quinta-feira, 8 de maio de 2014

ATEIA PLATEIA



ATEIA PLATEIA

Não quero mais saber nem mesmo quando
Tampouco se pudesse ser feliz,
A lua, desvairada meretriz,
Por entre mil cometas vai bailando,

O verso feito faca penetrando,
O sonho se perdendo por um triz,
A chama serpenteia e a velha atriz
Esperança entre fúrias se matando.

Resquícios do que fora alguma sorte
Tramitam entre pontas e fagulhas,
As horas entremeiam norte e morte,

O corte perpetua mil agulhas,
E o gozo do cantor se faz ausente
Nas mãos do deus desnudo e impertinente...

MARCOS LOURES

PARA SOL



PARA SOL


Sol que brilhando doma todo o céu,
Reinando sobre os astros, divinal,
Tomando todo o espaço sideral,
Declina docemente raro véu,

Qual fosse da pantera este corcel
Vagando sem descanso, busco aval
E tento refletir o magistral
Caminho desta Sol, ternura e mel.

Pousando colibri, sigo seus passos,
E tendo no infinito seus espaços
Enlaço com ternura cada verso.

 Buscando sob os raios desta diva,
A luz eterna e forte, sempre viva,
Nos braços desta deusa, estar imerso...

MARCOS LOURES

DE LEUR CROIX

De leurs croix

Je suis tant de non, rien ne me conduit,
Secrets? N'avez pas ni ne veux,
Si ma vie dans les rêves je épices
Que les diable m'emporte si, après tout, la fantaisie.
La bouche qui me crache, que je voulais,
Un baiser plus atroce, audacieux et féroce,
Les fautes que je fais, je génère d'autres,
Laissant dehors une utopie ...
Portant constellent bêtises,
Tirer de l'antique jardin des roses
Et si je laisse seulement des chardons et de bruyères
Je marche cette passe de montagne,
Et en voyant mon seigneur, et porter
Je me demande s'il vos croisements compenser...

Marcos Loures

OS SONHOS DE VENTURA Regina Cnl e Marcos Loures



OS SONHOS DE VENTURA  Regina Cnl e Marcos Loures


E os sonhos de ventura
das ilusões passageiras
vão descendo a escadaria
do abismo da poesia
para os abismos do mar...

Regina cnl

Meu ninho feito em mar, ondas sereias
A sorte delirante de um poeta
Que tanto desejara e se repleta
Trazendo a fantasia em suas veias,

Tecendo com palavras rudes teias,
Ousando acreditar no amor qual meta
Erguendo mil colunas da incompleta
Palavra que possua quando creias.

E tendo entre diversos caminhares
O quanto entre detalhes desejares
Marcando com cadência cada verso,

Mergulho no vazio que carrego,
Tateio meus momentos feito um cego
Perdido grão de areia no universo...

MARCOS LOURES

GOZO DA ILUSÃO

GOZO DA ILUSÃO

Parturiente gozo da ilusão
Estampa estupidez a cada riso.
Cadáveres que fomos espalhados
Nauseabunda esperança adentra a casa.
Os olhos tocaiando duros sonhos,
O fardo de ser livre e vagabundo.

Qual fora tão somente um vagabundo
Gargalho de teu gozo, uma ilusão,
Somar e dividir inúteis sonhos
Garante pelo menos o meu riso.
No sangue derramado pela casa
Pedaços do que fomos; espalhados.

Os rios entre as pedras espalhados
Ao mar em fardo imenso, um vagabundo,
Na clave que me entranha a velha casa
Fagulha derradeira da ilusão
Preconizando assim, um ledo riso
Matando em nascedouro raros sonhos.

Colecionando assim, erros e sonhos,
Em cortes mais sutis, vão espalhados
Diversas ironias, pranto e riso
No amor quase imbecil e vagabundo
Levaste cada gole de ilusão
Jogando o que restou na nossa casa.

A dor que fez de nós a sua casa
Sabendo maltratar antigos sonhos
Poreja inda resquícios de ilusão.
Momentos esquecidos e espalhados
Meu canto se permite, um vagabundo
Fingindo acreditar esboça um riso.

Quem mesmo em agonia trama um riso
Fazendo do sarcasmo a sua casa
Sem laços, um divino vagabundo
Embaralhando os passos de outros sonhos
Catando os restos todos, espalhados
Inda pretende estúpida ilusão.

Protética ilusão em vasto riso,
Perfumes espalhados pela casa.
No vértice dos sonhos, vagabundo.

MARCOS LOURES

quarta-feira, 7 de maio de 2014

PERDONE ME


Dios me perdone

Padre me perdone si me perdí
En las tormentas de pasión diversas,
Por eso estoy aquí para
Pedir tu perdón, mi Dios.
A tantas tentaciones, siempre cedía,
Ahora me doy cuenta, todo es en vano;
Pregunto, mejor, Padre, para usted
Más bien, por lo menos la atención.
Lo que era un salvaje ilimitado
Rechazando conjeturas; nunca bueno,
Un paria sin piso sin tener un borde
Haciendo de las aceras, almohada,
Anticipándose a este último momento,
Espero que Dios todavía me quiera...

Marcos Loures

OUTRO MOMENTO

 OUTRO MOMENTO


Jamais imaginasse outro momento
Enquanto mal pudera disfarçar
Os erros cometidos, sem pensar,
No quanto poderia em desalento.
Palavra se perdendo solta ao vento,
Remendos do que eu possa confrontar,
Ousando noutra face imaginar
O desvendar da sorte em pensamento.
Jorrando em cada artéria a minha essência,
O todo se tomando sem clemência,
Em eloquência espúria e sem sentido,
Nos ermos que tramasse uma alma vã,
Desdenho sem proveito cada afã
E mesmo do que eu fora ao fim me olvido.

MARCOS LOURES

SOLITÁRIA NOITE



SOLITÁRIA NOITE

Como falar de amor na solitária
Noite sem sequer brilhos de um luar
Abandonado noutro mundo sem lugar
Onde ancorar a luz imaginária?

Como falar de amor na visionária
Vontade sem lugar onde ancorar
O barco feito do eterno naufragar
Na sorte sem sentido e temerária?

Como falar dos sonhos de um poeta
Que morrem nas esquinas em cometas
Deitando seus brilhos nas sarjetas

Da sorte sem sentido, ora incompleta
Vivendo do que possa sem sentido
Jogado num oceano dividido?

MARCOS LOURES