quinta-feira, 18 de novembro de 2010

50401 a 50410

50401

Aberto o pensamento, espreito o cais
E tento discernir o que inda venha
A vida se aproxima em leda senha
E gera dentro da alma dias banais,
Escuto a solidão aonde esvais
E o tanto quanto pude, frágua e lenha
Ainda quando a dita se desdenha
Fortuna tão diversa diz jamais.
Organizando a vida de tal forma
Que o tanto quanto possa me conforma
Marcando outros momentos além disto,
Percebo a solidão e me alimento
Do tanto sem limites, pensamento
Encara cada passo onde persisto.

50402

Aberto o peito ao quanto inda virá
Amar e ter no olhar nova esperança
Do todo que decerto ainda avança
Gerando tanto enfado desde já,
Pudesse ter nas mãos raro maná
E o tempo desenhado em temperança,
Mas quando a realidade enfim se cansa,
O tanto quanto eu possa a moldará,
Escasseando as noites dentro da alma,
Somente este vazio agora acalma
E gesta o que pudesse redimir.
Ousando novo tempo onde não resta
Sequer desta esperança a mera fresta
Trazendo em minhas mãos o meu porvir.


50403

Abertas velas dizem do futuro
No porto desejado e mais tranquilo
Aonde com ternura ora desfilo
Ousando nesta rota em pleno escuro,
O tempo se mostrasse mais seguro
E nada do que eu possa sem vacilo
Trouxesse a fantasia em raro estilo,
Marcando cada instância em raro apuro.
Esqueço dos meus dias sem sucesso
E quando me aproximo a ti confesso
Os ermos de minha alma sem proveito,
Após cada momento em voz atroz
O que seria então enfim de nós?
Apenas o que tento e mesmo aceito.


50404

Aberta a temporada de emoções
Diversas das que tanto conheci,
O quanto se aproxima assim de ti
Trazendo cada passo aonde expões
Os ritos em propostas, dimensões
Ousando noutro rumo, eu me perdi,
Vagando sem sinal algum aqui
Os ermos tomam novas direções,
Ocasos entre casos, caos e medo
Ainda quando possa em vão concedo
E gero dos engodos novo passo,
Aonde na verdade o que vê
É vida sem sequer saber por que
O tempo se desenha mais escasso.


50405

Aberto ao que virá e ao que não veio
O pensamento traça outro momento
E quando alguma sorte eu alimento
Apenas desvendando este receio
E quando nos teus braços eu rodeio
O todo sem sentido ou provimento
Das lendas do passado, o sedimento
Expressa da emoção tal devaneio.
Arcando com meus erros desde então
Os tempos necessários moldarão
O encanto mais feliz que tanto pude
Após o termo audaz remessas fartas,
Dos dias mais mordazes tu te apartas
Matando o quanto em ti conheço rude.


50406

Aberta esta porteira, nada resta
Senão a mesma face, estupidez
Aonde o tanto amor já se desfez
E apenas o vazio nega a festa
A cada novo tempo o sonho atesta
E marca em consonância o que não vês
E deste desenhar em palidez
A luta sem sentido nada gesta.
Respondes aos meus vários desafios
E sei dos meus amores, desvarios
Enquanto a luta apenas começara,
Assim ao me entranhar neste cenário
O quanto poderia temerário
Domina plenamente a vã seara.

50407

Abertos olhos miram no horizonte
As tantas emoções que já não sinto,
Amor há tanto tempo quase extinto
Da sorte sem saber matando a fonte,
No senso sem igual aonde aponte
Gestando este caminho onde me tinto
Numa explosão sem par, o mesmo instinto
Traduz das ilusões a imensa ponte,
Reparo cada passo e nada tendo
Somente este temor em raro adendo
O ledo caminhar evade o passo
E nisto se presume o nada ser,
Ao quanto poderia parecer
Momento mais sublime agora eu traço.

50408

Aberto o céu deixando nua a lua
Explode em prata imensa divinal,
Ainda quando a vejo sideral
Minha alma sem temores já flutua
Aonde esta beleza se cultua
O preço se desenha bem ou mal,
E o passo se aproxima em ritual
Deitando a luz intensa sobre a rua,
O canto se desdenha e nada traça
Enquanto novo rumo em sorte escassa
Presume o quanto audaz se faz o rumo,
Meu medo não seria em empecilho
E quando no vazio ainda trilho
O todo noutro passo em vão consumo.


50409

Abertos os caminhos de quem ama
A luta não se cansa do porvir
E o medo a se mostrar o quanto vir
E nada manteria a velha chama,
Ainda quando a sorte nos reclama
O passo se presume no sentir
Disperso do cenário a permitir
O todo quando a sorte em vão se trama
Espero a sorte quando não viria
E tanto se pudera a fantasia
O sonho demonstrando realidade
E quando a solidão invade a noite
Embora a tempestade nos açoite
O tempo noutro engano já degrade.

50410

Abertas as fronteiras da esperança
Os erros de quem tanto quis além
Marcando cada dia quando vem
A noite sem sentido nos alcança
E o prazo se demonstra em aliança
Da teimosia sendo algum refém
O ledo caminhar dita o desdém
E o todo sem ternura não avança
Mergulho nos meus erros e te vejo
Ousando muito mais do que um desejo
Cerzindo outro momento em paz e glória
A luta não pudera ser diversa
E quando a própria vida desconversa
A sorte se desenha merencória.

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