segunda-feira, 7 de junho de 2010

35691 até 35720

1

O amor dita esperança
No peito de quem sonha
E se nele proponha
A vida em temperança
Na paz, rara aliança
Na face mais risonha
De quem nunca se oponha
Enquanto a vida avança
Em glória e plenitude
No amor a juventude
E nela a liberdade
Que seja a direção
Aonde a redenção
Supere qualquer grade.

2

Detrás de cada passo
Nas fases desta lua
A sorte continua
Caminhos novos traço
E tento enquanto eu faço
Uma alma clara e nua
E plena ela flutua
Galgando etéreo espaço
O verso dita a norma
Do quanto se transforma
Em luzes bem mais fortes
Prateia toda a estrada
Na cena enluarada
Moldando nossas sortes.

3


O luar do sertão
A sorte desairosa
Beijando cada rosa
Encontro a solução
E vejo desde então
A senda majestosa
Embora caprichosa
Domina o coração
Resisto o quanto posso
Ao canto todo nosso
Intensa maravilha
Enquanto a lua cheia
Do amor conhece a teia
E além mais forte brilha.

4


Branqueia-se no outono
Os olhos no horizonte
Do inverno sei a fonte
E dela já me adono
No quanto posso e abono
O passo gera a ponte
E quanto mais aponte
Negando um abandono
Eu vivo o cobre em folhas
Enquanto tu recolhas
As sortes mansas sendas
Sinais do quanto venha
Mantendo acesa em lenha
A brasa em que se estendas.

5


Nos olhos imortais
De um Deus que dera a vida
Seara a ser vencida
Enfrento os vendavais
E beijo os triunfais
Caminhos desta lida
No amor viva saída
No entanto é muito mais
Perdão ditando o rumo
Enquanto o bem assumo
E o tempo em paz invade,
Maior, porém que o canto
Sem medo nem quebranto
A força em liberdade.


6

O fulgor deste sol
Dourando amanhecer
Ditando este prazer
Reinando em arrebol
A vida seguem em prol
Do que pudesse crer
No quanto pude ver
Enquanto girassol,
Assim me entranho em vida
E vejo a ser cumprida
A sina da labuta
E quando ouvindo o dia
A voz em harmonia
O coração escuta.

7


Por toda a parte vejo
As sombras do que fui
No rio quando flui
As ânsias do desejo
No olhar, vivo lampejo
No passo aonde influi
No tempo que dilui
No coração andejo,
Reparto o que coleto
E quando o predileto
Caminho se adivinha
A sorte repartida
Porquanto fosse vida
É tua é nossa é minha.

8


A terra hospitaleira
O coração também
No quanto ainda vem
Além do que se queira
Vagando em corredeira
O amor ditando o bem
Sem perguntar a quem
Alçando esta bandeira
E nela este horizonte
No quanto já desponte
A luz que trago em mim
Brindando ao que vê
E sem saber por que
Até que chegue ao fim.

9


Honrando a nossa glória
De ter o coração
Aberto sem senão
E nisso ver vitória
Mantendo viva a história
Aos novos que virão
Cevando este vulcão
Revisto na memória
O tempo diz do quanto
Ainda ouvindo o canto
Do outrora pro amanhã
Assim revivo o dia
E quanto mais o via
Cumprira o meu afã.

10


Um soneto em chave de ouro
A certeza de um momento
Onde todo o sofrimento
Já não tendo ancoradouro
Tendo o sol onde me douro
Libertário pensamento
Nele cada passo invento
Desde um claro nascedouro
Tanto amor nesta fartura
Noite clara, bela e pura
Lua cheia no sertão
Nos meus olhos, claridade
Nos anseios da saudade
Dominando o coração.


11

Neste monumento à vida
A beleza tão sublime
Cada engodo se redime
Dos meus medos, a saída
Uma estrada a ser cumprida
Cada curva que se estime
A certeza que suprime
Erro em tom de despedida,
Vejo além deste horizonte
Forte brilho que me aponte
Onde encontro o paraíso,
Neste edênico caminho
Já não sigo mais sozinho
Tendo o amor que mais preciso.

12

Em total deslumbramento
Vejo a vida sem igual
Sigo um rito triunfal
Nos meus sonhos me alimento
E deveras pensamento
Num cenário magistral
Ganha espaço sideral
Desta vida, o seu fomento
Vejo então, em mim certeza
De deitar em tal leveza
Cada verso que eu fizer
Nos teus braços, o meu colo,
No teu corpo o farto solo
E o cultivo que se quer.

13

Na beleza do meu sonho
Encontrei a tua face
Quando a vida em luzes passe
Cada verso que componho
Sendo assim bem mais risonho
Pelo medo nunca grasse
Nos anseios sempre trace
A certeza onde me ponho
Muito mais que a fantasia
Que decerto sempre havia
Nos meus olhos de poeta
Ao beber de tua pele
O delírio que atropele
Minha vida se completa

14

nos meus dias tanto sonho
ilusões se repetindo
outro tempo quando brindo
neste canto mais risonho
deixo atrás dia enfadonho
num cenário bem mais lindo
e se tanto quero infindo
o caminho que proponho
vivo sem saber da dor
e nem mesmo do vazio
e se ainda fantasio
com ternura e com fulgor
espalhando a poesia
dia e noite e noite e dia

15

entre ruas e cidades
a vontade não se cala
a minha alma se è vassala
nos meus antros quando invades
espalhando tempestades
neste sonho que avassala
adentrando quarto e sala
entre fartas claridades
risco o tempo e ganho a sorte
que deveras me comporte
e me trague a poesia
sendo assim jamais me canso
coração batendo manso
entranhado de alegria

16

deslumbrando o meu olhar
adentrando na retina
a lembrança da menina
que teimei em tanto amar
a beleza a me tocar
na verdade já domina
tanto quanto me alucina
não me deixa nem pensar
adentrando noite afora
tal imagem me devora
e se entorna a cada instante
no que posso ter em mente
este amor não se desmente
num olhar mais fascinante

17

nos meus olhos a gerais
toma viva cada instante
e se ainda segue avante
enfrentando temporais
bebo a sorte e quero mais
noutro fato se adiante
dos meus olhos vai distante
mas no peito seus cristais
tomam conta e sem espaço
vou vivendo sem cansaço
cada espaço que inda possa
ao lavrar cada palavra
cultivando rara lavra
nos meus olhos trago a roça

18

o tempo que me socorre
na verdade não desnuda
esta sorte que me iluda
e deveras nunca morre
se decerto estou de porre
a saudade em mim se gruda
e se fosse tão miúda
pr’outras bandas já não corre
vivo assim e não me calo
coração criando calo
de tanto querer alguém
quando a noite se apresenta
para uma alma tão sedenta
nem a sombra ainda vem

19

sem saber de quem viria
nem tampouco adivinhasse
do caminho novo impasse
impedindo um claro dia
e o quando se poderia
ao mostrar uma outra face
no caminho que inda grasse
venço toda esta ironia
de quem sabe e não pergunta
a minha alma já se ajunta
aos caminhos mais sutis
e se tento outro momento
neste sonho me alimento
e deveras sou feliz

20

tu me viste enfim chorando
depois desta noite fria
onde tanta poesia
se mostrara em ar mais brando
o meu peito desnudando
onde vivo esta alegria
e se tenho uma agonia
nada mais se faz infando
e percebo o quanto posso
neste mundo todo nosso
feito em luz e claridade
o meu verso se completa
na minha alma de poeta
vou cevando a liberdade

21

não permito zombaria
onde amor pudesse ser
o que tanto deu prazer
e me trouxe esta agonia
o meu verso em cantoria
na viola o bem querer
invadindo amanhecer
continua noutro dia
venço o medo do passado
e se estou acompanhado
coração deste mineiro
palpitando de vontade
não se cansa na verdade
de ser sempre seresteiro

22


minha aldeia tem pastores
e decerto farto gado
coração iluminado
trilha o céu em tantas cores
esquecendo dissabores
deixo o resto no passado
o meu sonho decifrado
dita enfim fartos amores
neles sei a direção
onde possa acreditar
nas estrelas no luar
nesta imensa dimensão
deste mundo sem limites
onde em luzes acredites

23

sem saber da companhia
de quem tanto quis agora
o meu mundo se demora
noutra senda mais vazia
e decerto se recria
o que o tempo já devora
entre tantas se decora
com a imensa fantasia
de quem busca a liberdade
e portanto mais agrade
a quem dita a redenção
novo tempo se apresenta
neste amor que me apascenta
e nas sendas do perdão

24

como um peixe fora dӇgua
o meu sonho sem o teu
adentrando em pleno breu
alimenta a vida em mágoa
e deveras sem a frágua
o meu mundo escureceu
este coração perdeu
o caminho onde deságua
sendo assim tão discrepante
o que tanto se levante
e permita outra saída
eu já vejo a minha estada
sem sentido ou quase nada
despedindo-se da vida

25

como pode um ser pensante
viver sem a companhia
de quem tanto poderia
ajudar a cada instante
um cenário fascinante
tanto amor sempre recria
e deveras a alegria
como fosse um diamante
preparado para a feste
onde tudo já se empresta
à beleza do viver
sendo assim eu não me canso
procurando este remanso
onde existe o bem querer

26


no meio do mar imenso
tantas vezes me perdi
e me vendo agora aqui
neste amor somente eu penso
cada dia me convenço
deste cais que encontro em ti
onde tanto persisti
hoje mesmo me compenso
do sofrimento que insiste
neste coração tão triste
sem saber de ancoradouro
mas se tenho esta promessa
o meu barco já se apressa
e desvenda este tesouro

27


no teu porto poderia
o meu barco ter a messe
quando o sonho assim se tece
nas entranhas da alegria
outro tempo surgiria
e decerto se obedece
o caminho não se esquece
rumo ao cais da fantasia
vendo ao longe estes sinais
que permitam crer no cais
bem mais perto que eu pensara
a verdade me tocando
mesmo em vento manso e brando
a esperança tudo aclara

28

deste mar feito em procela
o meu cais bem mais distante
no que tanto se adiante
abro o peito solto a vela
e a verdade se revela
num momento fascinante
onde a vida a cada instante
no teu porto já se atrela
vendo assim o meu destino
na verdade não domino
a vontade de chegar
minha volta necessária
muito embora a procelária
já não vejo descansar

29

o vento segurando
e a vontade de chegar
nesta casa meu lugar
coração em contrabando
esperança me tomando
com vontade de beijar
quem desejo tanto amar
sem saber nem como ou quando
o meu barco em vendaval
esperando algum sinal
onde encontre um manso cais
dominando esta esperança
cada instante mais avança

30

depreciando o passo rumo ao quanto
ainda poderia desde quando
o mundo noutro instante se forrando
deixando para trás o desencanto
e quando mais distante me adianto
procuro noutro espaço navegando
em mar bem mais suave ameno brando
calando dentro em mim temor e pranto
gestando esta ilusão que ainda possa
gerar dentro de mim temor e fossa
escuto sempre ao longe este marulho
e tento quanto mais possa viver
searas desejosas de um querer
aonde inutilmente em vão mergulho

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