sábado, 20 de novembro de 2010

50501 a 50510

50501

O quanto nada diz
Do pouco ou mesmo até
Dos vários tons da fé
O ser/não ser feliz,
E o caos se por um triz
Gerasse por quem é
O todo sem galé
Liberta geratriz.
O canto sem proveito
Momento onde me deito
Nos ermos do talvez,
Quem sabe ao fim de tudo
Enquanto desiludo
Já nada ainda vês.

50502

O quanto pude ou não
Gerar dentro do sonho
Um mar onde componho
Diversa embarcação
As horas não verão
Sequer o que proponho
Ousando aonde exponho
A mesma direção
Meu tempo se dilui
E o todo não influi
Na parte que me cabe,
Ouvindo o mar em mim
O tanto diz do fim
E o sonho em paz desabe.

50503

O quanto desta vida
Pudesse ainda ter
No encanto a se perder
A sorte desprovida
E o tanto que duvida
Da lida em tal querer
Pudesse amanhecer
Seara dividida.
Esqueço o descaminho
E quando aquém me alinho
Ouvindo este marulho
Dos sonhos mais sutis
Pudesse ser quem quis
E disto ter orgulho.

50504

O quanto o tempo dita
E gera após o caos
Momentos mesmo os maus
Traçando esta infinita
Noção em que explicita
A sorte em vários graus,
Pudesse em minhas naus
Vencer esta desdita
Recebo em meu caminho
O tanto aonde aninho
Ocasos sem sentido
E o canto se resume
Aonde em tal ardume
O mundo eu dilapido.

50505

O quanto quero e nada
Da sorte se mostrasse
Oferecendo a face
À dita aonde enfada
Meu passo em alvorada
Aonde demonstrasse
O todo sonegasse
A luta encarniçada.
Vencido pelo medo
Enquanto me concedo
Ao tanto quanto quis
O mundo não permite
Além de algum limite
Gerando a cicatriz.

50506

O quanto a vida traz
E nada mais pudera
Ousando a velha fera
Num passo mais mordaz,
A sorte segue atrás
Da velha e vã quimera
E tudo degenera
Aquém do que se faz
Mergulho neste ocaso
E quando em vão me atraso
Meu medo não se vendo
Além da mesma história
Apenas merencória
Memória em turvo adendo.

50507

O quanto em olivais
Pudesse imaginar
Etéreo divagar
Vencendo os temporais,
A vida sem jamais
Ousar e devagar
Seguir a me embalar
Em dias magistrais,
Ocasos de uma sorte
Enquanto não aporte
Ao todo em direção
Aos ermos de minha alma
A luta gera o trauma
E trama a solidão.

50508

O quanto se domina
De um tempo sem juízo
Ainda onde matizo
O corte dita a sina,
A noite em rara mina
O vento mais preciso
Do quanto aromatizo
A luta não termina,
Vestindo de esperança
O nada agora avança
Domando o passo lento,
E quando a sorte emana
A noite soberana
Traçasse o desalento.

50509

O quanto desabara
A senda mais sutil
E nisto não se viu
Sequer nova seara,
A vida não prepara
E o todo mais gentil
Aonde fosse vil
A luta tão amara,
Esqueço o verso em vício
E volto ao precipício
Propício caminhar
Neste abissal cenário
O canto é temerário,
Imenso e turvo mar.


50510

O quanto ora se adensa
A vida sem segredos
Os dias morrem ledos
A sorte sendo tensa,
E tendo a luz intensa
E nela outros enredos,
Cerzindo além dos medos
O sonho que convença
Resumos de passados
Diversos e entranhados
Nos passos mais doridos
Destinos entre quedas
E nada mais enredas
Além dos teus sentidos.

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