Sangue e corte
Os olhos entremeiam sangue e corte
A sombra do que fui não mais reflete
O tanto que pudesse e o canivete
Promete simplesmente o fim e a morte,
Sem nada que deveras me conforte
O todo quanto resta e me compete
No fundo assinalando o que repete
A luta traz a fúria em vento forte,
O bêbado cenário em tom sombrio
O velho caminhar em desafio
O desvario feito dia a dia,
E o caos que nos servisse como alento
Marcando o que me reste e mesmo tento
Vencer o que jamais conseguiria...
Loures
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