segunda-feira, 7 de junho de 2010

35721 até 35731

pudesse sem desdém
vencer os meus tormentos
diversos sentimentos
no quanto ainda vem
disperso de algum bem
e nele tantos ventos
adentram pensamentos
no quanto sei também
do verso inesperado
do corte anunciado
na morte mais precoce
e sei que no final
penetro em desigual
caminho que me acosse

o quanto sempre choro
na ausência do que um dia
pensara em alegria
e agora em vão deploro
no quanto me decoro
de luz e poesia
sorvendo o que viria
enquanto revigoro
o passo rumo ao tanto
e bebo deste encanto
em luzes mais sublimes
buscando tão somente
o quanto se pressente
enquanto inda me estimes


na dureza do verso
inclemência se traz
e a voz por ser audaz
no quanto mesmo adverso
permito estar imerso
nas ânsias desta paz
aonde tanto faz
o ser outro universo
vagando em noite plena
a lua mais serena
bebendo este regato
e nela se fartando
o sonho doce e brando
e nele me retrato


volvendo num instante
a face mais suave
sem nada que me agrave
ou mesmo na estressante
viagem onde encante
o quanto nada trave
o passo que se crave
na face degradante
restando um passo atroz
e quando busco a foz
encontro outro caminho
e nesta profusão
de senda e direção
do todo me avizinho


falaria tanta vez
quanto fosse necessária
noutra face temerária
ou na plena sensatez
e deveras quando vês
noutro tanto a procelária
sendo uma alma esta alimária
onde gesta a lucidez
bebo em goles fartos vida
e se tanto sei saída
onde nunca imaginasse
o caminho se porfia
noutro tempo em fantasia
demonstrando nova face


nunca mais irei calar
o que sinto e me liberta
porta em cena agora aberta
permitindo navegar
entre tantas diz luar
e se ainda posso alar
coração em hora incerta
a verdade não deserta
quem sonhara e quer sonhar
vagas noites do passado
novo tempo anunciado
no perdão e liberdade
onde amor gerando o passo
na verdade não desfaço
o que mostre a claridade


quando envio em sonho e riso
o meu manto assim cerzido
bebo as sombras do esquecido
e diverso paraíso
noutro tanto se indeciso
entre as sendas da libido
beijo o corpo se envolvido
no caminho mais preciso
tento alhures sei e já
o que tanto se fará
na verdade que liberta
a palavra soberana
com certeza não se engana
nesta porta sempre aberta


o meu dia dita o dano
onde posso e me transforma
alma rota nova forma
e se tanto ainda engano
o meu passo em desengano
desenhando rumo e norma
necessária outra reforma
de um amor mais soberano
feito em tanta luz perdão
e buscando a direção
que deveras nos liberta
muito mais do que palavra
interessa sempre a lavra
desvendando a descoberta


uma fonte bela e clara
onde tantas vezes vejo
muito mais do que um lampejo
o caminho se declara
e se a vida dita a rara
caminhada em que prevejo
neste véu feito azulejo
verdejando o que pudesse
no poder de qualquer prece
a verdade tão sublime
rende farta majestade
a quem ama a liberdade
dos grilhões já nos redime

não ser amado e desejar
quem tanto procurei e não sabia
que a cada novo passo em fantasia
bebera cada raio de um luar
distante do meu tanto navegar
na noite muitas vezes leda e fria
gerando dentro em mim tal agonia
aonde poderia desvendar
caminho mais diverso em luz intensa
aonde cada passo mais convença
do dia mais atroz que se apresenta
do amor que tanto quis e não se vê
o mundo prosseguindo sem por que
somente bebo enfim vaga e tormenta

Nenhum comentário: