1
Permita cada sonho que se trace
E veja tão somente o que asseguro
Não quero e não pudesse em tempo escuro
Vencer cada momento em vago impasse,
O tempo que se molda e não se enlace
Noutra vereda após do que procuro
Ousando totalmente onde asseguro
O que se demonstrasse noutra face.
A sorte se moldando de tal forma
Que toda a solução que a vida informa
Gerasse a redenção do que pudera,
Não tente acreditar noutro momento
E sei do que se veja enquanto assento
A sorte mesmo quando rude e fera.
Não posso acreditar no que não venha
Tramando qualquer sorte mais diversa
E sei o quanto a vida desconversa
E traz o que pudera ser a senha,
O quanto na verdade me convenha
Somática palavra se dispersa
E quando a poesia teima e versa
Tentando alimentar a velha lenha.
Somassem tantos erros do passado
O verso noutro encanto desdenhado
O prazo determina o fim do jogo
E sei do quanto pude acreditar
Teimando nas entranhas deste mar
Ousando acreditar em luz e fogo.
7
Jogado sobre as pedras e rochedos
Pousando na vertente mais atroz
O tempo se desenha como algoz
Tramando o desespero em meus degredos,
Ousando acreditar em vários medos
O tanto que se perde dita em nós
O que inda mais pudesse ser feroz
Traçando sem sentido tais segredos.
Meu rumo nada tem do que viria
Apenas desenhando em agonia
O tempo mais suave aonde ilude
O verso sem sentido e sem proveito
E quando no vazio me deleito
Eu vejo o dia a dia bem mais rude.
8
Não tento acreditar no que se visse
Apenas como sombra e nada mais
O tempo quando além m demonstrais
Traduz o que já fora uma crendice.
O muito quanto quero contradisse
Vencendo os meus anseios desiguais
E sei do que pudera em tais sinais
Marcar o desenhar, rude tolice
Saber o quanto possa e me traria
A vida noutro rumo se moldara
E tendo esta incerteza atroz e clara
O verso noutro ponto, uma agonia.
9
Não tento acreditar no que viesse
Trazendo qualquer dia ou mesmo o sonho,
Meu mundo noutro rumo decomponho
E sei do que pudera em rude messe,
Ainda quando a vida já se esquece
Tramando o que deveras mais proponho
Ousando no sentido que enfadonho
Aos poucos sem ternura me enlouquece
Servir a quem se fez plenipotente
E ter o quanto quero e já se sente
Astuciosamente a vida traz
O salto que procuro ter em paz,
Mas quando esta esperança não freqüente
Meu verso sem vontade nada faz.
10
Jogado sobre o nada sigo em busca
Da sorte que se fez em tempestade
A luta que se mostra sempre brusca
E versa sobro o quanto nos agrade.
A sorte que pudera nos ofusca
Negando o quanto fora em claridade,
Verdade que se fez velha e patusca,
Trazendo no final a qualidade.
O vento ora adentrando cada campo,
Meu mundo noutro engodo agora encampo
E vago sem saber qualquer detalhe,
Ainda que pudesse ser diverso
Vagando sobre o quanto não mais verso
Traduz o que deveras nos retalhe.
11
O mundo não traria sequer a solução
Enquanto quanto tento no mundo se veria
Pousando mansamente em rara companhia
Moldando novos dias que nunca mais verão
O tempo se traduz e toma a dimensão
Do quanto na verdade o tempo não adia
Matando pouco a pouco a leda fantasia
Gerando o descaminho em rude sensação.
Um tempo mais agudo em sorte mais diversa
Aonde exista o sonho meu tempo já se versa
Traçando novo rumo em paz e simplesmente
marcando com ternura o que não mais tivera
Enquanto a solidão expressa a velha fera
E o tempo trama e mente
12
Bebesse novamente o quanto quis
Graduas com teus versos o meu sonho,
edito cada frase que componho
Sabendo ser no fim, mero aprendiz.
o rumo se desenha e por um triz
O quanto me resume não proponho
E quando no final me decomponho
Vivendo o que pudera em céu mais gris.
o canto sem sentido e verso rude,
O mundo na verdade desilude
E gera tão somente a vaga história
De quem se fez além da tempestade,
E quando no final tudo degrade
O sonho se perdendo em vã memória.
13
Olhando mansamente para trás
Aprenderia a crer noutro momento
E quando do passado me alimento
A vida pouco a pouco se desfaz
E gera outro tormento mais fugaz
Movendo o que trouxera o sofrimento
Vencendo o dia a dia em pleno vento,
Na sorte que deveras satisfaz.
O tempo não se trama de tal forma
E vejo o que pudera e se transforma
Sentindo este cenário dentro da alma,
A luta se desdenha a cada engodo,
E tanto quanto posso traz o todo
E a sorte noutro sonho já me acalma.
14
Jamais esqueceria cada passo
E vendo o que veria em novo rumo
Aonde o que pensara já consumo
enquanto esta verdade teimo e traço,
A luta se fizera em mundo escasso
E bebo da esperança todo o sumo,
Depois do que tentara me acostumo
Ousando com certeza noutro espaço.
vestindo cada sorte mais audaz,
O tanto que pudesse cedo traz
Bagagens que carrego na alma em luz,
E sei do quanto tente ser diverso
O tempo mais voraz trama disperso
O passo que ao vazio me conduz.
15
Erguendo meu olhar sobre montanhas
E delas desvendando o nevoeiro
O tempo se mostrando corriqueiro
Enquanto na verdade nada ganhas,
A vida se apresenta em raras sanhas
E bebo o que pudera quando esgueiro
Do passo que se fez o derradeiro,
marcando com terror dores tamanhas.
Espero alguma luz após o todo
E sei do que decerto traz o engodo
E nada mais pudesse ser assim,
apenas o vazio me domina
Na noite que sonhara cristalina
O tempo se aproxima já do fim.
2
Verdades absolutas? Tantas; ouço...
No fundo são mentiras, nada mais
E quando me encontrando em temporais
Apenas vejo à frente o calabouço;
O quanto que já trouxe e não servisse,
O tempo sem remédio não me deixa
Ousar além de ter na própria queixa
Um pouco ou mesmo até plena tolice
Meu mundo que em tamanha dor viera
Tentando acreditar no que partilha,
O sonho se transforma em armadilha
E retroalimentando a velha fera.
Não quero qualquer sorte que não veja
A franca fantasia em vã peleja.
3
Não quero o que pudesse transformar
Meu mundo num momento sem beleza
Tampouco conceber a natureza
Avanço meus sentidos, bebo o mar.
E quando me pensara em tal lugar
Somente realçando com franqueza
O quanto poderia ser a presa
Na sorte que se esconde em tal vagar
O medo em consonância dita o quando,
O temo noutro tanto se moldando,
Tramasse qualquer coisa que não venha,
Do sonho mais agudo ou mais atroz,
O quanto se perdera logo após
Não tendo nem sequer quem o contenha.
4
Já não mais conseguira qualquer passo
E nem sequer tentara acreditar
Nas tantas ilusões deste lugar
Que em meros pensamentos, tento e traço.
Meu verso se moldando em rude laço,
O ranço do que pude desenhar
Numa alma tanta vez rudimentar,
No tempo mais audaz, porém escasso.
Resulto deste nada que pudesse
Tramar além do quanto em cada prece
A vida me traria a solução
Dos erros costumeiros e banais
O tempo se transforma e nunca mais
Meus olhos outro espaço em paz verão.
5
Não vejo mais saída e nem buscava
Sequer o que pudesse ser assim,
O todo se desenha dentro em mim
E expele toda a fúria em densa lava,
A sorte que se possa ser escrava
Do sonho que chegara ao ledo fim,
Tramando cada passo de onde eu vim,
Negando do caminho a mera trava,
O verso se enviesa e se perdendo
Apenas traz do encanto algum remendo
E no arremedo rude, dito vida
A senda que julgara mais florida
Desnuda em aridez o turvo solo
E neste mundo em vão me desconsolo.
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