Nestas águas tão claras que navego
Em busca da sereia que fugiu,
O rastro que encontrei escapuliu
Na luz que me deixou vazio e cego.
Amor que sei imenso e nunca nego,
Ao mesmo tempo santo se faz vil.
Meu mundo neste mar se dividiu
Em correntes marinhas que trafego.
Buscando minha amada, a tal sereia,
Qual náufrago termino em plena areia.
No sol que me castiga, a salvação!
Fortuna me negou o manso vento,
Voando, neste indócil pensamento,
Mergulho no oceano da paixão!
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