidar destes castigos.
Quem fora tempestade leva um fardo.

Sabendo das escoras e perigos...
Mas sinto que talvez tenha a saída.
Seguir sem temer nada em nossa vida!

Nesta opulência plena de desejo

Nesta opulência plena de desejo,
Desfilas pelas praias rigidez.
Te seguem tantos olhos em cortejo,
Vou calado, esperando a minha vez...

Nas delicadas formas me deslumbras
Com toda essa certeza, te pretendo.
Teus olhos vão brilhando nas penumbras
As distâncias, aos poucos, vou vencendo...

No teu frescor de brisa, encantamento,
Na maciez da seda, tua pele...
Não posso te esquecer um só momento.

Em ti vou mergulhar, amor compele.
E sinto o teu perfume inebriante.
Vivendo o pleno amor, sempre constante!

Beleza

Beleza que encontrei com tal prazer
Nos olhos da mulher que sempre quis.
Sabendo que depois irei sofrer,
Mas vale, por instantes, ser feliz.

Eu quero a maciez deste teu rosto,
Envolto nos meus lábios sem juízo.
Meu coração aberto, vai exposto,
Querendo te buscar, meu paraíso...

Não posso te pedir que tu me queiras,
Da forma que te adoro, assim, sem fim...
Amor; irei vagando tantas beiras,

Sabendo que acharei dentro de mim.
Eu amo esta mulher que está distante
E tão próxima, viva e delirante!

Em tua delicada formosura

Em tua delicada formosura
Gerada neste etéreo sentimento.
Rompendo toda a dor duma clausura
Com a força impassível deste vento.

Não sinto mais os dramas da vivência
Nas forças indizíveis que bloqueiam
Causando tantos medos, inclemência,
Nas amplas armadilhas que incendeiam.

Maravilhosamente embriagado
Pelas fontes divinas, dolorosas,
Que trazem os espectros do passado

E forjam novas noites mais saudosas.
Mas sinto que na luz deste luar,
Poderei novamente me encontrar...

As pétalas das flores que senti

As pétalas das flores que senti
Nos mágicos perfumes no jardim.
Aos poucos revirando o que vivi,
Não sinto quase nada. Estou no fim...

Cansado de dizer em vão teu nome,
Nas ruas, nos desertos e nas praças...
Aos poucos cada vez que a noite some,
Tu sabes do que falo, mas disfarças.

Eu sinto que não posso mais te ter
Eu sinto que meus versos se perderam.
Quem fora tanta coisa não quer ser,

Meus olhos, os teus olhos, se esqueceram...
Mas resta tão somente uma ilusão.
Quem sabe a noite traga o teu perdão?

Revejo tais mistérios

Revejo tais mistérios, toda a fúria,
Que trama o fervilhar deste desejo.
Na cama se contorce na luxúria
Revolta com as ânsias deste beijo...

A carne se explodindo vai ao céu.
Mergulho meu amor em tantos pomos.
Bebendo desta abelha todo o mel,
Devoro desta fruta vários gomos...

E sinto depois disso, um abandono
Que traz esta delícia tantos sucos...
Dormito inebriado, fundo sono,

Os medos se esgotaram, vãos, caducos...
Cansado, desmaiando; mas lascivo,
Refaço-me no amor e sobrevivo...

As minhas mãos unidas com as tuas

As minhas mãos unidas com as tuas,
Às volúpias do amor nos entregamos.
À noite nossas bocas, loucas cruas,
Nestes desejos todos mergulhamos.

Nas selvas que buscamos nosso arrimo,
Nas pernas que sentimos tão coladas.
O teu amor intenso tenso, estimo,
As trocas e carícias esperadas.

Meus olhos nos teus olhos não se cansam,
No fogo desse amor, uma centelha.
As bocas sequiosas já se avançam.

Minha alma de tua alma, tão parelha...
Nos céus que te proponho sem receios,
A doce sensação, teus belos seios...

Que sejam mais carnais nossos desejos

Que sejam mais carnais nossos desejos
Trazendo um palpitar nesses anseios,
Sem medo, sem temor sem tantos pejos.
As mãos vão deslizando nos teus seios...

Que sejam nossos sonhos loucos rumos,
Em busca das visões alucinadas.
De todos os prazeres tantos sumos,
Nas somas das manhãs anunciadas.

Nas horas mais orgásticas e fecundas
Sonhos, palpitações, tremer de pés.
As bocas se procuram mais profundas,

Tocando nossas vidas de viés...
Eu quero te saber completa em ânsias,
Sentir de teu carinho, essas fragrâncias.

Tua imagem raiada já cintila

Tua imagem raiada já cintila,
De teus olhos a vida resplandece
Deitada em maciez tanto tranqüila
As mãos unidas trazem nova prece.

Cantando o nosso amor, cedo propaga,
Em versos tão serenos de brandura.
A vida em tais prazeres já se alaga
Tornando essa turva água em água pura.

Em todas as canções louvando flores
Que espalhas nos jardins com teu carinho
Recebo com afeto tais olores

Sabendo que jamais serei sozinho.
Assim na sutileza deste olhar,
Aprendo novamente o que é amar!

Amor se repartindo em muitas cores

Amor se repartindo em muitas cores,
Diversas esperanças já consome...
Em tal jardim morrendo tantas flores,
Sem vida, pouco a pouco, tudo some...

Se amor se entrega sempre à uma Fortuna,
Por vezes me enaltece, mas já morre.
Por forças e desejos que reúna,
Aos poucos tanto amor não me socorre.

Vencendo esses meus medos de encontrar,
Depois de muitos anos, teu amor.
Sabendo que morrer sem saber mar,

Vivendo o que mais quero, com ardor...
Amor que em si jamais se vangloria,
Aos poucos se tornando fantasia...

Amiga como é bom poder sentir

Amiga como é bom poder sentir
O vento do prazer que sempre traz
De tanto que passei venho pedir
Um pouco de esperança e mansa paz.

Nas guerras mais bizarras tão estúpidas,
Nas bocas mais carnudas do desejo.
As horas que vivi; decerto cúpidas,
Sentindo a precisão do falso beijo.

Se tanto me negaram um afeto
Senti como tais dores são incríveis.
Jogado neste canto qual inseto

Em meio a tantos risos impassíveis...
Não fora essa amizade que cultivo,
Cativo sempre fui: não sobrevivo!

Amores sem amores são terríveis

Amores sem amores são terríveis,
São bárbaros destinos, mal secreto.
Os olhos sem amor são impassíveis.
O tempo vai passando tão discreto.

As horas solitárias são bizarras,
O sol vai escondido, tão nublado.
Quimeras demonstrando fortes garras,
O tempo de viver, acorrentado...

Eu sinto dilaceram-se meus sonhos,
Depredam meu futuro, velhas chagas.
Quem dera se tivessem mais risonhos,

Os mares que se encrespam, fortes vagas...
Amiga, pois eu sinto a mão mais forte,
Apoio com o qual encaro a morte!

Durante tanto tempo imaginei

Durante tanto tempo imaginei
Que o mundo terminasse logo ali.
Tão distantes caminhos que deixei,
De tão grande esse mundo, me perdi.

Pessoas que julgava que existiam
Por trás do grande mar ou da montanha.
Decerto meus caminhos não veriam,
Embora uma vontade assaz tamanha.

Percebo como é bom poder te ter
Amiga que talvez eu nunca veja.
Minha alma emocionada sabe haver

A beleza de outra alma que deseja.
Existimos, portanto isso é real,
Embora, ouça dizer: É virtual!

Depois de tantos dias, vou insone

Depois de tantos dias, vou insone;
Buscando a realidade que perdi.
Mergulho na saudade, triste cone,
Em plenos pesadelos, me emergi.

Nos crivos da paixão nunca passei,
Nas garras da esperança não sou nada.
Nos pântanos, minha alma desejei,
Desnuda, plena em sangue decorada...

As flores que quisera não brotaram
Espinhos apontados para mim.
As lâminas do amor que me cortaram

Aos poucos não restou nada no fim.
Por isso minha amiga vou disperso,
Dedico ao teu apoio, esse meu verso...

Esse mar se elevando em véu de escumas

Esse mar se elevando em véu de escumas,
Trazendo a sensação de majestade.
O vento transformando tantas dunas
Reflete em quente areia a claridade...

Nas glórias de saber que te encontrei
Depois desta imprecisa caminhada,
Agora que percebo o que sonhei
Reflexos multicores, minha amada...

Na brônzea maravilha desta tez,
Deitada nesta praia, tão molemente;
Pressinto que chegou a minha vez

De ter as alegrias em torrente.
Meu mundo que em tristezas foi sozinho,
Virou sonho, de amor e de carinho...

Amo esta noite intensa e sussurrante

Amo esta noite intensa e sussurrante
Tremendo em nossa cama sem parar.
Navego por teu corpo, caminhante
Em busca dos prazeres de te amar.

Na areia onde esse mar se arrebenta,
Em ondas nosso caso desenrola.
Paixão tão insensata e violenta
Meu pensamento, alado, já decola...

E sinto essa presença, que é perene,
Da boca que bendiz e que me xinga.
Não sinto tanta dor que me envenene

Ao vê-la seminua amor se vinga...
E volto qual um cão abandonado,
Lambendo tuas mãos, apaixonado!

No peito exausto sinto o renascer

No peito exausto sinto o renascer
Após essa tormenta tão divina
Vibrando em nosso canto vou viver
As águas da cascata cristalina...

Rasguei essa saudade tão vazia,
Deixei essa tristeza moribunda
Beijando tua boca que eu queria
Vivendo essa emoção demais profunda...

Da flor que imaginava em meu jardim,
Do sonho que pedira e não tivera.
O mundo prometido, sei enfim,

Deixando a solidão, pobre quimera...
Eu quero poder ter o teu carinho,
Invisto em nosso amor, em nosso ninho!

Onde te encontrarei, querida agora?

Onde te encontrarei, querida agora?
Perguntando, procuro em todos bares...
Vou pelas madrugadas, sem ter hora.
Vagueando sem rumo, até altares...

Nas praias, nas areias, parto agora;
Nas ondas que se quebram, todos mares..
Não me importa sequer: chove lá fora,
Não meço nem procuras nem lugares...

Nos jardins, rosas planto, seus espinhos;
Nos olhos, colho pranto, amada some...
Ando pobre, mendigo teus carinhos.

A solidão feroz já me consome...
Quem me dera poder já te encontrar.
Perdido, te persigo no luar!

Cansado de esperar felicidade,

Cansado de esperar felicidade,
Por vezes me imagino tão sofrido...
Andando sem ter rumo, na cidade,
Caminho muitas vezes percorrido...

Meus olhos imaginam a mulher
Que foi e prometeu não mais voltar.
Espero pela dor que, se vier,
Talvez mate a vontade de cantar.

Mas logo, a tua voz meu grande amigo;
A voz de quem viveu bem mais a vida;
Quem sabe dos caminhos o perigo.

A luta tantas vezes tão sofrida
Me diz que é necessária a paciência
Meu velho me demonstra experiência!

Afeiçoado ao canto que fizeste

Afeiçoado ao canto que fizeste
Em plena consciência já te digo.
Amor que sempre quis e que me deste,
Aos poucos, nos teus passos, sempre sigo.

Eu vivo sem saber se terei porto
Ou paços que prometes e não dás.
Um sentimento atroz e quase morto,
Aos poucos transtornando toda a paz.

Eu peço que perdoe esse meu canto
Em forma de um alerta necessário.
Deixando pouco a pouco teu encanto

A vida vai mudando seu cenário...
Eu quero teu amor, isso não nego,
Porém, sem emoção, eu não sossego!

Deus me fez tão feliz por conhecer

Deus me fez tão feliz por conhecer
A beleza estampada neste astral,
Toda a força do lume sideral
Encontro em fatal brilho de prazer.

No mundo, simplesmente quero ter
De todo esse universo, num aval,
Fortaleza que invade todo o ser
Fazendo meu viver sensacional.

Quero o gosto das fontes maviosas,
Quero essa sutileza que domina;
As noites de prazer, voluptuosas.

Neste brilho dos olhos da menina,
As cores do infinito que Deus pinta
Copia destes olhos toda a tinta...

VOLTA MINHA AMADA

VOLTA MINHA AMADA

Bebendo da saudade quase um rio,
Depois de tanto tempo sem te ver.
Viver sem teu amor é desafio,
Mas tento, mesmo assim, sobreviver...

Falar do nosso amor é dolorido,
Mas falo com meus versos mais felizes.
Depois de quase tudo decidido,
Amor sem ter amor; tantos deslizes...

Mas venho te pedir, quero perdão!
Não sei de quê, mas mesmo assim te peço.
Talvez inda me reste uma emoção,

Desculpas sem motivos, te confesso.
Bebi da tal saudade, assim, demais,
De tanto que bebi, não cabe mais...

Não quero uma ilusão sem ter sentido

Não quero uma ilusão sem ter sentido
Nem quero o sofrimento da saudade.
Amor que se pensara dividido,
Noutro amor vai buscando liberdade.

Não posso desmentir o que te sinto
Nem posso mais ousar nova vertente
Delírios de viver amor extinto
Renasce no meu peito novamente.

De tanto que te amei ; a alma queria
Tua alma dentro da alma assim atada.
Amando tanto amor com alegria,

Eu penso quanto quero a minha amada.
Não vejo mais sentido sem te ter.
Preciso deste amor para viver!

TEU CORPO PERFUMADO

Quando sinto teu corpo perfumado
Deitado no meu colo, tão divina.
Percebo por que estou apaixonado
Pela bela mulher, sempre menina...

E quando te pressinto adormecida,
Depois de tanto amor que a gente fez;
Depois da cavalgada enlouquecida,
Sentindo em teu cabelo, a maciez...

Depois de nossa noite, mil venturas,
Depois de saciados os desejos.
As mãos procuram toques de ternuras,

Os lábios inda querem tantos beijos...
Um olhar tão dolente me inebria,
Iluminando uma vida antes sombria...

Perfume que inebria todo o canto

Perfume que inebria todo o canto,
Que tento transportar da realidade.
Não tenho tantas cores deste encanto,
Faltando tanto brilho e claridade.

No quadro que imagino nosso amor,
Uma aquarela rara em finas cores.
Pintando meu desejo em esplendor
Sabendo que estarei por onde fores...

Só quero neste aroma, meu futuro,
Matando meu passado no presente.
Quem veio deste céu por mais escuro,

Eterna claridade já pressente.
Pois venha minha amada, a vida chama,
Não fique mais aí, alma reclama...

Na dor tão solitária da saudade

Na dor tão solitária da saudade,
Nos versos que te fiz, minha querida.
O medo de encontrar fatalidade
Que ponha mais em risco nossa vida...

Andando pelas trevas do passado,
Encontro muitos rastros do que fui.
Por vezes desse amor me vi privado,
Castelo que sonhara, cedo rui.

Mas tenho uma esperança em ramaria,
Da árvore mais frondosa do arvoredo.
Passando por floresta mais sombria

Agora, do teu lado, perco o medo...
Amor que me impedira de ter ninhos,
Clareia todas pedras dos caminhos!

Quando sentires ventos carinhosos

Quando sentires ventos carinhosos
Batendo nos umbrais de tua casa,
Quando invadir perfumes olorosos,
A noite, lentamente tudo abrasa.

Tu me ouves com ternura e mansidão
Depois da ansiedade que vivemos
Depois de tanta dor no coração,
Os sonhos mais dourados que tivemos...

A noite em nossos braços infinita,
Rodando sem ter medo mais de nada,
Tu és a mais perfeita e mais bonita

Futuro está em ti, ó doce amada...
Nos ventos carinhosos; calmo e terno,
Certeza deste amor que quero eterno...

Quando te vi

Quando te vi, sonhava, é quase certo...
Entre os raios do sol iluminada,
Felicidade estava ali por perto
Ao rastro da beleza assim sagrada...

Eu te olhava sentindo teu frescor
Pressentindo que tudo iria ter
A maga companhia dum amor
Nascedouro em tal noite de prazer...

Ah! Tantas ilusões a vida tece
Em nossos corações desavisados.
Depois de tanto tempo amor fenece

E nos faz parecer mais derrotados.
A vida se refaz em novo canto,
Talvez nova emoção, um outro encanto...

Não temo tal mordaz caricatura

Não temo tal mordaz caricatura
Que fazes deste amor que se perdeu.
Amando simplesmente encontro cura,
No braço que entregaste, um sonho meu.

Amada como o fogo nos consome,
Assim como a tristeza nos devora.
Matando em nosso amor, a minha fome,
Percebo uma alegria sem ter hora.

Desculpas para amar, não necessito,
Amar é minha sina e disto gosto.
Apaixonadamente sigo o rito

Nos braços de quem amo, logo encosto.
E vejo em meu amor, a plenitude;
Amor traz alegria e mais saúde...

A lua vai sedenta e vaga mundo.

A lua vai sedenta e vaga mundo.
Buscando por paisagem mais bonita.
Em toda esta amplidão, bem mais profundo,
Certeza de viver, sempre palpita...

Escoam meus sentidos pelas matas
Descendo as cachoeiras mais velozes.
Nos ouros destes campos, tantas pratas,
Em meio a sentimentos mais ferozes.

No seio ardente da mulher que quero,
Na boca que tremula a cada beijo.
Vivendo teu sentido em que me esmero.

Sabendo que no fim vence o desejo.
No mar que se arrebenta, tanta espuma,
Amor tão delicado, não se esfuma...

A vida tantas vezes duvidosa

A vida tantas vezes duvidosa
Promete o mais bonito alvorecer
Depois de tanto tempo tão vaidosa,
Mal sabe quanto tem que percorrer.

Palpita um tal desejo no seu peito.
Que insatisfeito marca eternamente.
Viver é procurar pleno direito
Saber amar assim, completamente.

Não vejo outra saída senão essa.
Felicidade bate em sua porta.
Não fie seu amor em vã promessa,

Se bem que a bela estrada é sempre torta.
Não tema mais os cortes, cicatrizam,
Nem sempre essas tormentas já te avisam...

A Noite entre magias e delícias

A Noite entre magias e delícias
Deitado sobre os sonhos, minha vida.
Se não vierem horas, em carícias,
Eu Quero te sentir, em mim, perdida...

Eu Quero uma surpresa a cada canto,
Um pensamento assim, mais libertário.
Entre tantos os quais sempre me encanto,
O sonho de viver neste cenário...

As Íntimas lembranças, cruzam sonhos,
Os Sonhos que não mais poderei ter.
Relembro mais detalhes, são medonhos,

Mas sangram nosso amor, nosso viver.
Na viuvez em vida que restou,
Certeza desta lua, que brilhou...

Amor, neste lugar onde persigo

Amor, neste lugar onde persigo
Os rastros dos teus passos melindrosos.
Não sei por quantas vezes eu consigo
Saber de nossos sonhos mais formosos.

Preciso me encontrar, sem te temer.
Porque em meus olhos surge tal imagem
Da morte e da vontade de viver,
Em luta que pernoita essa visagem.

Assim parte, assim some, em cada rosto,
Quer me punir, amor, por ter sabido
De cada sentimento, assim mal posto,

Depois de tanto tempo já perdido...
Meu amor, perseguindo cada passo,
Já me perco, envolvido em seu cansaço...

sexta-feira, 9 de março de 2012

AMAR SEM MEDO...

AMAR SEM MEDO...

Depois desta borrasca em juventude,
Passando por terrível solidão;
Vazio, sem saber da plenitude
Que encharca todo jovem coração.

Depois da timidez que me afligia,
No manto da saudade e da tristeza;
Era; amar, tão somente fantasia,
Deixada em algum canto, sem beleza.

Depois das noites brancas, sem ninguém,
Depois do medo cego, sem carinho...
Agora quando a madrugada vem,

Olhando para ti, não vou sozinho...
Aprendo, a cada dia, esse segredo,
Amar é ser feliz, e perco o medo...

A VOLTA DO GRANDE AMOR

A VOLTA DO GRANDE AMOR

Profunda calmaria no meu peito
Depois de tantos dias sem te ter.
Sabendo que do amor, insatisfeito,
Durante tanto tempo, te perder...

Sem rios, sem verdor, também sem matas,
Em meio a tal deserto, sentimento...
A força que em teus braços, me arrebatas,
Vencendo as tempestades, mau momento...

Invejas desta sorte que eu trazia,
Levaram teus olhares mais distantes.
Matando com a minha fantasia;

Deixando os firmes pés tão vacilantes.
Porém o mesmo vento, enfim, te trouxe,
Tornando o meu viver, calmo e mais doce...

Essa aurora trazendo tanto encanto

Essa aurora trazendo tanto encanto,
Por detrás das montanhas, vem surgida.
Mostrando tal beleza que me espanto,
Fazendo com que brilhe nossa vida.

O sol irrompe lento e carinhoso,
Nos seus raios aquece sem queimar.
Desse amor que me trazes; orgulhoso,
Encontro mil motivos p’ra ficar.

E quero em nossa cama, teu carinho,
E quero em nossa vida, uma esperança.
Do amor intenso e belo, nosso ninho,

Convite para o dia já me alcança.
Aurora nos guiando qual farol,
E vamos de mãos dadas rumo ao sol!

MINHA AMADA.

MINHA AMADA.

Das noites que tivera; sim me lembro,
Dos olhos tão tristonhos e distantes;
Duros dias sofridos de setembro,
O peso desta vida nos semblantes...

Passando por momentos dolorosos,
O peso da saudade machucava...
Os sonhos se tornaram pavorosos.
Um mar de solidão se aproximava...

Mas quando te encontrei, tudo mudou.
Teus olhos de promessa e de aconchego,
Vazio coração reflorestou

Da tempestade e dor, fez-se o sossego...
Setembro que me trouxe uma quimera,
Termina nos teus braços, primavera!