terça-feira, 16 de novembro de 2010

50301 a 50340

50301

Aéreas ilusões, caminhos tantos
E sei dos meus enganos quando vejo
O todo noutra face e deste andejo
Caminho se desenham tais quebrantos
E nisto se moldando desencantos
Aonde cada passo inda desejo
Marcando o quanto pude noutro ensejo
Vivendo sem sentido pelos cantos,
Apresentando a sorte que pudesse
Traçar noutro momento uma benesse
Vagando sem destino vida afora.
Amor sem ter juízo nega a sorte
E nada mais decerto nos conforte
Enquanto a solidão teima e devora.

50302

Aéticos cenários, vida rude
E o canto se traduz noutro sinal
A vida poderia magistral,
E quando se apresenta tanto ilude
Matando pouco a pouco a juventude
Traçando do vazio um madrigal
Roubando a claridade num venal
Momento com certeza em atitude.
O rústico caminho dita a rota
E o todo quando o posso ora se esgota
Marcando com terror o quanto eu quis
Somando cada perda, na verdade
O todo sem sentir tanto degrade
Gerando dentro da alma a cicatriz.


50303

Aeróbio momento aonde o vida
Transcorre com ternura e dita o fado
E neste desenhar jamais me enfado
E sinto a sorte enquanto não se olvida
O todo noutra face, uma saída
Marcando com brandura este legado,
O dia noutro dia desenhado
Gerando a sorte imensa e presumida.
Amar-te é como ter além de tudo
O quanto na verdade se me iludo
Expresso em verso e paz o raro alento,
Deveras o caminho se desenha
E a vida noutro tempo dita ordenha
Do imenso delirar em provimento.

50304

Aeroplanos vagam pelos céus
E ditam novos rumos a quem sigo
Trazendo a cada pouso um novo abrigo
Vencendo os mais terríveis fogaréus
Os dias entre tantos dizem véus
E neste caminhar tento e consigo
Viver o quanto pude e sei comigo
Os tempos noutros tantos mais incréus.
Resplandecendo a luz desta esperança
Enquanto o meu desejo a ti se lança
Mergulho nos teus braços e me entrego
Ainda quando pude imaginar
A força sem temor do raro amar,
Alimentando em paz, assim meu ego.


50305

Aeroportos dizem da chegada
Assim também da leda despedida
Ousando resumir a nossa vida
Trazendo o quanto vem e logo evada,
A sorte se desenha em escalada
Diversa da que pude e se lapida
A imagem noutro rumo presumida
Marcando com certeza cada estada.
Espero após o todo um novo dia
E nisto meu amor decolaria
Galgando este infinito no teu braço,
E sei do quanto posso ou quanto vejo
No sonho mais audaz, raro desejo,
Meu mundo no teu mundo eu entrelaço.


50306

Arrasto o sentimento enquanto tento
Vencer o dia a dia mais atroz
E o mundo se desenha em rara foz
Traçando outro caminho sem tormento,
Ainda que pudesse ora alimento
A sorte com o tempo vivo em nós
Ousando na esperança mais feroz
Deixando para trás o sofrimento,
E sinto o quanto possa ser assim
Vivendo a plenitude de onde eu vim
Marcando com ternura cada passo,
E o todo se aproxima deste brilho
Aonde cada espaço ora palmilho
E um tempo mais feliz decerto eu traço.


7

Arcando com meus erros e abandono
O tempo não permite nova chance
Ainda quando o todo não se alcance
O passo sem sentido desabono,
E quando outro momento agora eu clono
A vida noutro passo, algum relance
Em sonho mais harmônico se lance
Gerando o quanto quero e em paz me adono.
Esqueço os meus enganos e presumo
A sorte nos teus braços raro sumo
Vagando sem temor além do cais,
E sinto a cada instante o que inda vem
O amor se desenhando sem desdém
Refém dos dias calmos, magistrais.


8


Arpeja dentro da alma a sorte e dita
O quanto traz em sonho a melodia
E o tempo na verdade me traria
Somente a imagem rara e tão bendita
A sorte desenhada se infinita
Expressa muito além da fantasia,
E o passo se traçando em harmonia
Gerando imagem rara e mais bonita
Palpita dentro da alma esta emoção
Fomenta esta paixão, rara fornalha
E o canto noutro rumo ora se espalha
Vagando dentro em nós e se verão
Os dias mais felizes com certeza
Os dados se jogando sobre a mesa.

9

Artelhos congelados, noite fria
A morte se aproxima de quem sonha
A face desdenhosa e mais medonha
Gerando tão somente esta agonia,
Meu passo com certeza não traria
O quanto se desenha e não se oponha
A luta noutra senda agora enfronha
E traça com amor esta harmonia.
Esquivo-me da dor ao te saber
Bebendo em tua boca tal prazer
E nisto me completo totalmente
Assim sem ter temor sequer algum
Dos dois agora resta apenas um,
Um corpo noutro corpo plenamente.


50310


Arranco dos meus olhos tal imagem
Daquela que pudera ser alheia
Ao quanto deste encanto nos rodeia
Tramando com ternura esta viagem
Além do que pensara ser miragem
A vida com certeza se permeia
Do tanto quanto a quero e devaneia
Vestindo esta emoção, sobeja pajem.
No manto desenhado em noite clara
Amor em plenitude se declara
E mostra algum sentido a quem um dia
Pudesse adivinhar outro momento
E nisto com certeza eu me alimento
Do quanto me trouxeste em poesia.

11

Areias movediças concebidas
Na praia sem sentido e sem razão
Os dias na certeza que trarão
Apenas outras luzes resumidas,
Marcando o que deveras já duvidas
E sei deste momento sempre em vão
A sorte se aproxima e a decisão
Transforma para sempre nossas vidas.
O todo se aproxima do infinito
Amor é tudo quanto eu necessito
E sinto ter nas mãos este futuro,
Destarte sendo assim somente teu
Meu canto no teu canto percebeu
O quanto deste encanto eu asseguro.

12

Arranjos tão diversos, motes vários
Momentos mais felizes que concebo
O amor já não seria mais placebo
E nele se presume itinerários
Diversos dos antigos, temerários
E quando nos teus braços eu me embebo
O sonho a cada instante ora percebo
Deixando para trás os adversários,
Vagando nos teus braços sou além
Do quanto na verdade sei que vem
E gero esta emoção em plena luz
O canto se apresenta quando o quis
E sei que tanto sou ora feliz
Seguindo cada passo onde reluz.

13


Arpoas com teus olhos, sentimento
E sigo sem defesas cada passo
Aonde o meu delírio agora eu traço
E neste raro amor eu me alimento,
Vencendo qualquer dor ou sofrimento
Ainda quando envolto no cansaço
Aos poucos o vazio é mais escasso
E o tanto que desejo ora fomento,
Esbanjas alegria a cada olhar
E neste raro sonho a se mostrar
A luz que nos tocando me inebria
Abrindo este portal eu me matizo
No toque mais audaz e mais preciso
Gestado pela rara fantasia.


14

Arcanjos, querubins, sonhos diversos
E tanto quanto possa ser feliz
A vida na verdade sempre diz
Dos vários e sobejos universos
Unindo com firmeza laços, versos
E nisto se presume o quanto eu quis
Sem medo deste céu que ainda gris
Entranha por caminhos tão dispersos,
Aprendo com ternura o que virá
E sei de cada lábio este maná
Criando dentro em nós a eternidade,
Meu mundo se completa no teu mundo
E assim nos teus momentos me aprofundo
Bebendo com brandura e liberdade.


15


Arrisco cada passo rumo ao tanto
E bebo gota a gota esta esperança
Meu canto novamente a ti alcança
E assim o meu futuro em paz garanto
Aonde se pudesse em novo canto
Traçar o quanto quero em confiança
A vida sobrepõe no quanto avança
Moldando com beleza em raro encanto.
Esqueço dos meus erros e presumo
A sorte desenhada em raro sumo
Audaciosamente sigo em ti
O quanto quero e bebo deste sonho.
E sei que mesmo sendo mais tristonho
Meu mundo no teu mundo eu persegui.


16

Aríetes visíveis noutra vila
A sorte de quem ama e se permite
Vencer qualquer temor e sem limite
O canto desenhado em paz desfila
Ainda que pudesse não destila
O medo aonde o todo necessite
Do sonho mais bonito e se acredite
Na paz que na verdade não vacila,
Esqueço dos enganos sigo em ti
O quanto da esperança eu concebi
Ousado caminheiro do futuro,
E o tempo se apresenta em calmaria
A brisa com certeza nos traria
Um porto mais suave e mais seguro.


17

Arcaicas ilusões, momento rude
Aonde o meu caminho se perdendo
Traduz cenário torpe e mesmo horrendo
Ainda quando tudo sempre mude,
Não tendo mais comigo a juventude
O passo noutro rumo diz remendo
Remando contra tudo, não me emendo
Apenas desfilando em plenitude,
Acaso se vieres tu verás
O quanto deste amor traduz em paz
O todo desejado e muito além
Do tanto em sintonia e nisto traço
O sonho com certeza passo a passo
E o mundo mais tranquilo sempre vem.

18

Arisca madrugada sem ninguém
Deitando na sarjeta da esperança
A sorte na verdade já balança
E traça tão somente este desdém,
O quanto na certeza nunca vem
O passo sem destino nada alcança
E o rumo desolado ora me cansa
Marcando cada passo muito aquém,
O todo transformando cada cena
E o tanto quanto possa não condena
E gera outro momento em plena luz,
Assim ao mergulhar sem mais defesas
Dos olhos os meus olhos, meras presas
Teu canto neste instante me conduz.

19


Arestas apontadas sigo em frente
E nada mais permite qualquer queda
A sorte quando em ti hoje se enreda
Marcando com ternura o conseqüente
Caminho aonde o todo sempre tente
Gerando o que deveras já nos seda
E vence com ternura e se envereda
Ousando no final ser plenamente
Do quanto imaginário sei o sol
Que toca a tua pele e qual farol
Conduz esta barcaça ao infinito,
Deveras tanto sonho se presume
E a vida se entranhando chega ao cume
E nisto todo o canto eu necessito.


50320



Arando com o verso a lavra rara
Pousando o sentimento em teu abraço
O mundo que em verdade bebo e traço
A sorte noutro rumo se escancara
E vendo este cenário cara a cara
O quanto poderia ser escasso
Agora se aprofunda noutro traço
E a vida neste fato se prepara
Ainda que pudesse ser alheio
Ao quanto na verdade inda rodeio
Esbaldo-me dos sonhos onde um dia
Pousasse dentro da alma a luz intensa
E nela esta alegria se compensa
Marcando o quanto a ti sempre eu queria.


50321

Atento ao que viria após o nada
Expresso a solidão em absoluto
Caminho aonde tanto já reluto
E a noite nesta cena degradada
Apenas a emoção enquanto invada
E nisto se desenha o velho luto,
O passo mais audaz, e mesmo astuto
Enveredando além na velha estrada,
Esqueço dos meus erros e prossigo
Na curva da saudade, vou contigo
E bebo cada gota de um passado
E nesta maravilha de poder
Tentar adivinhar algum querer
Dos ermos de minha alma enfim me evado.


50322

Atravessando as ruas e avenidas
Tentando novo rumo aonde um dia
O tempo noutro tempo fantasia
Ousando caminhar em novas vidas,
As horas mais audazes, despedidas
O tanto quanto possa e não teria,
Somente este cenário em agonia
E nele novas chagas e feridas,
Ainda quando pude ter nas mãos
Momentos de ilusão, audazes, vãos
Errara a direção e sem proveito,
O mundo desabando em caos e medo,
Aos ermos de minha alma eu já concedo
A sensação atroz onde me deito.

50323

Ativas noites seguem passo e rastro
De quem se fez além de tão somente
Da vida e do sentir rara semente
Vagando pelos céus um divino astro,
Os sonhos do passado já não castro
E quanto mais a vida se alimente
Do sonho ainda vivo e mais presente
Aos ermos do infinito então me alastro,
Escravo das vontades mais audazes
A noite se emoldura enquanto trazes
Os brilhos prateados de tais luas
E nelas entre tantas maravilhas,
As sortes pelas quais decerto trilhas
Expressam raros sóis que ora cultuas.

50324

Atuas como fosses soberana
Reinando sobre todo o pensamento
E quando algum refúgio além eu tento
A vida noutra face desengana,
O tanto quanto possa e se profana
A luta já não tem discernimento
E deixando aflorar o sofrimento
Deveras se desenha desumana.
O canto se espalhando pelos ares
E quando perceberes e notares
Verás o meu olhar a te seguir,
Estrela radiante, noite imensa
Do tanto quanto quero mais convença
Vontade de viver o que há de vir.

50325

Atenciosamente a vida traz
A quem delira um fato a cada instante
De um mundo mais diverso e fascinante
No passo que se mostre mais audaz,
O manto se recobre em rara paz,
E o pranto na verdade não garante
O caos que tanto quis e doravante
Somente se deixando para trás.
O prazo determina o ledo fim
E vivo cada frase estando em mim
A etérea sensação de plenitude,
A noite se adentrando na minha alma,
Nem mesmo a solidão vaga me acalma,
Deveras novo sonho desilude.

50326


Atônito; eu percebo o fim de tudo
E a vida não prossegue após o caos,
Ainda que me restem velhas naus
Ao fim não me concebo e desiludo,
A sorte se afastando e me transmudo
Ousando nos momentos torpes, maus
Faltando como sempre alguns degraus,
O coração expressa um sonho mudo,
Apresentar a luta a cada instante
E ao fim de certo tempo não garante
Sequer o quanto quis e não teria,
Amar sem ter noção de ser amado,
E nisto a vida dita o mesmo fado,
Num misto de terror e de alegria.


50327

Atrelo cada sonho que tivesse
Aos tantos que me deste de presente
A vida noutro rumo se apresente
E nisto se desenha tal benesse,
O quanto deste amor se estabelece
E gera novo fato imprevidente,
O marco se apresenta quando eu tente
O vasto caminhar que me entorpece.
Resumos de outros tantos quando um dia
O tempo noutro cais aportaria
Gerindo cada passo rumo ao farto,
Depois de certo tempo sem ninguém
Apenas o vazio ainda vem
E nisto cada dia em paz reparto.

50328

Atrozes noites vagas, solidão
E o tempo não desenha novo rumo,
Ainda quando mesmo me resumo
Nos ermos que deveras me trarão
Os sonhos mais audazes de um verão
E bebo a fantasia em raro sumo,
O todo noutro fato se me esfumo
Da vida a mais ingrata tradução.
Esqueço cada passo e não tendo
Sequer outro momento, sou remendo
Dos erros em retalhos já tecidos,
E os dias quando os tenho mais presentes
No fundo com terror tu me apresentes,
Caminhos sem sentido, ora perdidos.

50329

Atípicos momentos de uma vida
Jogada pelos cantos, sem defesa
O amor quando nos pega de surpresa
E a sorte noutra face em vão acida
Prepara para além a despedida
Ousando com terrível sutileza
Deixando para trás por sobre a mesa
Apenas ilusão mera, estendida.
As flores no jardim, cada canteiro
Traduz aonde possa e se me esgueiro
Esbarro nos tormentos mais venais,
E bebo em tua boca esta saliva
Que tanto com certeza me cativa
E gera dentro da alma os temporais.


50330

Ativista dos sonhos, o poeta
Pudesse acreditar em cada verso
Traçando dentro da alma este universo
Aonde a vida inteira se repleta,
Palavra onde o tempo já completa
E traça este caminho onde disperso
E nisto mesmo um mundo mais perverso
Expressa a minha senda predileta,
Vestindo a fantasia mais vulgar
O manto se puindo devagar
O corte expondo a chaga de minha alma,
Sangrias entre tantas, noutro engodo
Ainda vejo em mim o velho lodo
E nem a fantasia em paz me acalma.

50331

Autuas com teus ermos meu caminho
E tentas novamente me guiar
Aonde poderia algum luar
Eu vejo o meu cenário mais sozinho,
E sei quando pudera e assim me aninho
Nos cantos onde pude imaginar
O todo se aproxima a divagar
Gerando dos meus sonhos, ledo ninho,
Apresentando enfim a solidão
Expresso os dias tantos que trarão
Apenas no vazio este momento,
E o canto se perdendo sem razão
A vida não encontra a dimensão
Exata que em verdade, sempre tento.

50332

Áureas as sensações que pude crer
E nelas meu tesouro adormecido,
Aos poucos quando o sonho em mim lapido
Traduzo o quanto resta em bem querer,
O passo se traduz noutro prazer
E vejo o teu olhar enternecido,
E o canto que pudesse ser ouvido
Ainda noutro tom a me envolver,
Vasculho cada ponto desta casa
E o tempo a cada instante se defasa
Ousando no vazio após o todo,
Dos sonhos que inda trago, nada resta
Senão a mesma imagem mais funesta
Gerada pelo medo e pelo engodo.


50333


Aurífera expressão de amor e glória
Perdida no passado mais diverso
E quando para além eu desconverso
A sorte se desenha merencória,
Não trago mais sequer nesta memória
O todo desenhado em luz e verso
Perdido nos anseios do universo
A vida se moldando, velha escória,
Espero qualquer sonho que não veio,
E nisto tão somente ora receio
O prazo determina o fim de tudo,
E quantas vezes tive em minhas mãos
Momentos mais felizes, hoje vãos
Porquanto a cada dia mais me iludo.


50334

Autêntico cenário aonde um dia
O sonho poderia ser tranquilo
E quando nos teus braços me perfilo
O tempo na verdade não se adia,
Ainda quando quero em fantasia
O tanto sem destino ora desfilo
E bebo da ilusão em raro estilo
Tentando pelo menos a alegria,
Ousando e com certeza, magoado
O tanto quanto a quero e sei e brado
Ouvindo deste mar a imensidão,
Gerasse dentro da alma simplesmente
O canto que em verdade a vida tente
Traçar como se fosse meu timão.

50335

Autenticar os erros de um passado
Atravessando os ermos de um vazio
Cenário aonde o canto eu desafio
E trago a solidão porquanto evado,
E o tempo noutro tanto desenhado
Gerando tão somente o ledo estio,
Ainda quando possa em desvario
Vencer o dia sempre desolado,
Apresentando além desta desculpa
A sorte que em verdade não esculpa
Sequer o quanto pôde ou mais queria,
No ocaso desta vida, anoitecer
Tomado pelo enorme desprazer
Traçando tão somente esta agonia.


50336


Autista pensamento toma tudo
E bebo a solidão de minha ermida
Trazendo mais aberta esta ferida
E neste caminhar me desiludo,
O rumo que pudesse e não ajudo
A sorte mesmo estando distraída
Do quanto poderia e já duvida
No fundo todo engano agora eu mudo,
Expresso solitário caminhar
E tento noutro tempo mergulhar
Ousando aonde a vida não traria
Sequer qualquer momento em paz e luz,
Aonde meu caminho reproduz
Apenas a vontade amarga e fria.


50337


Aumente o som enquanto a vida passa
E tente perceber outro sentido
Enquanto na verdade dilapido
O todo numa espécie de fumaça
A luta a cada instante mais embaça
O rumo aonde tanto presumido
Cenário se transforma e quando olvido
Adentro sem sentido algum tal praça,
A lua se escondendo em densa bruma
Minha alma sem proveito se acostuma
Aos erros de quem tenta ser feliz,
O tanto quanto um dia pude ver
Agora ao perceber já se perder
Deixando no passado amor que eu quis.


50338

Aumento esta freqüência de emoções
E nelas entranhando o meu caminho
E quantas vezes tento ou adivinho
Os dias onde tanto tu me expões,
As sortes em diversas dimensões
O corte mais atroz, mesmo mesquinho
Bebendo em tua boca o doce vinho
Em festas sem igual, em explosões
Restauro cada passo aonde um dia
Pudesse e com certeza mudaria
O rumo de uma vida sem proveito,
Neste horizonte aberto nada vindo
O quanto poderia ser infindo
Expressa a solidão quando me deito.


50339


Aurora da esperança o sonho em nós
Traduz o quanto pude ou mesmo quis,
E tendo este momento mais feliz,
A sorte desenhando nova foz,
Amar e ser deveras mais feroz
Seguindo cada rastro por um triz,
Expresso a solidão e nada fiz
Senão cada segundo, mesmo após.
O prazo determina o fim de tudo,
E quando no final me desiludo
Encontro a mesma face solitária
De quem se tenta além do mais provável
Caminho quando muito impenetrável
Minha alma, simplesmente leda pária.

50340

Autômatos somente e nada mais
Assim já nos sentimos quando a vida
Expressa a mesma face presumida
Navega entre tantos vendavais,
Pudesse acreditar e se jamais
O tempo dita a sorte construída
Na cândida loucura permitida
Ousando na esperança como um cais.
Espero o desenhar de um novo tempo
Vencendo o mais diverso contratempo
Arcando com enganos costumeiros,
E tanto poderia ser feliz,
Mas quando a vida tanto me desdiz,
Esqueço no passado os meus luzeiros.

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