domingo, 6 de junho de 2010

35631 até 35640

1

O coração ateia
Imenso fogaréu
No amor bom ou cruel
A mesma imensa teia,
No quanto da sereia
Olhar em mel e fel,
O verso segue ao léu
A lua ainda é cheia,
O canto poderia
Traçar em harmonia
O quanto mais desejo.
Porém na solidão
Apenas este não
Ainda agora vejo.

2

Empíreo caminhar
Na busca itinerante
Por quanto se adiante
O passo rumo ao mar
Aprendendo que amar
Deveras agigante
Quem tanto em fascinante
Estrada quis sonhar
Certeza muito embora
O tempo não demora,
A vida é mesmo assim
Princípio de emoção
Depois, o ledo não,
E tudo chega ao fim.

3


Ao longe derramando
Imensa claridade
Aonde há liberdade
O tempo se faz brando
Mas desde mesmo quando
A fúria nos invade
O todo se degrade
Em nada se formando,
O rosto pacifista
Agora não se avista
Apenas o terror
De um mundo sem decência
Sem paz e sem clemência
Sem vida e sem amor.


4

A nuvem que nos ronda
Tomando o céu imenso
E quando em ti eu penso
Exposto em louca ronda
A morte também sonda
E nada mais intenso
Do quanto recompenso
Meu mar em frágil onda,
Resisto o mais que posso,
E quando ainda endosso
O rumo com meu sonho,
O cais já não se vê
A vida sem por que
O olhar mero e tristonho.


5

A vida mais solene
No quanto pode ou deve
E sendo feita em neve
O quanto não serene
E tanto me envenene
No coração mais breve
O amor que não se atreve
O corte que não drene,
A vida segue assim
E do começo ao fim
Em trancos e barrancos
Os dias são diversos,
Porém bons ou perversos
Meus sonhos seguem mancos.

6

Tivesse mais idéias
E nelas eu pudesse
Traçar em rumo e prece
As várias alcatéias
Enquanto em assembléias
A sorte nega a messe
E o coração padece
Apenas nas platéias,
Resumo o verso quando
No olhar se transbordando
A lágrima domina,
Pudesse ter nas mãos
Além dos dias vãos
Uma alma tão menina.

7

As horas ditas santas
As velhas ironias
E quando te recrias
Tentando enquanto cantas
Disfarces, velhas tantas
Manhãs em agonias
E ausentes fantasias
Ao longe desencantas,
Realça com engodo
O passo em pleno lodo
O todo se dizima,
E a vida que pudera
Ser sempre primavera
Agora muda o clima.


8

A sorte que me embala
O medo de perder
O rumo sem querer
A vida da vassala
Vergonha dita a sala
E gera outro poder
No quanto posso ver
Do todo alma não fala,
Resumo de uma luz
Se tanto já me opus
E busco direção
Talvez seja melhor
Redimir no suor
A farta ingratidão.

9

O mero sonhador
Procura nova senda
Aonde ainda estenda
O grande imenso amor,
Cevando cada flor
E nela sempre entenda
A vida sem contenda
Sem guerra, em paz sem dor.
Vivendo este possível
Caminho mesmo incrível
Nas mãos de quem nos ama,
Mantendo esta esperança
A liberdade avança
E acende a etérea chama.

10

São meras fantasias
Os passos que se dão
Em frágil direção
Ausentes alegrias,
O quando inda querias
E sei já não virão
Momentos de verão
Em plenas agonias
Utópica beleza
Tomando esta certeza
E o prazo já se finda,
A sorte que tentara
Agora em face amara,
Porém não morta. Ainda...

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