segunda-feira, 7 de junho de 2010

35741 até 35750

fosse um campeador
nestas sendas mais agrestes
da maneira que viestes
num instante sonhador
coração tramando amor
onde em sombra me revestes
tantas vezes não contestes
outro rumo em turva cor
nos delírios da emoção
os martírios costumeiros
e bebesse nos ribeiros
desta farta sensação
aflorando em versos vários
dias turvos temerários

delineias a pousada
de quem tente algum alento
e se tanto ainda tento
perceber na mera estrada
outra sombra desvendada
entranhando o pensamento
muito embora o sofrimento
rege a fúria dita o nada
sou assim e sendo disto
o caminho em que persisto
sem ter rumo ou sequer trama
a verdade diz do quando
coração atroz nefando
na verdade ainda clama

vem chegando à minha porta
a emoção que já pudera
desvendar qualquer espera
onde o sonho enfim se aborta
no cenário em que conforta
apascenta qualquer fera
e delira noutra esfera
tanta luz quando comporta
a verdade por si só
reduzindo qualquer messe
onde nada se obedece
onde o sonho vira pó

encontrando bem cerrada
a esperança noutra senda
sem ter nada que me atenda
ou talvez demonstre estrada
muito além da decifrada
onde tudo já se entenda
como sorte que se estenda
noutra face desnudada
rompo o tempo e ganho a sorte
do que tanto me conforte
ou deveras me sacia
a certeza neste olhar
dita cada caminhar
procurando um novo dia

nada além do velho medo
onde possa desfiar
a esperança de um lugar
onde seja disto e ledo
cada parte que concedo
noutra tanta a demonstrar
o que possa imaginar
sem decerto algum segredo
desta forma vejo o quanto
entretanto não me espanto
nem sequer já poderia
vendo a vida desta forma
onde o nada se deforma
e transforma o dia a dia

sendo mais além e assim
o que possa imaginar
ao beber deste lutar
noutra senda já se fim
desvendando ao que ora vim
penetrando devagar
ou se ainda hei de vagar
procurando ver em mim
o brilhar de uma esperança
onde o todo não avança
deixa o lodo para trás
e mergulho no vazio
onde mesmo me recrio
no que o tempo não me traz

sei que tanto se quebranta
a verdade noutra cena
onde o tempo me serena
onde a voz deveras canta
esperança se agiganta
e vagando sem a pena
mesmo quando me envenena
eu procuro e nada espanta
quem se sabe muito mais
do que tanto poderia
ou deveras a ousadia
perpetua vendavais
neles sorvo cada gota
noutra face atroz e rota

amor quando a vida gela
e transcende algum outono
o caminho aonde adono
a certeza dita a vela
e se bebo e se revela
o quando deste abandono
na verdade não abono
nem tampouco em mim se atrela
a certeza mais sutil
onde nada se previu
a não ser esta incerteza
bebo gota após o farto
e se nem sequer me aparto
luto contra a correnteza

quando abrisse a porta então
serviria como alento
o render do pensamento
noutra face e direção
onde bebo a servidão
não aquieta o sofrimento
e se tanto inda lamento
outros dias que virão
servindo de luminária
contra a fonte procelária
do vazio que se estende
no caminho mais sobejo
tanto quanto não prevejo
pouca coisa se desvende

a porta que se abrindo
trará dor e perdão
ao mesmo tempo em vão
deveras se eu deslindo
caminho já ruindo
em frágil direção
no quanto inda virão
os dias em quer brindo
na glória de um amor
em plena liberdade
e quando a dor invade
buscando o redentor
mas no gozo e prazer
mais fácil o esquecer

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