quinta-feira, 28 de abril de 2011

1

Não quero saber do que tanto me afeta
Palavra que corta também me alivia
A senda maior procurando outro dia,
E nisto permita talvez ser poeta
Quem tanto reluta buscando a completa
Vontade que traga viva poesia
No tempo que tenta fugir da agonia
A vida em cenários expressa outra meta.
Vencido ao acaso meu mundo parece
Que segue seu rumo propondo esta prece
Que nada adianta nem mesmo redime
De um tempo que possa trazer dimensão
Do amor mais suave, vagando em sertão
Na lua divina diversa e sublime.

2


Entendesse a noite como tempestade
Que tanto traduza momentos em paz,
Vagando em estrelas o tempo se faz
Enquanto a verdade num tanto me invade,
Buscando somente viver claridade
Na luta que mostre caminho mordaz,
O verso se apronte marcando o que traz
Na sombra do tempo, vital liberdade,
O mundo cerzindo medonha figura,
A vida transforma suave ternura
E bebe a verdade com toda constância
Gerando o que tento viver mansamente
E quanto se queira deveras se tente
Trazer no sorriso vital elegância.

3

Não quero temores, apenas o sonho
Nem mesmo rancores, ousando cantar
No amor que se faça diverso luar
O todo que anseio decerto eu componho,
Divago no tempo, mergulho em risonho
Caminho que leve somente ao sonhar,
E tanto se queira; divino lugar
Aonde o que sinto pudesse contar.
Nas tramas da noite viver alegria
Do tempo que segue na sorte se guia
O mundo sem rumo sem ter direção,
A vida esfacela qualquer dimensão...

4


Jamais poderia não fosse esta vida
Que tanto se molda procurando paz
O canto suave verdade mordaz
A luta que trama velha despedida
Não tento onde possa saber da saída,
O passo em cenário diverso se faz,
O mundo tentando pudera, capaz
De ter o que a sorte decerto duvida.
Já não caberia qualquer novidade
No tempo que brada vital liberdade
De um velho sem rumo, momento feroz,
Navego sozinho procurando a praia
E quando a verdade no fundo já raia
De nova esperança se esperando a voz.

5


Já nada me traga sequer novo dia
Talvez o que veja não diga o futuro
O quanto desejo também já procuro
E nada em verdade decerto teria
Não fosse esta sorte fatal fantasia
Que possa em caminhos ousar sobre o muro
Na luta insensata no chão que perduro,
E sei do que tente restando agonia.
Meu verso embaraça cabelos ao vento
O meu dia a dia traduz sentimento
Que siga sem medo nem mesmo se faz
Apenas reflexo da vida sem paz
E quando outro rumo por certo eu invento
O quanto viria deixei para trás.


6


Não tenho palavra que possa dizer
Do quanto se enreda vivendo a loucura
De ter fantasias e tanto procura
O quanto da vida pudesse viver,
O manto recobre trazendo o prazer
E sei do que possa viver tal tortura,
Gerando o caminho causando a ruptura
Que tanto negava não querendo ver.
O corte profundo saudade venal
O vento que invade trazendo outro astral
Na rota sem rumo meu mundo perdido,
O sonho se mostra traçando o sentido
Que tanto queria viver, esquecido
Num ato que fosse talvez desigual.

7


Não tendo palavras, arando o meu sonho
O quanto te quero pudesse cerzir
Nas tramas dos ermos anseios, por vir
O que mais se possa, tentara e componho
Num ermo diverso caminho tristonho
Pousando entre o tanto que buscasse ouvir
Marcando a verdade no quanto partir
E depois da luta tudo eu decomponho.
Vencesse meu medo restando o momento
Que tanto segredo marcando este vento
Que fosse diverso do que já te dei,
Domina a verdade marcando este instante
Que nada promete, somente garante
O quanto se encontra dominando a grei.

8


Na sorte que passa momento diverso
No tempo onde o sonho pudesse sentir
O mundo se molda sem nada por vir
Apenas o quanto pudera meu verso
E quando sozinho tanto desconverso
Pousando a verdade num tempo a seguir
O manto que cobre versão a cumprir
Do santo caminho cenário disperso,
Resumo meu canto no que poderia
Trazer na verdade quem sabe outro dia
Vivendo a palavra sincera e ferrenha
Ditando o que possa no todo e contenha
Meu mundo suave, versando em meu sonho
Que tanto se faça, resumos componho,
E sei da saudade mordaz e temida
Gerindo o passado dominando a vida.


9


Não quero mentiras apenas verdade
E o tempo cansado de tanto lutar,
A vida parece distante lugar
E sei do que possa caminho que evade,
Viver sem que veja vital liberdade,
No quanto pudesse sem ter o luar,
Seguindo a palavra sem tanto teimar
Talvez resumisse depois claridade,
Não quero momentos aonde se possa
Trazer a vontade que fora tão nossa
Num longo tormento, vencido e cansado,
O passo permite caminho traçado
No tanto que quero mergulhando em vão
Encontro em teus braços a doce ilusão.

10

Nos meus dias tristes a sorte não veio
E apenas resisto sem ter outro rumo,
O quanto pudera deveras resumo
E bebo a palavra num total anseio,
Meu mundo calado, meu verso receio,
O que mais teimasse, somente consumo
No quanto se resta tentando outro prumo,
A vida seguindo somente rodeio.
Galgando o passado deixando o futuro
O canto se esforça marcante momento
E quando se tenta vagando procuro
Espero o caminho e sigo ou mais tento
Saltar sobre as tramas ousar sobre o muro
Entregue sem medo vestido de vento.


11

O tempo que passa não volta jamais
O verso que tento jamais consegui,
Amor que sonhara vivesse ora em ti,
A sorte fugindo, momentos fatais,
Ousasse esperança presente no cais
E nesta lembrança tormentos vivi,
O quanto me alcança vagasse onde vi
O mundo sem medo marcantes sinais.
O vivo passado, sonhando com ritos
Diversos momentos, ou sonhos bonitos
Que tanto se faça palavra sincera
Viver o que possa nova primavera,
Pensando em teus braços, distante do sonho,
Que tanto desejas e tanto componho.

12


Não quero tal sorte nem mesmo se venha
O tempo que possa moldar novo rumo,
O passo trazendo meu canto, o consumo
E bebo esperança na luta que empenha,
A vida não trama sequer uma lenha
E tento o passado vivendo este sumo,
Sabendo o vazio produto que assumo
No quanto receba verdade que tenha.
Somente um alento mergulho no vão,
Espero sem medo qualquer solidão
E venço os temores ainda que possa
Traçar esperança, diversa e tão nossa,
Na luta que tento sem medo ou fastio,
O tanto restando traçando o que eu crio.

13


Não tenho a certeza tampouco teria
Da vida sem pressa marcando o final
Do dia que possa trazer afinal
O mundo onde tenha maior alegria.
Jamais tive a sorte que tanto podia
Fazer da esperança momento fatal
Restando o sentido, feroz e banal
Do quanto se queira falsa alegoria,
Meu prazo termina gerando o não ser,
O que mais pudera renega o prazer
Do todo sem rumo, sem nexo ou verdade,
A luta se mostra vital liberdade,
E gera o que possa talvez conceber
No fim deste sonho total claridade.

14


Bebendo outro trago na noite que ronda
O verso se mostra vestindo este sonho,
O quanto pudesse viver te proponho
E sei do passado, penetrando outra onda
A luta se traça jamais eu me esconda
Do que fosse vida sentido risonho,
E nada mais quero, somente reponho
Enquanto a verdade meu tempo em si sonda
Já nada comporta quem tanto tivera
Pousando tão manso, viver nesta espera
De um dia suave, depois da tempesta
O quanto pudesse talvez me trouxesse
Além do que quero palavra merece
O todo que a vida deveras me atesta.

15


Não quero sentido sem nada a pensar
Viver desvalido caminho sem rumo,
E quando premido do tempo, em resumo
Mergulho sozinho, tentando vagar,
O rumo se perde num canto sem par
O todo que possa traduz o que assumo,
Vestindo esta sorte bebendo este sumo,
Tramando o passado navego teu mar.
O peso da vida, vergando o costado,
O corte profundo, nunca desejado,
O medo sem nexo, terror sem juízo
O quanto queria, jamais necessito,
E quando em tais nuvens apenas matizo
O toque que trazes não fora preciso.

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