Quem sabe eu tivesse qualquer otimismo
Vestindo esperança que nada sufoque
A vida mudando por vezes de enfoque
Traduz o caminho no qual sempre cismo,
Vencendo o que possa terrível abismo,
A sorte quem sabe no fundo provoque
O que na verdade guardasse no estoque
Do mundo que penso vital cataclismo
Chegando mansinho no sonho que trago
A sorte provoca e sei deste estrago
Que tanto permite cenário diverso
Ousando no quanto percebo em teu verso
O mundo que tento quando ora divago
Sem rumo e sem nexo, num mundo disperso.
2
Num martelo que faço em pensamentos
O momento diverso, mas audaz
A verdade no tempo se desfaz
E traduz tão somente os sofrimentos
Procurasse no fim raros alentos
O cenário que tanto satisfaz
Ao gerar num anseio pertinaz
O que possam traçar velhos tormentos.
A saudade não deixa p’ra depois
O que trazem nos olhos de nós dois,
A saudade se mostra soberana
E permite outro sonho, em ledo engano
O caminho no qual sempre me dano,
Transformando uma luta vã, profana.
3
Não pudesse mais sentir
O que tanto se quisesse
O momento que há de vir
Renegando qualquer messe,
No final a resumir
O que possa e já se esquece
No final ao resumir
Cada sonho em vão se tece
A palavra que redima
Modifica todo o clima
E gerando a negação
Expressando qualquer dia
Onde o pouco poderia
Explodir em louca ação.
4
Resumindo cada ponto
Do que tanto quis um dia
O que possa e não apronto
Traz a sorte em agonia,
O meu mundo sem desconto
Gera apenas a agonia
E se tanto sei do conto
Morro aquém da fantasia.
Visto o rude pensamento
Nada mais eu pude ver
O meu mundo segue e tento
No final algum prazer
Visto apenas desalento
E a vontade de morrer.
5
Não quero outro tempo nem talvez mereça
A sorte traindo quem tentara tanto
Ousar na noite traduzindo o canto
Que invadindo toma conta da cabeça.
O quanto que se possa na incerteza aqueça
Renegando apenas o que se fez pranto
Mergulhando em nada, puro desencanto
Não tendo nem mesmo quem decerto esqueça
O vento mais forte, temporais da vida
A sorte que se mostra nova despedida
Gerando apenas a vereda nobre
Que todo esse tempo se fizesse além
Do quanto decerto na verdade tem
E somente a morte no final recobre.
6
Eu não quero esta demência
Nem tampouco o que viria
Ouso até na alegoria
Que pudesse em inclemência
Produzir nova cadência
Ou quem sabe me traria
O que tanto se queria
E gerasse a resistência.
O meu canto desencanta
A palavra sendo tanta
No final nada me traz,
Visto a sorte mais cruel
E bebendo o fogo e fel
Torna o tempo mais mordaz.
7
Se eu já não tenho certeza
Do que venha após o medo
O meu canto sem surpresa
À saudade me concedo
E percebo com firmeza
O que possa e me enveredo
Na palavra com rudeza
No momento em desenredo,
Venço o tempo que se veja
Na saudade do que um dia
Entregando de bandeja
O que possa ou não viria,
Mais um gole de cerveja
Falsos tons desta alegria.
8
Não sendo um moralista
Que se mostra em caradura
A verdade que se avista
Não permite outra ventura
E se possa realista
O que vejo sem procura
Não mostrasse o que se assista
Mesmo em tempos de amargura.
Democrática versão
Não traduz realidade
Quando a sorte em dimensão
Tão diversa se degrade
Não se compra a solução
Para a tola humanidade.
9
O tempo que passa jamais retornando
Pudesse quem sabe trazer outra voz
E sei do que tente viver, mesmo atroz
Caminho se feito sem como nem quando
A vida percebe cenário moldando
O quanto pudera viver dentro em nós
O manto puído num mundo feroz
Aonde o meu canto sinto desabando
Vagando sem rumo, momentos ausentes
E nisto o que venha deveras pressentes
E segues calada mergulhas no nada
E tanto se queira vencer outra estada
Na lua que volta tons iridescentes
Ainda se a sorte diversa ora brada.
10
Já não quero falar do dia a dia
Nem tampouco da dor que me deixaste
O meu mundo marcado em tal desgaste
A palavra decerto não viria,
Nem tampouco quem sabe a poesia
Poderia viver cada contraste
E se tanto soubesse do que afaste
O meu sonho em completa hipocrisia.
Vendo a lua deitando em raios nobres
A beleza que assim logo descobres
Numa prata que possa dominar
O cenário qual fosse deusa e diva,
A minha alma se mostra então cativa
Da grandeza de um raio de luar...
11
Nada mais se pudesse desde quando
O meu mundo perdendo a direção
Noutro tanto que possa sem razão
Mergulhar no vazio naufragando
O que perco no tempo desejando
Um momento em descanso e solução
Representa os tormentos que virão
Numa sorte deveras se negando.
versos tantos caminhos imprecisos,
E deveras em tempos mais sutis
Não mais tendo em verdade o quanto quis
Acumulo diversos prejuízos
Meu anseio se faz a cada instante
E o meu sonho no fim nada garante.
12
Recebendo este vento no meu rosto
Abrandando o momento mais sutil,
O que possa em verdade não se viu
No caminho que segue ora proposto,
E se vejo somente o meu desgosto
Onde a vida se mostre bem mais vil,
O cenário que a vida permitiu
Traz o sonho num sonho já composto.
Cada frase traduz realidade
E se mostra meu canto em liberdade
Já não pode falar do que viria,
O meu mundo não cabe dentro da alma
E se possa viver o que me acalma
Meramente desvendo a fantasia.
13
No momento mais audaz
A palavra que se tenta
Molda enfim cada tormenta
Que este tempo agora traz,
Não pudesse ser capaz
De vencer a violenta
Sedução rara e sangrenta
Num anseio contumaz.
A verdade não teria
O que possa em poesia
Outro canto mais sutil,
O meu verso se percebe
Invadindo cada sebe
Traduzindo o que ora viu.
14
Trovador enamorado
Nada tenho da esperança
O meu tempo desdenhado
O passado então se lança
E mergulho ou mesmo invado
Rude e louca temperança
O caminho desenhado
Molda a sorte que me alcança.
A mudança não se vendo
Onde o tempo se traria
O que possa ser remendo
Na verdade é fantasia
E o meu mundo se tecendo
No fantasma da alegria.
15
Nada mais pudesse ter
Quem jamais se fez presente
O que possa merecer
Noutro canto se apresente
Invadindo cada ser
O que vivo plenamente
Esperando o renascer
Que domina toda a mente.
Nada vendo do passado
Nada vejo em meu futuro
O que possa lado a lado,
Traz o quanto configuro,
Desenhando o degradado
Nem meu sonho eu asseguro...
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