sábado, 20 de novembro de 2010

50521 a 50530

50521

O quanto é mais sombria
A tarde dentro em mim,
O tempo diz do fim
E o mundo não se adia,
A vida em agonia
E nunca traz enfim
Porém o mundo assim
A leda fantasia.
O caos já não trouxera
Ainda a primavera
Do tanto quanto pude
Vencendo a tempestade
O mundo ora se evade
E mata a juventude.


50522

O quanto em voz imensa
A sorte se aproxima
E muda todo o clima
Aonde não compensa
A sina não convença
Quem tanto ora se prima
No verso enquanto estima
A rústica e vã crença.
Depois do caos o fato
E enquanto mal constato
O quanto inda virá
A sorte se desenha
E nada mais contenha
A luta desde já.

50523

O quanto se tortura
Nas ânsias mais atrozes
Procuro meus algozes
Nos ermos da loucura
E nada em amargura
Desenha novas fozes
E trazes os velozes
Caminhos já sem cura,
A voz não mais se ouvira
A luta diz mentira
E a pira se apagando,
A chama na verdade
Enquanto se degrade
Transforma o mundo infando.


50524

O quanto excelso e claro
Cenário aonde um dia
A luta moldaria
O mar onde declaro
O prazo em desamparo
A marca em poesia
A sorte esta arredia
Esgota um mundo raro,
Espelhas neste olhar
O nada a se moldar
Nas ânsias de quem sonha,
Vagando sem destino
Aos poucos determino
A sorte vã, medonha...

50525

O quanto a companheira
Trouxesse em doce alento
A vida enquanto tento
Aos poucos já se esgueira
Amar mera bandeira
Exposta ao forte vento
E gera o sofrimento
Além do que se queira,
Não pude e nem devia
Ousar em fantasia
Aonde o nada rege
Somente o passo em vão
A leda direção
No encanto de um herege.


50526

O quanto do trabalho
Expressa a luta e a paz,
A guerra não compraz
Nem mesmo o que batalho,
E quando além espalho
O canto mais mordaz
Jamais se satisfaz
Um dia amargo e falho,
Esqueço cada verso
E bebo ou me disperso
Acolho novo engano,
Depois de tanta luta
A sorte mais astuta
Traduz onde me dano.

50527

O quanto a vida esquece
Do dia que passaste
Gerando no contraste
Aquém da velha prece
O rumo onde se tece
O tanto em vão desgaste
E nada mais legaste
A quem nada merece,
Esqueço os meus enganos
São rotos toscos planos
E mortas ilusões,
Deveras sem limites
Aonde não permites
Tampouco o sonho expões.


50528

O quanto em recompensa
Pudesse imaginar
Ao ver novo luar
A sorte me convença
Do quanto seja tensa
A senda além do mar,
E nada mais que amar
Talvez em desavença.
Escravo da ilusão
Os olhos não verão
Verões nem primaveras,
Apenas neste inferno
A luta em pleno inverno
Alimentando feras.

50529

O quanto perde o viço
A vida sem a glória
E sendo merencória
Num solo movediço,
Trazendo um desserviço
A quem leda memória
Revela a vaga história
Em tom atroz, mortiço
Escrevo em verso frágil
O dia quando em ágil
Desenho poderia,
Depois de certo tempo
Envolto em contratempo
Matasse a fantasia.

50530

O quanto deste bem
Jamais sonegaria
A rude fantasia
E nada mais convém
Audácia segue além
Do quanto poderia
E nesta alegoria
Do sonho sou refém,
Perdera algum sentido
E sinto e dilapido
Meu verso sem razões
E nada mais pudera
Ainda enquanto a espera
Não dá mais soluções.

Nenhum comentário: