sábado, 9 de julho de 2011

09/07/2011

Mas nada de notícias, vou à luta
Tentando acreditar noutro momento
E sei do quanto possa em raro alento
Enquanto a própria sorte nada escuta
A vida noutro rumo, tanto astuta
Errático cenário quando invento
O todo enamorado e mais atento
Na face mais audaz, porquanto bruta.
Gerasse no cenário tal mixórdia
Deixando no passado esta discórdia
Ou mesmo proferindo um canto em paz,
A sorte se anuncia e sei do quanto
Pudesse tão somente e não garanto
Sequer o que esperança não me traz.

.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

08/07/11


A noite vai passando, eu na espera,
E sei o quanto a vida não mais trama
A sorte que pudera além da lama
Ou mesmo uma palavra mais sincera
A vida noutro tanto destempera
E gera o que pudesse em rude drama
Vestindo a solidão que nos reclama
Do todo que em verdade traga a fera
Ousada e sem sentido, loucamente
E o tanto quanto o tempo se apresente
Expressa esta emoção que não viesse,
Trazendo ao coração a imensa messe
De ser o que inda tenha dentro da alma
E nisto nem a luta agora acalma.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

07/07/2011



Gravetos de arvoredos tão distantes
Em volta do que pude sem proveito
Trazer o quanto quero e mesmo aceito
Ainda que deveras me adiantes
Os rumos entre tantos discordantes
O tempo se moldando em cada leito
E sei do que decerto agora aceito
Em ritos muitas vezes fascinantes,
Presumo cada passo rumo ao tanto
E nada do que possa enfim espanto
Ousando acreditar em toda história
Vazios sentimentos, noites vãs
Procuram pelo menos nas manhãs
A sorte que não fora merencória.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

06/07/2011




Queria te dizer do vento atroz
Que tanto nos trouxera o medo e a dor
O céu derrama além tanto torpor
E nada mais permite a mansa foz,
O quanto poderia e já sem voz
O mundo desenhando em dissabor
A fonte que remete ao desamor
E nisto todo passo vira algoz,
Arcando com meus erros, tão somente
O todo que deveras não se sente
Expressa a solidão e nada mais
O verso se perdendo em ledo rumo,
O quanto dos engodos eu assumo
E bebo o que cabe: vendavais...

terça-feira, 5 de julho de 2011

05/07/11


Sequer raiar aurora, e nada vinha
Nem mesmo quem buscara em pensamento
A vida se moldando num momento
Na sorte que julgara toda minha,
Palavra se anuncia mais mesquinha
E quando este caminho também tento
Espalho a sensação do forte vento
Sabendo da palavra em vão, daninha.
O quanto se pudera ser feliz
E sei que na verdade o que se quis
Presume meu futuro tão somente,
Amar e ter nas mãos esta certeza
Da vida que derrama em correnteza
O todo quando quero ou mesmo tente.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

04/07/2011



Estar sempre ao teu lado satisfaz
E gera toda a forma de prazer
Traçando cada passo do querer
E nisto encontrarei meu mundo em paz,
A face da esperança, ora fugaz
Noutro momento possa converter
Invés de tal estar passar a ser
Deixando o tão volúvel para trás.
Erguendo para além neste horizonte
O olhar que tantas vezes já desponte
E mostre a sensação do amor que eu quero,
Ousando acreditar no quanto tente
A solidão jamais seja frequente
O mundo que adentrasse; mais sincero.

domingo, 3 de julho de 2011

86

Não mais se apresentasse qualquer farsa
Enquanto o meu anseio se desvenda
Vestígios do que fora feito em lenda
Agora noutro tom nada disfarça
E o passo contra tudo quando esgarça
Jamais impediria esta contenda,
Ainda que deveras não se estenda,
A sorte se traduz noutra comparsa,
Acolho os meus enredos e prometo
O quanto na verdade me arremeta
Ao verso que insistira, e em tal soneto,
A sórdida expressão se desnudando
E o medo se transcorre no cometa
Que aos poucos segue em céu bem mais infando.


87

Nas ânsias mais comuns de quem se quer
Viver outro momento em plena paz
O verso que se fez agora audaz,
As doces maravilhas da mulher,
E nada do que eu possa, nem qualquer
Caminho se fizera mais mordaz,
E sei que deixo tudo para trás
E tento adivinhar o que puder,
Acolho tão somente o que restasse
Da vida em derradeiro desenlace
Pulsando dentro da alma em lama e tédio,
Ousando mergulhar do imenso prédio
Predigo o meu futuro em pleno solo,
E desta fantasia enfim decolo.

88

Não merecesse a vida que me deste,
E sei do quanto possa e não consigo,
O vento se traduz nalgum perigo,
E o prazo se mostrara enquanto ateste,
O verso como fosse mais um teste,
O cântico desnuda o que persigo
E bebo deste verso, o mais antigo,
E nisto todo o mundo mal coubeste,
Ansiosamente vejo o teu retrato
E nele o que pudera mal constato
Qual fora em dor e medo alguma sorte
Diversa da que possa me trazer
Ainda em rudimento, o amanhecer,
Enquanto a solidão inda conforte.

89

Não quero e não seria de tal forma
Que a vida se mostrasse a cada enredo,
No todo quanto possa e mais concedo,
A vida se reduz e nada informa,
Apenas o que vejo segue a norma
Do mar quando em teus braços desde cedo
Soubesse desvendar qualquer segredo
E sei do quanto a vida nos deforma,
Não possa ser diverso do que agora
A luta noutro tom se comemora
Grassando no vazio aonde eu siga,
O corte sem razão, a mesma luta
E o quanto sem sentido não se escuta,
Tornasse a vida amarga, mais amiga.


90

Se eu jamais te conhecesse
Noutro tom te escutaria,
Mas no todo que tecesse
A verdade em fantasia,
O meu mundo obedecesse
O que tanto se queria,
E jamais nada esquecesse
Nesta rude romaria,
Bebo aos poucos o que tanto
Quis em porre ou noutro enredo,
E se agora enfim me espanto,
Outro passo eu me concedo,
Na vertente em desencanto,
No guardar de algum segredo.

91

Já não cabe alguma luz
Onde tanto não se visse
O caminho que produz
Algo além desta mesmice
O cenário reproduz
O que a vida contradisse
No momento onde me pus
Qualquer verso, uma tolice.
Presumindo o que viria
O que tanto se resume
No fastio da alegria
Na expressão deste perfume,
O que tanto se queria
Noutro fato me consume.

92

A matéria que desfaz
Não pudera ser somente
O que deixo para trás
Neste solo qual semente,
Vendo o sonho que se faz
Quando vejo imprevidente
O caminho quando audaz
Novo encanto se apresente
Labaredas, fogaréus
Entre rumos mais diversos
Sigo além em raros véus
Onde sei dos universos
Mesmo quando em tantos céus
Olho os astros mais dispersos.

93

Nada mais se poderia
Quando o tempo relegasse
Ao caminho que traria
No final segunda classe,
A verdade em agonia
O momento que tramasse
O que possa em poesia
Desvendar qualquer enlace,
A certeza me tomando
Esta estrada convergindo,
O que fora desde quando
Hoje seja mais infindo
Sem saber do que, nevando,
Vai aos poucos destruindo.

94

Jamais tive qualquer sorte
Que pudesse me trazer
O caminho que conforte
Feito apenas no prazer
De quem tente novo norte
E mereça conceber
O que possa e sempre aporte
Meu amor num bem querer,
O meu verso no final
Traduzisse o quanto quero
Deste amor que sem igual
Transcendesse mais sincero
Ao que seja racional,
Muito além do quanto espero.


95

Nada vejo após o fato
Que tramasse o desafeto
Onde possa e me retrato
Noutro tom sigo incompleto,
Restaurando o que constato,
No caminho predileto
A verdade onde resgato
O que amor tento e completo,
Vagamente algum detalhe
Que pudesse garantir
O que mesmo quando falhe
Não impeça de sentir
Meu anseio quando atalhe
Noutro tom, mesmo porvir.

96

Já não cabe algum espaço
Onde o todo mergulhei,
Meu caminho segue o traço
Do que tanto desejei,
E se possa quando faço
Caminhar em bela grei,
Noutro tanto mesmo lasso,
No vazio eu me entranhei,
Resumindo minha história
No que tange à fantasia
Ouço a voz mais merencória
De quem tanto poderia
Traduzir ainda a glória
Feita em luz e poesia.

97

Jamais imaginei outro detalhe
Que nada mais pudesse transformar
A vida num momento a desvendar
O quanto da esperança não retalhe,
Ainda se vislumbra algum entalhe
Na fúria que apresenta o imenso mar,
E nisto se eu soubesse navegar,
Quem sabe noutro instante não mais falhe,
O verso sem proveito, o rude manto,
O tanto se desenha e me quebranto
Tentando pelo menos um descanso,
Mas quando no final já nada vejo,
Apenas o meu sonho num lampejo,
Deveras o vazio então alcanço.


98

Não mais que meramente acreditasse
Nas velhas ilusões que me trouxeste,
O sonho de harmonia em paz celeste,
O canto que se mostre sem impasse,
A velha sensação do desenlace
Que há tanto noutro tom a vida ateste
Gerando o que pudera sem que empeste
O rumo deste insano que moldasse
A vida noutra face mais suave,
E quando no final o passo agrave
O rumo se traduz em falso brilho
E assim sem mais proveito em tom atroz,
Calando da esperança qualquer voz,
O rústico momento ora palmilho.

99


O tempo se traduz aonde nada havia
E nada do que possa ainda se acredita
Vencendo a solidão, diversa e vã desdita,
Tentando tão somente ousar na poesia,
O verso que se faz em sólida harmonia
A vida tanto quer e mesmo necessita
Da luta mais audaz e nisto a alma palpita
Gerando a cada passo, o sol que me irradia,
O vento noutro instante, a senda mais sublime,
O quanto da esperança aos poucos me redime
Resumos de uma vida apenas sem temores,
E sei que seguirei aonde quer e fores,
Tentando acreditar no amor que sempre exprime
A solidez sagrada em sonhos multicores.

100

A vida se faz
No tempo que quero
Vivendo tenaz
O sonho sincero
Que possa e que traz
O tanto que espero
Sem fato mordaz
No quanto venero,
Amor que se deu
Sem medo sequer
No seu apogeu
O quanto vier
Trazendo o caminho
Aonde me alinho.
86

Não mais se apresentasse qualquer farsa
Enquanto o meu anseio se desvenda
Vestígios do que fora feito em lenda
Agora noutro tom nada disfarça
E o passo contra tudo quando esgarça
Jamais impediria esta contenda,
Ainda que deveras não se estenda,
A sorte se traduz noutra comparsa,
Acolho os meus enredos e prometo
O quanto na verdade me arremeta
Ao verso que insistira, e em tal soneto,
A sórdida expressão se desnudando
E o medo se transcorre no cometa
Que aos poucos segue em céu bem mais infando.


87

Nas ânsias mais comuns de quem se quer
Viver outro momento em plena paz
O verso que se fez agora audaz,
As doces maravilhas da mulher,
E nada do que eu possa, nem qualquer
Caminho se fizera mais mordaz,
E sei que deixo tudo para trás
E tento adivinhar o que puder,
Acolho tão somente o que restasse
Da vida em derradeiro desenlace
Pulsando dentro da alma em lama e tédio,
Ousando mergulhar do imenso prédio
Predigo o meu futuro em pleno solo,
E desta fantasia enfim decolo.

88

Não merecesse a vida que me deste,
E sei do quanto possa e não consigo,
O vento se traduz nalgum perigo,
E o prazo se mostrara enquanto ateste,
O verso como fosse mais um teste,
O cântico desnuda o que persigo
E bebo deste verso, o mais antigo,
E nisto todo o mundo mal coubeste,
Ansiosamente vejo o teu retrato
E nele o que pudera mal constato
Qual fora em dor e medo alguma sorte
Diversa da que possa me trazer
Ainda em rudimento, o amanhecer,
Enquanto a solidão inda conforte.

89

Não quero e não seria de tal forma
Que a vida se mostrasse a cada enredo,
No todo quanto possa e mais concedo,
A vida se reduz e nada informa,
Apenas o que vejo segue a norma
Do mar quando em teus braços desde cedo
Soubesse desvendar qualquer segredo
E sei do quanto a vida nos deforma,
Não possa ser diverso do que agora
A luta noutro tom se comemora
Grassando no vazio aonde eu siga,
O corte sem razão, a mesma luta
E o quanto sem sentido não se escuta,
Tornasse a vida amarga, mais amiga.


90

Se eu jamais te conhecesse
Noutro tom te escutaria,
Mas no todo que tecesse
A verdade em fantasia,
O meu mundo obedecesse
O que tanto se queria,
E jamais nada esquecesse
Nesta rude romaria,
Bebo aos poucos o que tanto
Quis em porre ou noutro enredo,
E se agora enfim me espanto,
Outro passo eu me concedo,
Na vertente em desencanto,
No guardar de algum segredo.

91

Já não cabe alguma luz
Onde tanto não se visse
O caminho que produz
Algo além desta mesmice
O cenário reproduz
O que a vida contradisse
No momento onde me pus
Qualquer verso, uma tolice.
Presumindo o que viria
O que tanto se resume
No fastio da alegria
Na expressão deste perfume,
O que tanto se queria
Noutro fato me consume.

92

A matéria que desfaz
Não pudera ser somente
O que deixo para trás
Neste solo qual semente,
Vendo o sonho que se faz
Quando vejo imprevidente
O caminho quando audaz
Novo encanto se apresente
Labaredas, fogaréus
Entre rumos mais diversos
Sigo além em raros véus
Onde sei dos universos
Mesmo quando em tantos céus
Olho os astros mais dispersos.

93

Nada mais se poderia
Quando o tempo relegasse
Ao caminho que traria
No final segunda classe,
A verdade em agonia
O momento que tramasse
O que possa em poesia
Desvendar qualquer enlace,
A certeza me tomando
Esta estrada convergindo,
O que fora desde quando
Hoje seja mais infindo
Sem saber do que, nevando,
Vai aos poucos destruindo.

94

Jamais tive qualquer sorte
Que pudesse me trazer
O caminho que conforte
Feito apenas no prazer
De quem tente novo norte
E mereça conceber
O que possa e sempre aporte
Meu amor num bem querer,
O meu verso no final
Traduzisse o quanto quero
Deste amor que sem igual
Transcendesse mais sincero
Ao que seja racional,
Muito além do quanto espero.


95

Nada vejo após o fato
Que tramasse o desafeto
Onde possa e me retrato
Noutro tom sigo incompleto,
Restaurando o que constato,
No caminho predileto
A verdade onde resgato
O que amor tento e completo,
Vagamente algum detalhe
Que pudesse garantir
O que mesmo quando falhe
Não impeça de sentir
Meu anseio quando atalhe
Noutro tom, mesmo porvir.

96

Já não cabe algum espaço
Onde o todo mergulhei,
Meu caminho segue o traço
Do que tanto desejei,
E se possa quando faço
Caminhar em bela grei,
Noutro tanto mesmo lasso,
No vazio eu me entranhei,
Resumindo minha história
No que tange à fantasia
Ouço a voz mais merencória
De quem tanto poderia
Traduzir ainda a glória
Feita em luz e poesia.

97

Jamais imaginei outro detalhe
Que nada mais pudesse transformar
A vida num momento a desvendar
O quanto da esperança não retalhe,
Ainda se vislumbra algum entalhe
Na fúria que apresenta o imenso mar,
E nisto se eu soubesse navegar,
Quem sabe noutro instante não mais falhe,
O verso sem proveito, o rude manto,
O tanto se desenha e me quebranto
Tentando pelo menos um descanso,
Mas quando no final já nada vejo,
Apenas o meu sonho num lampejo,
Deveras o vazio então alcanço.


98

Não mais que meramente acreditasse
Nas velhas ilusões que me trouxeste,
O sonho de harmonia em paz celeste,
O canto que se mostre sem impasse,
A velha sensação do desenlace
Que há tanto noutro tom a vida ateste
Gerando o que pudera sem que empeste
O rumo deste insano que moldasse
A vida noutra face mais suave,
E quando no final o passo agrave
O rumo se traduz em falso brilho
E assim sem mais proveito em tom atroz,
Calando da esperança qualquer voz,
O rústico momento ora palmilho.

99


O tempo se traduz aonde nada havia
E nada do que possa ainda se acredita
Vencendo a solidão, diversa e vã desdita,
Tentando tão somente ousar na poesia,
O verso que se faz em sólida harmonia
A vida tanto quer e mesmo necessita
Da luta mais audaz e nisto a alma palpita
Gerando a cada passo, o sol que me irradia,
O vento noutro instante, a senda mais sublime,
O quanto da esperança aos poucos me redime
Resumos de uma vida apenas sem temores,
E sei que seguirei aonde quer e fores,
Tentando acreditar no amor que sempre exprime
A solidez sagrada em sonhos multicores.

100

A vida se faz
No tempo que quero
Vivendo tenaz
O sonho sincero
Que possa e que traz
O tanto que espero
Sem fato mordaz
No quanto venero,
Amor que se deu
Sem medo sequer
No seu apogeu
O quanto vier
Trazendo o caminho
Aonde me alinho.
03/07/2011


Os dias sem te ter são doloridos
E bebo desta angústia, solidão,
Ousando acreditar e desde então
Tentando novos rumos, divididos,
O passo se traduz em meus olvidos
E sei que destes tempos nascerão
As rotas em segura dimensão,
Trazendo noutros tons sons reunidos,
Vagando pelos mares, sem destino,
Um tempo se presume e não domino
Sequer o que pudesse ter nas mãos,
Os olhos procurando qualquer porto,
O sonho de um passado agora morto
E os dias se desenham mesmo vãos.
71

Nada mais do que o momento
Que traduza novo verso
Onde possa este tormento
Caminhar e me disperso,
Quando o sonho eu sempre tento,
Noutro tom, novo universo,
Navegando contra o vento
Num sentido mais perverso,
Meu saveiro vai sem porto,
Verdadeiro camarada
Que sabendo deste aborto,
Já não fala quase nada,
E se agora, semimorto,
Bebe junto outra alvorada.

72

Este epicentro dita a velha crise
Forjada pelos erros da memória
E na verdade vejo tal vanglória
Apenas como fosse algum deslize,
Ainda que em verdade suavize
A queda noutra face, a velha história,
Ousando na palavra merencória
Esbarra no que possa e não avise.
O medo do que venha eviscerando
O sonho mesmo sendo em contrabando
Vagando pelas turbas noite afora,
Das hordas que encontrasse no caminho
Um cálice mergulha em podre vinho
E a noite com certeza comemora.

73

A verdade dita o fato
E o meu mundo não percebe
A incerteza que retrato
Noutro tom, nobreza e plebe,
Bebo o fino e raro trato
Recebido nesta sebe,
Mas deveras mero rato,
No final, paiol concebe.
Esbravejas com tal fúria
E jamais me alcançarias,
Na incerteza da penúria
Noites claras ou sombrias,
O que possa ser incúria
São somente fantasias.

74

Labaredas e sementes
Entre tantos olhos pude
Desvendar o quanto mentes
Demarcar cada atitude,
Meus anseios tão frequentes
Outra voz em magnitude
Que divirja do que tentes
Produzir em plenitude,
Nada verso sobre o verso
Que invertesse a solução
A palavra em que disperso
Traz a tola sensação
E se vago no universo,
Neste canto sei meu chão.

75

Nas tramoias da existência
Ou no fardo que carrego
Onde possa tal carência
Gera a vida num nó cego,
Outro tempo, coincidência,
Outro mar que ora navego,
Procurando em paciência
O que perco e não entrego,
Vivo apenas cada instante
Como fosse o derradeiro,
Mas a morte me garante
Outro tom mais costumeiro
Que pudesse doravante
Adubar qualquer canteiro.

76

Outro passo diz do quanto
Navegasse contra a sorte
Que deveras quando espanto
Gera o todo que me aporte
E se tento ou desencanto
Noutro passo não comporte
Emoção tramando o pranto
E o momento dita o corte,
Nada vejo após o fardo
Que carrego, sem igual,
A palavra tal petardo,
Num instante mais banal,
O que possa e sei que aguardo
Traz o verso ora fatal.

77

Nada além ou mesmo o ocaso
Prenuncias com teu faro,
O meu mundo quando atraso
Noutro tom eu escancaro,
Vagaria por acaso,
No que expressa e sendo caro
Nosso sonho que inda aprazo,
Traz o medo e assim declaro.
Das versões mais costumeiras
Às expensas de um passado
Ao subir estas ladeiras,
Coração pesando, ao lado,
No final já não me queiras,
Nem tampouco mais te agrado.


78

No cansaço desta luta
Cada dia é sempre assim,
A palavra mais astuta
O momento dita o fim,
A verdade não reluta
Traz o sonho dentro em mim,
E o que possa em força bruta
Acendendo outro estopim,
Nada tendo nem pudera
Perceber o que se quer,
Onde sigo a rude fera
Nos delírios da mulher
Encontrara a primavera
Mesmo quando não vier.

79

Não seria de bom tom
O que tanto te dissesse
Esta noite em seu neon,
No lirismo a gente esquece,
Ouço além om acordeom,
E deveras tente a messe
De um momento em raro som
Ou quem sabe nova prece,
Jamais pude discernir
O que venha do que vai,
A palavra no porvir
Com certeza sempre trai,
E o mundo ao se eximir
Noutro passo ora contrai.

80

Enveredo meu caminho
Nas verdades mais audazes
E se possa ser daninho
Na esperança de outras fases
O que possa e desalinho
Noutro tempo não me trazes
Encontrando o que avizinho
Irrompendo em falsas bases,
Já não possa ser a vida
De tal forma melindrosa
Que se trame na partida
O cenário em verso e prosa,
Mas alenta tal ferida,
A verdade dolorosa.

81

Colocando o coração
Na versão que mais me agrade
Onde beba esta ilusão
De saber a claridade,
Entranhando a dimensão
Do que possa a realidade
Entregando-me à versão
Que proclame liberdade,
Nada mais se vendo após
O que resta do passado,
Cala aos poucos nossa voz
E decerto já me evado,
Do que fora tão atroz
Hoje dita algum enfado.


82

Labaredas de esperança
Num terreno em aridez
Quando a fúria ora se lança
Tudo agora se desfez
Noutro tom mera aliança
Gesta a velha insensatez
Quem me dera ser criança
Crer no quanto agora crês,
Sentiria a libertária
Vocação de ser feliz,
No que possa a solidária
Emoção do quanto fiz,
Mas a sorte temerária
Soerguendo a cicatriz,

83

No teu corpo, tatuada
A lembrança deste sonho
Que adentrando a madrugada
Trouxe o quanto em ti componho,
Vasculhando cada estrada
Chega ao passo mais risonho
E se possa ou mesmo em nada,
Tramo o quanto te proponho,
Escondesse dentro em nós
O momento mais dorido,
Onde sigo mesmo após
O que fora decidido,
E se aumentas tua voz,
Noutro tom sigo perdido.

84

Não mais se aproximasse
O passo sem proveito
E tento em desenlace
O quanto agora aceito
Vivendo o que moldasse
Na sorte em novo pleito,
Após e se notasse
O verso sem efeito,
Meu mundo em rude fase
A fase mais audaz
O prazo que se atrase
O amor quando desfaz,
A luta já sem base,
O canto mais voraz.

85

Não beba esta esperança
Nem deixe de viver
O quanto a gente lança
A sorte a comover
O prazo que me alcança
A estupidez do ser,
Singrando na lembrança
Do quanto possa haver
Produzo em ressonância
O tom que me apavora
No todo em concordância
O verso quando aflora
Marcando em elegância
A morte, sem demora.
61

Possa um canto sertanejo
Traduzir em verso e prosa
O que possa meu desejo
Numa noite majestosa
E se tanto ora prevejo
O jardim tramando a rosa
Na verdade o que eu almejo
Traz a vida maviosa,
No final quando a viola
Ponteasse esta saudade
A verdade o peito assola
E mostrando a claridade
A minha alma além decola,
Coração aos céus invade.

62

No sertão que tantas vezes
Encontrei farta alegria,
Dias, horas, anos, meses,
A verdade mostraria
Na expressão das várias reses
Meu amor ruminaria
Alemães, turcos, ingleses,
Mal importa a companhia,
Venço o medo deste mar
Que pudera ser além
Do diverso navegar
Que deveras sempre vem,
Traduzindo o quanto amar,
Com certeza nos faz bem.


63

Afinando o violão
Noite afora, na seresta,
Sou escravo da ilusão,
Coração em sonho infesta,
A palavra em dimensão
Traduzisse rara festa,
Outros dias me trarão
O que sempre ainda resta,
Não mergulho no vazio
Nem tampouco no passado,
Cada dia eu me recrio,
Dos meus medos sempre evado,
Mesmo quando está sombrio,
O meu peito; iluminado.

64

Bebo um gole da esperança
Que jamais descansa e mente,
O que possa e já se alcança
Na verdade tanto sente
O meu passo em confiança
Neste verso mais frequente,
O caminho em aliança
Expressasse o bem da gente,
A palavra lavras, sonho,
Na colheita que se quer
O momento onde proponho
Teus anseios de mulher,
Tendo o mundo mais risonho,
Seja como Deus quiser.

65

Nada mais se vendo após
Outra queda, noutro instante,
Um caminho mais veloz,
A vontade já garante
E se possa ter em nós
O que fora radiante
Já não vejo algum algoz,
Nem tampouco doravante,
O meu mundo nos teus braços
No teu colo, meu alento,
Entre dias torpes, lassos,
Emoções agora eu tento,
Ocupando tais espaços
Meu enorme sentimento.

66

Quando olhasse com ternura
O que a vida nos prepara
Outro tempo se perdura
E traduz cada seara
Feita em paz, tanta candura,
Noite imensa, lua rara,
A certeza se procura
Quando amor já se escancara,
Vejo a sombra do que um dia
Poderia ser além
Do que tanto mais queria
E deveras quando vem,
Traz a mesma sintonia
Que este amor decerto tem.


67

Meu momento mais tranquilo
Dita o quanto mereci
Ao viver já sem vacilo
Todo amor que existe em ti,
Emoção que ora desfilo
Traduzisse lá e aqui
O que eu guarde em cada silo,
Deste amor que eu recolhi.
Na palavra com certeza
A verdade se expressando,
Sigo a mansa correnteza
Neste instante bem mais brando,
Quando fora outrora presa,
Hoje em ti me libertando.

68

No silêncio dos amantes
Na loucura de quem tenta
Perceber os radiantes
Sonhos quando a vida inventa
Mesmo sendo por instantes,
A certeza sem tormenta,
Outros dias fascinantes,
Outra sorte se apresenta.
Nada mais se presumisse
Neste anseio que ora trazes,
Deixo além qualquer mesmice
Mergulhando em novas fases,
Do que tanto se desdisse
Noutros passos mais audazes.


69

Quando a lua não pretende
Ser somente uma vedete,
O meu mundo se desprende
O meu passo se arremete,
E bebendo o que se entende
Noutro tom, quando compete,
A verdade se desvende
Este encanto me acomete.
Bebo ao quanto poderia
Nesta imensa claridade
Traduzir em alegria
O que a vida não degrade,
Sorvo toda a poesia,
Rompo enfim a fria grade.

70

Desta noite que desnuda
Outro tempo mais suave,
A minha alma sempre muda
E supera algum entrave,
No caminho que me acuda,
A verdade além da nave
Entranhando a face aguda
De quem tanto amor agrave,
Já não quero o medo apenas
Nem tampouco a solidão,
Onde tanto me condenas
Sem motivo e sem razão,
Horas tantas, claras, plenas,
Dominando o coração.
51

Já nada após a queda restaria
Somente esta carcaça do que fora
Palavra tantas vezes sonhadora
E agora resta apenas na ironia
De um verso que decerto não traria
Sequer uma expressão que, redentora,
Gerasse no final a tentadora
Loucura que tocasse esta alquimia.
Meu manto resumido em nada ser,
O tanto quanto possa apetecer
Grassando sobre o solo mais agreste
Do quanto pude crer e não viera,
Apenas resumisse a primavera
No templo que em vazio se reveste.

52

Embora tão distante do que eu possa
Viver sem mais temores nem anseios,
A dama se desnuda e os belos seios
Transcende ao quanto a vida apenas roça,
E sei da maravilha que se apossa
Do olhar entre momentos, devaneios,
Ousando acreditar em novos meios,
Deixando para trás cerro e palhoça,
No fundo a solidão não mais transmuda
E sei do que se faça sem ajuda
Sentidos tão diversos ida e volta,
O pendular momento que ansiasse
Gerando no final o mesmo impasse
E nisto outra palavra o sonho escolta.


53

Não tendo outra versão, apenas esta,
O quanto resolvesse não mais traz
Semente do que a vida deixa atrás
Embora outro caminho, a sorte atesta,
O prazo resumindo em mera fresta
O vento tanto quanto for capaz
De transcorrer deixando o que se faz
Na ausência desta noite feita em festa.
Mergulho nos anseios e presumo
O tanto que pudera noutro rumo,
E quanto mais deveras eu me esqueça
Do pouco ou quase nada que inda trago,
Vivendo o que pudera sem afago,
Ainda assim no fim eu enlouqueça.





54

Não mais coubera um tempo onde se tente
Nas velhas ironias de um passado
Há tanto pelo sonho demarcado,
Vencido pelo sol mais inclemente
E quando se percebe ser recente
O temporal vislumbra no traçado
O cântico deveras desejado
Ou mesmo este cenário condizente.
Não quero acreditar noutra incerteza
Que trague com terror a sorte presa
Nas tramas mais sutis do desafeto,
O beijo se amortalha e conduz
Ao tétrico caminho já sem luz
E desta turbulência eu me repleto.


55

Coração aventureiro
Não se cansa de lutar
E se mostra por inteiro
Procurando céu e mar
Onde seja o derradeiro
Neste instante a mergulhar
Quem se fez do amor cordeiro,
Sonha versos ao luar
Trovador sem mais destino
Velho encanto já deslumbra
Quando o mundo descortino
Muito além desta penumbra
E voltando a ser menino,
Emoção rara vislumbra.


56

Nada tenho do passado
Nem quisera no futuro
Caminhar neste legado
Que deveras configuro,
Procurando sempre ao lado,
O momento mais seguro,
Onde possa e se me evado
Noutro instante transfiguro,
Vida segue e de tal forma
Nada cessa nem pudera,
O cenário que se forma
Expressasse o que tempera
A incerteza como norma
Ilusão rude e sincera.

57

Nada mais se aproximasse
Do que tanto tento e vejo,
Minha vida noutra face
Traz a sorte do desejo
E se possa em desenlace
Traduzir um benfazejo
Caminhar enquanto trace
Nos meus sonhos, o azulejo,
Encantando em poesia
O que vejo e se refaz,
Novo tempo moldaria
Coração imerso em paz,
E se bebo a fantasia,
Na verdade tanto faz.

58

Nada mais se vendo após
O momento desta queda
Ouço então a firme voz
Que no fim já se envereda
Onde o tempo segue atroz
O caminho nada veda
E o tormento rompe os nós
Presumindo o quanto enreda
Na palavra mais sutil,
No momento em turbilhão,
Outro tempo se previu,
Noutra sorte, esta eclosão,
Sendo o mundo mais hostil,
Sendo o passo sempre em vão.


59

Um arguto sonhador
Quando a vida traz de fato
Muito mais que desamor
Noutro tom tento e retrato,
Vagamente um trovador
Na viola que maltrato
Expressasse a sua dor,
Ou quem sabe o desacato,
Feito enquanto ali ponteio,
Numa lua sem igual,
O que tanto ora rodeio
Deixa a sorte no final,
E se possa quando veio,
Ter um sonho magistral…

60

Inda lembro da criança
Que corria ali, descalça,
A saudade nos alcança
Infindável mundo ora alça
Expressão que fora falsa
Na verdade ora se lança
E transcende ao que realça
Mesmo vaga esta lembrança,
Do meu mundo em varandas
Entre luas e quintais,
Recordando das cirandas
Dos diversos madrigais
Dos coretos, suas bandas,
E dos tantos milharais...
41

Ousasse acreditar em tais mentiras
E nada mais seria além do caos
Os olhos procurando outros degraus
E a vida noutro fato se retira,
E sei do quanto possa ou interfira
Gerando novos rumos, velhas naus,
Anseio por momentos mesmo maus,
E neles o que tento tanto gira,
O corte se anuncia e nada vejo
Somente a solidão a cada ensejo
Marcada pelas tantas ironias,
E quando no final restasse apenas
As horas onde agora me condenas,
Outros motivos; logo encontrarias.

42

Nas tantas ilusões que a vida traz
Pretendo pelo menos navegar
E crendo na expressão do imenso mar,
Pudera ter um fim somente em paz.
Não quero nem tentasse ser mordaz,
O medo noutro tom a demonstrar
O verso sem sentido a desvendar
O todo que tentara e não compraz,
A luta noutro enredo se desfia,
E gera a solidão, dura e sombria,
Que tanto me arremete ao fim, ocaso,
No pendular anseio que presumo,
Meu sonho se reduz ao tosco sumo,
E mesmo assim da vida ora me aprazo.

43

São versos entre rumos mais dispersos
E neles o que um dia trouxe em paz,
A sórdida presença contumaz
E nela outros caminhos e universos.
Regera com certeza novos versos,
E sei do quanto possa ser capaz,
Matando a cada dia o que não traz
Sequer o que se quer; sonhos diversos,
No afã do trovador que em lua imensa
Procura com certeza enquanto pensa
Nas tramas mais suaves, na esperança,
O manto se refaz a cada instante
E bebo do que possa e se garante
No todo quando a vida em vão se lança...


44


Apresentando apenas o vazio
Que possa ser além de meramente
O tanto quanto a vida se desmente
Expressa a dimensão que inda recrio,
O vértice gerado após o estio,
A senda dominando sonho e mente,
No cântico sublime, num repente,
O medo noutro todo gera o frio,
E o canto mais sutil não nos reprime
Vagando neste todo onde é sublime
O desafio feito em concordância,
Não meço mais palavras e se passa
A vida como fosse uma trapaça
Mantendo da esperança esta distância.

45

O vento que trouxera em plenitude
O nome de quem ame e mais queria
Ousar na mesma face em rebeldia
Enquanto o descaminho tanto ilude,
Meu passo sem saber mesmo o que pude
Expressa a solidão que não viria,
Tentando alimentar com fantasia
O todo noutra face em magnitude,
Ousadamente bebo o meu futuro
E quando na verdade configuro,
Espástico momento que inflexível
Não deixa que se veja no amanhã
A farsa quando traça em ledo afã
O todo que se molda no desnível.

46

Nascendo dentro da alma esta incerteza
Que possa transcender em luz e glória
A vida se desenha além da escória,
Marcando cada passo com surpresa,
E quando se mostrasse mais ilesa,
Vencendo o que inda reste na memória
Talvez seja dispersa e merencória
A luta contra a fúria em correnteza,
Não quero e nem tentasse divisar
Momento mais sublime a se notar,
Vestígios de uma vida sem remédio,
Toando no vazio a voz do vento,
E vendo o que deveras ora invento,
Acrescentando ao fim o imenso tédio.

47

Levado por acaso aonde o nada
Desprende com terror o que não vira
Na vaga sensação desta mentira
A luta noutra face anunciada,
Ao menos mergulhasse na alvorada
E tento cada fato onde se atira
A noite desdenhada em corte e tira,
Palavra pelos sonhos, degradada,
Anseio outro momento e sei do quanto
O marco mais cruel em desencanto
Gerasse o fim de tudo, tão somente,
Não quero ter apenas o que um dia
Gerisse sem saber esta agonia,
Matando em nascedouro outra semente.

48

Não mais representasse algum sinal
De sorte ou de temor enquanto venha
Translúcida expressão mesmo ferrenha,
Gerasse noutro instante o bem e o mal,
O amor que tanto quis consensual,
No tempo ou noutro engano não convenha,
E sei do quanto pude e desta lenha,
O fogo se transforma além-frugal,
O canto se espalhando, o tom cigano,
O verso noutro encanto, soberano,
E sei do meu momento sob a lua
Que assiste com certeza a imensa frágua
Deixando para trás a dura mágoa
Enquanto uma esperança em paz cultua.

49

Apoias os meus passos, noutra ideia,
Diversa da que tive e se mostrara
Na farsa mais dorida em vã seara
Deixando para trás tal panaceia,
E a lenda no que possa sem plateia
Marcando com terror a noite rara
A vida se traduz e desprepara
Quem tanto quis além da farsa ateia.
Comparsas no passado e no futuro
O medo na verdade configuro
E bebo em fortes goles a aguardente
Que posa me trazer um falso mundo,
E neste delirar eu me aprofundo
Enquanto o sonho além sempre apresente.

50

Acolho com ternura o que viria
Do cálice mais tosco, esta ilusão,
Vencida pela mesma dimensão
Do quanto trago rude fantasia,
A morte a cada instante moldaria
A torpe e mais dorida sensação
Do encanto sem recato, em previsão,
Que possa traduzir farta agonia,
O medo sem sentido e sem proveito,
Não faz com que meu passo seja aceito,
E imerso nos meus versos sigo só,
O tempo se anuncia sem que eu veja
O quanto a vida traga de bandeja
Traçando na cabeça um tenso nó.
31

Despeço-me do tempo e sigo além
Renasço em plena luz ou nada resta?
O quanto da verdade dita a festa
E o temporal expresse algum desdém,
Apenas mergulhasse no que vem
E sendo de tal sorte o quanto empresta
Da luta sem sentido e mais funesta
O marco se programa ou nada tem,
Persigo o quanto quis e não sabia
Ousando tantas vezes na agonia
Melancolicamente me despeço
E sei do quanto tenha por viver,
Embora já não veja amanhecer
Os erros contumazes te confesso.

32

Não mais se imaginasse nova senda
Tampouco a que envereda o meu passado,
O vértice deveras demarcado
Enquanto a solidão tudo desvenda,
E quando na verdade esta contenda
Traduz o quanto possa e mesmo evado,
Dos dias noutro tempo imaginado,
A luta se fizera mera lenda,
O canto se espalhando sem proveito
O quanto se pudera mesmo aceito
E tento novamente a vida em paz,
Mas quantas vezes tendo este cenário,
O passo se fizera temerário
E nada mais a vida, agora traz.

33

Não veja desta forma o desalinho
Constante; aonde marco o meu anseio,
A vida se transcende e se permeio
Meu verso com o sonho eu vou sozinho,
Não quero acreditar no tom daninho
Do tétrico momento, e num enleio,
Vivesse simplesmente o que não veio,
Vibrando na ilusão, tolo, me aninho.
Reparo os dissabores mais constantes
E mesmo quando enfim nada garantes
Encontraria um ledo rastro após,
A vida se moldando em filigranas
E sei do quanto mesmo tu me enganas,
Num ato em irrisório mundo, atroz.

34

Levado pelas tramas de uma luta
Sem ter qualquer defesa, simplesmente,
O quanto se imagina e toma a mente
No fim sem nada mais tanto reluta,
A farsa se desenha e mesmo bruta,
O passo noutro instante mais contente,
A vida que se fez clarividente
Apenas trama a sorte mais astuta.
E o cântico distante adentra o quarto,
E sei do quanto pude e assim comparto
Os olhos no horizonte em lua plena,
Mas quando a realidade adentra a casa,
Somente este vazio que me embasa,
Ao torturante enfado me condena.

35

Não quis saber dos erros que me trazes
E dos engodos tantos da esperança
A vida noutro instante tanto cansa
Meus passos poderiam ser audazes,
Não quero divisar com outras fases
Tampouco do passado o sim alcança
Marcantes ironias; velha lança,
E rudimentos formam minhas bases.
Apresentasse enfim qualquer discórdia
E nisto o que pudesse em tal mixórdia
Enlouquecendo em pleno e vão fastio,
Ainda que se negue a luz; recorde-a,
E beba da expressão que desafio
Trazendo dentro da alma este ar sombrio.

36

Apenas um momento mais sutil
E nele esta esperança que se entranha
Vencendo o quanto possa e mesmo em sanha
Diversa da que tanto se previu,
Meu mundo com certeza mais hostil,
A vida que pensara outrora ganha
Vergando sob o peso em cada manha
Prediz o quanto possa e resumiu,
Versando sobre o nada, aonde um dia,
Pudesse imaginar o que veria
E nada mais viesse em meu apoio,
O temporal desaba sobre nós
E sei da inundação que venha após,
Agigantando em mar o mero arroio.

37

Nas lendas do caminho o que persiste
Expressaria o quanto se fez nosso,
E sei que na verdade não mais posso
Sentir o desalento, espúrio e triste,
Ainda quando o verso em vão resiste,
O temporal transcende o quanto aposso
Do vértice que invento e qual destroço
Vivendo o quanto o sonho ainda insiste.
Não quero e nem pudera ser além
Do tanto que decerto já não tem
Sequer a menor sorte de poder
Vibrar em consonância noite e dia,
Marcando com ternura a fantasia
Que há tanto poderia conceber.

38

Negar cada momento enquanto tente
Vencer o mais diverso rudimento,
Tocado pela fúria deste vento
Cerzido pela vida, impunemente,
Não quero o que deveras se apresente
E sei do mais completo desalento
De quem tentasse ter no pensamento
Toda a ternura e a vida não consente,
Explicitando o canto em que se veja
Além do quanto possa esta peleja
Batalhas desumanas enfrentei,
E resta tão somente este funéreo
Caminho que vagasse pelo etéreo
Fazendo do infinito a minha grei.

39

Num átimo mergulho em abissais
Tentando desvendar o quanto fui
E a vida de tal forma agora influi,
E vendo os meus caminhos desiguais,
Enquanto na verdade demonstrais
O tanto quanto pude e a vida rui
Gerado do passado o que ora pui
Marcando os dias turvos e banais,
E quando desejara um mundo clean
O tempo se moldara em rude fim,
Traçando o que possa no non sense,
E vendo este cenário turvo e blue
O coração exposto, agora nu,
Do nada simplesmente se convence.

40

Nas tantas ilusões quando se vendo
O olhar enamorado de quem tanto
Vencendo o mais diverso desencanto
Traçasse a solução em tosco emendo,
O prazo definindo o quanto atendo
E nada mais pudera nem garanto,
Vestindo a solidão no imenso pranto
Cercando com meu sonho o que pretendo,
Não vejo mais sequer qualquer sinal
Do tanto que eu pensasse num fatal
Anseio que reduza qualquer chance,
Apenas noutra sorte enveredado,
Olhando para trás eu me degrado
E o canto sem sentido agora avance…
21

Não mais se imaginasse qualquer fato
Que possa nos trazer outro momento
Diverso deste agora quando tento
Vencer o que decerto ora retrato,
Nas tramas mais dispersas sobre o prato
Quebrando com a fúria em desalento
O todo se levando pelo vento
E o medo noutro tom, mero distrato,
Resumos entre tramas desiguais,
Cerzindo meus momentos onde esvais
E levas a esperança de um poeta,
Que tanto pode apenas descobrir
O quanto do passado inda há de vir
Enquanto a fantasia se deleta.

22

Nas entranhas do que um dia
Não pudera ser além
Do que sempre quando vem
Traz em si a rebeldia,
A verdade não teria
Noutro tom sequer desdém
E o meu mundo nada tem
A não ser esta agonia
Boiadeiro coração
Enfrentando a solidão
Nas tramoias do caminho
Sabe sempre do vazio
E se o sonho eu desafio,
Persistindo então sozinho.

23

A vida noutro tom se obedecesse
Gestando a solidão que assim constróis
Distante dos meus sonhos quais faróis
E o sonho que em clareza se tecesse,
O verso noutro tom não merecesse
Sequer os meus anseios e corróis
Ousando na esperança, meus anzóis,
Enquanto a sorte rude se esquecesse,
O prazo determina o fim do jogo
E quando na verdade encontro o fogo
Trazendo a sutileza do que um dia
Pudesse ser além da farsa e mito,
Ainda quando tento e mesmo grito,
O mundo, um novo encanto não traria.

24

Apenas o sentido do que eu possa
No transcorrer da vida sem receio,
E quando noutro instante devaneio,
A vida não seria a mesma troça,
O preço a se pagar, a dor que acossa,
O conto que traduzo e assim rodeio,
Vagando sem sentido o quanto veio
Da sólida expressão, diversa e nossa.
Não pude desvendar qualquer mistério
E sei do quanto a vida em tal critério
Desnuda esta emoção que nos imola,
O amor qual fosse enfim a mestra mola
Gerando outro cenário que persiste,
Vencendo a solidão, deveras triste.

25

Nas ruas e botecos da cidade,
A madrugada traz olhos vermelhos
E os dias onde sinto meus espelhos
Rondando a mais diversa falsidade,
No quanto se expressasse de joelhos,
O tempo noutro tom não se degrade,
Nem mesmo cerceando a liberdade,
Já não comportariam teus conselhos,
Acendes no meu peito o que talvez
Gerasse todo o quanto não mais crês
E bebes do vazio aonde um dia
Vestira com ternura ou mesmo ateia
A luta sem sentido e sem plateia
Que possa e na verdade marcaria.

26

Não tento acreditar no que singrasse
O mar em tons diversos, ilusões,
Vestindo tão somente as emoções
E nelas outro dia mesmo impasse,
Acolho os descaminhos, quando eu trace,
As tétricas verdades que ora expões,
E nisto outros diversos turbilhões
Marcando a cada instante o que desgrace,
Mortalhas que teceste com teus rastros,
E neles outros tantos dizem astros
Que nunca eu poderia imaginar,
No espaço sem proveito, tão diverso,
Apenas tendo em arma um ledo verso,
Nem mesmo tocaria o teu luar.

27

Não mais se imaginasse qualquer sonho
Aonde a solução seja o futuro
O tempo na verdade, mesmo escuro,
Transcende ao que deveras mal proponho,
O vento noutro tom se faz bisonho
E o canto com certeza configuro
Vestindo a sensação de estar mais puro
Embora no final, seja medonho,
A fabulosa noite sem sentido,
Parábolas diversas entranhando,
O quanto poderia e não decido,
O tempo noutro instante seja brando,
Porém o dia a dia repartido,
Noutro caminho vejo-o dispersando.

28

Tomasse a liberdade de voar
E crer nos meus anseios mais sutis,
O quanto na verdade se desdiz
Pudesse com certeza me alentar,
Aonde imaginasse algum lugar,
Deixando para trás a cicatriz
A vida se moldara e por um triz
Não pude e nem devesse mergulhar,
Tramitas entre os rotos desafetos
E os olhos procurando um horizonte,
Olhando para a vida, sem tais tetos,
Apenas recoberto pela ponte,
Os dias entre rondas e prisões
As horas são imensos turbilhões.

29

Não mais se aproximasse qualquer luz
Do que jamais se fez em igualdade
O tempo noutro rumo se degrade
E o temporal de fato o reproduz,
Alavancando o passo, vejo a cruz,
E dela percebendo a iniquidade
Que tanto cerceasse a liberdade
Matando pouco a pouco ao fim conduz,
E sinto tão somente este vazio
E nele me entranhasse em desafio
Marcando o que se fez em rude passo,
O mundo sem sentido se presume,
E quando imaginasse algum perfume,
O mundo se desanda, atroz e lasso.

30

Não mais se pensaria no que trame
A vida após o caos sempre presente
E quando na verdade a luta tente
Vencer o que se fez rude ditame,
Ainda quando o tempo tanto chame
O caos generaliza e se apresente
Marcando com terror o penitente
Caminho feito abelhas num enxame,
O medo não ancora a fantasia,
Tampouco poderia ser assim,
A tétrica expressão mata o jardim,
E o mundo noutro tom já não veria,
O quanto perfumasse esse jasmim,
Matando a tão suave poesia.
11

A morte tece mansa o que traria
Ao fim do velho jogo, sem surpresas,
Mostrando pouco a pouco suas presas
As sortes não vencessem a utopia,
E o quanto na verdade buscaria
Em sendas mais diversas as certezas
Que expondo o dia a dia sobre as mesas,
Permitem no final rara iguaria.
Adio velhos planos, nada mais,
No que virá depois me transformais
E sei dos elementos que apresentes
Mas tento prosseguir, a cada instante,
Enquanto ainda a vida me garante
Em passos cada vez menos frequentes.




12

Já não coubera mais qualquer verdade,
A luta se desfaz e vejo a cena
Tomada pela fúria que condena
Enquanto uma esperança ao fim se evade,

Jazendo nalgum canto, a liberdade,
O tanto que se busque não acena
Sequer com ilusões, e a fúria plena,
Transforma em tão nublosa, a claridade.

O verso se pudesse adivinhar
O quanto é necessário navegar
E sem salgar as águas dos meus rios,

Os olhos lacrimados silenciam
E amores na incerteza propiciam
Somente novos erros, desvarios...



13

Jamais acreditasse que outra forma
De sonho poderia nos levar
Ao tanto quanto queira imaginar
Ou mesmo noutro tom dita a reforma,
A sorte sem sentido não me informa
Tampouco conhecesse o belo mar,
Ainda que pudesse navegar
Nas tramas do que o sonho enfim transforma.
As tantas e diversas madrugadas
Em noites muitas vezes consteladas
No sertanejo encanto que perdi,
Agora no vazio da cidade,
Apenas resta na alma esta saudade,
Do que somente em sonhos conheci.


14

As tantas ilusões de quem talvez
Pudesse noutro instante ser feliz,
Porém quando a verdade contradiz
A vida não traria nova tez,
Apenas com certeza a estupidez
E o vento se espalhando em céu tão gris
A tempestade em fúria, geratriz,
Do quanto não se vendo, não mais crês.
O vértice se torna meramente
A queda mais audaz e mais temida,
Assim a própria essência nega a vida
Enquanto o sonho segue impertinente,
Ainda que deveras tanto eu tente,
Minha alma sem sentido, vai perdida...

15

Não sei do que pudesse ser diverso
Do verso que me trouxe a fantasia
Do amor quando em verdade nada havia
Senão cada momento mais disperso,
E sendo de tal forma este universo,
Deitando sobre as sedas da utopia
Marcando com temor cada ironia
Sabendo que no fim eu desconverso.
Repare tantas lutas em segredo
E siga tão somente o desenredo
Gerado pelo medo de um futuro
Aonde o que se fez bem mais suave,
Negando a sensação que enfim me trave
E agrave o que deveras eu procuro.

16

Não mais que meramente o dia espalha
O quanto acumulasse vida afora,
E o tanto que pudera se demora,
Moldando o fino fio da navalha,
Acordo e na verdade e a sorte, falha,
Expressaria o dom que me apavora
Do tanto que lutando não tem hora,
E a vida sem sentido é vã batalha.
E sei que no final rusticidade
Expressa o quanto eu quis, felicidade,
Matando uma ilusão em nascedouro,
Mas sei que em plena vida o que perdi
É mais do que sonhara, pois em ti
Havia muito além de algum tesouro.

17

Não quero que se perca qualquer fato,
Tampouco outro momento onde a incerteza
Jogando as cartas sempre sobre a mesa
Traduza o que decerto eu não constato,
E sei do meu caminho em teu maltrato,
E sei do quanto possa sem surpresa
Invisto o meu anseio nesta ilesa
Vontade do que possa e não retrato,
Agora que este mundo se desnuda
E gera a sordidez atroz e aguda
Numa palavra herética e agressiva,
Ainda que se tente novo passo,
Um velho caminhante, eu me desfaço,
E sei quanto esperança, em vão, cativa.


18

Não quero acreditar no que se tenta
Vencendo a mais diversa sensação
Do todo que se mostre- ebulição
Tramasse muito além desta tormenta
E quando a solidão seja sangrenta
O corte noutro tom, noutra expressão,
Invista o quanto possa o coração
Gerando enquanto a vida me orienta.
Não posso relegar a qualquer plano
O verso mesmo sendo desumano
Ao tempo sem partilha e sem respaldo
Dos vórtices frequentes, tempo ultriz,
Aonde poderia ser e fiz
Do sonho muito além de algum rescaldo.

19

Não mais que meramente fiz o todo
E sei quando perdera a mais completa
Razão que tanto possa quanto afeta
O mundo sem sentir o velho engodo,
Acordo e na verdade adentro o lodo
Tramando a sensação, ledo poeta,
Do quanto poderia e não repleta
Uma alma sem saber qualquer denodo,
Avanço contra todas as espúrias
Loucuras que provoquem tais lamúrias
E nisto sou apenas um fantoche,
A vida tantas vezes nos deboche
E viva o que se fez sem galhardia,
Matando o tanto quanto eu mais queria.

20

Não seja de tal forma o meu caminho
Infecto desenhar em noite escusa,
A vida noutro tom enquanto abusa
Da solidão expressa o mais daninho,
E quando me encontrasse no teu ninho,
A sorte mesmo sendo mais confusa,
Transcende ao que pudera e se entrecruza
Marcando com ternura onde me alinho.
Não quero o sentimento que perfaça
Somente a realidade em rude traça
Na corroída fonte sem proveito,
E desesperançado camarada
Apenas resumindo neste nada,
O todo que deveras mal aceito.
1

Noite chega outra vez e a solidão
Se aproximando do meu quarto e sem neons
Momentos dissonantes, sem batons,
E beijos que trouxessem dimensão
Ao quanto poderia e sei que não,
A vida se perdera e destes tons
Misturam-se esperanças, vários sons,
A um tempo numa enorme confusão
Enquanto silencio e nada mais,
As ânsias entre tantas tão iguais
Os medos enredados no que pude
Viver o quanto resta em atitude,
Tentando pelo menos esta paz
Que a noite na verdade já desfaz.

2


Os raios deste sol no amanhecer
Adentram as ventanas da esperança
E o quanto sem sentido a vida avança
Presume o que seria algum prazer,
Mas nada se traduz no quanto ao ver
Tramasse qualquer passo em confiança
A sórdida ilusão agora alcança
Cansado coração a se perder.
Não me importasse o sol sequer a bruma,
Minha alma em grises tons já se acostuma
E sorve a paisagem, mais tranquila,
Porém a ausência tua refletindo,
Enquanto dizem: “tempo belo, lindo...”
O herético horizonte além desfila...



3

A vida se refaz? Farsa temível,
O tempo não seria tão igual
Tampouco outro momento colossal
Encontraria a paz em vário nível,
O mundo que eu sonhara, invencível,
O canto noutro ritmo, sensual,
A sorte com certeza magistral,
E o templo da esperança, indestrutível.
Mas quando pelo tempo carcomido,
Em cãs, já decomposto nada trago,
Somente as mesmas marcas do que um dia,
Matando lentamente em decidido
Caminho pelo qual a cada estrago,
A morte sem remédios; soerguia.


4

Reveses dominando o meu caminho
E o canto se presume noutro enredo,
Vagando sem sentido algum, procedo,
Enquanto no vazio ora me aninho,
Bebendo deste sonho, raro vinho,
O manto noutro tom dita o degredo
E quando de tal forma ora procedo,
Avinagrando o verso, mais daninho,
Consumo esta acidez e não percebo
O tanto que pudera quando bebo
A morte sem sentir o que traria,
Apenas vicejando o meu anseio
Singrando no oceano, devaneio,
Usando como uma arma, a fantasia.


5

A vida sem trazer o que a fortuna
Há tanto oraculasse o coração
Não vejo algum sinal e desde então,
A luta noutro tempo nos desuna,
Adentro imenso mar em minha escuna
E perco num instante a direção
Deixando para trás leme e timão,
Quando à deriva o sonho me importuna.
Aporto na expressão mais dolorida,
Redimensionando a minha vida
Jogada sobre as rocas e penedos,
Os dias se perdendo sem motivo,
Apenas e somente sobrevivo,
Vivendo em dissabor, momentos ledos.

6


O quanto se fizera mais cruel
Destino que traduz e me entranhasse
Levando na incerteza deste impasse
Ao mundo, este terrível carrossel,
Vagando de tal forma, sol e fel,
Anseio por talvez um desenlace
Que um sonho mais gentil proporcionasse
Cobrindo a nossa vida em claro véu,
Porém do azulejado céu somente
A bruma que invadisse tão grisalha
Fazendo como um campo de batalha
O tanto que restasse, tolamente,
E o vento quando além meu canto espalha,
Ultrapassando o sonho, na tangente.

7

Talvez quisesse a vida de tal forma
Que nada impediria novo passo
Enquanto o que tentasse e já desfaço
Moldasse como fosse uma reforma
O tanto neste enredo se transforma
E vejo o caminhar diverso e lasso,
Tentando acreditar no firme laço
Que possa traduzir o que conforma,
Minha alma se liberta e num instante
Tentara acreditar no quanto venha
Sentindo esta expressão mesmo ferrenha
De um mundo aonde o nada se garante,
Vestir esta ilusão e abandonar
O barco que começa a naufragar...



8

Quem dera se inda houvesse em alvoradas
A mesma sensação que esperançasse
O tempo crisalida, mas a face,
Expressa as velhas cãs já desenhadas,

E os erros se acumulam nas estadas
Enquanto o meu caminho mal notasse
Vivendo sem saber do quanto trace
As horas entre rodas degradadas,

Não quero apresentar qualquer escusa,
A vida se mostrara tão confusa
E o marco se perdera no caminho

Aonde quis a glória nada veio,
Somente o mesmo passo, mesmo alheio,
Que molde o rude palco onde me alinho.



9

Perder-me sem saber das despedidas
Que tanto poderiam me trazer
Ainda algum alento, eu posso ver,
Distantes dos olhares as saídas,
E vendo de tal forma tais feridas
Tentando descobrir no próprio ser
A solução que trague algum prazer
Enquanto uma esperança enfim acidas,
O rumo se traduz em farsa e medo,
E quando se disfarça e mal concedo
Um dia sem sentido ou sem proveito,
Apresentando apenas o vazio,
Enquanto o meu anseio eu desafio,
Nas tramas da ilusão, tolo, eu me deito.
10

Saudades que inda tenho de outras eras
Aonde o tempo fosse mais suave,
E quando uma ilusão se fez a nave
Girando além do espaço que ainda esperas,
Tramando nos olhares primaveras,
Não vendo no caminho algum entrave,
Vivendo a sensação do que se lave
Esta alma sem temores, sem tais feras.
O tempo modifica qualquer sorte,
E o tanto que pudera e não comporte
Explode num momento mais sutil,
E o verso se anuncia em tal compasso
Que tudo num instante se o refaço
Revive dentro da alma algum vinil...