Mil perdões
Perdoe cada audácia deste verme
Um ser tão tenebroso e até risível
A face mais atroz rude e temível
Podre e asqueroso ser, um tosco inerme,
Ao todo que deveras me concerne
Esbarro nos esgotos que cultivo
E quando se presume mais altivo
Minha alma sem sentido ora se inverne,
Perdoe cada sonho que inaudito
Jamais se cumpriria, enfim de fato,
O todo que decerto ora constato
Retendo na garganta o torpe grito,
Meu tempo desolado, amargo e gris,
Porém um ledo inseto enfim, te quis...
Loures
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