segunda-feira, 7 de junho de 2010

35731 até 35740

em alta voz eu clamo
buscando itinerário
porquanto necessário
o rumo que ora tramo
sem escravos nem amo
nem mesmo o temerário
caminho em que corsário
o mundo quando bramo
num tempo em que talvez
ao qual no quanto crês
se veja a solidão
ditando a imprecisão
da qual se tanto escapo
gestando em mim farrapo


uma ferida imensa
na farta noite em vão
pudesse noutro chão
restar o que convença
no passo que compensa
infausta solução
traçando a direção
onde em nada se pensa
somente no fastio
do vago e imenso rio
e dele vejo a foz
resumo que pudera
da ausente primavera
ainda viva em voz


aos pés de quem pudesse
tramar algum caminho
no quanto sou mesquinho
ausente em mim a messe
na qual tudo se esquece
e bebo deste vinho
no quanto sou sozinho
o peso em que se tece
as mãos já superpostas
diversas do que em postas
a vida já cortara
eu sinto a mesma dor
e busco a morta flor
em fonte tosca e amara


na dança mortal desde que a vida
tramara novo tempo eu posso crer
na face desdenhosa do querer
ausenta de meus olhos a saída
e vejo novamente sendo urdida
em mágoas simplesmente o desprazer
e quando sinto o outono a me tolher
a sorte noutra face decidida
resumos do que tanto desejara
em noite costumeira e se prepara
a sorte noutra face desdenhosa<
assim o meu caminho se decora
na face que deveras me devora
e nela esta verdade que se glosa

o mundo aonde tanto poderia
haver a salvação de quem se dera
singrando farto mar em tola espera
no cais onde decerto a vida fia
envolto pelas sombras da alegria
e neste renascer o quanto gera
da vida novamente destempera
deixando para trás a fantasia
querendo a liberdade a cada passo
e sendo a vida a mais do que inda traço
e trago neste verso em voz sofrida
assim eu mergulhando neste vago
procuro qualquer forma enquanto trago
as ânsias costumeiras desta vida



beleza é necessária frente a vida
que tantas vezes fere e nos maltrata
no belo desenhar de cada mata
na bela sensação da sorte urdida
na paz e na vontade se aguerrida
no corte que deveras nos resgata
na face da verdade mesmo ingrata
na porta em que se vê uma saída
na fonte inusitada em fado e dor
no porte incomparável da ilusão
nos dias entre chuvas no perdão
no amor a cada instante a se compor

Lacrando o que pudesse
ainda me trazer
a sorte posso ver
no quanto se obedece
o passo que ora tece
a vida noutro ser
e gera este prazer
e dela sorte e messe
resgato o meu passado
e sinto este legado
em nova face exposto
sentindo em harmonia
o vento que traria
da vida suave gosto


o vento desordena
o tempo reproduz
a falta de uma luz
a voz que se envenena
a vida sendo plena
ao tanto quanto opus
caminho em paz se pus
ainda me serena
adentro temporais
e vejo muito mais
que mera imprevidência
buscando novo rumo
o quanto ainda aprumo
e tento esta clemência


os olhos em janeiros
diversos se moldando
no quanto surge quando
afloram-se canteiros
e sinto derradeiros
os dias revelando
o tempo se esgotando
em sonhos vis rasteiros
o quanto do desejo
ainda se rastejo
lampejos adivinho
no todo se mostrara
a vida desampara
se nela sou mesquinho

Nenhum comentário: