sexta-feira, 27 de agosto de 2010

48001 até 49000

1

Somente o que pudesse ser alheio
Aos passos mais constantes ou vorazes
Enquanto a realidade; ainda a trazes
Meu mundo se transcorre em devaneio
E quando novos sonhos eu rodeio,
Porquanto na verdade tu te atrases
Os dias são deveras mais tenazes
E o passo continua em vão recreio,
Nefasta realidade dita normas
E quantas vezes; tomas e deformas
O cântico diverso aonde eu pude
Vivenciando acasos entre quedas
E neste desenhar tu te enveredas
Tomando com certeza e magnitude.


2


O quanto acreditei e nada vinha
Senão a mesma face mais cruel
E dela se desenha o tosco véu
Na face mais atroz, mesmo mesquinha
E a sorte noutra forma já se aninha
Marcando o quanto pude em carrossel
Girando sem destino, ledo léu
Matando uma esperança outrora minha.
E vejo refletida tal imagem
Enquanto a vida trama tal aragem
Peçonhas entre botes e serpentes,
Nefanda realidade toma a cena
E o quanto na verdade e condena
Enquanto sem descanso me atormentes.

3


Jogado pelos cantos desta casa
Apenas o que possa imaginar
Gerado num momento a se traçar
E a vida noutra face tanto abrasa,
Vestindo a solidão, no quanto apraza
Sem ter sequer algum mero lugar,
Esbarro nos meus erros, devagar
E o todo noutra face tudo atrasa,
Vencido pelos erros de quem tenta
Singrar outra vereda mais sedenta
Vibrando com consonância com a sorte,
Desgasto-me decerto em verso e sinto
O quanto deste manto agora extinto
Já não mais poderia e nem conforte.


4

Olhando para trás somente vejo
O todo aonde a vida se perdeu,
O quanto se mostrara neste ateu
Momento em dor e mágoa, ledo ensejo,
O rústico cenário onde o desejo
Que um dia imaginara ser tão meu
Há tanto noutro rumo esvaeceu
Deixando para trás o quanto almejo,
Esbarro nos meus dias mais venais
E sei do quanto posso ou quero mais
Toando dentro em mim mera ilusão,
Vagando sem destino, sigo ao nada,
E quando ainda encontro a vaga estrada
Os dias mais atrozes se verão.


5

Olhando de soslaio nada veio
Nem mesmo alguma luz onde pudera
Ainda desejar a primavera
E sigo a cada instante mais alheio,
O todo se perdendo em vão receio
E o corte desta vida se apodera
Medonha garatuja, esta quimera
Traduz o quanto ainda em vão permeio,
Esbanjo os meus demônios, bebo o fim
E traço esse desenho dentro em mim
Mecânicas diversas, mesmo engodo,
E quando necessito melhor sorte
Sem ter sequer o quanto me suporte
Adentro sem defesas, lama e lodo.


6


Zoológicos medonhos, face escusa
E o todo se presume no vazio,
O quanto a cada ausência desafio
E a vida noutra lida se entrecruza
E sei da mesma essência mais confusa
Enquanto o meu caminho eu não recrio,
E o caos se desenhando onde desfio
A leda resistência tão obtusa,
Não posso e nem tentara qualquer dia
Aonde a mera luz já se escondia
Deixando para trás qualquer momento
Embora saiba bem das discordâncias
Aonde se gerassem tais estâncias
E nelas tão somente me atormento.


7

Ouvindo a voz suave da esperança
Marcada pelos erros mais constantes
E nestes desenhares tu garantes
Ao quanto a vida teima e mesmo lança
Tocando dentro da alma a temperança
E nela outros momentos radiantes
Gerados pelos cantos em instantes
Enquanto a porta aberta em vão avança,
Esvaio em versos tristes, nada além
E o quanto ainda resta ou me convém
Expressa a fantasia aonde eu pude
Vencer os meus temores, meus ardis
E o todo quando em pouco já desfiz
Transcorre na completa solitude.


8

Esgoto os meus caminhos, sigo aquém
Do quanto pude ou mesmo imaginara,
A vida se espalhando em tal seara
Enquanto na verdade nada tem,
Sementes costumeiras de um desdém
E nelas outra sorte se prepara
Matando o quanto resta ou se separa
Deixando como história este refém
Olhando para trás já nada vejo,
Somente o mesmo caos a cada ensejo
Vertendo em solidão além do quanto
Pudesse num instante ser diverso,
E quando solto a voz, ledo universo,
Meu erro; num momento em vão, garanto.


9


Ocasionando a queda aonde um dia
Eu pude acreditar noutro cenário,
O mundo onde eu penetro; imaginário
Renega tão somente a poesia
E o todo noutra face se desfia
Matando o meu caminho necessário
E gera do vazio este corsário
Na noite mais atroz, audaz e fria.
A porta se cerrando e nada traz
Senão a mesma face contumaz
E nela outro momento em dor e tédio,
Aonde pude crer felicidade
Apenas o momento aonde brade
O medo em pleno ocaso, sem remédio.


10


Não quero mais a sorte desairosa
E nem a fase obtusa que ora passo,
A vida se perdendo em tom escasso,
Matando no botão a bela rosa,
E o quanto poderia majestosa,
Mas noutro caminhar agora eu traço
A falta de beleza, sem espaço,
A sorte se mostrando pedregosa,
Não pude acreditar noutro momento
E quando de tal forma me atormento
Esbarro nos meus erros e não veio
Sequer algum alento onde pudera
Traçar ainda em luz a primavera,
A vida sem suporte e sem esteio.


11

Não posso mais conter o quanto trago
Em fúria ou mesmo dor, já que deveras
A vida num instante a destemperas
E neste delirar eu vejo o estrago
E quando no vazio ora me alago
E bebo as mais atrozes, vãs quimeras
Exposto aos meus anseios e quimeras
O corte se aprofunda e apenas vago,
Tentando alguma luz onde sabia
Somente a noite escura, opaca e fria
Medonha madrugada em tempestades,
E o quanto poderia, mas não veio
E o caos se transformando sem rodeio
Aonde num instante tanto evades.

12


Ouvir a voz do vento nos umbrais
Chamando para os sonhos, lua e luz
E quando a sorte além já me conduz
Enfrento sem sentidos vendavais,
E bebo desta insânia em dias tais
Enquanto o mesmo nada reproduz
O quanto poderia em contraluz
Gerando dentro da alma os vãos cristais
A face denegrida da memória
Transforma qualquer passo nesta escória
E nada mais permite senão isto,
O mar que imaginara não existe,
O tom deveras ledo, amargo e triste
Durante o descaminho aonde insisto.


13


Extraio do vazio apenas sonho
E o medo se transforma a cada instante
No quanto poderia e se adiante
Apenas um momento mais medonho,
O caos se desenhando e não proponho
Senão a mesma face doravante,
E quando o meu caminho se garante
No tosco delirar tolo e bisonho
Meu mundo se perdendo sem sentido
Somente num instante eu dilapido
Esbarro nos meus dias mais atrozes
E sinto os olhos ledos e ferozes
De quem se poderia ser diverso
Bebendo a imensidão deste universo.


14


No quanto se perdera em desalento
O canto sem sentido ou mesmo até
Vivendo sem saber qualquer maré
Entregue às variantes deste vento,
E o todo quando busco e me atormento
Gerando outro caminho por quem é
Medonho desenhar em leda fé
E neste vago espelho eu só lamento,
O cântico diverso do que um dia
Pudera me trazer em alegria
O canto mais suave e mesmo audaz,
A vida noutro instante nada dita
Senão a mesma voz leda e maldita
Aonde o meu caminho se desfaz.


15

Ainda que pudesse ter a luz
Depois da tão diversa tempestade,
O quanto da esperança já se evade
E nada na verdade reproduz,
O sonho se mostrando aonde o pus
E nisto se transforma em vã saudade,
O rumo se perdendo quando invade
O cais sem fazer aos sonhos jus.
Aprendo com meus erros e somente
Ainda que decerto um rumo eu tente
O medo se aproxima e dita normas,
Os erros são comuns, e disto eu sei,
Aonde poderia em nova lei
O passo sem sentido tu deformas.

16


O quanto se duvida da esperança
E marca com tenaz momento em dor
O todo num momento a decompor
Enquanto se presume e nada avança,
A sorte se mostrando sem pujança
Matando o quanto pude em nova flor
Apenas espalhando o dissabor
Aonde o meu caminho não alcança,
A sina se transcorre em pleno ocaso,
E quando cada passo ainda atraso
Bebendo a sordidez, temida sorte,
O quanto pude crer e nada havia
Marcando com terror esta agonia
Sem nada que deveras me conforte.


17


Nos bares e nas tramas da sarjeta
A vida não permite outra saída,
E sinto aproximando a despedida
Aonde a própria morte me arremeta,
O sonho noutra face se traduz
E corta na raiz qualquer espera,
O quando na verdade destempera
Marcando em discordância a farta luz
Esvaindo solitário este momento
E nele não se vendo outro detalhe
Enquanto o dia a dia nos retalhe
Ainda alguma sorte inútil, tento
E bebo o fim de tudo num segundo
E apenas do vazio ora me inundo.


18


Porquanto audacioso fora até
Sentir o desvalido compromisso
Do quanto mais desejo e até cobiço
Num mundo já sem crença, rumo ou fé,
E o vândalo caminho desenhado
Nas ânsias de quem tanto quis e, nada,
A sorte noutra face desejada
Bebendo cada gota do passado,
E o canto se perdendo sem sentido,
Apenas outro ocaso e nada mais,
Enfrento os mais diversos vendavais
E sei do meu atalho desvalido,
Esbarro nos meus erros e presumo
Da morte o mais completo e raro sumo.

19

Já nada mais teria além do cais
E nesta dor intensa, nada resta
Somente a mesma espúria e leda fresta
Vencendo os dias claros e fatais,
Mergulho noutro infausto e bebo mais,
Adentra o coração a imensa fresta
E o risco se desenha enquanto empresta
Os erros tão mordazes, vendavais.
Esbanjo fantasias quando tento
Sentir de uma esperança o manso vento
E nada mais se trama além do fim,
O caos se aproximando a cada passo
E o todo noutro instante já desfaço
E afasto todo sonho, hoje de mim.

20


Um copo de conhaque, outra aguardente
E a noite se ultrapassa sem sentido,
O rumo; há tanto tempo já perdido
Embora outro caminho ainda invente
Um riso mentiroso, um prepotente
Momento onde o vazio eu dilapido
E bebo este demônio presumido
Enquanto alguma sorte ainda tente,
Relances tão diversos, ânsias tantas
E nestes desenhares me garantas
Apenas o não ser e nada mais,
Os ecos de minha alma se espalhando
Tomando este cenário ora nefando
Matando o quanto houvera em madrigais.



21


A terra em umidade poderia
Trazer a primavera novamente
A quem ainda busque ou mesmo tente
Voltar a reviver um manso dia,
O quanto desta vida em alegria
Perdida noutro rumo plenamente
Traçando com temor o incoerente
Anseio feito em guerra, em agonia,
O todo se perdera num instante
E a sorte se transforma doravante
Tentando apaziguar o quanto espera,
Mas quando a vida traça esta tormenta
E nela nova face me atormenta,
Restando dentro da alma esta quimera.


22

Meu mundo num instante se derruba
E nada mais permite qualquer sonho,
O quanto do vazio inda componho
E a sorte se transforma e nada aduba,
A vida se perdendo a cada engodo,
O risco aproximando desiguais,
E as tramas entre dias mais venais
Trazendo tão somente o medo e o lodo,
Afasto-me decerto da esperança
E morro a cada passo rumo ao nada,
Aonde poderia desejada
A sorte na verdade não alcança
E marca em discordância o quanto enreda
Tramando tão somente a mesma queda.


23

Já nada mais teria quem procura
Vencer os medos tantos quando os vê
E tenta procurar algum por que
Na sorte mais atroz, leda amargura,
E o corte se aprofunda em noite escura
E o todo não consigo e não revê
Senão a mesma face e em nada crê
A vida se desenha sem ternura.
O canto em discordância, a voz se afasta
E o todo numa cena mais nefasta
Esbarra nos meus erros, gera o fim
Aonde poderia haver a glória
Somente a mesma face merencória
Tomando o que inda resta vivo em mim.


24

Ocaso tão somente e nada mais,
O quanto inda me resta e sei do fato,
Enquanto alguma luz, se inda a resgato
Imersa nos temidos vendavais,
E o quadro se transforma em desiguais
Cenários onde tanto me retrato
E bebo do caminho e o todo acato
Abrindo da esperança vãos umbrais,
Os erros costumeiros, sonho escasso,
O tempo na verdade não me traz
Senão a mesma voz leda e mordaz
E todo este cenário, hoje eu desfaço.


25


A luz aonde poderia ainda haver
Esbarra nestas sombras contumazes
E quando algum alento; ainda trazes
Somente se percebe o desprazer,
O nada se esboçando em cada ser
E neste caminhar medos e fases
Diversas da que tanto em rumos fazes
Dispersas do que um dia pude crer,
Escalo os meus anseios e mergulho
No caos aonde vejo cada entulho
Vencido pelo medo e nada mais,
Esgarço os meus desejos neste vago
Cenário aonde o quanto vivo trago
Esboça tão somente os temporais.


26

Meu mundo se perdendo em direção
Gerando apenas medo e nada além
O quanto da esperança não convém
Sequer os dias ledos que virão,
Mesquinhas noites trazem da amplidão
Apenas o sorriso num desdém
Somente o fim de tudo me contém
E o tempo noutro rumo, imprecisão.
A morte me rondando num instante
E o mundo noutra face se adiante
Matando qualquer sonho em nascedouro,
Somente este sorriso sobrevive
E nele o quanto tento e não se prive
Transforma-se decerto em meu tesouro.


27

Ainda que tivesse alguma luz
Depois da tempestade mais atroz
Ou mesmo o quanto vem momento após
Somente esta verdade me conduz
E gera noutro instante a mesma cruz
Aonde este cenário tão feroz
Expressa o que talvez aumente a voz
E trace a noite escusa onde me pus.
Esvaio em ledo rumo, sem sentido
E quando ainda escuto ou mais duvido
Do todo ou parte mesmo do que eu sinto,
Esbarro nos meus erros e presumo
O fim desta esperança, ledo fumo
Enquanto vejo o sonho agora extinto.


28

O quanto necessito da esperança
E nada mais se traz senão tal medo
Aonde cada dia em vão, concedo
A sorte que deveras nada lança,
Mergulho no vazio e ora se trança
O rústico cenário em desenredo
E o tanto noutro tom, deveras ledo
Apenas o nefasto agora alcança
E o medo costumeiro de quem ama
Sagrando num terror o velho drama
Espalha a tempestade e se faz
Ocaso dentre tantos que eu carrego
E neste caminhar atroz e cego
O passo noutro rumo, mais mordaz.

29


Escalo os meus temores e procuro
Vencer as tantas fases desta vida,
E quando se presume a despedida
O passo sempre dado ora inseguro,
No tanto quanto quero e não perduro
Felicidade enquanto já perdida
Não deixa nova face sendo urdida
E o caos ainda é tudo o que asseguro
Esbarro nos meus erros e sei bem
Do quanto na verdade nada tem,
Senão a mesma queda a cada passo,
E o quanto noutro rumo ainda houvera
Agora se morrendo em leda fera,
E todo o meu caminho; assim desfaço.


30


Já não comportaria alguma sorte
A quem se fez diverso e mesmo assim
Procura algum caminho e sei no fim
Da própria solidão que me comporte,
O quanto traduzisse em medo e morte
Tragando todo o sonho dentro em mim
E neste desenhar, tosco estopim
A cada novo instante desconforte,
E o passo rumo ao nada, novamente
Apenas mesmo traço se apresente
Matando uma esperança aonde um dia
Pudesse acreditar noutro momento,
E quando a sorte amarga eu alimento,
Aos poucos também nisto eu morreria.


31

Olhando para trás somente vejo
As marcas mais ferozes do que tanto
Quisera e na verdade não garanto
Senão a mesma audácia onde trovejo
E o cais distante mesmo do desejo
E neste desenhar se já me espanto
Apenas o que tento e me agiganto
Não passa na verdade de um lampejo,
Apresentando o fim invés da luz
Meu passo noutro rumo se produz
E marca com temor esta partida,
O todo se presume em vã fumaça
O tempo pouco a pouco ledo passa
Deixando as marcas frias, nesta vida.

32

Ouvisse a voz de quem tanto quisera
E nada mais seria de tal forma
Enquanto a realidade se deforma
E traz no olhar sedento a vaga espera,
A vida sonegando destempera
E mata o que pudesse ou já transforma
E a própria fantasia nada informa
Senão da mesma face em vã quimera,
Esgoto o meu caminho no vazio
E quando tento além do desafio
Um rito mais diverso em claridade,
O ocaso se reflete dentro da alma
Nem mesmo uma mortalha ora me acalma
E a vida num tormento tanto enfade.


33


Apresentando apenas o final
Aonde inda pudesse crer no fato
Mais claro enquanto o nada mais resgato
Matando o quanto resta em desigual
Caminho se traçando bem ou mal,
Negando uma nascente ao vão regato
E o novo noutro instante eu desacato
Com ar de vário caos em temporal,
Escancarando o verso em tons mais mórbidos
Os dias se apresentam sempre sórdidos
E o tanto quanto quis já não mais visse,
E o tolo desenhar desta esperança
Ao nada a cada dia mais me lança
Tornando mais amarga esta mesmice.


34

Apresentando ao fim somente o gesto
Doloso de quem buscara a paz e, nada.
O todo se desenha em vaga estrada
E nela; um descaminho, em vão, empresto
E o tanto quanto quis agora infesto
Com dor e mesmo alçando a madrugada
Na dura imprecisão já desenhada
Enquanto a cada engodo manifesto.
Espalho em tons diversos, versos sonho
E o quanto poderia ou mais componho
Esfacelando o passo noutro rumo,
Aos poucos no vazio eu me resumo
E vejo este cenário mais medonho
E sei que na verdade não me aprumo.

35


Vencido pelos erros de um passado
Aonde nada houvera senão isso,
O sonho tantas vezes mais mortiço
Deixando este vazio desenhado
E nele cada passo adivinhado
Presume um caminhar tão movediço
E quando alguma sorte inda cobiço
Meu canto se mostrara destoado,
Aprendendo deveras tento um manto
Diverso do que eu crio e até garanto
Mergulho nos meus ermos, sigo alheio
Ao todo que pudesse ser assim
Marcando cada passo rumo ao fim
Meu sonho num instante eu devaneio.


36


Já não teria mais sequer a luz
E nada se pudesse ser sublime,
Enquanto cada passo não estime
Nem mesmo ao quanto posso me conduz,
O rito se reflete em contraluz
E o caminhar deveras não se prime
No quanto a cada engodo já suprime
E geste outro caminho em medo e cruz,
Escasso dia dita este abandono
E quando da esperança desabono
Esbarro nos meus erros, tão somente
E o ledo dentro da alma se anuncia
Matando o quanto resta em alegria
E nisto a própria vida teima e mente.

37


Jamais permitiria novo sonho
A quem se fez disperso a cada passo,
E quando algum caminho ainda traço
Eu sei quanto deveras enfadonho,
E nada mais ainda a ti proponho
Senão a mesma face onde o cansaço
Esboça o que pudesse noutro espaço
E o risco se tornando tão medonho,
Anunciando a morte aonde um dia
Pudesse ter decerto tal magia
E nela refizesse alguma sorte,
Mas quando se presume o fim de tudo,
Deveras com certeza desiludo
E nada mais no mundo me conforte.

38


O prazo se findando nesta tarde,
A voz da carpideira se anuncia
E a morte noutra face em agonia
Pressinto, na verdade não retarde
E o quanto deste fim ainda aguarde
Matando algum momento em fantasia
O nada na verdade prenuncia
E sigo meu caminho sem alarde,
Apresentando apenas sentimento
Diverso do que busco ou mesmo tento
Após a tempestade mais atroz
Esqueço qualquer luz e nada traço,
Somente cada angústia toma espaço
E esta mortalha cala a minha voz.

39

Já não teria a paz que procurava
Sequer outro momento em claridade,
Ainda quando a vida se degrade
Adentro o meu caminho em medo e lava,
O nada mais traduz esta alma escrava
Enquanto este cenário agora evade
E gera a mais diversa realidade
Traçada a cada passo em medo e trava,
O fato de existir já me permite
Tentar manter a vida em tal limite
Depois dos temporais mais costumeiros,
E o quanto pude crer noutro momento
Agora se mostrando entregue ao vento
Deixando para trás velhos canteiros.


40

Não tendo outro momento, sigo só
E volto ao quanto fora no começo,
A vida sem saber deste adereço
Reduz minha esperança a ledo pó,
E o sol se dispersando em tanta bruma,
Errático cometa dita a sorte
E quando na verdade sem suporte
O todo noutra fase já se esfuma,
Esbarro nos vazios de alma insana
E beijo a tempestade mais atroz,
Ninguém inda ouviria a minha voz
Enquanto a fantasia ora se dana.
Escapo dos meus erros, mas prossigo
Sem ter sequer um cais, ou mesmo amigo.



41

O tempo se perdendo e sem noção
Do quanto pude ou mesmo poderia
Esparso caminhar no dia a dia
Transforma meu desejo em ledo não
E quando novos dias me trarão
Além da velha noite em agonia
O quanto desejei em fantasia
A vida noutra nova direção,
Esbarro nos degredos contumazes
E sei de cada instante aonde trazes
Apenas o vazio onde desfilo
Erráticos anseios dizem quando
O mundo de tal forma transtornando
Aonde se quisera mais tranquilo.


42

Há tanto que procuro sem descanso
Algum local aonde descansar,
E tanto desenhando em ledo mar
O quanto na verdade não alcanço
E quando imaginando algum remanso
Já nada mais encontro a divagar
Senão a mesma sorte a mergulhar
No vago desenhar aonde avanço,
E sei que nada tenho nem teria
Sequer a mais feliz alegoria
Um tempo desenhado em puro ocaso,
O cético cenário se apresenta
E bebo cada noite mais sangrenta
A vida não se dando em rumo e prazo.


43

Espero alguma luz onde não há
E o quanto se fizera em dor e verso
Apenas noutro rumo ora disperso
Marcando o quanto tento desde já
Sem ter qualquer momento aqui ou lá
Vagando sem descanso no universo
Atroz aonde apenas desconverso
E tento algum momento onde haverá
Medonha face exposta aonde nada
Resume o caos e gera a desarmada
Estância enquanto ainda pude
Viver o pouco mesmo que me resta
Gerando dentro em pouco a voz funesta
Mesquinha noite em rústica atitude.

44

Esbarro nos engodos e vagando
No todo aonde um dia pude ao menos
Viver outros segundos mais serenos
Ou noutro caminhar me desvendando,
O tanto quanto quis se sonegando
Apenas entranhando tais venenos
Em olhos tão medonhos quão pequenos
Meu mundo se perdera desde quando,
Esbarro nos anseios contumazes
E os dias mais terríveis que me trazes
Já não comportariam qualquer luz,
O tanto quanto pude na verdade
Enquanto a vida nega a realidade,
E o todo noutra história reproduz.

45


Jogado pelas rotas mais atrozes
Espúrio caminheiro em tom nefasto
Enquanto do meu rumo ora me afasto
Apenas ouço amargas, ledas vozes
E sei do quanto em mim traduzem fozes
E o canto mais atroz deveras gasto
Explode num momento e neste casto
Cenário o que pudesse me desgasto,
Esvaio nos anseios mais vorazes
E sei quando no fim já nada trazes
Senão a mesma face mais sutil,
Aonde o meu caminho se esvaíra
Tocado pelas ânsias da mentira
Matando o quanto resta e não se viu.

46


O tempo não permite qualquer luz
Senão a quanto tenho e não tivera
O mundo se despede em vaga esfera
E a morte num instante me conduz
O preço a se pagar; espúria cruz
E o canto na verdade não tempera
Sequer outro caminho aonde a fera
Revolta-se e transcorre além do jus,
Esbanjo o meu anseio no vazio
E quando outro momento desafio
Encontro tão somente o quanto pude,
E sei do meu temor enquanto tento
Vencer a cada dia o sofrimento,
E o quanto me restara desilude.

47

Só peço que me deixes nesta paz
Aonde se amortalha o dia a dia,
E a morte finalmente eu poderia
Traçar em passo rápido e voraz
E neste desenhar o que se traz
Além da mera sombra em agonia
Esvai em luz temível, na heresia,
E nisto encontraria o que me apraz,
Vencer os dissabores, finalmente
E ter o quanto quero e se apresente
Mortificada sombra do vazio,
E neste desenhar em tom medonho,
Concretizando enfim o ledo sonho,
Enquanto a cada verso o vão desfio.


48


Apresentando apenas o que tenho
E sigo sem destino ainda ao nada,
E vejo noutra face desenhada
A morte em tanto ledo e vago empenho,
O ocaso mais atroz, mesmo ferrenho
Destroça o quanto pude em cada estrada
Vagando sem sentido outra alvorada
No todo mais diverso me desdenho,
E esbarro nos cenários onde tento
Vestir a fantasia e me alimento
Apenas de esperança e nada mais,
O caos gerado em mim já não comporta
Sequer a solução que vejo morta
Envolta nos temíveis vendavais.

49

Escasso sonho dita o quanto pude
Sentir e nada ter senão vazios
E os olhos entre vários desafios
Mostrando este cenário atroz e rude,
O quando já perdera em juventude
Vagando sem sentido os tantos rios
E neles mergulhando em tais vazios
O manto se mostrando em plenitude,
O caos se desenhando a cada instante
E neste delirar o que garante
Esboça tão somente o fim de tudo,
E quantas vezes tive em minhas mãos
Além dos dias mortos, todos vãos,
O passo aonde ao fim me desiludo.


50

Expresso o meu caminho no non sense
E sei do quanto resta dentro da alma,
A vida noutra face não acalma
E gera o que decerto me convence
E o quanto ainda resta ou mesmo penso
Num átimo mergulha no meu nada
E a morte há tanto tempo desejada
Traduz o que decerto diz do imenso
Cenário aonde o mundo em distonia
Pudesse desejar apenas isto,
E quando vejo o fim eu já desisto
E a vida na verdade não traria
Sequer algum alento ou mesmo a paz,
Aonde o meu olhar se faz mordaz.


51

Já nada mais teria senão isso
O fim a cada instante se aproxima
E sinto do temor o turvo clima
Em solo tantas vezes mais mortiço,
O tempo noutro rumo perde o viço
E o quanto da verdade não se estima
Apenas a mordaça não redima
O quanto a cada engodo é movediço,
O caos se torna mesmo costumeiro
E a morte se entornando em meu canteiro
O ocaso de uma vida prenuncia
Somente esta mortalha me acompanha
E vejo a minha dor, ora tamanha,
Gerando a cada instante esta agonia.

52


Já nada mais comporta o passo quando
Eu vejo a mesma cena repetida
E neste desenhar já sem saída
O mundo noutro rumo desabando,
O todo se aproxima e mais nefando
Não vejo a vida alheia repartida
E sei da minha história presumida
No quadro mais temido, em contrabando,
O ocaso se desenha em leda injúria
E o quanto se aproxima em tal lamúria
Expressa a solidão e nada além,
O vago caminhar em meio ao nada
Marcando com terror a falsa estada
Enquanto o meu caminho não convém.


53


Apresentando apenas o que há tanto
Pudesse ser diverso e nada houvera,
Apenas solidão, mesma quimera
Aonde o meu caminho eu adianto
E morto desde quando ainda espanto
O medo noutra face destempera
E trajo este nefasto em turva espera
Enquanto no final nada garanto
Medonha exposição de vã carcaça
E nela o dia a dia se esfumaça
Tramando o sortilégio de estar vivo,
O quanto ainda tenho dentro em mim,
Toando este cenário de onde eu vim
Somente da esperança então me privo.


54


O tanto quanto pude acreditar
E agora no final já nada expõe
Apenas o cenário se compõe
No rústico caminho sem notar
Ainda poderia até restar
O quanto noutro instante recompõe
E mata o que deveras não repõe
Senão ao mesmo caos vai me levar,
E esgoto cada passo neste instante
Matando o quanto resta e se garante
No tétrico desenho em rispidez
Apenas poderia ser diverso
Do quanto ainda tento e mesmo verso
E a vida noutro instante já desfez.

55

Espero pelo menos um segundo
Aonde o meu caminho poderia
Seguir a mesma face atroz e fria
Na qual e pela qual ora me inundo,
O cais afasta o sonho noutro mundo
E bebo do meu pranto em agonia
E o todo noutro engodo me traria
Somente o mesmo olhar mais vagabundo,
Esgoto cada passo num estio
E tento ou mais ainda desafio
Cerzindo a solidão invés da luz,
E o cético cenário se moldara
Marcando com terror cada seara
E nela o meu cenário em corte e pus.

56


Já tento pelo menos algo além
Do quanto na verdade ainda resta
A vida penetrando em mera fresta
Traduz o meu caminho em tal desdém,
E o quando noutro rumo ainda vem
Marcando com terror a vã, funesta
Loucura aonde o todo já se empresta
E deixa o sentimento qual refém,
Do todo ou mesmo até do que pudesse
Gerar após a vida em tal benesse
E trama com terror o caos em mim,
Cerzindo a sorte em nada ou mesmo vaga
Ainda quando a sorte já se traga
Eu vejo tão somente o ledo fim.


57


Não mais comportaria algum momento
Aonde o todo esboça reação
E sei dos dias tolos que virão
Matando o quanto resta em sentimento,
Ainda quando um rumo eu teimo e invento
No todo se perdendo a precisão,
Ocasos mais diversos me trarão
No farto desenhar o desalento,
Esbarro nos meus ermos e presumo
O quanto desta vida em ledo sumo
Adentra o quanto resta e nada traz
Senão a face exposta em vaga luz
E sei do meu caminho em leda cruz
E o passo mais medonho, e contumaz;

58


Esqueço qualquer trama enquanto pude
Vestir esta diversa fantasia
E o medo noutro rumo me traria
Apenas a mortalha em plenitude
Ainda que deveras eu transmude
A sorte numa opaca alegoria
E nela tão somente se veria
O quanto a cada ausência desilude.
Jogado nalgum canto desta casa
A vida noutro instante não embasa
E o todo que inda trago eu mal reparto
Na solidão; imerso eu vejo o fim
E o todo se traduz no quanto enfim
Descanso eternamente em ledo quarto.

59

A morte, esta divina fantasia
Aonde algum descanso se prometa
O lúdico demônio, este cometa
Ao quanto na verdade me traria
Expressa a mais suave alegoria
E quando no vazio me arremeta
Levando com ternura e traz por meta
Apenas a esperança atroz e fria,
O fato de talvez ter resistido
E nisto a cada instante mais duvido
Do caos gerado em mim, leda insistência
A vida em sortilégios mais audazes
E neste desenhar tanto me trazes
Causando o quanto possa; impertinência.

60


Aonde poderia haver a luz
Somente outro momento em trevas, vejo
E o quanto na verdade inda desejo
Apenas o cenário reproduz,
E o todo noutra face me conduz
Aonde se desenha em tal despejo
O rústico momento malfazejo
Gerado pela insânia em leda cruz
O quanto se permite e nada diz
Do medo mais atroz, em cicatriz,
Esbarro nos meus erros contumazes
E sei dos dias tétricos; e vago
Buscando da esperança algum afago
Embora outros momentos; vãos, tu trazes.


61

Já não mais caberia alguma sorte
A quem se desejara além do não
E o tempo mostra a mesma imprecisão
Aonde o meu caminho não comporte
Senão tal desdenhar e sem meu norte
O medo se transforma em decisão
E os dias doravante não trarão
Sequer o quanto possa em vago aporte,
Esbarro nos meus erros e prossigo
Sabendo tão somente do perigo
Audaciosamente enfileirado,
Do trôpego cenário aonde eu vejo
O canto mais atroz e num lampejo
Mergulho sem defesas no passado.


62

Esboço tão somente as mesmas vozes
E tento acreditar noutro momento
E quando alguma luz ainda invento
Encontro os meus caminhos mais atrozes
E sigo estes cenários, meus algozes
E sinto tantas vezes desalento
E quanto noutro caos o sofrimento
Explode em ritos lúbricos, ferozes,
Ocasionando apenas o final,
E nele vejo o mundo atemporal
Gestado pelo insano dentro em mim,
Apresentando apenas desencanto
Aonde no final ledo eu garanto
O todo se esvaindo até o fim.


63


Apenas poderia acreditar
Num único cenário aonde um dia
A vida noutra forma tramaria
Deixando cada coisa em seu lugar,
O todo se perdendo a trafegar
Gestando dentro da alma a torpe via
E nela outro momento se veria
Matando o quanto pude imaginar,
Encontro os meus retalhos mais profundos
E sigo sem saber de novos mundos
Escondo meu caminho neste rumo
E quando desenhara apenas isto
O quanto ainda tento ou já desisto
Decerto noutro engodo mal me assumo.

64

Encontro a face exposta da verdade
E bebo sem sentido o quanto pude
Marcado este cenário em tom mais rude.
A vida pouco a pouco se degrade,
E o quanto deste sonho se degrade
E nisto tão somente desilude
Ainda quando houvesse a plenitude
O mundo me traria a velha grade
E o carma desenhado em medo e pranto
Aonde no final nada garanto
Somente este cenário ainda vivo
E o todo se perdendo num momento
Enquanto novo passo; ainda tento
Eu vejo apenas sonhos, lenitivo.


65

Apresentando apenas esta cena
Aonde o que pudesse não existe
E sigo caminhando atroz e triste
Enquanto a própria vida me envenena,
Bebendo cada gota onde condena
O passo noutro rumo agora em riste
E o canto mais voraz inda persiste
Matando o quanto pude e me serena,
Não tenho mais saída, e vejo o fim
Tocando dentro da alma e sei que assim
Já nada mais traria senão morte,
A pútrida verdade se esvaíra
Medonha face exposta da mentira
E nela cada engodo me comporte.


66


Jogado pelas ruas, qual fantoche
Sem nada mais senão tal heresia
O quanto do viver diz fantasia
E o medo noutro rumo já deboche,
Ao menos poderia acreditar
Num último momento em paz, mas nada
Do quanto desejei traduz a estrada
Aonde já não posso caminhar
Espectro do que fora um sonhador
Agora nas sarjetas, mero pária
A sorte tantas vezes temerária
Expressa tão somente a minha dor,
E ocaso após ocaso sigo ao fim,
E neste desenhar do nada eu vim.


67

O privilégio dita normas quando
O mundo se perdera noutra face,
E quando a realidade se mostrasse
Ou mesmo noutro instante em contrabando
O quadro se transforma e transmudando
Trouxesse tão somente algum impasse
E o todo noutro rumo se traçasse
Ainda noutro rumo se tomando
A morte se transforma em solução
E o quando deste traço desde então
Eu vejo além do cais e bebo a sorte
Desnuda solidão a cada passo,
E neste desenhar já me desfaço
Sem nada que deveras me conforte.


68

O dia se perdendo num segundo
E o todo se traduz em pouco ou nada,
Apenas vislumbrando a mesma estrada
Aonde noutro instante me aprofundo
Esbarro neste sonho, um novo mundo
E morro a cada esquina em desenhada
Estância há tanto tempo destroçada
Enquanto todo passo em vão confundo
Esvaecendo aos poucos neste inferno
Nas tramas do vazio ora me interno
E bebo a tempestade mais atroz,
Já nada mais concebo e se desisto
Apenas no final ledo eu consisto
Sabendo no vazio logo após.

69

A morte se aproxima e me tocando
Transforma a minha ausência em solução
E os dias mais temidos mostrarão
Apenas um cenário bem mais brando,
E o todo neste rumo se tomando
Entranha como fosse a direção
Aonde se aproxima a embarcação
Neste cenário torpe me inundando,
Vestígios de esperança? Para que?
O todo na verdade não se crê
Senão na face espúria mais atroz
E selo sem temor o meu caminho
Ainda quando mais mero ou mesquinho
Calando num instante a minha voz.

70


Já nada mais trouxera senão isto
E o tétrico desenho ainda vive
No quanto a solidão de tudo prive
E neste desenhar ora desisto
E quando poderia não consisto
E sinto que a mortalha agora crive
O passo mais altivo enquanto estive
Ousando num tormento onde persisto,
Escassos dias dizem do meu tempo
E a cada novo engodo um contratempo
Esboça a solução deste problema
Sem nada que deveras pude ver
O todo se tramando em tal poder
Não traz sequer ainda outro dilema.


71

O medo em consonância com a sorte
Marcando o dia a dia de quem sonha
Gerando a vida atroz mesmo enfadonha
Sem nada que deveras me conforte,
Ao ver este cenário sem suporte,
A face se desenha mais medonha
E o quanto do meu mundo em vão se enfronha
Matando o que pudera ser um norte,
Ansiosamente busco alguma luz
Alhures e em verdade não conduz
Senão ao mesmo engodo corriqueiro,
E o verso que pudesse em louvação
Mudando noutro rumo em aversão
Transforma-se no encanto derradeiro.

72

Já nada mais teria senão medo
E o quanto se pudera acreditar
Tomando com temor cada lugar
Aonde na verdade mal concedo
O passo desenhando o desenredo
E nele sem saber onde parar
O vento adentra o quanto deste mar
Ainda traz no cerne algum segredo
E vejo tão somente a tempestade
E nela cada engodo onde degrade
O sonho de quem tanto quis a glória
A vida se transforma em solitária
E o velho coração do pobre pária
Agora se transborda em vaga escória.

73

Na sorte mais atroz entre as diversas
Pudesse acreditar noutro momento,
E quando algum instante em paz eu tento
As horas são deveras mais perversas,
E quantas vezes teimas, desconversas
E geras novamente o desalento
E o tanto quanto pude estar atento
Em luas mais distantes ora versas,
Esboço fantasias e no fim
O todo se esvaindo já de mim
Deixando como rastro este não ser,
O mundo noutra face se desenha
E a máscara nefasta mais ferrenha
Ditando tão somente o desprazer.

74

Ocasos dentro da alma de quem tenta
Vencer o quanto resta desta vida
Marcada pela sorte destruída
E nela se percebe outra tormenta
A dita tantas vezes violenta
E a porta noutra face sem saída
E deste desenhar a descumprida
Vontade no final não apascenta,
Geadas dentro da alma, tão somente
E quanto mais ainda o sonho eu tente
Esbarro nos enganos mais mordazes
E quando algum momento em claridade
Aos poucos dos meus olhos já se evade
Apenas a mortalha tu me trazes.


75


Não tenho mais sequer alguma chance
E o caos se aproximando ora de mim
Deixando o meu caminho já sem fim
Enquanto no vazio o sonho lance,
O todo se mostrando em tal nuance
Matando neste estio o meu jardim,
Mortalha se aproxima e gera enfim
O quanto poderia em ledo alcance,
Esbarro nos meus erros e percebo
O amor como se fora algum placebo
E nada do meu canto ainda trama
Além deste vazio dentro da alma,
A vida na verdade dita o trauma
E apaga da esperança qualquer chama.


76


Já não comportaria mais segredo
Aonde tantas vezes quis além
Do quanto na verdade inda contém
Caminho com certeza amargo e ledo,
O todo noutro rumo já degredo
E trago tão somente este desdém
Do sonho mais atroz, mero refém
E o quanto ainda vejo não concedo,
Esboço reações e sei do nada
Enquanto procurara alguma estada
Diversa da que tanto trago agora,
A vida noutra face se apresenta
E o quanto da saudade mais sangrenta
Aos poucos sem sentido me devora.

77


Jorrando pelos olhos lacrimejo
Deitando dentro em mim tal tempestade
O sonho noutro rumo ora se invade
E o todo no vazio agora eu vejo,
O mundo aonde o cais ainda almejo
No tanto se perdendo em vã verdade,
O caos se aproximando gera a grade
E mata com certeza algum lampejo,
Esbarro nos engodos de quem sonha
E sabe muito bem desta bisonha
Escada em tantos erros construída,
Mergulho neste abismo e nada trago
Senão a mesma face em ledo estrago
Matando o quanto resta desta vida.


78

Já não pudera crer noutro momento
Diverso do que agora se apresenta,
E o todo se transforma na sedenta
Vontade aonde um novo rumo eu tento,
E o canto mais feroz exposto ao vento
Enquanto a realidade se aparenta
Ousando nesta torpe vestimenta
Tornando sem sentido o pensamento,
Escassos dias trazem esperança
E a voz quando no nada ora se lança
Expressa a solidão e nada mais,
O todo se presume no vazio
E gera dentro da alma o mesmo estio
Aonde eu desejara temporais.

79

Cerzindo uma mortalha a cada instante
Enluto meus caminhos entre os vagos
Delírios mais atrozes, meus estragos
E neles tão somente degradante
Imagem na verdade se adiante
E bebo a fantasia em largos tragos
E vendo a placidez de antigos lagos
O quanto se procura não garante
A morte se apresenta em solução
E sei dos dias turvos que virão
Matando uma esperança sem defesas,
E os sonhos mergulhando no vazio
Apenas o que tento e não recrio
Transforma as mais diversas correntezas.


80

Um ermo dentro da alma e nada mais,
Assim eu traduzira nosso caso,
E o passo noutro rumo quando atraso
Preparo tão somente os funerais
E o vento sem destino, ledo cais
A cada novo engodo mais aprazo
E o tempo sem fazer da vida ocaso
Esbanja noutros riscos desiguais,
Esbarro nos meus erros e procuro
Vencer o quanto tenho em tom escuro
Desta alma sem sentido nem valia,
Ainda mesmo quando quis a sorte,
Somente o que decerto me conforte,
Embora tão distante, a poesia.


81

O nada após o nada diz do quanto
A vida se fizera noutro instante
E vejo tão somente o degradante
Caminho enquanto nada mais garanto,
O todo num momento se adiante
E marque qualquer tédio em tal quebranto
E quando novo rumo ainda espanto
Ousando mesmo enquanto ou doravante,
Assisto à derrocada e nada tendo
Senão a face amarga e desastrosa,
O mundo se desenha em polvorosa
E o tempo num cenário tanto horrendo
Expressa a solidão e nada além
Do errático caminho que convém.

82


Já não me bastaria ter no olhar
Apenas a incerteza mais sutil,
E o quanto do meu mundo se previu
Matando o quanto pude desejar,
A vida se traçando em tal lugar
Traduz apenas ledo anseio vil,
E o todo noutro rumo repartiu
Ainda quando entranho o velho mar,
Esgoto o meu caminho neste imenso
Delírio e sei da vida enquanto penso
Apenas na saída e nada mais,
Envolto nos meus erros, nada sigo
Somente condenado ao desabrigo
Enfrento desmedidos temporais.


83


Olhando para trás o quanto creio
Perdendo a direção, já nada traz
E o rústico cenário mais tenaz
Ainda se mostrara mais alheio,
E quando o meu caminho em vão anseio
E busco o que ficara para trás
O corte se aproxima e mais audaz
O passo se traçando em devaneio.
Escuras caminhadas, noite vaga
E apenas este anseio a vida traga
E mate em nascedouro cada sonho,
No afã de ser feliz, eu me perdendo
A vida transformada num remendo
Por vezes tão terrível quão bisonho.


84


Um campo de batalhas, vida expressa
O todo num momento em desafeto
E quando do vazio eu me repleto
A sorte sonegando uma promessa,
Seguindo o meu caminho já sem pressa
O quanto desejara em predileto
Momento na verdade não completo
E ao nada cada passo se endereça.
Vestígios de uma vida sem proveito
E quase abandonado em vão me deito
Regendo cada sonho em noite escassa,
E o todo quando o quis se sonegando
O rumo noutro dia mais infando,
A sorte num segundo esvai e passa.

85

Jogado sobre as pedras, rocas, farta areia
O medo se aproxima do meu sonho
E a cada novo passo decomponho
O quanto esta verdade ainda anseia,
E a queda noutra face me incendeia
E traz um dia amargo ou enfadonho,
Pudesse ter um tempo mais risonho
Em lua sempre clara, bela e cheia,
Mas tudo não passando de ilusão,
Encontro tão somente a solidão
Aonde poderia haver a sorte,
Sem nada que inda mostre alguma luz,
O corte na verdade reproduz
A velha heresia sem suporte.


86

Jamais imaginara outro momento
Senão aquele velho aonde um dia
Pudesse desenhar em fantasia
O quanto ainda busco ou mesmo invento,
Presumo tão somente o sofrimento
Enquanto a própria história nada urdia
O amor somente dita esta utopia
E nela vejo o fim, alheamento,
Esvai-se em tal sangria a minha sina
E o nada neste instante determina
O fim do meu caminho em pedra e medo,
O todo que pudesse ser diverso
Agora num momento mais perverso,
Mudando num segundo o velho enredo.

87

Já não me cabe mais sonhar, portanto
O mundo não traduz felicidade
E quando a fantasia agora evade
Deixando no lugar o desencanto
O passo noutro rumo eu não garanto
E a morte se mostrando em realidade
Expondo cada olhar, leda saudade
Gerando tão somente o medo e o pranto,
Expresso em tons diversos meu momento
E quando ainda um canto eu tento
Vencendo os meus temores corriqueiros
Os tempos se moldando em dor e tédio
A vida não produz qualquer remédio
E os ermos são decerto os derradeiros.


88

Presumo tão somente a queda quando
O mundo se mostrasse mais atroz
E nada se trazendo logo após
O quadro noutro rumo se formando,
O dia se moldara mais nefando
Negando o quanto houvera em mansa voz,
E o rio se perdendo em leda foz,
A porta pouco a pouco se fechando,
Aprendo com meus erros, nada mais
E o carma se desenha em vendavais
E nisto nada trago senão medo,
O caos se transformando dia a dia
Ainda quando a luz eu poderia
Vislumbro tão somente o desenredo.


89


Ourives da esperança a fantasia
Expressa o quanto tenho ou mais quisesse
A vida noutro rumo sem benesse
Apenas o vazio se recria
E o quanto da verdade não se tece
Ou mesmo o meu caminho nega a prece
Marcando com terror esta agonia,
Esbarro nos meus erros e procuro
Vencer este cenário atroz e duro
E nada mais teria após a queda
E a vida outro momento em paz não traz
Deixando este cenário mais mordaz
E o todo num instante agora veda.

90


A queda anunciada há tantos anos
O medo se transforma em corriqueiro
E o quanto poderia mais ligeiro
Apenas se traduz em velhos danos,
Ainda mesmo envolvo em desenganos
O canto se mostrando em verdadeiro
Caminho molda o tempo derradeiro
E nele tantas vezes morrem planos
E sinto se esvaindo o quanto rude
Cenário aonde tudo desilude
E mata esta esperança que inda houvera
Acasos entre ritos e medonhas
Verdades onde tanto ou nada ponhas
Traçando tão somente esta quimera.


91

Tristeza dominando cada passo
Aonde poderia noutra sorte
Algum momento em paz que me conforte
Aos poucos ledamente eu me desfaço,
O sonho quando vem; somente escasso
Negando da esperança algum suporte,
A cada nova ausência o mesmo corte
Já não terei sequer qualquer espaço.
A morte talvez trace a redenção
E neste caminhar somente em vão
O todo se perdendo em incerteza,
Do mundo me perdendo sem sentido,
O quanto se apresenta desvalido
Apenas aumentando esta tristeza.


92


O olhar perdendo o nexo traduzira
Apenas o que a vida sonegara,
Marcando em tez profunda tal seara
A sorte se transforma em vã mentira
E o quanto deste sonho se retira
E nada mais em troca se prepara,
Vontade destroçando esta seara
Enquanto a Terra insanamente gira,
O caos se aproximando dos meus dias,
E quando nova senda tu trarias
Esbarro nos meus erros e persisto,
Olhando para o nada, vejo apenas
Enquanto noutras faces me condenas
A face deformada de Mefisto.

93


Sou triste, e de tal forma sigo a vida
Tocada por anseios e torturas
E quando nova senda tu procuras
A sorte se prepara em despedida,
No quanto cada tarde fora urdida
Em meio às vãs imagens e loucuras
As horas não seriam mais seguras
A estrada há tanto tempo já perdida,
Não vejo outro cenário nem talvez
Ainda o quanto quero e se desfez
Nesta ânsia sem sentido aonde eu traço
Um rumo em desvario tão somente
E a queda a cada dia se pressente
Gerando dia a dia o descompasso,

94

Cansado desta luta sem razão,
Apenas vejo o fim e nada além,
E quando a fantasia ao longe vem
Os dias se perdendo num senão,
Somente novos tempos mostrarão
O quanto do viver traça em desdém
Ou deixa esta esperança muito aquém
Do rústico cenário, imprevisão.
A morte que dos erros me redima
Tornando suportável este clima
Extrai dos meus tormentos, alegria,
E o resto de esperanças se perdendo
Num ato tão audaz, porquanto horrendo
Aonde o meu caminho adentraria.


95


Já não comportaria qualquer passo
Além do meramente desenhado
No corte tanta vez visualizado
E nele o mesmo tempo ainda grasso,
Vestindo este tormento, nada faço
E bebo do vazio desdenhado
Ou mesmo de outro tempo anunciado
Tomado pelo medo, e por cansaço.
Encontro os meus anseios e presumo
Apenas o que tento num resumo
Toando dentro da alma esta cantiga,
Assaz insatisfeito ou mesmo quieto,
Aonde poderia ser diverso
Ainda neste rumo insisto e verso,
Enquanto noutro enfado eu me completo.


96

Já não mais caberia acreditar
Nos sonhos mais diversos e senti-los
Enquanto tantos dias mais tranquilos
Perdendo qualquer rumo, noutro mar,
Presumo o que pudesse num estilo
Disperso do mais tolo desenhar
E quando se percebe a naufragar
O quanto noutro enfado inda destilo,
Essencialmente a vida dita normas
E neste desenhar tudo deformas
Medonha face exposta da verdade,
E o canto em discordância gera enfim
O nada que persiste vivo em mim,
Ainda quando o sonho, torpe, brade.


97


Já não comportaria uma ilusão
Aonde o meu caminho se fez falso
E a cada novo dia um cadafalso
Dos sonhos e delírios, expressão.
Esbarro nos momentos que virão
E sei de cada passo em tal percalço,
E quando noutro rumo ainda calço
Os ermos num vazio ou mesmo em vão.
Espalho a fantasia noutro rumo
E quantas vezes; vejo e ali me esfumo
Bebendo em grandes goles o jamais.
E o todo desejado não existe,
Somente o meu olhar alheio e triste
Em meio aos mais diversos temporais.

98

O quanto se imagina em tom diverso
Do nada ou mesmo até do quanto pude
Sentir esta presença atroz e rude
Tocando com terror cada universo
E quando sobre o medo ainda verso,
Ousando noutro passo em atitude
Diversa da que tanto desilude
Enquanto sigo apenas já submerso,
Esbarro nos meus erros e sei bem
Do quanto na verdade não convém
Ao mais sublime passo rumo ao fim,
Negando melhor sorte a quem se dera
A flórea maravilha em primavera
Enfrenta o longo estio em meu jardim.


99


Não mais comportaria uma esperança
Aonde o meu caminho se fez ledo,
E quando noutro rumo eu me concedo
O passo no vazio agora avança.
Ousando no final em tal lembrança
Viceja dentro da alma este segredo
E o quanto poderia noutro enredo
Ao nada simplesmente ora se lança.
E vendo que me resta tão somente
O sonho enquanto o nada se apresente
Maçante dia a dia não me traz
Sequer algum instante em glória plena
E o todo noutro rumo me condena
Matando o quanto houvera ainda em paz.

100

As folhas neste outono, ledo abril,
Entornam sobre o solo, morta imagem,
E o quanto se presume na paisagem
Expressa o que decerto já se viu
Num ato mais feroz e até sutil,
Mudando num instante toda a aragem,
O sonho em esperança, vã miragem
Enquanto um descaminho presumiu
O fim deste cenário e num inverno
Adentro e sem saída ali me interno
Até o fim dos dias; noutro instante,
A morte ronda e toma cada passo,
E toda esta certeza aonde eu traço
Apenas o final torpe, garante.


101


Ascendo ao quanto pude imaginar
Em tantas heresias costumeiras
E mesmo quando sonho inda queiras
A vida se perdendo em tal lugar
Aonde nada resta, céu ou mar,
As horas desfraldando vis bandeiras
E nelas outras tantas corriqueiras
Pudesse pelo menos desejar
A sorte mais diversa e quando ao fim
Não mais comportaria o quanto em mm
Ainda restaria após a queda,
Vencido pelo tempo, nada trago
Senão a dor nefasta em tom tão vago
Na qual o meu caminho a sorte veda.


102

Jorrando dentro da alma as ilusões
Das quais já nada mais posso sentir
O quanto poderia resumir
Marcando com terrores, explosões,
E sei das horas vagas que propões
E nada persistindo num porvir
Distante do que tanto pôde vir
Em várias e inconstantes emoções,
Vislumbro os meus caminhos noutro rumo,
E apenas cada instante trama o fim
Do quanto quis e nada mais sentisse
Senão a mesma dor nesta mesmice
Toando o meu caminho sempre assim.


103


Pudesse acreditar noutro momento
E nada mais teria senão isto,
O quanto ainda quero e até persisto
Marcando com temor o sentimento,
Escuso de quem busca noutro vento
O rústico cenário enquanto insisto
E sinto apenas quanto não persisto
E nisto outro momento ainda tento
Esbarro nos meus erros nada mais
E vejo os dias tanto desiguais
E quando poderia imaginar
Enfrento as tempestades costumeiras
E noutro desenhar ainda queiras
Traçando mansamente outro luar.


104


No quanto a vida traça em tempestades
E mata cada sonho incauto ou lasso,
Meu canto noutro rumo já desfaço
Enquanto na verdade tu degrades
Ainda quando vejo imensas grades
Ou tantos caminhares noutro passo
E aos poucos noutro encanto sei do escasso
Momento aonde tudo tanto enfades.
Vagando sem destino ou sem sentido
O quanto poderia resumido
Num erro mais comum ou mesmo engodo,
Do cais tão necessário sem sinais,
Apenas entre corpos outros tais
Envolto pela lama em torpe lodo.


105


E deste teu amor a quem pudesse
Diverso dos meus sonhos mais felizes,
E quantas vezes; sito as cicatrizes
Envoltas em temida e louca prece,

O quanto do meu muno já se esquece
E nada superando velhas crises
A vida prenuncia em tais matizes
E noutro desenhar tudo padece

E nada mais pudera acreditar
Somente neste infausto delirar
O limo se transforma em contumaz

Cenário enquanto pude crer no fato
E todo este desejo ora constato
Diverso do que outrora quis em paz.

106

Bem sei que nada disso traduzira
Apenas um momento mais suave
E quando a própria vida tanto agrave
Matando o quanto fora em leda pira,

O olhar a cada passo em vão se atira
E nada mais deveras trace a trave
E quando a poesia negue a nave
Gerando tão somente esta mentira

O todo se desenha em puro ocaso
A vida não permite novo prazo
E traça na inconstância o quanto eu quis,

O fardo desenhando apenas medo
E quantas vezes; temo, sigo e cedo
Mudando este cenário em vão matiz.

107


Quem sabe te encontrei noutro momento
Diverso do que tanto quis e nada
Do tempo desenhando a vaga estrada
Causada pelo engodo em desalento

E quando alguma sorte; ainda tento
Vencido pelo rumo em leda estada
A face noutra tez já demarcada
Entregue sem defesa ao forte vento

Esbarro nos meus erros e prossigo
Sem ter sequer quem sabe um canto amigo
Ou mesmo algum sinal em liberdade,

O passo sem sentido noutro rumo
E quando os meus enganos eu assumo
O mundo noutro instante já degrade.


108


A vida não mais cabe a quem sonhara
Vencer os medos tantos com sorrisos
E quando os dias fossem imprecisos
Marcando com terror cada seara

A sorte noutro fato se escancara
E traça com momentos mais concisos
Os medos em medonhos prejuízos
E a sorte noutro lado desampara

Evado-me dos sonhos e me perco
A dor aperta aos poucos cada cerco
E traz a solidão como bandeira

A luz aonde a quis em plenitude
Aos poucos dominando desilude
E traça o que não sonho nem mais queira.


109



Eu quero desfrutar apenas paz
E nada deste sonho traduzisse
Além do quanto posso ou tal mesmice
Traduz o que em verdade se desfaz,

O passo sem sentido ou mais mordaz
Enquanto a própria vida já desdisse
Traduz o mais temível em tolice
E gera outro tormento pertinaz,

Olhando o quanto resta de esperança
A vida no vazio ora se lança
E traça tão somente este cenário

Aonde o meu caminho se fez ledo
E sinto tão somente o desenredo
Num tempo tanta vez desnecessário.


110


E conhecer teu corpo poderia
Trazer alguma luz a quem se trama
Ainda no vazio em torpe chama
E morre sem sentido a cada dia,

A vida desenhando esta heresia
Apenas na verdade dita o drama
Aonde a solidão decerto inflama
E mata pouco a pouco a fantasia

E tanto quanto pude acreditar
Desenha o desvario em tal lugar
Enquanto eu quis a sorte mais feliz

O mundo se perdendo a cada passo
Somente o meu caminho em vão eu traço
Diverso do que outrora ainda quis.


101


Ascendo ao quanto pude imaginar
Em tantas heresias costumeiras
E mesmo quando sonho inda queiras
A vida se perdendo em tal lugar
Aonde nada resta, céu ou mar,
As horas desfraldando vis bandeiras
E nelas outras tantas corriqueiras
Pudesse pelo menos desejar
A sorte mais diversa e quando ao fim
Não mais comportaria o quanto em mm
Ainda restaria após a queda,
Vencido pelo tempo, nada trago
Senão a dor nefasta em tom tão vago
Na qual o meu caminho a sorte veda.


102

Jorrando dentro da alma as ilusões
Das quais já nada mais posso sentir
O quanto poderia resumir
Marcando com terrores, explosões,
E sei das horas vagas que propões
E nada persistindo num porvir
Distante do que tanto pôde vir
Em várias e inconstantes emoções,
Vislumbro os meus caminhos noutro rumo,
E apenas cada instante trama o fim
Do quanto quis e nada mais sentisse
Senão a mesma dor nesta mesmice
Toando o meu caminho sempre assim.


103


Pudesse acreditar noutro momento
E nada mais teria senão isto,
O quanto ainda quero e até persisto
Marcando com temor o sentimento,
Escuso de quem busca noutro vento
O rústico cenário enquanto insisto
E sinto apenas quanto não persisto
E nisto outro momento ainda tento
Esbarro nos meus erros nada mais
E vejo os dias tanto desiguais
E quando poderia imaginar
Enfrento as tempestades costumeiras
E noutro desenhar ainda queiras
Traçando mansamente outro luar.


104


No quanto a vida traça em tempestades
E mata cada sonho incauto ou lasso,
Meu canto noutro rumo já desfaço
Enquanto na verdade tu degrades
Ainda quando vejo imensas grades
Ou tantos caminhares noutro passo
E aos poucos noutro encanto sei do escasso
Momento aonde tudo tanto enfades.
Vagando sem destino ou sem sentido
O quanto poderia resumido
Num erro mais comum ou mesmo engodo,
Do cais tão necessário sem sinais,
Apenas entre corpos outros tais
Envolto pela lama em torpe lodo.


105


E deste teu amor a quem pudesse
Diverso dos meus sonhos mais felizes,
E quantas vezes; sito as cicatrizes
Envoltas em temida e louca prece,

O quanto do meu muno já se esquece
E nada superando velhas crises
A vida prenuncia em tais matizes
E noutro desenhar tudo padece

E nada mais pudera acreditar
Somente neste infausto delirar
O limo se transforma em contumaz

Cenário enquanto pude crer no fato
E todo este desejo ora constato
Diverso do que outrora quis em paz.

106

Bem sei que nada disso traduzira
Apenas um momento mais suave
E quando a própria vida tanto agrave
Matando o quanto fora em leda pira,

O olhar a cada passo em vão se atira
E nada mais deveras trace a trave
E quando a poesia negue a nave
Gerando tão somente esta mentira

O todo se desenha em puro ocaso
A vida não permite novo prazo
E traça na inconstância o quanto eu quis,

O fardo desenhando apenas medo
E quantas vezes; temo, sigo e cedo
Mudando este cenário em vão matiz.

107


Quem sabe te encontrei noutro momento
Diverso do que tanto quis e nada
Do tempo desenhando a vaga estrada
Causada pelo engodo em desalento

E quando alguma sorte; ainda tento
Vencido pelo rumo em leda estada
A face noutra tez já demarcada
Entregue sem defesa ao forte vento

Esbarro nos meus erros e prossigo
Sem ter sequer quem sabe um canto amigo
Ou mesmo algum sinal em liberdade,

O passo sem sentido noutro rumo
E quando os meus enganos eu assumo
O mundo noutro instante já degrade.


108


A vida não mais cabe a quem sonhara
Vencer os medos tantos com sorrisos
E quando os dias fossem imprecisos
Marcando com terror cada seara

A sorte noutro fato se escancara
E traça com momentos mais concisos
Os medos em medonhos prejuízos
E a sorte noutro lado desampara

Evado-me dos sonhos e me perco
A dor aperta aos poucos cada cerco
E traz a solidão como bandeira

A luz aonde a quis em plenitude
Aos poucos dominando desilude
E traça o que não sonho nem mais queira.


109



Eu quero desfrutar apenas paz
E nada deste sonho traduzisse
Além do quanto posso ou tal mesmice
Traduz o que em verdade se desfaz,

O passo sem sentido ou mais mordaz
Enquanto a própria vida já desdisse
Traduz o mais temível em tolice
E gera outro tormento pertinaz,

Olhando o quanto resta de esperança
A vida no vazio ora se lança
E traça tão somente este cenário

Aonde o meu caminho se fez ledo
E sinto tão somente o desenredo
Num tempo tanta vez desnecessário.


110


E conhecer teu corpo poderia
Trazer alguma luz a quem se trama
Ainda no vazio em torpe chama
E morre sem sentido a cada dia,

A vida desenhando esta heresia
Apenas na verdade dita o drama
Aonde a solidão decerto inflama
E mata pouco a pouco a fantasia

E tanto quanto pude acreditar
Desenha o desvario em tal lugar
Enquanto eu quis a sorte mais feliz

O mundo se perdendo a cada passo
Somente o meu caminho em vão eu traço
Diverso do que outrora ainda quis.


111


Eu vejo uma esperança após a porta
E tento acreditar em novo mundo,
E quando de ilusões ora me inundo
Ao todo mais diverso a alma transporta

E o quanto na verdade ainda importa
No mor caminho em paz eu me aprofundo
E bebo deste claro e manso mundo
Aonde outra alegria me conforta,

O todo num instante toma a cena
Enquanto a voz suave me serena
Traduzo em verso o sonho mais feliz,

E o quanto inda pudera acreditar
Trazendo em plenitude este luar
Dos sonhos mais audazes já me diz.


112



De ser feliz em meio às tempestades
Gerando dentro da alma uma esperança
Aonde o meu caminho agora avança
E nela com certeza ainda brades,

Vencendo as mais sutis voracidades
Enquanto a sorte trama outra aliança
O amor gerado em luz e temperança
Traduz o quanto eu quis; felicidades.

Encontro a mansidão tão desejada
E sigo com certeza a doce estrada
Serena aonde possa traduzir

Um rumo mais sublime em raros tons
Momentos desejados, calmos bons
Perdendo a sintonia a cada passo,

Enquanto o dia a dia se transforma
A vida noutro rumo em vária norma
Expressa o que deveras já não traço.

113



Recebo teus carinhos e procuro
Vencer os meus anseios mais constantes
E quando novos dias me garantes
Traçando outro caminho mais seguro,

O quanto poderia neste escuro
Seguir em dias claros, radiantes,
E nestes desejares mais brilhantes
Num ato mais suave e menos duro

Adentro a fantasia de quem ama
E segue mesmo enquanto a vida é drama
Tramando algum sentido onde não há

Espreito num segundo nova rota
E quando a sorte traça ou mais denota
Espero uma alegria desde já...


114


Que sopra em meus cabelos mansamente
Depois da tempestade corriqueira
Ainda quando a paz deseja e queira
Ou mesmo noutro rumo se apresente

A vida tantas vezes se pressente
Dos sonhos e da sorte mensageira
A lua destes brilhos mensageira
Ao menos novo rumo diz semente,

E o quanto pude crer na eternidade
Enquanto a vida traça em liberdade
O todo mais sutil ou mesmo após

Vencendo os meus temores contumazes
E quando na verdade o que me trazes
Expressa com ternura a doce voz.



115


Amor que não me sai do pensamento
Gerando a cada passo a plenitude
Enquanto cada rumo se transmude
Gestando dentro em mim tal provimento,

E quando outro caminho; em paz eu tento
E nada neste tanto desilude
Deixando no passado um rumo rude
Marcando o dia a dia mais atento,

Encontro tão somente o que buscara
Na face mais audaz sobeja e clara
Tramando outro cenário aonde eu vejo

O tanto quanto a paz já poderia
Traçar outro cenário em alegria
E neste desenhar manso e sobejo.


116



Amor que me domina o dia a dia
Traduz felicidade a cada instante
E quanta claridade ora garante
Aonde toda a sorte moldaria,

Bebendo mansamente a fantasia
E nela todo passo se adiante
Mudando a minha vida num instante
E neste desenhar eu poderia

Vencer o quanto tento e não mais tive
Enquanto a sensação plena retive
Ousando ser feliz ou mesmo tento

Tramando noutro canto a glória intensa
Aonde o pensamento me convença
Domando com ternura o sentimento.


117

Eu quero dedicar um verso ao sonho
Enquanto mais pudesse ser feliz
E o mundo desenhando em tal matiz
Motivo para o qual tanto proponho

E busco tão somente quando enfronho
Um tempo aonde teimo enquanto o quis
Vencendo cada engodo e cicatriz
Deixando para trás cada bisonho

Esbarro nos meus dias mais felizes
E tento superar antigas crises
Singrando cada espaço em plenitude,

Vestindo a fantasia mais sutil,
Aonde todo o sonho se reviu
E nada mais deveras desilude.


118

Enganos tão somente e nada mais,
A noite desenhando este vazio
Aonde cada passo eu desafio
Em sonhos tão diversos, desiguais,

E quanto desejara magistrais
Cenários adentrando cada rio,
Vestindo o meu cenário aonde eu crio
Somente entre diversos vários cais,

Cerzindo a magnitude deste sonho
Enquanto a cada passo mais me enfronho
E bebo a plenitude deste verso,

E sinto a maravilha de seguir
Sem qualquer medo do porvir
Vagando pelo sonho onde o disperso.

119


O sonho mais bonito entre os que trago
Marcando em alegria cada instante
Aonde toda a sorte se adiante
E beba com ternura cada afago,

Dos dias mais felizes se me alago
Tocado pelo sol mais deslumbrante
Galgando paraíso que agigante
Um sonho com afeto imenso eu pago

E bebo a liberdade em verso e paz
E o todo noutro instante sempre traz
A sorte mais feliz que tanto eu quis

E sei deste desenho mais sublime
E nele cada engodo se redime
Tramando um dia a dia mais feliz.


120

Tu tens em mim o amante que insensato
Apenas mergulhando sem defesa
Seguindo a poderosa correnteza
Amor em plenitude ora constato

E quando neste imenso mar eu me ato
A sorte em tua vida sendo presa,
Tramando com ternura esta certeza
Seguindo a mansidão deste regato,

Vencendo os meus temores, sigo em frente
E nada do que tanto fujo ou mesmo tente
Transcende à magnitude deste instante

Aonde todo o sonho se agigante
E mostre a claridade em plenitude
Enquanto nada mais nos desilude.


121

Que entrega-se em volúpia sem defesas
A vida sem perguntas, simplesmente
E quando novo rumo ainda tente
Dos sonhos e vontades, meras presas,
As horas mais diversas, sem surpresas
O corpo dominando razão e mente
O todo se traduz e se pressente
Nas ânsias mais audazes, correntezas
Encontro cada passo além do cais
E vejo noutros rumos sempre iguais
Momentos mais audazes e profanos
Acumulando engodos nada além
O todo noutro rumo ainda vem
Traçar somente erráticos, vis danos.


122



Teus pés se for preciso rumo farto
E neste desenhar procuro a paz,
Enquanto o todo noutro instante se compraz
Ainda a fantasia eu mal reparto
E quando na verdade eu já comparto
Do passo tantas vezes contumaz
O ritmo com certeza me compraz
E traça na emoção sobejo quarto
Aonde a cada instante quero mais
Do quanto poderia em vendavais
E nestes meus anseios bebo a sorte
E tendo tão somente o que conforte
Encontro a poesia em verso e luz
E ao todo mais sobejo me conduz.


123


E cubro cada dedo com anéis
Cigana fantasia em lua cheia,
E vejo desta fúria que incendeia
Momentos mais atrozes e cruéis,
Bebendo dos meus medos infiéis
A sorte no vazio me rodeia
E gera outra verdade aonde alheia
A vida se mostrando em seus papéis
Expressa a solidão enquanto eu pude
Traçar ainda em mim tal atitude
Diversa da que tanto quis um dia,
E morto sem saída, meramente
Enquanto o meu caminho agora ausente
Enfrento cada passo em heresia.


124


Lambendo tuas coxas, águas mares
E nestes sensuais anseios vejo
O tanto quanto quero e num ensejo
Adentro sem defesa teus altares
E quando perceberes ou notares
O todo desenhado num desejo
Expressa o que deveras mais almejo
Em tantos, variados, vãos lugares,
Aspectos tão diversos santidade,
E o corpo noutro instante tudo brade
Gestando as fráguas tantas, heresias,
E destas maravilhas corredores
Marcados pelos sonhos onde fores
E num momento em luz transbordarias.


125


Eu faço o que quiseres sem perguntas
E assim na plenitude me entregando
O mundo se desenha desde quanto
As almas caminhando sempre juntas,
E nada do que tema ainda possa
Traçar outro cenário senão este
E quando em fantasias já reveste
O quando da esperança fora nossa
E o canto noutro tom se demonstrara
Gerando a maravilha em claridade,
Assim a cada instante já se invade
Domando com certeza tal seara
O todo desenhado em plenitude
Ultrapassando o quanto desilude.


126


E perco meu juízo a cada instante
Marcando com a luz mais desejada
Aonde se desenha a mansa estrada
Em raio mais diverso e deslumbrante,

O todo se desenha fascinante
E bebo a mansidão da doce estada,
No quanto se traduz uma alvorada
Em claro sol decerto irradiante

O tanto quanto quis quero e garanto
Toando este cenário sem espanto
Tocando com beleza este cenário,

O mundo se desenha em tom suave
E o quanto do meu sonho ainda grave
Um passo muitas vezes necessário.


127

Penetro cada furna onde pudesse
Sentir a plena força da emoção
E sei dos dias tortos que virão
E neles o meu rumo em vaga messe,

O todo noutro instante nada acresce
E gera tão somente a solidão
Meu passo com terror e imprecisão
No fundo a cada ausência mais se esquece.

Esbarro nos engodos costumeiros
Matando sem sentido os meus canteiros
Jogados pelas ânsias noutro enfado,

O todo prenuncia apenas erros
E sei dos meus caminhos em desterros
Toando este temor desesperado.


128


Estou, querida, enfim sem solução,
O marco desejado não mais veio,
E o passo se perdendo em devaneio
Jamais seria além da solidão,

Os dias noutros tantos perderão
O quanto da esperança inda rodeio
E o todo se transforma em ledo anseio
Tornando sem sentido algum verão.

Encontro dentro em mim meros sinais
De dias tão diversos e banais,
Matando uma esperança em nascedouro,

O sonho se estraçalha e nada traz
Senão a mesma imagem tão mordaz,
Resumo do meu sonho em vão tesouro.


129



A fazer com vontade um verso quando
O mundo não permite qualquer sonho,
E o todo neste instante mais bisonho
Aos poucos noutro rumo se tomando.

O peso do sonhar tanto envergando
O canto enquanto posso e nada enfronho,
O dia mais atroz, ledo e enfadonho
Cenário mais audaz se deformando.

Ocasos entre engodos, nada além
Do quanto na verdade ainda tem
E marca com terror o ledo enfado,

O sonho se transforma num estorvo
O crocitar nefasto deste corvo,
Da vida em solidão, mero recado.


130


Beber e me esbaldar deste vazio
Enquanto poderia ser diverso,
E quando no caminho mais perverso
Apenas desenhando novo estio,

O mundo neste instante desafio
E sinto se esvaindo este universo
Aonde caminhara e mais não verso
Morrendo a cada instante, ledo e frio.

Espero apenas isto e nada mais,
Os dias se repetem são venais
E os erros mais atrozes num resumo

Entranham minha pele em tons atrozes
E quando da esperança escuto vozes,
Apenas sem essências eu me esfumo.


131

A mesa em cores várias tons diversos
E nestas faces turvas, virulência
A vida se negando em inclemência
Marcando com terrores universos

E os tantos desenhares mais dispersos
Tocando com terríveis ingerências
As sortes sem saber meras clemências
E nestes desenhares mais perversos,

Ocasionando a queda da esperança
Os dados, cartas, sortes, nada eu trago
E quando se imagina ainda vago

O todo noutro fim ora se lança
E o medo se reinando sobre tudo,
Somente a cada engodo desiludo.



132


A luz tão melancólica traduz
Opacos dias, turva fantasia
E neste desenhar nada veria
Sequer a mera face em leda luz,

O corte mais atroz já reproduz
O quanto imaginara em heresia
E o tanto quanto quis ou poderia
No fundo nada gera além da cruz,

Esbarro nos enganos costumeiros
E sinto os meus caminhos derradeiros
Marcados pela insânia e logo após

O rústico cenário se aproxima
E traça no final a leda estima
Calando da esperança qualquer voz.


133


Num ermo mais mesquinho me escondendo
Não tendo outro cenário a desenhar
O todo se perdendo num vogar
E dele nem sequer mero remendo,

Destarte este caminho agora horrendo
Pudesse noutro rumo decifrar,
Mas quando me imagino em ledo mar
O tanto noutro infausto percorrendo,

Esbarro nos engodos tão humanos
E somo a cada passo novos danos
E sinto se esvaindo a glória em paz,

O fogo se aproxima e transcende
Ao quanto da esperança se desprende
Tocando com terror face voraz.

134


Um pálido reflexo diz tanto
Do todo aonde um dia me entregara
A vida noutro rumo jamais clara
Prevendo tão somente o desencanto,

E quando alguma sorte; em vão garanto
Bebendo em tal terror leda seara,
A sorte no vazio se prepara
E traça tão somente este quebranto.

Restando ao sonhador a mera imagem
Qual fora no final tosca miragem,
O risco de viver se aprofundando,

O manto se desfia e nada traz
Senão a mesma face mais mordaz
De um tempo tão atroz quanto nefando.


135


Olhando para o tempo e percebendo
O todo se esvaindo em rapidez,
O sonho num momento se desfez
Deixando tão somente este remendo,

O quanto poderia num adendo
E o rústico cenário onde não crês
Desenha a mais completa insensatez
E o dia noutro infausto se colhendo

Meu mundo desditoso caminhar
Expressa noutro engodo o seu lugar
E mata o quanto pode em fantasia,

E assim dos meus cenários mais sutis
O quanto poderia já desfiz
E nada em seu lugar vejo e recria

136


Anelos tão diversos desunindo
O quanto poderia noutro passo,
O mundo neste sonho mais escasso
Aos poucos se presume quase findo,

O tempo noutro rumo se traindo
E neste desenhar ledo compasso,
Cenário mais atroz ora desfaço
E nada do que eu quero ainda brindo

Ocasos dentro da alma; leda sonha
E gera a mesma face mais medonha
E nada se traduz felicidade,

O pouco quando resta dita o fim,
E o canto se perdendo já de mim,
Enquanto a realidade torpe invade.


137


O quanto mais caduco o sonho em mim,
Marcando com terrores o quanto quis
E neste desenhar um aprendiz
Tramando este cenário trago o fim,

E o caos se desenhando de onde vim
Esbarra nos meus erros, chamariz
Do todo num cenário que infeliz
Expressa a solidão e marca enfim

O todo em consonante desenhar
E sei do meu caminho sem lugar
E deste meu delírio nada trago,

Senão a face dura da verdade
E nela cada passo se degrade
Trazendo o meu olhar ausente e vago.


138


Um golpe desferido lentamente
Traçando o quanto arisco poderia
Gerar além do caos a calmaria
E nada mais deveras inda tente,

O rumo noutro engodo se apresente
E mate o quanto pude em ironia
A vida com temor e hipocrisia
Expressa a realidade mais demente

O canto se transcende à realidade
E o nada noutro passo já degrade
Marcando com temor o quanto pude

Vencer os meus anseios mais tenazes
E quando alguma luz; ainda trazes
Apenas noutro engano a plenitude.


139


A mão sempre adestrada num vazio
E o medo se transforma em corriqueiro
Cenário aonde o canto derradeiro
Traduz o quanto tento em ar sombrio,

E quando o meu caminho eu desafio
E cevo num estio o meu canteiro,
O corte se aproxima e verdadeiro
Momento aonde o nada inda recrio

Esboço do que pode ou não haver
Matando o quanto houvera de prazer
Num ato sem sentido nem razão,

E o caos se transformando plenamente
Ainda quando inútil se apresente
Trazendo tão somente a indecisão.


140

Brumoso entardecer ditando a vida
No quanto se presume o fim de tudo,
E quando noutro passo desiludo
Sabendo desde já tal despedida,

A sorte desenhada ainda agrida
O quanto se perdera e não transmudo,
Mergulho no vazio e sigo ainda mudo
Traçando tão somente a voz perdida

E neste desenhar já nada trago
Sentindo a cada passo o rumo vago
Aonde na verdade nada tenho

Senão a mera fonte desairosa
Matando em meu jardim a leda rosa
E tendo o quanto vejo em tal desenho.


141


Passeia essa beleza pela casa
E sinto enquanto passa este perfume
E toda a fantasia se resume
No quanto tanto amor ora se embasa
Mudando num segundo o quanto atrasa
E neste desenhar ainda rume
Tocando cada instante em tal costume
Aonde toda a sorte não defasa
Ousando numa face bela e nua
Deixando com inveja a própria lua
Mergulho nos teus braços mais supernos
E sinto estes segundos raros, ternos
E tento desvendar cada beleza
Na intensa maravilha de conter
O todo desenhado em tal prazer
Dos sonhos sou deveras mera presa.


142


Que mansas caminheiras ditam tudo
O quanto mais preciso e até anseio
Das luzes e dos sonhos já rodeio
E neste desenhar não mais me iludo,
E quando neste instante agora mudo
Seguindo a maravilha em belo veio
E nisto a cada instante mesmo alheio
No todo aonde possa e mais transmudo
Vencendo os meus temores abissais
Desejo na verdade muito mais
Do quanto poderia e mais tivera
Na luz iridescente deste olhar
Marcando cada raio do luar
Gerando dentro em mim a primavera.


143

Vivendas onde vive a fantasia
Marcando com beleza sem igual
O rumo num instante sensual
Aonde todo o sonho se queria

O canto noutro instante em fantasia
Traria algum momento magistral
E nele a vida apenas desigual
Ao menos outro encanto mostraria

Mergulho neste instante e vejo além
Do quanto na verdade sem desdém
O todo desenhando em raro tom

E quando a sorte molda algum alento
Tocando sem defesa o que inda tento
Vivendo o que desejo em raro dom.


144


As ruas, alamedas, sonho tanto
Enquanto procurara ser feliz
O mundo noutro instante tudo diz
E o sonho mais audaz; quero e garanto.

O mundo num momento me agiganto
E traz o que deveras peço bis,
E sei do todo enquanto o quanto eu quis
Num rumo mais tranquilo sem espanto,

Vivendo a plenitude deste instante
Aonde o meu caminho se adiante
Marcando com ternura cada fato,

E o passo mais além do que pudera
Tocando com firmeza além da espera
Enquanto o meu delírio ora resgato.


145


Talvez neste desterro ainda veja
O todo desenhando a claridade
E o quanto do desejo agora invade
Marcando a noite clara e mais sobeja

A sorte noutro instante se azuleja
E traça outro cenário em raridade,
Mostrando com ternura o que mais brade
E trace todo o bem que a vida almeja,

Esbarro neste sonho mais ferrenho
E ao de cada passo me detenho
Vencendo o quanto tenho dentro da alma

A clara mansidão domina o fato
E neste desenhar tanto resgato
O que deveras toca e já me acalma


146


Os mares que roncando poderia
Tocar com meus anseios mais profundos,
E vejo desenhados raros mundos
Toando dentro em mim tal fantasia,

O todo noutro instante se veria
Gerando pelo menos por segundos
Os tantos mais audazes e fecundos
Marcados com amor, farta alegria,

E o manto consagrado em liberdade
Aonde toda a sorte mais agrade
A quem se fez intenso em luz imensa,

Minha alma se desenha neste acaso
E toda a maravilha onde aprazo
Gerando o quanto quero e já se pensa.

147


Somente um dia além do quanto pude
Vencer o meu temor e ser feliz
Bebendo cada instante peço bis
E nada mais em rara plenitude,

Ainda quando a vida trama e ilude
Tramando o quanto quero e sei que quis
Trazendo cada passo por um triz
No todo quanto posso e me transmude,

Amar e ser apenas um instante
O tanto quando o quero e se garante
Marcando em alegria cada verso

Gerando dentro da alma esta beleza
Seguindo mansamente a correnteza
E neste desenhar raro universo.


148


Em versos encantados pude ver
O todo além do canto mais sutil
O amor quando demais tanto se viu
Gerando tão somente este prazer

O tanto quanto quero a perceber
Um dia claro e audaz manso e gentil
Enquanto na verdade se previu
Trazendo neste instante amanhecer

Meu canto se traduz felicidade
E o todo se mostrando quando invade
O rústico cenário a se traçar

Vibrando em consonância num instante
O todo na verdade se garante
Marcando com beleza este luar.


149

Misturam com meus sonhos outros dias
E vejo toda a luz que inda pudesse
Gerando muito além desta benesse
Enquanto novo canto tu trarias

Arcando com delírios, fantasias
O todo num instante mais se acresce
Trazendo o quanto quero se obedece
Marcando com diversas alegrias

O tanto quanto pude ser feliz
E neste desenhar outro se quis
Gestando imensamente esta beleza

Vencendo o maior sonho em rara vida
E o quanto se prepara em despedida
Marcando cada dia com surpresa.


150


As nuvens estampadas num momento
Aonde cada tarde me traria
Além de simplesmente fantasia
O quanto ainda quero e mesmo alento

Vivendo o mais suave pensamento
E nele toda a sorte em alegria
O todo noutro instante poderia
Gerar o que me toca o sentimento

Vencendo os meus temores, posso além
Do quanto na verdade sei que vem
Tramando novo sonho em claridade,

Ousando mais suave canto em paz
Enquanto a vida teima e sempre traz
O mais sobejo canto em liberdade.


151

De tanto que chovera
O tempo não passava
Da noite imensa e brava
Aonde eu percebera

O quanto concebera
Enquanto desenhava
A sorte noutra trava
Pavio toma a cera

E o rumo se mostrara
Decerto outra seara
Enquanto nada havia

Matando a cada instante
O quanto doravante
Já não traria um dia.


152


Amor que se precisa,
O tempo; não constróis
E trazes os faróis
Em noite mais concisa,

A vida em leda brisa
Enfrento tantos sóis
E vejo em girassóis
O quanto mais avisa

Do tempo que se entranha
A sorte perde e ganha
E sabe muito bem

Dos sonhos mais audazes
Aonde tanto trazes
E ao fundo nada vem.


153


Nas bocas mais delícias
Envoltas num momento
Enquanto busco e tento
Dos sonhos as notícias

E sei destas sevícias
Em tanto sofrimento
A cada desalento
Embebo tais carícias

E sigo um passo além
Do quanto me convém
Ou mesmo caberia

Destarte sigo alheio
Ao quanto ainda veio
Traçando em poesia.


154


Sem ti sentindo pejo
Ou mesmo outro momento
Aonde me apresento
E nada mais eu vejo,

Senão mero desejo
E nele o pensamento
Enquanto busco e tento
Realço este sobejo

Momento mais atroz
E nele a minha voz
Perdendo a direção,

Encontra tão somente
O quanto se apresente
Num sonho de verão.

155


Sem teu amor, querida,
A sorte não se faz
E o passo mais mordaz
Maltrata a própria vida

A sorte em despedida
O canto mais audaz,
O todo busca a paz
Há tanto já perdida,

Encontro em consonância
A sorte em ressonância
Marcada pelo ocaso

E quando vejo o fim
Tocando dentro em mim
O todo diz acaso.


156


Quero deitar em você,
O sonho mais audaz
E neste o que se faz
Ainda mais se vê

No todo em seu por que
O rumo feito em paz
Num passo mais tenaz
Traduz o que se crê

Esvaio após a queda
No passo onde se enreda
O sonho mais feliz,

E tento de tal forma
Viver cada reforma
Diversa do que eu fiz.


157


Nesta gangorra imensa
A vida dita a sorte
E quanto me comporte
No todo onde se pensa

A sorte em recompensa
O rumo sempre ao norte
E o todo num aporte
Trazendo a luz intensa,

Vencer os meus anseios
E crer nos mansos meios
Aonde possa ter

Após desesperança
O quanto mais me alcança
As ânsias do querer.


158


Saber que em nada mais
Pudesse ser diverso
Vagando no universo
Espaços siderais

Encontro os bons astrais
E nisto teimo e verso
E quando me disperso
Encontro em ti meu cais

Os dias mais felizes
Após diversas crises
São todos ao teu lado,

Resumos e promessas
Enquanto recomeças
Meu sonho emoldurado.


159


Subir descer, brincar,
Vagando no infinito
E o dia mais bonito
Entranha-se em luar

E volto a te buscar
E sei que necessito
Enquanto eu acredito
Na força do sonhar

Vivendo cada plano
Aonde não me dano
Nem deixo para trás

O quanto se perdendo
Trouxera este remendo
Que a vida ainda traz…


160


Amar como um brinquedo
Aonde na verdade
O todo quando invade
Da forma onde concedo

Trazendo em novo enredo
O sonho em liberdade,
O medo agora evade
E vence este degredo

Meu mundo se acalenta
E sabe o quanto é lenta
A tarde solitária

No quanto quis a sorte
A vida me conforte
Na senda imaginária.



161


Sem dores e temores
Seguindo cada passo
Aonde quer que traço
Ou mesmo ainda fores

Verás entre estas flores
A marca do cansaço,
E o dia amargo e lasso
Em meio aos dissabores.

Esbarro nos meus erros
E sei dos meus desterros
Embora nada veja

Senão a mesma face
De quem deveras trace
A sorte mais sobeja.


162


Não deixe que esse amor
Um dia se extermine
E quanto mais rumine
Enfrento o dissabor

Vencendo algum rancor
Enquanto eu examine
O sonho aonde mine
O canto em rara cor,

Esbarro no passado
E trago por legado
Apenas claridade,

O todo se anuncia
Em luz e fantasia
Rompendo em liberdade.


163


Não cabem mais amarras,
Tampouco os medos quando
A vida se tornando
Diversa da que agarras

Dos sonhos já desgarras
E tudo se moldando
Conforme destroçando
Ainda em finas garras,

Encontro tais sinais
E neles muito mais
Que apenas solidão,

Meu verso em novo rumo
O quanto quero e assumo
Traduz outro verão.


164


Amar é como agir
Em meio aos temporais
E sei do quanto ou mais
Espero do porvir

O quanto presumir
Em dias desiguais
E nestes outros tais
Ainda a pressentir

Após a tempestade
O quanto se degrade
E gere novamente

Um caos dentro do peito
E quando assim me deito
A vida tanto mente.


165


Sabendo ser feliz
Quem tanto quis a luz
E quando reproduz
O quanto mais se quis,

O mundo em cicatriz
Ao todo me conduz
E nisto não me opus
Um eterno aprendiz

Esbarro nos engodos
Adentro vários lodos
E bebo desta sorte

Buscando a plenitude
Que tanto açoda e ilude,
Porém já me conforte.


166

Amor quando se emperra,
Ou gera novo medo
Aonde mal concedo
O quanto em sol e serra

A vida se desterra
E gera outro degredo,
A sorte em desenredo
O tempo ora se encerra

E bebo do vazio
Enquanto desafio
E tomo em gole farto

O quanto procurava
Na noite imensa lava
E assim sonhos reparto.


167

Há óleos neste mundo
Imerso em tempestades
E quando mais degrades
No nada me aprofundo

E sinto o vagabundo
Cenário aonde brades
E logo quando evades
Do nada ora me inundo,

E sei do verso fútil
Do canto quase inútil
Do medo mais profano,

E quando quero o brilho,
Apenas ledo trilho
O mundo onde me dano.

168

Falar de amor liberto
Sem medos nem rancores
Sem nada mais te opores
Caminho ora desperto

E vivo enquanto alerto
Meu mundo em raras cores
E sei das tantas flores
Nascendo no deserto

Desta alma em dor e tédio
E quando sem remédio
O passo se perdeu,

O todo noutro rumo,
Deveras não assumo,
O coração ateu.

169


Ao mesmo tempo atado
Ao quanto pude e nada
Trouxera a velha estrada
E nela o mesmo enfado,

O rumo desenhado
A sorte desolada
A vida noutra estada
O tempo destroçado.

Resumo em verso e dor
O quanto a se propor
Além deste vazio

Meu canto mais atroz
Esbarra em vária voz
E ao fim eu não recrio.

170


São rios que misturas
Com águas mais barrentas
E quando ali enfrentas
As tantas amarguras,

Ainda se procuras
Ou mesmo sei que tentas
Palavras mais atentas
Imersas em loucuras

O canto se aprofunda
E traça em água imunda
O quanto quis em paz,

Do todo desejado
O nada anunciado
Somente o nada traz.


171

E dormem desfazendo
O quanto poderia
Haver em fantasia
No dia em que estupendo

Caminho se prevendo
Ao longe moldaria
Além desta utopia
Um sol já renascendo,

Vestindo a melhor sorte
No quanto me conforte
Meu passo rumo ao farto

Cenário aonde pude
Viver a juventude
Da qual agora eu parto.


172


As tramas que concebo
Não dizem do futuro
E quando me asseguro,
Apenas um placebo,

Os sonhos que percebo
O dia mais escuro
E o todo noutro apuro
Ainda não recebo

Sequer a claridade
Aonde o todo invade
E gera outro momento

Assim de qualquer forma
A vida se transforma
Enquanto um sonho invento.


173


As minhas alegrias
Imersas no que trago
E quando algum afago
Ainda me trarias

Enfrento as agonias
E nelas cada bago
Do mundo em tal estrago
Marcantes heresias,

No todo se perdeu
O quanto fora meu
E agora nada traz

Senão a dor imensa
E quando nisto pensa
Uma alma é mais mordaz.


174


Viver como se traça
A sorte noutra face
Gerando o ledo impasse
Marcando a minha praça

A vida se esfumaça
No quanto ainda passe
E nada se mostrasse
Enquanto a vida caça

Estrelas pelos céus
E cobre com seus véus
Os rumos mais diversos

Bebendo deste astral
Um passo sempre igual
Em tantos universos.


175


Avizinhas amor
E nada mais pudera
Sabendo desta espera
E o quanto a se compor

Um canto redentor
Matando a louca fera
Espreita tal quimera
E nela este rancor,

O medo se desenha
E nada mais empenha
Senão a tempestade

O rústico cenário
Por vezes temerário
Traçando a imensa grade.


176


Não faço destes versos
O quanto poderia
Viver a fantasia
Em dias mais dispersos

Meus sonhos vão imersos
No todo em alegria
E tanta sincronia
Deixando outros perversos,

Gerando tão somente
O quanto me alimente
E trace a liberdade

O mundo em consonância
Marcando com constância
O tanto aonde agrade.


177


Até por que não caço
Estrelas nem luares
Aonde mal notares
O rumo noutro traço

Deveras mais escasso
Cenário em ledos mares
Procuro meus altares
E neles cada espaço

Esbanjo riso e festa
Enquanto o que me resta
Pudesse ser diverso

Do quanto acreditara
Na vida bem mais clara
Num mundo feito em verso.



178


Efeitos dos amores
Diversos dos que um dia
Pudesse em fantasia
Aonde quer que fores

Marcando em refletores
A luz onde irradia
A imensa poesia
E nela multicores

Caminhos mais felizes
Enquanto contradizes
O quanto pude crer

Meu mundo se perdendo
Num ato mais horrendo
Em pleno desprazer.


179


Eu amo tanto amor
Quanto pudera amar
Vencendo o imenso mar
E nele este calor

Traçando além da cor
O quanto soube alçar
Gerando a divagar
Um sonho redentor,

Viceja dentro da alma
A voz que tanto acalma
E salva quem procura

Olhando para trás
A vida dita em paz
O quanto foi loucura.


180


Te quero bem aqui,
Sem nada mais cobrar
No todo a se traçar
O amor que ora perdi

Vivendo agora em ti
O quanto a desenhar
Um dia a mergulhar
No mar que mereci

Esbarro no infinito
E sei que necessito
De um tempo mais feliz,

Destarte nada trago
Apenas meu afago
E amor que tanto eu quis.



181


Vieste no meu mundo
Tomando a cada passo
Do quanto fora lasso
E agora mais profundo

O todo aonde inundo
E tramo outro cansaço
Vencendo o velho traço
De um tempo mais fecundo

Vendida a fantasia
Aonde poderia
Haver felicidade

O tom em dissonância
A sorte em concordância
Gerasse o quanto brade.


182


Mineiramente sabes
O quanto mais te quero
E sendo tão sincero
Bem antes quando cabes

Sem nada onde desabes
O tempo outrora fero
Agora sei que espero
O todo aonde gabes

Dos dias mais felizes
E nada contradizes
Sequer a desventura

O todo se transcende
Ao quanto mais atende
O amor nesta procura.

183



Vontade de mineiro
Atrás destas montanhas
Aonde em velhas sanhas
Pudesse corriqueiro

Cenário aventureiro
E nele tais entranhas
Diversas ou estranhas
Tramando o jardineiro

Escuto este marulho
E quando num mergulho
Adentro o mar imenso,

Disperso em cada sonho
O quanto inda componho
Tramando o que ora penso.

184

Saber que tanto amar
Pudesse me trazer
Além do bem querer
A vida num vagar

E bebo este luar
E nele o meu prazer
Ditando amanhecer
Em cada bom sonhar,

Espreito atocaiado
Um dia vislumbrado
Imerso em tal cenário,

E o manto se recobre
Do sonho claro e nobre
Além do imaginário.


185


Recebes o carinho
De quem deseja tanto
E quando me adianto
Em ti querida aninho,

Meu passo mais daninho
Negando medo e pranto
E nisto eu me garanto
E sei deste caminho

Assaz maravilhoso
Aonde em raro gozo
Pudesse ter nas mãos

O todo desenhado
No canto mais sonhado
Vencendo os dias vãos.


186

Que vive neste mundo
O quanto poderia
Traçando em poesia
Aonde eu me aprofundo

E o rumo aonde inundo
Gerando a fantasia
Marcando em utopia
O todo mais fecundo,

Não vejo outro momento
E nada mais alento
Senão a vida em paz,

O canto mais agudo
Aonde tudo eu mudo
E sei ser mais capaz.


187



Amando por amar
E nada perguntando
O mundo desde quando
Concebo este lugar

Desenho outro luar
E nele me mostrando
Inteiro ou delirando
Aonde o quis tocar

Vagando em noite clara
A sorte se escancara
E gera outro caminho,

E sei que sem defesa
Enfrento a correnteza
E em ti em paz me aninho.

188


De amor em pleno amor,
Pudesse imaginar
O quanto a me tocar
Num átimo, em calor

O canto refletor
Tocando a divagar
Imenso e claro mar
Gerando em multicor

Momento mais feliz
Aonde tudo quis
E pude ter além,

O manto consagrado
O dia iluminado
E nele o todo tem.


189

Amor que transbordando
Em atos mais sutis
Fazendo o que mais quis
E tudo transformando

Agora bem mais brando
Deveras sou feliz
E tento um novo bis
No quadro emoldurando

Cercando o meu caminho
Aonde mais mansinho
Encontro a claridade

Depois de certo tempo
Vencer o contratempo
Beber o que me agrade.


190


Entrou pelo planalto
Dos sonhos mais atrozes
Ouvindo velhas vozes
Num canto bem mais alto

O todo sem ressalto
Os rumos mais ferozes,
Os dias são algozes
E neles sobressalto,

Esbanjo uma alegria
Aonde poderia
Vencer os meus temores

Senzalas não comporto,
E o todo onde suporto
Traduz enquanto fores.


191

A sorte se desenha em dor e tédio
E o manto mais atroz desenha o fim,
O quanto se perdendo dentro em mim
Negando da esperança algum remédio.

Apenas se perdendo cada gota
De sonho num vazio imensurável
O quanto poderia imaginável
Demonstra a caminhada agora rota

O tempo devorando o quanto resta
Desta alma sem valia, morta e exposta
A vida não trazendo uma resposta
Expressa a realidade mais funesta

O sórdido cantar de quem se esvai
E o todo num momento atroz me trai.


192

Já não mais caberia qualquer brilho
Aonde em tom nefasto a vida trama
O quanto poderia além do drama
Traçando em dor somente este estribilho

E o nada dentro da alma eu compartilho
Gerando a cada passo a mesma chama
E nada do que eu possa ainda clama
Marcando com terror o medo e o trilho.

Esbarro no vazio e nada levo
Senão este caminho atroz e sevo
Cenário em dor e medo; e nada mais.

Aos poucos preparando o fim de tudo
E quando num momento desiludo
Espero tão somente os funerais.

193

Aonde mal coubera uma esperança
O fim se aproximando dita o quanto
A vida se mostrara em tal quebranto
Enquanto no final à morte avança.

O todo se prepara em vã pujança
E o passo noutro rumo não garanto
Marcando cada dia com o espanto
De quem se fez somente em tal lembrança;

A sórdida presença do vazio
Prepara ao fim de tudo o ledo estio
Matando o meu jardim sem primavera

O quanto de esperança se esvaíra
Nas tramas mais atrozes da mentira
E nada mais decerto o tempo espera.

194


O quanto em feroz tempo se traçando
E nada mais se vê senão meu fim,
O quadro se desenha tanto assim
Num ar deveras tétrico e nefando,

O dia num atroz momento quando
O rústico cenário; dita em mim
O quando da esperança diz motim
E o todo no vazio se tramando.

Espero apenas isso e nada mais,
O tempo se perdendo em torpe cais
E o nada me consome plenamente

Aonde poderia haver um canto,
O mundo se derrama em medo e pranto
E apenas o final ora apresente.


195


O quanto se pungira em dor e medo
Atinge no final meu pensamento
E vivo tão completo desalento
Aonde ao fim dos sonhos me concedo

A vida se traçando em desenredo
Ainda algum sorriso eu busco ou tento
E nada além da queda em tal tormento
À morte sem defesas, vão segredo.

O todo se perdendo num segundo
Do tétrico demônio ora me inundo
E bebo cada gole deste absinto

A podre face escusa da mentira
Aonde o meu caminho já se atira
E o nada neste instante ainda sinto.

196

As culpas mais atrozes inda trago
E vejo este momento em dor e sei
O quanto na verdade tanto errei
Num medo sem defesas eu me alago

Perguntas sem respostas, tempo vago
Domina totalmente a minha grei
E faz deste vazio a sua lei
E à sorte, sem respostas ora indago.

Ao ver este cenário em tantos erros
Condeno-me ao atroz em tais desterros
Gerando o desenredo aonde pude

Sonhar com um momento em magnitude,
Mas sei dos meus caminhos sem proveito
E dentro deste imenso mar me deito.

197


Cingindo cada passo aonde eu vira
Alguma luz; mas nada mais se vê
Apenas o caminho sem por que,
Cenário aonde a própria sorte atira

E quando se apagando a frágil pira
O quanto se desenha não se crê
E o tempo noutro infausto já revê
A face desdenhosa da mentira.

O caos generaliza e nada tendo
Senão este cenário em vão remendo
Atrocidades tantas ditam nada.

E o corte na raiz de cada sonho
Aonde o meu demônio; ainda o ponho
Tramando a mesma história desolada.


198


Minha alma desditada sem proveito
Ainda se esvaindo em turvos dias,
E quanto mais deveras me trarias
O canto noutro rumo não deleito,

E o tétrico caminho dita o leito
Imerso nas diversas heresias,
Aonde se desenham agonias
Hermético cenário agora aceito,

E o cântico destoa da verdade
Enquanto a solidão agora invade
E gera tão somente o caos no fim

Satânica figura se espelhando
No olhar atroz e ledo, quase infando,
Marcando o que inda resta vivo em mim.


199


Meus crimes tão comuns, sem punição,
Errático demônio sem descanso
E quando ao fim de tudo ora me lanço
Bebendo o sortilégio em traição,

Os dias mais amargos me verão
No fátuo caminhar por onde avanço
E sei deste fugaz momento manso
Tramando a minha dura hibernação.

Esgoto os meus anseios neste estio
E o quanto ainda quero e propicio
Gerando o meu espectro em noite vaga,

O medo da masmorra não me cala
Minha alma de Satã mera vassala
Ainda tal figura atroz afaga.

200

Pecados consumando a cada instante
E neste desenhar prossigo ao léu,
Aonde se pudesse crer num Céu
A vida se transforma e me garante,

O todo noutra face torturante
E gira num inferno em carrossel,
Destroça esta esperança em turvo véu
E o nada a cada passo se adiante;

Hedônico fantoche; eu brindo à morte
E tendo a solidão como suporte
Afasto-me dos sonhos, ermo rumo.

E o quanto mais atroz pudesse em mim,
Ditame tão feroz ditando o fim
Aonde no vazio eu me consumo.



201


Procuro neste inferno uma acolhida,
Depois de tantos erros, contumazes
E quando uma esperança tu me trazes
Marcando com horror a minha vida,

A sorte noutra face presumida
Em ritos mais temíveis ou mordazes,
O todo presumindo novas fases
Transcorre nesta dita sendo urdida,

Esbarro nos meus ermos e satânico
Encontro o mesmo tempo e se tetânico
Espástico momento em tons diversos

Arranco dos meus olhos cada sombra
E a face mais atroz ainda assombra
Tornando insuportáveis, universos.

202

Ao arbitrar diversa realidade
Demônios entre tantos consumindo
O quanto da esperança agora findo
Enquanto a fúria tosca volve e brade,

O manto mais feroz agora invade
E nesta profusão à dor eu brindo
E bebo este cenário onde deslindo
A podre face espúria da verdade.

O todo se aprofunda e sem defesa,
Apenas do vazio mera presa,
Encontro os meus espectros neste Inferno

Aonde com ternura e mesmo paz,
Bebendo em fortes goles, Satanás
Aos poucos sem temores eu me interno.

203


Dos abissais caminhos procurados
Edênicos fantoches, sonhos vis,
E quanto mais decerto o inferno eu quis
Os dias entre fúrias desenhados.

Os ermos desenhares, meus legados
Num sonho tão atroz quanto infeliz,
Marcando com horrores, cicatriz
Os erros se transformam quase em fados.

Esbarro nos meus erros e bebendo
Apenas tal cenário mais horrendo
Arranco dos meus olhos qualquer brilho,

E a vida de tal forma mais malsã,
Negando qualquer tom neste amanhã
Tramando o desenredo onde palmilho.


204


Por entre caudas, medos, erros, paz
Excêntricos desenhos transcendendo
Ao quanto se mostrara quase horrendo
Ditames do divino Satanás,

O todo se desenha enquanto traz
Desta alma tão somente este remendo,
O fim se aproximando e já desvendo
O passo tão medonho quanto audaz,

Esbarro nos meus erros e procuro
No templo mais soberbo, ledo e escuro
Apenas as raízes de minha alma,

Ocultas heresias vejo agora
Enquanto esta incerteza me devora,
O sortilégio pleno ora me acalma.


205


Presença redentora em tal domínio
De quem se desenhando demoníaco
Traduz este sutil paradisíaco
Caminho enquanto o bebo em tal fascínio.

Num infernal momento em plenitude,
Satânica figura se transforma
E enquanto tal herética e vã norma
Transforma toda a sorte e tudo mude

O quanto se perdera no caminho
Gerando este cenário em turbilhão,
O olhar se toca além nesta amplidão
E nela persistindo mais mesquinho

Meu passo traduzindo apenas isso,
Um ar diversamente mais mortiço.

206


Em meio aos julgamentos, sigo alheio
E bebo com fartura ledo fel,
E o tempo se mostrando em raro véu
Traçando tão somente o devaneio,

Já nada mais consumo nem receio
Ainda se evadindo em turvo Céu,
A sorte desenhada em carrossel,
Vagando sem destino, vão permeio,

Encontro os meus espectros nada mais
Imerso nestes antros infernais
Rendido aos vãos fantoches, ar brumoso

E quando me percebo em antegozo
Vivendo este momento majestoso
Bebendo os meus anseios ancestrais.


207


Sem nada que decerto me detenha
Adentro os meus herméticos cenários
E os ritos mais diversos, temerários,
Mantendo sempre acesa a velha lenha,

O quanto da ilusão já se desdenha
Em imprecisos erros ledos, vários,
Os sonhos são deveras vis corsários
E a sorte nutra face se desenha.

Brindando aos pandemônios costumeiros
Ousando demoníacos canteiros
Tocando em liras toscas, velhos hinos,

Bebendo deste absinto mais fugaz
Matando a cada instante a leda paz,
Vibrando nos atrozes desatinos.


208

Iroso caminheiro do vazio,
Sem nexo, prosseguindo em vale imundo,
O quanto na carcaça me aprofundo
E tramo a cada passo um vago estio,

O todo num instante desfio
E quando dos anseios vãos me inundo
O sonho mais atroz de um vagabundo
Tramando a cada engodo um desafio,

Deitando nas sarjetas da esperança
Apenas este nada agora amansa
A farsa mal traçada dita vida

E quando imaginara o fim de tudo,
Somente na verdade não me iludo
E vejo a velha estrada ora perdida.

209

Agrava-se; decerto cada passo
E o todo não se traz além do nada,
Aonde imaginara uma alvorada
O céu se desenhando agora baço,

Meu sonho na verdade segue escasso,
A sorte no vazio desdenhada
A vida noutra face escancarada
Somente este nefasto sonho eu traço.

Bebendo deste fel sem mais pudores,
Seguindo tão somente dissabores,
Vagando sem destino em teus infernos

Dos antros mais sutis, súcia venal,
O mundo num instante sempre igual
Traduz deste outonal momento invernos.

210


Chegando às tais moradas mais atrozes,
Cindindo a minha vida em tais rotas,
A sorte se desenha em tais derrotas
E bebo tão somente vis algozes.

Olhares mais venais, dores ferozes
E quando as próprias sortes já não notas
E segues o destino em vagas frotas
Marcando com terrores ledas fozes,

Esbarro nos meus erros e deste inferno
Ainda presumindo um ar mais terno
Adentro em ermas furnas, bebo a morte

E nada mais deveras se presume,
Enquanto cada passo ora se esfume
E nada no final inda conforte.


211


Fiando nos meus erros e demônios
Seguindo cada passo em desvario,
O quanto poderia e desafio
Gerando dentro da alma pandemônios,

Os dias mais atrozes, abissais
E neles mergulhando no oceano
A cada novo instante mais me dano
E bebo destas fontes infernais,

O mundo se perdendo em tons diversos
E neste caminhar em meio ao nada,
A sorte há tanto tempo desenhada
Em ritos mais profanos e perversos,

Esbaldo-me em diversa e sulfurina
Imagem que deveras me fascina.

212


Em tal largueza a via se aprofunda
E gera outro cenário em turbilhão,
Os olhos adentrando a solidão
Na fúria tantas vezes nauseabunda,

O quando de aflição domina e inunda
Em dias tão terríveis que virão
Traçando a mais amarga solução
E a sorte se caminho se confunda

Gerando a liberdade em tons diversos
E bebo em goles fartos meus dispersos
Caminhos sem sentido nem razões

E o quanto poderia e nada tenho,
Apenas no vazio eu me detenho
Sulfídricas loucuras tu me expões.


213


Gritando o que decerto não se ouvia
E o pântano na lava em lodo e lama
E o quanto de minha alma ainda clama
Marcando com temor cada agonia,

O todo se perdendo em heresia
A velha sensação atroz me chama
E bebo sem defesa o quanto em drama
A vida noutra face me traria,

Esbarro nos meus erros e presumo
Apenas dos demônios, raro sumo
Semblante se reflete em vago espelho,

E quando mal tocando em tal masmorra
Sem nada nem ninguém que me socorra
Somente no nefando me aconselho.

214


Empresa onde adentrando sem defesa
Não traço nem sequer outro momento
E quando algum instante ainda tento
Apenas deste Inferno mera presa.

O caos me transbordando traz a lesa
Imagem sem igual, temível vento,
E quando na mortalha me apascento,
A fonte segue em gêiser, correnteza

Nefanda maravilha em tom venal,
Meu sonho se mostrara um abissal
Caminho sem engodos, erros tais,

E o quanto inda pudera ter nesta alma
Apenas vandalismo ora me acalma
E gera dos Infernos meus cristais.


215


Assaz maravilhoso tom em morte
E nada mais deveras inda trago,
Esbarro nos meus erros, sem afago
Sem nada que decerto me conforte,

Apenas aprofundo cada corte
E assim das ilusões fartas me alago
E bebo o quanto posso em sonho mago
Marcando com terror o que comporte

Satânicas orgias em bacantes
E nelas outras tantas; já adiantes
Matando o que me resta em alegria,

O todo se perdendo em caos profano
E quando na verdade mais me dano
Maior esta beleza que traria.


216


Lamentos repetidos, tom venal
E sigo cada passo rumo ao fim,
E bebo desta sorte amarga, o gim
Aonde poderia em vão cristal

Seguir o meu caminho desigual
Realço a cada engodo este Jardim
Edênico cenário em querubim
Aonde se mostrara este infernal

Um velho guardião engodos traz
E o quanto se aproxima em Satanás
Da imagem mais humana concebida,

A sorte de tal serpe se desenha
E marca com terror a dura senha
Aonde se presume a minha vida.


217


Carpindo cada engodo num só tom
A vida nada traz senão a morte
E bebo sem sentido o que comporte
Traçando este cenário em ledo som,

A porta se trancando a cada instante
Gerando outro cenário onde me afasto
E o sonho mais diverso e até nefasto
Aonde cada engodo se adiante

Sonhando com serpentes, ermos erros
Adentro os teus caminhos sem paragem,
E vejo na satânica voragem
Apenas os meus cantos e desterros,

Esbarro nos insanos erros tantos
E sigo os meus caminhos, desencantos.


218


Um passo combalido e nada além
Do hedônico cenário aonde entranho
E vago sem saber do ledo ganho
Aonde a própria vida se provém,

E o todo traduzido em farto bem,
Numa acidez imensa; agora estranho
O quanto se pudesse em tal tamanho
Gerando tão somente este desdém,

Numa ácida presença em tom venal,
Bebendo cada gole do abissal
Fantasma sem limites contra-senso

E quando no vazio passo alheio
Apenas dos demônios me rodeio,
Pretenso e sem sentido em nada penso.


219


Um combativo sonho imenso e trágico
O caos se transformando em costumeiro
Aprendo a cultivar cada canteiro
Com todo o meu desenho atroz e mágico

Festiva madrugada em tons diversos
Orgástica loucura desenhada
E o todo na verdade não enfada
E marca com terrores ledos versos,

Guardando cada passo rumo ao fim,
Gerando sem defesas atropelos,
Os dias entre ceias e desvelos
O sórdido cenário em vão Jardim,

Apenas outro engodo e nada mais,
Nos dias mais temidos; infernais.


220


Impetuosamente eu bebo a morte
E salgo com meus erros cada dia,
A sorte se desenha em ironia
E o todo no final apenas corte,

O quanto do meu mundo sem aporte
A vide em tão medonha hipocrisia
Aos poucos na verdade me traria
Apenas o que tenho e me conforte

A liberdade marca em tom funesto
E neste desenhar nada me empresto
Senão a face escusa da verdade

Satânica loucura rege o traço
Aonde com certeza morto e lasso
Somente a solidão agora invade.


221


A pútrida faceta da verdade
Expondo este demônio que cultivo
E quando procurasse lenitivo
Apenas a figura me degrade

E sito a solidão aonde evade
O sonho mais atroz do qual cativo
Aos poucos dia a dia já me privo
Na morte onde o canto tanto brade,

Esboço reações e nada vejo
Somente o mesmo caos, ledo desejo
Enquanto esta carcaça se cobiça

O cântico medonho desintegra
A vida sem saber de norma ou regra
Somente cativando tão carniça.

222


O quando se apresenta em solidão
Desenha tão somente a mesma imagem
E nela desdenhosa esta voragem
Traçando tão somente a podridão

Imaculada face na amplidão
Marcando com terror a paisagem
E quantos dias tanto sempre ultrajem
Mortalha se adentrando em todo não.

Esbarro nos meus erros corriqueiros
Na pútrida faceta, meus canteiros
No estio esvaecendo dia a dia

E o quanto em destroçada sorte eu vejo
O todo na verdade mero ensejo
Aonde a minha sorte eu perderia.


223


Banquete para os vermes, nada mais,
Apenas o que resta desta vida
Há tanto noutra face sendo urdida
Exposta no final aos funerais,

Entranho nos vazios abissais
E vejo preparada a despedida
Aonde noutro instante já perdida
Em meio aos meus caminhos terminais.

Vacante sensação aflora o peito
E quando no vazio eu me deleito
Esboço em ósseos restos o ócio eterno

E adentro sem sentido o ledo fim,
Invés do desejado e Bom Jardim,
Somente o turbilhão do imenso Inferno.


224

Já nada mais terei após o todo
Senão a mesma face em dor e tédio,
Aonde procurara algum remédio,
Encontro tão somente o mesmo lodo,

Esbarro nas entranhas deste sonho
E vejo com total futilidade
O quanto deste todo se degrade
Num ar deveras turvo e até bisonho,

Descrevo cada passo da matéria
Num antro sem defesa, impunemente,
E apenas o vazio se pressente
Uma iguaria audaz para a bactéria

E o caos se transformando em pestilência,
Sem ter sequer qualquer mera clemência.

225

Ao quanto ainda sirvo após a morte
Na cíclica verdade em que me presto,
Num ar entre festivo e até funesto
Certeza que deveras me conforte,

Enfim ao ter decerto um manso norte,
Ao quanto sou somente ledo resto
Terei em raridade um nobre gesto
E nisto toda a vida se suporte,

O caos em podridão traçando além
Do quanto na verdade me contém
Em ares tão sublimes quão vazios,

Orgânica figura decomposta
A vida traz assim cada resposta
Desnuda os mais diversos desafios.


226


Jogado sobre as pedras deste porto,
O barco se perdendo sem razão
E o tempo mostra os dias que virão
E neles cada sonho é mero aborto.

O olhar ensimesmado, semimorto
Traçando a cada ausência a direção
Sublime desenhando a negação
Trará, pois finalmente, algum conforto.

O pendular caminho morte e vida
Trazendo para mim, leda saída
Após o meu cenário decomposto,

Em outra face vejo e assim constato
O mundo renovável e neste ato
A vida cobre em ágio cada imposto.


227


Já não mais caberia senão isto,
Após o meu inverno até precoce
E quando a morte chega e tanto acosse
Deveras sem defesas, não insisto.

O passo para o fim tomando posse
O corpo se perdendo, eu já desisto
E o quanto inda pudesse enquanto existo
Sem nada que decerto inda remoce,

A vida se perdendo a cada dia
E neste desenhar, tanto queria
Apenas um descanso e nada mais.

Erguendo num festejo um raro brinde,
Enquanto o meu caminho aqui se finde,
Louvando os ansiados funerais.


228

De todas as peçonhas que me deste
A bela coletânea mais fecunda,
E quando tal veneno esta alma inunda
Apenas do vazio se reveste.

O paraíso dito ser celeste,
Imagem dolorosa, nauseabunda,
Enquanto sob a terra se aprofunda
Tornando um solo até menos agreste

Permite o renovar de uma esperança
Enquanto a decomposta face lança
Orgânica matéria sob o solo,

Saber da serventia que terei
Ao estercar enfim a leda grei,
Deveras num instante eu me consolo.


229


Já não mais poderia ter em mim
Certezas que decerto ainda trago,
E quando deste não, imenso afago
Adubo em esperanças tal jardim,

Chegando mansamente agora ao fim,
Dos ermos finalmente ora me alago
E bebo da ilusão enquanto vago
Cenários dentro da alma, de onde eu vim.

Ao pó retornarei; diversa lama
E quando a realidade toca e clama
Chamando para o caos e nada além,

O quanto poderia e nunca veio,
Agora num momento em devaneio
Ainda que tardio, eu sei que vem...

230


Esquálida figura da esperança
Amortalhada imagem se perdendo,
Num dia mais atroz, ledo remendo
Aonde a minha vida em vão se lança

A morte traduzindo temperança
O corte noutro tanto se revendo,
O passo se traduz em vão adendo
E bebo finalmente esta pujança.

Açoda-me a vontade de saber
O quanto posso ou pude merecer
Embora no final não haja nada,

Somente esta carniça envolta em lodo,
Eternidade? É mero e ledo engodo,
Minha alma sem sentido, descarnada...


231

Recolho-me ao vazio, tão somente
E nada mais terei além do fim
Marcando com temor o quanto em mim
Ainda se mostrara ledo e crente,

No todo aonde a cena se apresente,
O lodo traduzindo sempre assim
O canto mais atroz, mero chupim
Minha alma sem caminho, impertinente.

Satânica figura, ou mesmo vaga
O quanto desta luta já se indaga
E sem resposta alguma sigo alheio,

Imerso entre medonhas faces turvas,
Aonde em esperanças tontas, curvas
Apenas deste barro eu me rodeio.


232


Já não suportaria outro caminho,
Cansado desta luta sem descanso
E quanto mais além ainda avanço
Percebo o mundo atroz, torpe e mesquinho.

Cevando a cada instante um novo espinho,
Ao quanto sem defesas já me lanço
E tanta noite vaga enquanto eu tranço
O sonho se perdendo mais sozinho.

Do todo desejado, nada vindo
O mundo se mostrando agora findo
Espalha em discordância o mesmo tom,

Encontro cada engodo aonde passo
E o tanto quanto busco vejo escasso,
O brilho em falsas cores, de neon...

233


Já nada mais teria senão isto:
O fim se aproximando em funerais
E os ermos dentro da alma são fatais
E mesmo de tal forma ainda insisto

O quanto a cada engodo mal conquisto
Espelho noutros rumos dias tais
E vejo em tais mortalhas muito mais
Louvando em resplendor, Senhor Mefisto.

E neste apoteótico caminho
Apenas um cenário mais mesquinho
Deixando para trás mera esperança,

Na busca insustentável pelo tanto,
Somente este vazio ora garanto
Enquanto o passo apenas nada alcança.

234


O prazo terminando; eu nada levo
Senão a face espúria da verdade
E o quanto desta vida agora enfade
Deixando este cenário turvo e sevo.

Ainda inutilmente um sonho eu cevo
E a cada novo instante já degrade
Marcando com terror, realidade
E apenas num momento em vão me atrevo.

Esbarro nos engodos e me vejo
Escravizada imagem de um desejo
Que nada poderia me trazer

Senão esta amargura, e nela entranho
Um mundo em dissonância, mais estranho
Negando qualquer forma de prazer.


235

Amar e ser feliz? Mera trapaça
A vida não se deixa mais beber
O encanto aonde vira o florescer
E agora tão somente esta fumaça,

O tempo noutro instante ledo passa
E gera o que pudesse ser prazer,
Mas nada do que eu possa ainda ver
Permite uma esperança, leda, escassa.

Arcar com meus enganos e seguir
O quanto poderia no porvir
Se nada ainda vejo em minha frente

A morte então seria a redenção,
Cansado do caminho sempre em vão,
Ainda que diverso sonho eu tente.



236

Olhando para trás não vejo nada
Nem mesmo a tua imagem, destruída
A face mais atroz reconhecida
Deveras noutro rumo; destroçada.

A parte que me cabe agora invada
E gere na incerteza a leda vida,
E o quanto do meu passo a sorte acida
Destrói cada vontade profanada.

Espúria realidade dita o quanto
Ainda sem razão busco e garanto
Navego contra a fúria das marés

E sei que no final, ou de viés
A queda se aproxima e nada resta,
Senão esta figura atroz, funesta.


237


O prazo terminando, a vida cede
E o quanto deste sonho se desfaz,
Aonde o passo fora mais mordaz
O canto em tal fastio retrocede.

Exorto-me a pensar noutro momento
E dele sorvo gotas de ilusão
E os dias mais atrozes mostrarão
O quanto na verdade ainda tento,

Espúria face exposta em tal cenário,
A morte se desenha a cada engodo,
E a parte traduzindo agora o todo
Num ato tantas vezes temerário.

Ocasos entre quedas, nada mais
Assim se vêm diversos rituais.

238


Lembrando do que outrora fora em paz
E agora se desenha em tom mais gris,
A vida neste instante contradiz
O quanto da esperança deixa atrás.

E apenas a mortalha ainda traz
Marcando com profunda cicatriz
Desdenha o meu caminho e nada eu fiz,
Senão tentar um rito mais audaz.

Ocasos entre quedas, rastros meus
E os olhos entranhando tanto adeus
Ascendo ao que pudesse num segundo,

Errático cenário se aproxima
E nada na verdade me redima,
Enquanto no vazio eu me aprofundo.


239


Já não mais caberia alguma luz
A quem se fez alheio ao quanto venha,
E o todo na verdade se desdenha
Enquanto a cada passo ora me opus.

Vencido sonhador, a minha cruz
Somente no vazio ora se embrenha
E nisto se perdendo rumo e senha
O corte aprofundado reproduz.

O farto caminhar aonde um dia
Pudesse ou mesmo até já tentaria
Singrar um mar imenso em libertário

Caminho sem destino, mas engano,
E quando vejo ao fim tal oceano,
Um caricato sonha ser corsário.


240


De amores e de sonhos, nossa vida
Expressa as direções mais degradantes
E quando nestes ermos me garantes
A sorte noutra face dividida,

A morte com certeza presumida
Em noites radiosas e brilhantes
Traçando a cada passo os diamantes
Enquanto na verdade se duvida.

O peso eu contraponho com meu canto,
E deste desenhar nada garanto
Sequer a menor sombra da ilusão,

Os erros costumeiros a quem tenta
Vencer com calmaria esta tormenta
Sabendo dos enganos que virão.



241

Os tantos erros sempre cometidos
Enquanto se pudesse ser diverso
Por onde todo passo; em vão eu verso
E sinto os meus anseios desvalidos,

Os ermos; aprofundo em abissais
E sinto cada vez a voz audaz
De quem tentara além e nada faz
Morrendo entre os demônios espectrais.

Ocasos tão somente ora freqüento
E bebo a solidão, nada temendo,
O quanto deste encanto feito horrendo
Esparso a cada instante em ledo vento.

O caos se resumindo a cada instante
Marcando o meu caminho degradante.


242


Aonde quis um dia mais feliz
E nada se mostrara além da queda
A vida noutro rumo se envereda
E o todo num instante contradiz,

A sorte em tom amargo, vão matiz,
O passo sem sentido, a vida veda
E o corte no vazio onde se enreda
Deixando tão somente a cicatriz.

Esbarro nos meus ledos descaminhos
E tento navegar em mar mais calmo,
O quanto na verdade são daninhos

Os passos mais atrozes e nefastos,
Conheço da esperança cada palmo,
Em dias noutros rumos, mortos, gastos.


243


Apresentando apenas o meu canto
Não mais pudesse crer felicidade,
E quando dos meus olhos já se evade
Apenas o vazio ora garanto,

E a cada novo dia, desencanto
Mereço finalmente a liberdade?
Somente desenhando algema e grade,
O todo se aproxima em vão quebranto.

Escassos sonhos, ritos desumanos
E adentro sem sentido os oceanos
Mergulho nestas fossas abissais,

E os erros mais atrozes, sol e sal,
Um canto tantas vezes desigual
Sabendo: não serei feliz, jamais.

244


Ocaso dentro da alma de quem tenta
Sentir alguma messe ou pelo menos
Tocar momentos claros e serenos
Após a vida amarga e virulenta,

Já nada neste mundo me apascenta
Somente bebo em ti ledos venenos
E os cantos que julgara mais amenos
Traduzem tão somente esta tormenta.

O passo rumo ao fim já se trançando
Num dia outrora manso agora infando,
Matando cada sonho em sordidez,

O quanto fui além e nada tenho,
O olhar se perde ausente e até ferrenho
Enquanto cada sonho se desfez.


245


Frondosa esta esperança dita o quanto
Desta alma ainda resta sem sentido,
E quando cada passo eu invalido
Ou mesmo qualquer medo, enfim espanto

O todo se perdendo e não garanto
Sequer ao mero sonho hoje convido
E bebo a sorte amarga em desvalido
Caminho desenhado em medo e pranto,

O rumo se perdendo desde quando
O tempo noutro tanto se formando
Matando uma esperança ou mesmo a fé,

O turvo caminheiro do passado
Trazendo neste olhar outro traçado
Já não comporta mais sequer quem é.


246


Ourives do vazio, uma esperança
Apenas o que trago e não presumo,
A vida noutra face, feita em fumo,
Ao nada sem defesas já me lança

E o quanto da incerteza não amansa
E gera desta sorte um vão resumo,
E bebo do vazio inteiro o sumo,
Tentando inutilmente uma fiança,

Acolho cada engodo em ar diverso
E tento quanto mesmo mais disperso
Vencer outros engodos tão frequentes,

E os dias se repetem de tal forma
Enquanto a própria vida me deforma
E nela; novos rumos também tentes.

247


Acordo os meus demônios e procuro
Vencer estes anseios onde os vejo,
A sorte se transforma num lampejo
E o dia mais atroz hoje inseguro,

O quanto poderia neste escuro
Apenas ser além deste desejo
E quando a solidão a cada ensejo
Espalha o quanto quero e não perduro,

Jogado sobre as rocas, num momento
Aonde na verdade me atormento
E sigo sem saber sequer de um cais,

Um náufrago somente e nada mais,
O coração exposto ao ledo vento
Uma alma entregue aos tantos temporais.


248

Já não mais comportando qualquer sorte
O tempo desafia outro cenário
Aonde tantas vezes temerário
Meu canto na verdade não comporte,

E o tétrico caminho dita o norte
E neste delirar imaginário
O quanto se desfaz do itinerário
E nele nem o tempo mais conforte.

Ocasos entre engodos, dias vis
E o quanto poderia ser feliz
Apenas destroçando a leda imagem,

Já nada mais traduz felicidade
Enquanto o dia a dia agora evade
Tomando com terror toda a paisagem.


249

Expresso em solidão cada momento
E vejo o meu caminho agora findo,
E quando novo rumo inda deslindo
Apenas o vazio eu incremento,

O risco de sonhar, velho lamento,
E o tempo noutro engodo se esvaindo
O rústico cenário outrora lindo
Condena o meu destino, este excremento.

Encontro a solidão e nela entranho
Sabendo na verdade deste ganho
Enquanto o fim se torna mais palpável,

O mundo desenhado de tal forma
No nada num instante se transforma
E vejo o dia a dia palatável.


250


Já nada mais teria quem sonhasse
Com erros costumeiros, nada além
Do quanto desta vida diz desdém
E gera a cada passo um mesmo impasse,

E quando ainda além buscando eu grasse
Dos sonos meramente algum refém,
O todo na verdade nunca vem
E mostra a dolorida e escusa face.

O prazo se findando num momento
E vejo tão somente o sofrimento
Aonde mais quisera a liberdade,

O sonho se desfaz em ventania
E o todo num momento desafia
A própria solução que ora se evade.




251


Na sórdida impressão do nada ser
Apenas desenhando o dia a dia
E neste ledo rumo eu não veria
Sequer o mais sublime amanhecer

A vida se perdendo sem poder
Seguir a mesma estrada eu tentaria
Vencer a mais diversa hipocrisia
E mesmo na esperança tento crer.

O rústico cenário se deslinda
E o quanto da verdade dita ainda
O rumo sem saber de algum alento,

E quando mergulhasse no vazio,
Somente revivendo cada estio
Ao menos neste instante um sonho eu tento.

252



O quanto fatigado sigo em vão
Após a mera noite em contraluz
E apenas no vazio eu me propus
Sabendo de outros dias que virão,

A vida nesta louca imprecisão
Marcando com terror o quanto eu pus
E neste desenhar ausente luz
Apenas dentro da alma a escuridão,

A cena mais cruel se desenhando
O mundo se perdendo desde quando
O caos se determina a cada engodo,

Dos erros costumeiros, vida amarga
A sorte noutro rumo o brilho larga
E traz em consonância o mero lodo.

253


O pouco que valesse qualquer sonho
Aonde na verdade não reparo
Meu erro noutro engano tanto claro
Ou mesmo num instante mais bisonho.

O quanto sem sentido ora proponho
E o medo vai servindo de anteparo,
O corte mais profundo onde declaro
O tempo tantas vezes enfadonho.

A rústica e diversa sintonia
E nela cada passo serviria
Apenas como fosse algum alento,

Esbarro nos medonhos erros quando
Meu mundo no vazio se entornando,
Traduz tão simplesmente o sofrimento.


254

Enquanto noutra face ainda esculpas
Diversas maravilhas no alabastro,
Eu tento outro caminho e sem teu rastro
Apenas desenhando velhas culpas,

Os erros mais atrozes são decerto
O quanto ainda tenho dentro em mim,
E vejo paulatino o mesmo fim
Enquanto uma esperança ora deserto.

E o vândalo cenário desabando
Gestando tão somente inútil fardo,
Carrego dentro da alma o mesmo cardo
Aonde quis um dia bem mais brando.

Esgoto meu caminho no vazio
E bebo sem sentido o desvario.

255


Ouvindo a consonância em melodia
Pudesse acreditar noutro momento,
Mas quando na verdade me atormento
A sorte noutra face não viria,

Sobrando tão somente a hipocrisia
E nela a cada engano, o ledo vento
Apenas tão somente o sofrimento
Refeito sem sentido, dia a dia.

Espero pelo menos esta paz
Sabendo que ao final nada se faz
Sem mesmo ter ainda um mero cais,

Somando os desenganos vida afora
Somente este vazio revigora
Os ermos mais terríveis e fatais.


256


Cansado desta luta inconseqüente
Vencido pelos erros costumeiros
Os sonhos são deveras mensageiros
Do quanto ainda busque ou mesmo tente,

O fato de sentir impunemente
Os olhos noutros rumos, derradeiros
Esbarro nos meus ermos, vãos canteiros
E tento na esperança uma semente.

O vasto desenhar em sordidez
Aonde cada passo se desfez
Matando este cenário em solidão.

Esgoto cada verso e no final,
Apenas outro sonho desigual,
Ditando os dias tortos que virão.


257


Apenas uma trégua merecia
Quem tanto se fizera além do sonho,
E quando um novo canto inda proponho
Escuto sem sentir tal fantasia,

E nesta mesma face, uma ironia
Traduz este caminho onde enfadonho
Mergulho neste tanto mais bisonho
Aonde a minha sorte se esvaía.

E o caos tomando forma, neste instante
Somente este vazio ora garante
Matando uma esperança em nascedouro,

Sacrílego caminho em tom disperso,
Enquanto no vazio ainda verso
Não vejo nem a sombra de um tesouro.


258


De todos os meus males os que trago
Nesta alma são deveras mais sutis,
E o quanto desejara e nada fiz,
Somente no vazio ora me alago,

E quando sem defesa ainda indago
O mundo mais diverso do que eu quis
Vagando em céu nefasto, apenas gris
Cenário se mostrando agora vago.

Meu canto em discordância, mais vulgar
Ainda mesmo quando a divagar
Não traz a solução que mais quisera.

Esbarro nos meus erros e resumo
A vida neste tosco e inerte fumo,
Gerando tão somente outra quimera.


259


Sonhando com aspectos mais diversos
E neles desenhando o quanto um dia
Pudesse noutra face em alegria
Gerar outros caminhos, novos versos,

E os passos entre tantos vão imersos
Matando o quanto em mim nada teria
Senão a mesma forma, hipocrisia
Em tons amargos rudes e perversos.

O canto se perdendo em tom atroz,
Já nada mais escuta a minha voz
Perdida entre os fantoches mais distantes,

E neste vão cenário se produz
Ainda o que me resta em frágil luz
E nela novos rumos me garantes.


260


Um lívido cenário se pudesse
Traçar dentro do peito uma ilusão
E os dias mais difíceis mostrarão
Apenas o que resta, esta benesse.

A vida no final se estabelece
E marca com terror e ingratidão
O quanto poderia em solução
Somente ao desvario ela obedece.

Esbarro nos meus erros e presumo
O sonho se esvaindo em ledo fumo,
Marcando com terror o quanto pude

Viver ou mesmo crer em nova senda,
Sem nada que decerto ainda atenda
O passo se transforma inerme e rude.


261


O quanto desta imagem, leda e turva
Traduz o mais atroz, rude cenário
E o canto aonde outrora imaginário
Agora noutra face dita curva

E o medo se aproxima e nada traz
Senão a mesma amarga desventura
E a vida se transforma e me assegura
No canto em harmonia ou mais tenaz.

Esbanjam-se decerto errôneos passos
E vejo os desalentos onde outrora
O todo noutro rumo se demora
E vejo os meus caminhos mais escassos,

Extraio deste sonho apenas isso,
O quanto ainda tento e mal cobiço.

262


Aonde meu cenário se pudesse
Vibrando em consonância com meu sonho,
E o quanto na verdade mal proponho
Gerando após a queda a leda prece,

O farto delirar a vida tece
E o rústico cenário enquanto enfronho
Expressa este penar tanto bisonho,
E a nada na verdade ele obedece

Somente cada passo ora se esvaia
E tento vislumbrar meu Himalaia
Enquanto em tal planície me entranhara,

Das tantas cordilheiras, ledo vale,
O quanto da esperança nada fale,
Domina totalmente esta seara.


263


Resumo meu caminho no vazio
E tento ainda a sorte que não veio,
O quanto da esperança em devaneio
Traduz ora somente o desvario,

E quando ao mesmo nada propicio
O canto mais suave e até alheio
O centro se perdendo, tento um meio
E venço a cada passo um desafio.

Esvaem-se fulgores neste vago
Delírio aonde o medo agora trago
E bebo em goles fartos a ilusão.

Do todo imaginário nada traço,
Sequer desta alegria um leve traço
Traduz os dias turvos que virão.

264


O quanto foi cruel quem mais pudera
Traçar noutro momento uma emoção
Diversa da que vejo e desde então
Cerzindo dentro da alma a turva fera,

E sei que este caminho destempera
E gera novo enfado em direção
Dispersa em tão terrível profusão
Marcando com terror a tétrica era.

Esbarro nos meus erros e procuro,
Embora saiba ser tão inseguro
Cenário aonde um dia pude crer

No rápido momento em alegria,
Que aos poucos noutra face mostraria
O todo num atroz esmorecer.


265


Um velho desgraçado e nada mais,
As cãs dominam cada vez mais fortes
E nelas outros termos já comportes
Gerando dentro da alma os funerais,

Escassos dias vejo aonde o cais
Trouxera a direção onde confortes
E os dias mais atrozes ditam cortes
E neles outros tantos, sempre iguais.

Medonha face exposta da verdade
Trazendo em todo vão senilidade
E o prazo determina o fim de tudo,

Das tramas outonais o ledo inverno
Agora a cada instante mais interno
E nisto com certeza, desiludo.


266


Espelhos ditam normas e verdades
E nada mais se traz no olhar de quem
Outrora imaginara o quanto em bem
A vida poderia, mas degrades…

E quando em tons amargos tu te evades
Deixando como rastro este desdém,
O todo se perdendo sem alguém
As horas são deveras ermas grades.

Algemo meus caminhos, tais galés
Atadas firmemente nos meus pés
Desenham tão somente o fim de tudo,

E quando ouvindo a voz da fantasia
Bebendo o ledo sonho, manteria
O quanto na verdade ainda iludo.

267


Aprendo com meus ermos caminhares
E tento novamente algum momento
Aonde com certeza me alimento
Do pouco que deveras tu me dares.

Os erros tantas vezes mais vulgares,
Somente desenhando este lamento,
E quando me percebo em vão tormento
Procuro noutros sóis os meus altares;

Esboço reações. Mas nada trago
Senão a mesma imagem, sonho vago
E nele se desenha a solidão,

Errático cometa se perdendo
Cenário se moldando mais horrendo
Gerando a cada passo a imprecisão.


268


Não posso mais calar o quanto quero
E sei que na verdade nada vem,
Apenas da emoção mero refém,
No fundo me perdera em senso fero,

O quanto poderia e mesmo espero
Fazendo da esperança este refém,
O todo se desenha em tal desdém
Nem mesmo o meu caminho regenero.

Esbarro nos engodos mais sutis,
E quando a própria vida contradiz
O quanto poderia ser diverso,

Matando a fantasia mais atroz
Já nada nem ninguém escuta a voz
Nem mesmo reconhece cada verso.


269


Olhando de soslaio vejo apenas
As horas se perdendo sem sentido,
E o quanto da esperança agora olvido
Enquanto dia a dia me condenas,

As horas que pensara mais serenas,
O canto noutro rumo desvalido,
O sonho tantas vezes dividido
As sortes se amortalham, ledas, plenas.

Um gole de café, outro cigarro
O mundo na verdade tira sarro
Com todos os meus sonhos mais sutis,

E sei do quanto pude ou mesmo tento,
E sigo a cada instante desatento,
Morrendo muito aquém do que mais quis.


270


Já não conheceria a liberdade
Nem mesmo alguma luz enquanto a sorte
Sem ter o que deveras me conforte
A cada novo instante se degrade

E o ledo caminhar gerando a grade
Mortalha aonde vejo o rumo norte,
E assim ao presumir num novo corte
O quanto mais queria em claridade,

Escusas traduzindo o verso em falso,
Apenas cada passo, um cadafalso
E o rústico cenário se desenha,

A vida não traduz sequer o brilho
Aonde com certeza mal palmilho
A negação domina tal resenha.



271


Não me fale jamais do quanto pude
Viver e nada ter além do vão
E sei da minha imensa imprecisão
E nela cada engodo, uma atitude,

Vestindo esta emoção que tanto ilude
E cerzi noutro rumo os quanto irão
Traçar noutro momento a ingratidão,
Tocando com terror a juventude,

E o pleno desenhar deste fastio
No todo se transforma em desafio
E gera finalmente o quanto existe

Nesta alma sem sentido e sem razões
E nela outro cenário tu me expões
Num ar amargo e ledo, sempre triste.



272


A cujo aspecto a vida poderia
Traçar outro momento mais suave
Sem nada que deveras mais agrave
O todo se transforma em fantasia,

E quando o sortilégio, esta heresia
Marcando com terror a fria trave,
O olhar evaporando onde se entrave
Gerando o quanto pude em alegria,

Esbarro nos meus ermos e procuro
Vencer o tempo amargo ou inseguro
Ousando num segundo, mesmo além

Do quanto poderia e não tivera
Senão a mesma imagem desta fera
Que ainda a cada passo doma e vem.


273


Redemoinho humano caos nesta alma
E nada mais se vendo após a queda
Do quanto a cada instante o passo veda
No fundo nada mais domando acalma,

E o rústico cenário se apresenta
Mostrando a plenitude do vazio,
E quando novo engano eu desafio
A vida em via amarga e virulenta,

Extraio dos meus versos o sentido
E sigo sem saber o quanto possa
Envolto na temida e leda fossa,
Apenas o meu sonho dilapido,

Hermético caminho sem proveito
Enquanto neste infausto rumo deito.

274


Ascenda-se ao progresso do vazio
E nada mais se vendo após a queda,
A vida noutra face ora se enreda
E apenas outro fim, deveras crio,

E o quanto poderia em desafio
Gestando dentro em mim o quanto veda
E nada mais teria aonde seda
A sorte num ocaso em desvario.

Escassa realidade dita a norma
E o todo num momento já deforma
E traça apenas medo e nada mais,

O quanto poderia ser feliz
Agora na verdade o que se diz
Esboça os ritos ledos, funerais.


275


Ainda quis um tom celestial
Aonde nada houvera, em vão bloqueio,
E sigo passo a passo, sem rodeio
Vagando neste espaço sideral,

O rumo se mostrando em sol e sal,
O canto noutro caos, em devaneio
Somática defesa em tom alheio,
Desvenda o meu passado desigual.

Esbarro nos meus erros e programo
O todo enquanto em mero e tosco ramo
O quanto quis em fronde se perdendo,

Meu sonho se esvaindo num momento
E quando outro cenário ainda invento
Não resta deste sonho nem remendo.


276

Os gozos que procuro; sempre puros
Traçando em tons diversos claridade,
O quanto deste sonho agora evade
E deixa tão somente em vãos apuros

Os dias mais atrozes, mais escuros
E a sorte noutra face se degrade
O rústico momento em tal verdade
E nele outros cenários inseguros,

Maldita fantasia dita o fim
Do quanto poderia haver em mim
E nada mais detenho senão isto:

E quando neste engodo persistisse
Vencido tão somente por mesmice,
Deveras num instante eu já desisto.

277


Uma amizade apenas, nada mais
O quanto poderia haver e morre,
Ainda na verdade não socorre
A vida imersa em ledos vendavais,

A sorte se desenha neste porre
E traça dias rudes, mas iguais,
E os ermos são deveras meus fatais
Momentos onde nada mais ocorre

Esbarro nos meus erros, meus engodos,
Adentro sem defesas, vários lodos
E bebo deste infausto a cada passo,

E quando poderia ser feliz,
O todo noutro engano já desfiz
E apenas solidão, decerto eu traço.


278


O quanto o coração procura em paz
O todo se perdendo num segundo
E quando destes sonhos eu me inundo
A vida na verdade nada traz,

Seguindo o meu caminho contumaz
Vagando sem sentido pelo mundo,
Apenas no vazio eu me aprofundo
Num passo sem destino, mas tenaz.

O rústico desenho em tom sombrio
Ainda pouco a pouco o desafio,
Mas sei que no final não terei nada,

Nem mesmo a sombra audaz de quem pudera
Apascentar enfim esta quimera
Há tanto neste espaço desenhada.


279


O ledo caminhar em tom diverso
Expressa a solidão e nada além,
O quanto na verdade ainda tem
Matando o quanto teimo e já disperso,

O rumo se perdendo a cada verso
E o todo se desenha no desdém,
Dos sonhos sou talvez mero refém
Jogado sem sentido no universo,

Esbarro nos meus erros e me dano,
O quanto deste sonho em desengano
Apenas traduzisse o fim de tudo,

E quando prosseguindo em noite escura,
A vida sem amor, morta a ternura,
Traduz o quanto ainda em vão me iludo.


280

Logrando alguma sorte aonde outrora
A vida não trouxera mais a paz
O quanto deste sonho se desfaz
E a fúria noutro passo desancora,

O rústico cenário me apavora
E mostra a face tosca e mais mordaz,
O quadro se desenha e sei tenaz
Enquanto o dia a dia nada aflora,

Querências tão diversas, ledo engano
E quando na verdade eu me profano
Erguendo o velho brinde a quem pudera

Cerzir outro caminho aonde eu vejo
Apenas tal cenário em vão ensejo
Matando o quanto resta em primavera.



281



Mas que esta eternidade não se vira
E nem a mera sombra da esperança
Aonde o meu caminho agora trança
Marcando com terror a leda pira,

E o quanto deste sonho se retira
Toando dentro da alma esta lembrança
Enquanto a voz funesta ora se lança
E gera outro cenário em vã mentira,

Enquanto a solidão se compartilha
Na face mais atroz, dura matilha
Uma armadilha dita o dia a dia

E o cálice quebrado em vão cristal,
O rústico cenário sempre igual,
Apenas traz o quanto mais podia.

282


Já não agradaria quem procura
Apenas soluções e nada mais,
Ainda vejo em mim tais vendavais
E neles entranhando esta loucura,

A vida pouco a pouco se depura
E gera tão somente os funerais
E neles outros ermos sempre iguais
Tramando a noite escusa, amarga escura.

Esbarro nos meus erros e permito
Somente o que inda vejo mais aflito
E bebo deste infausto a cada passo,

E assim sem mais saber de qualquer paz
Aonde o meu caminho se desfaz
Nem mesmo uma ilusão decerto eu traço.


283


Nos tantos duradouros dias vejo
Os ermos mais atrozes e mergulho,
Ouvindo da esperança este marulho
E nada mais deveras noutro ensejo.

O quanto poderia em azulejo
Agora noutra face em vago orgulho
Desenha com terror o pedregulho
E traço com ardor o vão desejo.

Extraio dos meus sonhos, mero fado,
E apenas sem defesas tento e invado
Cenários onde pude ou mesmo quis,

Gerando outro momento em desacerto,
O quanto se mostrara em vão concerto
Traçando tão somente a cicatriz.


284



Quem nos pede ternura e nada traz
Ainda que pudesse ser diverso
Do todo aonde tento e não disperso
O mote se mostrara mais tenaz,

E quando procurasse pela paz,
O canto aonde vejo e sempre imerso
O todo noutro fato mais perverso
Agora se mostrando mais mordaz,

Espalho a plenitude aonde tento
Vencer o mais dorido sofrimento
E sigo sem defesa além do cais,

Esbarro nos meus erros costumeiros
E tento adivinhar novos luzeiros
Aonde se aproximam temporais.


285


Fartando esta vontade de sonhar
E ter noutro momento a paz em mim,
O quanto se aproxima do seu fim
Não deixa quase nada em seu lugar,

O todo se perdendo em vago altar
Acendo da esperança este estopim
E o medo se transforma sempre assim,
Matando cada sonho devagar,

A sorte se desenha de tal forma
E quando o que presumo se deforma
Medonha face exposta a cada instante,

E o canto em discordância dita o quanto
Pudesse e na verdade não garanto
Cenário tantas vezes degradante.

286


O quanto que se vê após o nada
E dita o mesmo rumo aonde um dia
Pudesse transformar em alegria
A sorte noutro rumo desenhada,

A morte traduzindo esta alvorada
Já nada mais decerto poderia
Senão a mesma face amarga e fria
Há tanto noutro rumo desprezada.

Esqueço dos meus erros e mergulho
No vago caminhar em torpe orgulho
E bebo sem sentido e sem razão

O quanto quis deveras mais disperso
E quando outro caminho em paz eu verso
Os dias mais nefastos moldarão.


287


O quanto se apresente do futuro
Num passo aonde nada traduzisse
A vida se repete em tal tolice
E o passo se moldando não procuro

O solo se desenha agreste e duro,
O todo refletindo esta mesmice
E o corte na verdade não mais visse
O sonho tão temível e inseguro.

O canto sem saber qualquer valia,
Ainda no passado me traria
A voz de quem se foi e não voltara

Somente a solidão domina a face
Aonde outro caminho inda tentasse
Em noite mais suave, ou mesmo clara.

288


Pudesse te agradar um só momento
E tudo então diverso enfim seria
E quando se desenha esta agonia
Um novo caminhar, inútil tento,

Esbarro nos meus erros, no lamento
Gerando dentro em mim tal fantasia
E o quanto se perdera em noite fria
Exposta ao mais feroz e ledo vento,

Explano cada sonho e nada resta
Senão a mesma estranha e tosca fresta
Gestada pelo ocaso em que me entranho,

Aonde poderia haver um brilho,
Somente escuridão já compartilho
E o todo se transforma em ar estranho.


289

Quem deseja com sonhos mais vorazes
O todo que não veio nem viria,
Marcando com temor a poesia
E nela outros caminhos já desfazes,

A vida se desenha em torpes fases
E trama com terror cada agonia,
A sorte tantas vezes mais sombria,
Adentra meus momentos mais mordazes,

Esbarro nos enganos e pressinto
O quanto ainda houvera estando extinto
Num átimo, mergulho nesta areia

Num abissal caminho nada trago,
E sinto o meu cenário agora vago
E apenas a saudade me incendeia.



290


Quanto mais se pressente no auditório
A cena em atos vis ou num final
Apoteose dita o desigual
Caminho tantas vezes mais inglório,

E o quanto poderia peremptório
Estranho o velho abismo em funeral,
E o caos se desenhando em ledo astral,
O rústico momento em ledo empório.

Estranhos passos dizem do futuro
E quando na verdade eu me asseguro
Apenas da mortalha e nada além

Errático cenário se moldando
Traçando outro caminho mais infando
E nada na verdade ainda vem.


291


Muita ação poderia se evitar
Trazendo a paz somente em cada feito
E neste desenhar já satisfeito
Traçando a cada instante outro lugar

Bebendo a claridade do luar
Enquanto sob as rendas eu me deito
E trago na esperança um ledo pleito
Tentando noutro rumo me entranhar,

O quanto em poesia pude crer
Cerzindo com ternura amanhecer
Depois de tanta luta sempre vã,

O quanto se aproxima em raro sol
Tomando com beleza este arrebol
Desenha dentro da alma o amanhecer.


292


O quanto querem ver da tempestade
Cenário discrepante aonde adentro
E tendo a solidão em pleno centro
Apenas o vazio agora invade,

E quando noutro fato me concentro
Bebendo com fartura o quanto invade
E gero dentro em mim a liberdade
O sórdido caminho desconcentro,

E o todo se traduz num ato audaz,
E vejo lado a lado a alada paz
Selada num momento em plenitude,

E assim sem mais seguir outro caminho,
Aonde se fizera mais mesquinho
Nem mesmo a claridade em vão ilude.

293


O quanto já fluíra em tom diverso
Do sonho mais audaz, e nada veio
Caminho tão somente em devaneio
Vagando pelos ermos do universo,

E quando a poesia ora disperso
Tentando cada passo mais alheio
Vencido pelo sonho em vão recreio,
Recrio cada passo mais perverso,

E vejo a plenitude se moldando
Aonde na verdade e desde quando
O mundo se fizera em paz somente

O quanto do meu sonho se transforma
E gera com ternura a rara forma
Tramando em solo fértil tal semente.



294


Embasbacado vejo o fim da sorte
E tento novamente algum caminho,
E sei do meu momento mais daninho
E nada na verdade me conforte,

O quanto se presume sem suporte
O passo tantas vezes mais mesquinho
Enquanto do passado me avizinho
A vida perde o rumo e vai sem norte,

O canto se presume em tal lamento
E quando na verdade em desalento
O todo se desnuda num segundo,

O corte mais atroz e mais profundo
Esbarra nos meus erros, num momento
Aonde se desenha e em dor me inundo.


295


A vida se desenha além da moda
E traça o quanto pude noutra face,
Ainda que deveras se mostrasse
Apenas o vazio agora açoda,

O quanto se mostrando em resto poda
A sorte destroçada noutro impasse,
E o rumo na verdade se traçasse
Girando como fosse imensa roda,

E o vento noutro engodo, noutro rumo,
Traçando cada passo aonde esfumo
Meu canto em desalento e nada mais,

Os olhos sem sentido nem razão
A vida traz a mesma sensação
Dos dias entre tantos temporais.

296


A turba em violência se aproxima
E gera mais diversa e turva tez
Ainda quando o todo se desfez
Moldando com terror o duro clima,

E o quanto na verdade insensatez
Gerando o turbilhão aonde estima
A porta desenhada em verso e rima
O corte na verdade agora vês,

O medo não traduz o quanto trago
E bebo a solidão, em tédio vago
Medonha e caricata noite noto,

E o quanto se pudesse ser assim
Traduz o quanto esboço dentro em mim,
Num ato tão extremo quão remoto.


297


Um vário caminhar em noite escusa
E o todo não traduz sequer a paz,
O quanto na verdade se desfaz
E a sorte noutro enredo sempre abusa,

A face mais mordaz e tão confusa
Num passo tantas vezes mais tenaz
Gerando a mesma escória onde se traz
Verdade em sordidez, nada entrecruza

E cerzi sem domínio cada passo
Aonde na verdade ainda traço
O rústico momento em dor e medo,

E quando no final apenas tento
Vencer o quanto resta em sofrimento
Ao nada sem defesas me concedo.


298


O quanto deste sonho se prefere
E marca com terror o dia a dia
Na face mais atroz eu poderia
Vencer o que deveras interfere

E quando este caminho destempere
Marcando com temor cada agonia,
Amor já não seria esta utopia
Que a cada novo passo degenere,

Esbaldam-se mentiras noutra face
E o quanto na verdade se mostrasse
Demonstra a frialdade invés do riso,

E o passo mais audaz inda pudera
Gerar o quanto morta em primavera
Expressa a solidão em ar preciso.


299


Cifrando em tons diversos, melodias
Aonde pude crer felicidade
O quanto na verdade sempre evade
E gera o que deveras mais querias,

Os erros entre tantos, outros dias
E neles nada além desta saudade
Gerando a mesma dor, realidade
E nela apenas ermas agonias,

Esvaem dias tolos e loquazes
E quando outros momentos tu me trazes
Marcando com temor o quanto pude,

E o tétrico cenário se assumindo
Matando o que deveras já sei findo
Traçando com terror a solitude.


300


Armar de peças tantas a que tento
Após o mergulhar nesta alma impura
A sorte noutro instante configura
O quase em desespero, desalento,

O todo se transforma e num momento
A vida sem defesas segue e jura
Teimando contra a voz mais insegura
Regendo a cada passo o ledo vento,

Escassa maravilha não se vendo
Aonde o que resume em tal remendo
Apenas se traduz em mais diverso

Caminho sem sentido nem razão
E nesta mais dispersa solidão
Somente tenho na alma um ledo verso


301

Mas que ignóbil caminho se traçando
Imerso em desventuras mais sutis
E quando renegando o quanto eu quis
O dia noutra face em contrabando

O tempo se desenha mais infando
E o passo noutro rumo em cicatriz
Gerando cada engodo onde infeliz
O rústico cenário se moldando,

E quando neste tempo ora descambo
Minha alma desdenhosa em vão molambo
Um pária simplesmente e nada mais,

Exposto às mais diversas vilanias
Marcando com terrores e heresias
Os dias em tormentos rituais.


302


Para artistas diversos sonhos traço
Tento a vicissitude mais atroz
E sei do quanto trago em mansa voz
Ou mesmo ocupo o ledo e vago espaço,

O quanto disto tudo traz o escasso
Desenho aonde escuto o tom feroz
De quem se traduzisse como algoz
E nesta mansidão um ar devasso

Expresso o quanto pude e nada houvera
Somente a mesma face em vã quimera
Gerando o meu caminho em tom sombrio,

Ocaso dentro da alma de quem sonha
E sabe da verdade que enfadonha
Agora noutro tom eu desafio.

303


Já se admite deveras plenitude
No quanto poderia ser diverso
E quando o dia a dia em vão disperso
O passo sem sentido desilude,

O todo se traduz em atitude
E sei deste desenho mais perverso,
E tento outro caminho, ou mesmo verso
Ousando no cenário em magnitude,

O rústico venal atroz medonho
Enquanto a solidão eu decomponho
E bebo em goles fartos a ousadia,

A vida noutra face se desnuda
E vejo tão somente a torpe ajuda
Aonde o vão tormento se ergueria.


304


O quanto se fizera desta lebre
Apenas um momento em desvario
O todo noutro instante desafio
E a morte dia a dia se celebre,

O rumo se perdendo em tal casebre
O canto na verdade em tom sombrio,
O todo noutro tom invade o rio
Trazendo tão somente o medo e a febre,

O rústico cenário em turbilhão
No vórtice do sonho desde então
Mergulho e sem saber qualquer promessa,

A vida noutra face se apresenta
E bebe tão somente esta tormenta
Enquanto no vazio ora tropeça.


305

Barro o sarcasmo atroz em ledo engano
E quando mais procuro a paz e nada
Cerzindo no final a turva estada
E neste desenhar tanto me dano,

O quanto poderia soberano
No fim da velha e tosca madrugada
A noite que sonhara enluarada
Estende o roto céu em velho pano

Adentro sem defesa este cenário
E sigo sem saber do itinerário
Aonde poderia crer diverso,

E sinto o desvalido em vão progresso,
E o todo noutro engodo eu já confesso
E sei já sem sentido este universo.


306


O quanto se esmerando em claridade
O dia se pudera ter tal sol,
Somente um helianto, um girassol,
Enquanto a vida rama a tempestade,

O sonho pouco a pouco tanto evade
E traça no vazio este farol,
Domina em sortilégio este arrebol
E a poesia aos poucos já degrade

O rústico caminho em tons diversos
E sei dos meus desenhos mais perversos
Perdidos noutro tom imaginário,

Meu medo se traduz em tom sutil,
E o quanto na verdade se previu
Não traz qualquer momento em tom mais vário.


307

Apuros, para quando inda pudesse
Vencer a negativa mais atroz,
E o quanto deste sonho cala a voz
E nega a plenitude da benesse,

A vida noutro tom estabelece
O quanto poderia mais feroz
E o rumo se perdendo ora de nós
Não deixa no final sequer a prece,

E o todo já se aprece num momento
Aonde noutro rumo em desalento
Eu tento a claridade que não veio,

O mundo em cicatrizes mais doridas
Assim se desenhando nossas vidas
Num torpe e sem igual vão devaneio.


308


Em tom aborrecido sigo alheio
Ao quanto poderia ser melhor
Estrada demarca por suor
E nela outro momento em tal receio

E bebo cada gota e sigo anseio
E sei deste caminho até de cor,
E o todo se pudesse ser maior
Enquanto na verdade devaneio

Espalho sem sentido a voz nefasta
E o quanto do meu sonho se desgasta
E gera tão somente este vazio

O quanto poderia a nunca vinha
A sorte na verdade não foi minha
Somente me restara o turvo estio.


309


Do lauto imaginário este festim
Agora se perdendo em tom sutil,
O quanto na verdade se previu
Traçando tão somente o mesmo fim,

O quanto poderia em meu jardim
E o rumo se traçando em vão gentil
E quando se desenha em ar mais vil,
O torpe desdenhado dentro em mim,

Ascendo ao que pudesse mais diverso
E sei do meu caminho enquanto verso
Seguindo cada passo rumo ao nada,

E o fim se aproximando a cada instante
O mundo num momento se adiante
E mate em nascedouro uma alvorada.


310


Desenho tão diverso da verdade
O quanto sem notícias nada trago
Apenas o vazio onde me alago
E bebo apenas morta claridade,

O todo neste instante agora evade
E trama outro caminho em medo e lago
E o corte sem sentido mero e vago
Pudesse me trazer a liberdade,

Ocasos entre quedas mais constantes
E nisto a cada passo me adiantes
Marcando com terror o quanto ilude

E o medo se desenha a cada passo
E quando algum alento busco ou traço
Apenas em diversa magnitude.



311

Ao cabo destes anos solitários
Os ermos mais atrozes revolvidos
Os dias entre tantas destruídos,
Momentos mais ferozes, temerários.

Envolto em tais vãos itinerários
Mergulho meus caminhos em olvidos
E sinto os tempos mortos resumidos
Em erros mais sutis, desnecessários.

E bebo deste amargo fel: a vida
E nada se apresenta por saída,
Somente o fim de tudo e nada além,

E o pouco que inda trago ou mal cultivo
Gerando tão somente este cativo
Cenário aonde infausto rumo vem.


312


Após ter conhecido tantos erros
E vê-los dia a dia, eu nada trago
Senão a mesma face em rumo vago
Tocando com temor velhos desterros,

Olhando para além, diversos cerros
E desta sensação ainda alago
O quanto me restara enquanto indago
E volto aos meus delírios, vãos aterros.

Gerando a cada passo outro venal,
O rumo se repete sempre igual
E o todo se perdendo em atos vis.

O tanto quanto outrora procurara
Perdendo a direção nesta seara
Desenha na verdade o que desfiz.

313


Encontro-me sozinho e talvez
Ainda tenha alguma luz após
A queda neste intento mais feroz
Aonde simplesmente o nada vês,

O quanto deste sonho se desfez
Marcando com terror profundo em nós
Os dias se perdendo em louca foz
Tocados por real insensatez.

O vago caminhar em noite escusa
E toda a solidão porquanto acusa
Expressa a realidade mais tenaz,

Meu mundo em solidez já não existe,
Apenas este olhar amargo e triste
Que a noite ensimesmada ainda traz.

314


No rol dos sentimentos, medo e dor
Apenas na verdade o que carrego,
O todo se aproxima e mal navego
Num mar imenso feito em turva cor,

Meu canto, o de um espúrio sonhador,
O passo noutro rumo, sempre cego
E o vento aonde o sonho ledo entrego
Marcado por temível desamor.

Jogado contra as rocas, nesta praia
A cada passo a vida mais me traia
E gere tão somente o fim de tudo,

E quando vejo um brilho de neon,
Tentando este farol, distante tom,
Deveras novamente desiludo.


315


Um mestre no não ser, apenas isto
E o quanto tento e nada conseguira
Senão a mesma face da mentira
Aonde sem defesas eu persisto.

O caos que a cada instante mais conquisto
A vida tanto traz quanto retira,
A o vento se espalhando traz na mira
O lodo enquanto tento e não desisto.

Medonha face vejo em tal espelho,
E quando ainda tento e me aconselho
Encontro a podridão como resposta,

Minha alma sem defesa, assim se pondo
E o lodo noutro instante ora me expondo
Na imagem tão somente decomposta.


316


Apenas o impostor gerado em caos
Depois de tantos erros proferidos,
A vida sem saber sequer sentidos,
Aos poucos noutros rumos e degraus,

Os dias se transcorrem sempre maus,
E os olhos ermos dizem dos olvidos
E marco com meus passos doloridos
A sorte nos diversos tons e graus.

Esbarro nos engodos e procuro
Ainda após o tanto o mais seguro
Desejo aonde nada mais pudera

Senão ao desenhar este cenário
Um dia noutro tanto imaginário,
Tocando com carinho a louca fera.


317


O quanto em roda viva a vida dita
O passo que buscara e não viera,
Marcando a minha vida em vã quimera
E tendo mais que a sorte necessita,

Escusas tão diversas na maldita
Entranha enquanto vejo esta pantera
Arcando com meus erros, numa esfera
Diversa da que a sorte inda credita,

O caos gerado após o dia a dia
No nada em pouco tempo me traria
Somente a voz cansada do poeta,

Vencido pelos ermos de uma vida
Aonde não se vendo uma saída,
A sorte no vazio se completa.


318


Apenas um ignaro e nada mais,
Depois de tantos anos procurando
Respostas entre livros, conquistando
Somente estes vazios rituais,

Cenários mais atrozes, desiguais
O mundo se pesando em contrabando
E aonde poderia ser mais brando
Os olhos entre climas abissais.

O nada se apresenta por resposta
Minha alma aos poucos segue decomposta
E nada se faria senão isso:

O caos gerado após o tanto crer
Matando tardiamente o amanhecer
Roubando da esperança qualquer viço.

319


A lida se reflete na conquista
Dos ermos de minha alma sem valia
E o quanto deste todo não traria
Sequer após a queda a nova vista,

E o tempo quando muito ainda insista
E gere tão somente esta vazia
Vontade de lutar em tez sombria
E nada mais deveras já persista,

Aplaco cada sonho em novo sonho
E o quanto deste pouco eu recomponho
Aliviando a dor dura e inerente,

Queria ter após o fim de tudo
O quanto na verdade desiludo
E mesmo sendo assim nada apresente.


320

O quanto nada sei e ainda tento
Acreditar no dia após a queda,
O tempo noutra senda se envereda
E entrega sem defesa o pensamento,

Olhando para trás seguindo atento
O risco de sonhar, meu passo veda
A sorte se desenha vã moeda
E o medo só me traz mais sofrimento.

Ocaso em invernal caminho eu vejo,
E o todo quando tento outro desejo
Marcado em tatuagem, alma espúria,

Apenas do meu todo se extinguira
Na face desdenhosa da mentira,
Deixando como rastro tal penúria.



321



A vida em frenesi gerando apenas
Momentos mais diversos, mas vazios
E quando me preparo em tais estios
As horas não se fazem mais serenas,

E neste desenhar tu me condenas
Imerso em dias torpes e sombrios,
Os olhos noutro rumo, desafios,
E as noites não seriam mais amenas.

O sortilégio rege o quanto resta
Desta alma tantas vezes, leda fresta
Arcando com meus erros mais nefandos,

E o cais imaginário se distara
Tornando inacessível tal seara
Em dias mais atrozes, ledos bandos.


322

O quanto da verdade ainda vejo
E sei que nada tendo em minhas mãos
Senão a velha luta em torpes grãos
Nos quais e pelos quais a cada ensejo

Vacante pensamento em relampejo
Espalha pelos céus os tantos nãos
E marca tão somente em ermos vãos
O quanto poderia e não revejo.

Ascendo ao mais recluso e tento ainda
O passo aonde o nada se deslinda
E molda a solidão atroz e fria.

O cálice partido nada traz
Senão a mesma face mais mordaz
Matando em nascedouro a fantasia.


323


De tantas vaidades vejo o mundo
Incendiando a sorte a prosseguir
E sinto tão somente sem porvir
O quanto na verdade em vão me inundo.

Aonde sem defesas me aprofundo
E tento noutro instante conseguir
Da sorte mais audaz, este elixir
Tocando sem defesas o mais fecundo.

Esbarro nos espúrios ermos quando
O todo noutro rumo se formando
Presume nada mais que a própria queda,

Destarte nada resta, sigo alheio
O quando do vazio eu me rodeio,
Em cordoalha escusa, a vida enreda.


324


Os sábios mais audazes nada vendo,
Apenas acreditam no que sonha
Uma alma tantas vezes mais medonha
Gerada pelo caos, vago remendo,

E ao quanto mais atroz nada contendo
A face tão escusa não se oponha
E traça com terror o quanto ponha
Nas mãos de um ser temível, mas horrendo.

A sórdida presença do infinito
Aonde na verdade eu necessito
Apenas de uma paz mais duradoura

Meu passo noutro rumo se desenha
E a vida ao mesmo tempo em vão se embrenha
Enquanto no fantoche atroz se doura.


325


Escrúpulos diversos, negações
E os cantos mais atrozes inda escuto,
E quando vejo o tempo ledo e bruto
Aonde novos dias tu compões,

O ocaso dentro da alma, direções
Diversas; tento em vão, mesmo reluto
E o passo onde pudera ser astuto
Expressa as diversas emoções.

No quanto se renega ou mesmo tenta
Vencer a hipocrisia virulenta
Marcada a ferro e fogo, tatuada

Nesta alma mais atroz e mesmo rude,
O quanto deste canto desilude
E traz depois do sonho o etéreo, o nada...

326


Infernos e demônios que inda trago
E sirvo de bandeja esta alma impura,
O quanto na verdade se assegura
E neste desenhar somente afago,

E o rumo desdenhoso, um tanto vago,
Marcante caminhar em noite escura,
A história se repete e nesta jura
O todo sem saber já nem indago.

Abraço-me aos diversos caricatos
E vejo a cada passo os meus retratos
Tocados pela fúria do vazio,

E quando se apresenta alguma messe
O nada noutro instante reconhece
Apenas o que trago como estio.


327


Sonhos atribulados, pesadelos
E neles entranhados de verdades
O quanto com certeza já degrades
Causando tão somente tais desvelos,

Pudesse com certeza não contê-los
Nem mesmo outros caminhos liberdades,
Alçando o quanto pude em claridades
Tocado pelos medos, tais novelos

E o cândido caminho se perdendo
No olhar diversamente mais horrendo
Gerado pelo medo e nada mais,

Funéreas madrugadas, sons dispersos
E vejo no vazio dos meus versos
Os dias entre fúrias, desiguais.


328


Bisonhos céus adentram cada sonho
E vejo a mesma face dolorida
Aonde a sorte outrora presumida
Resume um caminhar ledo e bisonho,

E quando novo tempo a mim proponho
Tentando vislumbrar a despedida,
Fortuna noutra face sendo urdida
Esbarra no caminho aonde enfronho.

Cenário tão diverso do que um dia
Pudesse desejar em fantasia
E nada se aproxima do real,

Engodos costumeiros a quem busca
Vencer a solidão tola e velhusca
Num ato tantas vezes terminal.


329


Fatal caminho exposto a cada queda
E nele nada mais se vendo após
O rústico cenário dita a voz
Aonde o meu desejo se envereda,

Por quanto a solidão ainda seda
E gesta a cada passo outro feroz,
Meu mundo na verdade, meu algoz
Açoda e todo o passo agora veda,

Esbarro nos meus erros e profano
A cada novo engodo, mais um dano
E assim puindo o quanto ainda tenho,

Nos olhos sem saber deste horizonte
Apenas o vazio ora se aponte
E mostre desdenhoso o turvo cenho.



330


Já não me caberia mais sonhar
E nem talvez um dia mais feliz,
O todo quando a vida já desfiz
Não tem sequer aonde me ancorar,

Ausente do horizonte fonte e mar,
O todo se passando por um triz,
O sonho como algoz, em cicatriz
Teimando novamente em mergulhar,

Vacante sentimento em torpe voz
E sei que nada volve ou mesmo após
A queda insustentável, medo e lanho,

Aonde se pudesse ter um dia
E nele nova sorte se faria,
Somente no vazio agora entranho.

331

No sideral caminho, o sol comanda
A rara maravilha em alvorada,
E a imagem desta forma desenhada
Ao todo se oferece qual demanda

E o tanto quanto sonho traduzindo
Diversos tons sublimes no arrebol,
E quando como fosse um girassol
Olhando este cenário imenso e lindo

Adentro a fantasia mais sutil
E bebo cada gota deste tanto,
E o mágico momento onde garanto
A imensa divindade em que se viu

Do inerte ao tom supremo em foco e luz,
Aonde cada passo me conduz.


332



O curso harmonioso deste rio
Levando ao estuário consagrado
O tempo noutro instante desenhado
Aonde sem defesas, desafio,

E bebo tal beleza e não desvio
O olhar envolto em brilho, anunciado,
E o quanto se traduz neste legado
Apenas um momento em desvario.

O todo se anuncia e nos protege
Do incauto caminheiro, tolo e herege
Marcando com temores passos ledos.

E quando se entranhasse em tal cenário,
Bem mais do que decerto imaginário,
O mundo nos traduz raros segredos.

333


No infindo caminhar em noite clara
Do todo que se quer leve momento
Aonde com certeza me alimento
Do quanto a poesia já declara,

E o tanto traduzindo esta seara
Na qual a cada instante mais lamento
A velha sensação de sofrimento
E nisto o meu cenário se escancara,

Mostrando a direção por onde siga
O vórtice temível que castiga
Quem sonha ou mesmo tenta um novo prumo,

Do todo desenhado, nada resta
Senão a tosca imagem, mera fresta
Na qual o meu destino hoje eu resumo.



334


Repouso o meu olhar neste horizonte
E vejo tal beleza luzidia
Tomando sem temores cada dia
Aonde o meu desejo em paz aponte,

E quando mais adentro a rara fonte
E nela cada sonho serviria
Além de meramente fantasia
O todo se traçando numa ponte

Unindo os vários ermos da alma vã,
Promessa de talvez nova manhã
Enquanto a noite outrora fora atroz,

E o tanto quanto posso acreditar
Na força deste sol a nos tomar
Gerando a eternidade logo após.


335


Voltando ao quanto outrora pude até
Tentando acreditar noutro caminho,
Aonde na verdade desalinho
Matando em nascedouro a mera fé,

O rústico cenário segue alheio
Ao todo desejado e nada mais,
O dia se perdendo em desiguais
Delírios noutro passo, em vão rodeio.

E o quase se aproxima da verdade
No tanto quando luto e não tendo
Sequer outra vontade, sou remendo
E neste ledo rumo se degrade

O passo rumo ao nada e tão somente
Apenas o vazio me apresente.


336


Na súcia aonde adentro, mero párias
As hordas de canalhas, vil matilha
Enquanto uma esperança vaga trilha
Em noites tantas vezes temerárias,

As sortes outras tais, imaginárias
Apenas um ditame diz partilha
E o quadro se desenha enquanto humilha
Verdades mais atrozes, temporárias.

Afasto-me decerto deste vão
E sei dos dias torpes que virão
Matando o quanto houvera em liberdade,

Somente espúria face da verdade
No quanto cada passo se degrade,
Mostrando a todo instante a negação.


337


Ainda impaciente busco apenas
O quanto poderia noutro engano,
A vida refazendo cada plano,
Enquanto na verdade me condenas,

As horas entre tantas, morrem plenas
E o manto se mostrara em fino pano,
O corte se promete em novo dano,
E nada me trazendo, não serenas.

Assaz turbilhonando cada passo,
Aonde o meu futuro ainda embaço
E vejo sem sentido o verso enfim,

Amortalhando o quanto poderia
Ainda ter no olhar em poesia,
Tramando este final medonho em mim.


338


Retóricas diversas, vida vaga
O caos se transformando em corriqueiro
Aonde poderia mensageiro
Apenas no vazio esta alma alaga,

E vejo a cada faca, nova adaga,
Procuro em vão quem fora companheiro
E sei do meu momento onde me inteiro
E nada da esperança inda se traga,

Esbarro nos meus erros e prossigo,
Um velho comandante, em mar antigo
Ousando vez em quando outro timão,

E assim que a vida passe ou trace um rumo
Diverso do que em luta eu mal resumo,
Meus erros com certeza aflorarão.


339


Escusos caminhares noite afora
E o medo se desenha em tais rancores
E quando além de tudo ainda fores
O passo se transforma e me apavora,

O caos domina a cena e já sem hora
O carma transformando em dissabores
Cenários entre tantos vis horrores
Aonde esta incerteza nos devora,

Esbarro nos encantos mais sutis
E quando a própria história contradiz
Apenas resta em mim a leda imagem

Do quanto poderia e nunca veio,
O olhar a cada instante mais alheio
Negando qualquer luz, mera miragem.


340


Exposto ao quanto pude e não soubera
Sequer se havia ainda alguma chance,
A vida noutro lado não alcance
O quanto já perdera em leda espera,

A sorte se transfere e nada impera
Senão a mesma queda em vão nuance,
E o todo se perdendo num relance
Aumenta a sensação e traz a fera,

Resumo minha vida no vazio
E quando um novo tempo eu desafio,
Açoda-me a vontade de sentir

O todo se perdendo num tão pouco
E como fosse apenas mero louco,
Esqueço plenamente o que há de vir.


341


Lucrasse com temores, passos fúteis
E nestes desenhares ledos rumos,
E quando se traçassem meros fumos
Os dias na verdade sempre inúteis.

As horas desfilando tal torpeza
E o quadro refletindo o quanto sinto,
O todo noutra fase quase extinto
Seguindo a forte e louca correnteza,

Esvaio em versos tolos, tão somente
E o canto se perdera sem sentido
Aonde o meu caminho dilapido
O todo noutro rumo ora se ausente,

Matando o quanto houvera de esperança
Quem tanto esperaria nada alcança.


342

Nos tempos mais atrozes aonde eu vira
Somente este satânico caminho
Por onde na verdade eu me avizinho
Somente do que tanto se retira,

A sorte desenhada em vã mentira
A falta de sentido, o ser daninho,
Num ar mais tenebroso e tão mesquinho
Acerta no infinito a tosca mira.

Errático partícipe do nada,
A sorte noutra face desenhada
E o corte mais profundo dentro da alma,

Semente se abortando em turvo chão,
A vida sem ter via ou direção,
O todo na verdade não acalma.


343

Floresce dentro da alma a solidão
E traça com carinho cada rota
Aonde o meu desenho se denota
Matando cada passo num senão,

E o quanto poderia em direção
Diversa da que tento e se derrota
O custo desta sorte ora se esgota
E trama novos ermos que virão,

E após a mera escada em vãos degraus
O tempo já traçando o etéreo caos,
Resumos de momentos mais diversos,

Adentro sem sentido o quanto pude
E morta ou sem saída a juventude
Espalha pelas ruas tolos versos.


344


Um grande cavalheiro, a noite imensa,
A sorte desenhada em tal matiz
O quanto mais queria e já desdiz
A vida quando apenas nisto pensa.

O corte se desenha em borda intensa
E o tanto se perdendo por um triz
Do sonho mais audaz, um mero bis
E o quanto ainda tenho em recompensa.

O gesto mais audaz, a sorte esgota
E o tanto do caminho noutra frota
Sem ter sequer além um mero cais,

Arcando com enganos, vejo apenas
O quanto na verdade me condenas
Em erros ledos, vãos, descomunais.


345


Indiferente ao quanto poderia
Reger em passos vários, noite afora
O todo noutro instante ainda aflora
E gera a tempestade a cada dia,

Mergulho neste infausto, a poesia
E a dor a cada instante se demora
Matando o quanto quero e desancora
Gestando dentro da alma esta utopia,

Demônios entre tantos, costumeiros
Dos sonhos deste eterno, mensageiros
Adentram cada noite em tom diverso

E bebo em fortes goles tal cenário,
Aonde todo encanto necessário
Não vale mais sequer um rude verso.


346

Tantas profundidades da alma imersa
Num antro mais atroz e desarmônico
O rumo se fizera quase hedônico
E a sorte noutra rota se dispersa,

E quando a poesia além já versa
Num ermo desenhar quase sinfônico
O todo se percebe agora agônico
E o próprio desalento desconversa.

Ousando na perdida direção
Os dias mais suaves não trarão
Sequer a menor sombra da verdade,

E o caos se transformando dia a dia,
No quanto ainda resta ou poderia
Enquanto a solidão atroz invade.


347

Em glórias tão diversas e sublimes
Os dias mais atrozes transmudados
E os erros costumeiros alegados
Enquanto dia a dia já redimes,

O tanto quanto posso ou não estimes
Vestindo os mesmos ritos desejados
Ou destes descaminhos, velhos fados
E neles outros tantos, meros crimes.

Açoda-me a vontade de saber
Aonde poderia acontecer
Somente o que deveras acontece

Enquanto o meu caminho se desenha
Na face mais medonha e nada tenha
Sequer qualquer noção de reza ou prece.


348


Caminhos tantas vezes singulares
Nos quais e pelos quais eu poderia
Seguir o quanto vejo em heresia
Bebendo cada gota, jugulares.

E quando noutro instante tu notares
A imagem tão nefasta quão sombria
Do pouco que talvez não mais teria
Ousando nos meus ermos lupanares,

A constelar imagem do passado
No todo tão somente o meu traçado
Adentra sem sentido qualquer luz,

Errático momento em tons sutis
No quanto poderia e já desfiz,
Apenas ao vazio me conduz.


349

Espíritos mais puros; não soubera
Durante a minha estada em tal inferno
E quando no vazio ainda interno
Apenas vislumbrando o salto e a fera,

O quanto do caminho desespera
E gera outro momento outrora terno,
O todo se desenha noutro inverno
E a sorte a cada passo destempera.

Ocasos de quem tenta com sorrisos
Ousar noutros momentos, paraísos
Sabendo do satânico caminho,

E quando me aprofundo na alma humana
Palavra mais sutil ora se dana
E vejo este retrato mais mesquinho.


350

Chegando aonde outrora nada quis
Cerzindo esta senzala na alma escusa
E o quanto se procura ou mesmo abusa
Deixando uma esperança por um triz,

Arcando com meu mar, ledo matiz,
A sorte se transforma e já recusa
A vida solitária ora reclusa
O corte mais profano contradiz,

Jogado sobre as rocas, cais presumo
E quando noutro instante sou resumo
Do caos aonde pude imaginar

Apenas o vazio e nada além,
O passo sem sentido ainda vem
Tomando com certeza este lugar.


351


Satânico caminho em consonância
Gestando outro momento aonde eu pude
Vencer com sobriedade a juventude
Marcada por audácia em arrogância

E o todo desenhando a discrepância
Aonde cada passo nos ilude
E o tanto quanto posso em plenitude
Dizer do sentimento em elegância,

Demônios costumeiros me rondando
E o canto neste insano torpe e infando
Momento esvai em nada e deixa apenas

A face caricata da verdade
E quando cada sonho já degrade
Ao cadafalso em vida me condenas.


352


Em pânico somente a face atroz
De quem se fez audaz e nada trama
Senão tal descaminho e quando o drama
Reinando sobre tudo dita a voz,

Negasse da esperança mera foz,
O bêbado semeia o quanto clama
E ainda se desdenha a leda chama
Marcante caminhada mais feroz,

O pântano traçado dentro em mim,
Aonde quis talvez algum jardim
Esboça no final somente o nada,

A morte tantas vezes me rondara
E ao vê-la dominando esta seara,
Presumo a vaga noite anunciada.


353


O quanto impulsionasse além do farto
O todo desejado e nunca visto,
Apenas na verdade inda resisto
E do vazio infausto ora me aparto

Bebendo a correnteza, enfim descarto
O quanto ainda houvera dentro disto
E neste tramitar lembro Mefisto
E adentro sem defesas sala e quarto.

Ocasionando a morte da esperança
A voz sem mais sentido hoje se lança
Vencendo esta distância sutilmente,

E o quanto se apodera do vazio
No topo do meu sonho cada estio,
Aos poucos novamente se desmente.

354


Ataca-me deveras quem se faz
De audácia e plenitude tão somente,
A vida sonegando toma a mente
E gera outro caminho mais mordaz,

E quando na verdade satisfaz
O todo e talvez seja premente
O quanto deste nada se apresente
Moldando a cada instante Satanás.

Esbarro nos incautos passos quando
O mundo noutra face se espelhando,
Traduz o que somente ora se vê

O rústico cenário se aprimora
E quando sem saber sequer desta hora
Não tenho mais talvez nenhum por que.

355


Iguala-se em vingança o quanto eu quis
E nada poderia ter em mente
Senão este vazio tão freqüente
Gestando um novo instante em tal matiz,

O corte se apresenta por um triz
E bebo desta tétrica aguardente
E sinto o quanto possa, mais urgente
Ainda noutro instante ser feliz.

O caos dentro do peito me deforma
E a morte sem defesas, leda norma
Escassa aonde o todo não se vendo

Expressa a realidade mais atroz
Gerando em turbulência a densa voz
Traçando dentro da alma este remendo.


356


Um irrisório sonho e nada mais,
Aborto da esperança se moldando
Neste ar deveras duro e mais nefando
Envolto em descaminhos abismais,

O todo desenhado sem jamais
Saber do quanto pude sequer quando
O rústico momento se tramando
Deixando para além o porto e o cais,

Jogado sobre as pedras, os rochedos
O tempo traz no bojo desenredos
E marca com total tenacidade

O passo sem destino rumo ao vago
E desta solidão, enquanto alago
A morte me sorrindo agora brade.

357


Ao desaparecer qualquer alento
Aonde o meu destino se fizera
Apenas tão somente esta quimera
Tocando com terror meu pensamento

No quanto mais atroz inda acalento
A sorte desdenhosa da pantera
E neste caminhar se destempera
Matando em nascedouro o sentimento.

Assisto aos meus momentos mais doridos
Embora noutros passos decididos
Ocaso dominando o dia a dia,

E quando imaginara tão somente
Apenas o vazio se apresente
E a sorte noutra face morreria.


358

O medo motivando o necessário
Caminho entre diversas faces traça
Apenas o que agora em vã fumaça
Espelha este cenário imaginário,

O sonho, na verdade este corsário
Vagando sem destino em rota praça
Aonde poderia nada faça
Senão a mesma imagem, relicário.

O corte mais atroz, a voz perene,
O quanto do meu mundo se condene
E gere novamente a tempestade,

O passo rumo ao vão expressa a morte
E o todo noutro instante não conforte
Enquanto tão somente nos degrade.


359

Espíritos diversos nos rondando,
Os ermos caminhares, noite afora,
E o quanto desta vida se demora
Mostrando este cenário ora nefando,

O rústico viver em contrabando
O tombo noutro passo desancora
E apenas solidão quando apavora
Ocaso toma o carma desabando.

Ainda poderia haver um brilho
Aonde cada passo compartilho
E tento novamente ser feliz,

Meu mundo desastroso e sem valia
Apenas noutra face mostraria
Enquanto cada passo contradiz.


360

Alimentar apenas meus enganos
E crer noutro cenário mais audaz
Aonde cada passo se desfaz
E gera tão somente tantos danos,

Os dias onde foram soberanos
O passo noutro rumo mais mordaz
O quanto se deseja sem a paz
Rasgando desde já meus velhos planos.

Esvaio em versos tristes, nada trago
Senão a mesma vida e sem afago
O corte se aprofunda em vasto céu,

E apenas o grisalho deste instante
Tomando o que tanto se garante
Negando qualquer brilho, torpe véu.


361


Nutrindo esta miséria em emoção
Diversa da que tanto desejei
E vendo o quanto perco nesta grei
Matando qualquer ponto ou solução,

E sei dos meus momentos que verão
Apenas o tormento onde entranhei
E neste desejar eu mergulhei
Errante noutro mar, navegação.

Esbanjo fantasias, mas mortalhas
Dispersas quando em vão tentas, batalhas
E vences os meus medos, desatinos,

Nos olhos desta fera esse horizonte
Aonde cada brilho desaponte
E geste botes loucos e ferinos.


362


Covardes passos tento quando vejo
O fim do meu sonhar em ares grises
E quando a cada engano contradizes
Matando com terror um ar sobejo,

E o vento se mostrando num lampejo
Gerando dentro em mim diversas crises
Ainda alimentando meus deslizes
Na sorte desdenhosa ou vago ensejo.

Esbarro nos enganos de quem tenta
Sabendo desta vida virulenta
Traçar outro caminho embora tenha

Somente o mesmo ocaso dentro da alma,
E o quanto a solidão ainda acalma
Moldando cada passo aonde eu venha.


363


Das tantas confissões, erros diversos
Postergo a solução e mesmo nego,
O rumo desenhando num nó cego
Traduz o quanto quis tais universos,

E os dias mais comuns, audazes versos,
E neles outro tempo não emprego
E sei do quanto na alma inda carrego
E tento caminhar em vãos emersos,

Gestando uma ilusão mais costumeira
Ainda quando o tempo tente e queira
O risco de sonhar se faz presente,

E o nada noutra cena se traduz
Gerando tão somente em contraluz
O passo mais audaz que eu busque ou tente.


364


Caminhos enganosos onde adentro
O passo sem saber de nova rota
A sorte neste instante vão denota
O quanto na verdade não concentro,

E sei dos meus engodos quando tento
Vencer os descaminhos mais frequentes
E mesmo quando vejo impertinentes
Cenários vou traçando em mim tal vento,

Esbaldo-me decerto em tom sutil
E quando merecesse melhor sorte
Ao ter quem nesta vida me conforte
O mundo noutro instante se reviu.

Vislumbro a mera queda de quem sonha
E sei da face escusa e até medonha.



365

Se as lágrimas pudessem ter ainda
O tanto quanto quis e não soubera
Vencer a solidão, audaz e mera
Enquanto outro momento, a sorte finda,

E nada do que eu busque se deslinda
Na face em discordância desta fera
Meu passo noutro todo já descerra
O quanto poderia e à morte brinda.

Ocasos costumeiros, céus dispersos
E neles outros ermos universos
Gestando apenas caos e nada além,

O todo se desenha em tons sutis,
E marco com meu canto o que não quis,
E o nada noutro instante ainda vem.


366


Satã deitando o olhar sobre este escasso
Caminho que inda possa me trazer
Após a turbulência amanhecer
Gerando novo rumo em belo traço,

O quanto se traduz e nada faço
Somente mergulhando ao bel prazer
Podendo cada instante percorrer
Sem ter sequer na vida um ermo espaço,

Espero tanto tempo e nada vindo
Apenas outro rumo eu não deslindo
E vejo o meu caminho noutra cena

A sorte se perdendo sem sentir
O quanto poderia no porvir,
Ao longe sem defesas me condena.


367


O quanto se medisse dos enganos
Em passos mais dispersos tão audazes
E quando na verdade tu desfazes
A cada novo sonho velhos planos,

Os meus demônios todos, rotos panos
E neles outros traços mais mordazes
Enquanto vejo encantos mais falazes
Os dias não seriam soberanos.

Esgoto o meu caminho em ledo espaço
E quando alguma luz procuro ou traço
Escasso caminhar ainda resta,

Do todo desejado nada veio,
Somente o mesmo pranto em devaneio,
Adentra o quanto tenho em mera fresta.


368

Vontade sem limites nem fronteiras
Ditames de uma vida mais augusta
E quanto deste sonho se degusta
Enquanto noutro rumo tu te esgueiras,

As horas entre tédios e cegueiras
A sorte de tal forma sendo justa
Resume o quanto possa ou desajusta
Tramando noutros ermos tais bandeiras,

Vencendo cada passo aonde eu pude
Vestir a mais cruel rara atitude
E neste demoníaco cenário,

O quanto resta em mim já não traria
Sequer qualquer alento ou alegria
Mostrando este caminho temerário.


369


Vaporizado sonho em meio ao nada,
Fumaças dominando cada passo
E o rústico desenho aonde eu traço
A sorte tantas vezes depredada,

Na vida sem razão prenunciada
O manto se mostrando mais escasso,
E o corte se aprofunda em tal espaço
Gerando no vazio esta alvorada,

O canto em mais total desarmonia
Ainda noutro rumo levaria
Quem busca tão somente a paz e sente

A queda sempre em falso, esta ilusão
Tramando desde agora a negação
Deveras tão sincera e persistente.


370


O olhar se transfigura e já me acabo
Ousando noutra fonte mais venal,
E o tanto quanto pude neste astral
Tramando a cada passo outro diabo,

O rumo sem sentido onde desabo,
O toque mais atroz e original,
Prepara tão somente o funeral
Do sonho num momento dando cabo,

E o corte mais sentido, nada dita
Sequer o quanto a vida necessita
Do brilho ou mesmo até de algum alento,

E quando após a queda anunciada
A morte noutra face acomodada
Entrega o coração ao ledo vento.


371

Em atrativos vários e nefastos
Os dias mais audazes se mostrando
Num ar deveras turvo ou já nefando
Os tempos entre nada sendo gastos.

Os olhos procurando no horizonte
Ainda quem pudesse desenhar
O todo noutra forma a divagar
Gerando o quanto quero ou mesmo aponte,

A sórdida presença deste encanto
Gestando a imensidade em ar sombrio,
E quando novo passo eu desafio
Ainda sem proveito eu tento e canto

Vagando pelos ermos de minha alma
A sorte se desdenha, mas me acalma.

372


Ao ledo inferno sigo sem respostas
E quando me procuro nada vejo
Senão a mera imagem num lampejo
Das farsas entre tantas sendo expostas

E o quanto deste enredo já desgostas
Matando cada passo aonde almejo
O simples delirar, tolo e sobejo,
Toando dentro em mim ledas propostas.

Reúno os meus demônios e presumo
O todo num instante em raro sumo
Moldando a cada escândalo este não,

O sórdido delírio me tomando
Num ar tão mais atroz, em contrabando
Gerando dentro em mim vaga ilusão.


373

Adentro pelas trevas, tua herança
E sinto apenas nada aonde um dia
Pudesse discorrer em fantasia
O quanto noutro passo não se alcança,

A vida poderia ser mais mansa
E o sonho na verdade não se adia,
A morte desenhando a poesia
E nela o meu mundo ora se cansa,

Vestindo o quanto tenho na alma vaga
A cada novo engodo, a mesma chaga
Resulta do fastio aonde eu creio

Num mundo tão diverso e desleal
Gerando a cada engodo um funeral
Matando o quanto trago em tom alheio.


374


Um libertino adentra o lupanar
E cerzi com medonhas mãos imundas
O quanto noutro rumo te aprofundas
E volta mesmo assim a se buscar,

Perdendo pouco a pouco o seu lugar,
As horas mais diversas quando inundas
E geras outras tantas ou confundas
O passo noutro vago caminhar.

Escasso desejar em tom sombrio
O todo se desdenha neste estio
E marca com terror o quanto houvera

No fundo nada tenho senão isto,
E quando novamente em vão invisto
Alimentando em mim a imensa fera.


375


A velha prostituta, o caos gestado
No tanto quanto pude acreditar
E gera dentro da alma este lugar
No canto solitário em ledo enfado,

Apenas o vazio agora invado
E tento novamente desfrutar
Do sonho já sem ter qualquer luar
Ou mesmo em plena treva, mergulhado.

Ousando com palavras, nova fase
Ainda tão somente o tempo atrase
E marque com terror o dia a dia,

Já não comportaria mais sequer
O quanto na verdade a vida quer
E o tempo sem razão qualquer cerzia.


376


Roubando cada passo aonde um dia
Pudesse ter além do caos em mim,
Matando em aridez cada jardim,
A sorte noutro rumo se faria,

E o todo num instante moldaria
O resto sem saber sequer do fim,
E quando mergulhara no que vim,
A noite se fizera mais sombria,

Exausto caminheiro de um passado
Aonde nada vejo desenhado,
Somente este fastio em tom diverso,

O canto se aproxima deste inferno
Aonde sem descanso mal me interno
E em sonhos mais atrozes, ora eu verso.

377


Exprimo com terror o que amargura
O sonho de quem ama ou mesmo tenta,
E sei da sorte atroz, leda e sangrenta
Marcada tão somente por tortura,

A vida noutra face configura
Alheio caminhar, torpe tormenta
E nada na verdade me apascenta
Enquanto a própria morte se assegura,

Jogado nalgum canto desta casa
O todo noutro rumo não embasa
O passo desejado e não cumprido,

O quanto me aprouvera neste instante
Apenas o vazio me adiante
E mesmo assim decerto o dilapido.


378


Num vão formigamento adentro o nada
E vejo a sorte aonde não houvera
Senão a mesma face em tal espera
E o todo trama a sorte desenhada,

A rústica presença atormentada
Matando qualquer tom em primavera
Apenas noutro instante regenera
Expressa a minha vida em erma estada,

E ocasos dominando o dia a dia
Aonde na verdade eu poderia
Cerzir uma esperança mesmo atroz,

E o quanto se perdendo em ledo fato
Somente num instante após constato,
Moldando com terror a minha voz.


379


Helmíntico caminho desenhado
Nos antros de minha alma, nada vendo,
O todo se mostrando num remendo
E o corte a cada engodo aprofundado,

Espalho o quanto busco e se me enfado
Apenas outro rumo ora desvendo
E neste desenhar cenário horrendo
Somente pelo caos já demarcado.

Escuto a voz sombria de quem tanto
Pudera e na verdade eu adianto
O passo na procura pelo estático

Momento enquanto o pude discernir
Gestando este vazio num porvir
Decerto tão venal porquanto apático.


380


Um antro aonde vejo tais demônios
E deles me servindo a cada instante,
Enquanto o nada além tanto garante
Marcando com terror os meus hormônios,

E os pássaros deveras não mais vejo,
E o quanto na verdade não mais creio,
Gerando a cada passo outro receio,
E nele o mesmo caos em torpe ensejo.

Esbarro nos meus erros e, medonho
Acasos entre ocasos, casos sinto
E bebo neste cálice este absinto
Enquanto o mundo segue e não me oponho,

Vacante coração em leda imagem,
Marcando a cada infausto, outra miragem.



381


A adaga penetrando sem defesas,
O caos gerado a cada nova queda
E o tanto quanto posso a vida enreda
Fazendo de esperanças, meras presas,

Os olhos noutro rumo, sobre as mesas
O quanto poderia e sempre veda
O passo noutro caos, mesma moeda,
E vejo as mais nefandas sobremesas

Aonde nada resta, nem talvez
O pouco inda resiste e traça aquém
Do tanto quanto posso e nada vem,

Toando dentro da alma o quanto fez
Num gesto mais audaz, ou mesmo vago
Enquanto em dores fartas, tudo alago.


382

Desenhos placentários, cada aborto
Mergulho nos teus ermos, vejo apenas
Ao quanto neste instante me condenas
Matando com terror o velho porto,

O senso noutro enfado, semimorto
As horas poderiam ser amenas
E quando se desenham torpes cenas
O carma se traduz em passo torto.

Acolho os desenganos sigo só
E o tanto se esvaindo em cada pó
Gerando ao fim da estrada a mera queda,

E o tempo não sossega e não mais deixa
Senão a mesma face em rude queixa
E o canto neste vão toma e se enreda.

383


A morte ao invadir cada momento
Transcende ao meu caminho mais audaz
E o todo noutro instante também traz
Somente o que procuro e me atormento,

Não vejo nada além do sofrimento
E o tanto noutro instante tão mordaz
Enquanto poderia ver a paz
O risco se transforma em desalento,

Vencido pelo ocaso nada tenho
Senão a mera imagem de um desenho
Marcando cada engodo com meu sonho,

E o tanto poderia ser diverso
Matando pouco a pouco este universo
Num rito tanto atroz quanto bisonho.


384


Uma alma sendo ousada se permite
Vencer o quanto ronda ou mesmo dita
E o rumo no vazio necessita
Apenas de qualquer mero limite,

E quando em tal momento se acredite
A vida noutra face mais bendita
Ainda desenhando esta desdita
Deveras não resume este palpite.

Esvaem em palavras sonhos, fados
E os dias mais diversos desejados
Pudessem redimir o meu engodo,

Mas quando me aprofundo em pantanais
Os olhos em dispersos funerais
Expressam tão somente o medo e o lodo.


385


Chacais invadem sonhos, tal matilha
Esbanja com ladridos tantos medos
E os dias se desarmam, desenredos
Aonde todo sonho em vão se trilha

Aceno com provável armadilha
E tento outros momentos, mas são ledos
E os dias entremeiam meus segredos
Na face mais audaz, a morte pilha.

E o tempo se desenha sem fastio,
No quanto poderia e desafio,
Apenas vejo o fim do sonho, ocaso.

O mundo se desenha de tal forma
E nisto cada engano se conforma
Vazio desenhando o mero acaso.

386


Em velhos caminhares, tais aranhas
Adentram cada passo rumo ao vago,
E neste delirar aonde afago
As horas mais medonhas, tão estranhas

E quando poderia em tais montanhas
Conter o quanto houvera em ledo estrago,
Apenas do passado a cena apago
E nela novos dias logo entranhas,

Escassa realidade dita o quanto
Ainda na verdade desencanto,
E bebo este vazio tão somente,

Meu mundo se desenha em tom sombrio
E o quanto noutro fado desafio
Gerando o quanto a vida agora mente.


387


Os velhos rapineiros, meu anseio
Aonde se permite a queda após
O todo se presume e sei que em nós
O mundo não permite devaneio,

O canto aonde em rondas me rodeio,
Gerando tão somente a mesma foz,
O tempo na verdade dita a voz
E nela este detalhe em devaneio,

Ausente da esperança, nada resta
Sequer a mesma imagem, leda festa
Ou tanto quanto trago em dor imensa,

O prazo se esgotando a cada engodo,
E o tempo se desnuda e vejo o lodo
Aonde a minha sorte em vão compensa.


388


Despojos entre corpos desenhados
Jogados pelas ruas e vielas
E neste caminhar logo revelas
Os tortos entre tantos desdenhados,

Assim ao mergulhar diversos fados
Abrindo da esperança meras velas,
O quanto ainda em vida me atropelas
E ditas rumos velhos, degradados,

Esbanjas ironia a cada passo
E quando noutro rumo tanto faço
E tento sem sucesso ainda a paz,

O corte se trazendo em tom diverso
Bebendo a fantasia deste verso
Somente o quanto quis hoje desfaz.


389


Apenas um despojo do que há tanto
Pudera ser diverso do meu mundo
E quando neste rumo me aprofundo
Somente experimento o desencanto

E o nada após o roto ora garanto,
E neste caminhar um vagabundo
Cenário aonde imerso eu já me inundo
Cevando a cada instante o ledo pranto.

Errático cometa em noite escura
A sorte noutro engodo me assegura
Somente do vazio e nada mais,

Aonde se fizesse soberano
Encontro a cada passo um novo dano
E gero os meus sobejos funerais.


390


O tédio me invadindo neste fato
E o quanto ainda tento e não mais vejo,
Cevando dentro da alma este desejo
Aonde o meu caminho não retrato

Apenas a verdade ora constato
E tento nem que seja num lampejo
Marcar com alegria o vão desejo
E nele derramar um passo grato,

Espalho a minha voz sem direção
E o canto se mostrando agora em vão
Expressa este mergulho em tal abismo,

O quanto quero crer e nada veio
Somente o mesmo caos, ledo receio
Aonde a cada passo ainda cismo.


391

Enfastiado, eu vejo o meu caminho
Envolto em brumas fartas, tão somente
O quanto noutro rumo se apresente
Traçando este cenário mais daninho,

E quando quis a rosa, tive espinho,
E quando quis o solo, outra semente
Negando o quanto pude de repente
Enquanto do vazio eu me avizinho,

Esbarro nos meus erros e costumo
Vivenciar apenas ledo sumo
E ter alheio sonho em tom nefasto,

E quando mais pudera acreditar
Na sorte desenhada noutro mar,
Dos tantos desejares já me afasto.

392


Blasfemo contra a sorte noutro tom,
E vejo o meu caminho em discordância
Aonde poderia em ressonância
Apenas noite amarga em tal neon,

A sorte sonegando cada dom,
E o tétrico cenário em abundância
Marcando o quanto pude em leda estância
E nisto o que sonhara outrora, bom

Espelha tão somente este vazio
E quando o meu demônio ora desfio
E bebo esta satânica verdade,

O todo se traduz em mero ocaso,
E quantas vezes sigo em cada caso
Ainda quando o sonho acuse e brade.


393


Maldigo a divindade mais escusa
E nada mais traria senão isso,
O quanto deste passo é movediço
Tramando uma alma turva e até reclusa,

O passo traduzindo esta recusa
Enquanto alguma luz torpe cobiço
E vejo tão distante o mero viço,
Na sórdida visão, mera e confusa,

Aonde pude crer felicidade
Apenas o vazio aonde invade
Gestando a solidão espúria e vaga,

No olhar de quem se dera noutra face,
A vida tão somente demonstrasse
O quando sem razão alguma indaga.


394


Pariste mera serpe e nada mais,
Entranhas com venenos outras sendas
E quando desafias em contendas
Os dias entre os ermos funerais,

Meus passos entre tantos desiguais
E neles expressando velhas tendas
As sortes não passando de tais lendas
E nelas outros dias tão normais,

Escassa realidade dita o fim
E o todo em aridez mata o jardim
Aonde ainda houvera a flórea trama,

E quando em solilóquio, pensativo,
Do todo na verdade este cativo
Enquanto a cada passo o nada clama.


395


Uma irrisão somente e nada mais,
O quanto resta vivo deste sonho
Aonde o meu caminho não componho
E vejo outros momentos abismais,

Pudesse noutros tantos vãos cristais
Apenas o cenário mais bisonho,
E o quanto deste mundo em enfadonho
Desenho tu derramas funerais,

Esbarro nos engodos mais frequentes
E quando da esperança logo ausentes
Descrentes dias trago dentro em mim,

O tétrico cenário se aventura
Marcando a cada engodo a desventura
Acende do vazio este estopim.


396


Efêmeros prazeres, noite vaga
O todo se traduz num desalento
E quando outra alegria, inútil, tento
A vida se prepara em leda chaga,

Adentro a solidão da imensa plaga
E entregue sem defesas bebo o vento
E sei do mais completo sofrimento
Enquanto a sorte expressa a torpe adaga,

E o manto consagrado ora puído,
O Cristo desprezado em mera cruz
Ao quanto neste canto ora me opus

Apenas na verdade consolido
Versões entre diversas mais nefastas
E destes sonhos logo tu me afastas.


397


Eu vejo-te escolhida , tal mulher
E neste desenhar a cristandade
Moldando a falsa imagem, liberdade,
Não deixa mais um rastro além, sequer.

E o todo noutro instante e se vier
Traduz o quanto apenas ora enfade
E o sonho noutro cais agora evade
E nada se conforma como quer,

O rústico diverso campesino
Enquanto o meu caminho determino
No arado mais tenaz ou mesmo rude,

A farsa se desenha a cada passo
E o quanto deste sonho ora desfaço
Apenas novamente desilude.


398


Dos sonhos meramente este carrasco
Marcando com terror cada segundo
Aonde em turbilhões eu me aprofundo
E vejo este cenário em nojo, em asco

Veneno se escondendo em ledo frasco,
E o quanto deste escândalo confundo
E gero sem saber o caos imundo
E tento suplantar mero fiasco,

Masmorras tão diversas, versos frágeis
E dedos na verdade bem mais ágeis
Ousando em vagas rotas doravante,

O todo se anuncia em turbulência
E a sorte noutro enfado, em virulência
A cada novo engodo se adiante.


399


Envolto nestas chamas mais profusas,
Apenas a mortalha se prepara
E a noite desenhada outrora clara
Agora em cenas turvas e confusas,

E quando da esperança tanto abusas
Ou mesmo novo rumo nos separa
Matando o que deveras desampara
E nestes ermos portos entrecruzas.

Mesquinhas artimanhas de quem ama,
Ou traça em discordância cada trama
Em teias tão diversas, mil matizes

E nestes caos deveras mergulhando
O todo se perdendo desde quando
Apenas os meus sonhos contradizes.


400


Uma seqüela apenas nada mais
Do todo desejado resta o fim,
O quadro se traçando dentro em mim
Matando o quanto pude em tais cristais

E os dias são deveras desiguais
A vida prenuncia outro motim
E acende do vazio este estopim,
Momentos tantas vezes terminais,

E o caso se expressando em negação
Somente outros momentos se verão
Na sórdida vontade mais aguda,

Em tantas vis agruras, vejo apenas
Os ermos onde tanto me condenas
E a própria fantasia não acuda.javascript:void(0)


401

Às vezes quanto em torpe companhia
Nas hordas mais imundas, pária, eu sigo
E bebo cada gole do castigo
Aonde a minha sorte moldaria,

Alçando o meu destino em vilania
O caos se desenhando no postigo
O rosto se aproxima do perigo
E faz do canto apenas tal sangria,

Espúria garatuja e nada mais,
Imerso nos meus ermos desiguais,
Sorrindo com a dor eu vejo então

A marca mais profunda dentro da alma
E sei o quanto o lodo tanto acalma
Imerso nesta amarga podridão.


402


Acima das montanhas, cordilheiras
Os olhos procurando outro horizonte
Enquanto a lua ao longe, mal desponte
Das tantas ironias tu me inteiras,

As horas podem ser tão corriqueiras
Comuns momentos ditam cada fonte
E o todo noutro rumo ainda aponte
Ousando nos vazios por bandeiras.

Esboço reações nada sutis,
E o quanto a cada instante se desdiz
Permite tão somente o mesmo fato,

E quando em rude espelho distorcido
O olhar se mostra quase enternecido,
Alguma luz ao menos, eu constato.


403


Dos mares mais distantes, as procelas
Ditames de uma vida entre fastios,
E os ermos caminhantes seguem rios
Abrindo da emoção, inteiras velas,

E o quanto a cada instante me revelas
Gerando dentro da alma desafios,
Esboços de momentos mais tardios
E neles outros tantos também selas.

Arcando com meus erros, nada além
Do tanto ou quase nada onde contém
O verso em discordância e tão somente,

Ainda que pudesse ser diverso
O quanto do meu sonho em vão disperso,
Aborta em nascedouro esta semente.


404


Etéreo navegante sideral
Aonde o meu caminho não precisa
O fim da velha história, leve brisa
Domina todo instante em ritual.

Esgoto meu cenário em desigual
Momento enquanto a dor dicotomiza
Gerando tão somente o quanto avisa
Apenas do meu tétrico final.

Da seiva feita em luz, já nada trago
Senão algum instante turvo e vago,
Arcando com meus ledos desenganos,

E os dias entre tantos se perdendo
Prenunciando em mim vário remendo,
Sangrantes ilusões matando os planos.

405


Chegasse aos vãos confins das ilusões
E nada mais tivera senão isso,
O quanto deste mundo é movediço
O quanto dita em tolas direções,

E quando na verdade decompões
O olhar por vezes turvo e mais mortiço,
Ainda quando posso e tento e viço
Ousando em mais diversas estações.

Negando cada engodo, apenas tento
Vencer em calmaria qualquer vento
Embora saiba bem do tom satânico

E nele este cenário agora em pânico
Desenha a mesma face aonde havia
Somente este nuance: hipocrisia.


406


Em ágeis dedilhares, tento o tanto
Enquanto se pudesse ver além
Do quanto na verdade não contém
Sequer a mesma face ou não garanto,

O todo se desenha em vago espanto
E o rústico cenário em tal desdém
Mergulha tão somente e mata o bem,
Ainda incontestável tento o canto.

Esvaio em notas frias e sem vida,
A sorte já lançada e ora perdida
Não dita sequer sonhos nem promessas.

E o cândido caminho desenhado,
Agora noutro rumo destroçado
E após a própria queda recomeças.


407

Imensidade aonde em abissais
Cenários mergulhara há tantos anos,
E nestes meus diversos desenganos
Os dias se repetem; são iguais,

E os ermos mais profundos e banais,
Apenas coletando velhos danos,
Erráticos caminhos desumanos
Expostos nestes bares, seus vitrais.

E o centro dos meus dias se presume
No quanto a cada instante já resume
Minha alma em tais infernos consumida,

E o quanto em mil diabos me perfilo,
Adentro tal abismo e vou tranquilo
Tentando ver a salvo a minha vida.

408


Os mórbidos cenários que adentrasse
Marcando com terror meu dia a dia,
E neste desenhar, a fantasia
Mostrando da verdade a turva face,

E o quanto do meu mundo se calasse
Ou mesmo num instante moldaria
A noite mais amarga e tão sombria
E todo este delírio provocasse.

Esgoto-me decerto no abandono,
E quando a cada engodo em vão me abono,
Extraio goles fartos: podridão.

Das súcias e das hordas, habitat
Aonde o me caminho mostrará
Os dias consagrados que virão.


409

Atrás de cada imagem escondido,
O tanto quanto pude e não sigo,
Apenas vislumbrando o desabrigo
O canto noutro tom eu dilapido,

E quando me percebo desvalido
Esquálido fantoche mal consigo
Seguir o meu engodo em vão castigo
O passo noutro rumo destruído.

Cerzindo a minha morte a cada instante,
O olhar se mostra apenas degradante
E o fato de sonhar cobrando caro,

O mundo se desenha em ares podres
Dos vinhos da esperança, rotos odres
O caos a cada instante, mais preparo.


410

Qual fosse algum licor sobejo e raro,
O gestual alento em cais e medo,
Aonde cada passo eu mal concedo
Apenas no final me desamparo,

E sigo cada instante ausente ou claro
Tentando o que decerto dita enredo
E neste caminhar, somente cedo
O quanto sem defesas, não declaro.

Esboço ao menos isto e nada além,
O pouco quando em vagas me detém
E gera turbulências entre enganos,

Escondo-me deveras no meu ego
E quando mais distante em vão me entrego,
Vislumbro tão somente velhos danos.


411


Um templo em seus pilares movediços
O sonho se perdendo um pouco ou mais,
Aonde se fizessem magistrais
Os dias entre tantos sem mais viços,

E os ermos de minha alma; eu contradigo
E tento após a chuva alguma messe,
Mas nada no horizonte ainda tece
Senão a mesma voz em vão castigo

Demônios cultivados com tais méis
E olhares dispersivos persistentes
E quando novos dias, inda tentes
Os erros desenhando carrosséis,

Esbarro nos meus pés, cada tropeço
Traduz o quanto tento em recomeço.

412


Palavras tão confusas me tomando,
Agônicos cenários mentirosos
Envoltos em tormentas, risos gozos
Num ar tanto tranquilo quão nefando

O corpo noutro rumo se entranhando
E os passos entre tantos pedregosos,
Olhares muitas vezes caprichosos
O caos a cada instante se formando,

O prazo ora se finda e nada levo
Senão todo momento atroz e sevo
Aonde poderia ter um dom

Diverso do que trago e se demora
O quanto mal soubera desde agora,
Traduz o descaminho em torpe tom.


413


Por meio de palavras, sons e medos,
Os dias entre vagos e senis,
O quanto a cada instante se desdiz
Desvenda dos meus ermos tais segredos,

Enquanto se desenham desenredos
E os olhos na verdade por um triz
Marcando com terror cada infeliz
Momento entre diversos, turvos, ledos.

Aprendo com a queda, disto eu sei
E nego a persistência desta grei
Ainda se entranhando nos meus dias,

E mato com ternura o quanto vem
E sei do mesmo olhar, tolo desdém
Aonde cada passo me trarias.


414

Em ecos tão diversos, sons e sonho
E o caos se desenhando aonde um dia
Pudesse pelo menos ou teria
O quanto na verdade inda componho,

Meu verso se fizera mais risonho,
E busco inutilmente uma alegria
Aonde com certeza nada havia
Sequer o desenhar mais enfadonho,

Enfronho-me no vago do infinito
E quando vejo e nada mais permito
Senão a fantasia mais voraz,

A turbulência dita o meu caminho,
E no antro amortalhado ora me aninho
E nem uma esperança, a vida traz.


415


Nesta unidade feita em sangue e pus,
O quadro se desenha de tal forma
Que enquanto na verdade se deforma
Apenas o que sou, teima e traduz,

O ocaso se perdendo aonde o pus
E o rumo sem certeza agora informa
E gera do vazio a torpe norma
Enquanto sonegasse qualquer luz,

O rústico momento se aproxima
Tornando insustentável cada clima
E deste desenhar já nada trago,

Senão a mesma face em tom venal,
E o dia se desenha sempre igual,
E a morte, sorridente dita o estrago.


416


A carne apodrecida se transborda
E gera apenas isto, nada além
Do quanto ainda resta a me convém
Enquanto da esperança sigo à borda.

Tentando tenazmente a firme corda,
O corte se aproxima e sem ninguém
Ainda dos meus sonhos sou refém,
Porém o dia a dia já me acorda.

E o cais distante ou morto nada traz,
Sequer este momento mais audaz
Envolto nestas trevas mais constantes,

Sacrílego demônio dita o rumo
E quando aos poucos fujo ou lá me esfumo,
Apenas outros ermos me garantes.

417


Em prados verdejantes, sonho manso
Aonde poderia haver diverso
Caminho enquanto o turvo ainda verso
E nada nem sequer o encanto alcanço,

E quando me percebo e já me canso
Da luta sem sentido, vejo imerso
O todo noutro engodo e me disperso
Tentando tão somente algum remanso.

Espúria criatura, morta em vida,
A sorte noutra face desprovida
Do todo se moldando em tom venal,

Arcando com meus erros, tão somente
O quanto da verdade se apresente
Tramando um dia tosco, irracional.


418


Olhares triunfantes da rapina
Tomando este cenário num momento,
E quando alguma fuga inútil tento,
Apenas o vazio determina,

O quanto do meu corpo se domina
Ou gera novamente o sofrimento,
Ainda quando muito desatento,
Tentando ver somente o quanto mina

Desta alma mais feroz e mesmo quieta,
O mundo no vazio se repleta
E gera após o todo apenas isso,

Um típico cenário em tom atroz,
Gestando nos meus sonhos tosca foz,
Num dia sem sentido e até mortiço.

419


Dos infinitos sonhos nada trago
Senão mesmo cenário infelizmente,
E o quanto deste mundo se apresente
Traduz o que deveras não indago,

E quando me apresento ledo e vago
O caos noutro segundo traz semente
E gera dentro da alma esta serpente
E o passo no vazio diz afago,

Escondo-me decerto de mim mesmo
E quantas vezes tento e me ensimesmo,
Num solitário rumo verso ao nada,

Meu rústico desenho em face escusa,
A morte na verdade sempre acusa
E mostra a realidade demarcada.


420


Almiscares adentram pensamento
E tomam cada passo rumo ao quanto
Pudesse e na verdade não garanto
Enquanto novo encanto busco ou tento,

Entregue sem sentido ao forte vento
Apenas sem saída, desencanto
E morto este cenário, vejo o pranto
Toando dentro da alma alheamento.

Escondo-me dos medos e da trama,
Aonde o meu caminho ainda clama
E versa para o nada simplesmente,

O vândalo sonhar em tom sombrio,
Ao quanto poderia e desafio,
Decerto noutra cena se apresente.



421


Recordo-me dos tempos mais venais
E neles outros tantos desenhados,
Meus dias entre sóis enveredados
Gerando meus tormentos invernais,

E o quanto poderia muito mais
Apenas noutros ermos ledos prados
E os cantos noutros erros deflagrados
Marcando desde já meus funerais,

Expresso com terror o quanto resta
Na face mais atroz, mesmo funesta
De quem se fez aquém da fantasia,

A morte se aproxima e dita o verso,
Tocando em mansidão meu universo
Aonde nada mais toca ou me guia.


422


Estátuas, alabastros, sonhos ermos,
E os dias se perderam sem cinzéis
Os olhos procurando ledos méis
E os antros assolando em turvos termos,

Os cânticos de outrora, nada escuto
Somente o tom venal de quem pudera
Ousar vencer a fúria em primavera
Num passo mais feroz e sei astuto.

Permuto-me decerto e nada levo
Senão a solidão tão costumeira
E tento procurar cada roseira,
Encontro o descaminho turvo e sevo,

Ausente do meu canto, a sorte diz
Somente desta vida agora ultriz.


423


Em ágeis passos tento vislumbrar
O quanto pude crer e não soubera
Se tanto quanto rege a primavera
Traduz o passo além do meu sonhar,

E tento novamente outro lugar,
Gerando o quanto sei que não me espera
E a morte se aproxima da tapera,
Ousando se entranhar, cada luar.

Arranho com meus sonhos o infinito
E quando deste encanto eu necessito
Pulsando dentro da alma a solidão,

Esculpo do vazio a minha diva,
E o quanto do meu canto a vida priva,
Traduz os dias turvos que virão.


424


Na fria ansiedade feita em dor
O quanto se perdera num instante
O nada noutra face se garante
E mostra este destino redentor,

Apenas o caminho em dissabor
E nada mais deveras doravante
Senão a face escusa e torturante
De quem procura crer noutro louvor,

Espúria insensatez ditando o fim,
Do quanto ainda resta vivo em mim
Imagem mais atroz, e quase bélica,

O manto se produz e nada rege,
Somente o quanto pude sendo herege
Viagem pelos ares, psicodélica...

425

Um céu entre diversas claridades.
Iridescente imagem resguardada
Depois do quanto tive em madrugada
Agora outro cenário logo invades,

E quando se mostrassem qualidades
Aonde no final não vejo nada,
Sequer a minha face desenhada
No turbilhão diverso enquanto brades.

Ressalto com meus versos o que tanto
Pudesse e no final, nada garanto
Senão a mesma espúria e caricata

Verdade aonde o dito mais comum,
Traduz o meu caminho, ora nenhum,
E apenas sem sentido me maltrata.


426


Os frutos generosos da esperança
Somente poderiam neste solo,
Aonde sem temor, horror ou dolo,
A vida noutro passo não se cansa,

E quando em solilóquio o nada alcança
Do fugidio sonho onde me assolo,
O corte se aproxima e nega o colo,
Marcando com vigor cada vingança.

Escondo-me deveras no vazio
E quantas vezes tento ou me recrio,
Ousando noutro passo, noutra senda,

E o túmulo desenho a cada dia,
Enquanto a própria sorte me traria
O quanto no final já não se entenda.


427


Vulgares caminhantes do sombrio
Esbarro em meus passos, noite afora,
E o quanto nesta vida se apavora
Matando dia a dia em desvario,

E quando a minha história em vão recrio
Presumo o que talvez noutra demora
Pudesse desenhar o quanto aflora
E gesta o que em verdade não vario,

Espalho pelos ares a tormenta
E o quanto desta fúria se apresenta
Morrendo a cada ausência um pouco mais,

Esvai-se num instante toda a história
Não deixa a menor sombra na memória
Marcando com terror meus funerais.


428


Tentasse algum direito pelo menos
Vagando em noites duras, costumeiras
E quando muito além ainda queiras
Momentos mais suaves quase amenos,

Ousando num instante em tais venenos
Presumo minhas sortes derradeiras
E nelas espalhando tais bandeiras
Aonde os dias fossem bem mais plenos,

Escassos lumes ditam cada passo,
E o quanto do vazio em mim eu traço,
Presumo a minha queda após o nada,

E o vento se mostrando mais fugaz
Apenas o não ser ainda traz
Na face pela vida demarcada.

429

A súcia mais imunda à qual pertenço,
Salteadores ledos, noite escusa,
E quando a sorte apenas mais confusa
Deixando o meu caminho bem mais tenso,

Esbaldo-me deveras quando penso
Na face mais alheia e se entrecruza
Caminho sorrateiro, aonde abusa
A vida num instante quase imenso

O podre de minha alma se desnuda
E a sorte tantas vezes mal ajuda
Quem busca na tocaia a sua sina,

Porém o quanto trago em tais demônios
Gerando dentro em mim mil pandemônios
Aos poucos, sem limites, já fascina.

430


A sórdida presença deste inerme
Demônio dominando cada passo,
Aonde meu futuro esguio eu traço
E sigo todo engodo, ledo verme

O todo se presume e nada mais
O pântano mais duro se presume
No quanto a cada engodo se resume
A vida noutros tantos vendavais,

Esboço os meus caminhos noutro canto
E vejo apenas isso, e mesmo assim,
Chegando mansamente eu vejo o fim
E nele com certeza eu já me encanto,

Esparso os meus anseios, mas consigo,
Viver apenas sombra em desabrigo.



431


Os claustros onde esta alma se assegura
Marcando com terror o dia a dia
Enquanto a sorte traça e não faria
Sequer a menor trama em vã procura,

O quanto se deseja não perdura
Matando a redentora fantasia
E o corte noutra face apodrecia
A imagem mais sutil e mais madura.

Arranco dos meus olhos o horizonte
E quando além a morte inda desponte
Satânicos momentos aguardados,

As tramas se desenham de tal forma
Enquanto o meu caminho se deforma
Os campos noutros ermos, constatados.



432


Em piedosos passos, morte certa
O quanto de minha alma ainda traz
Deste momento agudo e mais tenaz
Aonde a fantasia me deserta,

Servindo tão somente como alerta,
Bebendo deste absinto tão mordaz,
A vida na verdade mata a paz
Enquanto este demônio em mim desperta.

Acordo os meus fantasmas, bebo o fim,
E deste desenhar tragando em mim
O tanto quanto pude e não soubera

Sequer administrar um novo enredo,
E quando de tal forma em vão, procedo,
Alimentando apenas tal quimera.


433


A frialdade doma este cenário
E gera tão somente a solidão,
Nos dias mais doridos que virão,
O encanto se mostrando temerário,

A vida noutro rumo, itinerário,
Atravessando sempre este portão
Traçando em desengano a podridão,
Brindando com meu canto este fadário.

Escassamente encontro tais sinais
E bebo dos meus antros, funerais
Esgoto o dia a dia noutra face,

E quando em sordidez perpetuasse
O ocaso sem saber de qualquer norte,
Apenas o vazio me comporte.


434


Sementes espalhas neste chão
Gerando em pouco tempo este fantoche
E quando a própria vida mais deboche
Tramando sem certeza, a ingratidão,

Escassos rumos tento proclamar
Vagando sem destino em tom cruel,
Vestígios deste intenso fogaréu
E neles me cansei de procurar

Apenas um descanso e nada mais,
Ousando noutro rumo, quem soubesse
Ainda no delírio feito em prece
Os olhos sem sentido, marginais.

Senzalas onde adentro, tais masmorras
E nelas também cismas e percorras.

435


A morte glorifica tão somente
Aquele que se dera sem temores
E seja da maneira como fores,
A vida renegando doma a mente,

E o quanto do vazio se apresente
E nisto desabando em tais humores,
Guardando a minha história em dissabores
Olhar de mero e tolo penitente,

Escapo dos meus erros quando tento
Ousando noutro passo, em vão momento
Das tantas cicatrizes que cultivo,

Apenas os meus antros mais fugazes
E neles outros tantos tu me trazes,
Enquanto sou do sonho este cativo.


436


Num tumular caminho rumo ao fim,
Afasto-me dos deuses que criaste,
E o quanto nesta face em vão desgaste
Desfralda esta ilusão dentro de mim,

O caos se transformando em meu jardim,
Aonde a fantasia semeaste
O nada se aproxima e, mero traste,
O todo demonstrando este estopim.

Espuriamente a morte traz em si
O quanto mais queria e já perdi,
Ausente dos meus olhos qualquer luz,

Ao fim de certo tempo, sem destino
Apenas o vazio eu determino,
Enquanto esta agonia me traduz.


437


Apenas do meu corpo me apossando
E nada além da farsa se montara
Enquanto a vida ausenta a cada escara
E o todo se demonstra mais infando,

Abóbodas diversas dominando
O quanto pude crer em vã seara,
E a morte num momento se escancara
Ocaso dentro da alma, se negando.

O passo rumo ao fim, já não consiste
Sequer no desenhar amargo e triste
Nefasta realidade mais sombria,

E o todo se faz ver noutro momento,
E sei que na verdade ainda tento
E a própria turbulência mataria.



438


Carrego os meus retalhos e remedos,
Os dias são os últimos, decerto,
E quando a própria vida ora deserto
Em quadros tão mordazes quanto horrendos,

E sei dos meus demônios, os cativo
E corto as minhas ledas ligações
Enquanto noutros dias sem clarões
Pudesse ser talvez bem mais altivo,

Esgarço com palavras, ledo sonho
E o manto se puindo nada traz
Somente o mesmo engodo onde tenaz
Ainda o quanto pude não componho,

Esbarro nos fastios e mergulho
No vago desenhar de tosco orgulho.


439


Intui-se inutilmente um novo fato
Enquanto a própria luz já se apagasse,
A vida se mostrando em tal impasse
Somente o meu cadáver eu resgato,

E bebo deste infausto e não constato
Sequer ao quanto pude ou me mostrasse
O todo devorado aonde grasse
Tramando sem perdão, ledo retrato,

E morto, tão somente poderia
Ousar acreditar nesta magia
Da vida após a vida ou mesmo em nada,

Assisto a cada passo sem defesas
Seguindo em corredeiras, correntezas,
Cerzindo na esperança outra alvorada.

440


Nesta áspera vontade em tom diverso,
Acolho cada fato e mergulhando
No gesto mais audaz, e desde quando
Ousasse num caminho onde disperso

O tom em solilóquio, no universo
Marcado por somente o mais nefando
Cenário aonde o mundo se mostrando
Traduz a negação de um mero verso.

Esgoto cada passo noutro enredo,
E quando ao fim de tudo eu me concedo
Adentro estes cenários derradeiros,

E bebo o sortilégio a cada instante,
E o tempo noutro tom apavorante
Espalha a podridão pelos canteiros.



441


A cópia dos meus sonhos se repete
Na face mais escusa da mortalha
E o quanto deste nada ora se espalha
Apenas o vazio me reflete,

O corte mais profundo, a sorte nega
E vejo tantos erros, raça humana
E quanto mais minha alma assim se dana,
Avinagrando inteira a minha adega,

O sórdido compor em tons venais
E o carma desenhando este cenário
Aonde cada instante é temerário
E nele outros momentos: terminais,

A pútrida carcaça me reveste
Num ermo tão atroz porquanto agreste.


442


A farsa se montando em tal jogral,
Ansiosamente vejo o fim da cena,
E o quanto ainda resta e me condena
Domina cada espaço, toma o astral,

E sei do meu caminho em desigual
Instante aonde esta alma se apequena,
E o rastro se deixando em voz serena,
Marca precocemente o funeral,

Do mero passageiro, atroz e vândalo,
O mundo se desenha em tolo escândalo
E risca já do mapa qualquer traço,

Do quanto poderia e não vinha,
Verdade sendo alheia enquanto minha
A morte ocupa aos poucos cada espaço.


443


Orvalha dentro da alma esta esperança
E tola, ainda crê noutro momento
Enquanto a poesia inútil, tento
A sorte no vazio ora se lança,

E vejo a cada passo esta mudança
Num ar deveras turvo e mais sangrento,
Entregue sem defesas, bebo o vento,
E a própria persistência agora cansa,

Do néctar prometido, nada resta
Somente a solidão adentra a festa
E marca com as garras mais atrozes

O todo se desenha em vão desdém,
E quando me imagino, sei que vem
Após as tempestades torpes vozes.


444


As mãos tão frias marcam a existência
Do quanto quis e nada mais previsse,
Revelo a cada passo esta tolice
E nela outro momento em pestilência,

Ainda que restasse a paciência
Ou mesmo alguma sorte onde se visse
O quadro se permite em tal mesmice
Marcando com terror cada indolência,

E o nada se desenha após o fato,
E quando um sonho escuso inda resgato
Esparramando o caos aonde um dia

Pudesse imaginar novo momento,
E quantas vezes teimo e me atormento
Ousando tão somente em tal sangria.


445


Minha alma guerrilheira está cansada
Da luta inútil, face mais sangrenta
E quando outro caminho ainda tenta
A vida se resume neste nada,

A sorte noutra tez já desenhada
O corte se aprofunda e violenta
Gestando dentro da alma esta tormenta
A cada instante sinto outra lufada,

E o vento se derrama sobre o todo,
Meu passo adentra o pântano e em tal lodo
Esvai-se o quanto houvera mais humano,

E quando me percebo solitário,
Um velho rapineiro, um vil corsário,
Somente e plenamente enfim me dano.


446


Uma arma na cintura, o olhar vazio,
As mãos procuram ódios do passado
E o corte neste tanto anunciado
Enquanto a própria sorte eu desafio,

E bebo a todo instante o quanto frio
Houvesse noutro tom já desenhado,
E o caos somente exíguo e desolado
Tornando o dia a dia mais sombrio,

Esbarro nos meus erros e presumo,
O todo neste infausto e vão resumo
Da vida sem sentido e nem razão,

No fio da navalha, o passo entranha
E o corte se anuncia sem mais manha
E traz da sordidez a tradução.

447


As cicatrizes tantas que legaste
E deste como herança a quem se fez
Além da mera espúria estupidez
Um vago caminhar em vão contraste,

Ocaso dominando este desgaste
E o todo se traduz na insensatez
Marcando com angústia o que tu vês
Traçando do poeta, o mero traste,

A morte redimisse cada engano,
Apenas noutro rumo em vão me dano
E bebo a podridão de cada sonho

Exposto nesta sórdida alameda
E quanto mais ao fim já se conceda
O mundo em tom venal, eu recomponho.


448


Um noturno vagar entre veredas
Diversas e caminhos solitários
Aonde se pudessem solidários
Os dias na verdade não concedas,

E sei das ironias destas sedas
Vacante coração dita fadários
E deles outros tantos, relicários
Em horas tão bisonhas quanto ledas.

Apresentando apenas o final,
O rústico delírio marginal
Mostrando a vera face do poeta,

Aonde se prepara esta batalha
A morte sem sentido algum se espalha
E em nada a minha vida se completa.



449


O quanto se confunde cada passo
Regendo o desengano plenamente,
A sorte tão temível de um demente
Enquanto noutro rumo eu me refaço,

Realço a solidão a cada espaço
E bebo este temor, feito aguardente
E o canto solitário, não desmente
Apenas realçando o meu cansaço.

Hedônico fantoche de um passado
Espúrio pária deixo por legado
Somente um mero ocaso e nada mais,

A sorte se renega e não me traz
Sequer qualquer momento feito em paz,
Enquanto adentro ritos abismais.


450


Confesso meus enganos, mas insisto
Na luta sem medidas nem razão
Os dias noutros tantos moldarão
Apenas meu olhar, ledo Mefisto,

E o quanto se percebe e sei que nisto
A vida sem aurora e sem verão
Gerando a cada passo outra aversão
E nela meu momento em vão consisto,

Arcaico este cenário em turva tez,
Meu canto noutro instante se desfez
Gestando a própria morte aonde um dia

Jorrava uma esperança sem proveito,
E quando em tais momentos me deleito,
Da morte cada gole eu sorveria.



451


No outono aonde vejo desolado
O passo sem sentido e sem promessas
Enquanto noutra face recomeças
Eu bebo cada gota do passado,

E o quanto no vazio anunciado
O tempo e nele sei que me endereças
Aos vândalos cenários e tropeças
No corte; há tanto tempo desejado.

Esculpo deste etéreo o meu caminho
E quando da mortalha eu me avizinho
A sorte se mostrando em plenitude,

O farto caminhante do futuro
Agora morto em paz, porto seguro,
Apenas a si mesmo não ilude.


452


O tempo noutro tanto desenhado
A vida não prossegue em tom suave,
E quando vejo o todo aonde agrave
O rústico caminho lado a lado,

O verso trama os erros, meu legado
Será deveras medo, angústia e trave
Enquanto desejara ser uma ave,
O campo noutro rumo mata o prado,

Escassa liberdade de quem tenta
Viver sem plenitude esta tormenta
Num fúlgido momento de ilusão,

O caos gerado em mim, nesta ironia
Apenas de modelo serviria
Tramando a cada engodo um velho não.


453


Olhando para trás já nada vejo
Nem mesmo inda pudera imaginar
Quem sabe qualquer raio de um luar
Até noutro momento algum desejo,

E o mundo se desenha em vão lampejo
Marcando em ironia o que sonhar,
E bebo até deveras me fartar
Da podre fantasia a cada ensejo.

Jorrando dentro da alma tão somente
O pútrido caminho se apresente
E mate o que restasse de ilusão,

Ainda sem destino, sigo só
E bebo cada passo, ledo pó
Sabendo deste caos sem direção.


454


Há tanto poderia e não mais tenho
Sequer qualquer momento feito em paz,
E o quanto da esperança aos poucos jaz
E mata este cenário em vago empenho,

Fechando a minha vida, nada venho
Errático demônio, sou capaz
Do todo enquanto o nada satisfaz
Num antro tão feroz quanto ferrenho,

Esbarro nos meus ermos, sou assim
E chego sem pensar dentro de mim,
Vicejo este fantoche e me alimento

Do caos e do vazio que me deste,
Sabendo que em verdade sou a peste
Ousando além do mero alheamento.


455


Envenenando os Céus, trago Satã
No olhar e no esplendor em rota vária,
A sorte se desenha imaginária
E torna sem sentido esta manhã

O quanto poderia, mas malsã
A corja nesta face solidária
Exposta em ironia tal sectária
Vontade descerrando esta maçã.

Escarro sobre o prato aonde um dia
Pudesse mesmo enquanto me traria
A dita desejada ou mesmo o sonho,

E neste desenhar cravo tais garras
E logo noutro instante tu te esbarras
No quanto ainda tenho de medonho.

456


Deixando apodrecida a farsa aonde
O mundo desenhasse outro momento
E quando na verdade ainda eu tento
Somente a morte em vida corresponde,

E o todo noutro manto se desenha,
Expresso o meu caminho em tom venal,
E sei do quanto sinto e sei do mal
Gerando cada passo em leda senha,

E o farto desejar já não condiz
Com cada noite intensa ou mesmo sórdida,
A face mais feroz porquanto mórbida
Em órbita diversa já desfiz,

E mato enquanto castro cada sonho,
E ao nada com certeza eu me proponho.


457


Aonde adentram olhos inimigos
E o rústico se faz mais plenamente,
O tanto quanto quero agora ausente
Gestando dentro da alma desabrigos,

E os dias entre tantos vãos perigos,
A face mais atroz deste demente,
O quase se anuncia e rudemente
Prepara em solidão meros castigos.

Escuso caminhante do passado,
Já nada mais terei senão a morte,
E quando esta certeza me conforte

Deixando o dia a dia assim de lado,
O prazo se transcorre em rapidez
E o todo num instante se desfez.


458


A solidão adentra quarto e sala
E deste meu cenário em tom cruel,
Apenas outro intenso fogaréu
Enquanto a morbidez tanto avassala,

Minha alma ao mesmo instante em que se cala
Gestasse noutro rumo um carrossel,
Porém um caricato tira o véu
E o nada noutro instante não abala,

Esgoto qualquer chance, e morro aquém
Do quanto poderia ou mesmo tem
Ainda alguma luz imensa ou rara,

A via mais profícua, fantasia
A todo instante traça esta ironia
E nela a minha sorte se escancara.


459


As pernas já cansadas, tantas lutas
As noites envolvidas em mil luas
E quando de tal forma atroz atuas,
As quedas são deveras bem mais brutas,

As ânsias noutras rotas, quando astutas
Esbarram nos demônios pelas ruas
E vejo as minhas rotas plenas nuas
E contra estas marés inda relutas,

Ausente de mim mesmo; eu nada trago
Somente o caminhar amargo e vago
Gerado pelo caos em impotência,

O parto se traçando em tom atroz
A morte sela em paz e cala a voz
E iguala no vazio, a prepotência.


460


Incógnito caminho em tons dispersos
E sigo sem saber da melhor sorte
Aonde cada engano mal comporte
Gerando os meus demônios mais diversos,

Criassem sob os olhos universos
E tendo quem talvez inda conforte
A podre insensatez dita o suporte
E reina sobre todos os meus versos,

Sinais de novos tempos, novo rumo?
O ocaso a cada engodo mais assumo
E vejo em cada olhar a mesma cena,

Espectros do que um dia fora vida
A morte desejada e resumida
Trazendo esta visão clara e serena.



461


A vida em mortes, chuvas, temporais
Esgotos onde adentro em sonho e fato,
E quando a realidade assim constato
Esbarro nos meus erros mais banais,

E o todo noutro instante traz a mais
Apenas do meu mundo este retrato
Vestido pelo engodo, num maltrato
Aonde poderia ser um cais,

E venço os meus temores quando esbarro
No charco mais atroz, e deste barro
Surgindo um novo ser do mesmo esgoto,

Fantoche em ronda escusa, tão somente
O verme que do podre se alimente
Andejo camarada audaz e roto.


462


Outono dentro da alma em secas folhas,
As horas não retornam, nem o quanto
Ainda procurasse e não garanto
Sequer que mesmo em sonho tu recolhas,

Apenas outros erros cometidos
Nos tantos entre os ermos de meu ser,
E quanto poderia apodrecer
Em dias mais atrozes, desvalidos,

Os cantos entre engodos, ledos mares
E neles outros erros; eu presumo
E como fosse algum retrato em fumo
Expresso a solidão em meus altares.

Gestando este demônio nada trago
Senão este caminho amargo e vago.


463


As nuvens adentrando esta janela
Demônios entre vermes, somos lodos,
E bebo dos espectros, sei de todos,
Enquanto a minha vida ao nada sela,

E o passo mais atroz, cerzindo o canto
Estraçalhando o sonho em tom venal,
Ainda que pudesse noutro astral,
Somente o fim de tudo hoje eu garanto,

E o tétrico cenário amortalhado,
Medonha face exposta a cada engano,
E neste desenhar tanto me dano,
Deixando a fantasia já de lado,

E tento tão somente alguma luz
Aonde a morte em vida se traduz.


464


Às moscas meu caminho em tom venal,
Expresso em poesia uma alma espúria
E quando se desenha em tal penúria
O rito se transforma em marginal,

O cais se transbordando em sol e sal,
A porta se entreabrindo trama incúria
E o quanto resta em mim nega a lamúria
E mata o meu desenho mais boçal.

Amordaçando assim cada caminho,
Do nada ou do vazio eu me avizinho
E sorvo a podridão em fartos goles,

E como fosse apenas um fantoche
Enquanto em tal sarcasmo se deboche
Aos poucos, sem defesas, tu me engoles.

465


O quanto do passado ainda existe
E traz semente podre de um futuro
E nada além do fim eu asseguro
Ou mesmo neste verme se consiste,

Uma alma sem sentido, amarga e triste
O passo sem destino em tom escuro,
O chão se demonstrando árido e duro
O marco noutro engodo não resiste.

E calo cada instante em tal mortalha
Enquanto a minha voz ao nada espalha
Esta incerteza torpe e mais tenaz,

Alimentando assim esta quimera,
O coração apenas tenta e espera
O beijo mais audaz de Satanás

466


Escândalos diversos. Rumos tais
Seguidos pelos trapos indigentes
E quando o fim do jogo tu pressentes
Apresentando assim meus funerais,

Esbarro nos teus pés, raros cristais
E vendo estes ocasos pertinentes
Abrindo sem defesas, fortes dentes
Devoro esta carniça em rituais.

Brumosa noite dita o meu futuro
E o quanto deste passo eu asseguro
Ainda persistisse em tom atroz,

No inferno mergulhando a cada instante,
Apenas o final ledo garante
Reinando sem limites sobre nós.


467

Esclarecidamente a vida dita
Na face mais nefasta o quanto traça
E gera noutro instante a vã fumaça
Enquanto do fastio necessita,

A sorte desejada hoje finita
O quanto da emoção se faz escassa
E o mundo tão somente me desgraça
Na trama tão audaz quanto maldita,

A pútrida visão do mero ocaso,
A vida se traçando aonde atraso
O passo num non sense sem tamanho,

Lisérgicos caminhos, vagas cenas
E quando logo após tu me condenas,
Aos ermos de tua alma eu já me entranho.


468


Não tenho nostalgias nem rancores,
Apenas sigo em frente e nada mais,
Os olhos mais atrozes e boçais
Também sabem mirar diversas cores,

E quando noutro rumo tu te fores
Gerando desenganos, vendavais,
Em ácidos momentos infernais
Expressas sem sentir os dissabores,

Nefasta criatura, mas sutil,
O quanto de satânico se viu
No olhar sem qualquer brilho ou horizonte

Somente se espalhando no vazio,
Enfrento o que deveras foi rocio
E agora noutro rumo ainda aponte.

469


Afasto-me de Deus a cada instante
Definitivamente busco aonde
O nada noutro instante corresponde
Ao ato mais atroz e degradante,

O quanto na verdade se garante
E nada noutro rumo me responde
Destroça do arvoredo cada fronde
E mata a sensação mais adiante,

Escuto a voz do vento me clamando
E o todo noutro rumo desde quando
A morte não viesse em redenção,

Satânicos momentos neste inferno
Aonde a cada passo mais me interno
Cavando com meus pés o duro chão.


470

O poço aonde agora eu mal mergulho
Explode em ares fartos, funerais,
E os dias entre tantos marginais
Desenho com vontade e ledo orgulho,

Eu sei o quanto sou somente entulho
E bebo destes fartos terminais
Em ritos entre tantos mais venais
O quanto inda carrego, eu mal vasculho.

O prazo se desenha em fim e vejo
Somente o meu caminho em tal ensejo
Segrego com meus erros cada engano,

E fosse tão diverso do que resta
No câncer desenhado, a rara festa
Aonde com delírios vãos, me dano.



471

Hipócrita e canalha, eu já me insiro
Nas tramas que tu teces, velha aranha,
E a sorte noutro engodo agora entranha
E bebo a cada passo um novo tiro,

E quando dos meus âmagos retiro
O vale desdenhoso, a vã montanha
A porta se fechando em nova sanha
O quanto num instante, eu teimo e giro,

Espraiam-se delírios noutra tez
E o todo aonde a vida se desfez
Gestando a tempestade mais comum,

Do quanto procurasse em tom diverso
Matando com terror tal universo
Restando após o tanto, mais nenhum.


472


Dolente caminheiro do futuro,
Mergulho nos meus erros e presumo
Do todo transformado num resumo
E apenas do vazio eu me asseguro,

E quanto de minha alma eu configuro
E bebo extremamente todo o sumo,
E deste desenhar sou mero fumo,
E o corte se aprofunda noutro escuro.

Esmago com as mãos cada serpente
E mesmo quando o novo ainda eu tente
Condeno-me ao velhusco, meu arquétipo

Medonha face exposta em tom cruel,
Adentro a cada instante o fogaréu
Um ser nefasto e rude, um cão caquético.


473


Frustrando cada passo rumo ao quando
Ainda se desenha dentro em nós
O quanto poderia ser a foz
Agora noutro rumo transbordando,

A imagem mais senil se desenhando
Apodrecido sonho, ledo algoz,
E neste desejar o quanto após
Expressa o meu delírio se formando,

Esvaio a cada passo, noutro insano
E o todo causa apenas mais um dano
Em quem se aprofundando sabe bem,

Do rústico momento em rude espaço,
E quando esta mortalha ainda traço,
O tempo no vazio ainda vem.

474


Inerte coração em tom venal,
A morte se aproxima e dita a regra
Enquanto cada passo desintegra
O corte se aprofunda, sempre igual,

Bebendo deste infausto e ledo rumo
O corte na verdade dita a sorte
E quanto mais deveras me conforte
Maior o meu delírio e não me aprumo,

Escuto a voz do vento em calmaria,
Matando o quanto pude discernir
Gerando noutro infausto este elixir
Enquanto a morte em mim já reinaria,

Um olho vaga só neste infinito
E traça em sordidez o quanto eu grito.


475


À própria solidão eu sobrevivo
E sei do meu caminho em turbulência
Aonde poderia em prepotência
Deveras sou somente um ser cativo,

E bebo cada gole onde me crivo
Da morte sem saber da persistência
Do fardo sobre as costas, na ingerência
Do quanto poderia ser passivo.

Já não mais posso ver qualquer alento
E sei que nesta instância eu busco ou tento
Apenas a mortalha e nada além,

O manto se desnuda em tom sombrio,
E o quanto ainda posso e desafio
Não diz sequer ao quanto a vida vem.


476


A dor entranha em mim e me domina
Não deixa um só segundo feito em paz,
Do quanto poderia ser capaz
Morresse há muito tempo em leda mina,

E o canto noutro rumo determina
O passo mais atroz, e sei voraz,
Apenas do meu fim a voz se faz
E trama o que pudesse em turva sina.

Vivendo por viver e nada mais,
Esbanjo os meus demônios neste cais
E adentro tão somente este medonho

Caminho em tom sombrio, ou mesmo atroz
Calando a cada instante a minha voz,
Aos poucos eu me perco e decomponho.



477


Ouvisse estas canções aonde um dia
Pudesse desejar a mansidão
Os tempos noutros tempos moldarão
O quanto na verdade não teria,

Sequer a menor sombra em alegria
Matando desde cedo este verão
Gerando a cada passo a imprecisão
E nela nova tez, mesma agonia

Esbarro nos meus erros e, deveras
Enfrento com ternura tais panteras
Atocaiando o sonho mais escuso,

E quando me percebo em tom arcaico,
Adentro sem defesas tal mosaico
E sigo o labirinto atroz, confuso.

478


Soando dentro da alma a voz de quem
Soubera dos infaustos tão constantes,
E quando noutro passo me garantes
Apenas o que tanto agora vem,

Do olhar sem mais sentido, este refém,
Expressa com terror dias brilhantes,
E mata noutros tantos expectantes
Cenários onde o nada me convém,

Esboço reações e vago alheio,
Somente no não ser agora eu creio
E tento novamente ver aonde

Meu mundo poderia num momento
Traçar o quanto busco ou mesmo tento
E nada na verdade me responde.

479


Alçando este caminho mais sutil,
Esbarro nos meus erros costumeiros
E tento no cerzir destes canteiros
O quanto cada canto já reviu,

E o sórdido momento presumiu
Esgotos tão comuns e corriqueiros,
Os olhos noutros passos, derradeiros
O manto mais atroz, audaz e vil,

A imagem distorcida da verdade
Que agora sem defesas tudo invade
Deixando para trás qualquer alento

Espalha pelos ares, o nefasto
Caminho enquanto dele eu já me afasto
Ou pelo menos teimo enquanto tento.


480


Elevo-me ao que pude quando vira
No olhar de quem se quis a mera chama,
Mas quando a vida atroz em lodo e lama
Apenas noutro enfado se prefira,

O tempo desenhando tal mentira
E nela a face escusa se proclama
E nada além do caos já se derrama
Macabra solidão tanto interfira.

Esbarro nos meus antros mais profanos
E sei da turbulência destes planos
Gerados pelo vórtice do sonho,

E quando em pesadelos mais cruéis
Espalho sem sentido toscos féis
Eu vejo o meu retrato mais bisonho.



481

O sol se derramasse aonde um dia
O todo se desfez e nada mais
Pudesse ao enfrentar os temporais
Traçar o quanto quero e se irradia,

A noite mais audaz, tanto sombria
E os ritos são decerto triunfais,
Bebendo dos meus erros tão banais
Marcando com ardor a fantasia,

Escarro sobre a face mais atroz
E rompo com certeza laços, nós
Cerzidos nesta falsa sensação

Do encanto aonde eu sei já nada houvera
Sequer o mesmo tom em vaga esfera
Gestando a mais corrupta podridão.


482


Luzente este cenário aonde um dia
A sorte se fizera mais diversa
E quando esta agonia se dispersa
O todo demonstrando uma ironia,

O corte a cada instante se veria
E neste delirar, leda conversa,
O pântano deveras trama e versa
A vida em sua face mais esguia,

Esgarço-me decerto enquanto tento
Sentir a poesia noutro alento
E o rumo se perdera em tom fugaz,

Esbarro nos engodos mais ferozes
E traço sem sentido velhas fozes
Aonde se perdera a mera paz.


483


Avara sensação de plenitude
Em quem aquém do sonho se fizera
E toda a solidão já degenera
Enquanto o dia a dia desilude,

Moldando noutro caos, leda atitude
Esbarro nos altares da pantera
E a fonte neste caos se desespera
Tramando tão somente a solitude,

Escapo dos meus erros e procuro
Embora saiba ser mais inseguro
Algum momento apenas feito em luz,

E o quanto me restara nada vale
Somente este caminho não abale
Quem tanto se acostuma com tal pus.

484


Flutua muito além o pensamento
E gera apenas isto e nada traz
Mortalha se mostrando mais audaz
Enquanto alguma senda ainda tento,

Esbanjo meu caminho desalento
E o canto se mostrasse onde é tenaz
O rústico desenho agora faz
Apenas o medonho sofrimento,

Espalho em tom suave a minha história
E tento ser além de tal escória
Em merencória lua, no horizonte,

Ocasos entre tantos desafetos
Os dias mais diversos e repletos
Da morte que decerto enfim desponte.

485


Nesta extensão imensa, a plenitude
Cerzindo o cais diverso do que outrora
Pudesse e na verdade desancora
Marcando com terror cada amplitude,

O mundo sem certezas desilude
E gesta a fantasia onde devora
E o passo noutro caos já me apavora
Trazendo muito além do que mais pude.

E rudemente vejo o fim do jogo
Sem medo, sem audácia em ledo rogo,
Tentáculos diversos entranhando

O passo sem destino, a solidão
E o gosto se mostrara embora vão
Marcando com astúcia este ar infando.


486


O quanto em desamor a vida traça
E gera novamente escasso rumo,
Aos poucos quando tento ou já em esfumo
A vida não se torna além, escassa,

O risco de sonhar tanto desgraça
E bebe com temor o ledo sumo,
E o quanto a cada ocaso eu me acostumo,
Apenas o vazio ora se grassa,

Esbanjo poesia a cada instante
E morto caminheiro aonde andante
O velho cavaleiro quixotesco

Ainda se apresenta e no moinho
Mergulha num cenário mais mesquinho,
E cerzi com horror quadro dantesco.

487

Tentasse tão somente este esplendor
Aonde nada houvera, nem passado,
O caos a cada instante ao ser gerado
Propaga a tempestade aonde eu for,

E vejo com soberbo dissabor
O rústico delírio desejado
E sei do quanto posso ou mesmo invado
Gerando cada angústia em destemor,

Espalho minha voz aos quatro ventos
E sei dos meus diversos sofrimentos
Negando qualquer paz a quem procura

Vencer a turbulência mais constante
E apenas o vazio se garante
Na fonte mais atroz, mesmo insegura.








488


O passo se fizesse mais diverso
Do quanto acreditei e nada havia
Sequer a menor sombra em fantasia
E disto alimento cada verso,

No topo da questão novo universo
Marcado com temor, leda agonia
E o vento se transforma e me traria
Somente este cenário mais perverso,

Escassa realidade dita o fim
Do quanto ainda existe dentro em mim,
E nada mais resiste ao velho enredo,

E quando novo tempo se adivinha,
A sorte que pensara ser só minha
Agora noutro infausto eu já concedo.


489


Cerzisse da esperança algo complexo
E toda a solução se permitisse
Além do quanto vejo em tal mesmice
Gerando de minha alma um vão reflexo,

E quando prosseguindo agora anexo
O rústico cenário aonde visse
O todo desenhado com meiguice
Ou mesmo noutro engodo até perplexo.

Escapo dos meus dias com ternura
E quando a sorte dita e se assegura
Apenas no cenário mais atroz,

O rumo se presume sem sentido,
E o canto noutro tempo não duvido
Calasse num instante a minha voz.


490


Ourives da palavra, quem me dera,
Enquanto na verdade sou nefasto
E o tempo aonde teimo e mesmo gasto
Matando o recompor da primavera,

O olhar aos poucos morre e destempera
E quando da emoção enfim me afasto,
O canto se mostrara em vão repasto
Alimentando apenas erma fera,

Acordo sem sentidos nem razão
E sei da mais dispersa dimensão
Aonde se pudesse não iria,

Vestindo o meu rasgado paletó
Voltando num instante ao mesmo pó
Cerzindo com ardor a hipocrisia.


491

Não posso e nem sequer inda confesso
Engodo costumeiro e mais audaz,
O todo noutro instante se desfaz
E o passo sem destino, não expresso,

E o canto se mostrando mais omisso
Esboça a realidade e gera o cais,
Aonde se pudesse em magistrais
Apenas vejo o andar mais movediço,

Esbarro nos meus ermos e pressinto
O quanto do meu canto pude outrora,
E a face mais venal tanto apavora
Enquanto me inebrio em teu absinto,

Escolho dentre tantos outros danos,
Os vermes mais infames, torpes planos.


492

Sanguíneos dias traço num momento
E bebo em goles fartos tal cenário
Aonde o meu caminho temerário
A cada novo dia mais fomento,

E o passo se traduz em sofrimento
No quanto se renega este fadário,
O caos há tanto tempo imaginário
Já não traria paz e sentimento.

Espalho a minha voz ao longe e sei
Do quanto se desdenha nesta grei
Marcando com constantes ilusões,

Agônico fantoche; eu nada tenho,
E apenas fecho o olhar, diverso cenho
Enquanto noutro infausto tu me expões.


493


São tantos nascimentos, mortes, ritos
Diversos e tão próximos, portanto
E neste renovar eu já garanto
Os olhos mais aflitos e benditos,

Aonde se desenham velhos mitos,
Apenas a mortalha e o vão quebranto
Enquanto noutro rumo eu me adianto
Os passos são decerto assim finitos.

Escolho entre os meus erros os diversos
E sei da profusão em ledos versos
Do caos aonde um dia mergulhara,

Vacante sensação de turbulência
A sorte se desenha em virulência
E mata em nascedouro outra seara.


494


O quanto em solidão me pulverizo
E tento renovar um manto audaz,
A vida na verdade nada traz
Apenas bebo agora este granizo,

O quanto sou deveras impreciso
E neste desenhar bem mais mordaz
Enquanto se pudesse contumaz
O risco mais atroz, mesmo conciso.

Jocosamente a vida se aproxima
E traça no vazio a leda estima
De quem se fez ocaso e muito além,

Bendigo o quanto resta em ironia,
E assim meu passo ainda eu cerziria
Aonde na verdade nada tem.


495


Contornos mais diversos, olhos vagos
E os rústicos cenários mais vulgares
Aonde poderiam teus altares
Ou mesmo do passado velhos lagos,

Meu canto se produz em tom disperso
E o passo não condiz, realidade,
O quanto na verdade se degrade
Marcando com temor cada universo,

Jocosa face exposta do bufão
E nada mais condiz com meu caminho,
E quando da esperança eu me avizinho
Os dias mais temidos moldarão

Cerzindo em agonia o quanto pude
Viver em caminhada amarga e rude.

496


Ousada face exposta em tal nudez
Esgota noutro rumo cada passo,
E quando na verdade eu me desfaço
Apenas bebo a turva sordidez,

E o mundo neste instante se desfez
Tramando com terror novo compasso
E ocupo sem sentir o tosco espaço
Aonde o teu retrato ainda vês.

O caos se transformando em costumeiro,
A morte se desenha e não me esgueiro
Marcantes ironias são teus tons,

As luas se desnudam quando o ocaso
Adentro e sem saber decerto atraso
Os ritos entre trevas e neons.



497


Desejos desvendados noutro cais
O campo mais atroz em tom venal,
E o rumo se desenha tão igual
E neste delirar tu já te trais

E mostras os anseios em cristais
Diversos do que tanto sei fatal,
Engodo sem juízo, ledo astral
Em ares tão temíveis, abissais.

Escárnio tão somente eu vejo agora
Enquanto a fantasia se decora
Nos ermos mais profanos da alma insone,

E o quanto poderia ser audaz,
A vida na verdade já desfaz
E cada novo passo desabone.

498


Cortasse as minhas mãos, olhasse em vão
Cerzindo com palavras o vazio,
E quando mergulhando a cada estio
Gerando dentro da alma esta estação,

As cordas mais ferinas, coração,
O passo noutro rumo eu desafio,
E vivo o meu temor e sei sombrio
Momento aonde os ermos se verão.

Esvaio a cada instante um pouco além
Do quanto ainda busco e nada vem
Sequer a menor sombra da esperança

A voz sem mais sentido, nada dita
Somente num instante se acredita
Enquanto a sorte ao nada ainda avança.


499


Um tenebroso passo em meio ao nada
A face mais atroz já se desenha
E o quanto se mostrasse mais ferrenha
A vida que desejo, sonegada,

E o canto noutro rumo, noutra estrada
Apenas na verdade não convenha
A quem jamais decerto se detenha
E trame no vazio a sua estada,

Escassos sonhos dizem do futuro
E quando o meu caminho eu configuro
Neste antro mais voraz, fidelidade.

O prazo terminando, nada resta
Sequer a face escusa e até funesta
Aonde o meu caminho se degrade.


500

Caminhos onde pude desenhar
O sonho mais atroz ou mesmo tento
Saber do quanto cerzi o sofrimento
Tomando cada raio do luar,

E o manto mais disperso a se notar
Expondo a criação ao ledo vento,
E sei do quando vejo e me atormento
Negando o que pudesse adivinhar,

Escárnios são constantes, mas entrego
O passo noutro rumo, quase cego
Medonho e caricato aventureiro,

Do todo imaginário nada levo,
E sigo sendo assim ausente ou sevo,
Matando o quanto resta e é corriqueiro.


501

Não sendo tão somente o que aparento
E vendo a face espúria deste ser
Enquanto sinto o tom do apodrecer
Bebendo com vigor o sofrimento,

Ainda noutro rumo não ostento
O quanto pude mesmo até rever
Gestando dentro da alma o entardecer
Sorvendo este cenário mais sangrento.

E tanto quanto pude ou mais me ofusco,
Cerzindo este momento atroz e brusco
Embrenho-me no nada costumeiro,

E derradeiro sonho em tom atroz
Calando desde já, negando a voz,
Matando o quanto houvera verdadeiro.


502


As tantas maldições expressam lumes
Diversos e tenazes, noite afora,
E quando a poesia ainda aflora
Em novo caminhar também te esfumes,

E sinto mais distantes tais perfumes
No quanto a própria senda se apavora
E o passo sem destino desarvora
Gestando tão somente vãos ardumes,

Cardumes de esperança em leda cena
Aonde no vazio se condena
Encadeando em versos cada voz,

O prazo se termina e nada vendo,
Somente este cenário torpe horrendo,
Gestando a cada engodo o tom atroz.


503


Tivesse pelo menos num momento
O quanto na verdade dissocio
Do sonho ao desenhar um logo estio
Marcando com terror o sofrimento,

E quando novo enfado eu busco e tento
Adentro sem certeza cada rio
E o pasto se transforma em desafio
No quanto se mostrara alheamento,

Espúrio caminhante do não ser
Aonde pude um dia merecer
Apenas ironia e nada mais,

Esbarro nos demônios que tu geras
E destes caminhares, várias feras
Espelham os nefastos rituais.


504


Clamores mais diversos, tempestades,
Procelas entre tantas, nada trago
Somente o quanto busco e sei do vago
Cenário aonde tanto me degrades,

Olhando para trás vejo cidades
E nelas outro tanto em vão alago,
E bebo sem sentido cada afago
Enquanto dos meus olhos tu te evades.

Esbanjo com terror a voz nefasta
E o sonho a cada instante já me afasta
Do quanto poderia mais inteiro,

Andejo navegante do vazio,
Somente me espalhando em tom sombrio,
Matando em nascedouro algum canteiro.


505

Padeço deste mal deveras claro
E tento ainda ouvir outro momento
Enquanto sem saída eu me atormento
E nada na verdade inda declaro,

O fato desdenhoso, audaz e raro
E nele tão completo sofrimento
Tocando o mais soberbo pensamento
Aonde o meu caminho em despreparo,

Esgoto qualquer chance de mudança
E marco com terror o quanto amansa
O velho caminhante sem destino,

E quando vejo a face onde insensata
A sorte na verdade me maltrata
Enquanto noutro passo me extermino.


506


Num vórtice temível vejo a vida
Expressa num cenário, insensatez,
E o quanto noutro enfado se desfez
Gerando a própria sorte indefinida,

E vejo a cada passo outra partida
Marcando com terror a lucidez,
No morto desenhar aonde crês
A face se demonstra já perdida,

Esbarro nos meus erros e prossigo
Vencido sem saber sequer de abrigo,
Medonhamente exposto ao nada e em vão,

Ouvisse deste mar qualquer momento
Aonde outro cenário eu teimo e tento,
Meus sonhos sem destino morrerão.


507


Aonde houvesse crença nada resta
Somente o ledo engano de quem sonha
E a face mais atroz mesmo tristonha
Regendo a vida a cada nova fresta,

E o todo quanto possa desonesta
Verdade mais audaz mesmo enfadonha,
E o rumo se mostrando me envergonha
E apenas do vazio agora atesta.

Encolho-me decerto ao quanto pude
E o rastro se desdenha em atitude
Voracidade expondo cada bote,

E neste transitar, mera serpente
Porquanto meu passado se apresente
E a vida neste caos tanto denote.


508


Desinteresses vários dizem quando
O mundo noutra face poderia
Gerar além do caos e da agonia
O quanto dentro da alma se invernando,

E morro a cada instante em contrabando
A sorte desdenhosa e mais sombria,
Apraza-me saber da melodia
Enquanto meu caminho desolando,

Escassa serventia a vida traz
A quem se fez decerto tão audaz
E nada mais pudesse ter no olhar,

Senão a dor e nela me alimento,
O quanto do meu verso em vão lamento
Ainda pude um dia desfilar.


509


Horrores mais atrozes ditam sortes
Aonde cada engodo se envereda
E pago com terror, mesma moeda
E sei que na verdade mal suportes,

O quanto se presume em tais recortes
E nada mais decerto ainda seda
Enquanto a solidão ditando a queda
Impede dos meus olhos novos nortes.

E o canto mais agudo, ou mais sutil,
Deveras noutro canto não se ouviu
E morto sem saber do quanto pude,

Apenas trago o fim da fantasia
No quanto outro caminho eu preferia,
Mas sei ser tão atroz e mesmo rude.


510


Virtudes entre engodos, erros, prazos,
E o vento destroçando cada passo,
Aonde na verdade nada traço,
E marco meus caminhos, teus atrasos,

Somente preparando tais ocasos
Enquanto em sordidez deveras grasso
E perco pouco a pouco o meu espaço
A vida se moldando nos acasos,

Ultimo cada verso em tom nefasto,
E quando do meu rumo ora me afasto
Vislumbro esta mortalha e nada além,

O tétrico momento em vãos sutis
E quantas vezes tudo já desfiz
E sei do quanto posso e nada vem.



511


O ser humano torpe e tão canalha
Na velha confraria, súcia espúria
Enquanto se propaga em tal penúria
A fome em tal miséria agora espalha,

E o quanto faz da vida esta batalha
E nisto se desenha a farta incúria,
O manto se destrói e em tal lamúria
A morte sem limite diz navalha

E o canto noutro tom se demonstrara
Na métrica sem rumo e mais amara,
Seara tão diversa da verdade,

O caos se aproximando num instante
Aonde o meu delírio se garante
E o todo sem espera, além se evade.

512


O quanto me devora em ar sombrio
O tanto desdenhado em verso e som,
Apenas poderia crer no dom
Aonde outro caminho eu desafio,

E quando a própria sorte dita estio
O olhar que imaginasse ser tão bom,
Agora se desfaz e em teu batom
O beijo se mostrara em desvario,

O rumo desdenhado, mas comum,
Gerando tão somente este nenhum
Enquanto poderia haver o tanto,

Negar a minha sorte e ser deveras
Exposto às ironias, ledas feras,
É tudo o quanto posso e mais garanto.


513


Grandezas tão diversas acolhendo
Quem tanto quis após um mero engodo
O rústico desenho deste todo,
Não passa na verdade de um remendo,

E o caos dentro desta alma em tom voraz,
O vândalo profano se desdenha,
A face mais nefasta e tão ferrenha
Transcende ao quanto quero e se desfaz.

O pútrido caminho desenhado
E nele novo passo se perdesse,
O quanto do meu mundo merecesse
Apenas outro engodo, novo enfado,

Apresso-me a vagar sem horizonte,
Aonde tão somente o medo aponte.


514


Na mera inconsciência de quem tenta
Ouvir a plenitude do vazio,
E quando novo passo ainda fio
Ousando nesta voz turva e sangrenta,

O corte a cada instante se apresenta
E marca com terror o mais sombrio
Cenário aonde em vão eu desafio
O todo transformado em virulenta,

A farsa sonegasse algum anseio
E o quanto do meu mundo ainda veio
Trazendo na verdade o tom nefasto,

Sou mero e não quero outro caminho,
E quando de tal forma desalinho
Dos tantos que pudesse agora afasto.

515


A minha natureza nada diz
E trama outro vazio mesmo quando
A face noutro rumo desabando
Gestasse dentro da alma a meretriz,

E o corte se moldando não mais quis
Sequer o quadro turvo nem num bando
Aonde o meu delírio se entornando
Gerasse um canto amargo e sempre gris,

Vasculho cada parte de minha alma
E sei do quanto resta em mero trauma,
Medonho e vagamente delirante,

O todo na verdade não se sente
Nem mesmo o passo rude e impertinente
E nele o dia a dia se garante.

516


O quanto poderia no infinito
Ser mais do que decerto um mero sonho,
O farto desenhar mais enfadonho
Expressa o que deveras necessito,

E o rumo mais atroz e sei aflito
O fardo onde carrego o ser medonho,
Além do que talvez já não componho,
Moldasse este cenário duro e maldito,

Escassos dias vejo após o nada
E o tempo se demonstra noutra alçada
Vacante sensação adentra o peito,

E solitário adentro tal ermida
Gestando com certeza a minha vida
Enquanto em pedras rudes eu me deito,


517


Surpresos olhos buscam no horizonte
Alguma luz aonde nada havia
A morte do que fosse poesia
Matando em nascedouro a leda fonte,

E ao quanto sem sentido a vida aponte
Marcando com total hipocrisia
O verso mais atroz, noite sombria
Esgoto meu caminho em leda ponte,

O pântano gerado a cada verso
E neste desenhar tanto disperso
O passo sem destino e sem razão,

Esbarro nos meus ermos, sigo assim,
Amortalhado espúrio sei que ao fim
Somente dias turvos me verão.


518


Aflito caminheiro sem pousada,
A vida não traria novo sonho,
E o quanto me permito ou me proponho
Ainda traduzindo o mesmo nada,

A fonte noutra sorte desenhada,
O caos diverso e turvo ou enfadonho,
E neste caminhar tolo e bisonho,
A face sem proveito desdenhada

A morte se deseja e nada mais
Expondo os meus caminhos, temporais,
Esgoto cada rumo noutro enfado,

E o todo se pudesse ser diverso
Marcando com tal tom duro e perverso,
Gerando do vazio o meu legado.


519

A luz onde se visse novo dia
Confunde cada olhar e gera o medo,
E quando de tal forma assim procedo
A vida noutro rumo se procria

E gera tão somente esta utopia
E dela novo passo em desenredo
E quando com tal fúria eu me concedo
A sorte noutro passo se faria,

O todo se negando ao quanto pude
E o manto se mostrando em plenitude
Expressa a realidade mesmo atroz,

O humano ser bisonho e caricato
Aonde num momento me resgato
Esgota o meu caminho em leda foz...



520


Ao florescer em mim a farsa e o enfado
Esbarro nos meus sensos mais audazes
E novo caminhar ainda trazes
Moldando dentro da alma este pecado,

O todo se desenha num recado
E gera tão somente mais mordazes
Angústias e venenos são capazes
De ter modificado este traçado,

O peso da batalha sem vitória
A lua se desenha merencória
E o caos após a chuva toma tudo

E quando em transparência eu pude ver
O todo noutro rumo esmorecer
Deveras sem certezas desiludo.




521


Lembrando de outras eras onde apuro
Meus antros, corjas, súcias, ermos hordas
E quando na verdade tu te acordas
Do nada tão somente eu me asseguro.

Destarte cada passo eu configuro
Enquanto de tal forma tu me abordas
Gerando do vazio velhas cordas
Aonde, sem defesas, me seguro.

O tempo não permite mais engano
E quanto mais reluto, eu mais me dano
E a vida se aproxima do seu fim.

Quimera feita em trevas, sem destino,
O canto noutro rumo eu determino,
Traçando o quanto resta vivo em mim.


522


O gozo feito em falsas luzes traz
O engodo tantas vezes desenhado,
E o cálice deveras consagrado
No vinho desta ausência mais mordaz,

O quanto do caminho se desfaz
E gera tão somente ultrapassado
Cenário tantas vezes desolado
Gerado no meu próprio Satanás.

Pudesse acreditar noutro caminho,
Talvez menos dorido ou tão daninho
Enquanto no final apenas trago,

Demônios dentro da alma malfazeja
E a cada novo instante eu só reveja
O quanto sou atroz, alheio e vago.


523


Uma carícia feita em tais grilhões
Alçando minhas costas, as vergastas
E quando dos meus sonhos tu afastas
Tomando assim diversas direções,

Os olhos no vazio; enquanto expões
E traças com teus olhos noites gastas
Apenas nos meus ermos não te bastas,
E destas vagas cenas, corrupções.

Sou verme e destarte sou humano
E a cada vez que, torpe eu me profano
Esbarro nos meus erros mais atrozes

Gerando tão somente este insensato
Caminho aonde o nada mais resgato
Selando eternamente as roucas vozes.



524


Aonde quis saudável, sou atroz
E nada mais pudesse em morbidez
Senão este vazio em que tu vês
Meu rumo se perdendo em torpe foz,

Já nada mais pudesse em mansa voz,
A vida não traria sensatez
E plena sensação de estupidez
Aguça meu anseio mais feroz.

Espúrio e vagabundo, pária imundo,
Da lama e de tal lodo ora me inundo
Bebendo cada gota deste esgoto,

O passo sem destino, meu inferno,
Enquanto a cada verso este ego externo
Eu mostro o meu caminho há tanto roto.

525


Os frutos que quisera generosos
Dos sonhos onde um dia pude crer,
Ainda num possível renascer
Envolto nos momentos, raros gozos,

Os tantos caminhares pedregosos,
O passo noutro rumo a apodrecer
E o quanto se denigre cada ser
Em antros tão diversos, pegajosos,

Esbarro nos meus erros e presumo,
Do todo sem sentido o mero fumo
Do qual e pelo qual eu me alimento,

Reduzo este caminho ao mesmo nada,
Aonde pude ver nesta alvorada
Minha alma desenhada em excremento.


526


Na rede onde as intrigas se confundem
Os cânticos mordazes se refletem
No quanto a cada instante mais repetem
E mesmo em tons iguais sempre se fundem,

Os olhos noutros ermos sem sentido
A falta de horizonte e de esperança
Enquanto o meu caminho ao nada avança
O sonho num momento eu dilapido,

E bebo a sordidez de quem pudesse
Ainda acreditar em divindade,
Exposto ao mais venal, o quanto invade
Sonega qualquer tom, ou mera prece.

E o vândalo caminha sem proveito
Enquanto em tais cascalhos eu me deito.



527


Ternuras degradantes ditam normas
Diversas das que um dia pude crer
E o todo noutro canto esmorecer
Enquanto no vazio me transformas,

As horas entre tantas que deformas,
O gozo mais atroz eu sinto ver
O quanto possa a cada apodrecer
Dos erros mais comuns tu sempre informas,

E os mares tão medonhos, abissais
Expressam os meus ermos vendavais
Ousando na palavra sem valia

Infernos que cultivo ou inda alento
Expostos ao terror, imenso vento,
A sorte a cada instante em vão recria.


528


Pudesse acreditar noutro cenário
Aonde a paz reinasse sem temores,
E sendo de tal forma tais sabores
O canto mais que tudo imaginário,

Vencendo com um toque solidário
O circo feito em velhos dissabores
E quando noutro rumo tu te fores
Apenas o que resta, um vil corsário.

Esbarro nos meus erros, meus engodos
E sei dos meus profanos, ermos lodos
E visto em charqueada cada sonho,

O pântano deveras demoníaco
Qual fosse o mais real afrodisíaco
É tudo o que me resta ou mal componho.


529


Reinando sobre o caos somente e o nada
Já tanto se fizera em comum senso,
E quando na mortalha ainda penso,
Minha alma sem destino desenhada,

A fúria noutro instante desejada
Ou mesmo um caminhar audaz ou tenso,
E o risco de viver se torna intenso
A morte a cada passo lapidada.

O todo que me resta sendo escasso
Apenas no vazio ainda traço
E visto esta ilusão, embora viva

O rústico momento em tom atroz,
Calando num instante a minha voz
Ainda sem futuro, vã, cativa.


530


Frutos pela vida apodrecidos,
As tetas já mirradas pelo tempo,
A cada olhar num novo contratempo
Os termos noutros ermos percebidos,

Presenciando o fim desta que tenta
Ainda ser além deste fantoche,
A vida se prepara num deboche
E a face feita em cãs, velha tormenta,

As pregas, outras rugas, maquiagem
E a morte agrisalhando uma esperança,
Aonde no vazio o passo lança
Tramando o ledo ocaso em tal viagem,

Assisto à derrocada e vejo o quanto
O espelho dita apenas desencanto.

521



Um frio tão imenso adentra esta alma
Marcada pelos tons duros, nefastos
E os dias entre tantos foram gastos
Na escusa decisão em mera calma,

O quanto da agonia gesta o trauma
E os passos noutro rumo, fossem castos,
Mas vejo comumente em tais repastos
A morte como um tom que sempre acalma,

Aclaro meu caminho em tom sutil
E o quanto do brumoso ora se viu
Cerzindo outro momento em tom venal,

Espúrio companheiro do vazio,
Ainda vez em quando ao fim recrio,
Um passo sem sentido ao funeral.


532

Apenas vejo tal monstruosidade
Erguendo cada olhar além do quanto
Pudesse e na verdade não garanto
Durante o tempo atroz que me degrade,

O rumo se perdendo quando evade
E gesta tão somente o ledo espanto,
O verso sem sentido, noutro canto,
A fúria dita o fim, felicidade.

E ocasos se refletem neste passo
Aonde o meu caminho ora desfaço
Gerando outro momento em turbulência,

Ainda quando pude acreditar
No vasto temporal a nos tocar,
A vida se traduz sem indulgência.

533


Em troncos mais dispersos, fronde vária
A morte se aproxima e traz ao fim
O olhar sem mais sentido deste pária
Marcado pelo incêndio morto em mim,

A noite se fizera temerária
Estio dominando o meu jardim,
Açoda-me esta cã imaginária
Ou mesmo este cenário duro, enfim.

E o pântano adentrando, charcos ermos,
E quando vejo os dias noutros termos,
Esparso caminheiro do vazio,

Negando cada passo resto aquém
Do quanto poderia e me convém
E assim apenas morto, eu me desfio.


534

Os torsos já lanhados, as vergastas
Açoitam cada sonho aonde um dia
Pudesse haver deveras sincronia
Em horas noutras sendas sendo gastas,

E quanto mais de mim agora afastas,
Maior a discrepância, esta agonia
Regendo o quanto houvera em fantasia
E nela outras tormentas mais nefastas.

Esbarro nos meus passos sem proveito
E quando em lamaçal diverso eu deito
Amortalhando a voz já sem sentido,

O morto desenhar de tal quimera
Aonde cada passo destempera
Aos poucos num vazio eu dilapido.


535


Implacáveis momentos sem noção
A vida não permite qualquer luz,
E apenas o fastio ora traduz
O quanto se perdera em rumo vão,

Os dias novamente me trarão
O olhar envolto em turvo, mero pus
E quando vejo o todo e se produz
Ainda o mesmo estio em turbilhão,

Bebendo com fastio meus enganos,
A cada passo sinto os rotos panos
Marcados pela insânia e nada além,

O todo se pudera ser disperso
E quando noutro rumo, teimo e verso,
A morte suavemente doma e vem.


536


Arrasto-me qual serpe sobre o solo
E bebo tal veneno em gole farto,
E quando sonegando – aborto – um parto
Apenas o caminho em vão assolo,

E vejo tão somente o mesmo dolo
Enquanto no vazio me reparto,
Cevando o descaminho me descarto
E sei o quanto valho, e não me imolo,

Acentuando a dor a cada instante,
O olhar já sem sentido, degradante
Esvai em tom diverso e tão venal,

Marcando com meu canto em solidão,
As horas se mostrando desde então,
Num turvo e sem sentido ritual...


537


O quanto em libertinos passos vejo
Esvai cada momento aonde eu pude,
Embora com certeza bem mais rude,
Viver cada segundo em tal lampejo,

Ainda se aprouvera algum verdejo
Aonde na verdade em plenitude,
A sorte em descaminhos desilude
E o fim do meu cenário; ainda almejo.

Extraio dos meus sonhos versos quando
O tempo noutro rumo se mostrando
Diverso do que pude ou mais queria,

Aprendo com meus erros, meus enganos
E vejo meus demônios, ledos planos
Enquanto bebo farta esta agonia.


538


Corruptas as noções do que pudesse
Trazer em tom diverso novo mundo,
E quando vejo o mesmo velho e imundo
A sorte sem defesas apodrece,

Ainda quando quis qualquer benesse
E vejo tal cenário nauseabundo
O corpo se mostrando vagabundo
Apenas ao desejo ele obedece,

Hedônico fantoche, este miasma
A cada novo intento velho fantasma
Rondando os passos marcam os degraus

Matando a escadaria da esperança
Enquanto no vazio o tempo lança
Gerando dentro da alma o mero caos.


539

Belezas tão diversas não mais trago
E quero me afastar dos meus enganos
Gerando tão somente mortos planos
E neste caminhar já nem indago,

Apenas sem sentido teimo e vago,
Ousando coletar diversos danos,
E sinto os meus caminhos desumanos
Na pútrida noção de um morto lago,

Esvaio em cada passo, me presumo
Do todo levemente um tosco sumo
Realço em tom disperso o meu cenário,

O canto se perdera noutro rumo,
E quando pouco a pouco eu me consumo,
Eu vejo este delírio: solitário.


540


Os cancros de minha alma em tal carniça
Ousando em podridão, velha rapina,
O quanto disto tudo determina
O caos aonde o nada se cobiça,

A voz diversamente mais mortiça
A mão somente atroz, leda assassina,
A fúria a cada passo me fascina
E gera a sensação mais movediça,

Do nada resumindo a minha história
Inválido cometa sem paragem,
A sorte se mostrando qual visagem,

Demonstra tão somente a mesma escória
E neste desenhar um pária se prometa
Marcando com terror podre sarjeta.



541


Eu vejo em tua face desenhada
Imagem do que fora mais audaz
Enquanto em aura pura inda se faz
A doce fantasia anunciada,

Desprendo do vazio o mesmo nada
E sei do desencanto contumaz,
Versando o meu caminho rumo à paz
Há tanto mesmo ausente, desejada.

O pórtico dos sonhos se fechando
O dia noutro engodo desde quando
Pudesse pelo menos ser sincero,

No gozo mais atroz da leda vida,
O quanto se apresenta em despedida
Deslinda o que deveras mais não quero


542

Visões noturnas ditam o meu canto
E geram novos erros, de costume,
E quando em novo passo tudo aprume
Encontro o quanto sonho em desencanto,

E o vórtice tomando em raro espanto
Gerando tão somente um ermo ardume
Aonde poderia algum perfume
E o engodo simplesmente ora garanto.

Negando cada passo, sigo ao nada
E vejo minha face desenhada
Nas tramas mais comuns e doentias,

E quanto mais se teima contra a fúria
Da vida noutra forma, em vaga incúria
Maiores ilusões tu cerzirias.



543


A tenebrosa face da manhã
Desenha em leda bruma a realidade
O quanto a todo instante já degrade
Traçando esta figura tão malsã.

No quanto pude um dia em tez tão vã
Apenas o que reina, liberdade,
Mantendo mais distante realidade
Ainda dita a dor num ermo afã.

Vestígios de momentos do passado,
O corte em tal litígio desenhado
Aonde por ventura nada trago

Somente se adivinha a mera queda
Enquanto o passo em falso agora enreda
Gestando a cada infausto novo estrago.


544

Diversos sóis dominam o horizonte
E trazem tão somente o quanto quis
E neste desenhar, torpe e infeliz
Apenas o vazio inda desponte,

E o quanto do meu mundo trama a fonte
Escassamente o resto contradiz
E o passo noutro tanto por um triz,
Ainda tão somente desaponte.

O canto em tom diverso, ousado e triste
A cada novo engano não desiste
E marca com terror o meu caminho,

E deste delirar agora farto,
A sorte mais augusta não reparto,
E neste vago sonho em vão me aninho.


545


Destarte não pudesse acreditar
Num sonho aonde o mundo me trouxesse
Apenas o que tento por benesse
E neste manto posso desfrutar

Os ermos caminheiros sem lugar,
O quanto do vazio se obedece
E o rumo noutro engodo compadece
Mostrando o meu ocaso, já sem par.

Esfacelando o canto em tons diversos,
Ousando com ternura meros versos
Enquanto a vida trama em sordidez

O todo se desfaz e num instante
Somente o desenredo se garante
E em nada, na verdade, agora crês.


546


Jazendo dentro da alma esta esperança
De um dia mais tranquilo ou mesmo nobre,
O quanto do vazio me recobre
Também por outro lado agora amansa,

E o velho coração dita a criança
Que aos poucos novamente se descobre
E o canto noutro enfado já desdobre
Aonde houvera medo, a sorte lança.

E o campo semeado em fartos grãos
Trazendo em alegria os novos chãos,
Sem tanto da aridez que agora eu vejo,

E quando poderia ser sincero
O todo se esvazia e nada quero
Senão o meu caminho em azulejo.


547


Rastilhos do que fora sonho e agora
Não passa de ilusão somente, e atroz.
O rumo se perdendo em erma foz
O nada noutro instante revigora,

E o caos aonde a vida se demora,
O tempo mais feliz um dito atroz,
Tocando bem mais fundo rompe os nós
E nada se percebe ou me apavora.

Reflito os meus enganos corriqueiros
E sinto os dias torpes, derradeiros
Enquanto a poesia não se endossa,

E o vândalo cenário em torpe face
Apenas negação agora trace
Gerando após a queda a imensa fossa.



548

A vida se transcorre mansamente
E traça após a queda novo rumo,
Aonde cada sonho ora consumo
E o todo noutro canto se freqüente,

O tanto que pudesse e se pressente
Mostrando com certeza o quanto aprumo,
Vestindo esta ilusão, tomando o prumo,
Enquanto em luz imensa me alimente.

Porquanto a vida dita outro caminho
E nele tão somente me avizinho
E bebo cada rumo após a queda,

Não quero mais saber de nova senda
E quando a vida além teima e desvenda,
Meu passo noutro rumo se envereda…


549

Esqueço dos meus ermos quando tento
E nada mais pudesse ser assim,
O todo desenhado dentro em mim,
Traçando tão somente o pensamento,

Escuso caminhar; espelho em vento
Promessa se cumprindo traz ao fim
Reduzo meu traçado ao vão motim
E bebo desta sorte sem lamento

Esbanjo fantasias, pois poeta
E a vida noutra face se completa
Herdando cada passo de um atroz

Cenário sem sequer saber da paz,
E quando a própria vida nada traz
Do todo se desenha intensa voz.


550

Presumo no sol-pôr a noite clara
E vejo a rara lua ora desnuda
E quando tal cenário ainda acuda
Quem tanto já sofrera em tal seara,

O passo noutro engodo se escancara
E toda a velha cena agora muda,
Já nada mais deveras desiluda
Quem bebe da emoção e assim declara,

Os erros de quem sonha e nada vendo
Apenas sabe o quanto mais horrendo
Esbarro nos meus erros e promovo

O canto aonde o medo ora removo,
E neste quanto agora eu me comovo
E o passo para o etéreo, enfim desvendo.


551


Enquanto me deixaste em ar venal
O todo se derrama nesse incenso
E quando no teu corpo agora eu penso
Num rito tantas vezes sensual,

O corpo desenhando em sol e sal,
Num mar maravilhoso e tão imenso
Do todo a cada passo eu me convenço,
Propenso a tal desenho sem igual,

Esbanjo esta alegria a cada verso
E neste desenhar tanto disperso
E traço em poesia o quanto pude

Vencer os meus anseios, sendo teu
E quando meu caminho se prendeu
Num rumo feito em paz e em atitude.

552



Não mais eu deixaria de querer
A quem se fez a diva desejosa,
E quanto da alegria se antegoza
Gestando a cada instante tal prazer,

O todo derramando no meu ser
A via mais feliz e caprichosa.
A sorte noutro campo, maviosa
Presume o que deveras posso crer.

E sei dos meus anseios quando os tenho,
E nada mais deveras sem empenho
Pudesse discernir em noite escura,

Mas quando destas brumas no horizonte
O brilho deste olhar já se desponte
Minha alma da esperança se assegura.

553


Pudesse apenas ter esta certeza
De um tempo mais feliz e nada mais,
Os dias entre tantos temporais
Vencendo sem temor tal correnteza,

A sorte se desenha sobre a mesa
E gesta o quanto quero em dias tais
Marcando com ternura tais cristais
E deste desejar sou mera presa.

Esbanjo em alegrias o que trago
E neste caminhar o quanto é vago
O passo sem sincera previsão,

Escassos dias ditam do abandono
E quando da esperança eu já me adono,
Meus dias mais sinceros se verão.


554


A vida desprezada de quem sonha
E tenta após o todo novo rumo,
E quando ao grande amor eu me acostumo
Embora a face seja atroz, medonha,

O quanto em cada verso se reponha
E trague tão somente o raro sumo,
Aos poucos neste encanto eu me consumo
E sei da sorte aonde a vida enfronha,

Escalo cada passo enquanto eu tento
Vencer com alegria o sofrimento,
Amando mais até do que pudera,

Num libertário instante o quanto pude
Traçar dentro desta alma a plenitude
E nisto renovar a primavera.


555


Aparto-me decerto desta dor
Enquanto perfilasse em tom sutil,
O todo quando muito se previu
E nisto não percebo o dissabor,

Dos ermos mais atrozes, vencedor
O corte noutro instante se reviu
E o gozo sem igual tanto gentil,
Tramando tão somente o raro amor,

Em vós eu poderia acreditar
Na força mais audaz do imenso mar,
E ver quanto da vida se incendeia

O canto onde se embala uma esperança
Aos pouco noutro intento já me alcança
E traça sob os olhos tal sereia.

556


Tão longe do que pude num instante
Vencendo os meus caminhos mais atrozes
Escuto dentro em mim diversas vozes
Enquanto cada passo se garante,

E o todo num momento me agigante
Armando da esperança mansas fozes,
E os quadros desenhados, tão ferozes
Num passo mais sutil e degradante,

Amar sem ser amado, sendo assim
A morte se aproxima do jardim
Cuidado com esmero, mas agreste

Do quanto esta esperança dita o rumo,
Aos poucos noutro tanto me acostumo
Enquanto em redenção cedo vieste.


557


As ondas entre tantas tempestades
Procelas mais comuns; enquanto enfrento
O rumo noutro tom, um sentimento
Aonde com certeza tu me invades,

O todo se desenha em ansiedades
E sigo a direção do raro vento,
Vencendo o mais dorido sofrimento
Bebendo tão somente tais verdades.

O quanto sendo assim me aprofundara
Marcando com ternura esta seara
E nela me apresento em plena luz,

Do turvo desejar já sequer sombra,
A vida noutro encanto não assombra
E apenas claridade ora traduz.


558


Magoas quem deveras tanto a quis
E geras do vazio o mesmo nada
Aonde a história eu vejo revelada
Moldando com ternura tal matiz,

E o cerne da questão nada desdiz
E dita a mesma sorte nesta estada,
Vencendo a cada instante a revela
Faceta mais atroz, leda infeliz.

Esbanjo cada verso em tom mais terno
E bebo com ternura aonde interno
O sentimento feito em puro amor,

Depuro cada instante cristalino
Destarte meu caminho eu determino,
Sem medo, sem angústia e sem pudor.

559


Não falo mais da morte nem do fato
De ser tão solitário caminheiro
Aonde poderia por inteiro
Traçar o quanto na alma ora resgato,

E vejo tão somente este recato
E nele me entregando, verdadeiro,
Adentro com ternura o corriqueiro
Cenário aonde o todo ora retrato,

Vencer os meus temores, sendo teu
E o quanto deste tanto mereceu
O brilho mais audaz num tom sutil,

E o canto em emoção se desenhando,
Mostrara tão somente o quanto é brando
O amor quando em amor, amor serviu.

560


A morte não impede o grande amor,
Apenas eterniza o sentimento
E quando nos teus braços, meu alento
Expressa o rumo tanto redentor,

Vagando dentro da alma, gero a flor
E neste desenhar ainda tento
Vencer o quanto resta em sofrimento
Além do meu caminho a te propor.

Vestindo a fantasia mais suave
Aonde o meu caminho nada entrave
Esbanjo em tantos brilhos a esperança.

E o quanto poderia e mesmo quis
Gerando este caminho mais feliz
E nele cada passo em frente avança.



561


A sorte tão cruel desenha enfados
Aonde poderia haver a luz
E o quanto do meu passo agora eu pus
Em dias tão dispersos, renegados,

E os cantos noutros tantos entranhados,
Ousando aonde amor tanto produz
E quantas vezes bebo o que reluz
Moldando em dias nobres, tais traçados,

Das luas entre tantas madrugadas
As horas mais felizes, desenhadas
Expressam cada passo aonde eu possa

Vencer os meus engodos, ser feliz
E neste desenhar ter o que eu quis
E a vida tão somente agora, nossa.

562


Mudando a direção de cada passo
Encontro retratada esta esperança
E o todo noutro rumo ora se lança
Enquanto o meu caminho em ti eu traço,

O sonho muitas vezes mais escasso,
A sorte se mostrando em temperança
O rústico cenário sem pujança
Destroça sem sentido qualquer traço.

E vendo retalhada hipocrisia
Fortuna noutro canto levaria
O todo em mansidão, porquanto eu pude

Vencer os descaminhos mais frequentes
E mesmo quando além de mim te ausentes
Encontro o raro amor em plenitude.


563


Descanso sobre as águas puras, mornas
E vejo retratado neste instante
O quanto da beleza se adiante
E neste desenhar também adornas,

As horas mais felizes se trazendo
Ao todo num cenário sem igual,
Ausente dos meus olhos, vendaval,
A face mais sombria em tom horrendo,

O quase ser feliz de outrora assumo,
E tomo com certeza novo aprumo
Vencendo os desenredos de uma vida

Aonde em transparência pude ver
Somente este desenho em bel prazer,
No quanto a sorte traço em paz, provida.


564


Descasos onde outrora quis além
Da mera fantasia em tom venal,
O sonho se desenha em alto astral
Enquanto a solidez ainda vem,

E o passo sem temor sequer desdém,
Gerando em sonho claro um ritual
Aonde poderia magistral
Tramar o que deveras, nos convém,

O canto diz magia e nada mais,
E quando noutro rumo vejo o cais
Aprofundando o olhar neste horizonte,

Dos sonhos mais gentis, diversa fonte
E bebo deste todo sem jamais
Saber do que deveras desaponte.



565


Deixaste demarcado dentro em mim
O tenro caminhar em noite rara,
E quando novo encanto amor declara
A senda se florindo até que enfim

E o todo se desenha em meu jardim,
Dourando em emoção bela seara
Aonde no passo chaga e escara
Futuro se traçando em paz sem fim,

O canto mais feliz, porquanto leve
Além de meramente simples, breve
Um mágico momento em plena sorte,

E quando me desfaço em raros tons,
Dos sonhos mais dispersos, velhos dons,
A poesia apenas me conforte.


566


A dor se desenhando em tal reflexo
Dos dias mais temidos, nada fala
E sei da minha sorte esta vassala
Em cada canto além do já perplexo,

O todo se fazendo em raro nexo,
A fonte se desenha e toma a sala,
O mundo noutro canto não se abala
E cerzi cada passo mais complexo.

Encontro os meus caminhos nos teus braços
E sei dos dias vagos, turvos, lassos,
Deidades desenhadas num momento

Enquanto poderia ser diverso
Aonde em esperanças hoje eu verso
O amor gesta somente este provento.

567


Alegres sonhos dizem do cenário
Aonde poderia ser feliz
E nada na verdade contradiz
O tanto mesmo quando imaginário,

Seguindo em mansidão o itinerário
O todo se desenha por um triz
E o corte com certeza não me diz
Do passo mesmo quando temerário.

Escassas luzes dizem do abandono,
E o quanto do meu mundo agora adono
E vivo sem temor cenário em paz,

Meu mundo no teu mundo se entranhara
E vendo a solidez desta seara
A vida num instante a glória traz.


568


As águas cristalinas deste lago
Enquanto traduzissem tal beleza
Vencendo sutilmente com destreza
Apenas de esperanças já me alago,

E sei o quanto tento ou mesmo trago
E sigo deste encanto, mera presa
Vagando sobre as ondas sem surpresa
O todo noutro instante não indago,

E arisco sonhador, mero poeta
A vida noutra vida se repleta
E gera a eternidade em clara luz,

O amor deveras raro, belo e régio
Vencendo o dissabor de um sortilégio
Apenas ao bastante em paz conduz.


569


Ao natural caminho entre meus medos,
E sei dos dias calmos ou atrozes
E sinto mais diversas nossas vozes
Vencendo os mais dispersos desenredos,

E o quanto se aproxima em dias ledos
Moldando noutro rumo mais ferozes
Cenários onde tanto sei algozes
Os dias entre tramas e segredos,

Segrego com ternura cada passo
Aonde o meu futuro agora eu traço
Vestindo a plena sorte de poder

Viver esta alegria em raridade,
E toda a fantasia agora invade
E diz do meu sublime amanhecer…


570


Enfrento sem temor as velhas rocas
E nada do que possa ainda ver
Traduz o quanto a vida diz querer
E nesta cena luzes me provocas,

E quando nos teus rumos inda alocas
A força consagrada de um prazer
E sinto a cada instante se verter
O encanto aonde o todo já deslocas,

Escalo cordilheiras de esperanças
E neste caminhar também avanças
Ousando num amor sem outro igual,

E quando se anuncia a glória imensa
Aonde todo o passo se compensa
O mundo se desenha triunfal.




571

Cresceste sob a luz dos refletores
E tanto quanto pude desenhar
A rara maravilha de um luar
Deitando sobre as belas, raras flores,

E assim também no mago dos albores
Num rumo sem igual a nos guiar
Levando cada passo a divagar
E nele se deveras sempre fores

Trarás o quanto quero em claridade
Etéreo magistral cenário invade
Tornando a noite plena e constelada,

Eflúvios do passado, tais ditames
E neles outros tantos; cerzis, trames
Gerando esta manhã ensolarada.


572


Imagem mais gentil gestando além
Do quanto poderia num momento
E quando novo rumo em paz invento
O passo em tal beleza se retém

E o quanto deste sonho faz refém
Quem sabe conduzir-se em pleno vento,
E mesmo quando vejo o sofrimento,
Ou sigo o descaminho com desdém,

Esbarro nos anseios mais vulgares
E neles tão somente ao desenhares
O fato mais gentil em rara luz,

O amor se produzindo além de tudo ,
E neste caminhar já não me iludo,
A sorte em plenitude se traduz.


573


Iridescente olhar em lua mansa,
Aonde o meu caminho se desenha
E toda a maravilha sempre venha
Enquanto a magnitude nos alcança,

O passo noutro rumo não se lança
E sabe desvendar cada resenha,
E desta sorte imensa a nossa senha
Dotando cada passo em temperança,

O rústico momento em timidez,
Aonde cada engodo se desfez
Expressa o quanto posso ou mesmo tento,

E bebo com ternura teu alento,
No quanto deste encanto agora crês
Matando com ternura o sofrimento.

574


Disperso caminhante em noite escura
O fato se reflete na alma aonde
O canto na verdade corresponde
Ao quanto se desenha e se procura,

Apenas não suporto tal tortura
E nem sequer o rumo se responde
E toda a fantasia além se esconde
Gerando da esperança tal moldura,

Espalho em verso os sonhos mais audazes
E toda esta alegria que me trazes
Justificando o passo mais tenaz,

Errático cometa dito amor,
E nele só por ele, redentor
Cenário se desenha em rara paz.

575


Nas asas da esperança; liberdade
Arcando com meus passos mais ousados
E vejo noutros dias desenhados
O quanto deste amor agora invade,

E o todo se desenha em claridade
Deixando para trás novos legados,
Os rumos noutros ermos desenhados
Traçando com real sinceridade,

O tanto quanto pude e muito além
Do fato onde o todo me retém
Gerando num instante a eterna luz,

O caos deixado aquém do quanto pude
E neste desejar em plenitude
Meu mundo em tom mais claro ora compus.

576


Sutis os passos dizem do abandono
E sei do quanto posso ou mesmo tento,
E sinto me tocando o pensamento
Aonde e com certeza em paz me abono,

O canto se desenha em raro trono,
Num soberano e claro belo intento
Vencendo o mais atroz alheamento
E deste desenhar raro me adono.

No amor que nos liberta e nos algema
Deveras com ternura sem problema
A vida se envereda em paz e luz,

E o sonho se transcende em claridade
E o todo noutro tom já tanto agrade
A quem se fez em verso e até reluz.


577


Uma ave arrebatada pelo sonho,
Adentra o céu imenso em liberdade,
E quanto mais decerto o tom agrade
O mundo em claros tons hoje eu componho,

E após o dia turvo e até medonho
Tramando a cada instante a velha grade
Sem nada que deveras já degrade
O cômodo caminho enquanto enfronho,

Esbanjo em alegria mansas vozes
E sei destes momentos mais atrozes
Audaciosamente procurando

Apenas o que possa me trazer
Além do mavioso bem querer
Um dia sem igual. Suave e brando.

578


A razão alcançando cada espaço
Aonde pude ver em raro espelho
O quanto do meu sonho aconselho
E gero dentro em mim um dia escasso,

E assim no tempo em paz enquanto o traço
Esbanjo meu cenário e me ajoelho
E neste delirar meto o bedelho
E o todo noutro rumo já refaço,

Reflexos de quem tanto quis além
Do quanto a própria vida ora contém
E nisto desafia a vida inteira,

E assim ao se mostra mais claramente
O todo num momento se apresente
E a sorte mais feliz, tanto se queira.


579


Tu foste esta menina que eu sonhara
E deste teu olhar em raras cores,
Ousando desvendar fartos amores
Na sorte tão sobeja quanto rara,

E assim a vida toma e se escancara
Marcando com ternura tais albores
Porquanto mesmo quando tu te fores
O sol dominará toda a seara,

Um canto se traduz em raros brilhos,
E sigo neste amor diversos trilhos
Ousando em alegria o quanto pude,

Sacramentar em verso o fato intenso
Aonde com certeza busco e penso
Tocando em mansidão a plenitude.


380


Numa visão tão pura quanto casta
A sorte desenhara para mim
Além de meramente algum jardim,
A fonte noutro rumo aonde basta

E gesta a cada passo e nada afasta
Tramando desde agora o calmo fim,
E nele cada sonho diz quando eu vim
Após a mocidade tão nefasta,

E sinto esta certeza mais sutil,
Aonde o meu cenário se previu
Diverso do que outrora dominasse,

Grassando muito além de mero ocaso
Assisto ao quanto posso e não me atraso
Nem mesmo permitira algum impasse.



581


Amor, tal chama aonde dessedento
O quanto mais procuro e mesmo quero
Ainda neste mundo torpe e fero
Somente neste encanto eu me alimento,

E novo desenhar ainda invento
Sabendo deste todo mais sincero
E quando dia a dia me tempero
Nos rumos mais tranquilos deste vento,

Esbarro nos meus erros, desenganos
E sei dos descaminhos mais profanos
Sem danos nem remendos, sendo assim

O tempo se desenha em plenitude
E quando o meu cenário se transmude
O todo se aproxima mais de mim.

582


O quanto se inflamasse em fogaréus
Amores tão diversos e gentis,
Ousando num momento ser feliz,
Cobrindo em esperança leves véus.

E adentro sem temores tantos céus,
Num ato tão sensível, sou feliz
E o quadro neste claro e bom matiz
Vencendo mesmo os dias mais incréus.

E o canto se aproxima desta areia
E todo este cenário se incendeia
Rodeia em alegria o quanto pude,

Viver sem mais temer qualquer razão,
E os dias mais audazes mostrarão
A eterna sensação de juventude.


583

O quanto que te adoro e não retiro
Sequer uma palavra e assim prossigo
Vencendo com ternura o desabrigo
A sorte noutro intento até prefiro,

E o caos gerado após o ledo tiro,
O corte mais profano, este perigo
Enquanto outro cenário em paz persigo,
Ousando num momento em claro giro,

Espraiam-se vontades onde o sonho
Deveras com ternura mais componho
E bebo em mansidão tuas verdades,

Espalhas sobre todo este horizonte
O quanto em harmonia nos aponte
O amor gerando em nós claridades.


584


Não vejo mais sequer algum senão
Aonde o meu caminho se transforma
E toma a mais sobeja e rara forma,
Mostrando dos meus passos direção,

E sinto a todo instante, os que virão
Tramando em claridade a rara norma,
E o todo quando a vida nos deforma
Apresentando a turva distorção.

Escassos sonhos dizem do passado
E o tempo no momento imaginado
Espelha dentro da alma o quanto pude

Vencer o sortilégio mais atroz,
Gerando em maciez suave voz
Tramando este cenário em plenitude.


585

Envolto em teus encantos, deusa bela
A sorte se traduz bem mais suave
E quando libertário sonho agrave
Gerando esta paixão, rara procela,

Meu canto nos teus braços se revela,
E trama cada encanto, uma mansa ave
E nela sem saber qualquer entrave
O todo no futuro ora se sela,

Escondo meus temores e mergulho
Vencendo algum cascalho ou pedregulho,
Ousando neste mar de imenso brilho,

E o todo mais audaz maravilhoso
Gerando este momento majestoso
Aonde com ternura agora eu trilho.


586


O quanto deste amor somente é teu
E diz da imensidade da emoção
Marcando em consonância a direção
Aonde o meu caminho percorreu,

Vencendo o quanto rude e amargo breu
Pudesse transformar em podridão,
Os dias mais audazes me trarão
O todo aonde o raro se escondeu,

Amar e se entregar sem mais defesas
Seguindo com clamores, correntezas
E nelas desenhando o meu futuro,

Do tanto desejar sem mais limites
Eu sei e na verdade me permites
Andar neste momento mais seguro.


587


Os dias mais felizes desta vida
Traduzem claridade e neste rumo,
O todo quando quero e logo assumo
A sorte noutra face construída,

E o tanto quanto quero se decida
Marcando com brandura todo o sumo
E dele me expressando em tal resumo,
Palavra com candura sendo urdida,

Acordo dos meus erros e anuncio
O canto mais audaz em desafio,
Vencendo os dissabores mais sutis,

E sei que finalmente posso ver
O mundo desenhando em bel prazer
O amor que tantas vezes sempre eu quis.


588


Tu és a mais sublime rosa e sinto
Perfume inebriante quando estás,
E deste caminhar a vida em paz,
Inebriantes tons, um raro absinto,

Aonde se domina o claro instinto
E o passo se mostrasse mais audaz,
Além do rumo calmo e contumaz
Eterno delirar; quero e pressinto.

Do todo cada parte se apresenta
E vence qualquer dor, medo ou tormenta
Ao espalhar ao vento a liberdade,

O manto consagrado em esperança
Apenas o cenário em paz alcança
E assim toda a ternura agora invade.


589


Imagem sensitiva e mais clara
Tomando com brandura cada olhar,
Gerando em noite imensa este luar
Aonde a minha vida se escancara,

E quando a realidade se prepara
Tramando cada dia a se mostrar
Diverso do que pude imaginar,
O manto mais feliz, o passo ampara,

O rude caminheiro do passado
Ao ver o seu retrato desenhado
No olhar de quem se fez amante em paz,

Apenas mansamente dita o sonho
E neste caminhar já não me oponho
Enquanto a vida em glória ora se faz…


590


Teus olhos sedutores, noite afora
A vida se mostrando mais sutil
E quando este caminho se previu
No todo quando o tempo nos devora,

O rumo se mostrara e se apavora
A sorte noutro engodo não se viu,
O canto mais audaz, mesmo gentil,
Enquanto a vida em paz em mim se ancora

Espalho ao vento o verso aonde eu vejo
O desenhar diverso de um desejo
No anseio mais fecundo e mais tenaz,

Assim ao me mostrar sem mais defesas,
Encontro meus cenários sobre as mesas
E todo o grande amor ora se faz.


591

Anelos nos atando em mansidão
Gerando este caminho solidário
No mesmo e mais tranquilo itinerário
Traçando os dias claros que virão,

E neste delirar tanta emoção
Mostrando um raro canto imaginário
E nele outro momento em relicário
Cenário feito em voz e coração,

Assisto ao quanto pude e mesmo posso,
Vencendo qualquer medo e do destroço
Refaço o meu caminho rumo ao tanto,

E desta forma vejo claramente
O quanto ainda tento e já se sente
Marcando o que decerto em paz me encanto.


592



Um anjo se desenha enquanto eu sonho
E traz dos Céus o brilho inigualável,
Tornando este caminho mais palpável
Num átimo mergulho em tom risonho

E o quanto do passado não reponho
Vagando noutro mundo, imaginável,
O tanto quanto quero em tom notável
Traduz este cenário aonde enfronho

Meu passo em claros tons, felicidade.
E assim o todo toma e quando invade
Gerando a imensidão de um dia manso,

O fato mais sutil traduz o todo
Esqueço a charqueada, a lama e o lodo
E apenas plenitude agora alcanço.


593


Nas horas mais doridas eu procuro
Quem tanto desejara e não soubera
Conter a mais diversa e torpe fera
Enquanto outro caminho mais seguro

Expresso e na verdade não torturo
O passo sem temor, leda quimera,
Gerando dentro em mim além da espera
Um dia mais tranquilo, ousado e puro.

Amar e ser amado, simplesmente
E quando em tal cenário tudo tente
Tramando a plenitude a cada passo,

O rumo se desenha soberano
E deste caminhar já não me engano
E assim o meu desejo em paz eu traço.


594


Não quero mais saber da dor enquanto
A vida se trouxesse em luz diversa,
E quando a sorte tanto agora versa
Mostrando o meu caminho sem quebranto,

O sonho noutro instante ora garanto,
E nem a solidão se desconversa
E toda a claridade não dispersa
Gerando com ternura o manso canto,

Esbarro nos cenários mais audazes
E neles outros tantos tu me trazes
Gestando imensidade a cada dia,

E neste privilégio de ser teu,
Meu mundo no teu mundo se escondeu
Traçando em luz superna a fantasia.



595


O quanto de valor tu sempre dás
A quem te quer e sabe muito bem
Do amor que tantas vezes quando vem
Traduz a mais sublime e rara paz,

O passo rumo ao farto, mais tenaz
Não deixa no passado algum desdém,
E sei deste cenário e nele o bem
Transforma a plenitude em dom audaz,

Acasos não se fazem costumeiros
Aonde no cultivo dos canteiros
Adentro com ternura cada instante,

Destarte esta harmonia se desenha
E molda a maravilha onde se tenha
Um dia sem igual e deslumbrante.


596


O quanto em tanto amor a alma suspira
E bebe gota a gota a plenitude
Do todo aonde a vida não ilude
Nem deixa a menor sombra da mentira,

Apenas a verdade se interfira
E mostre este caminho aonde rude
Por vezes com certeza já não pude
Traçar o quanto encanto em paz conspira,

Escassas noites vejo solitárias,
As sortes noutras sendas, necessárias,
E os ermos mais distantes não mais vejo,

Esbarro nos meus cantos mais sutis
E sendo de tal forma assim feliz
Envolto pelas sendas do desejo.

597


A voz em vibração e consonância
Gerando outro momento mais feliz
Dispersa o que em verdade já não quis
E trama a cada passo a militância

Do todo mais audaz, em elegância
O rumo se traduz enquanto o fiz,
Embora veja o céu disperso e gris,
Mantendo de quem teima, esta distância

Um rumo desenhado em claridade,
E o tanto dos meus olhos não se evade
Traduz somente o brilho mais perfeito

E deste todo agora em luz imensa
A vida na verdade recompensa
Quem faz desta esperança um raro pleito



598


Ao ver-te uma esperança dita o quando
Do mundo se desenha em liberdade
E cada novo canto mais agrade
Trazendo este caminho e me inundando,

O passo noutro instante desenhando
O quanto com ternura agora invade
Não deixa com certeza a menor grade
E o tempo noutro tempo se entranhando.

Vestindo esta diversa fantasia
Aonde todo o bem já se queria
O prazo determina o fim do sonho,

Um verso mais sutil demonstra o todo
E sem saber sequer de algum engodo,
O canto em harmonia ora componho..



599


Saudade tão atroz domina a cena
E o quanto pude ver em cada olhar
Além do mais diverso navegar
Aonde cada passo me serena,

A vida noutro rumo se coordena
E gera o quanto pude imaginar,
Trazendo de repente este luar
E nele toda a vida agora acena

Moldando a clara e rara maravilha
E nisto o verso em paz se compartilha
Tramando a mais intensa liberdade,

Vencendo os meus rancores, sigo além
E sei do quanto a vida trama e tem,
Do amor que tanto agrada quanto invade.


600


Amor deveras claro enquanto ardente
Toando dentro em mim esta esperança
E quando neste instante já me amansa
Presume o que se mostre mais presente,

E quantas vezes tenho em mim e tente
O verso aonde a voz agora alcança
E sabe muito bem da temperança
E nada neste tanto se apresente

Diverso do cenário em tom suave,
Aonde cada passo dita a nave
Liberta e sem grilhões, alçando espaço

E o todo mais audaz ainda traço
E quando a vida mesmo tome e agrave
Jamais amor se fez mero ou escasso.




601

Imagem delicada desta diva
Traçando no horizonte um novo sol,
Irradiando em brilhos, um farol
Iridescente sonho, a vida criva.

Minha alma deste todo vai cativa
E bebe esta beleza em arrebol,
E fosse tão somente um girassol,
Seguindo esta sobeja luz que criva

Meus olhos em momentos fascinantes,
Deveras cristalinos; radiantes
Numa expressão sem par: cenário belo.

E quando vejo além tal maravilha,
Meu mundo neste espaço raro trilha,
E todo o grande amor; sinto e revelo.



602


A singular beleza em divindade
Gerando este momento sem igual,
No amor um raro encanto magistral
Que agora sem defesa já me invade,

O tanto quanto pude em tal verdade,
Num rito mais sutil e sensual,
Vagando a noite inteira em ritual
Sublime aonde o todo em paz se brade,

Ousando- te desnuda deusa eu vejo,
E neste delirar a cada ensejo
Meu mundo se entranhando em raras luzes,

Ao auge constelar, etérea chama,
O todo num instante sempre clama
E ao apogeu dos sonhos me conduzes.


603


A bela e tão fantástica mulher
Tocando mansamente o meu olhar
Com toda a fantasia a nos rondar
Alçando muito além do que puder,

E vejo em tal momento outro qualquer,
Vagando por estrelas, num luar
Toando esta esperança a nos tocar
Da forma mais sutil que me aprouver,

Esboço tão somente esta visão
E dela resumindo uma amplidão
Traçando um horizonte em plenitude,

E assim ao vê-la nua no meu quarto
Ao éter num segundo eu também parto
E todo o meu caminho se transmude.


604


Um débil caminhar em noite imensa,
Nos sonhos mais audazes, inclementes,
Enquanto esta beleza; também sentes
Minha alma na tua alma se compensa,

O quanto se deseja e já convença
Quem sabe dos seus dias mais presentes,
Ousando por sutis e iridescentes
Caminhos desenhando recompensa.

Após a vida feita em dor e pranto,
Agora este momento; em paz, garanto
Tocando a eternidade deste amor,

E nada impediria a minha sorte,
E de tal forma a vida ora conforte
Matando o quanto houvera em dissabor.


605

Os lábios carmesins desta a quem tanto
Desejo e não me canso de querer,
Gerando o mais superno e bom prazer,
Aonde todo o sonho em paz eu canto,

Vestindo esta beleza em raro encanto
Aprendo tão somente a recolher
Os gozos mais felizes de um prazer
E nele toda a glória; em luz, garanto.

Adentro além do todo imaginário
Um ato tão sublime e mesmo vário
Gerado eterno brilho enquanto vem

Ousando pelas sendas mais sublimes
E neste desenhar tanto me estimes
Fazendo do prazer nosso refém.


606



Nos olhos tão divina poesia,
Marcando cada cena aonde eu tente
Vencer o mais diverso, plenamente
E assim vivenciar a fantasia,

Aonde todo o sonho poderia
Vibrar em consonância e mais clemente,
Vivendo este momento em paz e ardente
Ousando além do cais, de uma utopia.

Espalhas pelos céus o canto em paz
E toda esta beleza, a vida traz
Cerzindo no infinito um raro brilho,

E ao ver tamanha luz aonde eu pude
Sentir no grande amor a plenitude
E nela com certeza, em paz eu trilho.


607

Um doce aroma invade a minha casa,
Qual fosse um roseiral em floração,
O toque mais audaz, a sedução,
A vida num momento nos abrasa,

E o quanto mais anseio, não se atrasa
Mostrando com ternura a direção,
E os dias raros, belos, me trarão
O quanto se desenha e nos embasa.

Expresso da esperança um tom sublime,
E tendo toda a paz que ora redime
Jamais me calaria ou noutro rumo

O todo se perdesse num segundo,
Ousando muito além eu me aprofundo
E toda esta beleza; em glória assumo.


608


A rara forma dita esta superna
Sílfide maviosa em tons perfeitos
E os dias entre tantos satisfeitos
Minha alma num momento em paz externa.

O quanto da alegria em vida terna,
Os olhos em momentos nobres, pleitos
De amores em amores, nossos leitos,
Ousando na esperança qual lanterna,

E o verso se moldando com brandura
Trazendo toda a paz que se procura
Edificando o passo neste rumo,

Da majestosa face em claridade,
O amor com toda a sorte agora invade
E neste delirar, tudo resumo.


609

Um coração febril, num ato em rara
Beleza e maravilha dita o quanto
Do amor mais solidário inda garanto
Enquanto a vida em luz já se prepara,

A sorte desenhando em tal seara
Deixando no passado algum quebranto,
O todo noutro instante eu adianto
E a vida num momento se prepara,

Ousando em magnitude cada passo,
Aonde o meu delírio reina e traço
Insofismável luz enquanto eu pude,

Vencer os descaminhos mais audazes
Vivendo a cada passo raras fases
Do amor deveras nobre e nunca rude.


610


Qual fosse um mito apenas, este amor
Reinando num momento sobre tudo,
E neste desejar tanto me iludo,
Ousando num alento redentor,

E seja da maneira como for,
Deveras não me calo e nem transmudo
O passo neste instante eu amiúdo
Cultivo esta esperança, rara flor.

Vivendo muito além do quanto houvesse
Cerzindo com meu canto a rara prece
Anseio tão somente a liberdade

E o tanto que se vendo já permite
O amor sem ter fronteiras nem limite
Aonde toda a glória nos invade.


611


Um misto de emoções domina o fato
E gera além de tudo o quanto anseio
E todo o meu caminho em devaneio
Num passo mais audaz, quero e constato,

E neste desenhar raro retrato
Enquanto a sensação diz ao que veio
E vendo esta beleza não rodeio,
Apenas farto amor, tento e resgato.

O porte mais audaz do passo quando
O dia em maravilhas se tocando
Presume a eternidade de um momento,

E deste mar imenso em liberdade,
Somente esta certeza agora invade,
E neste delirar, eu me alimento.


612


Falenas procurando uma lanterna
Durante a noite escura, quero a ti
E vejo neste instante o que senti
Na face mais sublime aonde externa

A voz tanto suave quanto terna
E neste delirar eu percebi
O todo mais sublime e desde aqui
O tempo numa luz suave, eterna.

O rumo se desenha e cada passo
Aonde a plenitude ainda traço
Deixando no passado medo e tédio,

O quanto sou feliz e nada cala
Minha alma da esperança uma vassala
À plenitude; em paz, divino assédio.


613


Em quês maravilhosos encontrara
Aquela que deveras tanto quis,
E sendo de tal forma mais feliz
A vida se desenha bela e rara,

O passo noutro rumo se escancara
E gesta o quanto quero, e do céu gris
Eu vejo em raros tons, belo matiz
Gerindo com firmeza esta seara.

Depositando em ti toda a esperança
Meu verso num momento a paz alcança
E sorve deste brilho cada toque

E nada mais sublime que este sonho,
Aonde cada verso em paz componho
E toda a magnitude em luz provoque.

614

Os magos caminhares pelas sendas
Mais raras e mais belas, hoje eu vejo
E deste desenhar traço o desejo
Aonde tuas mãos tocas e estendas,

Vencendo os dissabores e contendas,
Apresentando a paz que tanto almejo,
O sonho mais audaz; quero e dardejo
E nele raros brilhos tu desvendas,

E sei da maravilha de seguir
Enquanto possa o todo no porvir
Dizer da sorte imensa de ser teu,

Meu mundo num momento mais audaz,
Deveras tanto brilho agora traz
E a magnitude em glória, concebeu.


615


Em tons doces suaves, com magia
A vida se presume muito além
Do quanto na verdade inda contém
E traça com ternura o que queria,

Vivendo tão somente a fantasia
Dos sonhos sou talvez mero refém,
E nada mais se faz com tal desdém,
Enquanto a vida traça uma agonia.

Poético momento em plena glória,
Moldando num segundo a nossa história
Traçando muito além do ledo cais,

Esbanjas alegria em tom sutil,
E amor como deveras não se viu
Em dias raros, belos, magistrais.


616


Imaginando encantos sem igual
Meu rumo se desenha a cada passo,
E quando este caminho em glórias traço,
Num ato simplesmente divinal,

Vagando pelas noites, neste astral
O canto se desenha em todo espaço,
E aonde se pensara mais escasso
A vida gera um sonho magistral,

Espreito tão somente o fim da tarde
E nada do que possa ou nos resguarde
Adentra este infinito em dor e medo,

Apenas o viver em mansidão
Gerando os dias claros que virão,
Enquanto neste todo em me concedo.


617


Dulcíssima presença da esperança
Tomando já de assalto este arrebol,
E o quanto se desenha em raro sol,
Ainda mais distante a vida avança

E gera a cada passo esta aliança
Marcando com brandura em raro escol
O todo se transforma e um girassol
Apenas infinito sonho alcança,

Este helianto vívido e tenaz
Um sonho em plenitude ora me traz
Gerando esta florada dentro da alma,

E o todo em primavera desenhado,
Mudando num instante o ledo fado,
A vida em raro brilho hoje me acalma.


618


Encontrarei somente a liberdade
No tanto quanto pude e mais pudera
Vencer a perfeição sobeja e fera
E nisto toda a sorte se degrade,

O canto dominando esta cidade
Do palacete à mais pobre tapera,
Encontro o quanto a vida ainda gera
E nisto a mais sutil felicidade.

Ousando cada passo rumo ao farto,
Deveras com ternura hoje reparto
O tanto mais audaz em ato e sonho,

Destarte meu caminho se moldando
Aonde o meu desejo doce e brando
Ditame mais suave que eu componho.


619


Em atos tão sublimes, perfeição,
Um sentimento tanto nos tocando
E deste desenhar audaz e brando
O amor diverso e raro é tradução

Dos cantos mais audazes se farão
O todo desejado desde quando
O mundo noutro passo imaginando
Somente dentro da alma este verão.

E tece da esperança outro momento
Enquanto nada mais teimo ou lamento
Ousando a plenitude mais audaz,

E assim cada cenário se transmude
E o quanto fora outrora ledo e rude
Agora em plenitude já se faz.


620


Magnético caminho se cerzindo
Aonde tudo pude mesmo ver,
E neste mais sobejo amanhecer
Cenário com certeza claro e lindo,

O quanto deste sonho ora deslindo
E bebo com candura tal prazer,
Podendo simplesmente merecer
O amor enquanto em paz, anseio e brindo.

O tanto quanto quis e quero mais,
Vencendo os meus tormentos usuais
Presume a eternidade num segundo,

Do amor em raros tons, suave brilho,
O canto mais audaz; hoje polvilho
Enquanto em claridade ora me inundo.


621


Nasceste tão somente para o sonho
E desta maravilha feita em luz
O quanto se deseja ora traduz
O todo aonde o canto em paz proponho,

Vislumbro este caminho mais risonho,
E ao quanto cada passo me conduz
Minha alma neste instante inda reluz
E traça outro cenário onde eu me ponho,

E bebo em fartos goles a esperança
Da vida que deveras tanto amansa
E deixa para trás qualquer tormento,

Seguindo em alegria cada passo,
Meu mundo; num instante eu busco e traço
E disto se percebe o quanto eu tento.


622


A luz que toma esta alma e me invadindo
Prenunciando o todo mais sutil,
Aonde o meu caminho se previu
Gerando este cenário claro e lindo,

E quando em raro tom ora me brindo
Tentando ser deveras tão gentil,
O quanto poderia e se sentiu
Transcende ao raro encanto nos seguindo,

Audaciosamente numa entrega
Minha alma sem temores já navega
Vencendo o que degrada e até maltrata,

A sorte se desenha de tal forma
Que tudo num instante se transforma
E gera esta emoção sem mais bravata.


623


Num frêmito sem par, diversidade
A vida prenuncia um gozo além
E todo o meu caminho agora tem
O quanto mais se quer e nos invade,

Presumo então em nós felicidade
Da qual me desenhando sou refém,
E deixo no passado algum desdém
Enquanto a lua plena em brilhos brade,

E sendo de tal forma mais feliz,
Além de meramente um aprendiz
Esvaio no infinito de nós dois,

Ousando em plenitude cada passo,
Enquanto o meu caminho em ti eu traço
Não deixo nada mesmo pra depois.


624


Às plagas mais distantes, num mergulho,
Desejos tão ardentes num sobejo
Caminho aonde o todo agora eu vejo
E disto com certeza ora me orgulho,

Vencer o quanto posso e assim vasculho
O todo mais diverso onde prevejo
A vida se emoldura em azulejo
Aonde houvera medo, dor, entulho.

Escalo as mais diversas calmarias
E neste desenhar tanto trarias
Os olhos no infinito mais audaz,

E o quanto em poesia se transforma
Tomando num segundo a rara forma
E nela todo amor reinando em paz.



625


Angélica beleza em divindade
Sublime maravilha em luz composta
Minha alma na tua alma em tal proposta
Deveras com firmeza em sonhos brade,

E o quanto deste todo nos agrade
E deixe a sensação desta resposta
No amor que tanto quero, esta alma gosta
E traz a cada luz tranqüilidade.

Esboço a eternidade num segundo
E todo o meu caminho; em paz inundo
Gerando tão somente o mais sublime

E assim destarte sigo sem temores,
Aonde com certeza tu te fores
O pleno desejar tudo redime.


626


Diversos os caminhos onde eu possa
Traçar com plenitude cada verso,
E neste desejar raro e diverso
Felicidade eu sei ser sempre nossa,

E o quanto da esperança agora endossa
E neste sonho em paz, brilhos, disperso
E sigo transformando este universo
Deixando para trás o medo e a fossa,

A força geratriz do quanto pude
Ainda mesmo em mundo atroz e rude
Vencer com toda a luz a treva em mim,

E desta forma invado este infinito
No amor que tanto quero e necessito
Justificando, o meio, início e o fim...


627


Vulcânica explosão em tom perfeito
E neste desejar tanto pudesse
Além de meramente uma benesse
O rumo noutro canto satisfeito

E quando do teu lado ora me deito,
E a sorte num instante se obedece
O rústico cenário a vida esquece
E sinto o meu desejo em raro pleito,

Extraio dos teus olhos cada brilho
Destarte num momento em paz eu trilho
E sei da perfeição, raro ditame,

No quanto sou feliz e de tal forma
A vida num momento se reforma
E a glória em plenitude agora clame.


628


Em majestosa imagem, perfeição
Deitando em raros tons, a maravilha
Aonde cada passo sempre trilha
Tramando com ternura a direção,

E deste dia claro se verão
O quanto em glória imensa a vida brilha
E amor quando demais se compartilha
Gerando a mais sublime sensação,

Num ato mais audaz e tresloucado,
O todo num caminho desenhado
Presume este momento redentor,

E vivo sem temores, cada instante
E todo o meu futuro se garante
Gestando a todo passo o raro amor.


629


Dardejas tão sublime fantasia
Aonde cada passo diz do todo,
Sem medo, na verdade, sem engodo
O tanto quanto quero se recria,

E o canto mais audaz; ainda escuto
E nada mais transcende ao quanto fora
Uma alma com certeza sonhadora,
E neste desejar um passo astuto,

Marcante caminhada rumo ao farto
E desta forma tudo em ti retrato
Cerzindo com brandura o manso fato
Do qual já com certeza eu não me aparto,

E bebo cada gole da esperança
Aonde o meu caminho em paz avança.


630


Titânica certeza deste amor
Num toque mais sutil, porquanto vivo
E deste muito além de um lenitivo,
Um passo mais audaz e redentor,

No todo desenhando em rara cor,
O tanto quanto possa mais altivo,
E nesta fantasia agora eu crivo
Meu mundo além de mero refletor,

Ousando num instante ter a lua,
Minha alma junto à tua ora flutua
E vaga no infinito mais sublime,

E todo o meu engodo do passado,
Agora noutro rumo está traçado
E assim cada momento nos redime.


631

Quanto te vejo entoa dentro em mim
Harmoniosamente esta esperança
E a vida neste instante já me alcança
Em lábios doces; raro carmesim,

E sinto o quanto posso ter enfim
A plena maravilha em tal fiança
No vento mais suave esta mudança
Reinando sem temores, tanto assim.

O quanto se anuncia em claridade
Tramando cada passo aonde invade
A vera sensação de ser feliz,

Depois de tantos erros no passado
Um novo rumo em paz anunciado
Traduz o todo enquanto amor eu quis.

632


Quedando sem saber qualquer alento,
Vivendo por viver, sem mais um sonho,
Enquanto de tal forma decomponho,
Um novo ser deveras alimento

E neste desenhar, o sentimento
Outrora mais atroz, ledo e tristonho
Agora noutro rumo aonde enfronho
Sentindo a maciez de um doce vento,

E sei deste momento em claridade
E a própria persistência tanto agrade
Quem busca mais que apenas um sentido,

Invado com brandura a eternidade,
E assim o meu caminho; em paz lapido
E sinto a mais real felicidade.


633


O quanto em atenção tocando a face
Daquela a quem me dei sem qualquer medo,
E quando de meu todo eu já concedo
O tanto quanto quero e assim se trace,

O tempo na verdade se mostrasse
Bem mais do que deveras arremedo,
E o rumo se desenha desde cedo,
E apenas no infinito agora grasse,

Encontro nos teus braços a certeza
Da vida com diversa sutileza
Num raro desenhar em claros tons,

Sentindo com ternura cada fato,
Aonde este caminho eu já resgato
Tramando dias raros, mansos, bons.


634



Os dias cristalinos, sol intenso
E o todo desejado se perfaz
Num ato mais sublime enquanto audaz
E neste amor decerto agora eu penso,

E a cada novo instante eu me convenço
Do quanto esta alegria ainda traz
Ousando noutro instante em rara paz,
Deixando para trás o medo imenso,

E adentro nos teus braços, paraísos,
Em ritos mais felizes e precisos
E posso desnudar tanta alegria

Enquanto no passado nada havia,
Agora se percebe claramente
O quanto mais divino, esta alma sente.


635



A vida se desenha sem mistério
E o todo se transforma a cada instante,
Enquanto meu caminho se adiante
Traçando dentro da alma um raro império,

O mundo se mostrando além, sidéreo
E o canto noutra face e doravante
Demonstra este momento onde agigante
Ousando num amor, doce critério,

Aprendo a cada dia um pouco mais
E venço os meus tormentos quando traço
O tempo num momento aonde escasso

O canto se mostrara noutro cais,
Esbarro no esplendor da ansiedade
E a luz sem paralelos tudo invade.

636


Uma esperança traça em alvo manto
Um raro emaranhado em paz e glória
Mudando totalmente a minha história
Aonde noutro rumo a paz garanto,

E o todo na verdade dita o quanto
Tramasse muito além desta vitória
E mesmo quando a sorte é merencória
Ainda solitário, teimo e canto,

Amar e ser amado, ou mesmo até
Viver e crer somente pela fé
No dia que virá em plenitude.

Deste momento em vida transformado,
O sonho mais audaz e desejado
Deveras nada mais tortura, ilude.


637


Diáfanos momentos onde a luz
Adentra pelo quarto e reina inteira,
O quanto do presente inda se queira
E nisto o meu cenário reproduz

Beleza sem igual e assim traduz
O sonho como fosse uma bandeira
Unindo a sorte clara e verdadeira
Aonde cada passo se produz.

Espero novamente um dia em paz
E sei do quanto posso e sou capaz
Vivendo cada instante mais gentil,

E o todo se desenha em tal cenário
Além do mais sublime e imaginário,
O amor que tantas vezes nos uniu.


638


Num límpido caminho vejo a sorte
Tramando outra ternura e me apascento,
O quanto do meu canto em pleno vento
Aonde tal momento nos conforte,

E bebo deste mundo em raro norte,
Entregue ao mais divino sentimento,
Tocando com brandura o pensamento
Gerando da esperança um raro aporte.

Espreitas entre medos, quedas, dores
E seja da maneira como fores
Verás o quanto em mim se refletia

A rara maravilha em tal beleza
Na vida sem temor e sem surpresa
Trazendo a cada instante esta harmonia.


639



Em hinos mais suaves, melodias
Das quais cada momento traduzisse
Além do quanto outrora na mesmice
Decerto num instante me trarias,

E ousando neste instante me verias
Olhando para além do quanto eu visse
Cerzindo com brandura o que sentisse
Quem sabe dos temores e agonias

Amar é libertar nossos anseios
E ter além dos meros devaneios
Certeza de um instante em plena luz,

E quando se desenha tal momento,
O quanto deste sonho eu alimento,
A sorte mais audaz, teima e traduz.


640


A vida desenhando em raras cenas
Momentos mais diversos, juvenis,
Vivendo de tal forma o quanto eu quis
Apenas por saber-te me serenas,

As horas mais sublimes são amenas,
O passo se mostrando em tal matiz
Deixando em tal fascínio o mais feliz
Em horas tão diversas, raras, plenas.

Escassos olhos sabem do abandono
E quando do infinito hoje me adono
Encontro os meus anseios ou resquícios,

E vago sem temor ou medo algum,
Dois corpos ao se unirem formam um
E levam para além dos precipícios.




641

Chegando finalmente este momento
Aonde eu poderia ter nas mãos
Além destes tormentos duros, vãos
O quanto do desejo me alimento,

E vejo a cada passo mais atento
Dourando o sentimento novos grãos
E deles os meus sonhos artesão
Traçando a maravilha em provimento,

Esboço com ternura a voz além
Do todo e meu caminho agora vem
Tramando tão somente a liberdade,

E o prazo se transforma: eternidade,
E um mundo bem melhor o peito invade,
Das doces fantasias, sou refém.



642



Divina sensação de estar em ti
E ser decerto assim bem mais feliz
O quanto se desenha o que mais quis
Transcende ao quanto agora em paz senti.

O todo se desenha enquanto eu vi
O passo se mostrando por um triz,
E o tanto transbordando pede bis
E vivo este momento onde sorvi

A plena sensação quando pudera
Vencer a mais diversa e tanto fera
Verdade desenhada em cada fato,

E assim ao me mostrar somente teu,
Meu mundo novo rumo concebeu
E toda esta alegria hoje eu resgato.


643


Beleza sem igual, meiguice além,
O tanto quanto a quero traz no olhar
O rumo enquanto a vida a nos tocar
Traduz toda a beleza que convém,

Não quero da esperança, ser refém
Tampouco meu caminho em tal vagar
Desenha com certeza outro lugar
Enquanto a lua rara e inteira vem.

Esbanjo tão somente o grande amor
E nele novo tanto a se propor
Gerando eternidade num momento,

Do canto mais audaz, felicidade
O todo se mostrando enquanto invade
Destarte num instante um canto invento.


644


Na graciosa face de quem amo,
O sonho se desenha muito mais
Do quanto em dias claros divinais
Traçando da esperança cada ramo,

O passo noutro instante teimo e tramo
Vivendo nestes ritos magistrais
Ousando muito além, raros cristais
E nada senão isto em paz exclamo.

E sei da plena face em tom voraz,
O amor quando se entrega e o canto traz
Moldando novo instante, eternamente.

O cântico se faz bem mais audível
E o passo noutro rumo, perceptível
Tocando sem temor, o corpo e a mente.


645


Chegou raro momento aonde eu pude
Viver sem mais temores, dia a dia,
E tanto quanto quero ou mais teria
Revisitada minha juventude

E nada na verdade mais ilude
Quem sabe e neste tanto moldaria
A voz em plenitude, em poesia
Marcando cada passo onde amiúde.

Levando muito além de mero sonho,
O todo noutro rumo hoje proponho
Vencendo os meus temores contumazes,

E assim ao perceber o farto amor
A vida se transforma em refletor
E nela; tantos sonhos bons tu trazes.

646


O quanto deste amor percebo enfim
Marcando o dia a dia com brandura,
E assim cada momento se assegura
Gestando dentro da alma sem motim,

Beleza se desenha e tanto assim
Durante um raro encanto, tal ternura
Calando num instante esta amargura,
Gerando toda a paz que existe em mim.

Encontro a cada passo outro diverso
E neste desenhar, ainda verso
Vencendo os meus enganos costumeiros,

E sei dos meus anseios mais sutis,
Sabendo ser no fundo mais feliz
Os sonhos são deveras meus luzeiros.


647


Aonde o meu caminho desembarque
Traçando outro momento em paz e luz,
A sorte num instante reproduz
O todo aonde a glória nos abarque,

E neste desenhar já se demarque
O quanto do meu mundo ora seduz
Deixando no passado a mera cruz
Gerando a paz intensa, raro parque.

E assim ao me entranhar em tais veredas
Deste desejo em paz quando concedas
Eu faço a poesia e canto o sonho,

Meu mundo se transforma num rompante
E o todo noutro rumo se garante
Enquanto a fantasia; em paz componho.



648

O canto a quem deveras dedicando
O mundo enquanto nele eu pude ver
Bem mais do que somente algum prazer,
Um tempo mais suave e sei tão brando,

As dores evadindo como um bando
E neste caminhar o amanhecer
Em plena claridade a se tecer
E o todo num alento se moldando.

Encontro cada passo aonde eu possa
Traçar bem mais que a vida, mesmo nossa
Gestando a plenitude em voz tranquila,

Meu canto mais audaz se faz presente
E neste desenhar tanto se sente
Enquanto a sorte além em paz desfila.

649

Aonde poderia um Paraíso
Apenas vejo o olhar entristecido
De quem a cada instante dilapido
Roubando o canto audaz, leve e preciso,

A vida se mostrando sem juízo
O sonho noutro instante revolvido
E o carma desenhado além do olvido
Traduz o dia em lutas envolvido.

Encontro em ti o quanto desejara
E sei desta alegria imensa e rara,
Da qual eu me alimento e assim porfio,

Ousando muito além do que pudesse,
Tentando outro cenário em tal benesse
Deixando para trás o imenso frio.


650


O tanto quanto pude e se escrevia
Tentando uma palavra libertária
A vida tantas vezes solitária
Traçando tão somente uma agonia

Moldando num instante a fantasia
E deste sonho a voz mais temerária
Em claridade imensa ou mesmo vária
Trazendo em plena noite um raro dia,

Amar e ter certeza deste intento,
O quanto neste sonho eu me fomento
E gero tão somente um novo ser,

O cântico decerto mais audaz
O passo noutro instante o mundo traz
E molda com certeza o bem querer.




651


Meu mundo se mostrando sem sentido
O passo se transforma plenamente
E quanto mais audaz a vida sente
O rumo noutra face é decidido,

E assim a cada instante mais lapido
O canto noutro tom e já se enfrente
O todo mais atroz e se apresente
O sonho noutro manto resumido,

Dos véus onde esperança traça o todo,
Deixando para trás o ledo engodo
Adentro o paraíso neste brilho,

E toda a maravilha se mostrara
Diversa e plenamente em tal seara
Aonde cada sol vivo eu polvilho.


652


A sorte se traçando enquanto desta
Vontade eu percebera muito além
Do próprio desejar que nos convém
E deste tom suave, vejo a festa,

Resumo a vida enquanto se detesta
Ousando na esperança sem desdém,
E faço do meu mundo o amor refém
Entrando pela cada, a cada fresta.

Esbanjas alegria quando trazes
Os dias mais felizes e tenazes
Alçando o quanto pude e mesmo assim,

O cântico presume esta vitória
E a sorte mesmo quando merencória
Lateja em plenitude, viva em mim.


653


O amor quando demais uma prima obra
Expressa todo o sonho aonde eu trago
Bem mais do que um momento alheio e vago
Enquanto noutro rumo se desdobra,

A vida na verdade tanto cobra
E deixa-se antever qualquer estrago,
E desta forma adentro e já me alago
E nada após o todo ainda sobra.

Esvaecendo assim a fantasia
O quanto deste mundo eu poderia
Alçar num só momento, plenamente.

O todo se aproxima num instante
E o canto noutro rumo se garante
E nada mais decerto nos desmente.


654


Ouvindo quase sempre o mesmo não
Esboço o meu caminho em tom diverso,
E quando sobre o todo já disperso
Meu rumo noutro engodo ou direção,

Os dias mais suaves me trarão
O cântico sublime em universo
Ao qual em rumo claro agora eu verso
Ousando dentro em mim, novo verão.

Esbarro nos meus erros, sigo em frente
E toda esta beleza se apresente
Alçando este horizonte em clara fonte,

Assim, embora a vida me maltrate
Apenas neste amor tenho o resgate
E nele cada passo em paz se aponte.


655


O passo noutro rumo já contrário
Expressa a vida quando nada levo
E sei do sofrimento atroz e sevo
Alçando um diverso itinerário,

Qual fosse da esperança algum corsário
Ao mor desejo em vida enfim me atrevo
E mesmo quando em dores, quieto, nevo
Presumo novo encanto imaginário.

Vestígios do que fora no passado
Apenas um momento mal traçado
Enfrento os mais diversos temporais,

E singro sem temor cada momento
E neste desenhar o quanto eu tento
Traduz o que eu anseio e muito mais.


656

O meu amor somente sendo dela
Não deixa qualquer dúvida nem medo
E deste instante em paz eu me concedo
E a sorte noutra face se revela,

O quanto da alegria o tempo sela
E nisto não conheço mais degredo,
A vida concebendo este segredo
Nos ermos de minha alma se enovela.

Assisto aos dias vários e envolventes
E mesmo quando um novo dia tentes
Espelho da esperança, mesmo em cãs.

E a sorte decidida num alento
Tocando o quanto quero busco e tento
Ousando repartir novas manhãs.


657


O quanto se soubera logo, pois
A vida se permite em tom sublime
E o canto num momento em paz redime
Não deixa quase nada pra depois,

Acena com diversa claridade
E deste tom suave, tal tentáculo
Ousando muito além de algum oráculo
Traduz a imensidão que tanto agrade.

Depois destas tormentas do passado
O novo amanhecer traz plenitude
E mesmo quando a sorte desilude
O sonho noutro tom é realçado,

E vejo em claros dias, meu alento
E neste belo instante eu me alimento.


658


O todo desenhando em literal
Cenário feito em glória e raro amor,
Vivendo como fosse um condutor
Gestando dentro da alma um raro astral,

O canto se moldara magistral
E sei como se fosse algum louvor
Marcando cada instante, rara flor
Um passo sem tormenta, divinal,

E a leve transparência da esperança
Enquanto divagando cedo alcança
Mereço pelo menos uma luz

E assim ao maior sonho me entregando,
O mundo se mostrando desde quando
A sorte noutro rumo reproduz.


659


Amor se transformando desde aquela
Manhã enquanto a vida quis assim
Gerando toda a glória viva em mim,
E neste delirar abrindo a vela,

A sorte noutro passo já se atrela
E tramo cada sonho e sei do fim,
Acendo da esperança este estopim
E toda a plenitude se revela,

A vida em sortilégios desenhada,
Traduz por vezes turva e dura estada.
Porém no amor se vendo a redenção,

Os dias mais felizes ressurgindo
Num tanto mais audaz, porquanto lindo
Somente dias raros se verão.


660


As sortes tendo tal significado
Mergulham no horizonte em raro véu,
E sigo cada passo rumo ao céu
Num sonho tantas vezes desejado,

Um passo noutro tom glorificado
A vida mesmo sendo um carrossel
E neste desenhar, claro ou cruel,
Vencendo qualquer medo do passado.

Escolho os meus caminhos, sigo em frente
E quando cada encanto se apresente
Moldando a plenitude em verso e canto,

O todo se mostrando muito além
Do quanto caberia e nisto tem
O dia mais bonito que eu garanto.



661


O sonho num instante declarava
O quanto poderia ser ou não
Tomando a mais sensata decisão
Afasto-me decerto desta lava,

Uma alma se desenha quase escrava
E dita em desamor a solidão,
Mas quando vejo os dias que virão
E neles emoção farta se lava

O todo se anuncia muito além
Do quanto poderia e mesmo vem,
Ousando num instante mais feliz,

Destarte meu amor gerando a paz
E quando novo dia o sonho traz
Traduz o quanto anseio e tanto quis.


662


As horas dizem sempre quando meças
Com todas as palavras o que sentes,
Os dias mais audazes e dementes,
As sortes com certeza são bem essas,

E nisto se negando tais promessas
Apenas solidão tu me apresentes,
Mas quando noutro rumo em envolventes
Cenários aos delírios te endereças,

Vagando sem destino em noite imensa
Somente neste amor, minha alma pensa
E gera novo encanto a cada instante,

Do todo desejado agora vejo
Bem mais do que talvez mero desejo,
Num rumo aonde o intenso se garante.


663


O quanto da esperança sei que lavras
Ousando ser feliz ou mesmo até
Mantendo a cada dia a imensa fé
Usando com ternura tais palavras,

E assim ao desenhar tanta beleza
O mundo se traduz felicidade
E o quanto deste sonho agora invade
Gestando meu caminho, leda presa,

Ainda que pudesse ser diverso
O todo não traria mais sentido,
Não fosse cada sonho onde lapido
A provisão risonha em todo verso,

Entrego-me decerto ao mais risonho
Caminho aonde amor tomo e proponho.


664


A vida se desenha tão divina
E gesta além do todo no horizonte
O rumo aonde a sorte em paz aponte
E nisto com certeza me domina,

A sorte se transforma em rara mina,
E deste delirar sobeja ponte,
Marcando com ternura assim desponte
O quanto deste encanto determina.

Emana-se em verdade um novo dia
E nele toda a sorte moldaria
Apenas um momento mais sensato,

Destarte nada resta dentro em mim,
Senão este cenário: amor sem fim,
Que a cada novo instante em ti constato.



665


Uma esperança dita tal poema
E nela me entranhando sou feliz,
E mesmo quando a vida não me quis
Não tendo mais sequer o que me algema,

O todo mais atroz já não se tema,
O risco se desenha e por um triz
Vencendo a tarde turva ou mesmo gris,
Uma alegria vence este dilema,

E o vasto delirar em raro sonho
Transcende mesmo ao rumo onde componho
Cenário onde bendigo minha sorte,

E tendo este acalento a cada passo,
Um novo amanhecer em paz eu traço,
E nisto todo o bem que me conforte.


666


O mundo mais atroz ou alegórico
Traçando outro caminho aonde eu pude
Trazer com amplidão cada atitude
Embora seja até quem sabe eufórico,

O rito se transforma em uso e faço
Do sonho mais audaz, o meu caminho
E quando neste todo agora aninho
Apenas suavizo o duro traço,

E viso algum momento em calmaria
Após tantas procelas vida afora,
E o barco noutro porto em paz se ancora
Gerando dentro em mim tal poesia,

E o cântico se mostra em tal louvor
Regendo em maestria o raro amor.


667


A vida se apresenta e tão somente
Traduz o quanto quero ou mais sonhara,
Domina cada instante e se prepara
Ousando noutro rumo plenamente,

E o canto com ternura se apresente
E dome com tal brilho esta seara
Enquanto a própria sorte se escancara
E gera sem sangria esta semente,

Ourives da emoção, a sorte tenta
Vencer em calmaria uma tormenta
Fecunda realidade dita o canto,

E o mundo se transforma sem ocaso,
E assim o dia a dia não atraso
E um tempo mais sublime, em paz, garanto.


668


Os mais profundos dons, particulares
Momentos onde a vida pode até
Trazer o quanto vivo em rara fé
Gerando da emoção belos altares,

E quando num instante tu notares
A sorte se mostrando por quem é
Arcando com ternura e sem galé
Moldando mais diversos, bons lugares.

E tento contra a fúria de um segundo
O mundo aonde entranho e me aprofundo
Ocasionando apenas a alegria,

E desta forma sigo sem temores
E mesmo quando além tu já te fores
Meu canto no teu canto entranharia.


669


O tanto quanto quis tal inteireza
Gerada pelo canto mais sublime
E desta forma o todo já se estime
E deixa esta alegria sobre a mesa,

A sorte se mostrando quase ilesa,
O passo no futuro nos redime,
E quando a fantasia não suprime,
Fantástico momento dita a presa,

E ocasos entre trevas, tardes, brumas
E nesta fantasia tu te esfumas
Vagando sem sentido e sem razão,

Meu canto se aproxima dos teus passos
E sigo com ternura, mesmo os lassos
Momentos onde os sonhos se ouvirão.


670


O dia se moldando bem melhor
Do que noutro momento imaginara,
E assim tal maravilha bela e rara,
Caminho que eu conheço até de cor,

A vida traz o dom neste suor
E dele cada sonho semeara
Ousando num alento em tal seara
O quanto se deseja um bem maior.

O prazo não se esgota com a morte,
Ao ver o que deveras nos conforte
Presumo a persistência da esperança

E o canto mais audaz e mais perfeito
Enquanto no horizonte eu me deleito
O olhar em plenitude o todo alcança.



671


A vida traz em si tantas feridas
E sei do quanto posso a cada passo,
E neste desenhar embora escasso
O tempo na verdade não duvida,

E encontro nos teus braços a saída
E gero na esperança outro compasso,
Deveras meu caminho agora eu traço
Ousando nesta fonte discernida

No todo mais audaz, meu sentimento
Entranha num momento e me alimento
Do quanto posso crer em raros sóis

E assim ao ver deveras novo rumo,
O quanto deste amor eu quero, assumo
Contigo novo mundo já constróis.


672


O sonho ao tomar um raro aspecto
Presume a maravilha feita em luz
E neste delira já se traduz
Além do que se fora um vão prospecto.

Aprendo com meus erros, disto eu sei
E venço os meus anseios mais mordazes
Enquanto esta beleza em paz me trazes
Adentro em esperanças nova grei,

O todo quando nele percebi
O amor maior em sonhos, delirante,
E vejo o meu caminho doravante
Traçando o quanto quero vivo em ti,

E bebo deste néctar divinal,
No orgástico cenário, sensual.


673


Um dia dolorido e lastimoso,
A face mais atroz gerando a queda
E o passo noutro rumo se envereda
Até se mesmo fora caprichoso,

O amor preconizando o imenso gozo
E neste caminhar meu passo seda
E vago por instantes onde enreda
O dia mais superno e majestoso.

Arcando com meus cantos mais sutis
Encontro na verdade o quanto eu quis
Gerenciando a vida em raro lume,

E assim ao quanto posso num momento,
Expresso o meu caminho enquanto tento
Este destino aonde o amor resume.


674


A sorte de tal forma nunca fora
Aquela que eu buscara inutilmente
E quando ainda um canto novo eu tente
Imagem muitas vezes sonhadora,

Já não seria assim tão redentora
Nem mesmo dominando a minha mente
Tramando em raro solo tal semente
A vida é mais feliz semeadora.

E o cântico se faz em tal louvor
Gerando a cada instante o imenso amor
E nele meu caminho ora se vendo,

Não creio num tormento mais sutil,
Apenas novo mundo presumiu
Deixando para trás o tom horrendo.


675


O amor se desenhando tal e qual
Pudesse ser sublime a cada instante
E assim o meu futuro se garante
Num passo muito além do ritual,

A sorte se prevendo magistral
Apenas noutro canto me agigante
E sei do quanto posso doravante
Mergulho neste imenso e claro astral,

Teimando contra a força das marés,
Eu sinto mais ausente tais galés
E vivo a liberdade sem grilhões,

Assim o quanto eu quero e me apresento
Gestando dentro em mim um sentimento
Que em plena claridade tu compões.


676


O mundo mergulhando em turvo fosso
O corte se aprofunda em vã cratera,
E o quanto em esperança se tempera
Negando o meu olhar, audaz e moço.

Rastreias cada passo, outra pegada
E o manto se cerzindo em tom atroz
Calando da esperança qualquer voz
Deixando mais vazia a dura estrada,

Espero pelo menos outra chance
E neste caminhar já não trafego
Aonde o passo dita um rumo cego
E num tormento imenso sempre avance.

Sentindo cada dia sendo assim,
O amor traçando o todo dentro em mim.


677


Um todo se mostrara mais imundo
Gerando a discordância aonde um dia
O sol não mais pudesse e tentaria
No canto mais atroz, ledo e profundo,

E quando dos teus ritos eu me inundo
Ao mesmo tempo mato a fantasia
E gero tão somente esta ironia
Num passo aonde eu mesmo me confundo.

Numa expressa bendita, o todo trago
E gesto com ternura o manso afago
Mortalhas arrebento e sigo em frente,

Não temo o que virá nem mesmo a morte,
Sabendo do caminho onde comporte
O todo que se quer ou mesmo tente.


678


O mundo num instante apresentava
Ao mesmo tempo medo e redenção
Dos dias mais audazes que virão,
O passo se desenha em rara lava,

Esta alma noutro engodo se tomava
E os olhos encontrando a direção
Permitem cada encanto sem senão,
E vence sem temor diversa trava,

Esbanjo em poesia o quanto eu quero
E sei que sendo assim eu sou sincero
Vencendo os meus diversos desenganos,

E a vida prenuncia tão somente
O quanto a cada instante se apresente
Moldando com ternura novos planos.


679


A vida não se faz somente em bando
O quadro se transforma a cada dia,
E neste mais sublime se veria
O mundo noutro rumo se tomando,

E sei do quanto quero audaz ou brando
Sem medo do que venha em ironia
Nem mesmo a mais feroz hipocrisia
Meu canto neste todo se inundando,

Espelho com firmeza cada passo,
E gestuais diversos tento e traço
Vencendo o meu tormento e nada além,

No encanto insofismável e perfeito,
Apenas tão somente eu me deleito
Com toda a fantasia que inda vem.

680

Um passo muitas vezes criminoso
Marcando o dia a dia de quem ama,
E neste desenhar a dura trama
Impede outro momento em raro gozo,

O mundo muitas vezes andrajoso
A sorte na verdade gera o drama
E quando a realidade o canto inflama
Deixando este cenário pedregoso,

Pendendo dentro em mim esta vontade
Do quanto posso ter e já me invade
Num átimo mergulho em teus abismos,

E quando nestas furnas mais sombrias
Encontro o quanto pude e não querias,
Enfrento em calmarias, cataclismos.


681


Desenho em pensamento a rara flor
Trazida pelo bom da primavera
E quando este cenário também gera
O quanto mais preciso em claro amor,

Pudesse num momento se compor
Além do que se teima e mesmo espera
A vida neste instante se tempera
E marca com ternura em raro ardor,

Ousar e ser feliz, eis a questão
E o canto mostra o prumo e a direção
Aonde eu poderia ter a paz

Que tanto desejei inutilmente,
E assim a fantasia se apresente
E novo caminhar a vida traz.


682


A porta se mantendo sempre aberta
O sonho me permite acreditar
Na senda mais diversa a se mostrar
Enquanto o amor deveras me desperta,

O tanto quanto posso e já se alerta
Moldando a minha vida a divagar
Entranho com certeza em tal lugar
E a dor noutro caminho me deserta.

Espreitas e tocaias, serpes, botes
E quando tu percebes e derrotes
Os medos mais constantes de quem sabe

O tanto desenhado em tom sutil,
Assim o grande amor já se emergiu
Bem antes que meu mundo ora desabe.


683


A vida desenhando esta manhã
Diversa em tom suave do que pude,
Ousando com ternura em atitude
Embora saiba ser tanto malsã,

A sorte se desenha no amanhã
E nada do que posso desilude
Marcando com temor cada amplitude
Seara desdenhada, amarga e vã;

Mergulho num momento plenamente
E sei do quanto a vida se apresente
Gestando este delírio aonde eu vejo

A sombra mais audaz de quem se faz
Disperso noutro rumo mais mordaz,
E neste desenhar, mero lampejo.


684


A face mais sublime e tão mimosa
Daquela a quem meus versos dizem tanto,
O passo neste instante em paz garanto
E a vida noutro rumo também goza

Da sorte tantas vezes caprichosa
Ou mesmo do cenário em ledo espanto,
E quando em alegrias teimo e canto
Cevando em meu jardim divina rosa.

Espinhos, reconheço, são diversos,
Assim também estrelas e universos
Num ato em tão real dicotomia,

E o pântano também gerando flores
E nelas tão sublimes, belas cores,
A vida se fazendo em ironia.


685


Adentra o pensamento o raro sol
E toma este cenário em tais matizes
Deixando para trás velhos deslizes
Tomando com tal brilho este arrebol,

E o quanto poderia neste escol
Gerar além dos medos e das crises
Momentos mais sobejos e felizes,
Seguindo este caminho sempre em prol,

O todo se desenha num instante
Aonde o meu cenário se garante
E gesta com ternura a claridade,

Do tanto quanto quero e mais se sente
A vida noutro fato mais contente
Ainda em claros tons, mais forte brade.


686


Já não suportaria tal estio
E nem tampouco o medo de seguir
Lutando pela vida que há de vir
Ainda quando o tempo esteja frio,

O passo noutro rumo eu desafio
E sinto este delírio a se extinguir,
E o canto na verdade este elixir
Cedendo ao mais completo desvario,

Apaixonadamente nada vejo
Senão a fonte intensa de um desejo
Aonde se sacia cada sonho,

E deste todo trago dentro em mim
A plenitude em flores no jardim
Enquanto o meu caminho em paz componho.


687


O olhar quando deveras já se cerra
Ousara acreditar na eternidade.
E mesmo que deveras se degrade
O corte não suporta a dura guerra,

E toda a sensação toma e descerra
Desvenda o que pudesse em claridade.
E quando cada sonho mais agrade
O canto do passado desenterra,

E o máximo que alcanço são teus braços
E sei dos dias duros mais escassos
Também o quanto tenho em claros tons,

Momentos mais felizes, poesia
E toda a maravilha serviria
Trazendo à noite escura seus neons.


688


Ainda sobre o solo vejo as folhas
No outono desta vida , sem sentido
E quando uma esperança eu dilapido
E dela tantas ânsias tu recolhas,

A sorte se moldando em tais escolhas
O tempo muitas vezes desvalido,
O quanto poderia, resumido
Enquanto noutro passo te recolhas.

Usando da palavra tão somente
O todo num instante se apresente
Gerando a plenitude mais querida,

Mudando a direção do dia a dia
Assim no meu caminho se viria
O renascer supremo de uma vida.


689


As sortes tantas vezes mais doridas,
E os dias noutros dias; entretanto
O todo quando quero e mais garanto
Presume com certeza tais saídas.

Palavras em ternura sendo ungidas
E neste delirar um calmo canto,
Transcende ao quanto pude num recanto
Tentando vislumbrar as avenidas,

Encontro o meu caminho junto ao teu
E o canto mais sobejo mereceu
Bem mais do que deveras um momento,

Destarte prosseguindo em tal leveza
O amor se faz diverso e sem surpresa
Enquanto novo sonho eu acalento.


690


A sorte dita em nós tanta procura
E gera tão somente o quanto espero,
O mundo mais sobejo se sincero
Ao todo na verdade me assegura,

E assim a minha vida configura
O quanto mais anseio e até venero.
No cântico gentil eu me tempero
E bebo de tal sorte esta ventura.

Ocasionais tempestas inda vindo,
Embora este cenário seja lindo
Num átimo mergulho em tal abismo,

Vagando muitas vezes solitário,
O quanto se fizera necessário
Do sonho ainda busco e mesmo cismo.



691


Sentindo a poesia me sorver
Tocando dentro da alma, eu me aprofundo
E bebo imensamente deste mundo
Gerando muito além de algum prazer

É como se tivesse este poder
De ser além do quanto em paz me inundo
Ousado caminheiro vagabundo
Um templo a cada verso, discorrer,

Mergulho neste tanto e sendo assim
Adentro sem perguntas o jardim
E colho cada rosa e a vida impera

Tramando com certeza um raro brilho
E nele em mansidão eu me polvilho
Traçando a mais sublime primavera.


692


A vida tantas vezes, ilusões
Expondo a cada passo aonde rumo
E neste desenhar o supra-sumo
Dos sonhos em verdade tu me expões,

E sinto as mais sublimes direções
E nelas cada verso hoje eu resumo,
E deste caminhar já não esfumo
Tentando ver apenas soluções

E quando se apresenta a vida assim,
Um mundo se transforma dentro em mim
E o todo se modela de tal forma

Enquanto a fantasia se predisse
No todo quando a vida sem mesmice
A cada novo instante se transforma.


693

Entranho sem defesas tantos sonhos
E bebo desta luz aonde passas,
Deixando para trás dores escassas
Ou dias muitas vezes enfadonhos,

Cenários tão diversos e bisonhos,
As sortes entre tantas vãs fumaças
E nestas maravilhas ultrapassas
Os ermos mais atrozes e tristonhos,

Alegro-me ao saber da plenitude
E tudo na verdade se transmude
Gerando tão somente a imensidão

Aonde se aproxima cada fato
E nele plenamente a paz constato
Vivendo novos tempos que virão.


694

Os dias solitários, ermos, ledos
E os passos no vazio em noite amarga,
A vida noutro rumo não embarga
E nega tão somente desenredos,

Os cantos mais audazes, seus segredos,
O passo num momento tudo alarga
Suporto com ternura a rude carga
E cirzo meus caminhos sem mais medos.

Esbarro nos meus erros, meu passado
E aprendo conviver neste traçado
Usando com certeza a gratidão,

Marcando cada passo com ternura
O quanto de minha alma se perdura
Tocando a mais fantástica amplidão.


695


O toque mais audaz já pressentindo
E neste desenhar a vida trama
O quanto mais deveras dita o drama,
Embora este cenário agora findo,

E quando noutro rumo ora deslindo
Mantendo com furor a velha chama
O amor noutro momento não reclama
E traça um novo tempo audaz e lindo.

Cerzindo cada passo rumo ao tanto
O quanto mais desejo ora garanto
E bebo com fartura esta certeza

Um álibi se ousando num instante
Aonde a vida inteira se garante
Gerada com ternura e com leveza.



696


O amor deveras chega e não avisa
Tomando cada parte deste sonho
E neste desejar tanto componho
Sentindo a mansidão da doce brisa,

O canto num momento suaviza
E o dia que pensara ser medonho
Agora noutro rumo ainda enfronho
E a sorte noutro tom já se matiza,

Espreito cada instante em tom sublime
E quando meu amor tanto suprime
Vontades e delírios mais audazes,

Num gozo tão supremo e sem igual,
Um toque em transparência, sensual
E nele toda sorte em paz me trazes.


697

Os dias sendo assim somente teus
Trafegam muito além do quanto pude
Trazendo dentro da alma a juventude
Esquece qualquer noite em duros breus,

Nos ermos destes cantos sem adeus
O todo na verdade não ilude
E cada passo dita esta atitude
E dela se percebem apogeus,

Expresso com ternura o quanto posso
E sei do farto amor somente nosso
Ousando num momento mais gentil

Destarte a poesia se emoldura
E traz a cada noite a mais segura
Certeza onde o todo já se viu.


698


Tocando mansamente meus cabelos
O vento traz segredos de outras eras,
E nele cada instante tu temperas
Com todos os suaves, raros zelos,

Momentos tão sublimes, posso vê-los
Tocando dentro em mim tais primaveras
E nelas outras tantas sempre geras
Tramando como fossem tais novelos,

E brindo com meu sonho cada verso,
E quando em fantasia eu me disperso
Alçando o quanto quis e sei, podia

Marcando cada passo com ternura,
A vida tão somente se afigura
Gestando a cada instante a poesia.


699


Os dias muitas vezes mais revoltos
Borrascas são comuns, e disto eu sei,
Mas quando se anuncia a bela grei
Os sonhos mais libertos, livres soltos

O tanto quanto posso prenuncio
E bebo cada gota da esperança
Aonde o meu caminho agora avança
Gerando a cada passo um desafio,

O todo se transforma e me seduz,
No canto mais audaz a vida traz
O tanto quanto pude ser audaz
E nisto se presume a rara luz,

Encanta-me saber do pleno amor
E nele se cevasse cada flor.


700


Sentindo a mão suave no meu rosto
De quem eu tanto quis e ainda quero
Num ato mais macio e sei sincero,
O amor assim deveras sendo exposto,

E todo o caminhar agora é posto
No passo aonde em tudo me tempero,
O canto no passado mais austero,
Meu todo num instante recomposto,

Adentro sem temor cada momento
E bebo a solução e quero e tento
Singrar novos cenários simplesmente,

E assim pudesse ser bem mais feliz
No quanto a própria vida trama e quis
O tanto que deseja e assim se sente.



701


As sortes poderiam ser tão nossas
Destarte então seria mais feliz,
Mas quando a própria vida contradiz
E assim dos meus anseios tu te apossas

Enfrento com ternura minhas fossas
E tento o quanto posso e mesmo quis
Ousando neste instante, um aprendiz
Enquanto com meiguice tudo endossas,

Esboço reações e sigo alheio
Ao quanto mais pudesse em devaneio
Usando da emoção como um ditame,

E assim ao ser liberto das galés
No todo e tão somente por que és
O mundo noutro senso forte clame.


702


Na madrugada em belas raras nuas,
As ânsias se confundem, bocas, seios
E os passos entre tantos devaneios
Vontades mais presentes toma as ruas,

E quando vejo agora após as duas
Os tantos bem quereres sem receios
Vagando entre caminhos mais alheios
Também noutro cenário em paz, flutuas,

E sei da fantasia mais audaz,
E nela toda a sorte já se traz
Usando da palavra, este instrumento

Aonde com ternura e com vontade,
Somente esta certeza agora invade,
E dela bebo em paz cada elemento.


703


As vidas entrelaçam nossas sinas
E tanto quanto posso te procuro,
No farto desenhar tanto seguro
Aonde com ternura me fascinas,

E sei das horas primas e ladinas
Também do dia amargo e configuro
Meu passo num instante após o muro
E neste caminhar me determinas.

Olhando para trás somente vejo
O todo mais audaz novo desejo
Realizando o quanto pude crer,

E neste meu momento mais constante
O todo noutro passo se agigante
Moldando a cada dia o seu prazer.


704

As horas se passando tão contrárias
Ao quanto pude crer e mesmo assim
Tramando outro momento dentro em mim
Cerzindo as esperanças luminárias

E tanto quanto fossem temporárias
As sortes desenhando o todo enfim,
Gerando cada passo em tal jardim,
Vencendo as mais temidas adversárias,

E sendo de tal forma, mais amigo,
Enquanto nos teus braços eu me abrigo
Vestindo a fantasia tão sutil,

Meu canto noutro instante se desenha
E gesta tão somente a rara senha
Aonde todo o encanto se previu.


705


Do quanto na verdade ainda somos
Diversos do passado e do futuro,
No canto enquanto o rumo eu asseguro,
A trama se desenha em tantos tomos,

E após diversos ritos, velhos pomos
O todo com certeza configuro
Ousando num momento mesmo escuro,
E nele se fartando em vários gomos,

As sendas mais felizes e tenazes
A cada novo encanto tu me trazes
E geras dentro em nós a claridade,

Enquanto o meu caminho fosse teu
O tanto quanto quero conheceu
A voz aonde o firme sonho brade.

706


Os dias entre engodos ignorados
Usando da expressa aonde eu pude
Sentir com mais firmeza esta atitude
Deixando para trás sobejos fados,

E os ritos noutros tantos desejados,
A sorte tanto engana e sendo rude
Negando com certeza a plenitude,
E trama noutros rumos sem enfados

Os cantos mais agudos, sonhadores
E quando noutra senda tu te fores
Vencendo os meus temores, sendo assim

Presumo a raridade mais superna
Aonde a poesia em paz se externa
Na flórea maravilha em teu jardim.


707


O quanto da emoção em sonho trilha
Uma alma sem temer qualquer vereda,
E deste desenhar já se conceda
Ousando da esperança ser a filha,

A vida se transforma e compartilha
Do todo quanto quero e se proceda
Vagando sem destino em sorte leda
Deixando no caminho a maravilha,

E toda a serventia se presume
Aonde tendo apenas por costume
O rito mais sobejo e mais humano,

Enquanto com certeza tanto entranhas
Tramando em cerros claros, tais montanhas
E neste desejar jamais me engano.


708



Encontro nas diversas regiões
Os passos onde os quis mais atraentes
E os dias entre tantos inda tentes
Marcando com ternura as emoções

E sempre quando podes tu me expões
Momentos mais felizes, pertinentes
E noutros caminhares evidentes
Invado o passo em claras direções,

E tantas horas tenho junto a ti
E neste delirar me percebi
Um tanto mais cansado, mas feliz,

E vejo a plenitude sem ocaso,
E desta forma apenas não me atraso
E sigo o quanto a vida sempre quis.


709

Aonde sem sentir com força pisas
E traças outros danos mais doridos,
Os dias entre tantos presumidos
Marcando em tempestades minhas brisas,

E disto quando apenas vês ou visas
Os velhos caminhares pressentidos
Arcando com meus erros mais temidos
A sorte renegando quando avisas,

E o passo se perdendo sem destino,
O tempo noutro engodo determino
E cirzo esta vontade de sonhar,

Marcando em concordância cada fato
E nele alguma luz inda resgato
Sonhando com um raro e bom luar.


710


Vagasse pelas ânsias destes mundos
Diversos dos que tanto conheci,
E bebo o meu prazer envolto em ti
Momentos delicados e profundos,

Os dias entre tantos oriundos
Do todo que deveras concebi
E vendo este cenário percebi
Mesmo momentos duros ou imundos,

E sinto a provisão em rara luz,
E quanto mais ao todo me conduz
O passo se deslinda em maravilhas,

E deste desejar além de tudo,
Somente dia a dia, desiludo
Enquanto tuas dores compartilhas.


711


O quanto poderias ser amiga
De quem te quer tão bem e nada cala
A sorte quando audaz nada se abala
Embora em sortilégios não consiga

E toda a maravilha contradiga
Enquanto em tal desdita de vassala
Toando a cada instante inda resvala
Na face mais audaz, mesmo que antiga.

Expresso a solução a cada verso
E gero outro caminho onde disperso
Meu passo sem temores, envolvente.

E o tanto quanto pude num instante
Aonde a minha vida se garante
Por mais que esta verdade em sonhos, tente.


712


Sendo infinitamente agora teu
Não tendo mais desculpas, me entregando
O dia se mostrada desde quando
Meu passo num momento se verteu,

O verso mais audaz se concebeu
E o tempo noutro todo se moldando
E mesmo o quanto resta sonegando
Jamais se presumira o que escolheu.

Audaciosamente vejo além
O todo aonde o mundo sempre vem
Mostrando a direção de cada passo,

E neste desenhar eu quero mais
Vivendo mesmo após os vendavais
O quanto em fantasia busco e traço.


713


De tantos dissabores sei de algum
Aonde a vida trouxe tanta dor,
E quando meu caminho num sol-pôr
Gerasse do vazio outro nenhum,

O dia mais feliz e mais comum,
No fato de ser claro e redentor
Tramando a cada instante em tal valor
Sonhando muito mais que qualquer um

Eu pude adivinhar noutro momento
O quanto deste todo eu alimento
Gerando a fantasia mais sublime,

E nela se permite esta emoção
Gestando com ternura a dimensão
Do todo aonde a vida mais se estime.


714

Procuro tão somente algum lugar
Aonde eu possa ver a claridade,
E nela todo o sonho enquanto brade
Gestando dentro da alma este luar,

Pudesse cada passo desenhar
E nele ter certeza quando invade
E trace muito além da tempestade,
Num átimo deveras, mergulhar.

Acrescentando ao todo quando pude
Viver dentro de nós tal atitude
Resumo de outras eras mais diversas

E neste raro tom de ser feliz
Encontro finalmente o que mais quis
Enquanto para além tu segues, versas.


715



O quanto mais feliz um coração
Tramando os seus caminhos entre tantos,
E nestes dias claros, belos mantos
Toando dentro da alma este emoção

E o verso se moldando desde então
Deixando para trás os medos, prantos
Já não concebo mais quaisquer quebrantos
Sabendo destes dias que trarão

A bela maravilha dita o rumo
Aonde com ternura eu me consumo
E cirzo com meiguice novo fato

Gerando esta esperança dentro da alma,
E toda a fantasia ora se acalma
Enquanto o meu caminho; em paz resgato.



716


Minha alma num instante se debate
E tenta alçar além do quanto pude,
Desejo com firmeza em plenitude
E nada mais deveras nos abate,

O quanto se presume em xeque-mate
O fim da delicada juventude
Ousando num momento bem mais rude
Aonde todo o mal nos arrebate,

O canto se traduz em liberdade
E o passo noutro encanto sempre agrade
Quem ousa muito mais que um mero passo,

Expresso em poesia ou mesmo em luz,
O quanto de meu sonho reproduz
E nisto sigo além do mundo baço.


717


O dia se transborda nas auroras
E gera plenamente o quanto eu pude
Embora saiba ser um tanto rude,
O passo com ternuras tu ancoras,

E nesta precisão já sem demoras
O rústico momento desilude
E trama a cada passo uma atitude
E nela sem saber tu me devoras

E geras plenamente o que mais quero,
E um passo mais audaz e tão sincero
Traduza o quanto existe de verdade

No amor que se presume em liberdade
Deixando para trás o tempo fero
Que aos poucos noutro rumo enfim se evade.


718


As pernas já senis e tão cansadas
Os olhos sem sequer um horizonte
Aonde meu caminho desaponte
As horas entre tantas desoladas,

Assim ao se perder nestas estradas
Ousando perceber a bela ponte
E nisto cada entranha dita a fonte
Em cenas mais sutis e não me enfadas.

Espreitas entre tantos ermos dias,
E neles outros tantos me trarias
Arcando com palavras mais sutis,

E o todo se propõe a cada instante
E o passo num momento se garante
Tramando tudo aquilo que eu mais quis.


719


O quanto se fizesse anterior
Ao dia mais audaz e mais clemente
O todo num instante já se sente
E dita em rara norma o claro amor,

E sendo desta forma qual louvor
O dia mais feliz ou penitente,
Marcando cada fato num repente,
Trazendo tão somente o refletor

Desta alma em ânsias feita e sem sentido,
Enquanto cada passo eu dilapido
Arcando com meus erros, desenganos

A vida se traçando em plena paz,
Mostrando cada passo mais capaz
Mudando num momento velhos planos.


720


Olhando para trás vejo as Gerais
Que um dia foram minha, e desde agora
Noutro caminho apenas se demora
A solução que entranhas, geniais,

E posso desenhar um pouco ou mais
Tocando dentro em mim o quanto aflora
E gesta este cenário aonde ancora
Os dias entre tantos temporais,

Esboço com meus versos universo
Aonde a cada passo me disperso
E sinto ser além do mero sonho,

E quando mais feliz eu me sentisse
O todo sem saber desta mesmice
Ainda noutro rumo eu me proponho.




721

Lembro-me desta bela camponesa
Que há tanto em noite clara de luar
Eu pude sob estrelas encontrar
E a vida se deitara com leveza,

A sorte muitas vezes diz surpresa
E o tempo noutro tempo a se moldar
Traçando num instante algum lugar
Do qual minha alma resta quieta e presa.

Ainda trago viva esta lembrança
E quando a lua cheia vem e alcança
A imagem se renova em claridade,

Deitando sobre o verde do capim,
Ressurge bem mais forte dentro em mim,
E a rara plenitude volta e invade.


722


E quando somente assim contigo
Deitando estes momentos mais felizes
Nos quais mesmo que venham tantas crises
Nas tramas deste encanto eu já me abrigo,

E o quanto de delírio ora persigo,
Deixando no passado cicatrizes,
A vida por instantes tu me dizes
Tramando o quanto quero e em paz prossigo.

Vencido pelas ânsias de um passado
Já tanto pelo canto abandonado,
Eu volto ao quanto fora mais contente

E o rastro de emoção se revelando
Num dia tão suave quanto brando
E nele toda a glória me apresente.


723


Aonde e da maneira que eu vivesse
Tocando eternidade com meu sonho,
O canto de esperança; inda proponho
É como se deveras renascesse,

Após a tempestade e percebesse
Um dia mais suave e até risonho
Enquanto neste todo eu recomponho,
O mundo num instante eu conhecesse.

Mas quando acordo e vejo a solidão,
Traçada pelos erros tão comuns,
Dos ermos do passado sinto alguns

E neles outros tantos se verão
E tendo esta incerteza viva e atroz,
O tempo silencia a minha voz.


724


A vida me trazendo em todo dia
Diversidade intensa, onde insensata
Verdade tantas vezes me maltrata
E marca com temor a fantasia.

O quanto muito disto eu poderia
Ousar quando decerto se constata
A vida de maneira quase ingrata,
Embora transformada em poesia,

Resumo os meus enganos, sigo em frente
E todo este caminho se apresente
Audaciosamente já desnudo.

E o caos gerado em mim nada trará
E sinto desabando aqui ou lá
Enquanto a cada instante, desiludo.


725


A vida se traçando num pernoite
Ousando a cada instante novo passo,
E quando meu caminho ora desfaço,
Ainda tendo a sorte onde se acoite,

O mundo tantas vezes já me açoite
E deixa este cenário agora lasso,
E o tanto quanto pude, sinto escasso
Tomando sem defesa toda a noite.

Meu passo sem sentido e sem razão,
Os erros mais diversos mostrarão
Apenas o que resta para mim.

O túmulo dos sonhos, desamor,
A morte se refaz e traz na flor
A imagem de um sublime querubim.


726


Sentindo mais distante o próprio sol
A senda outrora flórea, agora escassa
E o tempo não descansa, tanto passa
Moldando a cada instante outro arrebol,

E o todo se perdendo sem farol,
Na dita aonde tanto ódio se traça
Meu canto se esvaindo, uma fumaça,
Sou como, em mar imenso, um mero atol.

Desenhos de momentos mais felizes
Agora na verdade contradizes
E deixas; demarcado e tão somente

O quanto pude crer e não teria
Senão noutro momento a fantasia
Aonde o meu delírio se apresente.


727


A sorte poderia ser tão tua
E desta maravilha desejada
Cerzindo com certeza nova estrada
Deitada sob a imensa e bela lua,

Minha alma quando à toa te cultua
E morre sem poder fazer mais nada,
Do quanto mais queria, sonegada
Apenas sem destino segue à rua.

E o caos gerado após, leda sarjeta
Aonde o meu cenário me arremeta
Jogando sobre o chão, tal lenitivo.

O todo se desdenha e no final,
Ansiosamente encontro o ritual
Do qual a cada instante sou cativo.


728


Sentindo com tal brilho esta beleza
Adentro com meus sonhos o infinito
E tendo o que decerto eu necessito,
A vida se traduz em tal leveza,

Marcando com furor a correnteza,
O dia se desenha mais bonito
E toda a maravilha diz do rito
Aonde se deseja tal certeza.

Afasto-me de mim enquanto busco,
Embora no brumoso lusco fusco
Apenas um momento em claridade,

E sinto se esvaindo a todo instante
O quanto na verdade não garante
E marque com terror o quanto evade.


729


O todo se pudesse e sei de quem
Audaciosamente fez um sonho
Diverso do que cirzo ou já componho
Na vida tantas vezes sou refém,

E quando uma esperança toma e vem,
Marcante sensação do ser bisonho
Aonde na verdade se me enfronho
Apenas vislumbrando este desdém,

O rústico cenário se transforma,
E tendo mais suave e mansa forma
A vida se permite em novos dias,

Destarte caminhando contra a fúria
Da sorte desenhada em tal penúria,
Somente esta agonia; inda trarias.


730


Seguindo livres passos rumo ao tanto
Enfrento os mais diversos vendavais
E sei dos meus caminhos entre os quais
Apenas o vazio ora garanto.

E a cada novo tempo mais me espanto,
Bebendo nestas taças em cristais
Dispersos navegantes sem o cais,
Aonde poderia e me agiganto.

Esbanjas com ternura o quanto quero
E sei do meu caminho mais austero
Vencendo os meus momentos mais doridos,

E destes tantos sonhos percebidos
Os olhos buscam sempre no horizonte
A lua que decerto inda desponte.



731


Natureza diversa, sensação
Do quanto poderia e nada fiz,
O tempo de outro tempo chamariz
Arcando com tal preço: solidão,

E vejo cada passo dado em vão,
E neste tanto amor; não fui feliz
A força dominante e geratriz
Somente erros dispersos se verão.

E o caos gerando o nada após o tudo,
E a cada novo engodo desiludo
Morrendo num momento aonde a sorte

Pudesse ser diversa, mas presumo
O quanto do vazio toca o sumo
De um tempo aonde o nada me conforte.

732


Pelos olhos sem sentido ou horizonte
Eu sinto o que decerto se perdeu
O mundo quando o quis somente meu,
Não trouxe nem sequer o quanto aponte,

E cada novo dia desaponte
Deixando para trás tal apogeu
E o rumo aonde o nada se verteu
Destroça a poluída e arcaica fonte.

Meus erros assumidos, tento ainda
O quanto na verdade não deslinda
E traça com retalhos cada sonho.

E tendo tão somente estes sinais
Dos dias entre tantos, desiguais,
A vida noutro tom tento e componho.

733


Nos campos mais longínquos, a existência
Transcende ao que pudesse persistir,
E deixa demarcado no porvir
Bem mais do quanto tive em consistência,

E tendo de tal fato esta ciência
O mundo noutro instante, a redimir
Presume o que pudesse se sentir
Deixando para trás qualquer demência.

A sorte se moldando de tal forma
Que tudo quanto tento se conforma
Do jeito mais sutil onde eu talvez

Ainda percebesse em tom mais leve
O quanto na verdade não se atreve
E mesmo tão distante sei que vês.

734


Perdesse o medo quando a vida trama
Outro momento ainda após a queda,
E o todo noutro instante se envereda
E marca com terror e angústia o drama,

A sorte tantas vezes se reclama,
E quando na verdade apenas seda
O tanto quanto quero já se veda
E a senda mais audaz enfim me chama,

Ousasse ser feliz talvez um dia
E neste caminhar eu não teria
Somente a turbulência de quem tenta

Vencer com calmaria este cenário
Aonde todo mal é necessário
E gera após o caos, outra tormenta.

735

O quanto desejara ter apenas
Momento mais tranquilo vida afora
E o nada simplesmente me decora
Enquanto sem sentido me condenas.

Por vezes entre noites mais amenas
O brilho da esperança ainda aflora
E todo este caminho gera e ancora
As emoções diversas, raras, plenas.

Ourives da ilusão, quem sabe o todo
Pudesse ultrapassa o ledo engodo
Cerzindo algum alento a quem não traz

Senão a mesma face em ironia
Vencendo o que decerto se faria
Num dia mais tranquilo, e pleno em paz.


736

O todo que procuro encontro em ti
Embora não me queiras, sigo assim
Tentando descobrir o que há em mim
Engodo aonde o passo eu imergi.

Enquanto neste rumo eu me perdi
O todo renegando enquanto eu vim
Tentando descobrir o quanto enfim
Pudesse conhecer e não vivi.

Esgoto este momento em discordância
E a vida se desenha em leda estância,
Marcando em solilóquio cada traço

Aonde com certeza me perdia,
Ascendo a mais sublime fantasia
E sigo enquanto um sonho em vão eu faço.


737

Sentindo a maciez destes cabelos
E nesta maravilha se traduz
O quanto de minha alma trama em luz
E sente tal prazer só por revê-los.

Os dias desenhados em tais zelos,
O canto tantas vezes me conduz
E tanta sorte em paz se reproduz
Tocando os meus sentidos ao percebê-los

Num átimo pressinto o quanto possa
Trazer uma emoção porquanto nossa
Usando dos meus dias, claridade,

E o passo noutro rumo se desenha
E toda a fantasia dita a senha
Do amor que tanto expulsa quanto invade.


738

Os dias entre dias desmanchados
Olhares se perdendo já sem rumo
E quando os meus enganos eu assumo
Presumo tão somente os meus pecados.

Os dias entre tantos desenhados
E apenas sensação ledo fumo,
Aonde com certeza eu não me aprumo,
Os ermos noutros erros, predicados.

Os cantos mais atrozes ou felizes
Enquanto a cada passo contradizes
Expressas a vontade que não veio,

E o quieto caminhar em mero trilho,
E nele tão somente ora palmilho
Traçando cada passo com receio.


739

Os olhos mais sublimes de quem tanto
Pudesse desejar além de tudo,
E quando neste encanto desiludo,
Apenas sofrimento inda garanto.

A vida se desenha em tal espanto,
O ritmo se transforma e me transmudo
Somente um caminheiro atroz e mudo,
O dia noutro enfado eu agiganto.

Esbarro nos engodos costumeiros
E sei dos dias turvos, sem luzeiros
E deles cada treva é conhecida.

O quanto pude crer e nada havia
Matando em nascedouro a poesia
Deixando mais aflita a mera vida.

740


Recordo-me do tempo aonde pude
Ousar bem mais que mera claridade
E o todo com certeza ainda invade,
Tramando a cada instante a plenitude,

O rústico cenário mesmo rude,
Aonde a fantasia se degrade
O passo noutro caos, sinceridade
Matando o que restara em juventude.

O risco de sonhar já não me espanta
E apenas se cerzindo a turva manta,
Não posso presumir novo caminho,

E quando solitário navegante
O passo noutro rumo se adiante
Presumo o quanto estou sempre sozinho.


741

Pudesse acreditar noutro momento
Sabendo desta forma como a vida
É feita e num segundo, já perdida
Trazendo tão somente o sofrimento

E quando alguma luz; em vão eu tento
Não tendo no horizonte uma saída
Espero tão somente a despedida
No olhar deveras quieto, mas atento.

Restando ao caminheiro tão somente
O quanto deste mundo se apresente
Num canto mais audaz, ou ilusório,

Do todo imaginário nada trago,
Somente este cenário torpe e vago
Num mundo tantas vezes merencório.


742

Apresentando agora tais engodos
Aonde pude ver já retratado
O todo traduzindo o meu passado
Envolto pelos erros, lamas, lodos.

E os dias quando os quis bem mais gentis
Não foram nada além do puro ocaso,
E quando na verdade assim me atraso
Tateio procurando o que não fiz

Vestígios de uma vida sem sentido
Há tanto noutro passo se perdendo,
E sei que disto tudo sou remendo
E o mundo no vazio resumido,

Expresso a solidão de um sonhador,
Marcado pela farsa deste amor.


743


Já não me caberia mais pensar
No quanto ora perdi ou nada havia,
Resumo de uma vida em agonia,
Arcando com tortura e dor sem par,

Ainda que pudesse navegar
Gestando dentro da alma a fantasia,
O canto tantas vezes, harmonia
Durante o ledo instante a se mostrar,

Esbarro nos meus tempos mais atrozes
E sinto ainda vivas velhas vozes
E nelas entranhando agora em paz,

Pudesse desejar cada momento
E quando alguma luz ao fim eu tento,
Vazios sóis num sonho mais mordaz.


744

Ignaro caminheiro do vazio
O tempo se perdendo a cada instante,
E o quanto do meu mundo se garante
Marcando com terror o desafio,

E nada do que possa, nutre o estio
E gera com certeza um galopante
Caminho aonde eu tente doravante
Vencer o que deveras mesmo crio.

Escassas atitudes, atos vis,
E os erros onde tanto engodo eu fiz
Acumulando sonhos, nada mais,

Esbarro nos meus templos ledos, falsos
E sei dos vários erros e percalços,
E neles os meus versos terminais.

745


Apresentando apenas descaminho
Aonde se pudesse ver além,
O pouco que deveras me convém
Transforma a sensação de ser mesquinho,

E quando me percebo mais sozinho,
Usando esta esperança por desdém,
Do nada na verdade sou refém,
E o canto; em maravilha, agora aninho.

Escondo dentro da alma esta certeza
Do mundo sem temor e sem surpresa
Arcando com meus dias mais doridos,

Destarte meu momento se aproxima
E molda com ternura o raro clima,
Tocando com leveza meus sentidos.


746


Prenunciando o fim de cada sonho,
Arcando com enganos, tão somente
O quanto deste todo se apresente
E marque o que deveras não componho,

Enquanto outro cenário em vão proponho,
Sonegas da esperança esta semente
E o mundo se desenha num repente,
Toando dentro em mim tal enfadonho

Momento tão diverso do que outrora
Pudesse acreditar e se assenhora
Somente dos engodos, nada além,

E o cândido cenário desejado
Agora noutro rumo dita o Fado,
Negando o que decerto já não vem.


747

O amor que se frustrando tanto agride
Num ácido momento em tez mordaz,
Deveras noutro canto inda se faz
Enquanto passo a passo já regride,

E o todo não permite mais um verso
E neste delirar apenas vejo
A face mais audaz de algum desejo
E todo o sentimento ora disperso,

Vencido caminhante de uma vida
Já tanto maltratada e sem valia,
Apenas o que tento e poderia
Não mais me permitira uma saída,

Esvaio em cada engano e sigo em frente,
Num mágico cenário onde me alente.


748


Esboço reações diversas quando
O todo se desenha em tom suave,
E como a própria vida já se agrave
O rumo noutro tanto se tocando,

Esbarro nos meus antros, ledo bando
E sei do quanto trago em fria trave,
Usando este momento aonde crave
As garras no meu peito ora sangrando.

A rapineira sorte se apresenta
E molda a cada engodo outra tormenta
Matando o quanto resta de esperança.

Sinais de outros momentos mais atrozes
Escuto do passado vivas vozes
Enquanto a plenitude não se alcança.


749


Já não me caberia mais tentar
Algum alento aonde nada existe,
E sei deste cenário amargo e triste
Matando em nascedouro a luz solar,

O quanto poderia imaginar
E sei que na verdade não persiste,
O passo no vazio inda consiste
Tocando sem razões para sonhar

O canto mais audaz não poderia
Traçar sequer a doce melodia
Da qual pudesse um dia ser feliz,

Maçante realidade nega encanto,
E quando inutilmente ainda canto,
A vida se desenha por um triz.


750

Jamais eu pude ver além do cais
E ter uma certeza aonde eu possa
Vencer o quanto resta em leda fossa
Envolta nos momentos tão venais,

Escuto a minha voz e dos sinais
Aonde a solidão decerto apossa
E gera novamente o quanto endossa
Matando os meus anseios noutros tais.

Urdindo com palavras outro sonho,
Ainda mesmo enquanto eu já componho
O ritual diverso aonde eu pude

Singrar neste oceano, a solidão,
Os dias noutros tantos poderão
Traçar algum caminho menos rude.


751

O tempo renegando a própria dita
Transcorre num momento sem defesas
E sigo com temor as incertezas
Às quais a minha vida se permita,

Ou mesmo quando a sorte mais bendita
Desvia noutras ermas correntezas,
Dos sonhos as palavras, meras presas,
O todo noutro rumo se acredita

Arranco dos meus olhos a esperança
E quando ao mais diverso ora se lança
Meu passo se presume sem sentido,

E o canto noutro infausto se desenha
Errático momento dita a senha
E assim a cada passo, dilapido.

752

Negar o quanto pude ter além
Do manto consagrado em tom mais claro,
O sonho enquanto o busco e já declaro,
Tramando o que em verdade não mais vem,

O dia se desenha com desdém,
E o corte na raiz onde escancaro
O quanto poderia e não amparo
Nem mesmo noutro sonho me convém,

Assisto à derrocada e não resisto,
O quanto me percebo preso nisto
Tentando acreditar noutro caminho,

Embora simplesmente seja assim,
A vida se desenha em ledo fim,
E neste ledo ocaso eu vou sozinho.


753

Já não me caberia solução
Aonde tento apenas novo rumo,
E quando na verdade me acostumo
Momentos mais doridos se trarão

E neles a completa solidão,
Tramando com certeza o ledo fumo,
E assim a vida suga todo o sumo
E traz em seu lugar a negação.

Ousando muito mais do que devia,
Tentando ter além da fantasia
Algum novo momento em liberdade,

Do quanto sou feliz e não mereço,
O mundo se traduz neste tropeço
Enquanto dia a dia se degrade.

754

Toando deste além este clarim
O marco de um passado mais atroz
Repercutindo ainda a tensa voz
Domina cada instante dentro em mim,

No vândalo caminho sei do fim
E nada se resume nesta foz
Tampouco me entrelaço em fortes nós
Matando em aridez cada jardim.

Roseiras da esperança, mero espinho
E o todo se transforma em desalinho
Transborda dentro da alma este vazio,

O passo sem sentido e sem razão
Marcando com terror a decisão
Aonde no final me desvario.


755

Pedindo tão somente alguma paz
Enquanto na verdade pude ver
O mundo noutro rumo a esvaecer
E disto cada passo se compraz,

O quanto poderia ser audaz
E ter além do todo este prazer
Podendo num instante conceber
A vida quando em glórias vida traz.

O rústico momento em insolência
A vida se mostrando em tal ciência
Gestando a dor imensa aonde eu vejo

Reflexos deste vago onde consiste
O canto tantas vezes bem mais triste
Ditando com terror ledo desejo.


756


Não mais me caberia qualquer trilho,
Tampouco posso ver outra razão
Senão a mesma face em mansidão
Enquanto noutro rumo em paz palmilho,

O corte se presume em estribilho
E perco sem sentido a direção
Usando da palavra solidão,
O rústico cenário em estribilho,

O passo sem sentido nem proveito
E quando solitário ainda deito
Tentando disfarçar em sonhos falsos,

Ainda na verdade não socorras
Entranho nas diversas vis masmorras
E sei dos meus anseios, cadafalsos.


757

Presumo num instante o quanto pude
Depois de cada queda precedida
Da mais audaz vontade em clara vida
E nisto se presume outra atitude,

Ainda quando tudo se transmude
E veja noutro rumo esta saída
Por vezes mais tenaz ou dolorida,
E nada do que tanto ainda ilude,

Escassos sonhos ditam dia a dia
E quando a vida em si não mais traria
Sequer a menor sombra de esperança

Meu passo sem sentido se perdendo
O rumo noutro tanto em vão remendo,
Meu sonho no vazio ora se lança.


758


Estradas tão dispersas, juventude,
Ocasos entre tantos que inda trago
E neste desenhar somente vago
Meu rumo na verdade não mais mude,

E tendo tão somente o quanto pude
E deste desejar somente indago
E quando me percebo e naufrago
O rústico cenário se amiúde.

O passo sem certeza de algum porto,
O rumo aonde sigo semimorto
Marcando em tons sutis a fantasia,

Orgásticas manhãs, tempos passados
Os dias noutros ermos desolados
Apenas a emoção não morreria.

759

Encontro cada passo aonde eu tento
Vencer os meus temores ou procuro
Um canto mais feliz, mesmo seguro
Tocando com ternura o pensamento,

Alheio ao quanto possa em sofrimento
Gerando outro caminho mesmo escuro,
E quando na emoção tosca perduro,
O tanto se desenha em tal provento,

Mesclando as sensações diversas vejo
O canto noutro rumo, em triste ensejo
Mereço algum descanso após o todo?

Vencido pelos erros do passado
O quanto do meu sonho desolado
Transcorre a cada instante num engodo.


760

Um maço de cigarros, outro tanto
Em cálices de vinho ou de aguardente
E quando novo tempo ainda tente
Apenas num instante desencanto,

E nada após o todo inda garanto
Sentindo o rumo turvo incoerente,
O nada noutro instante se apresente
E teça tão somente o medo e o pranto,

Depois de tantas noites solitárias,
As horas sem saber das luminárias
Apenas entre trevas, nada além.

Meu canto se mostrando sem sentido,
Somente este vazio em mim lapido
E o tempo na verdade nada tem.



761

Infaustos tantas vezes percebendo
Aonde quis a messe que não veio,
Meu canto qual falena, inda rodeio
Traçando este cenário em vão remendo,

O todo noutro nada se perdendo
E o manso caminhar bem mais alheio
Tentando de tal forma o quanto anseio
E justamente traço como adendo,

Extraio dos meus sonhos plenitude
E quando na verdade mais que pude
Espalho aos quatro ventos o meu verso,

Não pude concernir em soluções
Tampouco novos tempos ou verões
Marcando este caminho mais diverso.


762


Estraçalhando o quanto pude ainda
E nada mais tivesse senão isto,
O passo na verdade não persisto
E a sorte com tal ermo se deslinda,

A vida noutro instante quando finda
Expressa o mais tenaz e assim resisto
Ao canto tão atroz, e se benquisto
Meu mundo noutro engodo mal se brinda,

Atentos olhos ditam horizontes
E neles cada instante tu despontes
Marcando com teus erros meu caminho,

O mar se arrebentando sobre as rocas
Assim também deveras me provocas,
E sei de cada passo mais mesquinho.


763


Já nada mais comporta o quanto pude
Vencer os meus anseios, nada mais.
E o tempo se desenha em temporais
E neles cada passo ainda ilude,

O todo se desenha em amplitude
Tramando dias duros, funerais,
E os cantos entre tantos desiguais,
Gerando este caminho atroz e rude,

Revelo com certeza o quanto tenho
E sei do meu cenário em ledo empenho
Tentando vicejar onde estou baço,

E o tanto quanto pude já não vejo
Sequer aproveitando um novo ensejo,
O mundo num instante enfim desfaço.


764

O sórdido momento mais agudo
Marcando com terror o quanto resta
Da vida aonde outrora em plena festa
O dia com certeza desiludo,

E o rumo se perdendo sem, contudo,
Traçar o quanto em mim ainda empresta
À sorte pelo menos mera fresta
E neste delirar prossigo mudo.

Errático cometa se tramando
Aonde o meu cenário mais infando
Presume tantos erros, desenganos,

A vida se transforma a cada instante
E o todo noutro rumo não garante
Senão meus próprios erros, rotos panos.

765


Já não comportaria qualquer luz
Aonde este cenário se faz baço
E quando outro caminho tento ou traço
Apenas o vazio reproduz,

Nefasto caminhante eu já me opus
Ousando noutro engodo, no embaraço
Marcando com terror o quanto faço
E tramo tão somente o medo e a cruz

Aprendo a ser feliz, mesmo se vejo
O sonho se perdendo num lampejo
Amordaçando o quanto ainda possa

Cerzir noutro momento em novo rumo,
Mas quanto mais meu erro eu sei e assumo,
Maior é com certeza a rude fossa.


766

Jazendo nalgum canto desta casa
A velha sensação bem mais sutil,
Tramando o que deveras se previu
O passo noutro canto não se embasa,

E a sorte tão somente ora se atrasa
E o rumo noutro instante não se viu,
Gerando o quanto pude ser gentil
Marcando com terror o quanto abrasa,

Vestindo a fantasia mais feliz
O todo se desenha como eu quis
E o mundo se aproxima do infinito,

Um dia ressurgindo dentro em mim,
E nele outro cenário diz do fim
Enquanto deste sonho eu necessito.


767


Já nada mais suporta quem pudesse
Ousar noutro momento ou mesmo crer
No dia quando em raro amanhecer
Presume tão somente esta benesse,

A vida de tal forma ora se tece
E gesta este caminho ao bel prazer,
Depois de tanto tempo a se perder
O rústico cenário se obedece,

E o vândalo momento em dor diversa
Aonde o meu caminho se dispersa
Marcantes madrugadas do passado,

Errático momento no futuro
Do dia que buscara e te asseguro
Já tanto dentro em mim abandonado.


768

Não quero e nem pretendo desvendar
Dos ermos de tua alma algum segredo
E quando de tal forma assim procedo
O todo se perdendo a divagar,

A vida sem saber de outro lugar
Envolta num tamanho desenredo
Gestando a cada passo outro degredo,
Marcando com ardume o meu lutar,

Vestindo a mesma face, hipocrisia
O quanto do passado se veria
Na face desolada do presente,

E assim se desenhando em cada trilho,
O mundo num instante eu compartilho
E todo este cenário se desmente.


769

Jogado sobre as pedras deste cais,
O sonho se percebe sem razão
E os dias que deveras mostrarão
Apenas os momentos terminais,

Ousando na esperança busco mais
Do quanto pude em leda direção,
E o canto se traçando em negação,
Adentra tais cenários abissais.

Um ermo dentro da alma me entranhara
E a sorte se desenha sempre amara,
Arcando com meus erros, tão somente,

Do todo desejado nada veio,
Somente este momento em devaneio,
Matando em aridez qualquer semente.


770

Ouvindo este marulho, mesmo estando
Distante do teu mar, leda esperança
O quanto do vazio a vida alcança
Sabendo desde sempre o mero bando,

E o peso se transtorna e me tomando
Apenas na verdade dita a lança
E quando procurara em temperança
O rumo noutro engodo se tornando,

Esbarro nos meus ermos, sigo alheio
E quantas vezes tento e até rodeio
Palavras mais sublimes ou dispersas,

Destarte nada impede o meu alento,
E quando alguma sorte busco e tento,
Somente no vazio ainda versas.



771

Saber cada momento como traz
O todo num instante ou mesmo além
E a vida na verdade nos convém
Em passo mais diverso e até mordaz,

No quanto sou deveras mais tenaz
E vejo o meu caminho aonde tem
O rumo noutro cais diz desdém
E o todo se desenha em franca paz.

Resumo os meus anseios e procuro
Vencer medos terríveis, se inseguro
Caminho se mostrasse mais distante

E o canto noutro traço se perdendo,
Gerando dentro da alma algum remendo,
Enquanto percebera degradante.


772

Já não me caberia mais sonhar
Nem mesmo até traçar novo caminho,
Usando do meu verso mais mesquinho
Procuro qualquer fonte de luar,

E tanto me pergunto aonde achar
O tempo noutro fato e se me aninho
Vencendo qualquer medo, ledo espinho
O tempo se desenha sem passar.

E farto navegante de outras eras,
Aonde com certeza destemperas
Marcantes ironias ditam regras,

E assim no quanto pude ou mesmo quis,
Apenas vejo o olhar em cicatriz
Enquanto pouco a pouco desintegras.


773


Já não me caberia acreditar
Nos erros mais comuns, ledos enganos
E quando se acumulam velhos danos
O todo se mostrando sem lutar,

O canto se perdendo devagar,
Rompendo na verdade velhos planos
E neles outros tantos desumanos
Aonde pude um dia me entregar,

Num irrisório templo em rude face,
O quanto com certeza se mostrasse
Presume cada engodo, um erro a mais,

Vencido pelo tempo em tantas cãs
Ausente dos meus olhos as manhãs,
De uma esperança viva, nem sinais.


774


Assinalando a vida com meu verso
Ousando acreditar num novo sonho
Aonde com certeza o que proponho
Transforma meu caminho mais diverso,

E sei do quanto posso em universo
Por vezes solitário ou mais medonho,
O rumo se traçando aonde o ponho
Num fato mais atroz, ledo e disperso.

O canto se presume em tom atroz
E quando percebesse a mansa voz
Quem sabe ainda veja algum alento,

Embora saiba bem da imprecisão
Dos dias entre tantos que virão,
Ainda alguma luz, no fundo eu tento.


775


Apresentando apenas outro cais
Aonde se quisera muito além
O tanto se desenha enquanto vem
Tramando dias turvos, tão iguais,

Palavras muitas vezes sensuais
Ou mesmo de esperança ou de desdém,
No quanto a cada instante sou refém
Bebendo dos diversos temporais,

Escassas luzes vejo após a guerra
E quando a realidade ora descerra
O todo desejado e mais querido,

O mundo aonde busque uma verdade
Aos poucos com certeza já me invade
E neste delirar me dilapido.


776

Já não mais caberia qualquer sorte
A quem se fez aquém do quanto quis
E o rumo se mostrando em chamariz
Sem nada que deveras me conforte

O passo prosseguindo sem suporte
A velha melodia já desfiz,
E o tanto quanto pude ser feliz,
Agora não se encontra e perde o norte.

Vencido pelos erros do passado
O tempo noutro rumo desenhado
Apenas traduzira a dor insana,

E o quanto quero mesmo ou me permito
Arcando com um sonho mais bonito
O todo noutra face desengana.


777


Cedendo ao quanto pude e não soubera
Usando da palavra mais gentil,
Meu mundo num instante se reviu
E morta há muito tempo em outra esfera

A sorte se transforma e desta espera
O engodo mais atroz não se exprimiu
Num verso ou num detalhe, bem mais vil,
Marcando com ternura a leda fera

Gerasse tão somente este abandono
Aonde na verdade desabono
O passo em tom diverso do que tento,

Seguindo de tal sorte nada vejo
Senão a mesma face de um lampejo
Cenário tantas vezes desatento.


778


Não cabem mais promessas nem o sonho,
Somente esta verdade nos liberta
E quando vejo a porta sempre aberta
O todo noutro rumo já proponho,

Um verso mais suave enfim componho
E a vida se escancara em ledo alerta
E quanto em fantasia se desperta
Do todo mais audaz, mesmo enfadonho.

Escassas plenitudes, ermos dias,
E neles outros tantos me trarias
Altares do passado não mais vejo,

E o quanto poderia ser feliz,
O tempo na verdade contradiz
E gera novo engano em vão ensejo.


779


Meu mundo num instante desabara
E nada mais pudesse além do medo
E quando num momento inda concedo
A sorte desenhando outra seara

A vida na verdade não prepara
E traça tão somente este degredo
E tanto quanto possa em desenredo
Ousar na noite esplêndida e tão rara,

Expressa tanta luz onde eu quisera
Vencer o quanto em mim regendo a fera
Mantém em decisão atroz e rude,

Vivendo em pleno amor a fantasia
Que tanto quanto quero não viria
E neste desenhar já tanto ilude.


780

O tempo não permite novo sonho,
E o caos se transformando a cada instante
Aonde esta verdade se garante
Moldando o dia a dia mais medonho,

Expresso a solidão e não proponho
O quanto do meu mundo se agigante
Marcando com ternura doravante
Um passo aonde em luzes eu me enfronho.

Eu vejo este cenário mais sutil
E todo o meu caminho se reviu
Num ato mais feliz ou mesmo atroz,

E quando se presume novo rito,
O todo mais audaz, eu necessito
E dele tento além da mera foz.



781

O canto se espalhando a cada verso
E neste desenhar sem mais segredo
Adentro o meu caminho em novo enredo
E sonho com certeza outro universo,

E tanto poderia estar imerso
Num mundo muitas vezes bem mais ledo
E sei de cada passo em desenredo
E nele mergulhando mais disperso,

Esbarro em consonância com meus dias
Aonde tantas vezes poderias
Traçar novos momentos ou talvez

Gestando uma esperança aonde eu trame
O todo como fosse um raro enxame
E nele cada sonho agora vês.

782

Encontro os meus caminhos noutro rumo,
E bebo cada gole em fartos dias
E tanto quanto posso ou poderias
Ainda noutro passo eu me resumo,

A vida se traçando em supra-sumo
E nela novos dias me trarias,
Enquanto se desenham poesias
O todo se traduz num novo aprumo.

A sorte se ditando a cada passo
E quando procurando me desfaço
E gero outro momento mais audaz,

O canto sem sentido agora mata
A face mais atroz e tão ingrata
Enquanto este vazio ora se traz.


783


Espelho dentro da alma o quanto pude
Vencer os descaminhos mais ferinos
Momentos tão diversos, os meninos
Ainda na expressão da juventude

Enquanto cada passo desilude
Ou gera novos erros, desatinos,
Os tanto desejados mais ladinos
Traduzem o caminho bem mais rude,

E o tanto se desvia desta rota
Apenas o vazio ora se nota
E trama a solidão noutro momento,

Escassos dias ditam meu futuro
E quando na verdade me asseguro
Do todo aonde enfronho o pensamento.


784


O manto mais sublime desenhado
Nos ermos de minha alma sem sentido,
Enquanto novo rumo não lapido
O velho se presume desolado,

Esbarro no vazio ora traçado
E tanto quanto posso ainda olvido
Meu mundo noutro engodo presumido,
Em dias mais doridos do passado,

Ocasos entre casos e momentos,
Apenas dentro da alma sofrimentos,
Esbarram nos meus dias insensatos,

E quando quis a sorte mais diversa
O mundo num momento desconversa
E seca sem defesa meus regatos.


785


A sorte se mostrara mais diversa
Do quanto poderia e não viera,
O mundo num momento destempera
E gera esta palavra mais perversa,

Usando como sonho a noite imersa
No tempo mais atroz, leda quimera,
O rumo desejado em primavera
Agora noutro engodo apenas versa.

E quando esta canção pudesse ser
Apenas o sinal do amanhecer
Dourando em plenitude imenso sol,

O mundo se traria em novo tom,
Gerando este momento claro e bom
Tomando com pureza este arrebol.


786


Meu verso não traduz o quanto quis
Nem mesmo poderia traduzir
O quanto ainda resta no porvir
Deixando o meu caminho por um triz,

O todo se desenha em infeliz
Cenário aonde tento prosseguir
Vagando sem sentido a resumir
O todo se desenha como o fiz,

Espero tão somente algum alento
E quando noutro passo ainda tento
Vencer os meus enganos, sigo assim,

Regendo em esperança o quanto quero
Do mundo mais audaz e mesmo fero
Marcando cada passo dentro em mim.


787


Jamais eu poderia em tal poeira
Ousar imaginar outro cenário,
Além do mesmo tom tão temerário
Aonde a minha vida ora se esgueira

E nada do que possa, a companheira
Expressa nesse rumo solitário,
A força noutro passo imaginário
No fundo pouco a pouco não mais queira.

Se ocasional ou não cada tormento
Apenas na verdade me alimento
Desta diversa face em vã rotina,

Ousando novo passo aonde um dia
Marcasse com ternura o que queria
E neste fato a sorte determina.


788

A sorte guerrilheira em esperança
Atocaiada sinto me espreitando,
E o todo noutro rumo se moldando
Apenas sem defesa ora se avança

Traduzo a cada instante outra mudança
E busco o meu caminho em contrabando
Ourives do vazio, vou levando
Ainda sem saber da confiança.

Amante da ilusão cada poeta
No quanto vê a vida mais repleta
Vagando em sensação de plenitude,

Depois de certo tempo em ledo ocaso
O todo que deveras mais aprazo
Percebo quanto apenas tanto ilude.


789


Meus erros tantas vezes transformando
O dia mais feliz em mero fardo,
E o passo noutro rumo se retardo,
O tempo se desenha em contrabando,

O manto se moldara demonstrando
Apenas na verdade um mero cardo
Aonde poderia haver um bardo,
O todo noutro canto demandando,

Expresso em solidão cada palavra
E o tempo aonde a vida toma e lavra
Marcante solidão adentra o peito

E o todo quando pude não mais traz
Senão a mesma face mais tenaz
E neste desenhar vazio, eu deito.


790

Canções onde pudesse acreditar
Num novo amanhecer enquanto tento
Vencer com alegria o forte vento
E nele tão somente se mostrar

O fato mais audaz, cada luar
E nele a sensação do desalento
Mostrando muito além deste momento
Enquanto pude tanto inda buscar

A sorte se desenha num instante
E o todo noutro canto se adiante
Moldando a plenitude dentro da alma,

E o quanto mais pudesse em tom diverso
Gerando doravante outro universo
Aonde nem o sonho mais me acalma.



791


O manto mais audaz se transformando
Num canto mais suave ou mesmo até
Urdindo a cada passo com tal fé
O todo noutro rumo se tomando,

O mundo desejado bem mais brando,
Não tendo nem sinal de uma galé,
Tocando a cordilheira no sopé
Um dia após o sonho demarcando.

Encontro cada passo aonde vejo
O todo desenhando em cada ensejo
Marcando com ternura o dia a dia,

E deste desenhar eu pude ver
O todo num momento a esvaecer
Enquanto a solução tanto queria.


792


O tanto quanto tento e muita vez
Pudesse acreditar noutro caminho
E quando me percebo mais sozinho,
Ainda na verdade nada vês,

Senão este momento, insensatez
E neste desenhar tanto carinho
Pudesse transforma noutro mesquinho
E nele com calor ou altivez,

O tanto desejado não existe
E o passo se mostrando sempre triste
Esconde a frustração de um louco amor,

Errático momento em tom sombrio,
Apenas cada rumo eu desafio
E sou deste cenário refletor.


793

O mundo mais suave poderia
Após tanto tormento me trazer
Quem sabe, no final algum prazer
Regendo com ternura a fantasia,

E neste tanto ocaso eu não traria
Senão esta vontade de saber
O quanto desta vida em bem querer
Ditasse a mais sublime poesia,

Marcaste com ardumes dias tais,
E nestes vagos rumos por astrais
Trazendo dentro da alma um raro brilho

Aonde sem proveito me perdera
A sorte noutra face concebera,
Porém neste vazio agora eu trilho.


794


Meu canto se mostrara mais feliz
Ousando noutro passo rumo ao farto
E quando num instante eu me descarto
Vivendo da maneira que mais quis.

O mundo se mostrasse quando o fiz
E deste desenhar já não mais parto,
E sigo sem saber quanto reparto,
Somente algum engano de aprendiz,

O tempo se transcorre de tal forma
E todo o meu caminho se transforma
E neste desenhar ainda vejo

O sonho mais audaz, ou mesmo até
A vida se perdendo em leda fé
Marcando com anseio este desejo.


795

O tempo desenhado em plenitude
Expressa esta canção aonde possa
Traçar o quanto quero além da troça
Marcando com fervor cada atitude

E assim o todo tento e nada ilude
O todo num momento ora se endossa
E gera meu caminho enquanto apossa
Do tanto quanto quero em magnitude.

Cerzindo em esperança cada fato,
Apenas na verdade eu me resgato
E sei desta emoção interminável,

O canto mais tranquilo inda pudesse
Regendo com ternura cada prece
E nela novo rumo imaginável.


796

O sonho não permita uma ilusão
E apenas se transforme em ledo cais,
O quanto se pudesse ter a mais
Dos dias tão diversos que virão,

Ousando noutro rumo e direção,
Cerzindo dentro da alma temporais
Vencendo os meus tormentos tão iguais
Marcando com ternura e precisão,

As horas se traduzem noutro fato
E quando a realidade hoje constato
A velha solidão já não se vendo,

O manto se cobrindo em tal remendo
Navego este oceano dentro em mim
E chego sem temor ao termo, ao fim.

797

Meu tempo se perdendo em atos tais
Por vezes noutros rumos mais diversos,
E nele imagináveis universos
Aonde com certeza te adentrais.

Os olhos sem sentido, nem sinais,
Os passos muitas vezes mais dispersos
Em ritos costumeiros ou submersos
Nos dias entre pedras tão banais.

As perdas acumulo vida afora,
E o quanto da verdade ainda aflora
Sem mesmo permitir qualquer caminho,

Fracassos traduzindo o dia a dia,
Aonde tanto tempo mais queria,
E agora do passado me avizinho.


798


Meu mundo se perdera totalmente
No canto mais diverso, em pleno ocaso,
O dia mais atroz, o quanto aprazo
A sorte que deveras tanto mente,

O rumo se mostrando mero acaso
O peso se transforma plenamente
E ainda que deveras busque e tente
O todo noutro enfado traz descaso

E o canto se perdendo num momento
Aonde poderia e desalento
Ousando num momento mais audaz

O tanto quanto pude e não consigo,
O tempo se tramando em desabrigo
Apenas o vazio ora se faz.

799


Meu todo se perdendo num segundo
E a sorte já não traz qualquer detalhe
Do quanto noutro rumo ora se espalhe
Gerando este caminho onde aprofundo,

E bebo com certeza o raro mundo
Aonde o meu cenário não encalhe
Nem mesmo a solidão que me retalhe
Espalha todo o canto aonde inundo.

E o medo se desenha num cenário
Além do que pudera imaginário
Marcante solução eu não presumo,

E vejo o sacrilégio em heresia
Toando muito além do que podia
Gestando deste inferno algum resumo.


800

Meu mundo se transforma num instante
E todo este caminho não pudera
Vencer a solidão, vaga pantera
Aonde noutro tanto se garante

O passo sem sentido, degradante,
O rústico cenário destempera
E marca sem sentido o quanto espera
E cala meu anseio doravante.

Esbarro nos meus erros, sigo ao fim
E sei do quanto pude e mesmo assim
Ainda nada trago senão isto

E quando me apresento em emoção
Morrendo sem saber sequer razão
Ao todo na verdade não resisto.





801


O tempo traduzindo cada espaço
Aonde tentaria pelo menos
Momentos mais felizes e serenos
Embora se perceba o canto escasso,

E quando algum alento busco e traço
Ousando muito além dos teus venenos
Os passos entre tantos velhos, plenos
O dia se ultrapassa e nada faço,

Somente o meu caminho em tez cruel,
O quanto poderia em ledo véu
Ouvindo a voz do sonho e nada mais,

Depois de certo tempo nem presumo
Do mundo se tramando outro resumo
E nele tão somente vendavais.


802

Meu tempo se esvaindo e demonstrando
A cada novo instante outro detalhe
Um rumo se perdendo e já retalhe
O quanto poderia ser mais brando,

O tempo noutro prumo se tomando,
E a cada novo sonho novo encalhe
E o manto na verdade tanto falhe
Apenas no meu canto se moldando,

Vagasse entre as estrelas, constelar
Ousando num momento mergulhar
E ter além do cais tão costumeiro,

Marcando a sensação que tanto ilude
Mostrando este cenário em plenitude
Negando uma esperança ao meu canteiro.


803

Meu mundo não traduz realidade
Tampouco pude ver qualquer razão
Aonde outro momento, imprecisão
Ainda com terror já me degrade

Anseio tão somente a liberdade
E sei dos meus momentos onde irão
Apenas demonstrar na solidão
O quanto ainda resta ou já se evade,

Vestígios de outros tempos mais felizes
E quando na verdade contradizes
Negando qualquer luz aonde eu pude

Singrar esse oceano em verdes tons,
Momentos que julgasse serem bons
A cada novo engodo outra atitude.

804

Meu mundo não pudesse ser assim,
O todo não mergulho aonde eu já pudera
Vencer outro caminho em leda espera
Marcando o meu cenário desde o fim,

Alçando cada canto enquanto eu vim
Apascentando a dura e amarga fera
E toda a minha dita destempera
Tomando o que resiste vivo em mim,

Audaciosamente busco a paz
E nada na verdade satisfaz
Quem tanto imaginara novo brilho,

O rústico delírio de quem ama,
Trazendo tão somente em melodrama
O quanto da esperança inda palmilho.

805


Meu mundo desabando noutro instante
Aonde eu poderia ser feliz,
O quanto desta vida contradiz
E nada mais deveras se garante,

O rumo se perdendo doravante
O coração cigano, este aprendiz
Versando sobre o nada não mais quis
Mostrar o que pudesse e me agigante,

Expresso com ternura cada fato
E tento contumaz sonho e resgato
Dos ermos de minha alma esta esperança.

E o todo se desenha num segundo
Enquanto deste sonho inda me inundo
E a vida em cada passo ora se lança.


806


Jorrasse uma alegria aonde a dor
Domina cada instante e já renega
O quanto de meu peito em sorte cega
Traduz este caminho sonhador,

Cerzindo tão somente em dissabor
O todo que decerto ora se entrega
E a vida se permite e enfim navega
Um mar de imensa e bela, farta cor,

Presumo outro memento mais airoso
E quando se percebe em tom jocoso
O rito costumeiro ou mesmo até

Um dia após a queda noutro rumo
E deste desejar o quanto assumo
Traçando tão somente a leda fé.


807


Já não mais caberia qualquer sorte
A quem se desenhara além do cais
E dias tão diversos, magistrais
Aonde cada passo se comporte

E dando neste rumo algum suporte
Gerando outros momentos desiguais,
Vencendo os mais difíceis temporais
Alçando num momento um novo norte

Pressinto o fim de tudo e neste ocaso
A vida na verdade dita o atraso
E traça tão somente o dissabor,

Ousando num momento mais feliz,
Gestando o que deveras sempre quis
Tramando a cada ausência o desamor.


808


Ouvindo a voz do vento na janela
O toque sensual de quem pudera
Trazer dentro de si a primavera
E cada novo instante se revela,

Ao passo mais feliz a vida sela
E todo o desenhar assim se gera
Marcando com ternura cada espera
Rompendo com brandura qualquer cela.

Enfrento dia a dia tais gradis
E tendo muito além do que mais quis
Esboço reações e sigo em paz

Saudades alimentam cada sonho
E quando outro repente ora componho
O mundo novo brilho inda me traz.


809

Já não me caberia recolher
Os ócios mais antigos de meu peito
E quando neste vago chão me deito
Procuro pelo menos o prazer

Que tanto pude um dia merecer
E agora noutro canto insatisfeito
Traduzo como fosse algum direito
E sinto o dia a dia esmorecer.

Resumos de outros erros do passado,
O tempo noutro canto desenhado,
Expressa tão somente a solidão

Ousando novo verso aonde eu pude
Viver esta insensata juventude
Marcando com terror a imprecisão.


810


Já não comportaria qualquer sonho
Aonde o meu caminho perde o norte
E quando nada mais possa ou conforte
Meu passo sem sentido ou enfadonho,

Aonde com verdades eu me enfronho
E tendo tão somente o que comporte
Ousando noutro rumo em mesma sorte
O fato mais atroz, mesmo bisonho,

Esbarro nos meus erros costumeiros
E tento procurar novos luzeiros
Aonde nada existe, sendo assim

O todo se desenha no vazio
E o tempo com certeza eu desafio,
Provando gota a gota este ermo fim.



811


O quanto nesta vida ainda havia
Mostrando a direção de cada vento
Enquanto de ilusões eu me alimento
Ousando na verdade em fantasia,

O todo noutro instante poderia
Tramar além do caos e sofrimento
O dia se desenha em desalento
E mata o que restara em alegria,

As sombras se desenham neste instante
E o passo se mostrando doravante
Da forma mais sutil onde percebo

O mundo noutro tanto delicado
O tempo se desenha em tal pecado
E deste delirar nada concebo.


812


Já não mais caberia qualquer luz
Aonde o meu caminho se pudesse
E neste desenhar nada merece
Nem mesmo algum momento reproduz

O todo quando em leda contraluz
Ainda noutro rumo tanto esquece
E gera sem saber a velha prece
E dela rememora cada cruz,

Expresso na ternura algum afeto
E apenas no vazio me repleto
Tentando novo dia onde não há,

E o quanto poderia ser assim
Traçando este caminho em ledo fim,
Aonde se quisesse algum maná.

813


Meu mundo em precipício tão somente
Propiciando apenas solidão,
Aonde poderia desde então
A sorte noutro rumo já descrente

E o todo na verdade não consente
E traça novo caos em gestação
Das horas mais ardentes se verão
O quanto com certeza não pressente,

Esbarro nos engodos, sigo alheio
Ao todo quando em paz tento e rodeio
Gerando a fantasia mais atroz,

E o tanto quanto possa acreditar
Marcando o meu caminho devagar
Calando totalmente a minha voz.

814


Já nada mais trouxera quem pudesse
Ousar noutro caminho e ver enfim
O todo se mostrando dentro em mim
E nisto se pensasse em tal benesse,

Se a vida a cada passo se obedece
Tramando o que vivesse em tal motim
Da sorte noutro rumo e sei do fim
Aonde cada dia se escurece.

Nas brumas mais diversas onde escondo
O tanto quanto posso e ainda rondo
Cenários mais diversos, ilusão.

O todo se perdendo numa frase,
E nisto cada passo sempre atrase
Marcando com derrota esta paixão.

815


Um dia acreditara noutro tanto
E neste meu momento até pudera
Sentir o bafejar da dura fera
E nela tão completo desencanto,

O todo se traduz em ledo manto
Enquanto a própria vida destempera
E traça na verdade a triste espera
Aonde o meu caminho gera o pranto,

Audaciosamente no passado
Agora simplesmente em vão, calado
Esbarro nos engodos mais atrozes,

E sei dos meus momentos de agonia
Enquanto ainda tento em fantasia,
Morrendo muito aquém das claras fozes.

816


Já não mais comportando esta esperança
A vida se transforma em novo afã
E toda esta incerteza ora malsã
Ao nada na verdade sempre lança

Causando com terror desconfiança
Matando desde agora outra manhã
O rumo se desenha em sorte vã,
E toda a imprevisão agora alcança,

Alavancando a sorte de tal forma
Aonde meu momento se deforma
E nada mais pudesse acreditar,

Ousando tão somente neste fato
Enquanto o meu final, ermo constato
Procuro pelo menos descansar.

817

Jogado sobre as pedras nada tenho
Senão a mesma dor já costumeira
E quando outro cenário ainda queira
O mundo se traduz mero desenho,

E quantas vezes teimo em ledo empenho
Marcando com terror a vida inteira
E neste delirar, outra maneira
Trazendo sem sentido o que desdenho

Esbanjas tanta luz enquanto eu posso
Unir cada pedaço do destroço
Aonde a minha vida se resume,

E quando noutro engodo me aprofundo,
Do tanto que desejo, um ledo mundo
Sonega qualquer tom em mero ardume.


818


Apenas caberia algum alento
A quem se procurara e nada vira
Senão a mesma face da mentira
Aonde outro caminho busco e tento

Somente percebendo o desalento
Enquanto cada fato se retira
E a própria insanidade ora conspira
Marcando com terror o sofrimento,

Aprendo ou mesmo creio numa luz
E nela cada passo reproduz
Apenas o que tenho ou mais quisesse,

Assim ao mergulhar neste vazio,
Andando sobre um solo mais macio
O antigo sentimento, a gente esquece.



819


Meu verso se perdendo sem razão,
O canto se mostrara noutro rumo,
E quando tão somente me acostumo
Os dias dizem sempre o mesmo não,

E encontro os que deveras me trarão
Do todo simplesmente este resumo,
E assim no meu caminho feito em fumo,
A sorte mostra a farta indecisão,

E pressiona sempre quanto pude
Marcar com heresia esta atitude
E crer noutro caminho ou mesmo até.

Tentando após a queda outro momento
E neste desenhar se me atormento,
Não resta nem sequer ao menos fé.


820


Escuto em tua voz já refletida
A sorte de quem tanto procurava
Vencer a solidão, em dura lava
Ousando acreditar na própria vida,

E o quanto na verdade se divida
Ou trame nova sorte, quase escrava
A senda mais escusa demonstrava
O canto sem pensar numa saída,

Esgoto o pensamento em tom diverso
E bebo enquanto o rumo além disperso
Vagando sem sentido por aí,

E o quanto poderia acreditar
Agora sem destino e sem lugar
Traduz o que em verdade eu esqueci…


821


O tempo noutro rumo já se lança
E marca com terror o quanto pude
E sei de cada engodo em atitude
Amortalhando ao fim toda esperança,

E quando o vento trama; e a sorte avança
O passo noutro rumo desilude
E neste caminhar tudo transmude
Enquanto o mesmo nada a vida alcança;

Extraio dos meus dias, outro tanto
Aonde alguma luz inda garanto
E tento disfarçar o mero engano,

Destarte procurando pelo menos
Momentos mais suaves ou serenos,
E sei que no final eu já me dano.

822


No quanto amor se faz bem mais versátil,
E traz em desenganos dia a dia
O todo na verdade não teria,
Por ser tão simplesmente assim volátil.

Ainda quando o tempo não retrate-o
Tampouco se traduz em fantasia,
O manto mais vulgar da poesia,
Num ato tão diverso quão contrátil,

Esbarro nos engodos de quem tenta
Sabendo quanto a sorte é mais sangrenta,
Apenas vislumbrar algum cenário

Aonde possa crer em liberdade
E o todo na verdade já degrade,
Num termo mais atroz ou solitário.


823


Já não mais caberia outra promessa
Tampouco qualquer ato em sensatez,
O todo num instante se desfez
Enquanto a própria vida recomeça

E ao quanto cada passo se endereça
Levando à mera face, estupidez,
Ainda de tal forma nisto crês,
Porém noutro momento se tropeça;

Cerzindo em solidão meu dia a dia
O tanto quanto quero ou poderia
Transcende ao mais luzente e raro sol,

E desta forma adentro no vazio,
Assim neste momento eu me recrio,
Tentando na esperança algum farol.


824

Já não me caberia quase nada
Sequer a melodia mais aguda,
A vida noutro enredo se amiúde
E trama no silêncio esta alvorada,

O rumo se perdendo sempre enfada
E a sorte noutro tanto se transmuda,
Minha alma solitária ainda ajuda
E traz o que deveras desagrada.

Esbarro nos meus dias mais doridos
E sei dos tantos erros cometidos
Por quem se procurara noutro enredo,

Destarte, solidário sonhador,
O canto mais suave faz do amor,
Além de meramente o que concedo.


825

Já nada mais traduz o quanto eu quero
E nem sequer pudesse me mostrar
O dia noutro rumo a divagar
Deveras sendo sempre amargo e fero,

O quanto poderia ser sincero
Ou mesmo num instante trafegar
Ousando noutro cais, noutro lugar
Aonde sem sentidos, destempero.

Escuto a voz do vento me clamando
E quando vejo o sonho em contrabando
Jamais me meteria noutra farsa,

O tanto quanto pude agora vejo
Distante do delírio a cada ensejo
E a sorte se perdendo, mais esparsa.


826


Já nada mais condiz com cada sonho
Aonde possa haver felicidade
E o passo noutro intento se degrade
Gestando o quanto tento e não componho

O mundo solitário e mais bisonho
Marcando com terror cada saudade,
No todo quando agora ora se evade
Não trama o que talvez ledo, me oponho,

Esbarro nos enganos, sendo assim
Prenunciando apenas o meu fim,
O ocaso se aproxima e dita o quanto

Pudesse acreditar noutro momento
E quando alguma luz ainda tento,
Apenas derrocada enfim garanto.

827

Já não comportaria qualquer chance
De ser feliz quem tanto desejara
Vencer em solidez uma seara
Aonde o meu caminho ainda avance,

E sinto de tal sorte algum nuance
E nele todo o rumo se prepara
E a vida cada vez mais rude e amara
Apenas ao vazio inda me lance.

Escusas mais diversas quando tento
Ousando em libertário sentimento,
Moldando com ardor cada palavra,

Em solo tão difícil num estio
Ainda quanto mais um sonho eu crio,
Somente a solidão ao fim se lavra.


828


O risco se assumindo aonde eu vira
Apenas o cenário mais atroz,
E tendo esta incerteza sobre nós
O mundo se desenha em vã mentira,

E o todo num momento se retira
E traça o todo quando fora algoz,
Ousando na esperança em sorte e foz,
O manto noutro rumo se prefira,

Esboço qualquer luz embora tenha
Somente esta insensata a vã resenha
Arcando com meus erros costumeiros,

E fujo dos meus erros noutro engodo,
Herdando deste todo o mesmo lodo
Aonde já quisera meus canteiros.


829

Ao menos poderia acreditar
Num dia mais tranquilo, feito em paz,
E a vida noutro rumo sempre traz
O todo a nos tocar e maltratar

Ousando sem temores navegar,
No risco tão ferino quanto audaz
O passo na verdade é mais mordaz
E o tanto se perdendo devagar.

Esqueço cada engano e vejo bem
O quanto com certeza, com desdém
A vida transformasse em dor e pranto,

E cirzo da esperança alguma luz,
Mas sei que este vazio reproduz
A sorte aonde enfim, somente espanto.


830


Roubando toda a cena, apenas vejo
O medo se traçando em dor e pranto,
E quando alguma luz inda garanto
Somente num momento, este lampejo,

Ousando muito além deste desejo,
Amiudando a vida sem espanto,
O todo se traduz em mero canto,
E o corte se aprofunda onde o prevejo.

Esbanjo um passo aonde nada existe
Somente o mesmo ritmo duro e triste
Vacantes ilusões ditando o rumo

De toda a fantasia feita em luz,
E assim a tal engodo me conduz
O quanto sem saber tento e resumo.


831

Ainda se bastasse ser feliz
Ou mesmo ter além do mais escasso,
Somente num momento ainda traço
Cenário que nesta alma em vão eu fiz,

Um velho camarada em cicatriz
Procuro pelo menos num espaço
E vejo o meu olhar neste embaraço
Tramando o quanto pude e mesmo quis,

Escapo dos enganos, sigo em frente
E o todo num momento se apresente
Mostrando uma saída aonde não há.

O risco de viver se aprofundando,
Gestando um dia a dia mais infando,
Trazendo o próprio inferno para cá;


832


Não posso mais tramar outro momento
Senão a vida esgota o quanto houvera
No manto dessedenta a velha fera
E gera dentro em mim vivo lamento,

Ao quanto me garanto ou me provento
Dos erros mais comuns; se destempera
A vida noutro engodo e nada espera
Nem mesmo a mera brisa, o manso vento

Esgoto meus caminhos no vazio
E sei e tão somente deste estio
Aonde em aridez o solo morre,

Nos bares outro engano novo porre,
Enquanto a minha vida eu desafio,
Nem mesmo a poesia me socorre.

833

Abraço com meus olhos o horizonte,
E mesmo quando há luz, a sombra volta
E trama simplesmente esta revolta
E ao fim em desvario agora aponte,

Gerando co’o não ser a rara ponte
Somente a solidão envolve e escolta,
A mão a cada passo além se solta
E o velho caminheiro desaponte,

Restauro os erros tantos do passado,
E quando novo tempo anunciado
Os erros se repetem, mais constantes,

Embora acreditasse no futuro
Apenas sofrimento eu me asseguro
E nele os desenganos me garantes.


834


Não pude acreditar nesta conversa
E nem sequer talvez ainda houvesse
Ao fim de toda a luta esta benesse
Por onde o meu caminho se dispersa,

E quando para a morte o passo versa
E tento o quanto posso e nada tece
Apenas o cenário que entorpece
Matando esta ilusão audaz, diversa.

Espero alguma luz onde não vejo
Sequer o mero tom, ledo desejo
Aonde se desenha a eternidade,

E o caos se aproximando toma a cena,
A vida noutro engodo me condena,
Enquanto uma esperança ora se evade.


835


O cântico onde pude imaginar
Um dia mais feliz e nada houvera,
Somente a mesma face da quimera
Tocando cada passo devagar,

Esqueço dos meus erros, mas lutar
Adentra no meu peito, rude fera
E o canto se moldando noutra esfera
Deixando muito além a luz solar,

Esvaio num segundo e nada tendo,
Apenas sou deveras um remendo
E amortalhado sigo sem defesas,

Mordaz figura envolve cada passo,
E o todo noutro engodo ora desfaço
Meus dias são apenas meras presas.


836


Ocasos desenhando o quanto pude
Traçar aonde a paz tanto eu queria,
E nada nem sequer a fantasia
Ainda revelasse uma atitude,

Matando cada engano em plenitude
A noite se apresenta mais sombria,
E visto com temor esta agonia
Nem mesmo uma emoção agora ilude.

Espero pelo menos uma chance,
Mas sei que quanto mais além avance
O rumo não seria aproveitável,

O engano se cerzindo em todo verso,
E neste caminhar eu desconverso
Tentando alguma fonte mais potável.


837

Ouvindo este marulho que anuncia
A praia em mais revolta e vã procela,
O quanto se pudesse e se revela
Marcando com temor a poesia,

Meu canto noutro engano poderia
Tramar e tão somente em rara tela
Ousar numa esperança e nada sela
A vida nesta sorte em utopia,

Escapo vez em quando, mas no fundo
Dos erros e mortalhas eu me inundo
E teimo contra a fúria das marés,

Arcando com meus passos, sempre em falso
Preparo a cada engodo outro percalço
E tento inda romper estas galés.


838


O fim se aproximando e nada tenho
Senão a mesma face em ilusões
E assim como pudera tu me expões
A vida num terrível, vão desenho,

E o quanto no passado ainda empenho
Marcando com temor as direções
Ousando noutro rumo em explosões
E o cândido cenário onde o convenho.

Esqueço cada dia noutro engodo
E deste delirar procuro o todo
E vejo este tormento em noite escura,

Sombria sorte ronda em pesadelo,
Momento tão diverso, eu posso vê-lo
E nada mais produz ou se assegura.

839


E resolutamente nada trago,
Senão a mesma face solitária
E a vida se desenha temerária,
Negando num momento algum afago

E quando a melhor sorte; ainda indago
A face mais cruel, deveras vária
Esbarra noutra noite, outra alimária
Perdendo o quanto ainda bebo e drago,

Servis alentos tramam erros tantos
E quando se percebem desencantos
Aonde quis um sonho mais feliz,

Apenas desdenhosa realidade
E nela todo o canto ainda brade,
Embora outro acalanto; em paz, não fiz.


840

Já nada mais coubera senão isto:
O todo desenhado num ocaso
E quando a cada instante mais me atraso
Ao fim de certo tempo já desisto,

E o quanto poderia e não resisto,
A vida não me dando mais um prazo
O todo se perdendo neste acaso,
O rústico desenho eu não conquisto,

E sei dos meus anseios quando pude
Viver em mansidão a plenitude
E o caos se desenhara dentro em mim,

Prenunciando errático cometa,
Aonde no vazio se arremeta
Eu vejo desenhado o ledo fim.


841

Ainda quando houvera a sorte aquém
Do mero desenhar de uma esperança
A vida no vazio ora se lança
E apenas solidão ainda vem,

E o tanto se transforma num desdém
Marcando com terror cada mudança
Aonde se pudera em confiança
Somente do não ser eu sou refém,

O errático caminho se apresenta
E traça com terror cada tormenta
Moldando com ternura novo verso,

E bebo do cenário mais cruel
Ainda quando sigo sempre ao léu
E nesse desenhar à toa imerso.


842


Instado dentro em mim um novo dia
Aonde pude crer felicidade
Ainda quando a luz somente invade
Gerando o que deveras poderia,

Resumos tão diversos, fantasia
E o mundo se desenha em realidade
Tramando tão somente esta saudade
E dela novamente uma agonia,

Esboço reações, mas nada existe
Senão este momento aonde, triste
Encontro os meus resquícios sem sinal

Algum de uma esperança mais sutil,
Destarte o que deveras já se viu
Demonstra o meu caminho em baixo astral.


843

Presumo a cada passo outro momento
E vejo o quanto pude acreditar
Noutro caminho mesmo a divagar
Ousando aonde o rumo eu alimento,

E vejo este insensato e rude vento
Marcando cada toque devagar
E quando mais pudesse navegar
Apenas solitário em vão provento,

Esgoto os meus engodos e presumo
Somente o que se traça em ledo rumo,
Resumo dos meus erros costumeiros,

E nada do que eu possa ainda trago
Sequer a menor face de um afago,
Matando os meus anseios derradeiros.


844

Já nada mais pudesse ter à frente
Senão este cenário em decadência
A vida se transforma em evidência
E bebe o quanto pode ou mesmo tente,
Esbarro nos meus erros e somente
Vislumbro no final a penitência
Aonde tanto quis uma clemência
A vida sonegando esta semente,
Escárnios tão comuns enquanto eu luto
E vejo o meu caminho em ar tão bruto
Medonhamente exposto ao nada e em vão,
O olhar se perde aquém do quanto pude
E nada mais traduz esta atitude
Marcando com temor, a indecisão.


845


Já não pudera mais saber do fato
Aonde a vida traz qualquer momento
E quando do vazio eu me alimento,
Apenas o não ser ora constato,
E quase noutro instante eu me retrato
Sabendo do que possa em vão tormento,
E sigo sem pensar no sofrimento
Matando o quando creia num recato.
Expresso a solidão enquanto vejo
O sonho noutro rumo, velho ensejo,
Marcando com temor o quanto pude
Viver sem ter sequer outro cenário,
O peito tantas vezes solitário
Desenha este caminho amargo e rude.

846

Ainda mal pudera acreditar
Nos erros mais constantes de quem busca
Vencer a solidão deveras brusca,
E nela novo tanto a se entranhar
A vida se pudesse desenhar
Ao menos mais suave e não velhusca,
O caos que vive em mim e tudo ofusca
Perdera com certeza o seu lugar,
Mas sonho e nada mais, apenas isso,
O mundo mostrara movediço
E a queda prenuncia o fim em dor,
E assisto aos meus momentos terminais
A voz se repetindo em nunca mais,
Gerando a cada instante o dissabor.


847


Ainda quando houvesse uma esperança
Durante a vida em caos já desenhada,
A sorte se mostrando desolada
O passo no vazio ora se lança,
E quase se transforma em temperança
O rústico cenário dita o nada,
E a morte noutro engodo demonstrada
Ainda se procura em aliança
Vencer o quanto trago em tal momento
Enquanto os meus enganos eu enfrento
Gestando dentro em mim felicidade,
Apenas ilusão e nada mais,
Os olhos em tormentos tão iguais
A sorte pouco a pouco se degrade.


848


Salvando os meus momentos mais diversos
Aonde poderia acreditar
No corte ou mesmo até noutro lugar
Tramando novos rumos e universos,
Os tantos desenhados são dispersos
E o canto sem desejo faz lembrar
Da voz incoerente a se tomar
Marcando com terror atrozes versos
E neste enfado sigo em tal transtorno,
E sem saber sequer de algum retorno
Escondo meus caminhos entre enganos,
E sei dos dias mortos do futuro
E neste fato apenas asseguro
Os medos entre tantos ledos danos.


849

Escapam-se do olhar as luzes quando
O dia se mostrara mais nubloso
E o tempo aonde tanto pedregoso
O mundo se mostrada mais infando
E o rumo noutro infausto se tomando
O passo deste ser quase andrajoso
Entranha neste tom e se asqueroso
Meu canto se presume transformando,
Escassas luas trago dentro em mim
Matando em aridez qualquer jardim
Ousando tão somente em solidão,
E o verso se anuncia em disparate,
E quando a sorte mesmo desacate
Os dias mais atrozes se verão.

850


Não pude acreditar noutro momento
Sequer a vida traz felicidade
E o quanto da esperança se degrade
Matando o que pudera e não sustento,
Ousando contra a fúria deste vento
Esbarro no caminho e tanto invade
O medo a quem deveras teime e brade,
Enquanto outro cenário diz sangrento,
Expresso a solidão em cada passo
E vejo o meu espectro aonde traço
O quanto mais podia em esperança,
Destarte a vida traça apenas isto,
E quando me percebo e não resisto,
A sorte no vazio ora se lança.


851

Se ao menos eu pudesse acreditar
Nas tantas vãs promessas de um amor
E nelas com ternura já me pôr
Cevando com brandura este luar,
A vida poderia me traçar
Sem paralelo um mundo redentor,
Mas quando se percebe em dissabor
O todo se perdendo devagar,
A vida se renega e traz apenas
Os olhos onde às lágrimas condenas,
Quem tanto quis um dia em plena paz,
Assisto à derrocada deste sonho,
E apenas tal vazio que componho
É o quanto ainda resta e a vida traz.

852


Já não me caberia mais saber
De todo este caminho ora perdido,
E quando em novo rumo; inda lapido
O verso se perdendo sem querer,
Ausência dominando todo o ser,
Dos sonhos mais sutis ora me olvido
E o passo noutro encanto resumido
Tomando o dia a dia o amanhecer,
Esbarro nos engodos, tento a sorte
E nada mais deveras me conforte,
Cansado desta luta inconseqüente,
Após a dura queda, nada resta,
A sorte se esvaindo pela fresta
Ainda que outra luz; inútil, tento.


853

Ourives da esperança, a poesia
Transforma qualquer medo em novo rumo,
Mas quando o dia a dia em vão resumo,
Apenas o final, pois se veria.
Esqueço os meus caminhos e a alegria
Morrendo a cada instante onde presumo,
O corte na raiz, e todo o sumo
Perdendo algum sentido em fantasia.
Adentro os meus momentos derradeiros
E tento novos cantos em luzeiros
Diversos do que pude imaginar,
Cansado de uma luta tão inglória,
A sorte se desenha merencória
E nada posso ver, mesmo tentar.


854

Refaço com meus erros, minha história
E vejo ao fim da estrada, o mesmo não,
Os dias mais atrozes me trarão
Somente o que restara sem vitória,
A vida noutra face gera a escória
E trama sem sentido ou direção
Apenas mais um tempo feito em vão,
Deixando qualquer luz noutra memória.
Esqueço, por ventura o que virá
E sei do quanto perco desde já,
Usado pelas ânsias mentirosas,
Jardim cevado sempre com ternura
Enquanto alguma flor em vão procura
Traduz mais espinheiros do que rosas.


855

Aonde quis um brilho e nada veio
Somente a mesma face em solidão,
Meus dias na verdade não virão
E nada mais traduz; só devaneio,
Procuro pelo menos ter um meio
E nele ver o tempo em precisão,
Mas quando os olhos teimam, sempre em vão,
O canto noutro encanto segue alheio.
Vencido navegante do passado
O sonho se perdendo ou já calado,
Esgoto os meus destinos, vou sozinho.
E o tanto que se quer e não consigo
Gerando dentro em mim o desabrigo
Aonde a cada instante, em vão me aninho.


856


O manto se puindo nada traz
Somente a mesma face ingrata e rude,
Aonde na verdade ainda pude
O tempo se desenha mais mordaz,
O quanto da esperança se desfaz,
Marcando com engano a juventude,
E ainda quando muito se amiúde
Um rústico caminho mais tenaz.
Expresso com meus versos o que resta
E vejo a mesma cena mais funesta,
Toando dentro em mim apenas isto,
E a queda prenuncia o fim de tudo,
Apenas no final me desiludo,
E após tanto lutar, enfim desisto.

857

Perceba o quanto tenho e tu verás
Ainda após a queda a sensação
Dos erros costumeiros que trarão
Apenas a faceta mais mordaz,
E o todo se perdendo em contumaz
Cenário sem sentido ou previsão,
As horas mais doridas, tempo em vão,
E o corte se esbarrando, mata a paz.
Esvaecendo o tempo aonde eu pude
Acreditar num dia menos rude
Ousando ter no olhar esta esperança
E quando outro momento se anuncia
A vida no final já não traria
Sequer o que este sonho atroz alcança.

858

Perdoe meus enganos e mentiras,
Dos tantos dias claros que pudera
Apenas este olhar em longa espera
Enquanto os meus caminhos tu retiras,
Assisto ao desespero aonde firas
Marcante solidão, leda quimera,
E o todo noutro engodo destempera,
E trama tão somente as ledas iras,
Esbanjas com teus cantos, esperança,
Porém no meu caminho, a temperança
Essencialmente nega qualquer cais,
E aonde poderia haver o riso,
Somente este momento que impreciso
Evoca os mais antigos rituais.


859

Um templo feito em luz e nada mais
Ocasos de esperança após a queda
Aonde a solidão já se envereda
E gera entre tormentas outras tais,
Pudesse crer em ti, porém me trais
E toda a solução a vida veda
Nesta ávida impressão, sorte depreda
E o caos em ritos frios, terminais,
Ousando na esperança mais atroz,
O quanto poderia haver em nós
Mortificando o passo após o tanto
E o medo se reflete no vazio,
E quando alguma luz; inda recrio,
O sonho se desenha em desencanto.

860


Perdendo a direção sem mais saber
Aonde poderia mergulhar
Após o tanto em sonho imaginar,
Sem ter sequer noção do bem querer,
Ausento dos meus ermos, posso ver,
O caos gerando em mim outro vagar
E apenas se desenha sem lugar
O tanto quanto posso ainda ter,
Esbarro nos meus erros e sei bem
Que apenas a semente não convém
A quem se fez presente e hoje não vê
A via se perdendo em ledo canto,
Aos poucos na verdade eu não garanto
Sequer alguma luz, vou sem por que.


861

Espíritos de luz claras manhãs
Ausentes as neblinas costumeiras
E quanto mais deveras inda queiras
Porquanto vejo as horas sendo vãs,
As sendas mais atrozes e malsãs,
A sorte desenhando tais bandeiras
Aonde vejo cenas corriqueiras
E nelas se traduzem meus afãs.
Escassa fantasia ainda sobra
E o todo na verdade não recobra
Sequer um mero encanto, e me perdia
Na face mais sensata ou mesmo rude,
E sendo tão comum o quanto ilude,
Eu vivo este cenário em fantasia.

862

Ainda quando vejo em noites claras
Momentos onde possa adivinhar
As ânsias delicadas de um luar
Enquanto noutro rumo te preparas,
As horas mais dolentes, nas searas
Toando a cada instante, a divagar
Pudessem nos meus ermos entranhar
Além das velhas chagas, vis escaras.
Escoam para além de cada passo
Gerando o quanto tento e não refaço,
Num laço se apertando sem sentido,
Porém tal brilho intenso me redime
E rege este cenário em paz, sublime
E toda a esta certeza ora lapido.

863

Aonde poderiam tais luares
Deitarem farto brilho sobre nós
E o canto no passado mais feroz
Traduz o quanto; inútil, provocares
Ainda que pudesse em teus altares
Tentando perceber a mansa voz,
E neste delirar perdendo a foz,
Os ritos noutros tantos vãos lugares,
Esvaem-se dos olhos claridades
E quando noutro instante tu me invades
Marcando com ternura o quanto pude,
Apenas se transforma em dor e tédio,
O todo se mostrando sem remédio,
A vida nega o sonho em plenitude.


864

O olhar ao expressar apenas neves
Origem dos meus erros mais sentidos
E nestes descaminhos erigidos
Os cantos noutros tons ainda atreves,
E quando se mostrassem mesmo breves
Os rumos em infaustos, decididos,
Meus passos são, portanto, desvalidos
E neles meus enganos inda leves.
Expresso a solidão porquanto tento
Vencer o meu cenário em sofrimento
Alheio ao que pudesse ou mesmo até,
Ousando noutro rumo enquanto vejo
O coração audaz, ledo desejo
Marcado com temor, ardume e fé.


865


Ainda deslindando entre as neblinas
As cenas mais audazes, doloridas
O quanto se presume nestas vidas
Aonde sem saber tu me fascinas
Os erros mais dispersos nas ferinas
Manhãs há tanto tempo resumidas
Nas tramas mais atrozes e perdidas
Enquanto poderiam cristalinas,
Erráticos momentos, ermo cais
E dentro de minha alma vendavais
Expressam o que tento e não mais posso,
Assim deste cenário em turbulência
A vida se mostrando em ingerência
Traduz o quanto sou, mero destroço.


866

A vida se transcorre em ledas vagas
E vejo tão somente o fim de tudo,
E quando no final, somente iludo
O quanto em fantasias tu me afagas,
As horas mais atrozes que inda tragas
Deixando o meu caminho bem mais mudo
E assim a realidade; em vão transmudo
E sinto a dor intensa em turvas plagas,
Escassos sonhos ditam meu futuro
E nada do que teimo ou já procuro
Produz alguma luz enquanto tento
Vencer os meus engodos costumeiros
E tendo em minhas mãos cada luzeiro,
Apenas distinguindo o sofrimento.


867


Os dias solitários são imensos,
E neles outros tantos; vejo após
A sorte cala aos poucos minha voz,
Embora veja os dias ledos, tensos,
E quando procurasse em tais incensos
Apenas um momento sem algoz
Um rústico cenário dentro em nós
Gestando outros engodos, mais intensos.
Esboço reações e nada vem,
Somente a mesma face em tal desdém
Marcando o dia a dia com terrores,
Destarte me perdendo totalmente
A vida no vazio se apresente
E sigo sem sentido, aonde fores.


868



O quanto se pudesse constelar
Ousando num instante mais sutil,
O todo num momento se previu
E nada se percebe em tal lugar,
Nem mesmo o menor raio de um luar
Aonde o meu caminho se reviu
E o todo se mostrara bem mais viu
Matando o quanto pude, devagar,
Expresso com palavras, sentimento
E quando algum cenário ainda tento
Ousando com palavras muito além
Do rústico detalhe me noite fria,
Apenas a esperança me traria
O mundo se moldando em tal desdém.


869

O mundo num momento tu depuras
E vejo a mesma face, ingratidão
E quando noutros tempos servirão
Apenas de tormentas, falsas juras,
As noites poderiam ser mais puras
E os olhos noutro senso ou direção,
Mas sei do meu caminho sempre em vão
E nele as horas seguem inseguras,
Esbarro nos engodos de quem tenta
Vencer o dia a dia em vã tormenta
E sabe dos segredos mais sutis,
Esbarro nos meus erros e permito
Somente este cenário em velho rito
Trazendo o que deveras bem mais quis.


870

Imagens do passado, leves, santas
E nelas outras posso adivinhar,
Ousando com certeza a divagar
E nisto outros momentos me garantas,
Expresso a solidão e sei que tantas
Vontades se desenham a vagar
E o quanto poderia navegar
Ainda quando teimo e nada espantas,
Escuto das estrelas os sinais
E vejo os teus mares magistrais
Reinando sobre todo este horizonte,
Destarte meu caminho a ti conduz
E bebo com fartura a imensa luz,
Aonde todo o amor reine e desponte.



871


As horas mais sentidas, vaporosas
Momentos tão diversos e incomuns
Os dias se perdendo, sei de alguns
Aonde os espinheiros matam rosas,
As tantas heresias onde vejo
As sortes em caminhos tão diversos
Ousando com ternura em universos
Marcados pelo engodo em vão desejo,
Expresso solitário cada canto
E tento novamente o que não há
Sequer algum momento desde já
E neste desenhar nada garanto,
Somente o mesmo engodo costumeiro
E neste caminhar turvo, eu me esgueiro.

872


Os dias se tramando em novo trilho
Aonde pude ver felicidade
Embora cada passo se degrade
Esta esperança tola não palmilho,
E quando algum momento eu compartilho
Ousando superar a torpe grade,
O resto se desenha em tal saudade,
São erros onde o infausto inda polvilho,
Esqueço dos meus dias mais felizes
E sei que tão somente contradizes
Usando da palavra como uma arma,
E o canto se moldando em novo tom,
Apenas outro rumo e já sem dom,
Enquanto a solidão ditando, alarma.

873

Os passos sem sentido, quase errantes
Os erros de quem tanto quis apenas
Vencer o que deveras me condenas
E neste caminhar sonhos brilhantes,
Mas quando na verdade não garantes
Sequer outras palavras mais amenas,
Com tantas heresias me envenenas
E nada destes sonhos por instantes,
Esvaem-se diversas alegrias
E nada no lugar tu me trarias,
Somente este cenário em decadência,
O mundo em tanta farsa se desenha
E o corte se aproxima e já se empenha
No ocaso de minha alma, incoerência.


874

Aonde em meu canteiro houvera lírios
Os tantos caminhares não mais pude
Vivendo cada passo em atitude
Marcada por engodos e delírios,
Vencido pelo ocaso e nada mais,
Esbarro nos meus erros mais atrozes
E busco outros cenários, novas vozes,
E sei quanto se expressam vendavais,
Ousasse pelo menos liberdade,
E o engano desenhando em tom sublime
O quanto na verdade se redime
Ou mesmo noutro tom ainda invade,
Escassas horas; tento com certeza
Singrar contra a diversa correnteza.


875

Sentindo este perfume, tantas rosas
Encontro o quanto pude em meu jardim,
Ousando acreditar no mesmo fim
Em noites tantas vezes maviosas,
E sei dos meus anseios quando glosas
O todo que inda resta vivo em mim,
E o sonho se derrama e traz enfim
As sortes mesmo ousadas, caprichosas,
Esgoto cada tema noutro igual,
E o mundo se desenha em ritual
Caminho mais atroz aonde posso
Singrar este vazio aonde um dia
O tempo noutro tanto eu poderia
Gerar além do mero e vão destroço.


876

Os dias vão seguindo indefiníveis
E vejo outros momentos mais felizes,
Embora saiba bem do que me dizes
Os tempos com certeza noutros níveis,
Ainda se fizessem mais visíveis
Ou mesmo deformassem; cicatrizes,
Supero com vigor nefastas crises
E tento a solução em ritos críveis.
Ausente dos meus olhos o horizonte,
E nada na verdade ainda aponte,
Marcando com ternura o quanto eu quis,
Gerando tão somente a solidão
Hermético caminho desde então
Tornando este cenário em ledo gris.


877

As horas poderiam ser supremas
E nelas outras tantas desenhadas,
A vida se permite em tais lufadas
Enquanto na verdade nada temas,
As horas transformando quando algemas
As sortes noutros erros decoradas,
E as duras noites; vejo decifradas
Entranho em soluções quase que extremas.
E o rumo se desenha em tom sutil,
Apenas num momento se reviu
O engodo costumeiro de uma vida,
Na sorte desdenhada após o quanto
Pudera e na verdade não garanto,
Imagem pelo tempo distorcida.

878


Ainda se percebem harmonias
Aonde na verdade nada tenho
Senão este caminho e quanto empenho
Pudesse haver por onde tu trarias
As horas mais diversas, fantasias,
E quando neste infausto me contenho
Adentro a tempestade em duro cenho,
E a morte com certeza inda verias,
Encontro o descaminho aonde tento
Vencer o que pudesse e sei do vento
Ousando nos umbrais adentro a casa
E o caos se transformando em ritual,
Enquanto se pudesse magistral,
Apenas o vazio ainda abrasa.


879

A vida se desenha noutra cor
E traça este cenário em tal matiz
Levando o meu caminho para o gris
Aonde poderia ter albor,
E o medo se desenha aonde o pôr
No corte mais audaz, o quanto fiz
E nada se presume por um triz
Risonha maravilha sem me opor
Esqueço cada verso nalgum canto
E quando em solidão teimo e garanto
Apenas o final e nada mais,
Os erros são comuns a quem pudera
Ousar além da vaga dura espera
Em dias tão dispersos e venais.


880

Sentindo desta rosa o seu perfume,
Ainda quando tento acreditar
Na vida a cada instante mergulhar
No quanto em claridade me acostume,
Ocasos da esperança, ledo lume,
A sorte noutro caos a me guiar,
E o medo num instante a me tomar,
Ousando na verdade em tosco ardume,
Cardumes de alegrias se perdendo
Aonde com certeza sou remendo
E bebo sem sentido esta razão
O caos apresentado em desengano
E quando a cada passo ora me dano,
Os dias noutros tantos marcarão.


881

A vida me trazendo tais visões
De tempos mais diversos onde pude
Vencer cada momento aonde rude
Os erros mais comuns decerto expões
E os tantos se moldando em direções
Diversas das que tento e sei transmude
O rito mais atroz, nova atitude
Aonde em sortilégios tu compões
Os dias mais doridos, leda vida
E quando a sorte vejo assim urdida,
Já nada mais pudera acreditar,
Negando cada passo rumo ao farto
Desejo aonde o rumo em vão descarto,
Marcando com terror um manso olhar.


882

Os dias poderiam ser serenos
E as horas mais tranqüilas; mas ao fim
Do tempo desenhado dentro em mim
Os erros cometidos, sei são plenos
E os cantos entre tantos meus venenos
Acendem da esperança este estopim,
Renego cada passo de onde eu vim,
Buscando outros cenários mais amenos,
Escusas entre tantas pude crer
E nada do que vejo faz valer
A sorte desejada e mais sutil,
O canto noutro rumo se perdendo
O manto se mostrara em tal remendo
E assim a minha história nada viu.

883

A vida se passando em tal surdina
Não deixa que se escute a realidade,
E o todo noutro rumo já se evade
Enquanto a solidão se determina,
Matando a minha sorte desde a mina,
A morte se desenha em vã saudade,
E o quanto ainda resta ou já degrade
Apenas no final toma e extermina,
Razões para sonhar? Bem que quisera,
Mas quando se percebe a torpe esfera
De um mundo em mais diversa hipocrisia,
Somente o que me resta dita a sorte
E nela se desenha o quanto aporte
Ou mesmo este cenário não traria.


884

Em altaneiros sonhos, bem pudesse
Traçar outro momento em minha vida,
Mas quando vejo apenas despedida
O todo se perdendo em vã quermesse,
O risco de sonhar não me obedece
E a sorte se mostrasse já perdida
Na pérfida emoção, a despedida
Ao tanto quanto tento não mais tece
Sequer outro caminho em consonância
A vida se desenha em tal constância
Gerando tão somente o velho caos,
E o quanto desta frota da esperança
Ao mar sem ter um leme já se lança
Naufraga ao fim de tudo minhas naus.


885

Não mais suportaria esta presença
De quem se faz atroz e mesmo assim
Cismando vez em quando dentro em mim,
Do todo sem pudor algum convença
E nada do que tanto a vida pensa
Moldasse uma esperança de onde eu vim,
Risonho caminhar traçando o fim,
A morte a cada engodo recompensa,
E marca com temor toda atitude
Aonde com certeza mais ilude
Gerando a caricata voz de quem
Durante tanto tempo quis apenas
Vencer o que deveras me condenas,
E segue deste todo, muito aquém.


886

Já não comportaria uma esperança
Aonde o meu caminho se traduz
Na ausência mais completa de uma luz
E nisto a minha sorte em vão se lança,
Ao ver a cada passo uma mudança
Reflexo se perdendo em contraluz
O todo noutro engano reproduz
Nefasta e sem sentido, uma aliança
Jogado sobre as rocas e rochedos,
Os dias mais atrozes, desenredos,
Medonha face exposta da mentira,
E quando a solidão toma o cenário,
O amor que poderia, imaginário
Apenas, sem defesas, se retira.


887

Esbarro nos enganos e procuro,
Apenas o que tanto cri e nada
Desfaz a mesma cena desenhada
Em tom atroz, mordaz, feroz e escuro
E sei da solidão quando asseguro
O passo noutro rumo, velha estrada,
A imagem no vazio desenhada
E o tempo a cada passo; em vão, torturo.
Esbarro nos meus erros, sigo em frente
E quando outro caminho ainda tente
Vencendo os meus enganos sigo só,
E o todo se transforma em mero espaço
E o mundo num momento eu já desfaço,
Não deixa mais sequer um ledo pó.


888

O rústico cenário se desenha
E trama novamente outro final,
A vida sem sentido ou desigual
Caminho na verdade nega a senha,
E tento embora saiba não convenha
Vagar por este espaço sideral
Ousando noutro passo, o ritual,
Aonde a minha sorte não mais venha,
Esgoto os meus sentidos e procuro
Ainda após o tanto que inseguro
Vencesse cada farsa em vã mortalha,
A rude sincronia se transforma
E toma com certeza a rude forma
Enquanto a melodia atroz se espalha.


889

Não pude e nem sequer mais acredito
Nos tantos e diversos vis altares
E neles entranhando em teus luares
Gerando a cada passo um novo rito
E sei do meu caminho mais finito
Ou tento noutros prumos, meus lugares
E quando no final tu mal notares
O todo se perdendo em tosco grito,
Resumos destas vidas entre enganos,
Puindo com certeza os velhos panos
Marcando com terror a decadência
Do manto nada resta, nem um traço
E assim conforme o quanto ainda traço
A vida se mostrara inconseqüência.


890

Não mais veria a sombra do que há tanto
Pudesse ser feliz ou mesmo até
Gerando noutro instante a minha fé
Enquanto na verdade não garanto,
Sequer esta ilusão, diverso manto,
Após outro cigarro, este café
E o tempo noutro engodo por quem é
Desenha tão somente o ledo espanto,
Esbarro nos meus erros, tento apenas
Vencer o que deveras não acenas
Marcando com temores incontidos,
E os cânticos se calam num momento,
E quando um novo enredo; ainda tento,
Os dias entre tantos são perdidos.


891

Meu canto se espalhando muito além
Do quanto poderia acreditar
Marcando o dia a dia a se mostrar
No quanto ainda resta ou mesmo tem,
Do todo desejado sigo aquém
E bebo cada gole de luar
Expresso em violão a pontear
O sonho aonde sou mero refém,
Escassas luzes dizem do meu canto
E quando na verdade não garanto
Sequer um brilho ao menos, sigo alheio
Colhendo cada infausto, caos e medo,
E sinto que deveras me concedo
Ao todo sem saber qualquer receio.


892

Já nada mais pudesse quem se dera
Ousando na diversa luz em nós,
O passo se perdendo noutra foz
A sorte se desenha noutra esfera,
E o corte se aprofunda e destempera
A morte se desenha em torpe algoz,
Calando da esperança qualquer voz,
Ausente dos meus olhos, primavera.
O pranto se transforma e dia a dia
Apenas o que resta, esta agonia
Preconizando engodos costumeiros
Negando outros cenários, meus luzeiros
Arrastam para o nada, em medo e treva
E quando a luz diversa se apresenta
Apenas vislumbrando esta tormenta
E nela o verso inverna enquanto neva.


893


Vagando pelos céus onde tentara
Vencer as mais distantes vãs estrelas
E quando poderia enfim contê-las
A morte dominando esta seara,
A vida na verdade se declara
E quantas vezes ledas noites vê-las
Mergulho noutras dores e ao bebê-las
O mundo se desenha em vã escara,
Escuto este marulho e vejo o fim
Do todo imaginário dentro em mim
Marcando com furor o ledo espaço
E o cântico suave onde pudesse
Tentar seguir o rumo noutra messe,
Apenas o vazio agora eu traço.


894

A sorte noutro rumo consagrada
Marcantes ilusões tomando tudo,
E quando noutro engano eu já me iludo
Vagando tantas vezes sobre o nada,
Ao canto mais audaz, sorte esperada,
O coração desenha um sonho mudo
E vendo tal cenário eu me transmudo
E bebo a solidão anunciada,
Adentro outros momentos quando escuto
O canto mais atroz, e sei mais bruto
Gerado pelo caos de uma alma só,
Não resta do cenário nem a luz,
E o medo na verdade reproduz
Caminho se traçando em medo e pó.


895

A lua se deitando sobre mim
Traçando à beira mar esta ventura
E nela toda a sorte se assegura
Marcando o quanto quero e sei no fim,
O canto desenhando o quanto enfim
Pudesse imaginar em tal candura
E nada nem o medo me tortura
Toando dentro da alma este motim,
Esbarro nos meus erros, leda areia
E vejo quanto a sorte me incendeia
Gerando esta cigana lua além
E o todo se transforma plenamente
Enquanto cada voz ora se sente
Traçando este cenário e o quanto tem.


896

A filha que não tive, o meu engano
O rumo sem sentido nem razão
Momento noutro engodo, direção
Aonde com certeza em vão me dano,
Pudesse acreditar num soberano
Caminho feito em medo e indecisão,
Do todo se mostrasse a previsão
Puindo com terror diverso plano,
E o passo no vazio se transforma
E quando a vida toma a dura forma
De quem já se tentara mais diverso,
Eu bebo a solidão e nela entranho,
Tentando outro momento e sigo estranho
Enquanto a cada engodo eu me disperso.


897

Os olhos negros, belos da pantera,
A sorte desenhada a cada passo,
E quando na verdade o rumo escasso
Transforma o que deveras tanto gera,
No fim de cada sonho, a primavera
Perdendo o seu sentido, nada traço
Senão este vazio e sigo lasso
Marcante solidão se degenera,
Esgoto os meus sentidos, morro quieto
E quantas vezes tento e não completo
Sequer algum momento em plena paz,
Assim ao mergulhar neste vazio
O todo noutro engodo eu já desfio
E o fim se amortalhando, mais tenaz.


898

Resumos de esperanças já perdidas
As horas se perderam noutro vão
Os dias sem saber dos que virão
Matando em nascedouro nossas vidas,
O tempo se presume em vãs, perdidas
Manhãs marcando em mim a solidão,
Esgoto o meu caminho e sei que não
Serão as minhas sortes resumidas
Além do que pudera noutro instante,
E apenas o vazio se garante
Aonde todo o bem já se queria,
Esbanjas noutro senso a claridade
E o tempo se moldando ora degrade
O quanto resumisse a fantasia.


899


O tempo se desenha em tal rotina,
E o quanto pude crer noutro momento
Ainda com certeza se me alento
A sorte noutro rumo determina
O canto mais audaz que me fascina
E traça sem sentido o que inda tento
Marcando com ternura o pensamento
Gerando do meu sonho nascente e mina,
O peso do passado me envergando
O dia que pudesse ser mais brando
Apenas se transcorre sem defesas,
Esgoto meu caminho noutro passo
E o todo se perdendo aonde traço
Os olhos sem saber de tais surpresas.

900


O mundo se transforma a cada instante
E gera tão somente a tempestade
Aonde cada passo já degrade
E o nada noutro rumo se garante,
O quanto poderia doravante
E o tanto quanto pude ora se evade
E marca com terror esta saudade
Tentando o quanto posso e se adiante
Toando dentro da alma a sintonia
E neste delirar o que viria
Não deixa mais sequer que o mero espanto,
E o caos se desenhando dentro da alma,
Nem mesmo a solidão agora acalma
Enquanto sem sentido, busco e canto.


901

A lua se derrama sobre nós
E trama a cada instante um raro brilho
E quando sobre os erros, maltrapilho
Caminho no vazio toma a voz
O passo tantas vezes mais feroz
Errático meu sonho noutro trilho
Aonde inutilmente eu já palmilho
Tentando outro momento em novos nós,
Prenunciando assim em claridade
O quanto levarei, tosca saudade
De dias que se foram sem sentido,
E o medo se desenha noutro engodo,
Apenas me aprofundo e neste lodo
O canto; a cada instante o dilapido.


902

Expresso com ternura cada passo
Aonde poderia acreditar
Nos erros costumeiros e lutar
Ainda que se veja sempre escasso
O rústico cenário aonde traço
O quanto poderia procurar
E nada se desenha em seu lugar
Somente o ledo sonho mero e lasso.
Vencendo os meus enganos sigo em frente
E toda esta verdade ainda enfrente
Numa engrenagem dura e mesmo atroz,
Calando num instante o meu caminho,
E quando da saudade eu me avizinho
Meu mundo se perdendo logo após.


903

O canto noutro engodo se fazendo
O rumo mais audaz não se veria
Nem mesmo o quanto tento em fantasia
Cenário agora turvo e mesmo horrendo,
O sonho noutro engano se perdendo
A morte se traduz em agonia,
Mas dela tão somente inda teria
O corte noutro rumo, em vão remendo,
E o todo se desenha em leda luz
Marcando com terror o que produz
Somente esta verdade aonde eu pude
Saber desta sangria a cada passo,
E o quanto dentro em mim ora desfaço
Demonstra o quanto sou decerto, rude.


904

Não vejo senão isto em ledo mar,
O ninho aonde possa ter no fim
Descanso da tempesta dentro em mim,
Vontade de fugir e de sonhar.
No caos de minha vida, mergulhar
Marcando este cenário de onde eu vim,
E nisto acende logo este estopim
Matando cada passo devagar,
O canto se anuncia em tom diverso
E sigo este cenário onde perverso
O mundo não pudera me trazer
Senão a mesma face doentia
De quem tanto decerto perderia
O quanto desejara em vão prazer.

905

Ainda que pudesse ter nesta alma
Momento mais suave ou mesmo em paz,
O rumo se perdendo em tom audaz
A morte na verdade ainda acalma,
O canto se presume em voz serena
No engodo costumeiro de quem sonha,
E a vida se desenha mais medonha
Enquanto com certeza me envenena,
Esbarro nos meus passos sem sentido
E tento adormecer, mas nada vem
Somente a mesma noite em tal desdém
Marcando o que deveras nunca olvido
E quando se aproxima o fim de tudo,
Apenas sem um cais, quedando mudo.


906

O cântico pudesse em novo prado
Ousar com tal ternura o que não trago,
O medo se desenha e nega o afago
De um tempo sem sentido, desenhado,
Aprendo com meus erros do passado
E quando noutro tempo em vão divago
Acordo a insensatez e ora me alago
Moldando este cenário maltratado,
Esbarro nos meus erros mais atrozes
E quando percebesse inúteis vozes
Guiando para além o sonhador,
O manto se mostrara em face exposta
A vida noutro engano se desgosta
E mata em nascedouro um ledo amor.

907


As mágoas costumeiras que me deste
O todo se transforma sem saber
Do quanto poderia ainda ver
E neste delirar, ganho o celeste
Caminho em que o vazio me reveste
Negando quando o sonho diz prazer
E posso sem sentido ainda ver
O solo da esperança mais agreste.
Esqueço cada canto e nada tenho
Senão a mesma face em vão desenho
Resumo entre momentos delirantes
E o caos se transformando em tal constância
Negando a cada instante outra vacância
Gestado passos rudes, degradantes.

908

É necessário além da tolerância
Abnegar-se, deveras, mas não posso
E quando me percebo este destroço
A vida se perdendo em tal estância,
O rumo se moldando em vã distância
O sonho que pudesse ser mais nosso
E agora noutro engano não endosso
Esbarro com terror e sem ganância,
Esbanja a fantasia quem pudera
Saber desta manhã, leda quimera
E nela se entranhar sem medo algum,
Mas quando me presumo noutra insana
Verdade o meu caminho já se dana
No todo que eu quisera, mais nenhum.


909


Já nada mais pudesse renascer
Depois de tanta perda vida afora
E quando a realidade desancora
Permito tão somente o apodrecer
Do verso imaginado e sem se ver
O quanto na verdade me apavora
E a sorte noutro engano enquanto aflora
Mergulha nas insânias de um querer,
O corte se traduz a cada passo
E o vento se mostrando aonde o traço
Restando tão somente a dor em mim,
E o todo se mostrara mais audaz
Negando o quanto pude e não se faz
Matando este cenário, ocaso e fim.

910


Aprendo com palavras, mas deveras
Os gestos são mais fortes e eu garanto
O quanto na verdade diz do espanto
E nele tão somente destemperas,
Os olhos desdenhosos de tais feras
E delas silencio qualquer pranto
E o todo que pudera num quebranto
Enquanto este vazio ainda geras,
Espero cada passo após a queda,
E o todo noutro fato se envereda
E marca com terror o quanto pude,
Medonha e caricata esta verdade
E nela outro cenário se degrade
E mata com temor cada atitude.


911


Errando tantas vezes aprendi
O quanto não se deve acreditar
Nos ermos e procuro devagar
E nada mais encontro ali, aqui.
Cerzindo o que deveras já perdi
Tentando cada raio de um luar
Diverso do cenário a se mostrar
Entranho nos enganos, chego a ti.
Os cantos se perdendo a cada passo
E o dia se mostrara sempre lasso
Vencendo os meus enganos, tão somente
E o todo se transforma em caos e medo
E quando alguma luz inda concedo,
A vida logo vem e já desmente.

912

O tempo em harmonia não mais visse
E nada se traduz felicidade
Enquanto o dia a dia já degrade
Marcando com vileza esta mesmice,
Assim o meu passado contradisse
E toda a solidão agora invade,
Apenas mais distante o sonho brade
Toando dentro da alma esta crendice.
Jogado nalgum canto desta casa
A vida na verdade não atrasa
E marca com terror cada momento,
Embora no final ainda veja
O quanto sem sentido inda dardeja
O corte se aproxima e nada tento.


913


Espelha dentro da alma a juventude
Aonde nada houvera de um passado
Há tanto já perdido e destroçado
Enquanto cada passo desilude,
O sonho se mostrando bem mais rude
O todo noutro rumo dita enfado
E o peso noutro espaço desolado,
Esgota o quanto quero e nada mude,
Sementes sobre um chão em aridez
O quanto desta vida se desfez
Marcando com temores, vidas vãs
Apenas do meu sonho, vejo as cãs
E nelas outras tantas sem manhãs
Toando dentro da alma a estupidez.


914

Estranhos dias vejo enquanto busco
O cântico aonde nada resta
Somente a mesma face tão funesta
De um dia mais atroz, portanto brusco,
Arisco sonhador, já trago em mim
Apenas o cenário deturpado
E bebo deste rumo desolado
E nele outro momento dita o fim
Hercúlea fantasia nada traz
Sementes se perdendo a cada instante
E o medo no final nada garante
Aumenta o sentimento mais mordaz,
E o caos se desenhando a cada passo
Enquanto o meu caminho eu já desfaço.

915

Não quero acreditar neste momento
Aonde a vida traça em tempestade
Um todo que deveras já degrade
Matando o quanto pude em pensamento,
E quando algum instante ainda tento
Ousando em cada passo aonde evade
O risco de viver maturidade
Num passo sem juízo, alheamento.
O tanto quanto sofro e nada faço
O sonho se perdendo em ledo traço
Cerzindo dentro da alma esta esperança
E dela nada vejo, nem presumo,
O quanto mais queria em raro sumo
Ao nada, tão somente hoje me lança.


916


Esqueço qualquer passo aonde eu pude
Vencer os desconfortos costumeiros
E tento outros momentos, derradeiros
Aonde se desenhe em plenitude
Marcando com ternura uma atitude
Ou mesmo revelando sem luzeiros
Os olhos que pudessem corriqueiros
Enquanto o nada atinge ou me transmude.
Esbarro nos meus erros tão frequentes
E quando outro momento ainda tentes
Ousando no vazio que me deste,
O canto se presume sem sentido
E o todo noutro instante desvalido
Cerzindo esse tormento em tom agreste.


917


Ocaso dentro da alma de quem sonha
E tenta acreditar num novo rumo,
E quando na verdade assim me esfumo
Deveras quase nada se proponha,
Sequer a face turva e não medonha
E dela outro momento em vão resumo,
Ainda sem calar-me eu já consumo
O passo noutra sorte, esta enfadonha.
O cântico pudesse ser assim
E dele presumindo ainda o fim
De toda a consonância que inda trago
E visto a solidão enquanto tramo
Apenas o vazio e não clamo
Senão este cenário tosco e vago.


918


O caos dentro do peito de quem tenta
Vencer com calmaria a tempestade,
E ainda quando a vida aquém já brade
Enfrento esta ilusão tão violenta,
A sorte se traduz, mera e sedenta
O todo noutra face se degrade
E deixa muito além de uma saudade
A fúria que deveras me alimenta,
Esboço reações e nada tenho
Somente o mais atroz, vão desempenho
Marcando com temor o dia a dia,
A senda mais cruel se deslindara
Toando como fosse leda escara
Aonde a minha sorte não veria.


919

Jogado sobre as pedras deste cais,
Meu manto destruído pelas ondas
E neste caminhar ainda escondas
Os dias entre tantos marginais,
Ousasse quando em nada me distrais,
E nestas heresias correspondas
Ao quanto poderia e não mais sondas
Senão estes tormentos desiguais,
Escassa realidade dita a sorte
E toda a fantasia não comporte
O quanto poderia e nada resta,
Somente alguma luz, mas mesmo assim
Anunciando agora o ledo fim,
O sol penetra em leda e mera fresta.

920


O trato sonegado, a vida segue
E o quanto pude ver e nada havia
Sequer a menor sorte em utopia
Aonde o meu caminho em vão navegue,
E tendo a claridade aonde cegue
Quem luta noutro tom no dia a dia
Vestindo tão somente a hipocrisia
Minha alma em tal batalha não sossegue.
Vestígios de esperança? Nada além
Do tanto quanto quis e não soubera
A sorte noutro rumo trama a espera
E sei que no final, apenas vem
A face mais atroz desta verdade
Cerzindo com temor o quanto brade.


921

Os ermos adentrando as regiões
Enquanto acreditara noutro passo
E o mundo na verdade se faz lasso
Enquanto outros momentos vãos propões
E nestes desenhares, direções
Diversas onde tento e no cansaço
Apenas outro engodo eu busco e traço
Marcando com terror as emoções
Esqueço cada passo aonde eu pude
Trazer a minha face bem mais rude
E nela tantas vezes sou assim,
Somente um sonhador e nada mais,
Os dias se repetem, são iguais
A vida se transforma em ledo fim.


922

As tênues ilusões ditam caminhos
Aonde se sentia muito além
Do quanto a vida trama em tal desdém
Ou mesmo em dias sórdidos, mesquinhos
E bebo dos meus erros mais daninhos
E nada na verdade me convém
Semeio a tempestade e o todo vem
Marcando com temor dispersos ninhos.
Esvaio em poucos tons, nego o meu rumo
E quando noutro enfado me resumo
Extraio de minha alma cada fato,
E apenas no vazio que me deste
Enquanto quis um sonho mais celeste
Errático demônio; em mim, constato.


923

Tomada tão somente pela bruma
A vida se transforma a cada tarde
E ainda quando o sonho se resguarde
O nada noutro passo ora se esfuma,
E o quanto na verdade se acostuma
Marcando o que pudera e já retarde
Somente o fim de tudo ora se aguarde
Matando o quanto tento e além se ruma,
Encontro os meus anseios sem sentido
E quando da esperança até duvido
Errôneo desenhar em tom diverso,
Apresentando apenas este engano
Aos poucos noutro fato se me dano
Apenas no vazio agora eu verso.


924

Enquanto as solidões diversas vagam
E marcam com terrores dia a dia,
O quanto tantas vezes mais queria
Apenas em mentiras tanto afagam,
E vendo os que pudessem e me alagam
No caos aonde houvera fantasia
A sorte se desenha em agonia
E os ermos dentro da alma não indagam,
Profana realidade dita o rumo
E quando o meu caminho ora resumo
No cântico deveras mais audaz,
Perdendo a direção, já nada vejo
Somente este caminho em vão desejo
E nele outro destino a vida traz.

925


Pudesse ainda ver as tais estrelas
Aonde desenhaste o meu futuro
E quando na verdade eu me torturo
Apenas por talvez não poder vê-las
O quanto se esvazia ao não contê-las
E nisto o meu caminho é mais escuro
E dele noutro engodo o vão costuro
Matando o quanto quero percebê-las.
Esbarro nos meus erros, sendo assim
Encontro a cada passo o ledo fim
E perco algum sentido e direção
A sorte se desenha em luto e prece
E o todo noutro instante não se tece
Marcando a noite em turva escuridão.


926


As noites de luar se tornam raras
E o medo prenuncia o fim de tudo
E quando na verdade desiludo
Ainda noutro rumo desamparas
E geras outros erros, tais searas
E nelas meus caminhos; tento e mudo
E quando se imagina sigo mudo
E todas as palavras vãs declaras,
Esbarro nos erráticos cenários
Marcando com meus erros temerários
Os dias mais atrozes, sem sentido,
E o caos se transformando em tal constância
Gestando dentro da alma a velha estância
Aonde o meu caminho hoje eu divido.

927

A vida traduzindo em cada gomo
O todo que pudesse ser inteiro
E o canto se mostrando aventureiro
Traçando sem saber o quanto e como
O rumo se desenha em cada tomo
E nega uma esperança, vão luzeiro
Mergulho no rumo costumeiro
E apenas outro engano agora eu somo,
Expresso esta vontade aonde quis
Um dia pelo menos ser feliz,
Mas nada se soubera além do fim,
E vendo este momento em dor e tédio,
A vida se fazendo em vão assédio
Matando o que inda resta dentro em mim.

928

O canto se mostrara bem mais leve
E o tanto quanto pude e não soubera
Vencer a mais dorida primavera
Aonde o meu caminho não se atreve,
Erguendo tão somente a mera neve
Apresentando a queda em turva fera
A sorte na verdade destempera
E gera o quanto pude e sei não deve,
Fortunas onde nada mais se dita
Senão a mesma face onde finita
A luta traduzisse mero enfado,
E o rústico cenário se apresenta
Na face mais atroz e virulenta
Gestando no vazio o que degrado.


929

Sentindo a maciez de cada aroma
Aonde poderia ver além
Do todo que em verdade ainda vem
E nele toda a sorte dita a soma,
Minha alma sem juízo nada doma
E o medo não traduz o que contém
Ainda em consonância tal refém
Marcando com terror o quanto toma
E nada mais pudesse além do caos
E os dias se transformam, ledos, maus
Deixando para trás sinceridade,
A queda se anuncia a cada engano
E aos poucos sem sentido algum me dano
E a vida noutra face se degrade.

930

Aonde penetrasse em tais searas
Marcando cada verso como pude
E neste desenhar já se amiúde
O quanto a cada engodo me preparas,
E sei das minhas noites, turvas, raras
E nelas outras tantas; nada mude
Somente a minha morta plenitude
Tramando sem sentido o que declaras,
Esbarro nos meus ermos, cadafalsos
E sei dos meus enganos e percalços
Ousando com palavras mais sutis,
E o tédio desenhando a cada engodo
Transforma meu caminho em pleno lodo
E nega o que deveras teima e diz.


931


Olhando para além deste horizonte
Aonde nada mais pudesse crer
Senão neste vazio a entorpecer
O quanto na verdade desaponte,
Sem nada enquanto o medo ainda aponte
Marcando a minha vida em desprazer
Pudesse outro caminho merecer
Quedando sem saber sequer da fonte
Esbarro nos meus passos, desafetos
E os dias entre tantos, prediletos
Ausentes dos meus olhos; nada trago
Somente a mesma face em dor e medo
E quando ainda tento e me concedo
Apenas sem caminho eu sigo vago.

932


Caminho que pudesse até de cor
E nada mais traria senão isto
E quando na verdade até desisto
Sabendo do vazio em derredor,
O quanto poderia ser melhor
E na verdade ao fim não mais resisto
E tantas vezes; tento e não resisto
O mundo se mostrara em vão suor,
Mergulho nos meus erros e sei bem
O caos aonde o todo ainda vem
Domando os meus enredos noutro fato,
E sinto o quanto pude em tal cenário
E sei do meu desejo temerário
Enquanto este tormento ora constato.

933

A vida se transforma e sem perfume
Desenha o que desdenha e mesmo trama
A sorte tão somente em ledo drama
Aonde em tal constância se resume,
O fato mais atroz, ledo costume
E nele não se vendo o quanto clama
Gerando dentro da alma a turva chama
E nela outro desenho não aprume,
Esqueço cada passo e nada tenho
Senão a mesma face em tosco empenho,
Vacante coração desenha o fim,
Marcando com temor a poesia
A luz já não me toca e se irradia
Apenas se distando mais de mim.

934

Minha alma a cada engano se evapora
E morre mais distante do que pude
Ousar ao perceber cada atitude
Aonde a fantasia não ancora,
E sei do meu cenário sem demora
E nele se traçando em magnitude
O verso enquanto o rumo se faz rude,
E o tanto que desejo me apavora,
Esbarro nos meus erros e prossigo
Sabendo a cada passo outro perigo
Numa constância atroz, em rebeldia
E o todo imaginário se renega
Minha alma sem destino não se apega
E mata o quanto houvera e não sabia.

935

A vida se mostrar clara e branca
Anãs estrelas tomam o cenário
E o todo noutro rumo imaginário
Apenas a verdade se desanca,
E quando a solidão se fez mais franca
O rumo noutro tom mais solitário
Traçando o quanto pude e neste vário
Desenho cada frase já desbanca,
Matando o quanto resta de emoção
Os dias com certeza não trarão
Sequer algum alento, pelo menos
Aonde se pudessem mais serenos
Os dias noutro rumo e direção
Entranham dentro da alma os vis venenos.

936

A vida se traduz em leda espuma
Vagando sem destino, turbulências
E quando se presumem inocências
Ainda sem sentido noutro ruma
E bebe o quanto tenta e já se esfuma
Em torpes e diversas virulências
Gerando dentro da alma as violências
E nelas outras tantas, leda bruma.
Esgoto meu caminho e sempre em vão,
Espero outro momento e a negação
Expressa a solidão e nada mais,
Os erros são deveras tão comuns
Dos sonhos não mais restam nem alguns
Turvando em nascedouro os meus cristais.

937

O passo se mostrando sempre em vão
E o caos se gera na alma de quem sonha
A face mais audaz, mesmo medonha
Traduz os dias torpes que virão,
E sei do meu caminho, imprecisão
A farsa na verdade ainda enfronha
E mata o que pudesse ser risonha
Uma alma em mais dispersa solidão,
Esbarro nos meus erros, sendo assim,
O todo se moldando dita o fim
Do verso que pudesse redimir,
O nada se apresenta em tal constância
Marcando com temor cada vacância
Matando desde agora algum porvir.


938

Meus dias no vazio diluindo
Marcando com temores o que trago
E sinto o meu cenário mesmo vago
E nele outro deveras distraindo
O passo que pudera e não deslindo
E neste caminhar somente indago
O quanto poderia e sem afago
O prazo percebido se esvaindo,
Expresso a solidão aonde eu pude
Vencer o meu desejo bem mais rude
Ousando com palavras, cada instante
E vejo em tais momentos farta inglória
Marcando o dia a dia desta história
Deveras noutra face degradante.


939

Ainda que tivesse as perspectivas
Em dias mais suaves e sensatos
Apenas se transformam meus regatos
E neles na verdade tu me privas
Dos sonhos mais audazes e, cativas
As horas traduzindo tais contratos
E neles outros tantos sempre ingratos
Enquanto da esperança tu me privas,
Esbanjo sentimentos mais diversos
E tento ainda aquém dos ledos versos
Um rumo mais feliz, onde não há
E o todo se perdendo num instante
Somente esta mortalha se garante
Marcando o quanto resta aqui ou lá.

940

As noites que busquei, decerto claras
Em plenilúnios belos, nada veio.
Apenas prosseguindo em devaneio
Enquanto a realidade tu declaras,
Esbarro nos enganos, desamparas,
Diversas deste tempo aonde alheio
Somente no vazio eu me rodeio
E bebo das palavras mais amaras,
Escancarando o sonho, nada resta
Sequer a menor sombra de uma festa
Aonde poderia ser feliz,
E o todo se desenha num retalho
E neste delirar a voz espalho,
Porém o quanto vejo a contradiz.



941


O quanto se mostrara em raros brilhos
O tempo na verdade nada dita
E sei da minha sorte mais finita
Em passos sem destinos, andarilhos,
E tento noutro rumo velhos trilhos
E mesmo quando a vida necessita
Da luz aonde vejo mais bonita
A farta decisão em estribilhos
Diversos do que tento ou mesmo escuto
O todo se transforma e sei do astuto
Olhar após a sorte no horizonte
Enquanto a fantasia se desenha
E nada mais traduz sequer a lenha
Aonde a frágua leve desaponte.


942

Os dias entre tantos, seguem crus
Sem nada que pudesse inda trazer
O quanto se desenha em tal prazer
Os corpos desejosos, ambos nus,
E os passos se traduzem pela cruz
E neste desenhar o bem querer
Pudesse bem diverso ainda ser,
Mas nada na verdade reproduz
O sonho mais audaz e mesmo assim
Matando o quanto resta vivo em mim
Misteriosamente a vida nega
O todo noutro canto e deixa apenas
A sorte enquanto tramas e condenas
Traçando esta emoção deveras cega.

943

Em fúlgidos cenários poderia
Apenas descerrar outra verdade
E quando a solidão ainda invade
E marca com temor cada alegria
Encontro a mais distante sintonia
Enquanto o dia a dia se degrade
E marque com temor o quanto evade
Deixando no passado uma utopia,
A sorte tão jocosa quanto audaz
Mostrara este caminho e nada traz
Senão a mesma ausência em tom atroz,
E quando se pressente alguma luz
O manto se mostrando reproduz
Dos erros mais comuns, a leda foz.

944

Estrelas nestes céus, belas tiaras
Desenhos entre tantas maravilhas
E quando uma esperança inda palmilhas
Ousando cada passo onde declaras
Marcando em noites pratas, sempre às claras
Ousando com ternura e sempre trilhas
As faces mais audazes; compartilhas
E nisto outros momentos escancaras,
Acréscimos diversos se traduzem
Aonde os meus caminhos reproduzem
Espécies mais dispersas de esperanças,
E nada do que tento se renega
A vida se presume em cada adega
Enquanto os teus anseios além lanças.

945


O quanto do meu sonho agora apago
E vejo apenas turva realidade
A voz em raro instante ora se evade
E nega qualquer sonho ou mesmo afago,
E quando sem razão ainda indago
E morro a cada passo, em vã saudade,
O todo se transforma e já degrade
Gerando tão somente um novo estrago,
Esbarro nos meus erros costumeiros
E sei dos meus anseios em luzeiros
Dispersos noite afora em falsa luz,
Na falta de esperança, a fantasia
Ainda novo rumo prometia,
Mas sei do quanto ausente reproduz.


946

O todo se perdera desde então
Marcando com sombria luz o quanto
Meu passo no vazio não garanto
Cerzindo dentro em mim a solidão,
Os erros costumeiros se verão
E todo este caminho traça o pranto
E nele desenhado o ledo espanto
Marcando cada dia, imprevisão,
Esgoto o meu anseio no vazio
E quando algum momento eu desafio
Encontro os desenganos mais atrozes
E sei dos meus erráticos momentos
E quando os olhos fossem mais atentos
Já não veriam mais sequer as fozes.


947

Apenas decorando a mera treva
O rústico momento em dor e medo,
E quando alguma luz inda concedo
Minha alma na verdade apenas neva,
E o todo se desenha em triste leva
Marcando cada passo em desenredo,
O todo se transforma e sei do ledo
Cenário aonde a sorte nada ceva,
Somente a solidão se transformando
Reinando num momento mais infando
Matando o que inda resta de esperança
Meu passo com enfados nada traz
Senão a face escusa e até mordaz
E nisto nada mais ainda alcança.


948

As místicas vontades, heresia
A sorte desenhada noutro canto
E nada do que possa em vão garanto
Ou mesmo outro cenário se recria,
A vida se traduz em utopia
E apenas o vazio aonde espanto
O rumo para a queda e me adianto
Tentando o quanto quero ou poderia,
Esqueço o privilégio de sonhar
E morro a cada instante devagar
Ousando noutro cais o meu saveiro,
Meu passo se perdendo sem a paz
E quando me resumo somente traz
O sonho, na verdade, o derradeiro.


949

O sonho se mostrando em tais dormências
Aonde quis a paz e nada houvera
Somente a mesma face da quimera
E nela outras diversas ingerências,
Marcando com terror e sem clemências
As sortes desenhadas nesta esfera
O passo com certeza destempera
E mata as derradeiras inocências,
Ciências tão diversas, luz e medo
Aonde a cada passo me concedo
E cirzo nada mais do que pudesse,
A vida não traduz felicidade
E o todo noutro engodo já se evade
E deixa no passado qualquer prece.


950

Minha alma no vazio ora desfila
E sabe do que posso ou mesmo creio
E quando na verdade dita anseio
O todo não soubesse desta argila
Aonde este veneno se destila
E marca com temor o devaneio
Somente o meu caminho e nada veio
No quanto deste sonho a vida grila.
Expresso a solidão a cada olhar,
E neste mais diverso caminhar
Aprendo com os passos no vazio,
E tendo a sorte alheia ao que pudera
Alimentando em mim velha quimera
A solidão deveras eu recrio.


951

Imagem se transforma; leda e torva
E quando a realidade dita o fim
O todo se transgride e dentro em mim
A vida noutra face já se estorva,
E nada do que pude se acrescenta
Marcantes ironias tomam tudo
E sendo que deveras desiludo
Na face mais dorida e violenta
A sorte se negando a cada instante
Meu mundo se perdendo em ledo espaço
O quanto poderia agora escasso
E o todo se mostrando degradante
Resume em verso duro e sem sentido
O tanto quanto quero e dilapido.


952

O quando a cada instante tu lagrimas
E geras do vazio a voz sombria
E nela cada instante desafia
Moldando sem sentido velhos climas,
E sito dentro em mim enquanto esgrimas
Marcando a sorte atroz, tão leda e fria
Enquanto a realidade se desfia
E nela outras verdades matam rimas,
Escalo as cordilheiras da esperança
E o passo sem sentido algum se cansa
Mergulho em abissais, em precipícios
E sinto os meus cenários mais audazes
E quando na incerteza tu me trazes
Não vejo nem sinais, meros resquícios.


953


O quanto se perdera a cada grito
Medonha face exposta a cada engano
E quando me aproximo e além me dano
Marcando o que deveras acredito,
E sei do caos diverso e até finito
Embora o descaminho soberano
Desnuda em todo passo e me profano
E sei do quanto posso e necessito,
Essencialmente evado desta cena
E toda esta verdade me condena
Matando o quanto resta dentro em mim,
O rústico desenho em torpe voz,
O canto mais agudo, mais atroz
Trazendo tão somente o ledo fim.

954

Os cantos traduzidos em avulsos
Os passos sem sentido nem razão
As horas mais diversas mostrarão
Os dias doloridos, vãos impulsos
E neles outros tantos cortam pulsos
E matam os meus sonhos, num senão
E sei dos descaminhos desde então
Enquanto os sonhos seguem sendo expulsos;
Esvaem em palavras ritos mágicos
E os dias se decidem quase trágicos
E neles sensação da vida esquálida,
Mesquinharias tantas dia a dia
E nada do que posso inda veria,
Na face tão mutável da crisálida.

955

Os dias se perdendo em tantos ais
A tenebrosa face da verdade,
O manto consagrado da saudade
Em dias tão diversos, magistrais,
E sei dos meus momentos terminais
E neles cada passo se degrade
Restando tão somente algema e grade
Traçando em todo engodo os temporais.
Vencido pelos erros do passado
O todo aonde tento e sou negado
Errático cometa dita a sorte,
E a morte se transforma em palidez
E neste delirar o quanto vês
Apenas no final não me conforte.


956

A sorte sonegando tantos brados
Marcando com terror a fantasia
E nada mais pudesse em alegria
Ainda nestes sonhos cerceados,
Erráticos poemas, velhos prados
Matando o quanto houvera em sintonia
E apenas o final já se recria
Toando dentro da alma os vãos recados,
Esbarro nos meus erros e consumo
Espástica loucura em ledo rumo
Mereço muito mais do que pudera
Essencialmente luto contra todos
E sei dos meus caminhos entre os lodos
E a noite adormecendo esta pantera.


957

Caminhos tantas vezes ignorados
Desenhos de outros tantos conhecidos
Os dias entre sonhos precedidos
Dos erros mais comuns, tantos enfados,
E os caos entre os diversos desenhados
Os erros mais constantes das libidos
E os tédios entre tantos resumidos,
Motivos enfadonhos alegados
Encontro os meus dispersos passos onde
A vida noutro tanto ora se esconde
No carma que desenha o meu futuro,
E quando noutro instante procurava
A sorte discordante, leda lava
Apenas do vazio eu me asseguro.


958

Tramando tão somente a velha dor
E nela outro sentido não teria
Quem busca no final uma utopia
Ou mesmo algum cenário redentor,
A vida se traduz falso louvor
E neste delirar nada seria
Senão a noite amarga e mais sombria
Translada para além qualquer sabor
E vejo esta clemência a cada engano
E quando solitário hoje me dano
Escassa face expressa a realidade,
E sei do meu caminho em consonância
E nada do que pude em tolerância
Ainda com certeza vem e invade.


959

O quanto se pudesse inda galgar
Dos céus aonde vejo um trágico astro,
E quando no final em paz me alastro
O rumo noutro intento a me guiar,
O caos se transformando e a me tomar
Aonde quis deveras o alabastro
Não vejo na verdade nem um rastro
Apenas o vazio a lapidar,
A sorte se transforma e me deforma
Matando da esperança a leda norma
Restando dentro da alma a solidão,
Destarte nada tendo senão isto,
O quanto num resumo está previsto
Trazendo sem sentido o passo em vão.

960


Olhando para além dos vários mundos
Aonde em discordância houvera a luz
O todo noutro instante reproduz
Os dias mais audazes e profundos,
Os erros mais constantes, oriundos
Do quanto a cada passo me conduz,
Matando em nascedouro já faz jus
Aos erros mais atrozes, tão imundos,
Expresso a sorte aonde nada havia
Sequer a menor sombra em alegria
Mostrando cada engano a se tramar,
Depois de tantos anos, nada resta
Somente a solidão, tosca e funesta
E além do mero sonho, vejo o mar...



961

O tempo se desenha mais remoto
E traz a cada instante este dilema
E quando se apresenta e já me algema
Apenas o vazio agora eu noto,
E quantas vezes; mesmo me derroto
Gestando a cada infausto outro problema,
A vida se permite em tosco emblema
E deste derramar assim me esgoto,
E venho a cada passo procurando
Algum momento apenas bem mais brando
Ousando noutro instante e nada mais,
Expresso a solidão de cada verso
E neste desenhar sigo disperso
Exposto aos mais diversos vendavais.


962

Os dias que pudessem infinitos
Traçando com ternura cada passo,
Mas sei do quanto tento e nada traço
Senão ledos momentos mais aflitos
E tento apenas velhos, toscos mitos
E nestes desenhares me desfaço
Ousando noutro instante embora escasso,
Os rumos se perdendo em tolos ritos,
Essencialmente a vida poderia
Trazer algum diverso da agonia
Ou mesmo alguma messe onde pudera
Acreditar num dia iridescente
E quando a realidade se apresente
A sorte se regendo em torpe espera.


963

A cada novo dia me lembrando
Dos erros do passado e tão somente
Apenas o vazio se apresente
Aonde quis um dia bem mais brando,
As sortes se perdendo em ledo bando
Matando em nascedouro esta semente
E o caos aonde o todo se pressente
Aos poucos o cenário derramando,
Esgoto com palavras mais sutis
O todo que deveras tanto quis
E nada se trouxera além do vago
Cenário mais atroz e nele escasso
Desenho se mostrando aonde traço
O canto sem sentido onde divago.

964


Olhando para trás, religiões
Diversas me tocando o pensamento,
E neste desenhar ainda tento
O quanto na verdade não me expões,
Resumo os meus caminhos, direções
Além do quanto pode o sentimento
E vejo tão somente o que lamento
E gesto dentro da alma as sensações
Aonde poderia muito além
Do todo que em verdade me convém
E nisto me convenço do vazio
Aonde em discordância muita vez
A vida noutro engano se desfez
Gerando a cada instante um desafio.


965

A cada novo instante o velho rito
Aonde a vida trouxe esta heresia
Marcando o quanto quis e não teria,
E nisto na verdade eu acredito
Rondando cada passo, este finito
Desenho se moldara em agonia
E o todo se transforma em fantasia
Matando o quanto houvera mais bonito,
Expresso o meu destino em tal momento
E quando deste nada eu me alimento
Escondo dentro da alma o meu ocaso,
E a vida se mostrara tão somente
No quanto a cada passo se apresente
Marcando o quanto sonho em mero acaso.

966

O todo noutro rumo avassalara
O tanto quanto quis e nada veio,
Apenas prosseguindo assim alheio
A sorte se desenha em leda escara
E o passo na verdade se escancara
Marcando cada dia em seu receio
E o prazo se mostrara no que anseio
E busco a solidão e nada ampara,
Somente este delírio em mero traço,
O dia se desenha sempre lasso
E o falso diamante brilha ainda,
Enquanto a realidade é sempre opaca
O passo no vazio ora se empaca
E a caos a cada instante se deslinda.

967

Os dias entre tantos, condenados
Marcando com terror o que pudera
Gerar outro caminho noutra esfera,
Mas vejo tão somente os renegados
E sei dos meus ardumes, velhos fados
E neles outros tantos; vã quimera
Aonde a minha sorte destempera
Traçando a cada engodo outros traçados,
Esbanjas ilusões enquanto traço
O todo na verdade e noutro laço
O rústico casebre da esperança
A plebe se mostrando a cada engano,
E aos poucos na tormenta onde me dano
Apenas o vazio a sorte alcança.


968

Olhando para trás num ledo horror
Castrando os velhos sonhos de quem tanto
Ainda sem sentido algum garanto
A sorte num terrível dissabor,
O todo se mostrando em turva cor
E nela a cada engodo eu já me espanto
E bebo do vazio aonde em pranto
Cerzira no caminho este rancor,
E toda a garantia se perdendo
Aonde vejo apenas o remendo
Do que inda mais pudesse ser feliz,
Ascendo ao quanto pude e nada trago
Senão a mesma face em tosco estrago
Aonde o meu caminho se desdiz.

969

O canto se mostrou desesperado
Aonde acreditara haver um trilho
E quando no vazio inda palmilho
O tempo noutro engodo desenhado,
Cenário mais atroz, nosso legado.
Negando qualquer tom, mero estribilho
E sei que neste sonho se eu me pilho
A vida sonegando algum recado,
Esvai-se num instante e nada traz
Somente o mesmo engano mais tenaz
E dele se aproxima cada queda,
A morte se desenha noutro passo
E vejo o meu caminho agora escasso
E apenas no não ser a alma envereda.



970




A cada novo engodo a convulsão
De quem se fez mordaz e nada tem
Somente o mesmo engano e em tal desdém
As horas noutras horas mostrarão
O tempo se perdendo, imprecisão,
E desta desventura sou refém
A sorte na verdade nega o bem
E trama a cada passo a indecisão,
Mortalhas semeando o desvario
E quando noutro rumo eu desafio
Engodos onde apenas vira o fim,
Esqueço este traçado dentro da alma
E toda a sensação já não me acalma,
E acendo no final este estopim.



971


Desejos insensatos e carnais
Vontades onde tanto me sacio
E a cada novo instante um desafio
Em dias tão diversos, magistrais,
E neles em desenho sensuais
O todo se mostrara além do estio
E quando cada passo ora recrio
Aprendo na verdade um pouco mais,
Escassas noites dizem de um passado
Aonde meu caminho sonegado
Apenas me trouxera uma ilusão
E sei do quanto possa e mesmo assim
Mergulho neste espaço e dele eu vim
Marcando com loucura, a sensação.

972

Que os dias na verdade sempre sejam
Diversos destas dores que me trazes
E quando se mostrassem mais tenazes
Anseios quando tanto se desejam,
E nestes caminhares não trovejam
Meus rumos noutros tantos, tão mordazes,
As vozes se mostrassem tão mordazes
Enquanto em discordância inda lampejam,
Vestígios de momentos mais felizes
E quando dia a dia contradizes
Marcando com terror o quanto vem,
Dos sonhos sou apenas um refém
E disto na verdade sei tão bem
Vencendo as mais doridas, ledas crises.


973

Os tempos na verdade negam tantos
Anseios a quem busca a claridade
E o passo noutro rumo se degrade
Marcando com terrores, desencantos
E neste desenhares, turvos mantos
Aonde o meu caminho ainda brade
Matando o quanto pude e agora invade
Tramando outros cenários em quebrantos,
Restando dentro da alma a solidão
E nela outro momento em negação
Bebendo com angústia a fantasia
E neste desenhar já nada trago
Sequer o que pudesse num afago
E a sorte noutro infausto negaria.

974

O dia se transcorre em tais anseios
Marcando com terror, tenacidade
E o todo se mostrara e já se evade
Deixando para trás sonhos alheios,
Os tantos erros dizem devaneios
E o passo noutro rumo desagrade
Quem sabe no final, sinceridade
E nela se percorrem toscos veios,
Esbarro nos meus erros e aprofundo
O passo sem sentido noutro mundo
Escassa luz traduz o quanto pude,
Vencendo as minhas ânsias mais atrozes
Negando outros caminhos, meras fozes
E nelas se matando a juventude.


975


A sorte nas cruéis palpitações
Dos sonhos entre tantos, nada vejo
Senão cada diverso e vão ensejo
Moldando os dias vagos, turbilhões
E sei dos meus caminhos, negações
E quando uma emoção dita um lampejo
Minha alma se desenha onde revejo
Os tempos onde em nada tu me expões
Realço cada passo rumo ao quanto
Pudesse e na verdade não garanto
Sequer algum alento aonde um dia
Pudesse imaginar novo momento
E quando a solução; ainda tento,
A sorte na verdade tudo adia.


976

Herméticos delírios, pois congênitos
Traduzem os meus dias num vazio
E quando num momento; desafio
Realçam solidões em tantos frêmitos,
E os erros sinalizam com o fim
Do sonho mais audaz em plenitude
E quanto desta vida desilude
Matando o que restara vivo em mim,
Apenas apresento o quanto tenho
E neste desenhar já nada trago
Sequer o menor passo em ledo afago
Ou mesmo da esperança algum desenho,
Acordo os meus demônios, nada além
Do quanto em ironia sempre vem.


977

O dia se traduz em raro enleio
E o passo rumo ao vago se perdendo
No quanto meu caminho é tosco e horrendo
E apenas no final o sonho veio,
Mostrando tão somente o quanto anseio
E vejo no final ledo remendo
Do gozo noutro rumo se tecendo
Enquanto presumisse em devaneio,
Ocaso dentro da alma e nada mais,
Os dias entre engodos, terminais
As sortes se aproximam do final,
E o todo que pudesse ser diverso
Sonega a fantasia e mata o verso,
Trazendo tão somente a pá de cal.


978

A sorte se mostrando em tais escarpas
Rochedos onde as ondas se arrebentam
E os dias na verdade ainda tentam
Ouvindo mais distantes liras, harpas,
E quando a solidão traduz o fato
E nada mais pudesse acreditar
Somente no vazio a se mostrar
E neste desenhar nada constato
Sequer a melhor sorte aonde um dia
Pudesse imaginar com sonho o gozo,
E o tempo se mostrando em andrajoso
Cenário nada mais, pois me traria
Semente em aridez já não mais brota
A sorte se demonstra enfim, remota.


979

Pudesse manter viva esta emoção
E crer noutro momento mais em paz,
A sorte na verdade nada traz
Somente se espalhando em negação,
Momentos mais diversos se farão
Trazendo o quanto quero sendo audaz,
E o cântico deveras mais mordaz
Tramando a cada passo a solidão,
E nada se traduz noutro caminho,
Somente este cenário mais daninho
Jogando a minha sorte em ledo porto
O olhar se traduzindo em ledo rumo,
Os erros na verdade sempre assumo
E traço dos meus sonhos, cada aborto.


980

Os ermos de minha alma ditam sonho
Aonde poderia ter bem mais
Que os dias na verdade mais banais
E neles outro tanto em enfadonho
Caminho quando posso e recomponho
Momentos mais diversos, magistrais
E deles desenhando o velho cais
Enquanto o verso dita o ser bisonho,
Esgarçam meus olhares no vazio
E o todo noutro instante inda recrio
Ousando com palavras mais sinceras,
E neste desenhar já nada trago
Sequer o quanto posso e sem afago
As horas se transformam em quimeras.



A sorte desenhando tantos sóis
Aonde poderia haver além
Do quanto na verdade me contém
E mesmo quando ausente não destróis,
Os dias entre tantos, são faróis
E neles outros erros, sem desdém
Marcando o meu caminho ou muito além
Tramando nos meus olhos, girassóis.
Escancarando a luz onde pudera
Vencer a solidão, velha quimera
Ousando ser deveras mais feliz
E quando me apresento desta forma
A sorte noutro tanto me transforma
E gera todo o rumo aonde o quis.


982

Os tantos caminhares bem mais belos
E neles; outros dias me anuncias
As sortes são deveras tão sombrias
Enquanto ainda pensas em castelos,
Os ermos de minha alma em vãos rastelos
As horas mais diversas e vazias
E nelas simplesmente poderias
Trazer minha esperança em teus anelos,
E sinto o quanto pude imaginar
Marcando cada passo a divagar
No todo aonde a vida se traduz
E gesta novamente cada infausto,
Amor não desenhasse um holocausto
Sequer somente um fato em rara luz.

983

Os dias mais suaves e altaneiros
Os rumos se apresentam variáveis
Dos tanto que pudera mais aráveis
Fizesse em esperanças meus canteiros,
Os ermos de minha alma, verdadeiros
E neles outros tantos intragáveis
Ou mesmo num incêndio demonstráveis
Matando com terror velhos luzeiros,
Ascendo ao quanto quis e nada vinha
Sequer uma alegria fosse minha
Do todo apenas nada se produz,
E o passo se mostrando sem sentido
Marcando o que decerto ainda olvido
Gerando tão somente a leda cruz.


984

Apenas nos vazio os meus troféus
Nos louros tantas vezes tão fictícios
Os dias entranhando em precipícios
Matando os meus momentos quase incréus
E rasgam dos cenários ledos véus,
E os dias se desenham nestes vícios
E neles outros tantos sem indícios
Sequer dos meus alentos, fogaréus,
Resumo no vazio o quanto pude
Vencer outro caminho aonde rude
O mundo se desenha em tez sombria,
A sorte no cenário mais cruel
Traduz o meu caminho em carrossel
E toda a minha glória enfim se adia.

985

Apenas desenhando um ledo sonho
Aonde nada trago nem um verso,
E neste desenhar enquanto imerso
Expresso o todo em medo mais bisonho,
E quando a cada passo em vão me oponho
Ousando acreditar neste universo
E nele outro momento em vão disperso
Poupando o quanto quero e até me enfronho,
Numa vontade audaz, mas inconstante
A vida noutro rumo não garante
Sequer qualquer alento aonde eu pude
Tramar outro sonhar em vento manso,
E quando no final da luta eu canso
A morte se aproxima em tom mais rude.

986

Apenas pelo rumo aonde irás
Vencendo os meus temores mais constantes
No fundo da esperança não garantes
Sequer um passo além do tom mordaz
E neste desenhar tanto tenaz
As horas se mostrassem delirantes
Marcando com temores discordantes
O quanto na verdade nada traz,
Somente este desdém tão costumeiro,
E quando poderia um jardineiro
Somente semeando uma esperança
A marca da pantera, o gozo atroz
Silente e sem sentido, perco a foz
E o mundo no vazio ora se lança.


987

O quanto poderia ser mais brando
E nada mais trouxera ao fim de tudo,
O mundo quando tanto o desiludo
Expressa este cenário em vão cantando
E tento outro caminho mesmo quando
O risco se transforma e sigo mudo
No corte aonde tanto tento o escudo,
Minha alma num momento em vão nevando,
Escórias tão somente, eu coletasse
Mostrando o quanto dita num impasse
O rumo se perdendo sem sentido,
E o caos se presumindo em tom perverso
Aonde noutro engodo enfim eu verso
O sonho na verdade eu dilapido.


988

Palavras tantas vezes soberanas
As sombras de um passado dominando
E o quase demonstrando desde quando
Ainda sem sentido tu me enganas
E as sortes noutros erros tanto danas
E nada do que eu possa me tocando
Senão este momento em contrabando
Aonde sem razão tu me profanas,
Escassas ilusões, a vida trama
E quando na verdade sinto a chama
Do sonho se perdendo em solidão,
As honras mais audazes; já transformas
E vejo a sensação em turvas formas
Moldando a cada passo a imprecisão.


989

O tempo na verdade eu mal arrasto
E vejo o quanto pude e não havia
Sequer a menor sombra da alegria
Num dia tão atroz e sempre gasto,
O tanto quanto fora mais nefasto
Marcando com terror a voz sombria
E nela o meu caminho se desfia
Negando alguma luz, duro repasto,
E o todo se traduz em face escusa
E quando a realidade se entrecruza
Matando os meus anseios, nada vem
Somente a mesma face em turbilhão
E nela novos dias não verão
Sequer o quanto trago em tal desdém.


990

O meu caminho em vão engrinaldado
Marcando em tal buquê esta ilusão
E os dias noutros dias morrerão
Toando dentro da alma este passado,
E vejo o meu cenário desolado
Envolto na temível solidão,
E sei do quanto posso em emoção
Ousando cada dia destroçado,
Esbarro nas angústias de quem sonha
E sabe a vida atroz leda e medonha
Neste himeneu dos sonhos mais gentis,
O tanto se perdendo pouco a pouco
E quando me percebo e me treslouco
A vida já renega o quanto a quis.


991

Enquanto a solidão tanto tremula
E deixa o meu caminho sem sentido
Apenas o vazio presumido
E a sorte se aproxima e em vão se ondula
O corte se anuncia e gera a gula
Aonde na verdade sem libido
O todo desenhando agora olvido
E a poesia apenas dissimula,
O canto se traduz em heresia
E quanto mais deveras eu queria
A senda se desenha em leda cruz
E o manto se transforma em face escusa
E toda a solidão agora abusa
E desta sensação nada produz.


992

O canto se anuncia e sempre só
Transcende ao quanto pude imaginar
Ainda que restasse algum lugar
A vida se transforma em ledo nó,
E o todo desenhando em mero anseio
O quanto poderia ser diverso
Restando tão somente um ermo verso
E nele outro caminho onde receio
O caos se transformando em tal constância
E nada mais pudesse quem deseja
E morre quando o sonho se dardeja
E mata com terror a mera estância
Resumos de outros dias mais sensatos
E neles outros erros, meus retratos.


993

O passo se mostrara em erro, no cúmulo
Dos ermos de minha alma seduzida
Nos antros mais ferrenhos desta vida
Desenho com certeza o ledo túmulo,
E o passo se transforma em solidão
E dela novo sonho não se vendo
Apenas o cenário mais horrendo
E tanto se tramando a imprevisão
Cerzindo cada passo rumo ao nada,
A sorte muitas vezes dita o fim,
E o caos se transformando agora em mim
Marcando o que pudesse em alvorada
A sorte se traduz em ledo espaço
Aonde o meu futuro em vão eu traço.


994

Nos sonhos como fosse aparição
Eu vejo a tua imagem num ditame
Diverso do que tanto me reclame
Marcando com terror a indecisão,
E os dias entre tantos não trarão
Sequer o que deveras num exame
Pudesse e na verdade nada trame
Somente o meu caminho, imprecisão,
Esboço qualquer luz e tento ainda
Aonde a vida mata e se deslinda
Gerando a solitária fantasia
E nela sem sentido e sem motivo,
Apenas da emoção quando me crivo
A sorte noutra face não veria.


995

Os dias que deveras tu me trazes
Marcando em discordância cada fato
Apenas o vazio ora constato
Em ritos tantas vezes mais audazes,
Os cantos noutros mantos, ledas fases
E os dias num engodo eu já retrato
E quando cada passo em vão resgato
A vida sonegando firmes bases,
Não vejo mais sequer qualquer detalhe
E o todo se transforma e sempre falhe
Matando uma ilusão a cada instante
O todo se desenha em tez nefasta
E toda a poesia ora se afasta
Aonde poderia deslumbrante.


996


O canto se perdendo em turbulência
No vórtice dos sonhos, nada vejo
Somente a solidão e num lampejo
O todo se transforma em virulência
A sorte no vazio, incoerência
E todo o meu caminho em azulejo
Agora noutro engodo já prevejo
O tanto quanto pude em vã ciência
O caos se desenhando aonde amor
Pudesse novamente se compor,
Mas sinto o fim de tudo, e de tal forma
A vida semeara alguma luz
E o quanto na verdade reproduz
Apenas no vazio me transforma.


997

Encontro cada passo no vazio
E deixo para trás o mero brilho,
E quando na verdade ainda trilho
O rumo mais atroz, mesmo sombrio
O canto com ternura eu desafio
E sei do meu caminho maltrapilho
E quando em solidão sempre me pilho
Matando o meu jardim em ledo estio,
Esbarro nos enganos e desenho
O mundo num momento mais ferrenho
Pousando neste caos aonde um dia
Ainda noutro rumo eu poderia
Traçar o quanto quero em harmonia
E nada do tento inda contenho.


998

Se resolutamente fosse assim
O todo quando quero e mesmo busco
Ainda se mostrando em lusco fusco
Traduz o quanto vejo em ermo fim,
O sonho traduzindo este motim
E nele cada passo aonde ofusco
O risco de viver apenas brusco
Esbarra no cenário dentro em mim,
E escusas não resolvem erro farto
E quando esta ilusão eu já descarto
As mortes que carrego dentro da alma,
Nem mesmo a solidão ainda trama
O quanto na verdade não reclama
E nem sequer um sonho ainda acalma.


999


Ainda que deveras desenhasse
Um rumo aonde possa caminhar
A vida noutro todo a delirar
Mostrando a mais sombria e leda face,
O todo se traduz em mero impasse
E tento alguma luz noutro luar
E o caos se desenhando devagar
Tramando o quanto além se desprezasse,
Resolvo cada engodo de tal forma
Que a própria insanidade me deforma
E gera apenas erros, nada mais,
Hedônico caminho traduzisse
Além do que já fora uma crendice
Trazendo à fantasia os teus cristais.

1000


Ondulo entre a verdade mais cruel
E o caos que tu me deste como herança
A vida se traduz enquanto cansa
Marcando o dia a dia em ledo fel,
Escassa fantasia traz tal véu
Aponta com terror a fria lança
E quando imaginara temperança
A sorte se transforma e sigo ao léu,
Expondo em verso apenas o que sinto
E sei do meu delírio quando extinto
Algum caminho em paz ou mesmo rude
Cerzindo esta vontade aonde o canto
Pudera noutro engodo, mas garanto
Apenas o que tanto desilude.