CARCOMIDO
Um velho carcomido pela sorte
Apenas nada além deste fantoche
Que tanto se expusera ao vão deboche
E agora procurando a doce morte,
Sem nada que deveras me conforte,
A velha solidão, sofrível broche,
O sonho que a verdade logo moche
O manto já puído em ledo corte,
Nas rugas e grisalhas esperanças
Enquanto sobre o corpo ris e danças
Encarquilhado verme se esmagando,
O tempo foi cruel, nada mais falo,
Do quanto mal sobrara este vassalo
Expressa o quanto vale em mundo infando.
LOURES
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