sábado, 7 de maio de 2011

1

O meu canto poderia
Ser diverso do que tento
Pouco além da fantasia
O que possa o sentimento,
No meu mundo não teria
Outro instante mais atento
Ou quem sabe novo dia
Expressasse o sofrimento,
Mas o tempo não cessando
O meu canto se perdendo
Num sentido manso ou brando
Ou quem sabe mesmo horrendo
Na verdade desabando
O que agora não desvendo.

2

São diversos os caminhos
Para quem tenta decerto
Entre tantos vãos daninhos
Percorrendo este deserto
Tento crer em novos ninhos
E deveras já desperto,
Ouço livres passarinhos
Que mantenho aqui, por perto.
Não se perde qualquer sonho
Nem tampouco se tivesse
O que possa e decomponho
Num momento em rude messe,
O meu mundo que proponho
Traz o sonho onde se tece.

3

Nada mais se poderia
Mesmo quando nada vejo,
A diversa fantasia
Traz apenas um lampejo,
O meu mundo em noite fria
O cenário que ora almejo
A verdade eu não veria
Bem distante de um desejo.
Quando apenas desenhei
Outros tantos vãos retratos
E se faço o que terei
Encontrando meus contatos
Tantos dias encontrei
Os momentos mais ingratos.


4


Não quisera acreditar
No vazio que se faz
O que possa desejar
Sendo mesmo mais audaz,
A verdade a se mostrar
O que nunca mais se traz
Na verdade de um luar
Tantas vezes mais tenaz
O meu mundo se perdendo
Noutro passo, noutra senda
O que foi tão estupendo
Na verdade ora se estenda
Ao momento que desvendo
Sem saber qualquer contenda.

5

Não me vejo após a queda
Nem saber qualquer sentido
Onde o sonho se envereda
Traz o tempo dividido
A palavra não mais seda
Quem se mostra presumido,
na palavra que se enreda
Noutro tempo já perdido.
Nada mais eu poderia
Nem sequer o que se faz
O momento em alegria
O caminho mais tenaz
Vendo a sorte em agonia
Que jamais se satisfaz.


6

Ousando crer no quanto
Poderia ser além
O meu mundo em desencanto
O que sempre a vida tem,
O que possa e não garanto
Sem saber o quanto vem
Na verdade o velho pranto
Quando a vida diz desdém.
O meu mundo se anuncia
Noutro engano tão somente,
Outro tempo em agonia
Renegando o que se mente
e traduz no dia a dia
O abortar de uma semente.

7


Já não cabe qualquer sorte
Nem tampouco novo rumo,
O que possa e me conforte
Traz o sonho que resumo,
No momento sem suporte
A verdade dita o sumo
Onde o medo não comporte
Onde aos poucos me acostumo.
Nada mais se vendo após
O que tanto quis um dia
Outro tempo mais feroz
Ou quem sabe em alegria
Vou seguindo e sou veloz,
Quando amor tanto teria.


8

Meu barco que decerto naufragara
Nas tramas e entrelaces mais diversos
O tempo traz em vida novos versos
A sorte se moldando bem mais cara
A quem se desejasse e se prepara
Nos medos mais sutis e traz dispersos
Momentos onde vejo em universos
Profundos o que possa e se escancara.
Vagando simplesmente sem paragem
O quanto que inda trago na bagagem
Expressa uma miragem, nada mais.
Um vento que trouxesse uma notícia
Ou mesmo me tramasse uma carícia
Enquanto uma esperança; já negais.

9

Num instante diverso e tão sutil
A palavra tramando novo sonho
O meu mundo que o tempo não previu
Ou Talvez na incerteza; decomponho.
Trago o verso que o canto não sentiu
Nem nas sendas da vida agora enfronho
Vivo apenas por ter o mais gentil
Caminhar num cenário tão risonho.
Versejando sem nada a me guiar
Sem saber onde possa ter a paz
O que exposto não deixa de buscar
O que fosse em verdade mais tenaz.
Entregando meus olhos ao luar
A palavra que dizes, satisfaz.

10

Não soubera colher com precisão
O que tanto cultivo com amor,
Na palavra este canto redentor
Determina diversa direção.
O meu mundo perdendo a dimensão
Outro tanto se mostra em rara cor
E sem nada deveras a propor
Traduzindo os momentos que virão.
Vejo a sorte partindo para o tanto
E no canto maior a luz suprema,
O que possa deveras eu garanto
Superando no fim qualquer algema
Renegando no sonho o medo e o pranto
Sem ter nada no fundo que inda tema.

11

Não se queira falar do que não veio
E tampouco se vendo alguma luz
Onde o tanto traduz qualquer receio
O meu mundo tramando o quanto opus
Do cenário que tanto ora rodeio
E vertendo outro rumo se produz
Demorando no quanto vejo alheio
Ao que possa trazer e me conduz.
O momento diverso do passado
O cenário deveras onde brado
O caminho por sonhos sem igual,
Outro tanto que possa ser assim,
A palavra ditando logo o fim
Gera o medo em estado não venal.

12

Recebendo o teu braço, minha amada
Nada tenho a perder na vida afora
A verdade traduz iluminada
Certeza que sei já se demora,
Perpetua no peito a velha estrada
Que esperança deveras desancora
Traz a sorte decerto desenhada
Mesmo quando a incerteza me apavora.
Nada vejo afinal e sigo em frente
Procurando tal porto onde pudesse
Tendo o sonho que possa e que me enfrente
Tramando no final a velha prece
Que pudesse sentir o que apresente.

13

Eu não pude e nem tentara
Novo tempo mais audaz
E se possa e se prepara
Outro sonho mais voraz
A verdade se escancara
E o meu passo se desfaz
Na verdade bela e clara
Que pudesse ser tenaz,
Nada vejo após o quanto
Fora apenas mais um rito
Onde o que inda te garanto
Traz a sorte e necessito
Quando busco algum encanto
Prosseguira mais aflito...

14

Já não cabe qualquer sonho
Onde o mundo continua
Sendo assim o que proponho
Traz em volta a bela lua
Na certeza o que componho
E pudesse quando atua
Traduzir o tom bisonho.
Nada mais se poderia
Ter além da claridade
O que tento em fantasia
Quando sinto se degrade
E o que mostre esta utopia
Nega a própria realidade.

15

Não queria o que inda veja
Sem sentido ou sem razão
Ouso até noutra peleja
Ao atar esta ilusão,
a verdade que assim seja
Novamente imprecisão
A palavra mais sobeja
Traduzisse negação.
nada mais pude deveras
E sem ter o quanto esperas
Perco o rumo totalmente,
a certeza não se vira,
O que possa e ora interfira
Sempre dita o quanto mente.

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