sábado, 12 de junho de 2010

36361 até 36370

1


Caminho que me leve
Além do quanto sonho
E quando me proponho
Meu passo mais se atreve
E mesmo se inda neve
Ou sendo o céu medonho
O véu logo deponho
E a dor se faz mais breve.
O passo rumo ao todo
Enfrenta medo e lodo,
E nada me contém
Nem mesmo o desvario
Se dele eu me desvio
Na busca por meu bem.

2

No mundo tanta vez
Eu me perdera em vão
Embora a solução
Mostrasse como vês
No olhar em lucidez
Nas horas que virão
E sendo meu verão
O inverno não se fez.
Mas tanto quanto pude
Viver a juventude
Sem medos, eu vivi,
Agora neste outono
Caminho que abandono
Jamais me leva a ti.

3

Distâncias percorri
Nos sonhos mais audazes
E quando os versos trazes
Volvendo então a ti
Encontro desde aqui
Nos braços as tenazes
E os olhos ditam fases
E nelas percebi
O todo transformado
Do vento desolado
Agora um manso afeto,
E sigo sem temer
O quanto possa ter
Meu prato predileto.

4

Tentando ser teu arco,
Pudesse acreditar
No amor quando raiar
Mesmo se fosse parco,
E quando em ti me embarco
Buscando um imenso mar,
E tendo onde ancorar
O mundo em mim abarco,
Não tento outra saída
Sequer a direção
Se tenho em ti timão,
Assim a minha vida
Encontra finalmente
O porto que apascente.

5

Amor que me deflagra
Aos poucos o estopim
Dizendo-me ao que vim
E quanto mais consagra
Percebo em mim a paz
Que tanto desejara
A vida bem mais clara
O amor a sorte traz
E tudo se transforma
No instante em que te vejo
E envolto em tal desejo
Jamais esqueço a norma
Da sorte que se entranha
Com força e fé tamanha.

6

Ah! Celestes desejos
Não pude acreditar
Nas ânsias do lar
Em meros vãos lampejos
Meus olhos tão andejos
Cansados de buscar
Quem tanto pude amar
Em dias mais sobejos
E agora não se vê.
A vida sem por que
O corte se aprofunda,
E tanto quis o dia
Em plena fantasia
Na sorte mais fecunda.

7

Nas telas que pintaste
Com cores mais sombrias
Gerando as agonias
E nelas o contraste
Com tudo o que teimaste
Marcando assim meus dias
Bem sei que não querias,
Mas tudo em mim roubaste.
O quanto sou agora
No nada se demora
E morro aquém do quanto
Pudesse ter enfim
Distando do jardim,
Em dor, tormenta e pranto.

8

As cores boreais,
Momentos soberanos
E quando em desenganos
Não vejo um novo cais
Pudesse muito mais
Mudando os velhos planos
Revendo os meus enganos
Querendo os teus cristais,
Assim seguindo em frente
Por mais que ainda enfrente
Tormentos vida afora,
O todo transcorrendo
Num mar imenso e tendo
O amor que me decora.

9

Por quantas vezes alma
Perdida insensatez
No vago se desfez
Gerando medo e trauma,
Apenas inda acalma
O amor quando inda crês
Provável lucidez
Ou mesmo apenas calma,
Mas tudo se moldando
E nisto desde quando
Enfim te conheci,
Eu te amo e não renego
E quanto mais me entrego
Bem mais eu vivo em ti.

10


Mas os teus braços mansos
Apóiam quem tentara
Vencer a dor amara
E ter nestes remansos
Os dias mais felizes
E neles poder ver
Além do amanhecer
O tanto quanto dizes
Em atos e palavras
Momentos sem igual,
O amor se magistral
Em paz sempre tu lavras
Colheita garantida,
Redime toda a vida.

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