sexta-feira, 11 de junho de 2010

36131 até 36140

1

Querida como é bom saber do sonho
Por onde caminhara sem segredo
E quanto imaginara bem mais ledo
Deste lugar divino a que proponho
Vencer o meu delírio vão medonho
E ter cada momento desde cedo
No amor sem tempestade onde me enredo
Buscando amanhecer bem mais risonho,
Das viscerais vontades, ser feliz
Ainda quando a vida contradiz
Resumo em cada verso a fantasia
Por onde percebera tão imenso
Delírio sensual e quando penso
Revela-se desnuda a estrela guia.

2


Em tantas tempestades aflorando
A vida em dissonante caminhada
Dicotomias regem tal estrada
Enquanto noutro passo desviando,
O rumo se mostrara farsa, quando
A porta percebendo já fechada
Esbarra nos vigores, paliçada
E todo o meu império desabando.
Amar e procurar além do caos
A vida em novos rumos sem as naus
E ter olhar disperso em noite vaga,
No quanto em falsas luzes tu me dizes
Deixando nada além de cicatrizes
Na falsa sensação o amor afaga.

3


Os rios se tomando
Aonde não pudera
Conter a primavera
Ainda em vão mostrando
As flores desde quando
Aquém do que se espera
O quanto destempera
Outro senão formando
À parte do que possa
A sorte tua e nossa
Endossa esta visão
Do medo em consonância
Do mundo em discrepância
Do passo sempre em vão.

4

Por vezes em cascatas
As horas entre os dias
Revelam rebeldias
Enquanto não desatas
As farsas insensatas
Ausentes melodias
E tantas heresias
Navegam quais fragatas
Os mares procelosos
E quando penso em gozos
Os trastes que me vestem
Em rotas farsas tramam
Olhares que reclamam
Enquanto em vão investem.

5

Se tantas vezes busco
Alguma sorte além
Do quanto não contém
Em passo ao menos brusco
Resumo em lusco fusco
A vida quando alguém
Refaz o que não tem
Meu sonho; em vão, rebusco
E tento após a queda
A sorte em que se veda
O rumo em torpe enfado,
Assim ao mergulhar
Nas ânsias de teu mar,
Há tanto naufragado.

6

Quando tropegamente
Tentara algum momento
E nele me apresento
Enquanto a vida mente,
O fato se pressente
E quando mesmo ausento
O peso deste vento
Aumenta imensamente.
Restando do que fui
O quanto não influi
E o fato de saber
A sorte inusitada
Em fúria demarcada
Tramando o desprazer.

7

Não posso mais calar
A voz de quem se tenta
Vencendo outra tormenta
Apascentar seu mar,
No tanto a procurar
O vento se apresenta
E vive enquanto venta
A noite sem luar.
Restando muito ou nada
A sorte desenhada
Nas farpas e nos medos,
Outono se aproxima
E muda todo o clima,
Refazendo os enredos.

8

Numa amargura, às vezes
Ou mesmo noutro instante
No quanto se adiante
A vida em dias, meses,
Não quero mais as reses
Nem mesmo o dominante
Delírio onde se espante
Sem medos os reveses
Ousando muito além
Ascendo o quanto tem
E tento outro caminho,
Desníveis costumeiros
Farturas em canteiros
E eu sempre sozinho.

9

Fechando em versos duros
Os tantos caminhares
Em busca dos sonhares
Em céus bem mais escuros,
Enfrento os tantos muros
E sei dos meus altares
Porquanto em lupanares
Não vejo mais apuros
Apenas me permito
E quanto mais aflito
Eu sei do todo ou não,
Amando muito ou pouco
De fato me treslouco
Buscando a direção.

10

Da inerente mortalha
Apenas roto pano
E quanto mais me engano
Maior esta batalha,
O passo que se espalha
E nele tanto dano,
O verso soberano
É fogo em plena palha,
Apaziguando a vida
A sorte consumida
Em ânsias e venenos
Os dias que pudesse
Saber desta benesse
Não foram mais amenos.

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