terça-feira, 10 de maio de 2011

Não tendo nem sequer uma esperança
Cansado desta luta sem razão
O tempo se demonstra em negação
Enquanto no vazio ora se lança
O sonho na verdade não alcança
O mundo sem saber da dimensão
Do quanto se traduz em solução
Se a vida inda pudesse ser mais mansa.
Vencida a tempestade nada veio
O risco se mostrasse sem receio
E bebo a solução que não se veja
O tanto quanto expressa a realidade
Demonstra o que se mostra na verdade
E nada traduzisse outra peleja.

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Meu mundo se perdendo a cada instante
Moldando sem sentido o que viria
Marcar o que pudera a fantasia
E nisto cada passo se garante
O todo que tentasse doravante
Tocando o que teimasse e não veria
A luta se desenha a cada dia
E mesmo este ar sombrio me agigante.
O quanto se perdera num segundo
Tramando o que se queira e me aprofundo
Nos ermos da emoção que não traduz
O quanto recebeste em franca luz
E o medo não permite novo sonho,
Aonde o que decerto mais se quis
Transcende ao quanto possa ser feliz
Num mundo devastado e tão medonho.

3

Jamais acreditei no que talvez
Moldasse novo passo em frente à vida,
A sorte que deveras já não vês
Expressa a mesma história ora perdida,
Não quero acreditar e se desfez
A luta noutra morte resumida,
A lua que se entrega, insensatez
Mergulha na esperança em despedida.
Vestígios de uma dita tão escusa,
A lenta caminhada agora abusa
Do velho patamar que não viria,
Ousando acreditar no meu passado
O tempo se demonstra desolado,
Matando em nascedouro a poesia.

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Eu não quero qualquer sorte
Que pudesse desenhar
O que tanto nos conforte
Mesmo em céu, imenso mar,
O que trama e se suporte
Molda todo o caminhar
Entre o rumo, velho norte
Que pudesse desvendar
Não mereço qualquer brilho
Nem pudesse noutro engodo,
Caminhar feito andarilho,
Mangue, charco, lama e lodo
E deveras quando trilho
Não encontro mais o todo.

5

Nunca tive a sensação
Da verdade mais sutil,
O que tanto se previu
Traz a velha negação,
O meu mundo em solidão,
O momento que se viu
Já pudera ser gentil
Ou moldar novo senão.
A palavra mais audaz
A verdade não traria
O que possa e se desfaz
Gera sempre esta utopia
Do meu mundo que é capaz,
Mas deveras não veria...

6

Bebo em goles a esperança
E talvez felicidade
O que possa em unidade
Noutro rumo ora se lança
Vejo a velha temperança
O meu tempo se degrade
No que pude em claridade
E no fim já nada alcança;
Verso mesmo sendo rude
Transformando o quanto pude
Em sensata dimensão
O meu mundo se perdendo
Neste tempo em ledo adendo
Transcorrendo em negação.

7

Não teria melhor sorte
Se eu pudesse acreditar
No que tanto me conforte,
Mas não possa me entregar
Entre as sendas deste norte
Que permite o caminhar
Entre o medo, o corte a morte
Sem poder nem descansar.
Vejo a queda e logo após
O que houvesse dentro em nós
Noutro tempo poderia
Transformar em rumo e cais
O que tanto já distrais
E matasse a fantasia.

8

O verso que me ilude não consegue
Seguindo a procissão, leda esperança
O tempo na verdade não alcança
Somente concebendo o quanto negue,
A vida que deveras se renegue
O passo que somente ora me cansa
Ousando crer na força em aliança
Meu mundo contra todos já prossegue.
Reparo cada engano e sigo em frente
Aonde o que pudesse se apresente
Marcando com ternura o que virá,
O tempo sem temor algum se trama
E a vida se desenha em leda chama
Morrendo pouco a pouco e desde já.

9

Eu não quero a solidão
Nem tampouco poderia
Noutro tempo em solidão
A verdade dura e fria,
O que versa sobre o não
Tanto faz e não traria
O meu mundo em dimensão
Retocando a fantasia.
Quem se faz além ou sente
O que tanto mansamente
Presumindo outro cenário,
O caminho se traduz
E buscando nova luz
O meu sonho? Imaginário...

10

Nada mais pudesse ver
Quem se faz além do dano
E se tanto já me engano
Nas entranhas do querer
A verdade passo a ter
No caminho onde meu plano
Mostra um tempo soberano
Desdenhando em desprazer,
Vejo o sonho e quando o sinto
O meu verso num instinto
Seduzido em luz e glória
Modifica o que pudera
E gerando em si a fera
Renovasse minha história.

11


O meu mundo se mostra na verdade
Demarcado por erros tão freqüentes
E se possa no fundo quanto sentes
Destroçar o que foi felicidade;
O meu canto no tempo já se evade
E traduz velhos sonhos mais presentes
E se tente viver o que pressentes
No final não mais vejo a liberdade.
O meu tempo pudera ser diverso
Do que tanto quisera cada verso
Nos anseios de um pobre sonhador
O que vejo no fim já desanima
O momento em verdade cristalina
Sonegando o que fora o grande amor.

12

O meu mundo se desperta
E gerando o que não veio
Traz apenas tal receio
Da porteira sempre aberta
Se o meu sonho já deserta
E seguindo em rumo alheio
O momento em devaneio
A palavra nos alerta.
O que pude e não tivesse
Na verdade qualquer messe
Que trouxesse plena paz,
A verdade não se cala
O meu corpo exposto em sala
Num cenário atroz, mordaz.

13
Nada mais eu poderia
Nem tampouco se soubesse
Da verdade em rara messe
Ou da vida em agonia,
O que posso e não teria
Noutro rumo já se tece
O caminho que obedece
Gera apenas fantasia.
O meu tempo não tem tempo
E se morre em contratempo
Nada traz além do nada,
A verdade que procuro
Neste mundo amargo e duro
Traz a sorte renegada.

14

Nada mais quisesse ter
Nem tampouco poderia
O caminho a percorrer
A verdade em agonia,
A vontade de vencer
O momento em utopia,
O cenário a se prever
Onde o nada mais teria
Tão somente o mesmo caos
Dias rudes sonhos maus
E naufrágios tão somente.
A ilusão se desnudando
O meu mundo outrora brando
Pouco a pouco se desmente.

15

Não vivesse qualquer sonho
Nem tampouco pude ter
No que possa conceber
O que agora te proponho,
Vejo o fim deste medonho
Caminhar e sem saber
Do que tente reverter
Diz do quanto ora componho.
Nada tenho dentro da alma
Nem o medo que me acalma
Nem o verso que pudera
Traduzir qualquer momento
Onde o medo que ora invento
Traz a sorte mais sincera.

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