quarta-feira, 4 de maio de 2011

01

O meu verso traduz o que ora sonho
E permito sentir cada momento
Onde veja somente o quanto tento
Ousando crer no todo que proponho
Gerações tão diversas, vou bisonho
E tentando sentir inteiro o vento
Que podendo trazer tal sentimento
Retratando o cenário que componho

Numa luta sem termos mais ferozes
Poderia viver além das fozes
Destes rios tomando inteiro o mar,
Porém sigo vencido em descaminho
Ao saber do meu canto mais mesquinho
Sem poder nem sequer já me entregar.

2


O meu tempo se mostrando
Num cenário sem igual
Traz somente em ritual
O que fora bem mais brando
Noutro passo me entregando
Sem sentir qualquer sinal
Do que possa bem ou mal
Noutro tom se desenhando,
O meu verso não permite
Que se veja num limite
Nova cena, simplesmente.
O que tento e nada vejo
Na incerteza de um lampejo
Traz a vida quando mente.

3

Não pudera ser diverso
O que tanto procurei
No caminho onde perverso
Tento crer na nova lei,
Se meu mundo ora disperso
Noutro rumo eu entranhei
Canto quanto vou submerso
Nos anseios que criei.
Resultando no que fora
Alma simples sonhadora
E jamais se poderia
Transformar o que se queira
Mesmo até numa bandeira
Feita em paz ou agonia.

4


Nada mais pudesse ver
Nem tampouco a velha face
De quem tenta e não mais passe
Qualquer dia de prazer
A vontade de saber
O que tenho em desenlace
Na verdade o que se trace
Não permite mais se ver
A vontade mais audaz
O momento que se traz
Na saudade que carrego,
Vivo apenas o momento
E se um sonho apenas tento,
Na verdade sigo cego.

5


Meu momento mais cruel
Molda o medo que carregas
Caminhando sempre às cegas
Procurando um manso céu,
Vejo o tom em carrossel
Da esperança nas entregas
E se possam quando regas
Tendo a sorte como um véu,
Já não visse qualquer cena
Se o passado nos condena
O futuro se traduz
Na saudade que não veio
E seguindo sem rodeio
Busco apenas vaga luz.

6

Já não pude acreditar
No que tanto desejara
Minha vida se prepara
E traduz qualquer lugar
A verdade a se mostrar
Traz a noite sempre clara
E sei quanto a vida é cara
para quem deseja amar,
Na vereda que entranhasse
Noutro rumo, mesmo impasse
O passado se cultua
Vejo a imensa claridade
Da beleza que me invade
Transformada em rara lua.


7

Jamais pude e nem quisera
Presumir novo caminho
O meu mundo mais mesquinho
Traz somente a leda espera,
A palavra mais sincera
O cenário onde me aninho
A impressão fina do espinho
A vontade atroz e fera.
Nada ousando neste nada,
Cada sorte desenhada
Mata o quanto houvera em mim,
Meu momento não traria
Nem sequer a fantasia
Desenhando ora meu fim.

8

Nada quero do abandono
Nem sequer o que se possa
A verdade sendo nossa
Noutro passo não me abono,
Vivo o sonho e perco o sono
O cenário se destroça
Trago em mim velha palhoça
De onde sou o rei e o dono.
Mergulhando no vazio
Outra vida desafio
E gerasse cada instante
O meu mundo se aproxima
E vertendo em novo clima
O meu canto se garante.

9

Nada mais pudesse ver
Quem se faz diversamente
O que possa e se desmente
Traz apenas o querer,
A vontade do prazer
O que siga e se apresente
Na verdade se pressente
Dominando cada ser.
Resumindo cada ponto
Onde possa e sempre conto
Com a força de quem sonha,
A verdade se traduz
No caminho em farta luz
Numa sorte mais risonha.

10


Já não trago vivo o sonho
De quem tanto quis a sorte
E somente me conforte
O que possa e assim componho
O meu mundo te proponho
Sendo além de cada corte
O caminho que comporte
Trama um dia mais medonho.
Nada mais se pode ver
O que tanto perceber
A verdade sem temor,
O meu mundo se quisera
Noutro tempo tanto gera
Simplesmente dita amor


11

O meu tempo não pudera
Ser diverso do que trago
Cada ausência dita afago
E se possa não se espera,
A verdade noutra esfera
Traz o quanto ora divago
E vencendo o velho estrago.
O meu rumo se perdendo
Num momento mais horrendo
Num anseio sem igual,
Ouso crer no meu passado
E se possa sigo alado
Vago além em belo astral

12

O meu tempo se perdesse
Num momento mais sutil
Onde a vida merecesse
O que tanto se previu
Meu caminho obedecesse
Num anseio mais gentil
O que possa e se reviu
Sem que o nada se tecesse,
Vejo apenas de passagem
Nada levo na bagagem
Tão somente qualquer sonho,
O meu verso se anuncia
Sem sentido ou fantasia
Num cenário ora enfadonho.

13

Jamais pude te dizer
Do que tanto se quisera
A verdade destempera
O cenário em desprazer
Tantas vezes pude ver
A palavra mais sincera
Que decerto degenera
Transcendendo o bem querer.
Nada trago do que possa
Traduzir além da fossa
Meu momento mais suave,
Sem ter mais onde encontrar
O meu canto versa ao mar
E jamais nada me entrave.

14

No meu canto sem sentido
No meu verso desigual
Um medonho ritual
Onde o todo agora olvido
E vivendo o resumido
Caminhar consensual
Neste encanto sensual
Outro sonho já lapido.
Jamais pude na verdade
e se tanto se degrade
O meu canto se entranhando
Na palavra mais dorida
Enfrentando a minha vida
Num cenário bem mais brando


15

Não quisera acreditar
No que possa ser diverso
E se tanto desconverso
Traz o medo a se moldar
No caminho a desnudar
Quando tudo ora disperso
Vago apenas sobre o verso
E jamais a se notar.
No momento mais sutil
O que o mundo já se viu
Não deixando qualquer rastro
Sem temor o que se dita
Traz a sorte mesmo aflita
Quando em sonho a sorte alastro.

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