O medo sem sentido, a néscia face
Da farsa desenhada em cada traço
Do pouco ou do jamais que aquém eu traço
E nisso o quanto houvesse se mostrasse,
Negar a tempestade, tolo impasse,
Ou mesmo sonegar um manso abraço,
E ser sem perceber tal erro crasso
Vivendo sem saber qualquer enlace.
Transporto em devaneios passos tortos,
E vejo os meus anseios, ledos portos,
Aonde com certeza não descanso,
O velho coração de um marinheiro
Encontra em mortos cais, derradeiro
Cenário que buscara qual remanso...
MARCOS LOURES