sábado, 7 de maio de 2011

1

O meu canto poderia
Ser diverso do que tento
Pouco além da fantasia
O que possa o sentimento,
No meu mundo não teria
Outro instante mais atento
Ou quem sabe novo dia
Expressasse o sofrimento,
Mas o tempo não cessando
O meu canto se perdendo
Num sentido manso ou brando
Ou quem sabe mesmo horrendo
Na verdade desabando
O que agora não desvendo.

2

São diversos os caminhos
Para quem tenta decerto
Entre tantos vãos daninhos
Percorrendo este deserto
Tento crer em novos ninhos
E deveras já desperto,
Ouço livres passarinhos
Que mantenho aqui, por perto.
Não se perde qualquer sonho
Nem tampouco se tivesse
O que possa e decomponho
Num momento em rude messe,
O meu mundo que proponho
Traz o sonho onde se tece.

3

Nada mais se poderia
Mesmo quando nada vejo,
A diversa fantasia
Traz apenas um lampejo,
O meu mundo em noite fria
O cenário que ora almejo
A verdade eu não veria
Bem distante de um desejo.
Quando apenas desenhei
Outros tantos vãos retratos
E se faço o que terei
Encontrando meus contatos
Tantos dias encontrei
Os momentos mais ingratos.


4


Não quisera acreditar
No vazio que se faz
O que possa desejar
Sendo mesmo mais audaz,
A verdade a se mostrar
O que nunca mais se traz
Na verdade de um luar
Tantas vezes mais tenaz
O meu mundo se perdendo
Noutro passo, noutra senda
O que foi tão estupendo
Na verdade ora se estenda
Ao momento que desvendo
Sem saber qualquer contenda.

5

Não me vejo após a queda
Nem saber qualquer sentido
Onde o sonho se envereda
Traz o tempo dividido
A palavra não mais seda
Quem se mostra presumido,
na palavra que se enreda
Noutro tempo já perdido.
Nada mais eu poderia
Nem sequer o que se faz
O momento em alegria
O caminho mais tenaz
Vendo a sorte em agonia
Que jamais se satisfaz.


6

Ousando crer no quanto
Poderia ser além
O meu mundo em desencanto
O que sempre a vida tem,
O que possa e não garanto
Sem saber o quanto vem
Na verdade o velho pranto
Quando a vida diz desdém.
O meu mundo se anuncia
Noutro engano tão somente,
Outro tempo em agonia
Renegando o que se mente
e traduz no dia a dia
O abortar de uma semente.

7


Já não cabe qualquer sorte
Nem tampouco novo rumo,
O que possa e me conforte
Traz o sonho que resumo,
No momento sem suporte
A verdade dita o sumo
Onde o medo não comporte
Onde aos poucos me acostumo.
Nada mais se vendo após
O que tanto quis um dia
Outro tempo mais feroz
Ou quem sabe em alegria
Vou seguindo e sou veloz,
Quando amor tanto teria.


8

Meu barco que decerto naufragara
Nas tramas e entrelaces mais diversos
O tempo traz em vida novos versos
A sorte se moldando bem mais cara
A quem se desejasse e se prepara
Nos medos mais sutis e traz dispersos
Momentos onde vejo em universos
Profundos o que possa e se escancara.
Vagando simplesmente sem paragem
O quanto que inda trago na bagagem
Expressa uma miragem, nada mais.
Um vento que trouxesse uma notícia
Ou mesmo me tramasse uma carícia
Enquanto uma esperança; já negais.

9

Num instante diverso e tão sutil
A palavra tramando novo sonho
O meu mundo que o tempo não previu
Ou Talvez na incerteza; decomponho.
Trago o verso que o canto não sentiu
Nem nas sendas da vida agora enfronho
Vivo apenas por ter o mais gentil
Caminhar num cenário tão risonho.
Versejando sem nada a me guiar
Sem saber onde possa ter a paz
O que exposto não deixa de buscar
O que fosse em verdade mais tenaz.
Entregando meus olhos ao luar
A palavra que dizes, satisfaz.

10

Não soubera colher com precisão
O que tanto cultivo com amor,
Na palavra este canto redentor
Determina diversa direção.
O meu mundo perdendo a dimensão
Outro tanto se mostra em rara cor
E sem nada deveras a propor
Traduzindo os momentos que virão.
Vejo a sorte partindo para o tanto
E no canto maior a luz suprema,
O que possa deveras eu garanto
Superando no fim qualquer algema
Renegando no sonho o medo e o pranto
Sem ter nada no fundo que inda tema.

11

Não se queira falar do que não veio
E tampouco se vendo alguma luz
Onde o tanto traduz qualquer receio
O meu mundo tramando o quanto opus
Do cenário que tanto ora rodeio
E vertendo outro rumo se produz
Demorando no quanto vejo alheio
Ao que possa trazer e me conduz.
O momento diverso do passado
O cenário deveras onde brado
O caminho por sonhos sem igual,
Outro tanto que possa ser assim,
A palavra ditando logo o fim
Gera o medo em estado não venal.

12

Recebendo o teu braço, minha amada
Nada tenho a perder na vida afora
A verdade traduz iluminada
Certeza que sei já se demora,
Perpetua no peito a velha estrada
Que esperança deveras desancora
Traz a sorte decerto desenhada
Mesmo quando a incerteza me apavora.
Nada vejo afinal e sigo em frente
Procurando tal porto onde pudesse
Tendo o sonho que possa e que me enfrente
Tramando no final a velha prece
Que pudesse sentir o que apresente.

13

Eu não pude e nem tentara
Novo tempo mais audaz
E se possa e se prepara
Outro sonho mais voraz
A verdade se escancara
E o meu passo se desfaz
Na verdade bela e clara
Que pudesse ser tenaz,
Nada vejo após o quanto
Fora apenas mais um rito
Onde o que inda te garanto
Traz a sorte e necessito
Quando busco algum encanto
Prosseguira mais aflito...

14

Já não cabe qualquer sonho
Onde o mundo continua
Sendo assim o que proponho
Traz em volta a bela lua
Na certeza o que componho
E pudesse quando atua
Traduzir o tom bisonho.
Nada mais se poderia
Ter além da claridade
O que tento em fantasia
Quando sinto se degrade
E o que mostre esta utopia
Nega a própria realidade.

15

Não queria o que inda veja
Sem sentido ou sem razão
Ouso até noutra peleja
Ao atar esta ilusão,
a verdade que assim seja
Novamente imprecisão
A palavra mais sobeja
Traduzisse negação.
nada mais pude deveras
E sem ter o quanto esperas
Perco o rumo totalmente,
a certeza não se vira,
O que possa e ora interfira
Sempre dita o quanto mente.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

No quanto percebo sensata ilusão
Vagando sem rumo mergulho no espaço
E quando deveras a sorte ali traço
Mudando sem medo qualquer direção,
Meu canto pudera trazer a versão
Do quanto se tenta vencer nó e laço
Meu tempo se extingue tramando o cansaço
De quem poderia viver o que quer
Sem ter na verdade temor vão sequer
Reinando em vazio navego teu mar
E sei do que possa viver em promessa
Enquanto esperança sem nexo tropeça
Vagando distante do que eu quis luar.

2


Eu não quero mais falar
Da verdade que se esconde
E decerto corresponde
Ao que tento imaginar,
Vago sem saber lugar
Nem sequer, portanto aonde
Da esperança a grade fronde
Não consiga mais tocar;
Busco em vão neste arvoredo
O que tanto ora concedo
E desejo sem ter fim,
A verdade sonegada
A palavra demarcada
Traduzindo o nada em mim.

3

Não quisera mais amar
Nem tampouco posso crer
No que tanto a se entregar
Já não traz qualquer prazer,
O meu mundo sem lugar
A incerteza de um viver
Uma estrela vive em mar,
Outra já não posso ver,
Bebo a senda mais sutil
A palavra que não dizes
Traz o quanto permitiu
Meu cenário em vis matizes
Do que fora amargo e vil,
Trago apenas cicatrizes.

4

Edifico meu castelo
Com as pedras mais ferozes
E procuro o quanto é belo
Caminhar entre os algozes
O meu mundo que revelo
Noutros cantos, velhas vozes
Esperança é meu rastelo
Dias vários, vãos velozes.
E se possa ver além
Do que tanto a vida tem
Tramo a sorte mais audaz,
o momento mais suave
Na verdade já se agrave
E a palavra se desfaz,


5


Não queria acreditar
Nas estâncias da esperança
o meu mundo a divagar
O passado agora alcança
E o que pude desejar
No final tanto balança
Desejando algum lugar
Mergulhando em confiança
Nada tenho do que um dia
Pude mesmo discernir
A verdade não viria
Nem pudesse presumir
Muito além da fantasia
Que cismamos em vestir.

6


O meu mundo poderia
Traduzir felicidade
Sendo tempo em alegria
Ou tristeza o que me invade
No que possa em garantia
Trazer mesmo a liberdade
O que tanto se veria
Demonstrasse claridade.
O meu verso se perdendo
Num momento mais cruel
O cenário diz remendo
A verdade encobre o céu
Um cenário se contendo
Nas entranhas deste véu.


7

Já não cabe qualquer sonho
Quando a vida dita a sorte
Que talvez não mais conforte
Meu caminho mais risonho,
E se possa e recomponho
O que traz a cada corte
A verdade não suporte
E moldando um ar bisonho.
Nada mais se vendo após
No caminho mais feroz
Que se molda num instante
O meu tempo se desnuda
E se possa a sorte, muda
Nada enfim mais me garante.


8


Recebendo cada verso
Como fosse uma emoção
Num momento mais diverso
Traduzindo sempre o não,
O que possa desconverso
E gerando a sensação
De um momento mais perverso
Na fatal imprecisão.
Vejo o tempo se esvaindo
E o que fora outrora infindo
Já não mostra qualquer cais,
O que pude num alento
Noutro rumo agora tento
Em anseios magistrais.

9


Nunca mais se vendo o fim
Desta luta que se traça
Muito além desta fumaça
Que exalava dentro em mim.
Nada brota no jardim,
Mergulhando em velha praça
O que tanto já se passa
Molda a morte sempre assim.
Vago contra estas marés
Vendo a vida de viés
Sem saber do que teria,
A verdade nos redime?
Talvez seja mais sublime,
Mas prefiro a fantasia.

10

Nada mais pudesse ver
Quando tive a menor chance
De viver cada prazer
E saber todo nuance
De uma vida que faz ver
Onde quer que sempre alcance
O momento do saber
Traduzindo o que se lance
Na palavra que condeno
No sentir deste veneno,
Na mortalha que se tece,
Meu caminho sem futuro
Neste porto que inseguro
Só naufrágios oferece.

11

Gerações diversas trago
Nos meus olhos sem sentido
O que possa em raro estrago
Na verdade não duvido
Bebo a sorte sem afago
E se possa desprovido
Do momento onde me alago
Do caminho em que me olvido,
Verso apenas sobre o nada
E se tento cada estrada
Na verdade se desenha
A saudade não se traz
E se mostra mais mordaz
Mesmo quando a sorte venha.



12


Quero apenas outro instante
E talvez a liberdade
Que traduz e me garante
O que possa e se degrade,
O momento mais brilhante
Traz em si plena verdade
No caminho que adiante
Sem saber da liberdade,
Ouso mesmo acreditar
No que possa em seu lugar
Traçar clara noite audaz,
Vendo o quanto poderia
Molda em rara fantasia
o que cedo se desfaz.

13

Eu não trago mais saudade
Do que tanto me trouxeste
Num momento mais agreste
O vazio ora me invade,
E se nega a qualidade
Do que possa e não se empreste
O cenário que se empeste
Da temida liberdade.
Venho em versos te trazer
O que possa no prazer
Sem saber da dimensão
Do cenário que desenhas
Das palavras que ora empenhas
Noutro rumo e direção.

14


Não se possa acreditar
No momento mais sutil
E se tudo o que previu
Toma logo o seu lugar,
A vontade de lutar
O cenário mais gentil,
A verdade se reviu
Noutro tempo a desenhar
O meu mundo se tramando
Sem saber sequer nem quando
Outro tempo desenhado,
O meu verso se desfaz
Na verdade mais mordaz
Num desenho desolado.

15


Livrando o meu pensamento
Na incerteza que se faz
O caminho mais mordaz
Que deveras sempre tento
Bebo o imenso e rude vento
O passado não me traz
O que possa e satisfaz
Num anseio em desalento.
Se eu caminho e vou sozinho,
Neste mundo mais mesquinho
A vontade não se cansa
De lutar e ser vazia
E de novo poderia
Ver o quanto não alcança.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Referências de uma vida
Que pudera no passado
Ter um sonho sempre ao lado,
Mas que segue já perdida,
Tendo a sorte resumida
O meu verso desolado
Quando a solidão invado
Trago na alma mesma ermida.
Procurando alguma senda
Onde o todo se desvenda
Sem contenda, mansamente,
O que possa noutro instante
Transformar não se garante
E deveras sempre mente.

2


Já não pude acreditar
Nos meus próprios devaneios
E buscando novos meios
Procurando me encontrar
Sem saber qual o lugar
Entre tantos tons alheios,
Vou tentando sem receios
Nos teus braços aportar.
Novamente me percebes
Caminhando em velhas sebes
Noutra sanha tão igual.
o momento se aproxima
Vivo e busca na auto-estima
Ser da Terra Sol e sal.

3

Nada mais eu tentaria
Se não fosse a solidão
Que deveras na agonia
Trama a velha negação
E o caminho sendo vão
Outro tanto não teria,
Disparando o coração
Tanta guerra ou alegria.
Versejando sobre o nada
Nesta estrada sem paragem
Esperança na bagagem
Outro tempo, nova estada
Perfazendo esta viagem
Onde a sorte enfim se evada.


4


Eu já não pudera tentar nova sorte
Nem sequer soubera deste tempo em paz
O que a vida trama na verdade traz
O caminho rude que talvez conforte.
Desejando tanto quem traduz suporte
O meu passo segue num momento audaz,
A verdade traça vida além, mordaz.
Sigo sem paragem esperando o corte.
O que ora desejo reprimindo a dor
Talvez já não seja sequer a mentira
Que tanto procuro mesmo recompor
E cada vereda deveras retira
O quanto pudesse traçar sem rancor
Enquanto quem ama somente delira.

5


Nas histórias que trago do passado
Procurando um momento acolhedor
Meu caminho se enfeita, rara cor
E promete outro tanto entrelaçado.
Resumindo meu verso sigo alado
Desejando o cenário aonde eu for
E se possa viver o pleno amor
Meu momento se mostra iluminado.
Já não tenho sequer a previsão
Do que possa traze a liberdade,
O meu passo seguindo desde então
Desenhando no fim a novidade,
Do nascer pós outono de um verão
Que me traga esperança e claridade.

6


Já não quero falar da esperança
Que deveras pudesse sentir
O que tanto teimasse em porvir
No final sempre volta e me cansa
Outro tempo moldar confiança
Na vingança que sempre há de vir
Demonstrando o que possa impedir
Meu caminho sem crer na mudança;
Da verdade jamais me perdesse
O caminho que a vida tecesse
Na certeza do tempo venal
O meu mundo presume este engodo
Transformando meu pouco no todo
Já não vejo sequer um sinal.

7

O tempo de viver já não consigo
Ousar numa esperança que não vem
Palavra simplesmente diz de alguém
Que tanto fosse noutro desabrigo,
O verso se produz e em tal perigo
O corte se anuncia e já contém
O tempo sem ter tempo diz ninguém
E o vento noutro tom, fero castigo,
O preço a se pagar a vida inteira
Ainda quanto mais amor se queira
Quebrantos de minha alma solitária
A sorte sem caminho nem chegada
A vida traduzindo o mesmo nada
Palavra sem sentido ou temerária.

8


Bebendo cada sonho como tento
Vencer os meus anseios de um passado
Que trago sempre vivo e lado a lado
Traduz tão comumente sofrimento
E possa na verdade quando invento
O verso noutro tom e embolorado,
Aonde imaginasse belo prado
Esparso caminheiro segue ao vento.
Já não se resistindo ao que viria,
Mudando o velho encanto, poesia
Num canto bem diverso e sem limites,
No quanto necessito de tal sorte
Meu mundo na verdade não comporte
O todo que deveras acredites.

9


Não quero acreditar noutro momento
Disperso caminhar em noite vaga
A luta se desenha em cada plaga
E gera simplesmente tal tormento.
O verso que deveras busco e tento
Uma alma sem sentido já divaga
E bebo a solidão que ora me alaga
Ousando num cenário mais atento.
Resumos de momentos mais atrozes
Ouvindo do passado velhas vozes
Sentindo a tempestade no meu rosto,
O corte se aprofunda pouco a pouco
E quando me percebo e me treslouco
O tempo em solidão prossegue exposto.

10

Não quero esta verdade que não cabe
Nas tramas tão comuns, as derradeiras
E mesmo quando desço em corredeiras
Espero cada sonho que desabe,
A vida se realça e não mais sabe
Do quanto na verdade sempre queiras
Ousando imaginar velhas ladeiras
Sem mesmo esta esperança que se gabe.
Realces dentre noites consteladas
Palavras invadindo madrugadas
E sortes mais diversas, dia a dia.
O quanto se produz e nada veio,
Apenas vivo a sorte em tal receio,
Enquanto a minha morte nada adia.

11


Sabendo que a vida pudesse trazer
Momentos difíceis ausência diversa
O quanto caminho tramando o querer
A vida deveras já nem desconversa,
Sangrando insensata vontade de ver
O que poesia somente dispersa
Gerando a saudade que tanto faz crer
No rumo distante por onde ela versa
Vagando sem rumo mergulho no nada
E tento outro sonho somente um momento
Marcando meu canto e quando eu invento
A sorte se molda por certo cansada
De tanta promessa sempre renegada
Vivendo o que possa sem qualquer tormento.

12


Não quero nem pudera mais sonhar
Com ares tão diversos do que sinto,
Entranha o coração em labirinto
E nada do que possa procurar
Na guerra mais constante a se mostrar
O velho caminheiro, num instinto
Resume este cenário e sinto extinto
O brilho que pudesse algum luar.
Meu mundo não teria nova chance
E mesmo quando o todo agora alcance
O rumo se anuncia mansamente
Vencer os meus anseios e temores
E ter nesta manhã por onde fores
O quanto se anuncia e se desmente.


13

Não quero mais falar da liberdade
Que tento e não consigo, dia a dia,
A sorte sem sentido não se via
Enquanto a minha luta se degrade,
Ousando acreditar no que me invade
E sigo tão somente a fantasia
Vestindo o que se possa em alegria
Apenas desejando a claridade.
Não tendo novo dia nem momento
O quanto do passado agora invento
E trago minha voz emoldurada
Na sorte sem sentido e sem razão
Vivendo por viver sem dimensão
Da imensidão sem par da velha estrada.

14


Jamais acreditara em novo intento
Ou mesmo no sinal que se percebe
A luta desenhada nesta sebe
Espalha o meu cantar em raro vento
Pudesse na verdade, mais atento
Enquanto a poesia nos recebe
E vivo o que esperança ora concebe
E um novo caminhar em paz; eu tento;
Resumos de outras eras ou cenários
Os dias sempre sendo temerários
Os erros se acumulam vida afora,
A própria realidade nos maltrata
E sei da sensação medonha e ingrata
Que tanto quanto anseio nos devora.

15


No meu verso se tentara
Novo tempo, velho sonho,
O que tanto recomponho
Traz a vida mais amara,
O que a sorte se prepara
Outro risco ora enfadonho,
O meu passo sempre ponho
No vagar desta seara.
Nada mais se poderia
Nem sequer a fantasia
Que domina meu caminho,
Vejo o fim de cada verso
E se possa, desconverso,
Sendo o mundo mais daninho.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

01

O meu verso traduz o que ora sonho
E permito sentir cada momento
Onde veja somente o quanto tento
Ousando crer no todo que proponho
Gerações tão diversas, vou bisonho
E tentando sentir inteiro o vento
Que podendo trazer tal sentimento
Retratando o cenário que componho

Numa luta sem termos mais ferozes
Poderia viver além das fozes
Destes rios tomando inteiro o mar,
Porém sigo vencido em descaminho
Ao saber do meu canto mais mesquinho
Sem poder nem sequer já me entregar.

2


O meu tempo se mostrando
Num cenário sem igual
Traz somente em ritual
O que fora bem mais brando
Noutro passo me entregando
Sem sentir qualquer sinal
Do que possa bem ou mal
Noutro tom se desenhando,
O meu verso não permite
Que se veja num limite
Nova cena, simplesmente.
O que tento e nada vejo
Na incerteza de um lampejo
Traz a vida quando mente.

3

Não pudera ser diverso
O que tanto procurei
No caminho onde perverso
Tento crer na nova lei,
Se meu mundo ora disperso
Noutro rumo eu entranhei
Canto quanto vou submerso
Nos anseios que criei.
Resultando no que fora
Alma simples sonhadora
E jamais se poderia
Transformar o que se queira
Mesmo até numa bandeira
Feita em paz ou agonia.

4


Nada mais pudesse ver
Nem tampouco a velha face
De quem tenta e não mais passe
Qualquer dia de prazer
A vontade de saber
O que tenho em desenlace
Na verdade o que se trace
Não permite mais se ver
A vontade mais audaz
O momento que se traz
Na saudade que carrego,
Vivo apenas o momento
E se um sonho apenas tento,
Na verdade sigo cego.

5


Meu momento mais cruel
Molda o medo que carregas
Caminhando sempre às cegas
Procurando um manso céu,
Vejo o tom em carrossel
Da esperança nas entregas
E se possam quando regas
Tendo a sorte como um véu,
Já não visse qualquer cena
Se o passado nos condena
O futuro se traduz
Na saudade que não veio
E seguindo sem rodeio
Busco apenas vaga luz.

6

Já não pude acreditar
No que tanto desejara
Minha vida se prepara
E traduz qualquer lugar
A verdade a se mostrar
Traz a noite sempre clara
E sei quanto a vida é cara
para quem deseja amar,
Na vereda que entranhasse
Noutro rumo, mesmo impasse
O passado se cultua
Vejo a imensa claridade
Da beleza que me invade
Transformada em rara lua.


7

Jamais pude e nem quisera
Presumir novo caminho
O meu mundo mais mesquinho
Traz somente a leda espera,
A palavra mais sincera
O cenário onde me aninho
A impressão fina do espinho
A vontade atroz e fera.
Nada ousando neste nada,
Cada sorte desenhada
Mata o quanto houvera em mim,
Meu momento não traria
Nem sequer a fantasia
Desenhando ora meu fim.

8

Nada quero do abandono
Nem sequer o que se possa
A verdade sendo nossa
Noutro passo não me abono,
Vivo o sonho e perco o sono
O cenário se destroça
Trago em mim velha palhoça
De onde sou o rei e o dono.
Mergulhando no vazio
Outra vida desafio
E gerasse cada instante
O meu mundo se aproxima
E vertendo em novo clima
O meu canto se garante.

9

Nada mais pudesse ver
Quem se faz diversamente
O que possa e se desmente
Traz apenas o querer,
A vontade do prazer
O que siga e se apresente
Na verdade se pressente
Dominando cada ser.
Resumindo cada ponto
Onde possa e sempre conto
Com a força de quem sonha,
A verdade se traduz
No caminho em farta luz
Numa sorte mais risonha.

10


Já não trago vivo o sonho
De quem tanto quis a sorte
E somente me conforte
O que possa e assim componho
O meu mundo te proponho
Sendo além de cada corte
O caminho que comporte
Trama um dia mais medonho.
Nada mais se pode ver
O que tanto perceber
A verdade sem temor,
O meu mundo se quisera
Noutro tempo tanto gera
Simplesmente dita amor


11

O meu tempo não pudera
Ser diverso do que trago
Cada ausência dita afago
E se possa não se espera,
A verdade noutra esfera
Traz o quanto ora divago
E vencendo o velho estrago.
O meu rumo se perdendo
Num momento mais horrendo
Num anseio sem igual,
Ouso crer no meu passado
E se possa sigo alado
Vago além em belo astral

12

O meu tempo se perdesse
Num momento mais sutil
Onde a vida merecesse
O que tanto se previu
Meu caminho obedecesse
Num anseio mais gentil
O que possa e se reviu
Sem que o nada se tecesse,
Vejo apenas de passagem
Nada levo na bagagem
Tão somente qualquer sonho,
O meu verso se anuncia
Sem sentido ou fantasia
Num cenário ora enfadonho.

13

Jamais pude te dizer
Do que tanto se quisera
A verdade destempera
O cenário em desprazer
Tantas vezes pude ver
A palavra mais sincera
Que decerto degenera
Transcendendo o bem querer.
Nada trago do que possa
Traduzir além da fossa
Meu momento mais suave,
Sem ter mais onde encontrar
O meu canto versa ao mar
E jamais nada me entrave.

14

No meu canto sem sentido
No meu verso desigual
Um medonho ritual
Onde o todo agora olvido
E vivendo o resumido
Caminhar consensual
Neste encanto sensual
Outro sonho já lapido.
Jamais pude na verdade
e se tanto se degrade
O meu canto se entranhando
Na palavra mais dorida
Enfrentando a minha vida
Num cenário bem mais brando


15

Não quisera acreditar
No que possa ser diverso
E se tanto desconverso
Traz o medo a se moldar
No caminho a desnudar
Quando tudo ora disperso
Vago apenas sobre o verso
E jamais a se notar.
No momento mais sutil
O que o mundo já se viu
Não deixando qualquer rastro
Sem temor o que se dita
Traz a sorte mesmo aflita
Quando em sonho a sorte alastro.

terça-feira, 3 de maio de 2011

01

O passo que possa trazer novo rumo
Vagando sozinho procurando a paz
O quanto terias apenas audaz
Mudando a verdade num grácil resumo,
O tempo perdido vagando sem prumo
O mundo se molda diverso e mordaz
E nesta presença tramando o que traz
No olhar resumido meu mundo sem nexo,
Somente verias tais tardes. Reflexo
Do quanto se apossa feroz e temido
Marcando o vazio no tempo perdido
E sei do que viva semente que anexo
Enquanto meu sonho; deveras lapido.

2

Não quero sentido sem medo ou costume
No quanto se vendo vencesse o temor
Gerando sem medo somente o rancor
Ousando alegrias aonde perfume
O mundo sem medo deveras resume
O quanto pudesse trazer novo amor
Seguindo o caminho sem medo onde for
O tempo se traça num total ardume.
Mergulho no nada vencido poeta
Que tanto pudera jamais se completa
A sorte que vivo vestindo o passado,
A luta se trama durante esta tarde
Ainda que o passo deveras retarde
O tempo que espero somente negado.

3


Meu barco naufraga nas ânsias da vida
E traz a saudade que tanto me fere
A vida sem nexo também interfere
E trama a verdade diversa e sortida,
Quisera somente saber da saída
Ainda o mundo talvez nada gere
Senão meu cenário feroz desespere
Trazendo a verdade na voz destruída
O corte se molda num ermo caminho
Vencendo o passado prossigo sozinho
E sei do que possa jamais se deseja
Vestindo o que resta navego e me canso
Do quanto pudera buscando um remanso
E venço o que trace sublime peleja.

4


Meu mundo não tivesse novo rumo
Vencido pelo medo de sonhar
O tempo se moldando a divagar
E sei do quanto possa e mal resumo
O verso se moldando sem aprumo
Procuro inutilmente algum luar
Bastasse tão somente imaginar
O mundo noutro tom, onde me esfumo.
Espero pelo menos novo dia
E sei que na verdade não veria
Nem mesmo o que desejo ou sempre quis
Pousando em cada tempo já passado,
O manto destruído e destroçado
A vida se tornando amarga e gris.

5

Já nada mais pudesse ser assim
O tempo se desenha sem vontade
E o quanto se traduz em liberdade
Pudesse reviver o pouco em mim,
Não quero que se veja então meu fim,
A sorte trama a dura falsidade
E vejo o que posso e já degrade
Trazendo num estio meu jardim.
Meu tempo noutro tanto resumido
O verso que não faz nenhum sentido
O sentimento atroz me dominando
Aonde se quisera ser feliz
O todo noutro ponto já desfiz
E sei deste momento amargo e infando.

6


Não quero qualquer dia nem momento
Aonde a sorte trace em temporais
O quanto se deseja e muito mais
Enquanto na verdade me atormento.
E sei do que decerto tanto agüento
Vagando sobre intensos vendavais
Em ritos mais audazes. Sensuais,
Ousando desvendar suave vento.
Reparo cada engano do passado
E vejo o que pudera lado a lado
Com toda esta incerteza se traduz,
Vagando sem sentido noite afora
E bebo da incerteza que ora aflora
Negando cada passo que propus.

7


Jamais acreditei na redenção
De quem se fez além do que pudera
E vivo tão somente a mais sincera
Palavra sem sentido e direção
Jogando cada verso num senão
Matando o que se traça e não se espera
A vida noutro tanto destempera
Marcando com temor cada expressão.
Repare cada passo e veja bem,
O quanto da verdade não contém
Sequer outro momento mais sutil,
O verso se presume no passado
E o tempo que pudesse anunciado
Transcende ao que deveras não se viu.

8


Havendo novamente novo passo,
O tempo sem notícias do que tento
O dia mais audaz em sofrimento
Marcando cada sonho em rude traço,
E sei do que pudera e já desfaço
Ousando acreditar no pensamento
Tramando todo o ledo sentimento
Do mundo sem sentido, e mesmo escasso.
restando dentro da alma a sorte audaz
O quanto poderia se desfaz
E gera o que não cabe dentro em nós
Vagando sem sentido e sem razão
Trazendo o que pudera em direção
Diversa e mesmo em passo mais feroz.

9

não quero e não teria
a sorte mais sutil
que tanto se previu
ousando em alegria.
a rude alegoria
num passo mais gentil.
Marcando o que se viu
Na sorte em heresia
O verso não se cala
Adentra esta senzala
chamada coração
O vento se aproxima
E muda inteiro o clima
Negando a direção.

10


O canto que se tenta
Ousar noutro momento
E sei do quanto invento
A vida mais sangrenta,
A luta se apresenta
E bebo o sofrimento
Enquanto mal me alento
Na vida mais sangrenta.
Pudera de outra forma
Marcando esta reforma
Que tanto poderia
Trazer este vazio
Que agora mal recrio
Na sorte mais sombria.

11

O tempo se molda conforme se quer
O sonho trazendo momentos venais
Querendo em tal sonho, momentos banais
E o corpo se pode trazendo qualquer
Sensato caminho tramando a mulher
Que possa em verdade traçar desiguais
Medonha figura vagando em tal cais
Sabendo que o medo nos traz se vier.
Vivendo sozinho sem nada a temer
Amor mais daninho moldando o prazer
Gerando o vazio sensata verdade
Que tanto concebo num novo sentido
O canto resume no tempo perdido
Que tanto pudesse no quanto degrade.
12

Meu verso calado
O tempo se engana
A sorte profana
O sonho enredado
No vento que evado
Na luz que ora dana,
A vida cigana
Traduz o passado
O beijo o carinho
Ausente e daninho
Não resta mais nada
Somente o que tento
Vencendo este vento
Rompendo alvorada


13

Minha vida eu não pude
Traduzir felicidade
O que possa na verdade
Com certeza trama a rude
Luz em rara plenitude
E o cenário se degrade
No saber que agora invade
Do que possa e desilude
Meu tormento se trazendo
Onde o sonho diz remendo
E meu barco naufragara
A saudade sem juízo
O meu canto que impreciso
Nega a noite mansa e clara.

14

Já não cabe mais promessa
Nem tampouco o que se quis
O meu mundo sendo gris
No vazio recomeça
A saudade não se expressa
No que possa ser feliz
E se sou mero aprendiz
A verdade não tem pressa,
Bebo em goles sempre fartos
Tento crer em novos partos
Onde o tempo me traria
Voz suave e mais profunda
Onde o sonho agora inunda
E transborda em poesia.

15


Nada tenho do passado
Nem tampouco quis saber
Do que possa perceber
Deste sonho desejado
Onde o mundo que ora evado
Trama as ânsias do querer
E moldando tal prazer,
Nada diz do velho enfado.
Resumindo cada verso
Sigo envolto e sou diverso
Do que pude acreditar
A verdade não se cansa
E a palavra mesmo mansa
Nada possa desenhar.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

1
Já não quero falar de algum futuro
Que em verdade não tenho mais nas mãos
Os meus olhos se perdem pelos vãos
Destes sonhos que tento e configuro,
A saudade transforma o solo duro
Onde tento cevar dos ermos grãos
E sabendo da vida em tantos nãos
A mentira do sonho eu asseguro.
Nada mais poderia quem se tenta
Terminando a versão que qual tormenta
Avassala o caminho de quem ouse
Entender onde a sorte agora pouse
No que vejo meu mundo já termina
Nesta senda que diz carnificina.

2


Tanto tempo e nada veio
Nem sementes nem espaço
O meu muno que ora traço
Traz apenas tal receio
Do momento em devaneio
Do caminho em tal cansaço
Desta ausência de um abraço
A verdade em tom alheio,
O que possa ser diverso
Do cenário aonde eu verso
Há palavras sem proveito,
O que possa divisar
Entranhando a divagar
Onde insone, tento e deito.

3


Meu delírio, voz macia
De quem tanto quis a sorte
Que jamais nada conforte
Que jamais vida recria,
A palavra não viria
Nem falar do que comporte
Novo rumo em novo norte
Desbancando a poesia,
O meu mundo não temendo
Qualquer sorte em risco e adendo,
O caminho mais sutil
Traz o verso mais presente
E se tanto se apresente
Já não tento o que se viu.

4

Meu anseio e minha luta
São palavras, meramente
O que tanto se apresente
Na verdade não reluta,
A saudade mais astuta
A esperança já não mente
E se trama ou se pressente
Mansidão com força bruta?
Noutra senda nada vejo
E se tanto num lampejo
Eu pudesse ser feliz,
O meu mundo se desenha
Tão diverso do que venha
Nesta velha cicatriz.

5


Nada pude e nem tentara
Caminheiro do passado
O meu verso relegado
Ao que possa em sorte amara,
A verdade se escancara
O meu mundo em tal traçado
O cenário desolado,
A palavra nos separa.
O meu verso se anuncia
Noutro tanto que se vira
A palavra diz mentira
Onde nada mais se via,
Pouco a pouco se retira
O que fora fantasia.




6


Quando tive pressa nada eu encontrei
Nem sequer o quanto tanto desejava
A saudade queima; furiosa lava
Que trama deveras o que imaginei
O meu sonho fosse desejosa lei
Onde o que se queira tanto demonstrava
A verdade aonde tudo que buscava
Traduzia sonhos ou quem mais terei
No vazio apenas a certeza corta
Da palavra solta venta em minha porta
Mutação diversa nela me entranhara
E se posso ou tento caminhar em vão
Na incerteza a sorte tão feroz e cara
Demonstra somente medos que virão.


7

Já não tenho nada nem sequer teria
A verdade toca meu sentir mais nobre
E o momento dita quem em dor recobre
Deixando ao passado velha fantasia
O que possa vivo noutro tom faria
E se tento ao menos o que amor descobre
A incerteza trama mesmo que desdobre
A loucura tanta que o verso traria.
No meu desencanto momentos diversos
Os meus dias seguem a buscar nos versos
O quanto se desenha num anseio rude
E deveras trama noite sem sucesso,
O que vago apenas noutro tom ilude
Minha vida encena tanto retrocesso...

8


Não mais tendo quem resgata
O meu sonho deste vão
Imagino a negação
Renegando a luta ingrata
O que possa e me arrebata
Configura a imensidão
Dos caminhos que verão
A verdade sem bravata,
Não tivesse qualquer sol
Nem sequer em arrebol
Onde tente descansar,
A versão que mais se escuta
Refletindo a intensa luta
Neste vago mergulhar.

9


Nada além do que pudera
Noutro fato ou num anseio
O meu barco segue alheio
Nesta sorte dura e fera,
O momento onde se espera
O que tanto em sonhos veio,
O caminho que rodeio
A palavra mais sincera,
O meu medo se traduz
Nesta fonte e sem a luz
Já não posso crer no fato
Solitário navegante
Minha vida se garante
No que possa e ora constato.

10

Nada mais eu tive em vida
A não ser minha verdade
O que possa sem saudade
Refazendo esta ferida,
A incerteza mais urdida
A palavra que me invade
O momento desagrade
A certeza a ser remida
Vagamente quero o quanto
Fortaleza aonde encanto
Já não traz qualquer retrato,
Do meu passo sem firmeza
A palavra sobre a mesa
O momento em que o retrato.

11

Já não tenho na bagagem
Nem sequer o quanto quis
Corro contra esta miragem,
Levo a vida por um triz,
A palavra sem visagem,
Coração segue infeliz
E adentrando esta barragem
Bebo a sorte e peço bis.
O meu mundo se desanda
A verdade anda de banda
E a certeza já se cala
Outro tanto trago na alma
O que agora ora me acalma
Traz a luta e me avassala.

12


Belo em goles fartos, sonho
E pudera ser assim
O caminho dentro em mim
Que deveras mal componho
E se possa ser risonho
Tento crer no meu jardim,
O momento diz enfim
O cenário que proponho.
Vagamente pude ver
O que tanto dá prazer
Ou quem sabe me sacia,
A palavra se negando
Outro tempo mais infando
Mata toda a fantasia.

13


Nada tenho nesta vida
Que permita acreditar
Na certeza da saída
Na vontade do luar,
A verdade que me acida
Outro tanto a desenhar
O que possa em desprovida
Vida sem qualquer lugar,
Navegando sobre as ondas
Onde quer que me respondas
Trazes sonhos mais audazes,
Mas sei bem que nada resta
Vendo a vida pela fresta
Vendo a luta em rudes fases.

14


Jogo a vida de tal forma
Mergulhando no vazio
A verdade se deforma
O momento ora recrio,
E sabendo desta norma
O tormento dita estio,
A semente se reforma
No caminho mais vadio,
Coração não mais sabendo
Quando o tempo mesmo horrendo
Recolhesse cada não,
Sigo apenas o que rege
A esperança quase herege
Num etéreo coração.

15


Mesclo luzes entre trevas
E bebendo a ingratidão
Apresento o quanto cevas
Nesta rude dimensão,
O caminho aonde nevas
Outro tanto em certo chão,
Esperanças mais longevas
Rumam noutra direção.
E embarcando no não ser
Enfrentando o que faz ver
A certeza mais agreste
O meu mundo se aproxima
Do que possa e não se estima
Neste encanto que me deste.

domingo, 1 de maio de 2011

1

A vida num galope poderia
Trazer o que procuro a cada passo,
E sei do quanto tento e mesmo traço
Ousando acreditar na fantasia,
O verso que deveras já se cria
O tempo sem sentido nem espaço
O canto mais audaz, diverso laço
Aonde o que se trama mal veria.
O vento se desenha sem apego,
O mundo traduzisse algum sossego
E o temporal da vida definhasse,
A luta sem sentido e sem descanso
Traduz o que pudera e sei que alcanço
Mostrando no final esta outra face.


2


Não basta te falar do amor que espero
Nem mesmo me iludir com falsas frases
O quanto na verdade tu desfazes
Mostrando um sentimento mesmo fero,
O verso noutro tanto destempero
E sei que com certeza nada trazes
Apenas o que possa noutras fases
E sei do quanto eu fui tolo e sincero,
Resumo cada tom num mesmo sonho
E sinto quantas vezes te proponho
Um tempo aonde o nada me consome,
Semente que se expondo em solo agreste
Somente este vazio que me deste
Enquanto a própria vida não retome.

3


Jamais imaginara novo dia
Aonde o meu caminho se percebe
Ousando acreditar na velha sebe
Que tanto quanto possa não teria,
Vislumbro tão somente esta agonia,
A sorte sem sentido algum concebe
Minha alma na ilusão em que se embebe
Trazendo tão somente a alegoria,
O verso sem sentido e sem verdade,
O todo se transforma e traz a grade
Que tanto impediria a caminhada
Depois de tanto tempo procurando
Um dia mais suave e mesmo brando
Não resta desta vida quase nada.

4


Jogado sobre as rocas, meu navio
O tempo não traria nova chance
Aponte aonde a vida ora me lance
E sei do quanto possa em desafio,
Apenas o que trago não recrio
E o verso sem destino já se alcance
Marcando cada passo num nuance
Diverso marginando cada rio,
Sensato companheiro do passado,
O sonho se moldara sempre alado
Vencendo as mais distantes realidades,
Ultrapassa coxilhas e cenários
Diversos sendo seus itinerários,
Enquanto a cada instante mais degrades.

5

Não tendo menor chance de lutar
Apenas o que possa ser além
Traduz o que deveras me contém
E nada mais pudera imaginar,
A sorte se moldando a divagar
E sei do meu caminho e neste bem
O que deveras trago não convém
A quem se fez ausente do sonhar.
Mantendo minha sorte de tal forma
Que todo o meu caminho se transforma
Em rude sensação do solitário
Momento que moldasse novo rumo,
Transforma o que pudera e não consumo,
O tempo mais atroz e temerário.

6

Navegando espaços além do horizonte
Meu mundo parece que vai se partir
No todo que nunca pude resumir
Ou mesmo no quanto jamais ora aponte
Vestindo a promessa vagando desponte
Do que possa mesmo num novo porvir
O verso se perde no todo a pedir
Que nada se faça no quanto se apronte.
O tempo perdendo vencido cenário
A luta se mostra mal desnecessário,
Mas sei que é preciso tanto conceber
A sorte se evade restando o querer
Quando se propondo caminho diverso
Inútil sentido traduz cada verso.

7


Brindando com medos a noite vazia
O tempo sem sorte palavras invento
E bebo somente tormentas ao vento
E nada decerto meu mundo traria,
Aonde quisera viver fantasia
O quanto resume no todo que tento
Depois se perdendo vital pensamento
Mortalha que a sorte de noite tecia,
O verso, a palavra momentos inglórios
Mundos pensativos ousar merencórios
Momentos sem nexo caminho sem prumo,
E quando me vejo num tempo perdido,
A noite brumosa matando o sentido
Tomando esperança, negando seu sumo...

8


Não posso calado viver um momento
Do quanto pudera sentir mansamente
O que mais resume meu mundo que tente
Viceja no peito somente o tormento,
E quando a verdade; num tempo a apresento
O verso se torna depois do que alente
O que me fizera saber plenamente
O quanto redime cada sofrimento,
No todo que seja palavra sincera
A voz fortalece gerando a quimera
Espero somente talvez liberdade
No todo refeito, mentiras, verdade,
O sonho se molda num canto sem nexo,
E sigo sem nada desta alma o reflexo.

9

Já velho e cansado meu tempo passando
O quanto pudera no nada se esvai,
O tempo deveras agora retrai
O tanto que um dia pensara mais brando,
O mundo anuncia sereno ou nefando
A verdade chega no tempo que trai,
O manto que trama desfaz e se vai
Meu mundo em verdade, morrendo e sangrando.
Não tenho mais tempo nem mesmo pudesse
Ainda que tente viver nova prece
O risco do sonho vagando em segredo,
O sonho mergulha no abismo sem sorte
E tanto que a vida; deveras concedo
Aguardo somente finalmente a morte.

10


Nos meus tempos mais sutis
Ou nos versos que pudera
Transformar em mansa fera
O que tanto já desfiz,
A verdade que se quis
A palavra mais austera
A vontade que se gera
Noutro tom, puro infeliz.
O meu tempo se esgotara
Nesta noite amarga e cara
Na esperança mais cruel,
Do caminho sem sentido
Do meu mundo resumido
Em ausência, fúria e fel.

11


A verdade não se tenta
Desvendar ou mais pudera
Desenhar nesta tormenta
O que a vida degenera
O que sigo e não me alenta
Ao gestar a louca espera
De quem tanto não alenta
Quem pudesse noutra esfera,
Apresento o fim do jogo
E vivendo mansamente
Adentrando em pleno fogo
O momento se apresente
E sem medo, sonho ou rogo
Perco o rumo, plenamente.

12


Nada tive do passado
Bem quisera, mas o mundo
No vazio transformado
Traz o quanto ora me inundo
Do temor mal disfarçado
No que seja mais profundo
O meu sonho resgatado
O meu canto vagabundo.
A certeza do que um dia
Poderia e nunca veio,
O meu passo sem receio
O momento que inda havia
O meu tempo onde receio
O que resta em fantasia.

13


Ao morrer um pouco mais
Cada dia que me entranha
Destes tantos vendavais
O vazio desta sanha
Onde possa sem jamais
Ver a sorte tão estranha
Sem saber enquanto vais
Deste vale, da montanha,
O meu tempo não se cala
A verdade não produz,
Invadindo a velha sala,
Onde outrora quis a luz
A saudade me avassala
Pesa feito a velha cruz.

14

Nada mais tanto pudesse
Quem talvez já não sabendo
Da palavra que viesse
Ou vertesse em novo adendo,
O momento que se tece
O temor já percorrendo,
O que tanto a vida esquece
Noutro tempo revertendo
A sensível sensação
Dos momentos que virão
Traduzir o quanto vive
Nos meus sonhos mais temidos,
Presumindo os meus sentidos
Que emoção clara retive.

15

Num momento diverso e tão atroz
A verdade supera qualquer medo,
O que possa no fim ser arremedo
Na verdade calando minha voz,
Outro tempo revive dentro em nós
Cada parte diversa de um segredo
Ouso crer na esperança em desenredo
Num mergulho nefasto, tão feroz.
Vendo o fim dos meus sonhos de tal forma
Que esperança se vem já se transforma
No vazio que trago e quando entrego
A saudade nos dando este nó cego,
A palavra deveras se deforma
E o meu mundo sem nexo ora carrego.